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O desenvolvimento da educação inclusiva no contexto atual 
 
 
REVISTA LATINO-AMERICANA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E SAÚDE 
v. 1, n. 1, p. 98-105, jan.-mar., 2017 
 
98 
ARTIGO DE REVISÃO 
 
 
O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO CONTEXTO ATUAL 
 
THE DEVELOPMENT OF INCLUSIVE EDUCATION IN THE CURRENT 
CONTEXT 
 
Rita de Cassia Lopes 
Professora da rede pública, graduada em Pedagogia (UVA), especialista em Supervisão 
Escolar, Psicopedagogia e Orientação Educacional (FIP), mestre em Educação em Ciências da 
Educação (ISEL) 
E-mail: ritadecassia.igaracy@hotmail.com 
 
Resumo: Trata-se de uma revisão bibliográfica que teve por objetivo promover 
uma abordagem sobre a educação inclusiva no contexto atual, oportunidade em 
que enumerou-se as bases pedagógicas da educação inclusiva e se discutiu a 
formação docente para essa modalidade educativa. O desenvolvimento de uma 
educação inclusiva se propõe, portanto, a atender às necessidades de todos os 
alunos, procurando ser democrática e igualitária, rompendo com estigmas e 
estereótipos, mudando atitudes e crenças, com o intuito de garantir a efetividade 
dos direitos, bem como o acesso ao espaço educacional e social. A proposta da 
educação inclusiva reconhece a necessidade e a urgência de garantir a educação 
para crianças, jovens e adultos, com necessidades educacionais especiais no 
quadro do sistema regular de educação, em todos os níveis educacionais. E tendo 
como princípio o reconhecimento e a valorização das diferenças humanas, requer 
das escolas ambientes com condições de garantir acesso, participação, interação e 
autonomia para todos os alunos. No novo panorama educacional, a formação 
docente para inclusão constitui um dos maiores desafios para construir Sistemas 
educacionais inclusivos. Enfrentar esse desafio é condição essencial para atender 
à expectativa de democratização da Educação em nosso país. Reconhecendo a 
importância fundamental do papel do docente no desenvolvimento de Sistemas 
educacionais inclusivos, recaem as esperanças de melhoria da Educação. É 
desejável que todo professor desenvolva as capacidades e potencialidades de seus 
alunos, considerando os que demonstram dificuldades acentuadas de 
aprendizagem ou limitações no processo de seu desenvolvimento. No contexto da 
educação inclusiva, o papel desempenhado pelo professor deve ser baseado numa 
perspectiva que transforme o espaço adequado a todos, com acesso às mesmas 
oportunidades de aprendizagem. E como educador ele deve adquirir habilidades 
que conduza a refletir, aperfeiçoar e analisar a sua prática pedagógica. Lançar um 
novo olhar em meio aos diferentes contextos sociais e culturais e ainda considerar 
os diferentes níveis e ritmos de aprendizagem para desenvolver atividades 
diversificadas de acordo com as peculiaridades de cada um. 
 
Palavras-chave: Educação Inclusiva. Desenvolvimento. Importância. 
 
Abstract: It is a bibliographical review that aimed to promote an approach on 
inclusive education in the current context, where the pedagogical bases of 
inclusive education were enumerated and teacher training for this educational 
modality was discussed. The development of an inclusive education therefore 
proposes to meet the needs of all students, seeking to be democratic and 
egalitarian, breaking with stigmas and stereotypes, changing attitudes and 
O desenvolvimento da educação inclusiva no contexto atual 
 
 
REVISTA LATINO-AMERICANA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E SAÚDE 
v. 1, n. 1, p. 98-105, jan.-mar., 2017 
 
