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9 - SCHUMPETER

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A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO – SCHUMPETER – CAPÍTULOS 1 E 2 - AULA 8. 
Capítulo 1 – O fluxo circular da vida econômica enquanto condicionado por circuntâncias dadas. 
Um fato nunca é pura ou exclusivamente econômico; sempre existem outros aspectos, em geral, mais importantes. Os fatos econômicos resultam do comportamento econômico, que pode ser definido como comportamento dirigido para a aquisição de bens. Também falamos de um motivo econômico para a ação de forças econômicas na vida social e econnômica, e assim por diante. O campo dos fatos econômicos esta delimitao pelo conceito de comportamento econômico. Todos devem, ao menos em parte, agir economicamente, devendo ser um “sujeito econômico” ou depender de um deles. Mas, quando os grupos sociais se tornam especializados ocupacionalmente, podemos distinguir classes de pessoas cuja atividade principal é o comportamento econômico ou os negócios, de outras classes em que o espectro econômico do comportamento é eclipsado por outros aspectos.
O objetivo do capítulo é explicar o desenvolvimento econômico. Quando conseguimos achar uma relação causal definida entre dois elementos nosso problema estará resolvido se aquilo que representou o papel “causal” for não-econômico. Se por outro lado, o próprio fator causal é de natureza econômica, devemos continuar em nossos esforços de espalnação até chegar a uma base não econômica. Para a analise consideraremos um Estado organizado comercialmente, com propriedade privada, divisão de trabalho e livre concorrência. 
O fluxo circular dos períodos econômicos marcha relativamente rápido e como em todo período econômico ocorre essencialmente a mesma coisa, o mecanismo da troca econômica se opera com grande precisão. Os períodos econômicos passados governam a atividade do indivíduo. Famílias a empresas agem de acordo com elementos empiricamente dados e de uma maneira totalmente empírica, os dados podem mudar e todos agirão de acordo com essa mudança, mas todos se apegarão o mais firmemente possível aos métodos econômicos habituais e somente se subterão à pressão das circunstâncias se for necessário. Assim, o sistema econômico não se modificará por iniciativa própria, mas sempre será vinculado a um estado precendete de negócios, que é o princípio da continuidade.
A atividade econômica pode ter qualquer motivo, até mesmo espiritual, mas seu significado é sempre a satisfaçao de necessidades. O objetivo que o homem econômico persegue ao produzir põe o seu selo sobre o método e volume da produção. Esse propósito só pode ser a criação de coisas úteis ou objetos de consumo. Numa economia que não seja de trocas só pode tratar-se de utilidades para consumo dentro do sistema. Nesse caso, tod indivíduo produz diretamente para consumo, ou seja, para satisfazer suas necessidades. As condições externas dadas e as necessidades do indivíduo aparecem como dois fatores decisivos no processo econômico. Esse segundo lado da produção faz dela, desde o início um problema econômico. Este problema deve ser distinguido do problema puramente tecnológico da produção. Muitas vezes no proceso produtivo, vemos mudanças recomendadas por um lado e rejeitadas pelo outro. Por exemplo o engenheiro pode recomendar um processo que o diretor comercial rejeita. Contudo, todo método de produção se curva diante da adequação econômica. Em última estancia a conveniência regula a produção tecnológica, assim como a econômica, e a distinção entre as duas está na diferença do caráter dessa conveniência. A produção não “cria” nada no sentido físico, considerada tanto tecnológica quanto economicamente. Em ambos os casos só pode influenciar as coisas e os processos – as “forças”. Produzir significa combinar as forças e coisas ao nosso alcance. Todos os métodos de produção significam algumas dessas combinações técnicas. Métodos de produção diferentes só podem ser diferenciados pela maneira com que se dão essas combinações, ou seja, pelos objetos combinados ou pela relação entre suas qualidades. Todo ato concreto de produção incorpora, a nosso ver, é, a nosso ver, certa combinação. Esse conceito pode ser estendido a tudo que for produção no sentido mais amplo. Também consideraremos com o “combinação” uma empresa como tal, e mesmo as condições produtivas de todo o sistema econômico. Contudo, não coincidem as combinações econômicas e as tecnológicas, as primeiras são ligadas às necessidades e meios existentes, as últimas à ideia básica dos métodos. O objetivo da prdoução tecnológica é na verdade determinado pelo sistema econômico, a tecnologia só desenvolve métodos produtivos. A realidade econômica não executa necessariamente os métodos até que cheguem à sua conclusão lógica com inteireza tecnológica, mas subordina sua execução a pontos de vista econômios. A lógica econômica prevalece sobre a tecnológica. 
