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Resumo Administrativo Fernanda Marinela 2014

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AULA 01
Indicação de doutrinas:
Celso Antonio Bandeira de Melo
José dos Santos Carvalho Filho
Fernanda Marinela
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO: São as normas, impostas coativamente pelo Estado, que vão disciplinar a sociedade, permitindo a coexistência harmônica dos indivíduos.
DIREITO POSTO: é o Direito vigente num dado momento histórico.
O Direito é dividido em RAMOS: 
 Direito Público
Direito Privado
 Direito Interno
 Princípios jurídicos vigentes em cada um dos Estados.
 Direito Internacional 
 Relação com outros Estados
Direito Público ≠ Ordem Pública
Direito Público: se preocupa com a atuação do Estado na satisfação do interesse público.
Ordem Pública: é aquela norma imposta coativamente e inafastável. Não pode ser afastada pelas partes. Existem normas de ordem pública no Direito Público e no Direito Privado.
Ex.: regras de capacidade civil e regras de impedimento do casamento.
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO:
1 - Escola Legalista (Exegética/Empírica/Caótica)
O direito Administrativo é meramente um estudo de leis (e não de leis e princípios).
2 - Escola do Serviço Público
O Direito Administrativo vai estudar o serviço público, que abrangia toda a atuação do Estado 
Essa teoria não foi aceita por ser muito abrangente.
3 - Critério do Poder Executivo (cai muito em concurso)
O Direito Administrativo se preocupa tão somente com o Poder Executivo.
Esse conceito não é correto, pois o Direito Administrativo também estuda o Poder Legislativo e o Poder Judiciário na atividade administrativa.
4 - Critério das Relações Jurídicas
O Direito Administrativo é como um conjunto de normas que rege as relações entre Administração x Administrados.
Esse conceito não foi aceito por ser muito abrangente também.
5 - Critério Teleológico
O Direito Administrativo é um sistema de princípios jurídicos que regula a atividade do Estado no cumprimento dos seus fins.
Esse conceito é acolhido pela Doutrina brasileira - por Osvaldo Aranha Bandeira de Melo - porém ele é tido insuficiente e precisa de complemento.
6 - Critério Residual OU Critério Negativo
O Direito Administrativo é definido por exclusão, retira-se o que é “legislar” (função legislativa) e o que é “julgar” (função judiciária), o que sobrar é Direito Administrativo.
Esse critério também foi aceito, porém também precisa ser complementado.
7 - Critério da Distinção entre Atividade Jurídica e Atividade Social do Estado
O Direito Administrativo não se preocupa com o Social, apenas com o jurídico.
8 - CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Conceito criado por Heri Lopes Meireles, que juntou outros conceitos e diz então que o Direito Administrativo é um conjunto harmônico de regras e princípios (chamado hoje de Regime Jurídico Administrativo) que regem órgãos, entidades, agentes no exercício da atividade administrativa tendentes a realizar de forma concreta, direta e imediata os fins desejados pelo Estado (que são definidos pelo Direito Constitucional).
Atuação DIRETA: a atuação do Administrativo ocorre independentemente de provocação (por isso a função jurisdicional não faz parte do Direito Administrativo).
Atuação CONCRETA: destinatário determinado, efeitos concretos (por isso a função legislativa do Estado não faz parte do Direito Administrativo, por ser função abstrata).
Atuação IMEDIATA: o Direito Administrativo se preocupa com a função jurídica do Estado, e não com o social (mediata).
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO:
LEI
A lei em sentido amplo, pois se refere a qualquer espécie normativa CF, LC, LO, MP etc.
O ordenamento jurídico brasileiro é organizado em uma estrutura escalonada, hierarquizada, obedecendo-se a relação de compatibilidade vertical.
RELAÇÃO DE COMPATIBILIDADE VERTICAL: uma norma inferior tem que ser compatível com a norma superior.
CF
Leis 
Regulamentos
DOUTRINA
Resultado do trabalho dos nossos estudiosos
JURISPRUDÊNCIA
São julgamentos reiterados de um Tribunal no mesmo sentido.
COSTUMES
Prática habitual, acreditando ser ela obrigatória.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
Formam a base da ciência, representa o alicerce, são as vigas mestras do Direito.
Podem ser expressos ou implícitos.
Ex.: ninguém pode causar dano a outrem, norma implícita no ordenamento jurídico. É vedado o enriquecimento ilícito, ninguém pode se beneficiar da própria torpeza.
SISTEMAS ADMINISTRATIVOS (ou Mecanismos de Controle):
1- Sistema de CONTENCIOSO Administrativo (ou Sistema Francês)
Praticado um ato administrativo, a revisão desse ato vai ser feita pela própria Administração.
Excepcionalmente, o Poder Judiciário pode revisar.
Ex.: o Poder Judiciário vai controlar a atividade pública de caráter privado, ações ligadas ao estado e à capacidade das pessoas, propriedade privada e repressão penal.
Regra: controle pela própria Administração.
Exceção: controle pelo Poder Judiciário.
2 - Sistema de JURISDIÇÃO ÚNICA (ou Sistema Inglês)
É o sistema adotado pelo Brasil.
Quem decide, quem dá a última palavra, é o Poder Judiciário.
 A administração pode até fazer o controle, mas o Poder Judiciário pode rever.
Regra: controle pelo Poder Judiciário.
Questão: É possível a criação de um sistema misto de controle?
Não, porque os dois sistemas já misturam tudo naturalmente. No Sistema Contencioso a AP faz o controle, que pode ser revisto pelo Poder Judiciário, enquanto que no Sistema de Jurisdição Única o controle é feito pelo poder judiciário e a AP pode rever. Portanto, o que diferencia um do outro é a predominância.
CONCEITO DE ESTADO:
Estado é uma pessoa jurídica, pois goza de personalidade jurídica (aptidão para ser sujeito de direitos e deveres).
É pessoa jurídica de Direito Público.
O antigo Código Civil adotava a Teoria da Dupla Personalidade, na qual o Estado ora tinha personalidade pública ora tinha personalidade privada. Esta teoria foi superada no Brasil, e não é mais adotada.
Elementos do Estado:
Povo
Território (base física do Estado)
Governo
Finalidades específicas
Conceito de ESTADO DE DIREITO: é aquele Estado politicamente organizado e que obedece a suas próprias leis.
CONCEITO DE GOVERNO:
É o comando, a direção do Estado.
Para que o Estado seja independente, é importante que o seu governo seja soberano.
Governo Soberano Independência na ordem internacional
 Supremacia na ordem interna
PODERES/FUNÇÕES DO ESTADO:
Funções Típicas (funções principais, precípuas)
Funções Atípicas (secundárias)
PODER LEGISLATIVO
Função Principal: legislar (função legiferante).
Função Secundária: administrar e julgar.
Ex.: julga Presidente da República em processo de impeachment.
CARACTERÍSTICAS da função principal: 
- inovar o ordenamento jurídico; 
- função abstrata (a norma é aplicada a todos que estiverem na mesma situação);
- aplicação geral (se aplica a todos).
PODER JUDICIÁRIO
Função Principal: função jurisdicional (poder de solucionar conflitos, lides).
Função Secundária: administrar
CARACTERÍSTICAS da Função Principal: 
-não inova o ordenamento jurídico; 
-função concreta;
-função indireta (depende de provocação);
-intangibilidade jurídica.
Esses 3 últimos são Somente a função jurisdicional tem os efeitos da coisa julgada.
PODER EXECUTIVO
Função Principal: função administrativa (executa o ordenamento vigente).
Função Secundária: legislar
Ex.: Presidente da República na edição de Medida Provisória.
CARACTERÍSTICAS da Função Principal:
- não inova o ordenamento jurídico; 
- função direta (não depende de provocação)
-função concreta (tem destinatário determinado, produz efeitos concretos)
- função revisível pelo Poder Judiciário (não tem intangibilidade jurídica, não tem os efeitos da coisa julgada).
* No Direito Administrativo existe a Coisa Julgada administrativa, porém é diferente da Coisa Julgadajudicial.
COISA JULGADA ADMINISTRATIVA: é quando na via administrativa não pode mais interpor recurso. Mas nada impede que a situação seja modificada, alterada, revista na via judicial.
