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Contratos 1° Bimestre

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Direito Civil – Contratos
Professora: Heloisa Camargo Lacerda
1° Bimestre
Revisão
Introdução a Contratos
Conceito
Contrato é, acordo de vontade firmado entre as partes destinado a criar, extinguir ou modificar relações jurídicas, ele encerra uma relação jurídica dentro de si.
As obrigações que se encontram dentro do contrato, são o fruto de um acordo de vontades dentre as partes. 
Esse conceito tem um viés ideológico, temporal e ele resume de forma muito pobre a noção de contrato. Contrato é muito mais que um acordo de vontade, esse conceito utilizado é verdadeiro, mas tem um carimbo histórico, ideológico e ele reduz a noção o que é um contrato de maneira perigosa.
Relações jurídicas negócio jurídico, que deve ser avaliado diante de três planos.
Se um contrato é um negócio jurídico ele deve existir, ter validade e produzir efeitos. 
Planos:
Existência:
Para que um contrato exista, tem que ter partes. O primeiro requisito é a presença de PARTES (não é necessariamente sinônimo de pessoas, pode haver um contrato com duas partes e uma só pessoa, pode ter com 30 pessoas e 2 partes), o conceito de parte é de POLO DE INTERESSE, TEM QUE HAVER DOIS. Exemplo: compra e venda (duas partes que vão acordar entre si);
OBJETO tem de ser imediato ou mediato. Imediato é a conduta (dar/ fazer/ não fazer). Mediato é o bem jurídico (exemplo: apartamento).
As partes devem ter uma DECLARAÇÃO DE VONTADE, pode ser escrita, verbal de acordo com o contrato.
	Partes – dois polos de interesses.
	Objeto mediato e imediato.
	Declaração de vontade
Validade:
As Partes devem ser: CAPACIDADE E LEGITIMIDADE.
O Objeto deve ser: LICÍTO, POSSÍVEL, DETERMINADO OU DETERMINÁVEL. 
Declaração de vontade deve ser: PREVISTA EM LEI ou NÃO VEDADA.
Anulação – ele pode convalidar, ela pode tornar-se validas, porque são menos graves. Art. 171. Incapacidade relativa do agente, por vicio resultante erro, dolo, coação, estado de perigo ou fraude contra credores (vícios da vontade). 
Nulidade – art. 166 e 167 “É nulo o negócio jurídico quando: celebrado por pessoa absolutamente incapaz, por ilícito, impossível, indeterminável o seu objeto”. 
Toda vez que o código civil proíbe uma determina conduta, além disso não da sanção, porque a sanção é de nulidade. 
Regra geral: quando proíbe e não diz o que acontece e a nulidade. 
Eficácia:
Se existe e é valido, pretende que ele possua eficácia. Ele não terá eficácia quando depender de condição, termo ou encargo, especificamente nos contratos, quando se tratar da Teoria da Imprevisão ou Força Maior, são isso que impedem a eficácia. 
Princípios
Evolução histórica sobre o direito contratual, a partir do Estado Moderno. Consegue destacar, que a autonomia, Pacta Sun Servanda, e a Relatividade, são princípios dos chamados Estado Liberal.
Rebus Sic Standibus, como um princípio do “Estado Social”, e o da Boa fé e da Função social, como sendo princípios de um período contemporâneo. Eles possuem maior relevo nesse período histórico, mas com alguns ajustes eles ainda são utilizados.
Autonomia:
Faz parte do conceito, chamado de princípio clássico datado no estado liberal. Ele tem o panorama da revolução francesa com a ascensão da burguesia ao poder, de forma bastante conveniente ela precisa estabelecer a base no novo pensar contratual.
Princípio da autonomia da Vontade, no qual todos são livres e iguais, e enquanto livre e iguais, temos a liberdade de contratar, de manifestar a nossa vontade, nessa época era o Principio como de maior importância. Hoje em dia é chamada de:
Autonomia Privada: é ainda a liberdade de contratar nos limites da lei. 
Pacta Sun Servanda: (O contrato é lei entre as partes), o fundamento do Pacta é a autonomia. O contrato só é lei entre as partes, só me vincula, porque eu sou livre e igual para contratar, eu não precisava mas manifestei de forma livre, agora que contratei estou obrigada, vinculada. No estado liberal, havia uma conveniência, pois eu sou livre para contratar, dessa forma se eu escolho contratar é lei, sou obrigado, sendo o Estado apenas ajudar que seja cumprido. Uma vez contrato sou obrigado.
Hoje em dia o Pacta não é mais absoluto, o contrato é lei entre as partes (sim), mas nem sempre, porém a outros princípios que suavizam, que o relativizam, não é de forma absoluta. Suaviza a força obrigatória dos contratos. 
Porque surgiu outros princípios que suavizaram o Pacta? Pois o fundamento do pacta é a autonomia, na época liberal a autonomia era diferente do que temos hoje. 
Hoje em dia a maioria dos contratos é de:
Massificar, de adesão: que são aqueles que ou você adere ou não adere (telefonia móvel, faculdade, energia, banco). Há um espaço na vontade dos contratantes, ninguém me obriga a contratar.
Cativos, de longa duração: por exemplo, banco, plano de saúde, internet. Há um espaço para autonomia porem menor.
Essencialidade dos contratos.
Quando tem um enfraquecimento do fundamento, o Pacta também será relativizado. Porém ainda hoje os contratos ainda obrigam, não da mesma forma que antes. 
Relatividade dos efeitos contratuais: era conveniente ao momento, que o contrato só interessa as partes contratantes, ele é relativo aos contratantes. É o que tem menor espaço hoje em dia, pois o contrato não interessa só as partes ele tem impacto em toda a sociedade ele tem essa função. 
Rebus Sic Standibus (no mesmo estado de coisas): o contrato é um organismo rico, se as circunstancias externas se alterarem de forma grave e causarem um desiquilíbrio, o contrato deve ser revisto, modificado, reajustado. 
É um princípio interventor, no qual eu chamo a intervenção do estado para resolver a situação e promover o equilíbrio. O período historio no qual ele foi bem conveniente após 2° Guerra. 
Teoria da Imprevisão não é sinônimo de Rebus sic Standibus, ele apenas inspira a teoria.