Caracterizaremos o processo de produção mediante o conceito de combinações de forças produtivas. Os resultados dessas combinações são os produtos. 
 .processo de forças → forças produtivas→ produto. 
O que deve ser combinado? Todos os tipos possíveis de objetos e “forças”. “Forças naturais” no sentido físico também assumirão para nós o caráter de produto, como por exemplo o caso da corrente elétrica. É em geral uma questão de interpretação conceber um bem como produto ou como um meio. 
É comum classificar os bens em “ordens”, de acordo com a sua distância do ato final de consumo. Os bens de consumo são de primeira ordem, os bens de cuja combinação se originam imediatamente os bens de consumo são da segunda ordem, e assim por diante. Quanto mais subimos nas ordens dos bens, mais eles perdem sua especialização, sua eficácia para um propósito particular; e mais amplos são seus usos potenciais. A árvore genealógica dos bens torna-se progressivamente mais fina. Significando que quanto mais longe dos bens de consumo escolheremos nosso ponto de vista, mais números se tornam os bens de primeira ordem que descendem de bens similares de ordens superiores. Se subirmos na hierarquia dos bens chegamos aos que são , para nosso objetivos, os últimos elementos da produção, sendo eles o trabalho e as dádivas natureza “terra” , os serviços do trabalho e da terra. Podemos converter todos os bens em “terra e trabalho”, no sentido de que podemos converter todos os bens em “ terra e trabalho” , podemos conceber todos os bens como feixes dos serviços do trabalho e da terra. Para nós, ambos os fatores produtivos originais são igualmente indispensáveis à produção, e pela mesma razão e maneira. Diferente dos fisiocratas, que davam prioridade à terra, e de Adam Smith ou Ricardo, que priorizavam o trabalho. Tanto o trabalho como a terra são economizados, os dois são avaliados segundo critérios econômicos e recebem igual enfoque econômico. Concordando assim com outros autores teóricos da utilidade marginal. 
Em relação ao trabalho faremos distinções entre dirigente e dirigido e entre trabalho assalariado e autônomo. O trabalho dirigente tem uma posição mais elevado na hierarquia do organismo produtivo. Essa direção e supervisão do trabalho “executor” parece erguer o trabalho acima e fora da classe do outro trabalho. Enquanto o trabalho executor está simplesmente no novel de uso da terra, e economicamente falando tem a mesma função que este. O trabalho dirigente esta claramente em uma posição predominante em relação ao executor e aos usos da terra , quase como um terceiro fator produtivo. Além disso, o trabalho dirigente tem algo criativo no sentido de que estabelece seus próprios fins. Podemos delinear a diferença do trabalho assalariado e do autônomo da mesma forma que a anterior. O trabalho autônomo é algo peculiar precisamente na medida em que possui a função de trabalho dirigente ao passo que o resto não difere em nada do trabalho assalariado. A característica de estar em um ponto mais alto não constitui nenhuma diferença econômica essencial. A necessidade de tomar decisões ocorreem qualquer trabalho. Os meios de produção e o processo produtivo não tem em geral nenhum líder real, ou melhor, o lieder real é o consumidor. 