FUNÇÃO POLÍTICA/DE GOVERNO: não é legislar, nem julgar nem administrar. São decisões de maior importância.
Ex.: declarar a guerra, celebrar a paz; estado de defesa, estado de sitio; sanção e veto.
CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 
É o aparelhamento do Estado, é maquina administrativa que realiza as necessidades coletivas.
A Administração Pública tem 2 enfoques: 
Aspecto Formal/Orgânico/Subjetivo: 
Administração Pública enquanto estrutura estatal. 
Utiliza-se a letra maiúscula.
Aspecto Material/Objetivo:
Refere-se à atividade administrativa.
Utiliza-se a letra minúscula.
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
Conceito: é um conjunto sistematizado harmônico de princípios e regras, que guardam entre si uma correlação lógica, que serve como base da disciplina.
TEORIA DA PONDERAÇÃO DOS INTERESSES: sempre que existe um conflito, uma regra é aplicada e a outra excluída do ordenamento (modo disjuntivo). Porém, quando se trata de Princípios, deverá ser feita a ponderação dos princípios. Todos eles são válidos e devem ser aplicados. O que acontece é que, ora prevalece um, ora prevalece outro. Mas nenhum será excluído do ordenamento.
PRINCÍPIO: proposição básica que está na base do ordenamento jurídico (vigas mestras de uma disciplina).
Princípios Mínimos da Administração Pública: (art. 37, caput, CF) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (LIMPE).
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...).
PEDRAS DE TOQUE: (Celso Antônio Bandeira de Melo) são os princípios que estão na base supremacia do interesse publico e a indisponibilidade do interesse público.
INTERESSE PÚBLICO: é aquele contrário ao interesse privado, individual. É o interesse do conjunto social. O interesse público nada mais é do que o somatório dos interesses individuais, em sua qualidade de membro da sociedade. É o interesse predominante.
Interesse Público PRIMÁRIO (ou propriamente dito): é o desejo do povo, a vontade do povo.
Interesse Público SECUNDÁRIO: é o desejo do Estado enquanto pessoa jurídica.
Ambos devem ser convergentes. Porém, se houver divergência de vontades, deve prevalecer o interesse público primário.
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
Determina um patamar de superioridade do interesse público face aos interesses individuais.
Não é a superioridade do Estado, mas sim a superioridade do interesse do povo.
É um pressuposto lógico do convívio social.
Este princípio está implícito no ordenamento jurídico.
Limite: indisponibilidade do interesse público.
Desconstrução x Reconstrução
Divergência doutrinária: O p. da supremacia do interesse público legitimaria o abuso, a ilegalidade, as arbitrariedades praticadas pelo administrador. Então, parcela minoritária da doutrina, defende a desconstrução desse principio. Porém, a maioria dos autores considera o principio pedra de toque, mas que deve ser aplicado de forma ideal.
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
O administrador não tem liberdade, não tem autonomia, pois o direito não é dele, é do povo.
O administrador exerce função pública, pois ele exerce atividade em nome do povo e no interesse do povo. Isso significa dizer que função pública é encargo, é obrigação, é “múnus publico”. 
O administrador de hoje não pode criar obstáculos para os próximos administradores, não pode criar entraves para o futuro. 
Ex.: no final de um mandato, um prefeito gasta toda a receita e deixa contas sem pagar (por isso não é permitido celebrar contrato em final de mandato, realizar concurso público etc.). 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
É a base do Estado de Direito (Estado politicamente organizado e que obedece as suas próprias leis).
Art. 5º. II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; 
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; 
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; 
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. 
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
§ 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. 
§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. 
§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. 
Enfoques: 
Direito Privado: critério da não contradição à lei.
Direito Público: o administrador só pode fazer o que está previsto/autorizado pela lei (critério de subordinação)
Seabra Fagundes: “administrar é aplicar a lei, de ofício”. 
Controle de Legalidade: é aplicado em sentido amplo. É a verificação de compatibilidade com a lei e com as regras e princípios constitucionais.
Principio da LEGALIDADE ≠ Princípio da RESERVA DE LEI
Reserva de Lei: é a escolha de uma espécie normativa. Reservar uma matéria para uma Lei Complementar, para uma Lei Ordinária, para uma Medida Provisória etc.
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
O administrador não pode buscar interesses pessoais. Ele precisa agir com ausência de subjetividade, com impessoalidade.
Ex.: licitação, concurso público.
O ato administrativo é impessoal, por isso deve ser imputado à pessoa jurídica. Assim, a responsabilidade também vai para a pessoa jurídica que ele representa.
Concurso Modalidade de Licitação ≠ Concurso Público
Concurso como modalidade de licitação: serve para escolha de trabalho técnico, artístico, cientifico, e a contrapartida é um premio ou uma remuneração.
Concurso Público: objetivo de provimento de cargo
QUESTÃO: É correto afirmar que a Administração tem que tratar a todos sem discriminações benéficas ou detrimentosas, nem favoritismos e nem perseguições são toleráveis, simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atividade administrativa?
Sim. Este enunciado está correto. É a transcrição do conceito de Celso Antonio Bandeira de Melo.
IMPESSOALIDADE ≠ PRINCÍPIO DA FINALIDADE
Antes da CF/88, a doutrina tradicional (Heri Lopes Meireles) impessoalidade, finalidade e imparcialidade eram consideradas sinônimas. Porém, a partir de 88 a doutrina moderna (Celso Antônio Bandeira de Melo) passou a fazer a divergência desses conceitos. Ele diz que o principio da impessoalidade é a ausência da subjetividade, enquanto que finalidade é o legislador buscar a vontade maior da lei. E que o principio da finalidade está atrelado ao principio da legalidade (art. 2º, § ú, Lei 9784/99).
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Este princípio traz a idéia de honestidade, ética, boa-fé, lealdade, correção de atitudes. O administrador deve agir com honestidade e de acordo com os princípios éticos. Moralidade é a boa administração.
O administrador tem que atender a probidade administrativa.
Moral COMUM x Moral ADMINISTRATIVA
Moral Comum: certo e errado
Moral Administrativa: não basta agir de forma correta, ele tem que ser o melhor administrador possível (correção de atitudes). É mais exigente que a moral comum.
O Princípio da Moralidade, por ser vago, deve ser atrelado a outros princípios.
QUESTÃO: Pode-se afirmar que o Princípio da Impessoalidade está ligado ao P. da Igualdade ou Isonomia Constitucional, enquanto que o Princípio da Moralidade relaciona-se com lealdade e boa-fé?
Verdadeiro.
NEPOTISMO:
A EC/45, entre outras providencias, fez a criação do CNJ e CNMP. Uma das primeiras medidas do CNJ foi publicar uma resolução (nº 7) proibindo expressamente o parentesco no judiciário. A partir daí intensificou-se a discussão sobre o nepotismo. Foi ajuizada a ADC 12 que levou a resolução ao STF, que acabou resultando na súmula vinculante 13. Com respaldo nos princípios da impessoalidade, moralidade, eficiência e isonomia, o STF disse que a resolução não só era constitucional como também que não seria necessário uma lei para dispor sobre o nepotismo, uma vez que ele estava implícito nesses princípios.
O STF disse que o CNJ, órgão responsável pelo controle administrativo, tinha sim competência para fazer uma resolução sobre o assunto.
Após o julgamento da ADC 12, o STF editou a súmula vinculante nº 13, com o intuito de vedar a nepotismo não só no Poder Judiciário, como previa a resolução do CNJ, mas também nos demais poderes.
SÚMULA VINCULANTE Nº 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na AdministraçãoPública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
Proibido o parentesco cônjuge/companheiro
 até o 3ª grau (inclusive o 3º grau)
VÍNCULOS PROIBIDOS
1- Proibido o parentesco entre o Nomeante – Nomeado
2 - Proibido o parentesco entre Servidor – Servidor (onde um ocupa cargo de direção/chefia/assessoramento e o outro ocupa cargo em comissão/função gratificada).
3 – Nepotismo cruzado: troca de parentes.
