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03/03/2015 1 EXPERIMENTAÇÃO ZOOTÉCNICA Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari amanda@fcav.unesp.br 03/03/2015 2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO � Os princípios que norteiam a experimentação animal visam: � Garantir a estimativa da variação individual sem o concurso de outros fatores que possam infiltrar durante a condução do experimento. � São eles, com igual importância: 1. Repetição de unidades experimentais 2. Casualização das unidades experimentais 3. Uniformidade dos animais experimentais 4. Uniformidade na aplicação dos tratamentos 5. Uniformidade do meio � A observação desses princípios básicos definirá um ensaio mais eficiente e sensível por resultar em valor mais realístico da variação individual. 03/03/2015 3 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 1. Repetição de unidades experimentais � Apenas pela existência de várias respostas para um mesmo tratamento poderemos estimar a resposta média para aquele grupo experimental, e ainda mais importante, a variação de respostas individuais observada dentro dele. 03/03/2015 4 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 1. Repetição de unidades experimentais � Para que ambas estimativas sejam confiáveis, o número de repetições deve ser adequadamente definido pelo pesquisador, a partir do tipo de resposta que estará estudando e da confiança com que ele definirá a média de cada tratamento. � É preciso deixar claro que na experimentação animal, geralmente cada indivíduo é uma repetição. 03/03/2015 5 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 1. Repetição de unidades experimentais � Avaliações concomitantes de um mesmo animal, � por exemplo, duas ou três alíquotas de seu soro, não fornecerão duas ou três repetições da resposta estudada, e sim duas ou três réplicas (sem valor algum como repetições experimentais) cuja média definirá a resposta única daquele animal. � As réplicas são utilizadas quando a mensuração de uma resposta está sujeita a erros de manipulação (laboratorial ou humana), justificando que o seu valor médio retrataria melhor aquela resposta para um animal. 03/03/2015 6 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 2. Casualização das Unidades Experimentais � Amostra total disponível UNIFORME, �Cada animal deve ser direcionado a um TRATAMENTO POR SORTEIO. �Não se deve escolher os que se deixam capturar mais facilmente, pois pode-se comprometer o estudo confundindo o temperamento deles à alguma patologia, por exemplo. �Condição nem sempre disponível. 03/03/2015 7 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 2. Casualização das Unidades Experimentais � As respostas biológicas são variáveis em magnitude, dependendo dos indivíduos onde foram colhidas essa respostas. �É preciso dar a cada grupo experimental a mesma chance de arrebanhar indivíduos com variações semelhantes (ou não). � Isto apenas será obtido através da casualisação. 03/03/2015 8 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 3. Uniformidade dos animais experimentais � Parece lógico que os animais participantes de um ensaio tenham as mesmas características antes de aplicarmos os tratamentos que desejamos testar. �Mesmo sexo, idade e grau de sangue traduzem essa condição de uniformidade. 03/03/2015 9 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 3. Uniformidade dos animais experimentais � Na realidade nem sempre isso é conseguido, pois tem-se: �Dificuldade de sexagem em aves. �Variação etária ou em peso; �Grau de sangue desconhecido; todas essas situações são comuns em nossos experimentos. 03/03/2015 10 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 3. Uniformidade dos animais experimentais � Cada fator presente no lote disponível, então heterogêneo, � implica em um EFEITO adicional sobre a resposta medida, � superestimando a variação individual, já que atuam independente sobre cada indivíduo. 