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beliefs, with the purpose of guaranteeing the effectiveness of the rights, as well as 
the Access to educational and social space. The inclusive education proposal 
recognizes the need and urgency to ensure education for children, youth and 
adults with special educational needs within the framework of the regular 
education system at all levels of education. And having as a principle the 
recognition and appreciation of human differences, requires of the schools 
environments with conditions to guarantee access, participation, interaction and 
autonomy for all students. In the new educational landscape, teacher education 
for inclusion is one of the greatest challenges to building inclusive educational 
systems. Facing this challenge is an essential condition to meet the expectation of 
democratization of Education in our country. Recognizing the fundamental 
importance of the role of teachers in the development of Inclusive Education 
Systems, there is hope for improvement in Education. It is desirable that every 
teacher develops the abilities and potentialities of his students, considering those 
who demonstrate marked difficulties of learning or limitations in the process of 
their development. In the context of inclusive education, the role of the teacher 
should be based on a perspective that makes the right space for all with access to 
the same learning opportunities. And as an educator he must acquire skills that 
lead him to reflect, perfect and analyze his pedagogical practice. To launch a new 
look in the midst of different social and cultural contexts and also to consider the 
different levels and rhythms of learning to develop diversified activities according 
to the peculiarities of each one. 
 
Keywords: Inclusive Education. Development. Importance. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A proposta de Educação inclusiva aponta 
possibilidades de mudanças no Sistema 
educacional mais justo e igualitário a todos, e 
esta concepção não restringe numa ação isolada 
na escola. Por isso é preciso apoio e 
compromisso para mudar a cultura da escola, 
além do esforço unificado de todos. Dessa 
maneira é possível buscar suportes que 
garantam a eficácia da ação pedagógica. 
As práticas arraigadas nas escolas 
tradicionais, com caráter seletivo. Nesse 
sentido, afirma Rodrigues (2006, p. 317), que 
“são por vezes essas ideias (mal) feitas, que 
contribuem para sedimentar valores e práticas 
que não aproximam da educação inclusiva”. 
Pensando assim, para elaborar uma 
proposta condizente com um ideal que 
permeiem o princípio da inclusão no âmbito da 
vida escolar, é conveniente elencar a 
necessidade de novas práticas pedagógicas. 
Considerando a heterogeneidade do alunado e 
seu fluxo de escolarização é cabível repensar a 
proposta pedagógica que rege a escola, 
buscando uma definição mais estruturada 
acerca da Educação especial e os suportes 
necessários a sua implementação. 
Sob esse aspecto, segundo Santiago 
(2003), é perceptível uma certa resistência sob 
a transformação do espaço acessível a todos 
pela falta de amparo, pois o processo de 
inclusão deve ser compartilhado por vários 
segmentos sociais, não ficando apenas ao 
encargo da escola, ou do professor. 
O presente artigo tem por objetivo 
promover uma abordagem sobre a educação 
inclusiva no contexto atual, oportunidade em 
que enumerou-se as bases pedagógicas da 
educação inclusiva e se discutiu a formação 
docente para essa modalidade educativa. 
Posteriormente, comentou-se o 
desenvolvimento do atendimento educacional 
especializado e apresentou-se a importância da 
participação das famílias no processo de 
inclusão escolar dos portadores de deficiências. 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
2.1 BASES PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA 
 
Os princípios da educação inclusiva 
constituem matéria complexa, tendo como 
ponto de partida a percepção do aprendiz como 
elemento central da aprendizagem, garantindo 
o respeito à diversidade e procurando 
desenvolver um ambiente em que sejam 
O desenvolvimento da educação inclusiva no contexto atual 
 
 
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promovidos a igualdade e o exercício da 
cidadania. Estes três temas: diversidade, 
igualdade e cidadania norteiam toda a estruturado sistema de ensino que busca redimensionar 
as escolas para responder às necessidades de 
todas as crianças. 
As Diretrizes Nacionais para a Educação 
Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001, p. 
8) situam a inclusão como: 
 
[...] a garantia, a todos, do acesso contínuo ao 
espaço comum da vida em sociedade, 
sociedade essa que deve ser orientada por 
relações de acolhimento à diversidade 
humana de aceitação das diferenças 
individuais, de espaços coletivos na 
equiparação de oportunidades de 
desenvolvimento, com qualidade, em todas as 
dimensões da vida. 
 
