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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Disciplina: CONFORTO AMBIENTAL 4 — CH: 60h. – 2016.2, em 2017 Professora: Maria Lúcia Gondim da Rosa Oiticica Iasmim Barbosa Ribeiro BÊ-A-BÁ DA ACÚSTICA ARQUITETÔNICA OUVINDO A ARQUITETURA Fichamento solicitado pela Profª. Dr. Maria Lúcia Gondim da Rosa Oiticica, sendo apresentado à disciplina didática de Conforto Ambiental 4 da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Universidade Federal de Alagoas, para obtenção de nota parcial. MACEIÓ, ALAGOAS 2017 SOUZA, L.C.L.; ALMEIDA, M.G.; BRAGAN, A.L. Bê-á-bá da acústica arquitetônica: ouvindo a Arquitetura. São Carlos: EdUFSCar, 2006. INTRODUÇÃO À ACÚSTICA ARQUITETÔNICA (p. 15) “A acústica vem mostrando seu valor projetual desde a Antiguidade com os teatros ao ar livre dos gregos e romanos. ” (p.16) “Com os gregos foi possível aprender sobre a eficiência da distribuição da plateia em formas semicirculares e o aproveitamento da topografia, [...], e consequentemente, a maior captação sonora do espectador. ” (p.16) “Dos romanos, observou-se a possibilidade de reforço sonoro, por meio do aumento das superfícies verticais da edificação construída atrás do palco e de reflexões laterais, exercendo o papel atualmente desempenhado pelas conchas acústicas. ” (p.18) “Na Idade Média [...] o que melhor retratava as funções acústicas do espaço não era mais o teatro, mas sim as igrejas”. (p.18) “Construídos com materiais acusticamente reflexivos (pedra a alvenaria), as igrejas medievais são exemplos de ambientes com grande sobreposição sonora. São locais que influenciam o próprio desenvolvimento da música, já que a forma de se obter melhor desempenho acústico de seus espaços internos é emitir o som mais pausadamente, para que ele se torne mais compreensível”. (p.19) “Em locais sob a influência bizantina, a presença de cúpulas serviu como exemplo de superfícies que causam ocorrência de uma finalização sonora, e mais tarde, no gótico, com o arco ogival, liberando-se as paredes do peso da cobertura, o edifício tornou-se cada vez mais alto, aumentando o caminho percorrido pelo som e provocando percepção de fenômenos como o eco. ” (p.19) “Os teatros renascentistas [...] desenvolveram-se em espaços fechados e [...] refletiram um importante momento para a acústica arquitetônica. ” (p.19) “Enquanto para o teatro ao ar livre o som ouvido pelo receptor restringe-se praticamente ao som emitido diretamente pela fonte, nos teatros fechados o grande número das superfícies propicia inúmeras reflexões sonoras, que reforçam o som direto. ” (p.19) “Nesses teatros fechados, a grande reflexão sonora promovida pelas superfícies e pelos revestimentos é compensada pela absorção sonora, causada pela grande capacidade do público”. (p. 20) “O desenvolvimento da ópera incentivou o aumento da área para alocação de músicos e conferiu ao teatro a existência de ambientes específicos para a orquestra. As diferenças das características acústicas entre o palco e a área de orquestra marcam o agravamento dos problemas acústicos dos teatros fechados. A área excessivamente reflexiva dos músicos contrasta com a decoração absorvente do palco, revelando a necessidade de equilíbrio acústico entre esses dois ambientes”. (p. 21) “No teatro wagneriano [...] a audiência é distribuída em leque, rodeada por nichos e pilares, os quais promovem uma difusão do som refletido”. (p. 21) “Essas evidências [...] indicam a importância de ser alcançado o conforto acústico para que a função ouvir seja contemplada. ” (p. 21) “No barroco[...] o desenvolvimento da ópera incentivou o aumento da área para alocação de músicos e conferiu ao teatro a existência de ambientes específicos para a orquestra marcaram o agravamento dos problemas acústicos dos teatros fechados[...]. Cientificamente, o valor de acústica dos ambientes é comprovado no século XX. Apesar da segunda metade do século XIX contar com algumas contribuições importantes para os estudos acústicos. [...] é só a partir do século XX que os problemas acústicos passaram a ser tratados com maior embasamento cientifico. A partir do estudo de Wallace C. Sabine, correlacionando o volume, os materiais e o tempo de reverberação dos ambientes, os princípios acústicos se desenvolvem rapidamente. ” (p.21 e 22) “...o som tem sua origem na vibração de um objeto, provocando a vibração de partículas do meio e sendo capaz ser captadas pelo ouvido humano. [...] nem toda vibração é percebida pelo ouvido humano. ”(p.24) “A grandeza da pressão exercida sobre a atmosfera determina o máximo deslocamento da partícula em relação ao seu centro de equilíbrio. Esse pequeno deslocamento é chamado de amplitude. ”(p.25) “O número de vezes que a partícula completa um ciclo de compressão e rarefação em terminado intervalo de tempo ao redor de seu centro de equilíbrio, ou seja, é o número de vezes que ela passa por uma mesma fase de vibrações, é denominado frequência (Hertz HZ). ”(p.25) “A frequência mais baixa de uma fonte é chamada de fundamental ou primeiro harmônico. ”(p.26) “Para que seja audível ao ouvido humano, a frequência deve se situar entre 20 e 20.000Hz. As frequências mais altas, correspondem aos sons mais agudos, enquanto as frequências mais baixas, com menor numero de oscilações temporais, aos sons mais graves.”