CARGO EM COMISSÃO: É um cargo baseado na confiança (até 1988 era chamado de cargo em confiança) e não exige concurso público. É utilizado para direção, chefia e assessoramento. Qualquer pessoa pode ser nomeada, desde que respeite as condições mínimas para ocupação de um cargo público (capacidade civil, mental etc.). Porém, há um limite mínimo para quem os servidores que são de carreira, a fim de garantir a continuidade do serviço em caso de alteração do quadro de pessoal.
FUNÇÃO DE CONFIANÇA: Também é baseada na confiança, mas só pode ser dada a quem já tem um cargo efetivo. O cargo de confiança, em si, não exige concurso. Além das atribuições e responsabilidades inerentes ao cargo, a pessoa ainda vai ganhar uma responsabilidade a mais, por isso lhe será acrescida uma gratificação. É a gratificação por função de confiança.
STF: agentes políticos estão afastados desta situação, que dizem que cada caso deve ser analisado individualmente (RCL. 6650, 7834, AgR RCL 66750, RCL 14497, 14549, 12742).
STF: Repercussão Geral – Tema 66
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
a) conhecimento público
b) início da produção de efeitos (condição de eficácia)
c) início de contagem de prazos
d) mecanismo de controle, de fiscalização
Fundamentos constitucionais: 
art. 57, caput
Direito de informação (art. 5, XXXIII)
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Direito de Certidão (art. 5, XXXIV)
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Habeas-data (art. 5, LXXII)
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
EXCEÇÃO: o administrador pode, excepcionalmente, não dar publicidade ao ato administrativo:
 Diz respeito à intimidade (art. 5º, X, CF):
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Segurança do Estado e da Sociedade (art. 5º, XXXIII, CF):
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Atos processuais que correm em segredo (art. 5º, LX, CF):
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
QUESTÃO: Na licitação modalidade convite não há publicidade?
Na licitação modalidade convite não há publicação de edital, mas há publicidade sim.
PUBLICIDADE ≠ PUBLICAÇÃO
QUESTÃO: Qual o remédio constitucional utilizado quando um órgão público te nega informações do seu interesse, sobre uma empresa, por exemplo?
Cabe Mandado de Segurança, pois se trata de direito líquido e certo de informação. Não é Habeas Data porque não são informações pessoais (sobre a sua pessoa).
Mandado de Segurança x Habeas Data
Direito liquido e certo de informação
 
 Informações pessoais (obter/corrigir)
QUESTÃO: O prefeito (administrador em exercício) pode colocar seu nome em um prédio publico?
Não, pois segundo o § 1º do art. 37 da CF, isso violaria o dever de impessoalidade. Promoção pessoal é improbidade administrativa.
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Não podem constar nomes, símbolos e propagandas que configurem promoção pessoal.
Não publicar ato que deveria ser publicado configura improbidade administrativa (art. 11 lei 8429/92).
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
V - frustrar a licitude de concurso público;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
OBS.: O simples fato de constar o nome nem sempre é caso de promoção pessoal. Pode ser utilizado em caráter meramente informativo. A medida é o bom senso.
LC 131/09 (Lei da Transparência)
Lei 12.527/11 (Lei de acesso à informação) – regulamentada no âmbito federal pelo Dec. 7724/12.
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Ganha previsão expressa na CF (art. 37, caput) a partir da EC/19.
Este princípio já existia de forma implícita.
- Produtividade / Rendimento Funcional
Eficiência - Ausência de desperdícios
- Agilidade
- Economia
Em 1988 o constituinte adotou medidas para atrelar a estabilidade ao trabalho eficiente do servidor público, conseqüências:
ESTABILIDADE (art. 41 CF): para que o servidor mantenha-se estável ele precisa ser eficiente. A obtenção e manutenção da estabilidade dependem da eficiência. Foi criada a “avaliação especial de desempenho”, que é requisito para aquisição de estabilidade. Esta avaliação, porém, ainda não foi regulamentada. Então os servidores adquirem estabilidade sem avaliação. Também foi criada a “avaliação periódica de desempenho”, para manutenção da estabilidade, que não foi regulamentada ainda. É preciso uma Lei Complementar para disciplinar esse assunto.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
RACIONALIZAÇÃO DA MAQUINA ADMINISTRATIVA: não se pode gastar tudo que se arrecada com folha de pagamento. O limite a que se refere o artigo 169 da CF está regulamentado no artigo 19 da LC 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limitesestabelecidos em lei complementar.
União: 50%
Estados/Municípios: 60%
Caso o administrador estiver gastando com folha de pagamento acima do limite, deverá, então, ser feito cortes, na seguinte ordem:
1º - cargos em comissão e função de confiança, no mínimo 20%;
2º - servidores não estáveis, sem limite estabelecido pela CF (deve se cortar de acordo com a necessidade e a importância);
3º - servidores estáveis, sem limite estabelecido (corta de acordo com a necessidade e conforme a menor importância).
O ato aqui não é demissão (pena por falta grave), mas sim EXONERAÇÃO.
Ao exonerar um servidor, fundamentado no artigo 169, extingue-se, também, o cargo. O administrador só poderá recriar o cargo, com funções idênticas ou assemelhadas, 4 anos depois.
Os servidores estáveis exonerados terão direito a indenização, calculada de acordo com cada ano de trabalho que ele desempenhou.
EFICIÊNCIA = MEIOS + RESULTADO
O Princípio da Eficiência significa gastar o menor valor possível, mas obter o melhor resultado possível.
Apesar de tudo, o Princípio da Eficiência ainda não se tornou realidade, ele é uma utopia, é apenas o sonho do constituinte de 88.
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
Conceito: Tratar os iguais de forma igual, os desiguais de forma desigual, na medida de sua desigualdade.
- Fator de exclusão / discriminação
- Objetivo da norma (verificar a compatibilidade)
Ex.: concurso para Polícia Feminina. A proibição de homens prestarem a prova não viola o princípio da isonomia. Então, a exclusão dos homens está de acordo com o objetivo da norma.
Limite de idade em concurso público: tem que estar previsto na lei da carreira e tem que ser compatível com as atribuições do cargo a ser exercido (Súm. 683 STF).
STF Súmula nº 683 - Limite de Idade - Inscrição em Concurso Público - Natureza das Atribuições do Cargo a Ser Preenchido - O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
O STF decidiu, em sede de Repercussão Geral, que, para se disciplinar exigência de idade nas Forças Armadas, tem que ser por lei formal, e não por regulamento, como era previsto (RE 600.885).
Exame Psicotécnico: também tem que ter previsão na lei da carreira, e o tem que ter parâmetros objetivos. Os candidatos, ainda, precisam ter direito a recurso. Só assim será garantido a aplicação do Princípio da Isonomia.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
CONTRADITÓRIO: chamar a parte para o processo, dar ciência, dar conhecimento do processo.
Base LÓGICA: chama-se a parte para o processo para se constituir a bilateralidade da relação.
Bases do Contraditório
Base POLÍTICA: ninguém pode ser julgado, condenado, sem ser ouvido.
AMPLA DEFESA: refere-se ao direito de defesa que deve ser dado à parte.
Exigências:
a) Defesa Prévia: procedimento e sanções já definidos;
b) Direito a informação (cópias, vista do processo etc.);
c) Direito de defesa técnica (mas a presença do advogado no processo é facultativa);
STF Súmula Vinculante nº 5 - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a constituição.
d) Direito a produção de provas (prova produzida e avaliada pelo administrador);
e) interposição de recurso.
STF Súmula Vinculante nº 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
Outra Súmula Vinculante do STF sobre o tema, recorrente em concursos públicos, é a número 3:
STF Súmula Vinculante nº 3 - Nos processos perante o tribunal de contas da união asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
Enquanto o processo está tramitando no TCU e atingir uma pessoa, ela deve ser chamada a participar do processo. Porém, no que se refere à concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão, o individuo não vai ter contraditório e ampla defesa no TCU, pois estes atos são considerados “ato complexo” (ato administrativo que depende de duas manifestações de vontade que acontecem em órgãos diferentes para ser perfeito e acabado). O contraditório e a ampla defesa, neste caso, acontecem apenas na Administração Pública.
Vídeo sobre o assunto no site www.marinela.ma
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE
São princípios que limitam/restringem a liberdade do administrador.