O respeito à diversidade, portanto, é um 
dos critérios educativos que indica a nova 
concepção do fazer educação. Busca-se atender 
às especificidades individuais do aluno, 
incentivando uma ação educativa baseada no 
reconhecimento, valorização de cada pessoa em 
sua singularidade e centrada na colaboração e 
participação de todos, aglutinando as 
experiências culturais, étnicas e 
socioeconômicas, além de direcionar o olhar às 
necessidades educacionais especiais dos alunos 
a fim de favorecer a aprendizagem. 
O desenvolvimento de uma educação 
inclusiva se propõe, portanto, a atender às 
necessidades de todos os alunos, procurando 
ser democrática e igualitária, rompendo com 
estigmas e estereótipos, mudando atitudes e 
crenças, com o intuito de garantir a efetividade 
dos direitos, bem como o acesso ao espaço 
educacional e social. 
Nesse sentido, a educação deve se 
organizar por meio de um novo sistema, o de 
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender 
a viver juntos e apender a ser, que sustenta o 
movimento mundial de educação: 
 
Aprender a conhecer: possibilita o acesso à 
cultura geral da humanidade, em 
profundidade, possibilitando conhecer o 
mundo que lhe rodeia, para viver dignamente, 
despertar para a curiosidade intelectual e 
desenvolver suas capacidades profissionais; 
Aprender a fazer: nova tendência que leva a 
educação a se organizar no sentido de 
proporcionar aos aprendizes capacidade de 
comunicar, de trabalhar com os outros, de 
gerir e de resolver conflitos; 
Aprender a viver juntos: essa ideia de 
aprendizagem na escola atual 
sinaliza uma necessidade emergente de 
aprender conhecimentos sobre a diversidade 
humana e a tomada de consciência das 
semelhanças e da interdependência de todos 
os seres humanos do planeta. 
Aprender a ser: a educação contribui para o 
desenvolvimento total do aprendiz: espírito, 
corpo e inteligência, sensibilidade, sentido 
estético, responsabilidade pessoal, 
espiritualidade, tornando-se um ser que 
elabora pensamento autônomo, crítico e que 
formula seu próprio juízo de valor, podendo 
agir nas diferentes circunstâncias da vida 
(UNESCO apud AINSCW, 2009, p. 141). 
 
Uma educação com esses pressupostos dá 
lugar a interações políticas, culturais e práticas 
de aprendizagem significativa, baseada na 
cooperação e na diferenciação, construindo uma 
sociedade para todos, com direitos e exercício 
pleno de cidadania, liberdade e justiça social. 
De acordo com Barbosa (2006, p. 39): a 
atenção à diversidade na educação brasileira 
procura se organizar baseando-se nos seguintes 
princípios: 
 
i. a preservação da dignidade humana, na qual 
toda e qualquer pessoa é digna e merecedora 
do respeito de seus semelhantes e do direito às 
boas condições de vida e à oportunidade de 
realizar seus objetivos e que o direito de 
igualdade de oportunidades seja respeitado; 
ii. a busca da identidade humana, que trata de 
um caminho nunca suficientemente acabado: 
todo cidadão deve encontrar uma identidade 
só sua; 
ii. o exercício da cidadania, entendido como 
valores democráticos de solidariedade 
Neste contexto, a inclusão propõe espaços de 
expressão das diferenças e dos conflitos. Faz 
valer a liberdade, facilita a convivência com o 
diferente, do ponto de vista tanto dos valores 
como dos costumes, das crenças, da religião e 
da expressão artística, das capacidades e das 
limitações de cada ser. 
 
A proposta da educação inclusiva 
reconhece a necessidade e a urgência de 
garantir a educação para crianças, jovens e 
adultos, com necessidades educacionais 
especiais no quadro do sistema regular de 
educação, em todos os níveis educacionais. E 
tendo como princípio o reconhecimento e a 
valorização das diferenças humanas, requer das 
escolas ambientes com condições de garantir 
O desenvolvimento da educação inclusiva no contexto atual 
 
