4º Bimestre

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Resposta do Réu
O código de processo civil considera como resposta do réu três institutos: contestação, exceção e reconvenção.
A contestação e a reconvenção serão oferecidas em peças autônomas, simultaneamente no mesmo processo.
A exceção será processada em apenso aos autos principais.
Contestação
	É a defesa do réu em que o mesmo vai postular toda matéria de defesa, impugnando o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Exceção
	É uma defesa processual em que a parte pede o afastamento do juiz da causa, por incompetência relativa, impedimento ou suspeição.
Reconvenção
	É a ação do réu contra o autor, proposta no mesmo feito (processo).
	O fundamento da reconvenção é o princípio da economia processual, pois evita a abertura de outro processo entre as mesmas partes, versando questões conexas.
	Somente o réu tem legitimidade ativa para reconvir e, igualmente, só o autor tem legitimidade passiva para a reconvenção.
	O réu é denominado reconvinte e o autor reconvindo.
	A reconvenção é, na verdade, uma ação distinta da originária.
	Com a reconvenção, tem o réu a necessidade de contra-atacar o autor, portanto, se defenderá na contestação (lide originária) e atacará o autor em outra lide dentro do mesmo processo (lide reconvencional).
Dos atos processuais
Ato processual
	É a manifestação de vontade de um dos sujeitos do processo ou a relação processual.
	Ato processual é aquele praticado no processo e que para este tem relevância jurídica. O processo se desenvolve através de atos das partes, do juiz e dos auxiliares da justiça.
Forma de expressão (do ato processual)
	Pode ser escrita ou oral.
Linguagem
	Uso do vernáculo (lingua nativa do país)
Princípios
Princípio da Tipicidade: Consiste em que os atos processuais devem corresponder a um modelo previsto em lei.
Ex: Petição Inicial, Sentença, Contestação, etc.
Principio da Publicidade: Os atos processuais são públicos, com exceção.
Princípio da instrumentalidade das formas: Não existe necessidade de uma forma definida, instrumentalizando os atos processuais, a não ser quando a lei exigir.
Atos processuais das partes
	São aqueles praticados pelo autor ou réu, pelas partes intervinientes ou pelo ministério público, no curso do processo.
	
Classificação:
Atos Postulatórios: São aqueles praticados por uma das partes, que pretende em obter do juiz uma providência jurisdicional.
Exemplos: Peticão Inicial, Requerimento, etc.
Atos Instrutórios ou Probatórios: Visam convencer o juiz da verdade alegada. Se alguém pede, deve instruir e provar o pedido.
Exemplo: Perícias.
Atos Reais: São aqueles que se manifestam em coisas e não em palavras.
Exemplo: Apresentação de documentos, Pagamento de custos, etc.
Atos processuais do juiz
	Os atos do juiz no processo são decorrentes de sua função jurisdicional, cumprindo-lhe dirigir e ordenar, através de impulso oficial, o andamento regular do processo até a sentença.
Classificação:
Sentença: é o ato pelo qual o juiz resolve ou não o mérito da causa.
- Sentença Terminativa: Aquela que extingue o processo sem resolução de mérito. Ex: declara o autor parte ilegítima.
- Sentença Definitiva: Aquela que extingue o processo com resolução de mérito.
Decisão Interlocutória: É o ato pelo qual o juiz, no decorrer do processo, resolve questão incidental. Ex: deferimento ou não de produção de provas.
Despachos: São os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.
Acordãos: É a denominação dada aos julgamentos profanados pelos tribunais.
	Os atos processuais do juiz estão previstos nos artigos 162 e 163 do Código de Processo Civil.
Atos auxiliares da Justiça
	São atos destinados ao andamento do processo.
Classificação:
Atos de movimentação: São aqueles destinados ao andamento do processo.
Ex: Conclusão ao juiz, visto as partes, etc.
Atos de execução: São aqueles praticados em cumprimento de determinações judiciais.
Ex: Citação do réu, intimação das partes, intimação das testemunhas, etc.
Atos de documentação: São aqueles através dos quais os auxiliares manifestam a sua fé pública de que os atos determinados pelo juiz foram cumpridos.
Ex: Certidão de que o réu foi citado, certidão de que a testemunha foi intimada, etc.
Processo e Procedimento
	Processo é um meio ou instrumento de composição da lide.