Boa-fé: Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar entre si, na conclusão e na sua execução os princípios da probidade e da boa-fé.
Ele incide antes, durantes e depois na extinção do contrato. Ela incide também de maneira retroativa de ser de ordem pública.
A sua função retroativa está descrita no dispositivo art. 2035, parágrafo único. Mesmo no código anterior de 2002.
O contrato não é apenas um acordo de vontade, não é o núcleo dos contratos. 
Boa fé é presumida, somos todos presumidamente inocentes até o que se prove em contrário, ela é relativa, dessa maneira possui a prova em contrário. 
Subjetiva: intenção do sujeito, que é algo interno e ninguém vai realmente saber, apenas a pessoa por ser uma representação intima. 
Objetiva: conduta do sujeito, tanto faz o que o sujeito pensava. É um elemento externo, observa-se que a conduta está ou não de acordo com os deveres impostos. 
Deveres 
Informar: informar sobre tudo aquilo que possa intervir na vida contratual. Dever de prestar as informações.
Cooperar: cooperação para o adimplemento, significa contribuir/ facilitar o adimplemento. 
Segurança: segurança física e econômica do contratante. 
Confiança: legitima expectativa. 
Conduta: a conduta reiterada faz surgir a legitima expectativa.
Lei: descrito em lei.
Elementos externos
Funções 
Hermenêutica: interpretação da forma mais favorável para o cumprimento de deveres. Art. 113.
Criadora: na relação contratual, eu crio obrigações de acordo com a interpretação. Cumprimento e a obrigação, podendo ser de fazer e não fazer.
Limitadora: qualquer clausula contratual que colida com os deveres será NULA. Declaratória de Nulidade. 
Nulidade não convalida, é de ordem pública. 
A lei proibir a praticar sem cominar em sanção – regra geral. Os contratos são obrigados a guardar entre si agir de boa-fé – proibindo qualquer contrato fora da boa-fé. 
Art. 166, VII + art. 422
Exemplo Concreto: o cliente tinha um terreno havia uma estradinha de chão que conectava o mar a estrada, no final do terreno havia uma casinha de caseiro, tinha umas formas de acesso pelo mato. Uma empresa X que era a empresa administradora de um terminal portuária que haviado lado do seu terreno, por conta de uma pressão do município procurou o meu cliente e quis comprar a estradinha de areia, para a realização de uma estrada. Um trecho de terras no meio do seu terreno, e isso ia ampliar a utilização econômica do seu terreno, uma valorização da área do seu terreno. Fez um contrato simples de compra e venda, vendeu o terreno por um preço um pouco abaixo do valor do mercado, por se tratar de um ótimo negócio, depois da compra apareceu nos jornais locais sobre o investimento do porto no município, a construção da estrada ia realizar um desmate, a própria prefeitura fez a licença EIA/RIMA, houveram audiência públicas para falar sobre o impacto social que iria causar, o município a prefeitura ainda concedeu algumas isenções fiscais como uma forma de retribuição pela obra que estava fazendo que era de interesse coletivo. Depois de um longo período de obras, a empresa X colocou uma guarita e uma cancela fechando a entrada, e ao longo de toda a estrada colocou grades altas. O porto disse que era uma propriedade privada, que só podia entrar uns caminhões privados que fosse permitido. 
Não haveria nada que um contrato entre dois particulares se torne algo público. 
O cliente quer LIVRE ACESSO – mas não a nada que possa transformar em um bem comum. É o direito subjetivo que ele pretende, ele quer que a empresa X (fazer/ não fazer), permitir o Livre acesso.
Como eu chego nisso? No contrato não tem nenhuma clausula sobre isso, nem na lei tem isso.
Como eu crio o direito subjetivo e faço permitir o livre acesso? O ÚNICO CAMINHO É O DA BOA-FÉ OBJETIVA.
Função hermenêutica não porque não tem nenhuma contradição, limitadora também não tem nenhuma clausula que diga que a empresa ia fazer, para que houvesse uma nulidade. A ação a ser usada é a criadora, para o cumprimento da obrigação de fazer/ não fazer.
Fundamento: o dever de informar tudo que acontece na vida contratual, se o cliente soubesse não teria vendido nos mesmos termos – infração (não serve mais); dever de cooperar o adimplemento aconteceu (não é o caso); proteger a segurança econômica porque foi vendido a baixo do mercado, e teve desvalorização; confiança – legitima expectativa – conduta (foi normal), a lei (normal), os elementos externos ao contrato que apontavam para a expectativa de que seria uma via pública. 
Elementos externos – jornas, licenças, isenções de impostos – nasceu o direito subjetivo de livre acesso (a verdadeira expectativa, que posso exigir que posso pedir o cumprimento).
Função Social:
Art.421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
É de ordem pública, em todas as etapas da vida contratual, se houver colisão entre o contrato e os princípios vai prevalecer o princípio, vai ter poderes retroativos mesmos nos contratos de acordo com o código de 16. 
Função social dos contratos, da propriedade e da empresa. Em cada uma dessas esfera ganha um tratamento especial. Porém o que há em comum, é a preocupação com o INTERESSE COLETIVO, SOCIAL. Traz a ideia de solidariedade, de eticidade, é fruto do texto constitucional de 1988, a divisão entre público e privado, foi se enfraquecendo. 
Toda a conduta humana gera externalidade Positivas ou Negativas. Será que para ter a função social eu tenho que promover externalidade positivas (tenho que fazer o bem, obrigação), cabe ao particular promover esse bem? Não, cabe ao estado abster-se de fazer o mal, é uma obrigação de NÃO FAZER essencial, é um dever que as condutas das partes é não fazer o mal. Para cumprir a função social, tem que abster-se de fazer externalidade negativas, no aspecto social, ambiental e econômico. 
Funções: 
Limitadora: a ação declaratória de nulidade. 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
 +
Art.421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
O código está proibindo qualquer contrato fora da função social.
Sempre que for possuir extirpar um contrato e mandar a conservação. Vide a lógica do Princípio da Conservação dos Contratos. Sempre que for possível tirar a clausula nula e manter o acordo, é esse caminho que eu vou percorrer. 