De nosso pressupostos também se segue que a quantidade de trabalho é determinado pelas circunstâncias dadas. Não se determina rigorosamente desde o princípio quanto um dado número de homens trabalha. Expressões da vida cotidiana nos mostram que o trabalho o trabalho para a obtenção do pão nosso de cada dia é um fardo. A medida que se progride nas satisfações das necessidades, mais declina o impulso para o trabalho e ao mesmo tempo mais cresce a quantidade com que é comparado, a saber a desutilidade de trabalho. 
Os fatores produtivos sempre atuam praticamente juntos. Se digamos, fossem necessárias três unidades de trabalho e duas de terra para produzir um bem de determinado valor, e duas de trabalho e três de terra para produzir outro, para que o produtor escolha é necessário um padrão para comparar as duas combinações, requer-se um denominador comum. A teoria da imputação nos dá a solução. O que o indivíduo deseja medir é o valor relativo das quantidades de seus meios de produção. Em suma, depende de um padrão de valor. Mas só dispões de tal coisa para diretamente apenas para bens de consumo. Não há tal padrão para seu estoque de serviços do trabalho e da terra, e da mesma forma nenhum padrão para meios de produção produzidos. Esses outros bens também devem sua importância simplesmente ao fato de que também servem para satisfazer necessidades. Contribuem para a satisfação de necessidades porque contribuem para a realização de bens de consumo. Portanto recebem valor destes últimos. É como se o valor dos bens de consumo refletisse de volta sobre eles. É-lhes “imputado” , e, com base nesse valor imputado recém seu lugar na ordem econômica. 
Em contraste com o valor de uso dos bens de consumo, esse valor dos bens de produção é o “valor de rendimento”, ou valor de produtividade. A utilidade marginal dos primeiros corresponde a produtividade marginal; a importância de uma unidade individual dos serviços de trabalho ou da terra é dada pela produtividade marginal do trabalho ou da terra, que portanto deve ser definida como valor da unidade menos importante do produto gerado até agora com auxílio de uma unidade de um dado estoque dos serviços de trabalho ou da terra. Esse valor indica a cota de serviços do trabalho ou da terra presente no valor do produto social total e por isso pode ser chamado de “produto” de um serviço do trabalho ou da terra. Essas afirmações não trasmitirão o que deveriam transmitir aos que estejam completamente familiarizados com a teoria do valor. Este que é o único significado preciso da expressão “produto de trabalho” para os objetivos de uma abordagem puramente econômica. Nesse sentido dizemos que os preços dos serviços da terra e do trabalho numa economia de trocas são determinados pela produtividade marginal da terra e do trabalho, e portanto que, sobre a livre concorrência o senhor da terra e o trabalhador recebem o produto de seus meios de produção. O individuo usa com presteza esse valor dos meios de produção porque os bens de consumo em que se convertem lhe são empiricamente familiares. Há um método definido de empregar cada bem, por conseguinte uma determinada satisfação das necessidades, e daí um índice de utilidade para incrementos individuais dos bens, que é a expressão deles. Esse índice de utilidade caracteriza o lugar de cada incremento na economia do indivíduo. Emerge para cada bem uma escala definida de utilidades que reflete a utilidade de todos seus usos e que lhe da uma utilidade marginal determinada. Para um meio de produção o mesmo é obtido mediante seu “produto” ou sua “contribuição produtiva”. 
Toda produção envolve uma escolha entre possibilidades concorrentes. O valor total do produto nunca é ganho líquido, mas apenas o seu excedente sobre o valor do produto que seria produzido de outra forma. O valor deste último representa um contra-argumento em relação ao produto escolhido e ao mesmo tempo mede sua força. Aqui aparece o elemento custos. Os custos são um fenômeno do valor. O que a produção de um bem custa ao seu produtor são aqueles bens de consumo que de outro modo poderiam ser adiquiridos com os mesmos meios de produção e que em consequência da escolha da produção não podem ser produzidos agora. Portanto, o gasto dos meios de produção envolve um sacrifício, tanto no caso do trabalho, como no de outros meios de produção. A consideração que os produtores efetivamente têm pelo elemento custo de produção, nada é além de uma maneira de levar em conta as outras possibilidades de emprego dos bens de produção. 