Finalidade do Processo: É a composição do litígio a ser feita mediante aplicação concreta da lei pelo juiz
Espécies do Processo: Temos três intrumentos do Estado-Juiz para oferecer a providênca jurisdicional.
*PROCESSO DE CONHECIMENTO: É o instrumento pelo qual o juiz toma conhecimento da pretensão das partes por meio do pedido e respostas das provas produzidas e profere um julgamento de mérito. (art 1 ao 565 CPC).
*PROCESSO DE EXEUÇÃO: É o conjunto de atos e meios judiciais que a parte vencedora ou credora, para conseguir efetivar o seu direito. (art 566 ao 795 CPC)
	são pressupostos da ação de execução: tutela judicial ou tutela extrajudicial.
*PROCESSO CAUTELAR: É o meio e modo para garantir o resultado de outro processo, por existir o periculum in mora (art. 796 ao 889).
	O processo cautelar é tutela jurisdicional que visa garantir o processo principal, que é o de conhecimento ou de execução.
	São pressupostos do processo cautelar: periculum in mora e fumus boni iuris.
Pressupostos Processuais:
	São os requisitos de admissibilidade do processo.
	Quando se verificar a ausência dos pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, este será extinto, sem resolução de mérito.
Pressupostos Processuais Subjetivos
	Quanto ao juiz; investidura de jurisdição, competência e imparcialidade
	Quando as partes; Capacidade de ser parte, capacidade de estar em juízo, capacidade postulatória.
Pressupostos Processuais Objetivos
Petição Inicial apta
Citação válida
Instrumento de mandato
Ausência de coisa julgada
Ausência de litispendência (art 301, paragrafo 3º)
Procedimento
	É sinônimo de rito do processo; é o modo e a forma por que se movem os atos no processo.
	O procedimento equivale a um ritual.
	O procedimento é a forma pela qual o processo se desenvolve.
Espécies de procedimento
*Procedimento Comum:
a) Ordinário: art. 274, 282 ao 475 do CPC
b) Sumário: art. 275 ao 281 do CPC
c) Sumaríssimo: Lei nº 9099195
*Procedimentos Especiais:
a) De jurisdição contenciosa: art. 890 á 1102 CPC
b) De jurisdição voluntária: art. 1103 á 1210 CPC
c) Das execuções: art. 621 e seguintes CPC
d) Das ações cautelares: arts 796 e seguintes CPC
Dos Prazos
	Prazo é o lapso de tempo dentro do qual um ato deve ser praticado; e a duração compreendida entre o termo inicial e o termo final em que se deva praticar o ato processual.
Exemplo: Conta-se para o juiz a partir do termo de conclusão e para as partes, do termo de vista ou intimação.
Classificação dos prazos:
Quanto aos sujeitos:
Prazos próprios: são aqueles dentro do qual a parte deve realizar o ato processual sob pena de preclusão.Ex: apresentação do rol de testemunhas
	Prazos impróprios: são aqueles impostos aos juízes e seus auxiliares e o não cuprimento tem consequência disciplinar e não processual. Ex: prazo para decisões ou movimentação do processo.
	Prazos particulares: corre para apenas uma das partes. Ex: Resposta do réu
Quanto a Origem:
	
	Prazos comuns: correm para ambas as partes ao mesmo tempo. Ex: rol de testemunhas.
	Prazos legais: aqueles estabelecidos em lei. Ex: 2 dias para despachos e 10 dias para decisões.
	Prazos Judiciais: Fixados pelo juiz. Ex: prazo para citação por edital, que variará entre vinte e sessenta dias
	Prazos convencionais: são combinados pelas partes. Ex: Suspensão do processo.
Quanto ao tempo de execução:
	Prazos ordenatórios: quando terminam alguma diligência ou providência a ser cumprida. Ex: fixar prazo para entrega de laudo pericial.Prazos Dilatórios: são os prazos fixados pela lei, mas que admitem a sua ampliação ou redução, quer por decisão judicial, quer por acordo entre as partes.
	Prazos peremptórios ou fatais: são prazos indicados por lei que não podem ser modificados pela vontade das partes ou por determinação judicial. Ex: prazo de recurso. (o juiz poderá nas comarcas de difícil acesso)
	Prazos contínuos: correm sem interrupções, inclusive nos feriados e férias. Ex: prazo de recurso.