Negociação 
O contrato nasce com o acordo de vontades, ele não é um acordo de vontades. Muitas das vezes é necessária uma longa etapa de negociação, não é algo obrigatório. Quando os contratos somam maior quantidade de dinheiro, propostas mais difíceis, ficam anos em reuniões para tentar atingir um acordo.
Não existe nenhum pré-contrato, nem uma promessa, é uma etapa embrionária, em alguns casos pode se estender por anos. 
Depois de muito negociar, acontece o esperado e é firmado o contrato. Eu só volto para essa fase em caso de interpretações.
Essa etapa ganha relevância quando tudo vai mal, quando depois de muitas negociações NÃO FECHOU o contrato, com inúmeras reuniões, depois de anos. 
A etapa de negociação não gera obrigação especifica, não posso exigir a assinatura, pelo princípio da autonomia. 
Qual o caminho possível, o que eu posso pedir em juízo? O ÚNICO CAMINHO TALVEZ POSSIVEL É A REPARAÇÃO CIVIL (indenização).
Responsabilidade: do tipo subjetivo eu tenho que provar DANOS – materiais/ morais e os emergentes/ lucros cessantes 
 DANO –lucros cessantes/emergentes e danos 
 Materiais/ morais
SUBJETIVA NEXO CAUSAL 
 CULPA – infração à boa-fé objetiva.
Contratar ou não contratar é um direito, da liberdade contratual. Via de regra querer ou não fechar o contrato é liberdade contratual, para que eu prove que houve culpa, terão que demonstrarem infração aos deveres BOA-FÉ OBJETIVA. 
Policitação
Partes:
Policitante e o Oblato, eles juntos formam a vontade contratual. Já que contrato não é acordo de vontades conforme dito, apesar de não ser acordo de vontades, o CONTRATO NASCE DO ACORDO.
Policitante – Proponente, o que faz a proposta de contrato;
Oblato – destinatário desta proposta de contrato, aquele que recebe a proposta de contrato.
Requisitos:
Quais os requisitos que uma proposta tem que ter para ser chamada de proposta:
Clareza – intenção de contratar.
Mandou e-mail para o Vitor com várias fotos do meu apartamento e informações, isso não por si uma proposta de contrato. 
Quando eu mando fotos, preços, e no final “estou vendendo quer comprar? ”
Dirigida - há um oblato especifico, ou vários oblatos. Quando não é dirigida é apenas uma oferta, por exemplo: cartazes.
Seriedade – ele vai ser para desqualificar como proposta apenas para casos muito caricatos, os exemplos dados em sala de aula. 
Elementos mínimos do futuro contrato – dependo do tipo de contrato, em uma compra e venda (objeto e preço), são os elementos mínimos. No contrato de aluguel são outros, sem os quais é um mero informativo. Aluguel (preço, objeto, finalidade).
Prazo
Não é um requisito para a existência do contrato, podendo ser com i sem prazo. Não tem o dever de informar o prazo, não infringe nenhum requisito. 
Com prazo
Sem prazo
Presença 
Entre presentes: não tem como critério a presença física. Será entre presentes a proposta quando ela for imediatamente reconhecida pelo oblato. DIRETA E IMEDIATA.
Entre ausentes: não é reconhecida de forma imediata e nem direta. 
Exemplo: conversas telefônicas – presentes (teve o conhecimento imediato da proposta); 
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I -Se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
Skype, face time, fisicamente presentes (entre presentes).
Propostas feitas através de Cartas (entre ausentes);
E-mail (entre ausentes – há um lapsode tempo entre o envio e o recebimento);
OAB – Mariana recebeu uma mensagem de texto via WhatsApp, ela de pronto recebeu e leu a mensagem – entre presentes. 
SMS- depende do caso concreto;
WhatsApp -depende do caso concreto.
Vinculação.
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
É obrigado pelo que propôs, de regra te vincula. Se o oblato desejar você é obrigado a concluir. 
A vinculação não é absoluta, tem uma serie de limites, a partir das quais não sou mais obrigado. 
Se o contrário não resultar dos termos dela – particulares, entre iguais, de partida aquele que faz a proposta, pode na própria proposta colocar uma ressalva “que não se vincula, que não se obriga, que é meramente informativa”, isso é valido e tira a obrigatoriedade. 
Presentes
Sem prazo: a proposta feita entre presentes sem prazo, ou ela é imediatamente aceita pelo oblato, ou eu não mais me obrigo. A vinculação é efêmera, qualquer conduta diversa da aceita, me desvincula. Sou obrigada por um lapso de tempo muito curto, ela pode aceitar depois, mas não pode me exigir. 
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - Se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
Com prazo: a vinculação do proponente é enquanto durar o prazo. 
Ausentes 
Envio de um e-mail, uma carta. Uma proposta de venda do meu carro, que na própria carta tinha a validade que duraria a proposta. (Entre ausentes com prazo).
Com prazo: eu me obrigo até o prazo que coloquei. Se não chegar a carta com o sim do oblato até o fim do prazo, não importa se ele colocou no correio no dia do prazo. Depois de 2 dias chega, e vejo que ele colocou no prazo, NÃO IMPORTA EU NÃO ME OBRIGO. 
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido RECEBIDA expedida a resposta dentro do prazo dado;
NÃO é EXPEDIDA POR CONTA DO ART. 430 E 434, III.
Sem prazo: proposta sem prazo. O simples fato de eu não ter posto o prazo não me deixa eternamente obrigado, desde logo, a ausência de prazo não gera uma obrigação perpétua.
Uma forma é notificação quando o prazo tiver sido suficiente, cumpre o dever de informar. Senão corre o risco de uma ação que o oblato não teve tempo suficiente. 
O que é considerado tempo suficiente depende do caso concreto. Art. 
II - Se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
Retratação
IV - Se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. 
Eu envio uma proposta e antes dele eu me retrato. ENTRE PRESENTES É IMPOSSÍVEL. 
Mando por carta normal a proposta, e mandou a retratação por Sedex 10, antes de chegar a proposta. Porque se não viu a proposta ela não criou nenhum tipo de expectativa, eu consigo me liberar da obrigação.
Manda carta e daí se retrata por telefone. 
