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INTERVENÇÕES DE 
ENFERMAGEM EM CLÍNICA 
CIRÚRGICA 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
MARIA TEREZINHA HONÓRIO 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI 
2013 
São cuidados realizados no período de 
tempo que constitui a experiência cirúrgica e 
divide-se em: 
 
-Pré-operatórios – Mediato e Imediato 
 
- Transoperatórios 
 
- Pós-operatórios - Imediato e Mediato 
2 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
NETTINA, 2007. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
 
3 
Fase pré-operatória: 
• Inicia no momento da decisão cirúrgica, indo até a transferência do 
cliente para a sala cirúrgica. 
• os cuidados nesta fase têm como objetivo levar o paciente a obter as 
melhores condições possíveis para a cirurgia, propiciando menores 
possibilidades de complicações. 
Fase intra-operatória: 
• Inicia no momento em que o cliente é transferido 
para a mesa cirúrgica, indo até a sua admissão na 
sala de recuperação pós-anestésica. 
• os cuidados nesta fase têm como objetivo assegurar 
a integridade física do cliente, no que se refere as 
agressões do ato cirúrgico e aos riscos que o ambiente 
oferece – preservar o uso de técnica asséptica 
rigorosa. Aqui entra em destaque: técnica utilizada, 
a perícia e habilidades profissionais e as condições 
clínicas do cliente. 
Fase pós- operatória: 
• Inicia no momento da admissão do cliente na sala 
de recuperação pós-anestésica, indo até a avaliação 
domiciliar/clínica de acompanhamento. 
• é um período crítico considerando a vulnerabilidade 
do cliente aos efeitos de anestésicos e as 
complicações pós-cirúrgicas. 
• os cuidados nesta fase devem enfatizar a 
preservação dos sinais vitais, o equilíbrio 
hidroeletrolítico, o alivio da dor e a avaliação do nível 
de consciência. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
NETTINA, 2007. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
4 
As cirurgias podem ser classificadas 
quanto: 
 
• Grau de gravidade; 
• Finalidade; 
• Grau de urgência; 
• Potencial de contaminação. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
NETTINA, 2007. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
QUANTO A GRAVIDADE : 
 Cirurgia grande: Envolve reconstrução ou alterações 
extensas da parte do corpo e acarreta elevado risco 
para o bem estar do cliente. 
 Ex: revascularização coronariana, ressecção de 
colon, laringectomia, mastectomia... 
 
 Cirurgia pequena: acarreta alterações mínimas das 
partes do corpo. Destina-se muitas vezes a corrigir 
deformidades. Apresenta risco mínimo em 
comparação com a de grande porte. 
 Ex: herniorrafias, plástica de face, reconstrução de 
mama... 
5 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
NETTINA, 2007. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
6 
BRUNNER, 2002,PG 306 POTTER, 1996, PG 848 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
Diagnóstica: é a exploração cirúrgica realizada 
para obter confirmação diagnóstica. Pode incluir 
retirada de amostra tissular para exames 
histológicos. 
= biópsias; laparotomia exploratória. 
Curativa ou ablativa: retirada de uma parte 
doente do organismo, como massa, segmento ou 
órgão, objetivando a cura. 
 Ex: retirada de tumor, apendicectomia, 
colecistectomia... 
Reparadora (Potter classifica como construtiva): 
Corrigem seqüelas, defeitos congênitos. 
Ex: enxertos de pele, correção de retração de 
queimaduras, rinoplástias por desvio de 
septo, fissura palatina, fechamento de 
comunicação inter-atrial.... 
QUANTO A FINALIDADE: 
7 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
Cosmética: Restabelecer a capacidade funcional ou o 
aspecto externo de tecidos traumatizados ou 
mal funcionantes. 
Paliativa: com o objetivo 
de aliviar ou diminuir a 
intensidade dos 
sintomas da doença. 
Minimizar desconfortos 
e ou inserir 
equipamentos para 
compensar incapacidades. 
BRUNNER, 2002,pg 306 POTTER, 1996, pg 848 
QUANTO A FINALIDADE : 
 Ex: gastrostomia, desobstrução do tubo digestivo frente a um 
tumor ou retração (dilatação de esôfago devido a estenose), 
ressecção parcial de um tumor, colostomia, desbridamento, 
derivação (bilio-digestiva, gastro-jejunal...) 
 Ex: mamoplastia, rejuvenescimento... 
8 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
Transplante: Com o objetivo de substituir órgãos 
ou estruturas que não funcionam normalmente. 
 