Forma de contagem dos prazos: Os prazos contar-se-ão à partir do dia seguinte, excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento, após a intimação ou a leitura da sentença.
Da Sentença
	Sentença é o ato pelo qual o juiz resolve ou não o mérito da causa. A sentença está prevista no artigo 162, parágrafo 1º do CPC.
Requisitos da sentença
Relatório: Consiste no resumo do processo. É uma síntese que o juiz deve fazer com relação as alegações das partes, das provas produzidas e dos incidentes processuais ocorridos.
Fundamento ou motivação: É o momento em que o juiz justifica a sua razão de decidir. Ele expõe seu convencimento e apresenta as razões de fato e de direito que o levaram a decidir daquele modo.
Dispositivo: É a parte final da sentença, é a conclusão. É nesse momento que o juiz acolhe ou não o pedido do autor.
Classificação
Sentença definitiva: Aquela que o juiz extingue o processo com resolução de mérito.
Sentença terminativa: Aquela que o juiz extingue o processo sem resolução de mérito.
Sentença condenatória: Aquela que impõe ao réu uma condenação ou uma obrigação de fazer, não fazer, em favor do autor. Ex: reparação de um dano.
Sentença declaratória: Aquela que declara a existência ou inexistência de uma relação jurídica, ou a autenticidade ou falsidade de um documento. Ex: declaração de validade ou não de um contrato.
Sentença constitutiva: Aquela em que o juiz cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. Ex: Anulação de casamento, separação e divórcio.
Sentença homologatória ou vazia: Aquela desprovida de motivação ou fundamentação. Ex: conciliação entre as partes, homologada pelo juiz. Quando existe acordo, já definido entre as partes, o juiz profere uma sentença homologatória para oficializar o acordo.
A sentença está limitada pelo pedido do autor contido na petição inicial. Não poderá o juiz sentenciar sem a observância desse limite, sob pena de nulidade.
Coisa julgada: Toda sentença ou decisão é suscetível a um recurso, devido ao princípio do duplo grau de jurisdição. A sentença transita em julgado quando não couber mais recurso em relação a mesma. 
Coisa julgada formal: Ocorre quando o processo é extinto sem a resolução de mérito (sentença terminativa) e não mais existe a possibilidade de interposição de recurso, seja pelo fato de todos terem sido utilizados ou pela perda do prazo legal recursal. Permite-se no entanto, que a parte ingresse com a mesma ação novamente.
	Havendo extinção do processo sem julgamento do mérito, a sentença transita em julgado e adquire a qualidade de coisa julgada formal.
Coisa julgada material: Ocorre quando o processo é extinto com a resolução do mérito (sentença definitiva) e não existe mais a possibilidade de interposição de recurso, seja pelo fato de todos terem sido utilizados ou pela perda do prazo legal recursal. A coisa julgada material não permite ser rediscutida a questão em outro processo, uma vez que o mérito foi decidido.
	Havendo extinção do processo com julgamento do mérito faz coisa julgada formal e material.
DO RECURSO
	Recurso é a faculdade de pedir o reexame de uma decisão judicial, objetivando a sua reforma total ou parcial, a sua invalidação ou o seu esclarecimento. Recurso é um direito subjetivo processual de provocar, no mesmo ou em grau superior de jurisdição, a reforma ou a modificação de uma decisão judicial.
Fundamentos do recurso:
Inconformismo da parte com a derrota
Falibilidade humana
Os tribunais são órgãos jurisdicionais colegiados
Publicidade e justiça na decisão.
Pressuposto fundamental do recurso
Legitimidade para recorrer: se refere as partes, o terceiro interessado e o ministério público.
Interesse para recorrer: Decorre de eventual prejuízo que o litigante tenha sofrido com a decisão judicial.
Pressupostos objetivos do recurso
Recorribilidade: No processo civil, são recorríveis apenas as senteças, as decisões interlocutórias e os acórdãos. Os despachos de mero expediente são irrecorríveis.
Tempestividade do recurso (PRAZO): O recurso deve ser apresentado dentro do prazo legalmente previsto. Se o recorrente dor o MP, defensoria pública, a fazenda pública ou litisconsortes com advogados diferentes, o prazo recursal deverá ser contado em dobro.