 
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acesso, participação, interação e autonomia 
para todos os alunos. 
Na perspectiva da Educação inclusiva, a 
escola é um espaço que requer transformação e 
para esse fim, pressupõe uma grande reforma 
no Sistema educacional implicando numa 
flexibilização ou adequação do currículo, onde o 
mesmo servirá de elo entre o planejamento e as 
ações que dirigem as atividades educativas na 
escola. 
Partindo desse pressuposto para adequar 
a realidade da clientela, Carvalho (2007), 
destaca que é necessário empreender algumas 
mudanças curriculares em respostas às 
necessidades emergentes, incorporando 
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores 
que os alunos precisam adquirir para tornar-se 
membro ativo da sociedade. Essa visão tornará 
o currículo dinâmico, alterável para atender as 
peculiaridades do educando. 
Convém elaborar uma proposta curricular 
que se ajuste as diversas situações, visando à 
melhoria da qualidade da aprendizagem. Torna-
se relevante a participação dos diferentes 
segmentos da escola para ocorrer uma 
reorganização da mesma nos aspectos 
pedagógicos e administrativos. 
Mantoan (2006) chama atenção aos 
papéis desempenhados pelos membros da 
organização escolar e a descentralização da 
gestão como condições que propiciam a 
autonomia, num novo caráter pedagógico. Esse 
enfoque pedagógico coloca em questão as 
formas de organização da escola e contrapõe-se 
à visão conservadora de Educação. Todavia na 
proposta de gestão democrática, acentua-se a 
necessidade de um melhor relacionamento 
humano na participação das decisões com ações 
efetivas para atingir os objetivos escolares e 
promover melhores condições de viabilização 
do processo de ensino-aprendizagem. 
É imprescindível que as práticas 
pedagógicas fundamentem-se em pressupostos 
teóricos que venham sustentar e auxiliar na 
construção do Projeto Político-pedagógico, com 
intuito de organizar o processo educativo e 
ampliar a qualidade do ensino. 
Na concepção de Veiga (1995, p.11), “A 
Escola é o lugar de concepção, realização e 
avaliação de seu projeto educativo, uma vez que 
necessita organizar seu trabalho pedagógico 
com base em seus alunos”. 
Acrescenta ainda Veiga (1995), que nessa 
perspectiva é fundamental que ela assuma suas 
responsabilidades, sem que as esferas 
administrativas tomem essa iniciativa, mas que 
lhe deem as condições para levá-la adiante. 
Essa ação intencional visa uma articulação e 
inclui uma dinâmica de relações estabelecidas. 
Sob esse prisma, a Escola deverá desempenhas 
a sua função social, estabelecendo alianças com 
as famílias, além de outras parcerias que 
servirão de sustentáculo. 
A escola terá que fortalecer suas bases 
pedagógicas, promovendo capacitações a todos 
os envolvidos neste processo, envolvidos no 
compromisso de transformar a escola. Contudo, 
para reorganizar as escolas sob a ótica da 
inclusão, grandes desafios existirão, pois 
envolve mudança de paradigma e depende de 
um encadeamento de ações. 
 
2.2 A FORMAÇÃO DOCENTE PARA A 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
No novo panorama educacional, a 
formação docente para inclusão constitui um 
dos maiores desafios para construir Sistemas 
educacionais inclusivos. Enfrentar esse desafio 
é condição essencial para atenderà expectativa 
de democratização da Educação em nosso país. 
Reconhecendo a importância fundamental do 
papel do docente no desenvolvimento de 
Sistemas educacionais inclusivos, recaem as 
esperanças de melhoria da Educação. É 
desejável que todo professor desenvolva as 
capacidades e potencialidades de seus alunos, 
considerando os que demonstram dificuldades 
acentuadas de aprendizagem ou limitações no 
processo de seu desenvolvimento. 
Na concepção de Santiago (2003), a 
precariedade ou ausência de estratégias 
educacionais adequadas para esses alunos por 
parte da equipe pedagógica, da comunidade 
escolar, pode levar ao agravamento da situação, 
contribuindo para o comportamento de rebeldia 
e atitudes discriminatórias. 
O professor sofre pressão para 
acompanhar as mudanças e lidar melhor com a 
diversidade do público. Sendo necessário 
coragem de desafiar as práticas de ensino 
excludentes que são características dos 
Sistemas educacionais tradicionais e constitui o 
início de uma caminhada de desenvolvimento 
profissional e de combate à exclusão social 
através da promoção de escolas e salas de aula 
inclusivas. 
Para favorecer uma nova perspectiva de 
ensino, Delors (2004, p. 155), acredita que o 
futuro professor deve: 
O desenvolvimento da educação inclusiva no contexto atual 
 
 
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[...] Estabelecer uma nova relação com quem 
está aprendendo, passar do papel de “solista” 
ao de “acompanhante”, tornando-se não mais 
alguém que transmite conhecimentos, mas 
aquele que ajuda aos seus alunos a encontrar, 
organizar e gerir saber, guiando mas não 
modelando os espíritos, e demonstrando 
grande firmeza quanto aos valores 
fundamentais que devem orientar a vida. 
 