O administrador não tem mais qualquer liberdade, ele tem uma liberdade proporcional.
RAZOABILIDADE: o administrador tem que agir de forma razoável, coerente, com lógica (no padrão do homem médio). A razoabilidade proíbe os excessos, proíbe que o administrador haja de forma treslocada, com despropósito. 
PROPORCIONALIDADE: está embutido na razoabilidade. Tem como palavra-chave o equilíbrio, entre os atos e as medidas, entre os benefícios e os prejuízos causados.
Ambos são princípios implícitos no texto constitucional, mas são expressos na norma infraconstitucional.
Ex.: art. 2 da Lei 9784/99.
O Poder Judiciário pode rever qualquer ato administrativo, desde que esse seja um controle de legalidade (LIMITES À DISCRICIONARIEDADE DO ADMINISTRADOR). 
O Poder Judiciário pode verificar apenas a compatibilidade com a lei e as regras + princípios constitucionais.
O Poder Judiciário não pode rever o mérito do ato administrativo.
Mérito é liberdade, é juízo de valor, é conveniência e oportunidade.
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
O serviço público não pode ser interrompido. Ele tem que ser prestado de forma contínua, ininterrupta.
Esse princípio deriva da obrigatoriedade de que tem o Estado de prestar a atividade administrativa. O Estado tem a obrigação de prestar a atividade administrativa.
É possível cortar o serviço em 3 hipóteses Emergência (dispensa aviso)
Desrespeito às normas técnicas ou segurança das instalações (com aviso) 
Usuário inadimplente (prévio aviso)
Lei 8987/95 (Lei de Prestação de Serviços Públicos):
Art. 6o 
(...)
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
USUÁRIO INADIMPLENTE: Para a Oposição majoritária, porém, mesmo se tratando de um serviço essencial, deve ser cortado o serviço de fornecimento do inadimplente para não comprometer o usuário pagante. Para, assim, configurar a supremacia do interesse público, de continuidade, principio da isonomia.
Ex.: um usuário inadimplente não tem seu fornecimento de energia cortado. Isso disseminaria um costume de não pagar a conta de energia. O usuário pagante iria arcar com o prejuízo, até que ocorresse a falência da companhia de energia elétrica.
Funções essenciais (hospitais, poste de luz da rua) não podem ser cortado. Ou uma pessoa que tem uma doença grave, que precisa de um aparelho ligado à energia para sobreviver, também não.
DIREITO DE GREVE: (art. 37, VII, CF) o direito de greve será exercido nos termos e limites definidos em lei ordinária (até a EC 19/98 era lei complementar).
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
(...).
A lei ordinária deve cuidar apenas do assunto greve. Porém essa lei não existe ainda. Portanto, não se pode exercitar esse direito enquanto não houver lei.
QUESTÃO: Esta norma é de eficácia plena, contida ou limitada?
É limitada. Pois não se pode exercer o direito de greve enquanto a lei ordinária não existir.
Eficácia LIMITADA:não pode exercer o direito enquanto não for aprovada a lei. 
Eficácia CONTIDA: pode exercer o direito, mas futuramente a lei vai disciplinar.
Eficácia PLENA: não precisa de lei para exercer o direito.
O STF decidiu, em sede de Mandado de Injunção (com modulação de efeitos, para ter efeitos concretos e erga-omnes), que, enquanto não for aprovada a lei do servidor público, deve-se aplicar a lei do trabalhador comum no que lhe couber, no que lhe for conciliável (MI 670, 708 e 712).
Essa aplicação é um paliativo, enquanto a lei não sair, haverá diversas ações judiciais.
Repercussões Gerais sobre o tema: 531, 541 e 544.
Quanto ao militares, é proibido o direito de greve (art. 142, §3, IV CF).
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; 
Decreto 77.77/12: é inconstitucional. Decreto não resolve a questão.
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
A Administração Pública pode rever seus próprios atos, quando estes forem ilegais ou inconvenientes.
Atos ilegais = ANULAÇÃO
Inconveniente = REVOGAÇÃO
STF Súmula nº 346 - Administração Pública - Declaração da Nulidade dos Seus Próprios Atos - A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
STF Súmula nº 473 - Administração Pública - Anulação ou Revogação dos Seus Próprios Atos - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Artigo 53 da Lei 9784/99:
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Maria Silvia Zanella de Pietro diz que alem dessa possibilidade, o Princípio da Autotutela também significa a obrigação que tem o Estado de zelar pelos bens, pelo patrimônio do próprio Estado.
PRINCÍPIO DA PRESEUNÇÃO DE LEGITIMIDADE
Os atos administrativos são presumidamente:
 Legítimos (de acordo com a moral)
 Legalidade (de acordo com a lei)
Veracidade (de acordo com a verdade).
Esta presunção é relativa (júris tantum), pois admite prova em contrário.
O ônus da prova cabe ao administrado.
Conseqüência prática: aplicação imediata dos atos administrativos
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
Este princípio decorre do princípio da indisponibilidade e da legalidade.
Quando a administração direta for criar pessoa jurídica da administração indireta, tem que ser por meio de lei. Essa lei deve especificar sua finalidade. Assim, essas pessoas jurídicas da administração indireta estarão vinculadas à uma finalidade específica.
Administração Direta Administração Indireta
 Órgãos Públicos 
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA
Prestação CENTRALIZADA: acontece quando o serviço é prestado pelo núcleo da Administração Pública, pela administração direta, que são os entes políticos (União, Estados, Municípios, DF).
Prestação DESCENTRALIZADA: Alguns serviços são retirados do núcleo para serem transferidos a outras pessoas (administração indireta ou particulares).
Administração INDIRETA Autarquias, 
Fundações públicas 
Empresas públicas 
Sociedades de Economia Mista
DESCONCENTRAÇÃO ≠ DESCENTRALIZAÇÃO
Desconcentração: tira de um órgão e transfere para outro, dentro do mesmo núcleo, da mesma pessoa. Tem hierarquia e relação de subordinação.
Descentralização: se pressupõe uma nova pessoa. O serviço sai do núcleo e vai para uma nova pessoa, que pode ser física ou jurídica. Não tem hierarquia e nem relação de subordinação.
NÃO CONFUNDIR: Descentralização Política a atividade é deslocada entre entes políticos (matéria de Direito Constitucional).
DESCENTRALIZAÇÃO por outorga
 por delegação
OUTORGA: transfere a titularidade + execução do serviço.
Não pode ser dado a qualquer pessoa e não pode ser transferido a qualquer pessoa. Só pode ser transferida por LEI.
A titularidade não pode sair das mãos do poder público. A outorga só pode ser feita às pessoas da Administração Indireta de Direito Público (Autarquias e Fundações Públicas de Direito Público)
DELEGAÇÃO: a AP retém a titularidade e transfere somente a execução do serviço.
É possível por meio de lei, contrato administrativo ou ato administrativo.
Podem receber a delegação por lei: Administração indireta de Direito Privado (Empresa Pública, Sociedade de Economia Mista, Fundação Pública de Direito Privado)
Podem receber delegação por contrato: particulares (concessão e permissão de serviço público).
Ex.: telefonia, transporte coletivo.
Podem receber delegação via ato administrativo unilateral: particular (autorização de serviço público).
Ex.: taxi, despachante.
RELAÇÃO DO ESTADO x AGENTES
a) Teoria do Mandato
O Estado e seus agentes celebravam um contrato de mandato.
Esta teoria não prosperou, pois não tem como se viabilizar. O Estado não pode manifestar vontade sem o agente. Se o Estado precisa do agente para assinar, não tem como ele assinar seu primeiro contrato.
b) Teoria da Representação
Funciona como a tutela e a curatela. Mas elas pressupõem um sujeito incapaz que precisa ser representado. 
Porém, o Estado não é um sujeito incapaz, ele responde pelos seus atos. Por isso esta teoria não foi aceita.
c) Teoria do Órgão (ou da imputação)
A relação decorre de imputação legal, de previsão legal. O agente atua em nome do Estado porque a lei assim determina.
Aqui, a vontade do Estado se confunde com a vontade do agente. As vontades se misturam, se confundem.
Esta é a teoria aceita atualmente.