Adequação do recurso: O recurso deve estar adequado a lei.
Singularidade do recurso: Para cada decisão, ingressa-se com um único recurso. Existe exceção.
Motivação do recurso: O recorrente precisa expor as razões pelas quais não se conformou com a decisão proferida.
Preparo do recurso: Compete ao recorrente, no caso de interposição de recurso e desde que exigível, comprovar o preparo, ou seja, o pagamento das custas e despesas processuais, sob pena de o mesmo ser considerado deserto, isto é, descabido, abandonado, gerando a coisa julgada da decisão recorrida. Os recursos interpostos pelo ministério público, pela união, pelos estados, pelos municípios e pelos beneficiários da justiça gratuita, estão isentos de preparo.
Juízo de admissibilidade ou juízo de prelibação
 O recurso é conhecido quando preencher todos os requisitos de admissibilidade, ou não conhecido se o recorrente deixar de cumprir qualquer dos pressupostos recursais. 
O recurso conhecido pode vir a ser provido, quando deferido, no todo ou em parte, ou improvido, quando indeferido.
TEORIA DO PROCESSO PENAL
Lide penal: É o conflito entre o direito punitivo do Estado e o direito de liberdade do acusado.
Inquérito policial: O conjunto de diligências realizadas pela polícia judiciária, visando a apuração de ua infração penal e sua autoria, para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo, pedindo a aplicação da lei penal no caso contreto.
Policia Preventiva (militar): Tem a função de garantir a ordem pública.
Polícia Judiciária ou Repressiva (civil): Tem a função de auxiliar a justiça, fazendo flagrantes, instaurando inquéritos, realizando investigações para esclarecer os fatos criminosos e seus autores.
Natureza do inquérito policial: O inquérito policial é uma peça investigatória, escrita e sigilosa.
AÇÃO PENAL
É o direito de pedir ao Estado, através do Poder Judiciário, a aplicação do Direito penal positivo no caso concreto.
Ação penal pública: é promovida pelo Ministério público, através da denúncia.
Ação penal pública incondicionada: o promotor de justiça deve propor a ação penal publica incondicionada independentemente de provocação, mas com base no inquérito policial, que é instaurado mediante simples “notícia crime” ou por ele requisitado. Ex: Homicidio, furto, roubo, estelionato, corrupção, etc.
Ação penal pública condicionada: Aquela que depende de representação do ofendido ou seu representante legal, para que o promotor de justiça possa oferecer a denúncia. Ex: crime de ameaça.
Representação: É uma condição de procedibilidade da ação penal publica condicionada
Denúncia: É a peça penal inicial da ação penal pública, que deve conter a exposição do fato delituoso, com suas circunstâncias, a qualificação do acusado, a classificação do crime e o rol de testemunhas.
Ação penal privada:
Exclusiva: aquela que deve ser promovida pelo ofendido ou seu representante legal mediante queixa-crime. Ex: crimes contra honra.
Subsidiária da pública: aquela promovida pelo ofendido ou seu representante legal, quando houver inércia do MP, na propositura da ação penal pública.
Ação penal privada personalissima: é aquela que pode ser promovida somente pelo ofendido (art. 236) (art. 240, abolido, adultério)
Queixa-Crime: É a peça inicial da açãopenal privada e que deve conter a exposição do fato delituoso, com suas circunstâncias, a qualificação do acusado, a classificação do crime e o rol de testemunhas. A queixa-crime deve ser apresentada através de advogado.
PROCESSO PENAL
É o conjunto de princípios e normasque disciplinam a composição das lides penais, por meio da aplicação do Direito Penal Positivo.
Principios do Processo Penal:
Obrigatoriedade: A autoridade policial, nos crimes de ação pública é obrigada a proceder as investigações, e o MP é obrigado a apresentar a respectiva denúncia.
Indisponibilidade: A autoridade policial não pode determinar o arquivamento do inquérito policial e o MP não pode desistir da ação penal pública, nem do recurso interposto.
Disponibilidade ou oportunidade: As ações penais provas ou públicas condicionadas devem ser propostas conforme a conveniência dos ofendidos ou seus representantes legais.
Iniciativa das partes no processo penal: Cabe ao MP propor a ação penal pública através da denúncia e ao ofendido ou seu representante legal a ação penal privada, através da queixa-crime.