Diante da complexidade da questão o 
professor sozinho não pode desenvolver um 
bom trabalho. Por esse motivo, é necessário a 
constituição de uma equipe interdisciplinar, 
que permita pensar o trabalho educativo 
interligando aos diversos campos de 
conhecimento, recorrendo eventualmente ao 
apoio de outros profissionais, a exemplo do 
psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo, 
fisioterapeuta etc. 
A formação dos professores ganha 
destaque entre as demandas mais emergentes 
ao aprofundamento do processo de inclusão. É 
importante a participação em cursos de 
atualização a todos da escola, com abordagens 
teóricas que visam práticas de ensino 
renovadas. Diante desse pressuposto, Carvalho 
(2007, p. 159), enfatiza que “o sentido e o 
significado da formação continuada que não 
coloca, apenas, restrita aos cursos oferecidos 
aos professores para se atualizarem”. 
Percebe-se a necessidade de buscar na 
formação docente, auxílio na aquisição do 
desenvolvimento sobre o conhecimento na área 
de Educação inclusiva, para conhecer as 
necessidades, dificuldades de cada aprendiz e 
elaborar estratégias juntamente com outros 
profissionais. Essa ação implica numa 
preparação que requer envolvimento para 
construir um projeto educacional coletivo, com 
coerência e continuidade. 
O papel desempenhado pelo professor 
deve ser baseado numa perspectiva que 
transforme o espaço adequado a todos, com 
acesso às mesmas oportunidades de 
aprendizagem. E como educador ele deve 
adquirir habilidades que conduza a refletir, 
aperfeiçoar e analisar a sua prática pedagógica. 
Lançar um novo olhar em meio aos diferentes 
contextos sociais e culturais e ainda considerar 
os diferentes níveis e ritmos de aprendizagem 
para desenvolver atividades diversificadas de 
acordo com as peculiaridades de cada um 
(MANTOAN, 2006). 
Sendo o professor um eterno aprendiz, 
cabe a ele ser um pesquisador que busque se 
atualizar com sustentação nos teóricos para 
inovar e dinamizar o ensino. Utilizar 
conhecimentos tecnológicos e vários recursos 
metodológicos que propiciem oportunidades de 
participação na construção do conhecimento. 
Esse perfil de professor é abordado por 
Rodrigues (2006, p. 232), que afirma: 
 
Além dessas novas habilidades com relação à 
diferenciação curricular e estratégicas de 
ensino dinâmicas, espera-se que o (a) 
professor (a) domine as novas tecnologias de 
informação e comunicação (TIC), talvez hoje 
uma das habilidades mais importantes para o 
docente adquirir e uma das áreas de 
conhecimento mais promissoras com relação à 
aprendizagem dinâmica para quem atua no 
campo da Educação. 
 
O aprofundamento do processo de 
inclusão deve ser compartilhado com vários 
segmentos sociais, não ficando apenas no 
encargo da escola, ou do professor, sendo 
imprescindível uma participação mais 
qualificada dos educadores para o avanço desta 
importante reforma educacional. 
 