ÓRGÃOS PÚBLICOS
Conceito: é um centro, um núcleo, um feixe, especializado de competência.
Os órgãos públicos estão presentes na administração direta e indireta (art. 1º Lei 9784/99).
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
CARACTERÍSTICAS:
Órgão Público NÃO tem personalidade jurídica, não podendo ser sujeito de direitos ou obrigações.
Órgão Público NÃO pode ir a juízo, EXCETO em busca de prerrogativas funcionais e enquanto sujeito ativo.
A responsabilidade do Órgão Público é da Pessoa Jurídica ao qual ele pertence.
Órgão Público NÃO pode celebrar contrato. Quem celebra contrato é a Pessoa Jurídica.
O contrato deve ser celebrado pela Pessoa Jurídica. O órgão licita e cuida da gestão do contrato. Porém, o artigo 37, parágrafo 8º, CF é muito criticado pela doutrina, porém, ainda não foi declarado inconstitucional.
CNPJ (instrução normativa RFB 1183, art. 5º): o órgão público que tiver recursos orçamentários tem direito ao CNPJ para se controlar o dinheiro que sai e entra. Objetivo de controlar e fiscalizar o fluxo do recurso.
O órgão público pode ter representação própria, procurador próprio, e assim entrar com ação 
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS 
I – Quanto à POSIÇÃO ESTATAL
Órgão INDEPENDENTE: aquele que goza de independência. Os que estão no topo da estrutura estatal. É o comando de cada um dos poderes. Estes órgãos não sofrem qualquer relação de subordinação. Estão sujeitos à controle, mas não a subordinação. Ex.: Presidência da República, Congresso Nacional, Tribunais Superiores.
Órgão AUTÔNOMO: goza de autonomia, de ampla liberdade, amplo poder de decisão (na estrutura administrativa). Porém a liberdade não é total, pois eles estão subordinados aos órgãos independentes. Ex.: Ministério Público, Tribunal de Contas.
Órgão SUPERIOR: tem poder de decisão, mas é subordinado ao órgão autônomo. Não gozam de autonomia. Ex.: gabinete, secretarias, coordenadorias.
Órgão SUBALTERNO: é órgão de mera execução. Não tem poder decisório. Ex.: zeladoria, RH, almoxarifado.
II – Quanto à ESTRUTURA Simples (unitário)Composto
Diz respeito à ter outros órgãos agregados à sua estrutura.
Órgão SIMPLES: tem ramificações.
Ex.: gabinete e sessão administrativa são órgãos simples.
Órgão COMPOSTO: tem outros órgãos dentro da sua organização. Tem ramificações.
Ex.: Delegacia de Ensino e suas Escolas, Hospital e seus Postos de Saúde.
III – Quando à ATUAÇÃO FUNCIONAL Singular (unipessoal)
 Colegiado
Órgão SINGULAR: a tomada de decisão é feita por um único agente.
Ex.: prefeitura, governadoria, juízo monocrático, presidente.
Órgão COLEGIADO: tomada de decisão coletiva. Órgão composto por mais de um agente.
Ex.: todos os tribunais (TJ, STJ, TRE).
PESSOAS DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS
a) Personalidade jurídica própria
Responde pelos seus atos.
Tem patrimônio e receita própria.
Autonomia técnica, administrativa e financeira (política NÃO).
b) Não tem fins lucrativos
As pessoas jurídicas da Administração Indireta não foram criadas para fins lucrativos, porém, este pode acontecer.
Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista: é possível haver atividade econômica quando for imprescindível ao interesse coletivo e à segurança nacional (art. 173 CF).
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
c) Tem finalidade específica
Vinculação.
Essa finalidade é definida pela lei de criação.
O administrador não pode alterar esta finalidade.
d) Controle
Entre a Administração direta e indireta existe controle.
Ex.: Tribunal de Contas, CPI, Supervisão Ministerial (controle feito pelo ministério de acordo com o ramo de atividade, controle finalístico; receitas e despesas; nomeação dos dirigentes da indireta).
e) Criação
Lei específica Cria Autarquia (Fundação Pública de Direito Público)
Autoriza a criação Empresa Pública
Registro na JC ou Cartório Sociedade de Economia Mista
 Fundação Pública de Direito Privado
Obs. Lei específica é lei ordinária 
Esta lei é lei orgânica específica.
O local do registro dos atos constitutivos depende da natureza, podendo ser na Junta Comercial ou no Cartório.
A Lei Complementar vai definir as possíveis finalidades da Fundação.
É a lei orgânica específica que também as extingue.
FUNDAÇÃO
É um patrimônio personalizado, destacado por um fundador para uma finalidade específica.
O que vai definir se a fundação é pública ou privada, depende de quem é o seu fundador (pode ser o Particular ou o Poder Público).
Fundação Privada
 não é tratada no Direito Administrativo, mas sim no Direito Civil (Ex.: Fundação Ayrton Senna, Fundação Roberto Marinho etc.). Ela é uma fundação governamental, tendo o mesmo regime da Empresa Pública e da Sociedade de Economia Mista. A lei não cria, apenas autoriza sua criação.
Fundação Pública
 é uma espécie de autarquia, chamada de Autarquia Fundacional. É criada e extinta pela lei.
 Extinção
AUTARQUIA
Pessoa jurídica de Direito Público que serve para prestar atividades típicas de Estado.
Regime Jurídico:
ATOS/CONTRATOS: os atos são administrativos, ou seja, estão sujeitos às regras do Direito Administrativo (autoexecutoriedade, etc.) Os contratos são contratos administrativos, estão sujeitos à Lei 8666/93 (tem clausulas exorbitantes, tem que licitar, etc.).
RESPONSABILIDADE CIVIL: a responsabilidade OBJETIVA (culpa) das pessoas jurídicas de Direito Público pertence ao Estado (art. 37, § 6º, CF). A responsabilidade do Estado é subsidiária, em primeiro lugar, a responsabilidade é da própria Autarquia.
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
QUESTÃO: A responsabilidade do Estado, por ato de autarquia, é uma responsabilidade objetiva? 
Sim, pois a vítima lesada por uma autarquia não precisa se preocupar em averiguar a culpa. O Estado responde subsidiária (quanto à ordem) e objetivamente (quando à culpa).
BEM AUTÁRQUICO: é bem público (bem pertencente à pessoa jurídica de direito público), por isso, como regra, é inalienável (de forma relativa ou são alienáveis de forma condicionada). São impenhoráveis, não podem ser objeto de penhora (garantia de execução), arresto e seqüestro (cautelares típicas, sendo o arresto para bens indeterminados e o sequestro se para bens determinados). Aplica-se aos bens públicos a impossibilidade de oneração (não cabe direito real de garantia, ou seja, não pode ser objeto de penhor e nem de hipoteca). Os bens públicos são imprescritíveis, não pode ser adquirido por prescrição aquisitiva (usucapião - aquisição de um bem pelo decurso do tempo).
PENHORA:
 se faz dentro do juízo, dentro de uma ação de execução.
PENHOR:
 garantia fora da execução; é um direito real de garantia sobre bens 
mó
veis.
HIPOTECA:
 direito real de garantia sobre bens 
i
móveis.PENHORA: se faz dentro do juízo, dentro de uma ação de execução.
PENHOR: garantia fora da execução; é um direito real de garantia sobre bens móveis.
HIPOTECA: direito real de garantia sobre bens imóveis.
DÉBITOS JUDICIAIS: serão pagos através do regime de precatório (art. 100 CF), uma fila que se organiza de acordo com a ordem cronológica de acordo com a apresentação dos precatórios (se apresentado até julho, deve ser pago no próximo ano; se depois, só no próximo ano). A autarquia tem fila própria.
O problema dos precatórios é que não há disponibilidade orçamentária, há falta de planejamento e abuso de poder.
PRAZO PRESCRICIONAL: o prazo prescricional para se ajuizar uma ação contra Autarquia é de 5 anos (Decreto 20.910/32). 
Porém, o CC/02 diz que a reparação civil prescreve em 3 anos. O STF decidiu, então, que o diploma aplicável aqui é o do Decreto 20.910. Porém, o STJ passou a decidir por 3 anos, baseado no art. 10 do Decreto 20.910 e no art. 206 CC. Hoje, o STJ mudou de opinião, e passou a defender 5 anos de prazo prescricional (Resp. 1251993 do STJ). A posição majoritária atual é de 5 anos.