(p.26 “...destaca-se aqui a diferença entre altura e intensidade, em que a primeira refere ao número de oscilações (frequência) e a segunda, à amplitude. A expressão popularmente utilizada “aumentar o volume” de um som é, na pratica, aumentar sua intensidade, e não sua altura. ”(p.26) “A forma como as frequências se combinam, constituindo o espectro sonoro, é chamado timbre. ”(p.26) “...a distância entre duas vibrações sucessivas a partir de uma fonte, ou seja, a distância que o som percorre em cada ciclo completo de vibração[...]. ” (p. 27) “Ao dar forma e volume aos espaços, o arquiteto tem como elemento básico de trabalho a superfície. As formas e os materiais adotados têm influência no comportamento do som, determinando o desempenho acústico do ambiente. Por isso, é essencial o conhecimento das propriedades sonoras que influenciam a qualidade do espaço, para que o ambiente projetado cumpra sua função acústica. ” (p. 34) RELAÇÕES ACÚSTICAS ENTRE PROJETO E LOCAL “Na identificação e tomada de decisões sobre o ambiente acústico do local, na primeira etapa projetual, a atuação do arquiteto relaciona-se à parte da acústica chamada controle de ruídos. O controle e a preservação de ruídos estão divididos em dois grupos: ruídos internos à edificação e ruídos externos à edificação. [...]” (p. 45) “Identificar os sons e as atividades que interferem no projeto, bem como o projeto se insere no local sem prejudica-lo acusticamente, requer o levantamento e a análise de dados relacionados às atividades e a ocupação do solo, à localização e as características das ruas, estradas e vias, à conformação topográfica, ao posicionamento e as características de edificações vizinhas, às áreas diretamente sensíveis ao projeto e às eventuais características que possam ser relacionada ao ambiente.[...]” (p. 46) “Em princípio, como uma definição geral, todo o som indesejável à atividade de interesse é considerado ruído [...].” (p.47) “Deixando de lado as questões subjetivas, algumas fontes sonoras, decorrentes do crescimento urbano e da industrialização, são constantemente tidas como geradoras de ruídos, incluem-se como as principais fontes de ruídos externos; os sons emitidos decorrentes de atividades humanas, como os transportes rodoviários e aéreos, as indústrias e e algumas atividades de recreação (Figura 46). Entreelas, o transporte rodoviário é a mais frequentemente encontrada no meio urbano. [...]” (p.48) “O ruído de tráfego rodoviário depende de vários fatores, [...]. Além disso, a hora do dia é um fator determinante do grau de importância dado ao ruído, uma vez que a ausência de sons mascarantes faz com que os horários da madrugada tentam a aumentar a percepção do ruído. ” (p.50) “Para que um som possa ser ouvido, é necessário que seu nível de intensidade esteja acima do nível de intensidade do ruído de fundo. ”(p.60) “...em função das características do posicionamento da fonte, os ruídos podem se propagar pelo ar ou por estruturas sólidas. [...]”(p.61) “Assim a origem e o meio de transmissão determinam o tipo de tratamento acústico que deve ser utilizado. ”(p.61) “Os procedimentos e critérios de coleta variam conforme as fontes analisadas e os aparelhos utilizados; [...]”. (p.65) “Uma vez identificadas as possíveis fontes de ruído e suas formas de propagação, podem ser tomadas medidas para garantir a qualidade acústicas dos projetos, a partir da estimulação de critérios acústicos para a sua implantação. [...]” (p.66) “Para que as decisões de projeto sejam acertadas acusticamente, deve-se considerar que o objetivo acústico no espaço urbano é evitar a interferência de fontes de ruídos sobre o projeto e cuidar para que ele não seja fonte de ruído para o entorno. Estão envolvidas, portanto, decisões relativas ao isolamento acústico. ” (p.66) “O isolamento acústico dos ruídos aéreo urbanos é alcançado tanto por meio do distanciamento entre fonte e receptor. [...] como por meio do tratamento acústico da fonte[...]” (p.66) “Para o distanciamento entre a fonte e o receptor, o zoneamento das áreas do projeto pode corresponder a uma proposta de distribuição, em função de sua classificação quanto à capacidade de geração de ruídos das atividades e quanto à sensibilidade ao ruído, para o desenvolvimento apropriado das atividades. ” (p.67) “Quando o isolamento acústico dos ruídos aéreos urbanos é feito por meio de elementos arquitetônicos que promovem a queda de intensidade sonora, esses elementos são chamados barreiras acústicas. ” (p.72) “A barreira acústica é o tratamento dado ao meio, tendo dois aspectos importantes para serem considerados no projeto, a fim de que se integre ao entorno: redução da captação sonora pelo ouvinte: e intensificação sonora na região voltada para a fonte. ” (p.73) “A eficiência de uma barreira acústica depende da: frequência dos sons[...] proximidade desta em relação à fonte ou ao receptor[...] altura do elemento utilizado[...] massa na estrutura[...] estanqueidade[...] consideração de aspectos subjetivos[...] movimentação do ar[...]” (p.74,75)
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