Tem que ser antes ou no mesmo conhecimento que o oblato teve o conhecimento da proposta.
Oferta 
Oferta ao público, eu NÃO TENHO UM OBLATO DETERMINADO, eu atinjo a oblatos indeterminados, ela NÃO É DIRIGIDA. É uma proposta ENTRE AUSENTES. Podendo ser COM/SEM PRAZO.
Diferença no qual o tratamento jurídico é diferente
Eu me vínculo com o primeiro que aparecer;
Art. 429, parágrafo único.
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Diz que é igual o tratamento jurídico. Aqui teria que fazer antes da chegada, no caso da proposta e na oferta NÃO.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. Tratamento diferente para a possibilidade de retratação. Pode ser revogada pela mesma via em que foi divulgada a oferta. 
Se eu não coloquei o prazo é por tempo razoável.
Vontade do Oblato
Aceitação
7.1) expressa: significa inequívoca, a maneira inequívoca. Seja ela entre ausentes ou presentes, tem que ter manifestação expressa.
7.2) tácita: silencio circunstanciado, ou seja, silenciar porem agir no sentido de aceitar, daqueles negócios que aquilo é costume.
Exemplo: professores pegarem as águas, é um contrato de doação. Negócio jurídico, é um contrato de doação, diante de uma aceitação tácita. 
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
Ideia de costume no direito – elementos objetivos: aquilo que objetivamente faz de maneira reiterada, praxes. 
Elementos subjetivas: noção de que aquilo é necessário, que aquilo é útil. 
Tem em negócios jurídicos de menor valoração $$
7.3) dispensada: pelo proponente. Ausência de negativa seria bastante para nascer o contrato. Silencio completo. 
Exemplo onde já haja um relacionamento prévio contratual. Todas as quartas feiras, a cada 15 dias eu viajo a um determinado município para atender uns clientes, eu faço reserva sempre no mesmo hotel, no mesmo quarto. Vamos supor que na próxima quarta feira é o dia, antes de sair de Curitiba mando um e-mail “Prezados estou indo ao município, como de costume peço que reserve meu quarto, caso não haja vaga me avise”. Caso eles não queiram aceitar eles têm que me avisar. 
7.4) tardia
Exemplo: o oblato de maneira muito antecipada colocou no correio sua aceitação, no caso de 7 dias era tempo suficiente para a carta chegar, por razões imprevisíveis alheias a vontade do oblato, que essa carta tenha chego ao seu destino apenas no dia 14/08 a data da recepção. Suponha que tenha acontecido por motivos imprevisíveis. Nesse caso tem o artigo 430. 
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
Não nasce o contrato, e o Policitante não continua vinculado. Haja de acordo com a boa-fé objetiva. O único dever do proponente é de informar o oblato. Porque o oblato pode estar imaginando, nutrindo expectativas, mas não quer dizer que continua vinculado.
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 05/08 12/08 14/08
Expedição Prazo Recepção
Correção do artigo 428. Se chagar tarde mesmo por motivos imprevisíveis eu não estou mais vinculada.
7.5) modificada
Exemplo: estou vendendo meu apartamento e abaixei o valor de venda para 850 mil, mas ainda assim, agora ela quer pagar 800 mil. Ela faz uma nova proposta. Práxis bastante usual. Ela está modificando, incluindo, alterando, inserindo, excluindo, uso comum da linguagem está fazendo uma contraproposta. A consequência jurídica, é dita como uma nova proposta. Ou seja, proponente e oblato trocam de lugar. A Fernanda é a proponente e eu sou oblato da proposta. 
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
Momento: em que nasce o contrato. 
8.1) Presentes: entre presentes não tem dúvida, no momento exatamente posterior a aceitação nasce o contrato. A característica da presença é a comunicação DIRETA e IMEDIATA. 
8.2) Ausentes: 
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Declara Expede Recebe Conhece 
8.2.1) Teoria da Informação: as vontades só de fato de encontram quando o proponente conhece o seu conteúdo. Quando eu abro a carta e vejo o que ela quer, as vontades se encontram.
O problema disso, é muito poder na mão do POLICITANTE.
Não foi adotada pelo legislador Brasileiro!
8.2.2) Teoria da Declaração:
Própria: o momento no qual o oblato declara a sua aceitação, a partirdesse momento já existe as duas vontades contratuais. 
Muito poder para o OBLATO. Também não é adotada.
Expedição: o contrato nasce no momento em que o oblato expede a aceitação, adotada no legislador como regra!
Recepção: quando o proponente recebe. Adotada como exceção!
Código Civil de 2002
ATENÃO: Aparentemente no primeiro olhar parece que o legislador tratou como regra o que é exceção. E como exceção o que é regra! Pois as exceções são muito amplas. É UMA CRITICA DOUTRINÁRIA.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
O dia que o cara colocou no correio é a data que nasce o contrato. 
Exceções:
Termo: autonomia das partes. Exceto que o proponente tenha colocado uma clausula diferente. Por exemplo “entre nós o contrato só nasce quando a carta chegar” – fruto da minha vontade eu posso excepcionar a regra. 
II - Se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
Prazo:
III - se ela não chegar no prazo convencionado.
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05/08 12/08 14/08
Expedição Prazo Recepção 
Se for expedida dentro do prazo, mas recebida fora do prazo não temos um contrato.
NÃO NASCE O CONTRATO! Portando o proponente não se obriga, mesmo que se por razões imprevisíveis.
Retratação: o oblato se arrepende de ter contrato. Retratação eficaz quando eu consigo me retratar antes ou no mesmo momento que conhece da proposta. Chegar antes da carta. 
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05/08 06/08 14/08
Expedição Retratação eficaz Recepção 
O contrato NÃO NASCEU! Porque não pode dizer que um contrato nasceu por 24 horas, e por vontade unilateral ele terminou. Isso é um absurdo jurídico. Por isso não pode dizer que o contrato nasce no momento da expedição nesses casos que é um EXCEÇÃO.
Regra Geral ~ quando ocorre tudo LINDO é utilizado.
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05/08 10/08 12/08
Expedida *nasceu o contrato Recebida Prazo
Quando ocorre tudo bem, eu uso a regra geral. Quando está tudo bem eu volto na data da expedição, desde que não tenhamos combinado diferente, desde que chegue no prazo, e desde que eu não me retrate antes de receber. A partir do nascimento passa a ter muitas teorias ter eficácia.