PROCEDIMENTOS FINANCEIROS: a autarquia está sujeita à Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/00) e à Lei de responsabilidade pública (Lei 4320/64).
REGIME TRIBUTÁRIO: imunidade recíproca, um ente político não pode instituir imposto para outro ente político (art. 150, VI, “a”, CF), não inclui taxas e contribuições. O art. 150, § 2º, CF prevê a aplicação de imunidade recíproca para autarquia.
REGIME PROCESSUAL: a Autarquia tem tratamento de Fazenda Pública, ou seja, seu prazo é dilatado (art. 188, CPC), 2x para recorrer e 4x para contestar. Em regra, mesmo não tendo recurso voluntário, haverá o Reexame necessário (art. 475, CPC), mas esta regra não é absoluta (há ressalvas). A falta do reexame necessário, em um caso em que ele deveria acontecer, impedirá o trânsito em julgado enquanto a matéria não for submetida ao tribunal.
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte  for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.
Dica: Súmula 483 STJ (sobre o INSS)
REGIME DE PESSOAL: quem trabalha na Autarquia é servidor público. Este servidor está sujeito a um regime jurídico único, ou seja, só cabe um regime naquela ordem política (Estatuto ou CLT).
O texto original de 1988 da CF previa que um só regime era válido, não precisando ser estatutário. Os entes, porém, preferiam optar pelo Estatuto. Como não existia obrigatoriedade de ser estatutário, a EC 19/98 (Reforma Administrativa) alterou o artigo 39 da CF, abolindo o regime único, passando a admitir o Regime Múltiplo. Se a lei de criação falasse em “cargos”, adotava-se o Estatuto, se falasse em “emprego”, adotava-se a CLT. Então a União, Estados e Municípios podiam ter, dentrodeles, servidores estatutários e celetistas. Esta matéria foi levada ao STF, sendo objeto da ADI 2135, que decidiu, em sede de cautelar (a decisão de mérito ainda não saiu), pela inconstitucionalidade formal (vício de procedimento) do art. 39/CF. Assim, o regime jurídico único voltou a ser aplicado. 
EXEMPLOS DE AUTARQUIA: 
INSS;
INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrícola);
Universidades Federais (UFAL, UFBA, UFPE etc.);
Conselhos de Classe.
CONSELHO DE CLASSE (também chamado de Autarquia Profissional) foi criado originalmente como autarquia. A Lei 9649/98, em seu artigo 58, tentou alterar a natureza jurídica do conselho de classe para Pessoa Jurídica de Direito Privado. Porém, por exercer poder de polícia, a ADI 1717 disse que, em nome da segurança jurídica, o Conselho de Classe não pode ter natureza privada.
Este Conselho, como regra, cobra anuidade, que possui natureza tributária. O não pagamento da anuidade leva o sujeito a ser cobrado via execução fiscal. Por envolver dinheiro público, a contabilidade do Conselho tem que ser pública e controlada pelo Tribunal de Contas. O Conselho de Classe tem que ter concurso público.
O Estatuto da OAB (Lei 8906) disse, então, que, uma vez que sua anuidade é feita via execução comum, é porque sua natureza não é de tributo. Então, o Tribunal de Contas não a controla e a sua contabilidade também não precisa ser pública. O STF, na ADI 3026, disse que por a OAB se tratar de autarquia trabalhista, não precisa de concurso público.
CONCLUSÃO: o Conselho de Classe segue as regras de autarquia, porém a OAB tem tratamento diferenciado e não precisa fazer concurso. 
Dica: fazer cadastro no Tema 540 para saber quando sair o resultado. 
AUTARQUIAS TERRITORIAIS: hoje não existe nenhum território, porém, se algum for criado, ele será considerado Autarquia Territorial.
AGÊNCIAS REGULADORAS
É uma autarquia de Regime Especial.
Segue as regras gerais da Autarquia, mas tem tratamento diferenciado em algumas situações.
Características: 
- Função de regular, controlar, fiscalizar diversas atividades. Esta função não é nova, porém a criação da Agência Reguladora dá à autarquia mais autonomia, mais independência, mais liberdade;
- INVESTIDURA ESPECIAL ou NOMEAÇÃO ESPECIAL: ato complexo que depende de duas manifestações de vontade que devem se realizar em órgãos diferentes. O presidente nomeia, mas com prévia aprovação do Senado Federal.
- Os mandatos dos dirigentes tem prazo fixo, para se retirar antes do prazo, precisa de renúncia ou condenação. Este prazo depende da lei de cada agência. Mas já existe um projeto de lei tendente a unificar o prazo em 4 anos. Após sair do cargo, ele não pode atuar na iniciativa privada no mesmo ramo de atividade, em decorrência das informações privilegiadas. A quarentena tem como regra geral o prazo de 4 meses (COM remuneração), mas tem agência com prazo de 12 meses. Ou seja, ele fica na quarentena recebendo salário.
Regime Jurídico: o regime é o mesmo da autarquia, porém existem dois pontos especiais:
1 – Sobre a Licitação: a Lei da Anatel (Lei 9472/97) trouxe uma questão controversa. Ela estabeleceu que a Agência Reguladora teria uma licitação especial, e portanto, não seguiria a Lei 8666. Além disso, cada Agência definiria o seu procedimento de licitação. Esta Lei disse também que ela pode seguir Pregão ou Consulta. Por ser controversa. Esta questão foi levada ao STF na ADI 1668, que decidiu que a Agência Reguladora não pode ficar fora da Lei 8666, tendo em vista ser autarquia. Porém, o STF autorizou que a modalidade da licitação fosse a do Pregão ou da Consulta. Hoje em dia esse tema não parece relevante, pois todos utilizam Pregão. Porém, em 97 não era assim. Somente anos depois o Pregão passou a ser utilizado pela União e em 2002 passou a ser utilizados por todos os entes. Vale ressaltar, ainda, que a Consulta ainda depende de regulamentação.
QUESTÃO: Qual é a modalidade especifica da Agência Reguladora?
Consulta. A Agência Reguladora pode realizar licitação por Pregão ou por Consulta. Porém, o pregão também é utilizado pelos outros entes da AP. Portanto, a modalidade de licitação que é exclusiva da Agência Reguladora é a Consulta.
2 – Sobre o Regime Pessoal das Agências Reguladoras: a história começou com a Lei 9986/00, que é a chamada Norma Geral das Agências Reguladoras (LER A LEI!). Esta lei dizia que o pessoal seria contratado temporariamente e seguiria o regime celetista (CLT). Na época da Lei, era possível adotar, em caráter excepcional, o regime celetista, desde que não fosse uma atividade qualificada (deveria ser só pra funções de fácil substituição de pessoal). A matéria foi levada ao STF na ADI 2310. Em sede de cautelar o STF decidiu que não pode ser temporário, pois a demanda é permanente e também não pode ser celetista, deve ser regime estatutário (cargo), pois eles precisam de qualificação especial. Mas que os contratos que estavam em andamento poderiam continuar até seu término normal. Porém, a Lei 9986/00 foi alterada pela Medida Provisória 155/03, que se tornou a Lei 10.871/04, que criou cargos e definiu o regime estatutário. A ADI 2310, então, foi extinta por perda do objeto. Acontece que os cargos que eles criaram foram insuficientes, e então as Agências continuaram prorrogando o prazo dos temporários, por meio de MP. Até hoje tem Agência Reguladora com temporário. A matéria voltou ao STF na ADI 3678, porém ainda não foi proferida nenhuma decisão (está conclusa ao Relator desde 2006).
Exemplos de Agências Reguladoras:
ANEL.......................Agência Nacional de Energia Elétrica
ANATEL..................................A. N. de Telecomunicações
ANS............................................................A. N. de Saúde
ANVISA.....................................AN de Vigilância Sanitária
ANTT................................A. N. de Transportes Terrestres
ANTAC...........................A. N. de Transportes Aquaviários
ANAC................................................A. N. de Aviação Civil
ANA........................................................... A. N. de Águas 
AMP..........................................................A. N. de Petróleo
ANCINE..............................................A. N. de Cinema (criada para fomentar o cimento no Brasil. Foi criada por MP que ainda não foi convertida em Lei).