Enquanto expressão do valor dos outros empregos potenciais dos meios de produção, os custos constituem os itens de passivo da folha do balanço social. O valor dos bens de produção deve ser distinguido dessa expressão, pois representa o maior valor total do produto efetivamente criado . Mas na margem da produção, de acordo com o dito acima, ambas as quantidades são iguais, porque os custos se elevam até a altura da utilidade marginal do produto, e portanto também da combinação presente aos meio de produção. Nesse ponto surge aquela posição que é chamada de equilíbrio econômico, e que, enquanto os dados se mantiverem, tende a se repetir em todo período. Segue-se disso que o último incremento de todo produto será produzido sem um ganho em utilidade maior do que os custos. Em geral, nenhum valor excedente acima do valor dos bens de produção pode ser obtido na produção. Esta realiza apenas os valores previstos no plano econômico, que existem previamente, em potencial nos valores dos meios de produção. Também nesse sentido a produção não “cria” nenhum valor, no processo produtivo não ocorre nenhum aumento de valor . A futura satisfação de necessidades, antes que a produção tenha feito seu trabalho, é exatamente tão dependente da posse dos meios de produçã necessários, quanto o é depois, em relação à posse do produto. Nenhum produto pode, até aqui, apresentar um valor excedente acima do valor dos serviços de trabalho e da terra nele contidos. Numa economia de troca, os preços de todos os produtos devem ser iguais aos preços dos serviços do trabalho e natureza neles incorporados, em livre concorrência. 
Um segundo conceito de custo, a partir da economia de troca é que os custos são em essência os totais dos preços dos serviços do trabalho e da natureza. E esses totais de preços devem se igualar às receitas obtidas pelos produtos. Nessa medida, portanto, a produção deve fluir essencialmente sem lucro. Não significa que, se o sistema econômico estiver perfeitamente equilibrado, produz sem resultado, mas apenas que os resultados fluem inteiramente para os fatores produtivos originais. O lucro é um sintoma de imperfeição. O lucro puro não pode existir porque o valor e o preço dos serviços produtivos originais sempre absorverão o valor e o preço do produto. Esse pensamento não se opõe tanto a teoria clássica.
Dois elementos devem ser considerados, o risco e a mudança espotânea dos dados que o indivíduo está acostumado a lidar. No primeiro, podemos distinguir dois tipos, os riscos de falha técnica e os riscos do fracasso comercial. Na porção que esses riscos são previsto, atuam de imediato sobre os planos econômicos. Se os riscos não são previstos ou se nem foram tidos nos planos econômicos, se tornam uma fonte de perdas temporárias, e por outro lado, fonte de ganhos temporários. A fonte principal desses ganhos e perdas são as mudanças espontâneas que criam novas situações. E a adaptação à elas sempre oferece dificuladade. Em geral, é impossível a adaptação perfeita em relaçãos aos produtos existentes anteriormente, especialmente nos casos de bens de consumo duráveis. Durante o tempo que se deve transcorrer até que se gastem inteiramente, aparecem mudanças nas condições reais, e isso causa uma das peculiaridades na determinação de seu valor. Os seusretornos perdem toda conexão com seus custos e devem simplesmente ser aceitos; seus valores apropriados se alteram sem que haja a apossibilidade de ser modificada a oferta correspondente. Tornam-se assim um certo tipo especial de retorno e podem elevar-se acima ou abaixo do total dos serviços do trabalho e da terra neles contido. Eles aparecem de modo semelhante ao aparecimento dos agentes naturais, são as quase-rendas. 
Contudo, o período de tempo envolvido em toda a procução, pode alterar o resultado da imputação e impedir que uma parte do valor do produto se reflita nos serviços do trabalho e da natureza. Os meios de produção não são meramente bens de consumo em potencial, mas se distingue desses últimos por uma nova característica essencial, que é a distância no tempo que os separa dos bens capazes de ser consumidos. Os meios de produção são bens de consumo futuros e assim valem menos do que os bens de consumo. O seu valor não exaure o valor do produto. 