3.3 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL 
ESPECIALIZADO 
 
O Atendimento Educacional 
Especializado destina-se a ampliar o ampliar o 
conhecimento do aluno com aluno com 
deficiência intelectual. Ele não procura 
solucionar os obstáculos da deficiência e centra-
se na missão de proporcionar meios através do 
qual o aluno possa acessar o conhecimento 
particular e pessoal. 
Segundo Mantoan (2006, p. 27), o 
atendimento educacional especializado: 
 
[...] é necessariamente diferente no ensino 
para melhor atender às especificidades dos 
alunos com deficiência. Abrange, sobretudo, 
instrumentos necessários à eliminação das 
barreiras naturais que as pessoas com 
deficiência têm para relacionar-se com o 
ambiente externo. Exemplos: o ensino da 
língua brasileira de sinais (Libras) e do código 
braile e o uso dos recursos de informática e de 
outras ferramentas e linguagens que precisam 
estar disponíveis nas escolas ditas regulares. 
 
A missão do atendimento educacional 
especializado é eliminar as barreiras, 
O desenvolvimento da educação inclusiva no contexto atual 
 
 
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permitindo que haja uma plena participação 
dos alunos no processo educativo, 
proporcionando aos mesmos, autonomia e 
independência na escola e fora dela. 
No documento divulgado em 2004, 
abordando 'O acesso de alunos com deficiência 
às escolas e classes comuns da rede regular', o 
Ministério Público Federal (BRASIL, 2004), 
além de considerar o atendimento educacional 
especializado como sendo uma forma de 
garantir reconhecimento e o atendimento das 
particularidades dos alunos com deficiência. 
Diante dessas considerações, percebe-se 
que a educação inclusiva visa garantir o acesso 
de qualquer criança de acesso ao ensino básico, 
organizando ações pedagógicas capazes de 
atenderem às necessidades dos alunos com 
deficiência, de modo que os mesmos possam se 
sentirem como parte da escola, beneficiando do 
convívio com as demais crianças. 
Informam Gomes; Poulin e Figueiredo 
(2010, p. 8) que: 
 
O trabalho do professor de atendimento 
educacional especializado voltado para o 
aluno com deficiência intelectual se 
caracteriza essencialmente pela realização de 
ações específicas sobre os mecanismos de 
aprendizagem e desenvolvimento desses 
alunos. O AEE se realiza essencialmente na 
sala de recursos multifuncionais. 
 
Assim sendo, para melhor exercer o seu 
papel, o professor do atendimento educacional 
especializado, deve saber desenvolver 
ações/atividades capazes de resultar numa 
aprendizagem produtiva para o aluno com 
deficiência. Para tanto, ele deve ter sempre em 
mente que o AEE fundamenta-se em situações-
problema, contribuindo assim para o 
desenvolvimento da capacidade de raciocínio 
dos alunos, aos quais esse atendimento 
encontra-se direcionado. 
Comentando esse raciocínio, Gomes; 
Poulin e Figueiredo (2010, p. 8) destacam ainda 
que: 
 
Para desenvolver o AEE, é imprescindível que 
o professor conheça seu aluno e suas 
particularidadespara além da sua condição 
cognitiva. O trabalho do professor do AEE é 
ajudar o aluno com deficiência intelectual a 
atuar no ambiente escolar e fora dele, 
considerando as suas especificidades 
cognitivas. Especificidades que dizem respeito 
principalmente à relação que ele estabelece 
com o conhecimento que promove sua 
autonomia intelectual. 
 
O aluno com deficiência intelectual 
precisa desenvolver-se. Para tanto, o professor 
do atendimento educacional especializado que 
atua numa na sala de recursos multifuncionais, 
precisa saber organizar situações que favoreçam 
o esse desenvolvimento, ao mesmo tempo em 
que estimulem o desenvolvimento cognitivo e a 
aprendizagem neste espaço privilegiado. 
Completando esse pensamento Carvalho 
(2007 p. 67), afirma que: 
 
[...] podemos considerar o atendimento 
especializado tanto do ponto de vista de quem 
o oferece - o profissional que se especializa - 
como do ponto de vista do sujeito que o recebe 
e que, como indivíduo, é um ser particular, 
singular em seus interesses, em suas 
características pessoais e sociais. Servem 
como exemplos - no caso dos profissionais - os 
professores que se especializam para trabalhar 
em educação infantil; no Ensino Fundamental 
de primeira a quarta séries; na educação de 
jovens e adultos ou no atendimento a cegos, 
surdos, com paralisia cerebral, com autismo 
[...]. E, no caso dos sujeitos que recebem o 
atendimento educacional especializado eles 
são os próprios aprendizes, valorizados em 
suas particularidades. 
 