 Ex: rins, fígado, córnea, prótese completa do 
quadril. 
BRUNNER, 2002,pg 306 POTTER, 1996, pg 848 
QUANTO A FINALIDADE : 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
QUANTO AO GRAU DE URGÊNCIA: 
 Emergência: A condição exige atenção cirúrgica imediata. 
 Ex:Obstrução intestinal, sangramento grave, fratura de 
crânio, ferida com arma de fogo ou branca, queimaduras 
extensas. 
 
 Urgência: A condição requer atenção dentro de 24 a 48 
horas. 
 Ex: infecção aguda de vesícula, cálculos renais ou 
ureterais, câncer. 
 
 Requerida/necessária: A condição exige cirurgia dentro de 
um prazo limitado (semana ou meses). 
 Ex: Catarata, hiperplasia prostática sem obstrução, 
distúrbios da tireóide. 
 
 Eletiva: O cliente pode ser operado. A marcação poderá ser 
realizada consultando a conveniência do cliente. O 
adiamento da mesma não acarreta problemas. 
 
 Ex: reparação de cicatrizes, hérnia simples, reparação 
vaginal, cisto superficial. 
 
 Opcional: conforme preferência do cliente. Ex: cosmética 
9 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
NETTINA, 2007. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
QUANTO AO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO 
DA FERIDA CIRÚRGICA: 
10 
Considera-se o número de microorganismo 
presentes no tecido a ser operado. Esta deverá ser 
feita no final do ato cirúrgico. 
Portaria 2.616 de 12/05/1998. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SOBECC, 2009. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
QUANTO AO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO 
DA FERIDA CIRÚRGICA: 
11 
LIMPAS: 
 
 - realizadas em tecidos estéreis, ou passiveis de 
descontaminação; 
 
 - ausência de processo inflamatório/infecção local; 
 
 - ausência de falha técnica grosseira; 
 
 - cirurgias eletivas não traumáticas; 
 
-Fechamento por primeira intenção e sem drenagem; 
 
 - cirurgias onde não ocorrem penetração nos tratos digestivos, 
respiratório ou urinário; 
 - apresenta risco de infecção de 1 a 5%; 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SOBECC, 2009. 
IMAGEM EM 
www.hfag.aer.mil.br/sulcose
giros.html 
Neurocirurgia 
Safenectomia 
Mamoplastia 
QUANTO AO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO 
DA FERIDA CIRÚRGICA: 
12 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SOBECC, 2009. 
Potencialmente contaminada: 
 
 - realizada em tecidos colonizados por flora bacteriana pouco 
numerosa ou de difícil descontaminação; 
 
 - na ausência de processo inflamatório/infecção local; 
 
 - com falhas de técnica discreta (pequena quebra asséptica); 
 
 - cirurgias limpas com drenagem; 
 
 - pode haver penetração nos tratos digestivo, respiratório ou 
urinário sem contaminação significativa. 
 
 - apresenta risco de infecção de 3 a 11%. 
Gastrectomia, prostatectomia 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
Contaminadas: 
 
- realizada em tecidos colonizados por flora bacteriana 
abundante, de difícil descontaminação; 
 
- na ocorrência de grande desvio da técnica estéril; 
 
- derrame de líquidos gastrintestinal; 
 
- na presença de inflamação não purulenta; 
 
- na presença de feridas abertas crônicas; 
 
- Trauma penetrante há menos de 4 hs. 
 
- apresenta riscode infecção de 10 a 17%. 
13 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SOBECC, 2009. 
QUANTO AO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO 
DA FERIDA CIRÚRGICA: 
Colectomia, apendicectomia 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
 
Infectadas: 
 
- realizadas em tecidos com supuração local; 
- infecção pré-existente; 
- desvitalizados; com presença de corpos estranhos; 
- contaminação fecal; 
- realizada em lesões traumáticas abertas a mais de 4 hs; 
 
- apresenta risco de infecção de 27%. 
14 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
QUANTO AO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO 
DA FERIDA CIRÚRGICA: 
SOBECC, 2009. 
Cirurgia de reto ou anus 
com fezes ou pus, 
Apendicectomia 
supurada, 
desbridamento em 
escaras 
 
Alguns conceitos: 
 