Lugar: para definição de FORO e LEI em contratos internacionais.
O que faz com que um contrato seja internacional? O critério é fluxo de riquezas entre fronteiras. Exemplo, compras por um mercado chinês.
O FORO – será o do local do nascimento do contrato, no silencio das partes (importância residual, porque as partes quase nunca silenciam);
As partes podem escolher.
A LEI -na realidade brasileira, ele é obrigado a julgar o processo segundo a lei que TEM QUE SER O LOCAL DE NASCIMENTO DO CONTRATO. Mesmo que o foro seja estatal brasileiro. O direito brasileiro não admite liberdade das partes para escolher a lei que vai ser aplicada. Pode escolher o foro.
As partes costumam escolher o foro que possui liberdade para escolher a lei, ou no caso da arbitragem que possui a liberdade de escolher a lei, ou nos princípios gerais de direito. 
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
Entre presentes o local nasce onde foi proposto, foi assinado na china é chinês, por exemplo.
Entre ausentes: art. 9°, §2º LINDB “reputa-se proposto o contrato no domicilio do proponente”. – e for o chinês é a lei chinesa. 
Questionário
Classificação
Obrigações: feixe obrigacionais. Como é a distribuição das obrigações nos contratos, a depender da resposta, temos as quatro possibilidades. Equivoco frequente é dizer que esses nomes se refere ao número de partes. 
Unilateral: o contrato possui feixe obrigacional dirigido para apenas um dos polos, não é uma classificação Purista, porque não tem como imaginar um contrato só tenha obrigações para uma das partes. Unilateral é então e aquele no qual as obrigações clausuladas estão dirigindo obrigações a uma das partes. 
Exemplo: doação, pura e simples, a sem encargo. Há obrigação apenas uma das partes, que é o doador, o destinatário não tem nem obrigação de aceitar. 
Bilateral: há obrigações para ambas as partes, ambos os polos. Para que possa classificar como bilateral, tem que ser verificada a presença de dois elementos:
Sinalagma: é a relação de causalidade entre as obrigações, é o embricamento das obrigações. A relação de causalidade entre as obrigações de ambos.
Exemplo: compra e venda. Eu tenho que entregar o carro e a outra parte tem que entregar meu dinheiro. 
Equivalência: relação de equilíbrio entre as obrigações. 
Imperfeito: (doutrina: bilateral imperfeito ou unilateral imperfeito). 
Exemplo: Vou doar meu carro para Mariana e ela vai doar 100 reais para o Criança Esperança. É uma doação com encargo. Nesse encargo há obrigação para ambas as partes? SIM. Há sinalagma? NÃO. Pois a Mariana doar para o Criança Esperança para receber o carro. A causa de uma doação é sempre uma liberalidade. Eu quero agraciar a Mariana e porventura coloquei um encargo para ter a graça de receber a doação, mas quando eu decido doar para ela, não vou doar porque ela decide doar ao Criança Esperança. É sempre uma deliberação a causa de doar. Há equivalência? NÃO. Nem pode, um contrato de doação o encargo não pode equivaler ao bem que vai ser doado, pois seria um contrato de compra e venda. 
Plurilateral: uma serie de feixes obrigacionais dirigidos a um fim comum externo as partes contratantes. Não há necessidade de equivalência ou sinalagma, é um fim externo a causa da obrigação. 
Exemplo: contrato social, é o contrato que faz nascer uma pessoa jurídica, uma empresa. As obrigações que são dirigidas ao cumprimento da finalidade do objeto, que é a empresa. (Eu e os migos queremos abrir uma empresa – várias pessoas). 
Efeitos:
Exceptio Non Adimpleti Contractus (EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO): traduz uma regra moral para a esfera do contrato “antes de apontar os defeitos dos outros olhe para o seu próprio umbigo”. Ninguém pode cobrar o adimplemento do outro sem antes ter dado o perfeito cumprimento a sua obrigação. É uma matéria de defesa, e uma exceção à regra. Propicia o adimplemento das obrigações. “Não vou pagar, enquanto você não cumprir perfeitamente o que lhe obriga”. 
Incide em todo o contrato classificado como bilateral, e contratos Imperfeitos. Não se encaixa em nenhum mais instituto (plurilateral e unilateral). 
Clausula Resolutória Implícita: ela não precisa estar escrita, tem como conteúdo, diante do inadimplemento o credor pode escolher, ou exigir o cumprimento, ou extinguir o cumprimento. É uma faculdade do credor. 
Não depende de clausula contratual, é um direito do credor, e incide em todos os contratos bilaterais e imperfeitos sempre posso optar (unilateral e plurilateral não incide). 
Vantagens:
Gratuito: a vantagem para uma das partes é um contrato gratuito. Exemplo: Doação, que dá vantagem apenas para o destinatário. 
Oneroso: vantagem para ambas as partes. Exemplo: Compra e venda.
Todo bilateral é oneroso? (Será que todo contrato que obrigou duas partes também vai dar vantagem para as duas). Na bilateralidade, tem que ter sinalagma e equivalência, sempre que é bilateral vai ter vantagem para ambas e equivalentes entre si. Se ambas são obrigadas com certeza ambas terão vantagens.
SIM, PORQUE NA BILATERALIDADE HÁ DE HAVER EQUILIBRIO, E ASSIM AS VANTAGENS TÊM QUE SER EQUIVALENTES.
Todo gratuito é unilateral? (Será que quando apenas uma pessoa ganhou será que é porque só uma tem obrigação?).
SIM, QUANDO EU VEJO QUE SÓ UMA TEVE VANTAGEM É QUE SÓ UMA TEVE OBRIGAÇÃO. 
Todo unilateral é gratuito? (Seráque todo que obriga só uma, também só da vantagem para uma?) Não, geralmente só uma ganha, as vezes só uma tinha a obrigação e as duas ganham. Às vezes é unilateral e oneroso. 
NÃO, PORQUE EXISTE UNILATERAL ONEROSO. Uma só teve obrigação e ambas ganharam. Não tem problema algum em somente uma se obrigar e ambas ganharem. O problema é quando AMBAS SE OBRIGAM e apenas uma parte ganha. 