03/03/2015 11 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 3. Uniformidade dos animais experimentais � Como corrigir esta influência para manter o princípio da uniformidade? � Controle desses fatores pela escolha de um delineamento adequado pode ser a solução. �Para isso, cada tratamento devera reunir uma amostra equivalente, ainda que não uniforme. 03/03/2015 12 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 3. Uniformidade dos animais experimentais � Exemplo: Se em um grupo experimental tiver 6 machos e três fêmeas, todos os demais grupos deverão ser igualmente constituídos. � Este procedimento: � garantirá uma comparação justa de médias e � possibilitará a estimativa da variação individual, uma vez que o efeito dos fatores circunstanciais (no caso, sexo) poderá ser controlado pela análise. 03/03/2015 13 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 4. Uniformidade na aplicação dos tratamentos � Às vezes parece que um tratamento pode ser aplicado sem maiores problemas e que os animais irão desfrutá-lo igualmente. � É preciso um pouco de experiência para verificar que nem sempre isto é alcançado, face a algum tipo de problema técnico ou de infraestrutura. 03/03/2015 14 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 4. Uniformidade na aplicação dos tratamentos � Exemplo. Em uma baia com 16 leitões (onde cada um será uma repetição) � Um comedouro mal projetado não proporcionará a mesma facilidade de alimentação a todos os animais da baia. � Logo, a variação individual será superestimada por conter o efeito individual que normalmente existiria acrescido da hierarquia observada entre eles. 03/03/2015 15 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 4. Uniformidade na aplicação dos tratamentos � Se os tratamentos são impostos por injeções, � o grupo controle precisa receber de igual volume, de material inerte (soro fisiológico). � assim todos os animais sofrerão o mesmo estresse, sem que haja o confundimento deste com o efeito de cada tratamento. 03/03/2015 16 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 4. Uniformidade na aplicação dos tratamentos � Os diferentes anestésicos testados em um ensaio, precisam guardar a devida proporção dose/peso do animal para cada indivíduo. � Obedecer à mesma quantidade de anestésico para animais de pesos distintos dentro do mesmo tratamento superestimará a variação individual onde, por definição, o tratamento é aplicado por unidade de peso vivo. 03/03/2015 17 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 4. Uniformidade na aplicação dos tratamentos � Este princípio visa garantir as mesmas condições do agente causador de resposta sobre cada animal. � O não atendimento deste princípio não pode ser corrigido por estratégia alguma porque o fator externo atuante confunde-se com cada tratamento. 03/03/2015 18 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 5. Uniformidade do Meio � Pode-se também ocorrer problemas de infraestrutura ou temporais para a instalação de um ensaio. � Todas as repetições podem não caber em um mesmo recinto ou � Elas não estão totalmente disponíveis ao mesmo tempo. 03/03/2015 19 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EXPERIMENTAÇÃO 5. Uniformidade do Meio � O problema poderá ser resolvido se todos os tratamentos testados estiverem sempre sob as diversas condições de meio ou temporais. � Cada tratamento deverá estar igualmente representado em cada recinto ou em cada tempo. � Assim, as comparações de suas médias serão justas já que os mesmos estiveram sob as mesmas condições. � Através de um delineamento adequado, os efeitos de recinto ou temporais poderão ser medidos e as estimativas da variação individual será obtida sem o curso dos mesmos. 03/03/2015 20 EXERCÍCIOSE1. Para um ensaio de nutrição que testará quatro formulações proteicas para suínos, a amostragem disponível era de 24 leitões de mesma idade, desmamados no mesmo dia. Desses animais 15 são machos e os demais são fêmeas. Obedecendo o princípio de casualização, o pesquisador sorteou seis animais para cada grupo experimental. Note que por este procedimento, um tratamento poderá eventualmente mais animais de um só sexo, violando assim o princípio de uniformidade amostral. Qual seria então o procedimento correto para a distribuição dos animais aos tratamentos? 