 Infecção cruzada: é aquela transmitida de paciente a 
paciente através das mãos do pessoal médico e da 
enfermagem, que também é considerada infecção 
hospitalar. 
 
 infecção comunitária: é detectada no ato da admissão, 
ou está encubada, desde que não seja relacionada 
com internação anterior no mesmo hospital. 
 
 infecção hospitalar: adquirida e manifestada durante a 
internação do paciente ou após a alta, quando puder 
ser relacionada com a hospitalização. 
 
 infecção de sítio cirúrgico (ISC): são aquelas infecções 
que ocorrem relacionadas à manipulação na ferida 
cirúrgica e também em órgãos ou espaços abordados 
durante a operação. Ela normalmente se instala 
durante o ato cirúrgico e ou até 24 horas após a 
cirurgia. 
15 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SOBECC, 2009. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
16 
 
• Relacionados ao paciente: 
 
 
 
 
• Relacionados ao procedimento 
cirurgico: 
 
 
FATORES DE RISCO PARA INFECÇÃO 
DO ITIO CIRURGICO (ISC): 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SOBECC, 2009. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
• Fatores de risco para ISC 
relacionados ao paciente: 
 
– Estado clínico - doenças agudas ou 
crônicas descompensadas e infecção em 
sítio distante 
 
– Tempo de internação pré-operatório - 
relacionado à colonização da pele pela 
microbiota hospitalar 
 
– Estado nutricional - desnutrição ou 
obesidade 
 
– Imunodepressão e uso de 
corticosteróides - retardamento do 
processo de cicatrização 
17 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SOBECC, 2009 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
 Fatores de risco para ISC 
relacionados ao procedimento 
cirúrgico – trauma tecidual 
 
- Rompimento da barreira epitelial - interrupção 
do aporte de nutrientes 
 
- Alterações na área operatória - hipóxia + 
acidose + deposição de fibrina 
 
18 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
Maior exposição ao ambiente 
externo 
 
Maior complexidade 
 
 Pior estado clínico 
 
Menor experiência da equipe 
 
 Preparo inadequado do paciente 
 
Desorganização da sala cirúrgica 
19 
Galvanese, Fernando – SCIH/CHMSA - 
http://www.apecih.org.br/infecoes_sitio_sirurgico.ppt#256,1,INFECÇÕES DO SÍTIO CIRÚRGICO - ISC 
 Fatores de risco para ISC relacionados 
a duração do procedimento cirúrgico 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
20 
Critérios para o diagnóstico de ISC 
Deve-se levar em consideração: 
 
1- Tempo de observação: 
 
- se desenvolve até 30 dias após a cirurgia; 
- em implante de prótese a ISC pode ser 
diagnosticada até 1 ano. 
 
2 - Classificação de acordo com sua topografia: 
 
- ISC incisional superficial – atinge pele e subcutâneo do local 
da incisão; 
 
- ISC incisional profunda – Pode envolver ou não tecidos 
superficiais, mas acomete tecidos moles profundos como 
fáscia, e músculos; 
 
- ISC órgãos ou espaço- específica – atinge órgãos ou espaços 
profundos manipulados durante a cirurgia, mas não 
necessariamente a incisão. 
(APECIH, 2001 apud SOBECC, 2009) 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
21 
 
Pele 
 
 
Tecido celular 
subcutâneo 
 
 
Tecidos moles 
profundos 
(fáscia e 
músculo) 
 
 
Órgão e cavidade 
 
ISC 
Superfici
al 
 
ISC 
profunda 
ISC de órgão 
ou cavidade 
 
Classificação (ISC) 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SOBECC, 2009. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
22 
3- Sinais e Sintomas - deve apresentar pelo 
menos um desses critérios: 
 
1º - ISC superficial: exsudato purulento no local da 
incisão; 
 - ISC profundo: exsudato drenado de tecidos moles 
profundos; 
 - ISC específica: exsudato drenado de órgãos e/ou 
cavidade manipulados durante a cirurgia. 
 
2º - Organismo isolado em material teoricamente estéril ou 
colhido com técnica asséptica, de local previamente fechado. 
 
3º- Abscesso ou evidência histopatológica ou radiológica 
sugestiva de infecção. 
 