A teoria da imputação explica os valores de todos os bens individuais, acrescentando que os valores de bens individuais não são independentes, mas se condicionam mutuamente. Eles um sistema de valores para cada pessoa, cujos elementos separados são mutuamente dependentes. Nesse sistema de valores esta expressa toda a economia de uma pessoa todas as suas ligações econômicas e o indivíduo nunca é consciente de todas as partes desse sistema, em sua rotina, ele age de forma empírica, e em todo uso de determinado bem, parte de seu valor, lhe é dado pela experiência. Esse sistema de valores mostra uma grande estabilidade. Em qualquer período econômico existe a tendência a voltar ao caminho já percorrido, e mesmo quando essa regularidade é interrompida, sempre permanece alguma continuidade. O sistema de valores que for estabelecido e as combinações que forem dadas serão sempre ponto de partida para cada novo período econômico. A quantidade e o valor dos bens nos períodos passados determinam parcialmente as quantidades e valores dos bens nos seguintes. Todo período funciona com bens que um período anterior praparou para ele, e em todo período se produzem bens para os próximos. Assim, a partir desse modo de encaixar períodos econômicos, todo bem de consumo requer dois períodos econômicos para seu acabamento. Em cada período, os serviços do trabalho e da terra que ainda não estão incorporados aos meios de produção a serem empregados no período em consideração são trocados por bens de consumo que foram terminados no período anterior. 
A experiência nos mostra que todo indivíduo avalia seu estoque de dinheiro. E no mercado todas essas estimativas individuais de valor levam ao estabelecimento de uma relação de troca definida entre a unidade de dinheiro e as quantidades de todos os outros bens. O valor de uso da mercadoria material obviamente proporciona o fundamento histórico pelo qual o dinheiro adquire uma relação de troca definida com os outros bens, mas seu valor para cada indivíduo e seu preço de mercado podem deslocar-se em relação a essa base e efetivamente o fazem. Certamente é óbvio que nem a utilidade marginal individual nem o preço de ouro enquanto dinheiro podem desviar-se da sua utilidade marginal individual e de seu preço de mercado, enquanto mercadoria. O valor do dinheiro, enquanto dinheiro, pode teoricamente pode ser completamente separado do valor do material. O último é fonte histórica do primeiro. O dinheiro só tem função de instrumento técnico, mas não acrescenta nada de novo aos fenômenos. Representa nessa medida apenas o disfarce das coisas econômicas e nada de essencial é deixado de lado ao fazermos abstração dele. Até aqui consideramos o dinheiro apenas como um meio de circulação. Obviamente também há em todo sistema econômico, quantidades de dinheiro não-circulantes.
Os valores que aqui nos iteressa tem sentido não em referência ao ponto de vista de todo o sistema econômico, mas apenas ao do indivíduo. O fato social esta na circuntância de que os valores individuias são inter-relacionados e não são independetes um do outro. A totalidade das relações econômicas constituiu o sistema econômico. Se não se pode falar em valores sociais, há no entanto um sistema social de valores individuais. Nesse sistema social de valores se refletem todas as condições de vida de um país, nele são expressas em particular todas as “combinações”. O sedimento do sistema social de valores é o sistema de preços. 
Capítulo 2 – O fenômeno fundamental do desenvolvimento econômico. 