Exemplo: contratos reais – só nascem com a entrega efetiva do objeto, desde logo, o Mútuo Feneraticio (empréstimo de coisa fungível – Dinheiro). O contrato só nasce quando eu entrego o dinheiro, e ele nasce exaurido de obrigações, o mutuante não tem mais obrigação por conta de clausula, quando ele nasce eu já não tenho mais obrigação alguma. Só a outra parte tem a obrigação de devolver e com juros. É um contrato real e também um contrato unilateral, no qual só a parte que recebeu tem a obrigação, mas vantagens é para ambos (a minha vantagem é os juros, e a parte é ter o dinheiro emprestado). 
Conclusão: sempre que as duas são obrigadas as duas ganham inclusive tem que ter equilíbrio. Se uma só é obrigada apenas uma ganha? Geralmente, mas não necessariamente isso, pois tem contratos que apenas uma é obrigada e ambas as partes ganham.
2.1) Efeitos:
Hermenêutica: um contrato interpreta-se levando em consideração a boa-fé, e com isso podemos criar obrigações. Mas depende, nem todo o contrato pode fazer isso.
Onerosos:
Exemplo: faço um contrato de compra e venda com o colega, para comprar o meu carro, ele olha o meu carro com tudo que tem dentro (tapete, radio). Segunda feira quando o colega vai pegar o carro, ele percebe que eu tirei o rádio, o tapete. Ele reclama sobre a falta desses elementos, pois no silencio do nosso contrato a interpretação deve vir de acordo com a boa-fé, pois eu tive a legitima expectativa que teria esses elementos, de acordo mesmo com a regra geral, que o principal acompanha o acessório. Tenho que colocar de volta todos os elementos.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Gratuito
Mas quando eu faço um contrato de doação, e tem lá o rádio e o tapete. Na segunda feira eu tirei todos os esses elementos. Porém, não poderá fazer a mesma argumentação, o contrato gratuito interpreta-se estritamente, literalmente, se não foi dito que ia o radio e o tapete, não vai. Só uma pessoa tem a vantagem, não pode agravar mais a situação. Somente ela afere vantagens, a interpretação não vai ser de acordo com a boa-fé.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
Vicio evicção: perda por defeito jurídico, compro o carro, e os documentos dele são de um carro roubado, eu perco por um defeito jurídico. Incide em todo o negócio oneroso, de regra não incide nos gratuitos, o presente de casamento responde pela evicção, tem que ser especificamente de casamento. 
Vício Redibitório – é um defeito físico, então adquiro algo de um particular isso tem um defeito físico, eu tenho alguns direitos frente a quem me vendeu. Não incide nos negócios gratuitos, somente em onerosos, e em todos! A lógica é cavalo dado não se olha os dentes. 
Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às consequências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário.
Concilium:
Fraude contra credores – quando se desfaz do patrimônio para não pagar os seus credores, posso doar todos os meus bens (gratuito) ou posso vender (oneroso) – ação pauliana (anulação do negócio) dependendo se o negócio foi gratuito (é mais fácil anular), mas quando é oneroso (é mais difícil) – para anular ter que comprovar a má-fé, tem que provar o concilium fraude (conluio para fraudar do 3º) – se ele sabia ou deveria saber da insolvência. 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
Previsibilidade: possibilidade de prever o conteúdo das obrigações. 
3.1). Comutativo: o mais frequente, é o qual ambas as partes podem prever o conteúdo exato de suas obrigações. Há possibilidade de um contrato ser aleatório. 
3.2). Aleatório: um dos feixes não é previsível. A aleatoriedade pode decorrer de duas maneiras:
3.2.1) Natural: jogo da Mega – Sena, não sei sequer se haverá obrigação por parte da Caixa Econômica Federal, não seu exatamente quanto será o conteúdo da caixa terá. Na sua natureza não posso antever o exatamente o conteúdo das obrigações. 
3.2.2). Acidental: decorre da vontade das partes, as partes por livre manifestação de suas vontades transformam os contratos em aleatórios. Era um contrato comutativo. Podem ocorrem quando estamos em dois cenários distintos:
3.2.2.1). Futuras: um contrato de compra e venda, cujo objeto recai sobre coisas futuras, posso transformar ele em aleatória. 
Exemplo: eu pago 300 reais pelo que vier na rede de pesca, não importa o que vier, mesmo que não tenha nada. O pescador volta, fica um tempo determinado e na sua rede tem 50 gramas de camarão. Quando que eu pago? 300 reais. Se a rede não tivesse nada? 300 reais. Se na rede tivesse 10 quilos de camarão, quanto que eu pago? 300 reais. 
Percebam, não precisa ser assim, mas eu quis assumir esse risco. O objeto é coisa futura e eu decidi contratar de forma aleatória. 
Empatio Spei “risco pela existência”: mesmo que nada tenha eu continuo pagando 300 reais. Quando eu assumo esse risco eu pago mesmo que não venha nada de camarão. Exceto se decorrer de dolo, pois a conduta dolosa dele afasta o dever de pagar. O difícil vai ser provar que se deu dessa forma. 
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
Empatio Rei Sperate “risco por uma quantidade esperada”: assume o risco por uma quantidade mínima. 
Exemplo: em uma safra normal a Jaqueline planta e tem 80 sacas de soja, suponham ainda que essas custam 100 mil reais. Antes dela plantar a soja, eu quero fazer um contrato de compra e venda aleatório, no qual ela faz o plantio normalmente como de costume, se vier toda a safra eu pago 70 mil reais, eu pago mesmo que não venha toda a safra 70 mil reais, desde que haja no mínimo 20 sacas. Desde que tenha no mínimo 20 sacas eu te pago 70 mil, se vier toda a sua produção eu pago o 70 mil. 
Caso Jaqueline não colha nenhuma saca, quanto eu pago? Nada.
Colha 20 sacas, quanto eu pago? 70 mil.
Colhe 100 sacas, quanto eu pago? 70 mil.
Qualquer conduta, dolosa ou culposa da parte dela também exime o dever de pagar. Tem que provar isso. 
