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História econômica e social da idade Média

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História econômica e social da Idade Média
Henri Pirenne
Feudalismo – Perry Anderson
O modo de produção feudal derivou de um “colapso ‘catastrófico’ e convergente de dois modos de produção distintos e anteriores, e foi a recombinação dos seus elementos desintegrados que verdadeiramente libertou a síntese feudal, a qual, por isso, conservou sempre um caráter híbrido” (17). 
Modo de produção escravista: em decomposição
Modo de produção dos germânicos após as invasões bárbaras
Modo de produção
Modo de produção se constitui de dois elementos:
Forças produtivas;
Relação do homem com a natureza
Meios de trabalho: ferramentas, construções, matérias-primas, terra, etc;
Força de trabalho: a inserção do homem no processo produtivo. 
Conhecimento, especializações, técnicas organizacionais, dependem do nível técnico de cada sociedade;
Relações sociais de produção
Interação social entre os homens num dado nível técnico da sociedade;
Regime de propriedade e sua distribuição social
Não existiram de forma pura em nenhum tipo de sociedade
Feudalismo – Perry Anderson
Herança do modo de produção escravista:
Campo e a agricultura, que vão se tornando autossuficiente com a decadência do escravismo;
Passagem da escravidão ao colonato [regime no qual o trabalhador fica preso à terra, tendo que pagar tributos ao proprietário];
Igreja cristã.
Modo de produção dos germânicos
Economia baseada na troca natural;
Comitatus = relações de fidelidade e reciprocidades entre os proprietários de terra;
Henri Pirenne – História econômica e social da Idade Média
Objetivo  compreender a “evolução social e econômica da Europa Ocidental, desde os fins do Império Romano até meados do século XV”;
“Um todo único”;
“caráter essencial do fenômeno que descrevia”
Preferência aos países onde “a atividade econômica se desenvolveu mais rápida e completamente durante a Idade Média, tais como Itália e os Países Baixos, cuja influência, direta ou indireta, no resto da Europa, pode-se descrever com frequência”;
Final da Antiguidade
“Para que bem se compreenda o renascimento econômico que teve lugar na Europa Ocidental, a partir do século XI, deve-se examinar, rapidamente, o período anterior”. 
Reinos bárbaros fundados a partir do século V conservaram seu caráter mediterrânico;
Os povos bárbaros preservaram as vias de comunicação e comércio com o Império Bizantino  prolongamento direto da Antiguidade;
Preservação do comércio, da moeda, e dos contatos comerciais com o Egito e a Ásia menor
Tese de Pirenne
Apenas no século VII, com a ascensão do Islã, alteram-se as linhas de comunicação estabelecidas pelo mar mediterrânico.
A conquista do norte da África e do sudoeste da Europa, Portugal, Espanha, França e ilhas italianas fechará o Mar Mediterrâneo enquanto uma via de comércio de comunicação. 	
Tese de Pirenne
Reorientação do comércio para Bagdá, no extremo leste do mediterrâneo;
Nova situação do mar mediterrâneo  de lago que unia a Antiguidade, se transforma em barreira
A partir do início do século VIII, os cristãos “não conseguem que flutue no Mediterrâneo nem uma tábua” (8). 
Maomé e Carlos Magno
Confronto de duas civilizações, dois mundos estranhos e hostis, o da “Cruz e o do Crescente”. 
“O equilíbrio econômico da Antiguidade, que sobrevivera às invasões germânicas, rompe-se ante a invasão do Islã” (9)
Império Carolíngio impede o avanço árabe, mas, em contraste com a história europeia de então, não será mais um império marítimo, mas “puramente terrestre ou, se se quiser, continental” (9).
“O Ocidente é obstruído e forçado a viver por conta própria, como um vaso fechado. Pela primeira vez o eixo da vida histórica é empurrado do Mediterrâneo para o norte”
“Sem o Islã, o Império Franco jamais teria existido. Sem Maomé, Carlos Magno seria inconcebível” (Maomé e Carlos Magno, pp. 269-270; 280)
Tese de Pirenne
Com o fechamento do Mediterrâneo, o comércio europeu se extingue. Com isso, também e a vida urbana, a partir do século VII, desaparecem. 
As cidades romanas, centros da administração da igreja católica, permaneceram enquanto centros administrativos, mas sem importância econômica. 
Desaparecimento do ouro e adoção da prata carolíngia, indício de rompimento com a economia antiga. 
Dinastias medievais
Merovíngios (séculos V – VIII);
Período de atividade econômica ao longo do mediterrâneo
Carolíngios ( VIII –X);
Um período de decadência do comércio que subsistiu após as invasões bárbaras no século V
Batalha de Poitiers 732  Carlos Martel derrota o Califado de Córdoba e marca o final da expansão mulçumana no continente europeu. 
Carlos Magno (742-814). 
Rei dos Francos em 768 e Imperador do Ocidente em 800.