CVM.................................................. Comissão de Valores Imobiliários
Nem tudo que tem nome de Agencia Reguladora é agência Reguladora. É preciso olhar na lei para saber. A CVM (Comissão de Valores Imobiliários), em que pese não ter nome de Agência, é agência sim.
AGÊNCIA EXECUTIVA: (este tema cai pouco em concurso) as Agências Executivas, previstas na Lei 9649/98são autarquias e fundações acabadas, que precisam melhorar suas atividades, seus serviços. Elas, então, elaboram um plano estratégico de reestruturação. Celebram com a AP um contrato de gestão (art. 37, VIII/CF) para executar este plano. Este contrato traz pra autarquia ou fundação mais autonomia, liberdade, mais recurso publico. Este status é temporário. A doutrina traz muitas criticas em relação a esta agencia, pois seria como se premiassem a ineficiência da agencia. E este contrato extrapola a previsão legal (dá além do que era previsto na lei de sua criação).
Atenção! Este CONTRATO DE GESTÃO a que se refere o artigo 37, VII/CF, só pode ser feito por 3 pessoas: entre entes da Administração, entre órgãos e entre administradores. Porém estes dois últimos foram considerados INCONSTITUCIONAIS.
EMPRESAS ESTATAIS
São aquelas em que o Estado participa. Porém, nem todas que o Estado participa compõem a AP. Só estão na AP indireta aquelas empresas estatais que seguem o regime de Empresa Pública e de Sociedade de Economia Mista.
1 - Empresa Pública
2 - Sociedade de Economia Mista
O regime jurídico delas é o mesmo.
EMPRESA PÚBLICA: é uma pessoa jurídica de Direito Privado que segue um regime híbrido, pois parte é público e parte é privado. Cada hora um prevalece,dependendo da finalidade. Ela pode ser prestadora de serviço público ou exploradora da atividade econômica. Seu capital é exclusivamente público. Ela pode ser de qualquer modalidade empresarial (S/A, Ltda etc.). 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: também é uma pessoa jurídica de Direito Privado e segue o regime jurídico híbrido. A SEC também pode ser prestadora de serviço público ou exploradora da atividade econômica. Seu capital, porém, é misto (parte público e parte privado). Sendo que a maioria votante deste capital tem que estar nas mãos do Poder Público. Ela necessariamente deve ser constituída na forma de Sociedade Anônima (S/A).
Diferenças:
Capital;
Constituição;
Competência (a Empresa Pública Federal se encontra no rol do art. 109, então sua competência é da Justiça Federal. A Sociedade de Economia Mista Federal, porém, por não estar no art. 109, a competência é da Justiça Estadual. Sendo elas estaduais ou municipais, a competência é a mesma, qual seja, Estadual – salvo se houver interesse da União)
STF Súmula nº 517 - As sociedades de economia mista só tem foro na justiça federal, quando a união intervém como assistente ou opoente.
STF Súmula nº 556 - É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista.
OBS.: o que determina a natureza da empresa estatal é a sua finalidade, caso a finalidade seja mais de prestadora de serviço publico ou mais de exploradora de atividade econômica, então o regime será mais publico ou privado, respectivamente.
Atenção! O Estado só pode explorar atividade economia através da EP e SEC quando isso for importante à segurança nacional e ao interesse coletivo (art. 173/CF).
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Estas empresas poderão ter Estatuto próprio em algumas hipóteses, conforme especificadas no art. 173, §1º/CF:
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; 
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.
Regime Jurídico das Empresas Estatais:
Quando as empresas estatais realizam contratos, estes são contratos administrativos.
Caso elas prestem serviço público, elas terão regime jurídico predominantemente público e, portanto, estarão sujeitos à licitação (art. 1º da Lei 8666/93 e art. 37, XXI/CF).
Caso elas explorem atividade econômica, a CF diz que elas poderão ter estatuto próprio previsto em lei específica (art. 173, §§ 1º e 3º/CF). Esta lei não foi feita ainda. Então, neste caso, entende-se que deve se seguir a regra geral (Lei 8666/93).
§ 3º - A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
Ambas estão sujeitas à licitação, mas, acontece que a Lei 8666/93 traz dispensas e exigibilidades. Ex.: dispensa da licitação, caso o valor seja pequeno, mais precisamente, 20% do convite (engenharia 30 mil e outros 16 mil reais) (artigo 24, §1º da Lei 8666). Inexigibilidade quando a competição for inviável na atividade fim (art. 25 da Lei 8666 – rol exemplificativo).
QUESTÃO: A empresa pública, em sua atividade fim não precisa licitar. Disserte.
Em regra, a empresa pública tem que licitar na atividade econômica. Até pode ter estatuto própria em lei especifica, mas como a lei não foi feita, ela ainda deve seguir a regra geral da Lei 8666. Mas, quando a licitação prejudicar a atividade fim da empresa, ela conseqüentemente prejudicará o interesse publico, então, por isso será inexigível.
Bens das Empresas Estatais:
São em regra bens privado e, portanto, penhoráveis. Esta regra não é absoluta. Estes bens seguem o regime de bem público quando estiverem diretamente ligados à prestação de serviço público. Ou seja, dá-se proteção aos bens que estejam ligados de forma direta ao serviço, aqueles bens que, caso retirados, prejudiquem a atividade da empresa (em nome do Princípio da Continuidade).
ECT: a empresa de Correios e Telégrafos é uma empresa pública que, em razão da exclusividade de serviço postal, ganhou tratamento de Fazenda Pública. Portanto, TODOS os seus bens têm proteção especial (são todos impenhoráveis) (ADPF 46).
Responsabilidade Civil do Estado nas Empresas Estatais:
Se a finalidade da empresa estatal for de prestação de serviço público, a responsabilidade da empresa vai ser objetiva (art. 37, §6º/CF). Se ela não tiver patrimônio (R$), o Estado, então, responde subsidiariamente.
Se a finalidade da empresa estatal for de prestar atividade econômica, a responsabilidade será subjetiva, e o Estado NÃO responderá, nem mesmo subsidiariamente.
Regime Falimentar:
A posição que prevalece hoje é que EP e SEC não estão sujeitas ao regime falimentar.
Para Celso Antônio Bandeira de Melo, porém, se essa empresa presta serviço publico não tem falência, mas se ela explora atividade econômica, ela estaria sim sujeita ao regime falimentar. (Posição Minoritária).
Regime Tributário:
O art. 173, §2º/CF, estabelece que quando a EP e a SEC explora atividade econômica, ela não terá privilégios econômicos não extensíveis à iniciativa privada.
Art. 173, § 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
Porém, se a empresa estatal presta serviço público COM EXCLUSIVIDADE, ela goza de imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”/CF).
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Ver RG temas 115 (RE 580.264), 235 (RE 601.392), 412 (RE 638.315).
Se a empresa estatal presta serviço publico, mas sem exclusividade, se aplica o artigo 150, §3º/CF. Quando a empresa estatal repassa o encargo tributário ao usuário, que paga preço e tarifa, e o (tributo esta embutido nesse preço), a empresa estatal não poderá ter privilegio tributário.
Regime de Pessoal:
É necessariamente celetista, seguem a CLT e são denominados “empregados” (não é empregado público, é só empregado). Também são chamados de servidores de entes governamentais de Direito Privado.
Em algumas situações esse servidor estatal vai se equipara ao servido público: ambos devem prestar concurso público, ambos estão sujeitos ao regime da não acumulação (eles não podem ter mais de um emprego), ambas estão sujeitas ao teto remuneratório (salvo quando não receberem dinheiro para custeio, se elas vivem da própria renda, podem ultrapassar o teto), ambos se sujeitam à Lei da Improbidade Administrativa (Lei 8429/92), ambos são considerados servidores públicos para a lei penal (art. 327/CP), os remédio constitucionais também são os mesmos para ambos (estão sujeitos à MS, AP, MI etc) (desde que a empresa preste serviço público e não explore atividade economica).