03/03/2015 21 EXERCÍCIOS Estruturação do E1: � Teste de quatro formulações proteicas para suínos � Amostra: 24 leitões � de mesma idade � desmamados no mesmo dia. � 15 são machos e 09 são fêmeas � Obedecendo o princípio de casualização � sorteio seis animais para cada grupo experimental. � Neste procedimento, um tratamento poderá eventualmente mais animais de um só sexo (15 e 09 não são múltiplos de 4) � Violação do princípio de uniformidade amostral. � Qual seria então o procedimento correto para a distribuição dos animais aos tratamentos? 03/03/2015 22 EXERCÍCIOS Resolução do E1: Procedimento correto: � Separar 2 subuniversos amostrais – 15 machos e 9 fêmeas � Dentro de cada um deles efetuar o sorteio dos animais para cada um dos quatro tratamento. � Serão utilizados 12 dos 15 machos e 8 das 9 fêmeas, pois existirão apenas 3 machos e 2 fêmeas para cada tratamento os demais serão desprezados. � Cada grupo experimental, embora sem uniformidade amostral, será composto de 5 animais (3 machos e 2 fêmeas) � Possibilitando retirar da análise estatística o EFEITO sexo sobre a variação da resposta observada � Sexo passa a ser um efeito igualmente distribuido em cada grupo experimental. 03/03/2015 23 EXERCÍCIOS E2. Existem dois galpões com 10 boxes cada. Cinco linhagens de corte (sexados, machos) serão testados. Cada box é uma unidade experimental, da qual será tirado o peso médio das aves com 38 dias de idade. Três boxes do segundo galpão estão ocupados com a ração que manterá as aves durante o ensaio. Como você distribuiria os tratamentos pelos boxes disponíveis nos dois galpões, de modo que todas as linhagens fossem igualmente influenciadas por eles? 03/03/2015 24 EXERCÍCIOS Estrutura do E2. � Existem dois galpões com 10 boxes cada. � Cinco linhagens de corte (sexados, machos) serão testados. � Cada box é uma unidade experimental, da qual será tirado o peso médio das aves com 38 dias de idade. � Três boxes do segundo balcão estão ocupados – logo: � primeiro galpão tem 10 boxes disponíveis � segundo galpão tem 7 boxes disponíveis � Como você distribuiria os tratamentos pelos boxes disponíveis nos dois galpões, de modo que todas as linhagens fossem igualmente influenciadas por eles? 03/03/2015 25 EXERCÍCIOS Solução do E2. � Existem 10 boxes disponíveis no 1º Galpão e 07 boxes no 2º Galpão � Designe a linhagem por sorteio, sendo: � dois boxes para cada uma das cinco linhagens no 1º Galpão � apenas um box por linhagem no 2º Galpão. � Note que 2 boxes do 2º Galpão ficarão vazios!!! � Dessa maneira, as linhagens poderão ser comparadas entre si por terem sido criadas sob as mesmas condições, ainda que não uniformes. 03/03/2015 26 EXERCÍCIOS PARA ENTREGAR E3. Três concentrações de um extrato vegetal com reconhecimento poder de ação sobre a proliferação celular irão ser testadas sobre placas de cultura de tecido animal em metástase. Para cada concentração serão preparadas cinco placas obtidas de uma única cultura mãe. Critique esta técnica de preparação das amostras. 03/03/2015 27 EXERCÍCIOS Estrutura do E3. � Três concentrações de um extrato vegetal � testadas sobre placas de cultura de tecido animal em metástase. � Para cada concentração serão preparadas cinco placas � obtidas de uma única cultura mãe. � Critique esta técnica de preparação das amostras. 03/03/2015 28 EXERCÍCIOS Solução do E3. � Principio de uniformidade está aparentemente sendo aplicado, o princípio de repetições está sendo VIOLADO. � Entende-se como variação entre repetições a variação entre indivíduos. � Não há indivíduos neste ensaio e sim réplicas do mesmo indivíduo, o que subestimará o valor da instabilidade amostral � O procedimento correto seria obter várias culturas mães de diferentes origens (seis ou mais), replicá-las em três placas e sobre cada uma delas aplicar uma concentração do extrato vegetal. � Então teríamos seis condições de meio e três tratamentos aplicados sobre indivíduos idênticos (réplicas).