A teoria do capítulo I descreve a vida econômica do ponto de vista da tendência do sistema econômico para uma posição de equilíbrio, tendência que nos dá os meio de determinar os preços e as quantidades de bens, e pode ser descrita como uma adaptação aos dados existentes em momentos anteriores. Isso não significa que ano após ano as mesmas coisas aconteçam, e sim que concebemos os vários processos do sistema econômico como fenômenos parciais da tendência para uma posição de equilíbrio, mas não necessariamente para a mesma. A posição do estado ideal de equilíbrio muda porque os dados mudam. A teoria esta construida de modo a aplicar-se às consequências de tais mudanças. Se a mudança ocorrer nos dados não-sociais (condições naturais) ou nos dados sociais não-econômicos (aqui se inclue o efeito da guerra, as mudanças na política comercial, social ou econômica) , ou no gosto dos consumidores, não parece ser necessária nenhuma revisão fundamental nos instrumentos teóricos. Esses instrumentos só falham quando a vida econômica em si mesma modifica seus próprios dados. 
Entenderemos por desenvolvimento apenas as mudanças da vida econômica que não lhe forem imposta de fora, mas que surjam de dentro, por sua própria iniciativa. Se concluir que não há tais mudanças emergindo na própria esfera econômica, e que o fenômeno que chamamos de desenvolvimento econômico é na prática baseado no fato de que os dados mudam e que a economia se adapta continuamente a eles, então diríamos que não há nenhum desenvolvimento econômico. 
Todo processo concreto de desenvolvimento repousa finalmente sobre o desenvolvimento precedente. Todo processo de desenvolvimento cria os pré-requisitos para o seguinte. Com isso, a forma desse último é alterada e as coisas se desenrolarão de modo diferente do que o teriam feito se cada fase concreta do desenvolvimento tivesse sido primeiro compelida a criar suas próprias condições. O desenvolvimento no sentido que o tomamos, é um fenômeno distinto, inteiramente estranho ao que pode ser observado no fluxo circular ou a tendência ao equilíbrio. É uma mudança espontânea e descontínua nos canais do fluxo, perturbação do equilíbrio, que altera e desloca para sempre o estado de equilíbrio previamente existente. Essas mudanças e perturbações aparecem na esfera da vida industrial e comercial, não na esfera das necessidades dos consumidores de produtos finais. 
As inovações no sistema econômico não aparecem, via de regra, de tal maneira que primeiramente as novas necessidades surgem espontaneamente nos consumidores e então o aparato produtivo se modifica por pressão, é o produtor que, geralmente, inicia a mudança econômica, e os consumidores são educados por ele, são ensinados a querer coisas novas. 
Produzir significa combinar materiais e forças, na medida em que novas combinações podem originar-se das antigas, há certamente mudança, possivelmente há crescimento, mas não um fenômeno novo. Na medida em que não for este o caso, e em que novas combinações aparecem descontinuamente, então surge o fenômeno que caracteriza o desenvolvimento. O desenvolvimento é definido pela realização de novas combinações. Esse conceito engloba cinco casos: I – Introdução de um novo bem; II – Introdução de um novo método de produção; III – Abertura de um novo mercado; IV – Conquista de uma nova fonte de oferta de matérias primas ou de bens semimanufaturados; V – Estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria, como a criação de um monopólio, ouaté mesmo a desagregação de um. Duas coisas são essenciais para os fenômenos inerentes à realização dessas combinações novas e para a compreensão dos fenômenos envolvidos. Em primeiro lugar, não é essencial que as combinações novas sejam realizadas pelas mesmas pessoas que controlam o processo produtivo ou comercial a ser deslocado pelo novo. Pelo contrário, as novas combinações, via de regra, estão corporificadas em empresas novas que geralmente não surgem das antigas, mas começam a produzir de seu lado. 
O comando sobre os meios de produção é necessário para a realização de novas combinações. A obtenção dos meios de produção é um problema especial das empresas estabelecidas que trabalham dentro do fluxo circular. Pois eles já obtiveram esses meios ou então podem obte-los comumente com lucro da produção anterior. Uma vez colocado em movimento, esse mecanismo funciona automaticamente. 
O método característico do tipo capitalista de sociedade é o fornecimento de créditos (pelo capitalista) aos que desejam realizar uma nova combinação, que não pode ser financiada pelos retornos da produção anterior. O crédito é primariamente necessário às novas combinações e é por estas que ele força seu caminho dentro do fluxo circular. 