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
3.2.2.2). Expostas à risco de não virem a existir: 
Exemplo: sou colecionadora de vasos chineses. Suponham que encontro um vaso que não tenho, de uma senhora que reside na faixa de saga, em uma zona de conflito, é um vaso de extremamente frágil, ele existe mas pode deixar de existir por que a sua proprietáriareside em um local perigo. “Querida senhorinha, gostaria de comprar o vaso e é avaliado em 100 mil reais, e que a senhora reside em local perigoso. Eu pago 70 e assumo o risco de ele não vier a existir”. A senhora manda o vaso devidamente protegido.
Quando eu recebo o vaso ele chegou inteiramente quebrado, quando eu pago? 70 mil, continuo pagando mesmo que o vaso chegue inteiro. Pois eu decido assumir o risco da coisa não vier a existir. 
Quando a coisa existe e pode deixar de existir, a coisa é sempre integral, sempre pela existência. Não é algo futuro, não dá faculdade de diminuir o risco, posso contratar de forma acidentalmente aleatória que a coisa existe e possa deixar de existir.
Caso eu provar dano, eu não pago preço algum. 
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.
3.3) Efeitos/ consequências jurídicas: 
Rebus: incidência ou não da teoria da Imprevisão. Nos contratos aleatórios não incide a teoria da imprevisão, nos comutativos sim, pois nos aleatórios eu antevejo a imprevisibilidade (eu assumo o risco, eu prevejo o risco). 
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Conceito: “De regra os contratos aleatórios não incidem a teoria da imprevisão, salvo se o evento imprevisível recair sobre elementos comutativo, salvo se recair sobre o elemento comutativo do contrato aleatório”. 
Exemplo da safra. Suponhamos que eu tenha previsto em pagar em dólar os 70 mil, e o mesmo teve um aumento significativo. E lá na frente quando chega a colheita da safra, o dólar esteja 8 para 1 dólar. Posso pedir a revisão do contrato, pois isso está fora do risco que eu assumi, há um elemento comutativo.
Se um elemento previsível, recair sobre um elemento comutativo no contrato aleatório, posso pedir a revisão do contrato. Pois recaiu sobre algo que eu considerava algo certo.
Se não vier nada de safra eu continuo pagando os 70 mil dólares, com a revisão de quando eu vou pagar com o dólar com aumento significativo. 
Lesão: validade dos contratos, virá anulável o negocio jurídico quando incide a lesão. 
Nos contratos aleatórios está afastado o instituto da lesão, pela mesma logica que se afastou a teoria da imprevisão. Não posso agir dessa forma, pois tenho que agir de acordo com a boa-fé.
Vicio evicção: não incide sobre o vício da evicção, pois eu assumi o risco de não vir nada, não posso constar se tratar de estar viciada.
Formação: 
Consensual: como nascem com o encontro de vontades, o consenso, é a mais comum em 90% dos casos, pelo acordo e encontro das vontades. 
Real: eles só nascem com a entrega efetiva do objeto. 
Mútuo: empréstimo de bens fungíveis (dinheiro). Só nasce com a entrega efetiva do objeto. Gratuito – empresto sem cobrar nada. Oneroso – quando eu empresto e cobro os juros. É uma espécie de contrato unilateral e oneroso. 
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Comodato: empréstimo de bem infungível (aquilo que não se substituí), e também é exclusivamente gratuito. 
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.
Depósito: é de coisa móvel, só nasce com a entrega. 
Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame.
Estimatório: compra/venda em consignação. 
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada.
Efeito: todo o contrato real é unilateral. Ele só nasce com a entrega, assim ele já nasce exaurido de obrigações, só fica a outra parte obrigado. 
Tempo de execução: 
Instantânea: contrato o qual logo após a formação, o contrato já presta e contra presta, não tem lapso de tempo.
Diferida: do momento que nasce o contrato até o cumprimento tem um lapso de tempo. 
Continuada: contrato com a unicuritiba. O tempo de execução é continuado, que prestam e contra prestam. Os serviços de advocacia quando se tratam de partido. Não é de um momento só. 
5.1) Efeitos:
Rebus: a teoria da imprevisão não incide em contrato de execução instantânea, só no tempo de execução continuada.
Resolução: “ A sentença resolutória dos contratos continuados tem efeitos ex nunc, já os contratos diferidos e instantâneos ex tunc”.
Resolução é a extinção pelo inadimplemento – a sentença retroage e tudo restaura. Nos contratos diferidos e instantâneos. Ex tunc.
Nos de execução continuada nos preservaremos os efeitos que já foram tidos, ninguém vai devolver nada para ninguém. Dali pro futuro, não mais opera efeitos. A sentença resolutória terá efeitos ex nunc.
Prazo de duração:
Determinado: quando está definido o prazo de duração do contrato.
Indeterminado: três hipóteses. 
1° Quando as partes escreveram, por prazo indeterminado;
2° Quando as partes não falam sobre o prazo;
3° Quando eu tenho um prazo determinado, e o prazo vence e é tacitamente renovado (as partes continuaram agindo normalmente), hipóteses o contrato tem tempo indeterminado.
6.1) Resilição unilateral “extinção pela vontade”: quando tem prazo indeterminado, qualquer das partes pode resilir unilateralmente a qualquer tempo. Sem dar justificativa, sem dar prazo.
Caso ele tiver prazo, tem que dar um motivo, uma justificativa. O fato do prazo ser determinado não pode obrigar as partes perpetuamente.
Mas quando não há determinação de um prazo, há uma expectativa de esforços por um determinado período de tempo, por essa razão é mais fácil se libertar de um contrato com prazo indeterminado, não precisa de causalidade.
Negociação
7.1) Negociado: livremente negociado, o qual as partes exercem a sua autonomia para as clausulas.
7.2) Adesão: o sujeito não pode negociar as clausulas, o conteúdo do contrato, o espaço da autonomia é de aderir ou não a um bloco especifico de clausulas. 
Contrato de adesão não quer dizer somente um contrato de relação de consumo, mas não é a natureza do contrato, é possível contrato de adesão em relações civis. 
Contratos de adesão no qual podem marcar X no a ou no b, a existência desse tipo de clausula não desnatura a característica de ser adesiva, continua sendo um contrato de adesão.