No que se refere à dispensa, eles são diferentes do servidor público: de acordo com a súmula 390 do TST eles não tem a estabilidade do art. 41 (na OJ 247 o TST diz que a dispensa será imotivada, salvo a ECT. A matéria foi discutida no STF, em sede de Repercussão Geral, no RE 589998, onde o STF reafirmou que empregado da ECT não tem estabilidade do art.41, porém quea dispensa tem que ser motivada)
AULA ONLINE 02 – parte 1 – 30’ ‘ – ENTES DE COOPERAÇÃO
 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Os poderes da Administração Pública (também chamados de poderes administrativos) são diferentes dos poderes do Estado (que são os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário = Elementos estruturais do Estado). 
Poderes da AP ≠ Poderes do Estado
Os poderes da AP são instrumentos, são prerrogativas, para a busca do interesse público.
CARACTERÍSTICAS:
EXERCÍCIO OBRIGATÓRIO: poder-dever (ou dever-poder, segundo Celso A. Bandeira de Melo), não é uma liberalidade, é obrigatório.
IRRENUNCIÁVEL: o administrador não pode abrir mão de suas prerrogativas (pois seria uma violação ao Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público). O administrador exerce função pública, ou seja, o direito/interesse é do povo, portanto ele não pode dispor desse interesse. O Princípio Geral da AP diz que o administrador de hoje não pode criar obstáculos, entraves, para o futuro da AP.
LIMITES PREVISTOS: a autoridade pública tem a prerrogativa, porém, esta prerrogativa tem limitação prevista em lei. Os limites previstos em lei se baseiam no trinômio da necessidade, proporcionalidade e adequação (eficiente). 
Trinômio: Necessidade + Proporcionalidade + Adequação
 (eficiente)
Caso esses limites sejam ultrapassados, configura-se ABUSO DE PODER. A autoridade para praticar o ato precisa ser competente (previsto em lei). Relação com o Princípio da Legalidade.
CABE RESPONSABILIZAÇÃO: A autoridade pública deve ser responsabilizada por tudo aquilo que ela fez (ação) e pelo que ela não fez (omissão). Cabe responsabilização por ação e omissão.
ABUSO DE PODER
a)
 
EXCESSO DE PODER
: quando a autoridade pública ultrapassa o limite da sua competência
. A autoridade é competente, porém ela abusa do poder. O excesso de poder é diferente de desvio de finalidade.
Ex.:
 policial que agride bandido.
b)
 
DESVIO DE FINALIDADE
 (ou desvio de poder): aqui o vício é ideológico (vício subjetivo). Trata-se de um vício na vontade, que por essa razão tem um conjunto probatório difícil (é difícil de provar).
 
Ex.:
 Delegado deixa para cumprir mandado de prisão
 
de um inimigo de infância, para esperar o momento da posse, em um concurso público, e humilhá-lo publicamente.
ABUSO DE PODER:
PODER VINCULADO e PODER DISCRICIONÁRIO: classificação quanto ao grau de liberdade.
Poder VINCULADO: o administrador não tem liberdade, não tem juízo de valor, não há conveniência e oportunidade. Preenchido os requisitos legais, a autoridade está obrigada a praticar o ato.
Poder DISCRICIONÁRIO: aqui, pela parte da autoridade pública, sempre haverá juízo de valor, liberdade, conveniência e oportunidade. A liberdade existe, porém ela está nos limites da lei. 
Ex.: permissão de uso de bem público; autorização para o uso de veículos especiais (acima do peso e acima da medida)
DISCRICIONÁRIO ≠ ARBITRÁRIO
Discricionário: existe liberdade, porém dentro dos limites da lei.
Arbitrário: extrapola os limites e desrespeita a lei.
PODERES EM ESPÉCIE
PODER REGULAMENTAR
Crítica de Maria Silvia Z. de Pietro, o nome ideal seria Poder Normativo (gênero), e dentro dele haveria o poder regulamentar (espécie). 	
O Poder Regulamentar é o instrumento/ferramenta que dá ao Estado o poder de normatizar, disciplinar, regulamentar, definindo normas complementares à lei para sua fiel execução.
O poder é a ferramenta que se materializa por meio de atos administrativos. O Poder Regulamentar se expressa, por exemplo, por:
- Decretos Regulamentares;
- Portarias;
- Intruções;
- Resoluções;
- Deliberações;
- Regimentos;
- Etc.
DECRETOS REGULAMENTARES: na forma é decreto e no conteúdo é regulamento.
Decreto ≠ Regulamento
Lei ≠ Regulamento
LEI: é feito por um órgão colegiado (Congresso Nacional), portanto é mais representativo. O processo legislativo é rigoroso.
REGULAMENTO: é feito por um órgão singular (Presidente da República), é unipessoal, portanto tem menos representatividade. Não tem processo de elaboração.
TIPOS:
Decreto Regulamentar EXECUTIVO: complementa a lei, buscando sua fiel execução. Depende de lei anterior. Previsto no art. 84, IV, CF
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
(...).
Decreto Regulamentar AUTÔNOMO: inova o ordenamento jurídico. É independente (não depende de lei anterior), pois ele, por si só, já “exerce o papel da lei”. Seu fundamento de validade está direto na CF.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
(...).
O decreto regulamentar autônomo é polêmico. Porém, atual entendimento do STF diz que ele é possível no Brasil, desde que em caráter de exceção e expressamente de acordo com a lei.
QUESTÃO: o ato, no exercício do poder regulamentar, está sujeito a controle do Poder Judiciário?
SIM, controle de legalidade (no sentido amplo). Compatibilidade com a lei e compatibilidade com as regras e princípios constitucionais. 
E ao controle do Legislativo?
Sim, o poder legislativo pode sustar os atos normativos que exorbitem o Poder Regulamentar (artigo 49, V, CF).
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
(...)
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
(...).
PODER HIERÁRQUICO
É a prerrogativa que vai dar ao administrador o poder de escalonar, de hierarquizar, de estruturar seus quadros. É a construção de relação de subordinação, de hierarquia.
Este poder é chamado de “Poder do Hierarca” por Celso Antônio B. de Melo.
Faculdades:
a) dar ordens;
b) fiscalizar, controlar;
c) rever, corrigir os atos de seus subordinados;
d) delegação e avocação de atribuição;
e) aplicar sanção, penalidades (isso é também poder disciplinar)
PODER DISCIPLINAR
Prerrogativa que tem o Estado que permite aplicar sanção à prática de infrações constitucionais.
Decorrente da hierarquia.
A doutrina tradicional dizia que o Poder Disciplinar é em regra discricionário. Porém a doutrina atual no Brasil diz que instaurar o processo não é discricionário, aplicar a pena também não. Porém, definir qual é a infração é ato discricionário, pois o conceito de “infração” é vago, é indeterminado. 
Instauração do processo Diferente do Direito Penal (é o verbo)
Discricionário (tem juízo de valor)
Definir a infração (infração é conceito vago, indeterminado)
 Aplicar a pena
MS 28.801: o STF diz que a corregedoria pode e tem competência para fiscalizar juízes, porém diz também que o CNJ (órgão administrativo) pode aplicar sanção por infração funcional, porém com atuação subsidiária.
PODER DE POLÍCIA
É o poder de restringir, limitar, frenar a atuação do particular, em nome do interesse público.
Tem a finalidade de compatibilizar o interesse público com o interesse privado. 
O poder de policia não é para tirar o direito, mas sim definir a forma, definir a maneira de se exercitar esse direito.
QUESTÃO: Se o poder de policia não retira o poder de ninguém, existe o direito de indenizar?
Não.
REGRAS:
a) Atinge a liberdade e a propriedade (MAS NÃO RETIRA ESSES DIREITOS). Não atinge a PESSOA do particular, não incide sobre a pessoa, incide sobre os bens, as atividades, etc.
b) preventivo e fiscalizador: para prevenir prejuízos
Ex.: estabelecer um limite de velocidade para uma rodovia para prevenir acidentes = poder de policia fiscalizador. Colocar um radar em rodovia para fiscalizar o cumprimento da ordem de dirigir até 80 km/h = poder de polícia fiscalizador. Quando multado = poder de policia repressivo.
c) atos normativos

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