Há um método de conseguir um método de obter dinheiro que não pressupõe a existência de resultados acumulados do desenvolvimento anterior, é a criação do poder de compra pelos bancos. A forma que toma é imaterial. É sempre uma questão de não transformar o poder de compra já existente em propriedade de alguém, mas na criação de novo poder de compra a partir do nada. E essa é a fonte a partir da qual novas combinações frequentemente são financiadas e a partir da qual teriam que ser financiadas sempre, se os resultados do desenvolvimento anterior não existissem de fato em algum momento. O banqueiro não é primariamente tanto um intermediário da mercadoria “poder de compra”, mas um produtor dessa mercadoria. Ele substitui os capitalistas privados ou torna-se seu agente. Ele se coloca entre o que desejam formar novas combinações e os possuidores dos meios produtivos. O banqueiro é essencialmente um fenômeno do desenvolvimento, ele torna possível a realização de novas combinações, autoriza pessoas a forma-las. 
Além das novas combinações e dos créditos, um terceiro ponto de extrema importância para o desenvolvimento econômicos é o empreendimento, chamamos empresários aqueles que tem a função de realizar esses empreendimentos. A função do empresário é combinar os fatores produtivos, reuni-los. Com isso é uma atuação especial apenas quando os fatores combinados o são pela primeira vez. A tendência é que o empresário não tenha lucro nem prejuízo no fluxo circular, ou seja, ele não tem nenhuma função de tipo especial, simplesmente ele não existe; mas em seu lugar há dirigentes de empresas ou gerentes de negócios de um tipo diferente.
 .CAPITALISTA ≠ EMPRESÁRIO ≠ DIRIGENTE DE EMPRESA. 
 Agente do desenvolvimento a partir ministra o fluxo circular
 de inovações; inova; empreende 
A inovação altera o equilíbrio existente. Enquanto no fluxo habitual todo indivíduo pode agir prontamente, quando se defronta com inovações precisa de orientação. Não é verdade que o hábito, o costume ou os modos não-econômicos de pensar causem uma diferença irremediável entre os indivíduos de classes, épocas ou culturas diferentes, o mesmo quadro técnico em seu sentido mais amplo se ajusta a indivíduos de culturas bem diferentes, qualquer que seja o seu grau de inteligência e de racionalidade econômica. 
Todo conhecimento e todo hábito, uma vez adquirido incorpora-se firmemente em nós, não requerem ser continuamente renovados e conscientemente reproduzidos, são transmitidos normalmente. Cada passo fora da rotina diária encontra dificuldade* e envolve um elemento novo. É esse elemento que constitui o fenômeno da liderança. A figura do líder aparece apenas quando novas possibilidades se apresentam. 
(*) A natureza dessas dificuldades pode ser focada em três pontos: 1 – fora de seus canais habituais o indivíduo esta desprovido dos dados para as suas decisões e das regras de conduta; 2 - Não é apenas mais difícil fazer algo novo do que fazer o que é conhecido pela experiência, mas o indivíduo se sente relutante em fazê-lo; 3 – reação do meio ambiente social contra aquele que deseja fazer algo novo. Em questões econômicas essa resistência se manifesta antes de tudo nos grupos ameaçados pela inovação.
O tipo empresarial de liderança, enquanto distinto de outros tipos de liderança econômica, “conduz” os meios de produção para novos canais. Mas não faz isso convencendo as pessoas, ou criando confiança em sua liderança, como um político, o único homem a quem tem que convencer é o banqueiro que deve financia-lo. Também lidera no sentido de que arrasta ao seu ramo outros produtores atrás de si. 
Em suma, o significado da ação econômica é a satisfação das necessidades no sentido de que não haveria ação econômica se não houvesse nenhuma necessidade. No caso do fluxo circular, podemos também pensar na satisfação das necessidades como o motivo normal.

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