7.3) Efeitos:
Hermenêutica: será mais favorável ao que aderiu se por acaso tenha alguma clausula ambíguas ou contraditórias. 
 Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. 
In dubio pro aderente
Renúncia: é nula as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada de direito. Uma noção de proteger aqueles que aderem. 
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Definitividade
8.1) Definitivo: é aquele que desde logo está pleno e irrevogáveis efeitos. 
8.2) Preliminar: contratos que não estão aptos a produzir plenos direitos, há uma menção há uma futura assinatura de um contrato definitivo (promessa de contrato, compromisso de contrato, memorando de intenções), da leitura do texto do contrato a menção a assinatura de um contrato definitivo, é diferente de negociação preliminar.
 Art. 462. O contrato preliminar, excetoquanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.
Requisito: 
Menção há um contrato definitivo;
Elemento mínimos (objeto, preço).
Execução: se preenchidos os requisitos dos elementos mínimos, somado a eles não havendo clausula de arrependimento das partes, uma das partes pode obrigar a outra a assinar o contrato definitivo. Uma parte notifica a outra para assinar, com um prazo e venha assinar o contrato definitivo.
Não cumprido esse prazo o juiz pode suprir a vontade da parte faltante, a sentença vale como um contrato definitivo. 
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente.
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação.
Compromisso de compra e venda “contrato de gaveta” é o mais comum. Se cumprir os requisitos mínimos e menção a um contrato futuro, terá efeitos de um contrato definitivo. 
Vício Redibitório 
Conceito: Assegura o adquirente contra defeitos físicos, só incide em contratos comutativos e onerosos. 
Defeito tem que ser oculto, entre particulares defeitos aparentes não dão direito algum. Se for uma relação de consumo eu tenho direitos mesmo que seja um defeito aparente. Se o defeito for parente deve o particular ver.
Defeito prévio (preexistente), é dizer que não pode ser um defeito acarretado do mau uso.
Defeito deve acometer a coisa, lhe tornando improprio ao uso que se destina, ou ao menos diminuindo o valor. 
Direitos: 
2.1) Redibir: desfazer o negocio, devolver a coisa estragada e pegar o dinheiro de volta. 
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Sabia que havia o defeito;
Não imaginava que tinha o defeito. 
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Boa-fé alienante: é essencial para o contrato, pois se sabia do defeito não tem nada a fazer, mas se não sabia tem o direito de redibir.
2.2) Estimatoria ou quantiminoris: quando eu desejo um desconto por conta de um defeito que o objeto possui. 
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
Caso o bem se tornou absolutamente improprio ao uso que se destina, nesse cenário não pode quantiminorar, via de regra não consigo pedir desconto. Se o objeto tem seu valor diminuído, tenho uma dupla alternativa de redibir ou quantiminorar. 
Hasta pública: não incide o instituto do vicio redibitório, por exemplo leilões. 
Cláusula: é possível e licito entre particulares, que se coloque uma clausula afastando o instituto do vício, desde que não seja um contrato de adesão. Em relação de consumo, o fornecedor não pode se eximir, do vício, quando muito em defeito aparente. 
Perecimento: é a perda física do objeto, é um perecimento por conta de um defeito oculto. 
Se o bem perece pelo defeito, continua podendo rebidir, pedir o dinheiro de volta, se ela soubesse perdas e danos também. 
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Decadência: do direito de redibir e de quantiminorar. Os prazos, os limites razoáveis. É a perda do direito em si. 
Sempre que prescreve decai? Não, sempre que prescreve não decai, posso ter prescrito a ação pelo direito em si. 
Sempre que decai também prescreve? Sim, se eu não tenho mais o direito em si, não tenho mais o direito de ação. 
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
6.1) Regra: depende se estamos diante de bens moveis ou imóveis. CAPUT. 
6.1.1). Móveis: tem o prazo de 30 dias a contar da tradição (que é a entrega efetiva do bem). 
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel. 
6.1.2) Imóveis: 1 ano a contar da tradição. 
6.2) Posse: quando eu tenho a posse mesmo antes de comprar, contato com a coisa mesmo antes de assinar um contrato de aquisição.
Exemplo: moro de aluguel em um apartamento e o dono decide vender e eu comprar, a minha compra e venda já nasceria sem nenhum prazo de redibir ou quantiminorar. Quando há posso prévia, o termo inicial muda, é a data da assinatura do contrato de compra e venda (a data que eu comprei).
O prazo será reduzido pela metade.
Art.445. Contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
6.2.1) Móveis: 15 dias quanto tem posse prévia.
6.2.2) Imóveis: 6 meses quanto a posse prévia.
Critica da Doutrina: é que o legislador tinha que ter definido quanto tempo de posse previa para reduzir o prazo pela metade. Teve posse previa, tem o prazo pela metade, mesmo que a posso por um dia. 
6.3) + oculto: aquele que por sua natureza só pode conhecer mais tarde, e o sujeito não teve a posse previa. 
§ 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo (do caput) contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias(para conhecer, ter ciência, ele vem antes), em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
6.3.1) Regra: tem que dar um tempo maior para que o defeito se mostre. 
a) Móveis: a partir da tradição 180 dias para conhecer o defeito, com a ciência do defeito no dia 180° a contar da ciência temos o mesmo prazo para redibir ou quantiminorar que é de 30 dias. 
Se eu conhecer no 100° dia, a partir daí tenho mais 30 dias. 
Se o defeito apareceu no dia 181°, perdeu o direito de redibir ou quantiminorar. 
Imóveis: a partir da tradição 1 ano para conhecer o defeito, com a ciência do defeito em um 1 ano, a contar de mais um 1 ano para redibir ou quantiminorar.
6.3.2) Posse: quando tem a posse prévia.
a) Móveis: a partir da assinatura eu tenho 90 dias para ter a ciência, a contar da ciência eu tenho mais 15 dias para redibir ou quantiminorar.
b) Imóveis: a partir da assinatura tem 6 meses para ter a ciência do defeito, a contar da ciência tem mais 6 meses para redibir e quantiminorar. 
Realizado por Luiza Martins.
Proibida à venda 									2016

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