No AEE, o professor exercer um papel de 
suma importância. Pois, é através de suas ações 
que o aluno com deficiência intelectual 
desenvolve seu intelecto e constrói seu 
conhecimento, passando a melhor interagir com 
o processo educativo, tornando-se agente 
participativo e adquirindo conhecimentos que 
lhe serão úteis ao longo da vida. 
 
2.4 PARTICIPAÇÃO DAS FAMÍLIAS NO 
PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR DOS 
PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS 
 
O processo educativo é dinâmico e possui 
uma dimensão coletiva, ou seja, ele não 
somente desenvolve a partir da escola ou 
exclusivamente com a escola. Para que ocorra o 
sucesso no processo educativo é de suma 
importância que seja desenvolvido contando 
com uma parceria com a família do educando. 
Assim, quanto mais sólida for essa parceria, 
maiores e melhores serão os resultados do 
processo educativo. 
O desenvolvimento da educação inclusiva no contexto atual 
 
 
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Entretanto, com a educação inclusiva 
ocorre a mesma coisa: para sua promoção e 
efetivação, exige-se um grande envolvimento da 
família, através de um acompanhamento 
permanente, permitindo que o professor 
repasse para os pais informações/orientações 
que serão úteis no dia a dia da criança 
portadora de deficiência. 
De acordo com Sousa et al. (2016, p. 4): 
 
A participação dos pais é fundamental para o 
desenvolvimento, aprendizagem e interação 
da criança no contexto escolar. Visto que a 
inclusão não se limita a colocar a criança 
dentro da escola, é preciso que ela consiga 
interagir de acordo com suas potencialidades 
com outras crianças. Salientamos que é 
essencial a compreensão de que a inclusão e 
integração de qualquer cidadão com 
necessidades especiais ou não, são 
condicionadas pelo seu contexto de vida, ou 
seja, dependem das condições sociais, 
econômicas e culturais da família, da escola e 
da sociedade. E mais importante é que educar 
é um ato de amor, onde o professor tem que ir 
além do conhecimento teórico, pois é preciso 
percepção e sensibilidade para identificar as 
necessidades dos alunos. 
 
Na forma demonstrada, é por demais 
importante que a família da criança portadora 
de deficiência participe ativamente do processo 
educativo. Essa participação é necessária 
porque o professor precisa conhecer melhor a 
criança e ao mesmo tempo repassar para os pais 
aquilo que ele precisam colocar em prática em 
casa, para que a criança assimile e não perca a 
noção dos ensinamentos repassados em sala de 
aula. 
Ademais, o professor passa apenas uma 
parte do dia com a criança. Em muitas escolas, 
esse período se resume a quarto horas. O 
restante do dia a criança passa em casa, com 
seus familiares, e estes necessitam também 
colocar em prática aquilo que a escola 
desenvolve, facilitando, assim, o processo de 
inclusão. 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A inclusão do aluno portador de 
deficiência no ensino regular é um processo 
complexo, que exige uma completa mudança de 
postura por parte da escola. Esta precisa mudar 
o seu perfil se quiser ser considerada como 
sendo inclusiva. E essa mudança deve atingir 
todos os seus níveis. 
Nesse processo de transformação da 
escola, o professor assume um papel de 
destaque. Ele precisa está aberto às mudanças e 
compreender que nunca estará completamente 
preparado para promover a inclusão, 
simplesmente porque cada aluno portador de 
deficiência possui suas particularidades. E isto 
exige do professor „um saber especial‟, uma 
dedicação e mais do que isto, um compromisso. 
Diante desta realidade, para atuar na 
Educação Inclusiva o professor precisa está em 
constante capacitação, sempre buscando novos 
conhecimentos, participando das chamadas 
formações continuadas, enriquecendo seus 
conhecimentos e compartilhando experiências. 
Dito com outras palavras, o professor para 
atuar na educação inclusiva precisa colocar em 
prática o „aprender a aprender‟, que representa 
um dos pilares da educação do século XXI. 
 
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como essa tarefa deve ser conceituada? In: 
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