Desaparecimento do comércio
“Do século IX ao XI, o Ocidente, em verdade, permaneceu bloqueado” (10)
“O movimento comercial não lhe sobreviveu, pois a navegação constituía sua artéria vital” (10);
Até a conquista árabe, “uma classe de mercadores profissionais fora, em todas essas regiões [Itália, África, Espanha, Gália], o instrumento de um comércio de exportação e importação, cuja importância, mas não a existência, pode ser discutível”;
Os mercadores mantiveram a importância das cidades do Império Romano como centros comerciais e de população;
Desaparecimento dos mercadores a partir do século VIII;
As cidades romanas permaneceram enquanto centros administrativos, mas sem importância econômica. 
Desaparecimento do ouro e adoção da prata carolíngia, indício de rompimento com a economia antiga, mediterrânica
Período carolíngio (VIII –X)
É uma decadência em relação ao período anterior [Merovíngio].
Consequências do fim do comércio são mais presentes no Sul de que no Norte da Europa
A atividade comercial nos rios do Norte continuou, mas representava uma atividade antiga, e que também foi sufocada aos finais de IX, pelos normandos
Caráter agrícola da Europa
Aos finais do século VIII, a Europa se torna uma grande região “exclusivamente agrícola”;
Todas as classes da população dependiam do solo enquanto lugar de trabalho, de riqueza e de sustento;
“Os bens móveis já não tinham qualquer valor econômico”;
Impossibilidade de manter exércitos profissionais;
Toda a organização social deriva da posse da terra e, dessa forma, o poder se desintegra entre os senhores feudais.
O feudalismo “é a repercussão, na ordem política, do retorno da sociedade a uma civilização puramente rural” (13). 
Características Econômicas - Latifúndio
Latifúndio = Existiam desde o Império Romano, como zonas subordinadas. Sua produção destinava-se ao comércio com as cidades portuárias, na Antiguidade
Comércio de gêneros e “especialização” da produção;
Com o desaparecimento dos mercadores e da população urbana, esse comércio deixa de existir
“O latifúndio não se adaptou a esta situação por livre escolha, mas por necessidade. Deixou de vender, não tanto porque não quisesse vender, mas porque não passavam compradores ao seu alcance” (14). 
Características Econômicas – O Feudo
Diferença entre latifúndio e feudo  inexistência de comércio com o exterior ou, “economia sem mercados externos”;
O feudo torna-se autossuficiente.
A compra e a venda de produtos ocorre em caso de extrema prosperidade ou carestia é ocasional. 
As inúmeras feiras e os mercados indicam apenas a sua inexpressividade. 
Judeus e o comércio de longa distância de tecidos e especiarias a partir do século VIII;
Comércio de luxo, com clientela reduzida;
o Judeu é o elemento por natureza fora do sistema feudal, que vaga, viaja e professa uma religião diferente da dominante europeia.
Sociedade feudal – século IX
“Uma sociedade essencialmente rural e na qual o intercâmbio e a circulação dos bens se restringiram ao grau mais baixo a que podiam atingir” (17)
Desaparecimento da circulação de mercadorias e de comerciantes;
Os homens são definidos pela sua relação com a terra
Proprietários leigos e eclesiásticos;
Servos e rendeiros: “a servidão é a condição normal da população agrícola, isto é, de todo o povo” (18);
“O fato
essencial não é a condição jurídica, mas a condição social, e esta reduz à condição de dependentes e de explorados, ao mesmo tempo que protege os que vivem na terra senhorial” (18)
Igreja
“Nesse mundo rigorosamente hierárquico, o primeiro lugar, e o mais importante, pertence à Igreja” (18)
Ascendência Econômica [extensão territorial]
Possibilidade de receber doações, heranças e esmolas  Acumulação de riqueza monetária
Prestamista em épocas de crise;
Ascendência Moral [cultural];
Conservação da leitura e da escrita;
Ocupação dos postos administrativos seculares [laicos] e temporais [religiosos]
Ordem social adaptada à vida agrícola e feudal: “a finalidade do trabalho não é enriquecer, mas conservar-se na condição em que cada um nasceu, até que, desta vida mortal, passe à vida eterna” (19);
Pobreza tem origem divina;
Os ricos devem aliviá-la pela caridade  exemplo dos mosteiros
Proibição da usura;
homo mercator vix aut nunquam potest deo placere  “Um comerciante por conduzir sua vida sem pecado, mas nunca irá agradar a Deus”
Reprovação da Usura
“A reprovação da usura, do comércio, do lucro pelo lucro, é muito natural e, naqueles séculos em que cada latifúndio se bastava a si mesmo e constituía normalmente um pequeno mundo fechado, nada podia ser mais benéfico, se pensarmos que somente a fome obrigava a pedir emprestado e, portanto, tivesse tornado possível todos os abusos da especulação, da usura, do açambarcamento, em suma, da tentadora exploração da necessidade, se a religião não os tivesse explicitamente condenado” (19)

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