4º- Febre- sem outra causa definida – dor, calor, edema, e 
eritema ao redor da incisão (exceto reação inflamatória ao fio 
de sutura). 
(APECIH, 2001 apud SOBECC, 2009) 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
23 
Incisional 
superficial 
pelo menos um dos seguintes 
a) Drenagem purulenta 
da incisão 
superficial 
 
b) Cultura positiva de 
fluídos ou tecido 
obtido da incisão 
 
c) Pelo menos um dos 
sinais (dor, eritema, 
calor) e incisão 
aberta pelo médico, 
exceto se a cultura 
for negativa 
 
Ex: Celulite peri 
incisional 
Órgão-
espaço 
 
Incisional 
profunda 
Critérios diagnósticos 
(ISC) 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SOBECC, 2009. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
24 
Incisional 
profunda 
pelo menos um dos 
seguintes 
a) Drenagem purulenta da 
incisão profunda 
 
b) Deiscência espontânea 
da incisão e pelo menos 
um dos sinais (dor, 
eritema, calor) 
 
c) Abscesso ou outra 
evidência de infecção 
envolvendo a incisão 
profunda visualizado 
durante exame direto, re-
operação, exame 
histopatológico. 
 
EX: Fasceíte pós operatória 
Incisional 
superficial 
Órgão-
espaço 
 
Critérios diagnósticos 
(ISC) 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SOBECC, 2009. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
Órgão-espaço 
pelo menos um dos seguintes 
 
Incisional 
superficial 
 
Incisional 
profunda 
 
Critérios diagnósticos 
(ISC) 
a) Drenagem purulenta 
pelo dreno 
 
b) Cultura positiva de 
fluídos ou tecido do 
órgão ou cavidade 
 
c) Abscesso ou outra 
evidência de infecção 
envolvendo a incisão 
profunda visualizado 
durante exame direto, 
re-operação, exame 
histopatológico ou 
imagem. 
 
Ex: peritonite após 
manipulação do 
peritônio ou 
endocardite após troca 
de válvula cardíaca. 
SOBECC, 2009. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
 
Ao final de cada cirurgia, a roupa e o lixo utilizados 
devem ser ensacados e o instrumental deve ser 
colocado em detergente enzimático para uma 
primeira limpeza. 
26 
Prevenção e controle das infecções 
Uso de antibióticos deve ser restrito e de acordo com a indicação 
/ aprovação da CCIH; 
Estímulo à lavagem das mãos com sabão líquido ou anti-
sépticos; 
 
Uso de desinfetantes para limpeza de artigos e superfícies com 
boa atividade antimicrobiana; 
Trânsito na sala de cirurgia, o mínimo possível; 
SOBECC, 2009. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria TerezinhaHonório 
2013 
27 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
OS CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIO DIVIDEM-SE 
EM: 
- CUIDADOS NO PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO . 
- CUIDADOS NO PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO. 
 
28 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
Mediato: Abrange desde o dia da decisão/indicação 
para a intervenção cirúrgica até o dia anterior a 
mesma. 
 
 Tem como objetivo: 
 
 - identificar alterações físicas e emocionais através 
da utilização de instrumentos de observação e 
avaliação das necessidades individuais; 
 
 - propiciar condições para que o cliente enfrente 
com segurança os fatores agressores a que será 
submetido. 
 AULER , 2004. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
OBESIDADE: 
 
 - propicia dificuldade técnica e mecânica; aumenta o risco 
de deiscência; 
 
 - aumenta a probabilidade de infecção pela diminuição da 
resistência e pela pouca irrigação sangüínea do tecido 
gorduroso; 
 
 - dificulta para mobilidade precoce no pós-operatório; 
 
 - aumenta o risco de complicações pulmonares – 
hipoventilação (respira precariamente na posição 
supina), aumentando a incidência de pneumonia; 
 
29 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
- propicia a distensão 
abdominal, flebites, 
doenças cardiovasculares 
(aumento da demanda do 
coração), endócrinas, 
hepáticas e biliares. 
 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
OBESIDADE 
CONDUTA 
 
 - Estimular a redução do peso se o tempo permitir 
 
- Ser vigilante quanto a complicações respiratórias; 
 
- Imobilizar com cuidado as incisões abdominais; 
 
- Nunca tentar mover um paciente sem ajuda ou sem 
usar a mecânica corporal apropriada; 
 
 
 
 
30 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
31 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
DESNUTRIÇÃO: 
 
 - Prejudica a cicatrização de feridas 
- Aumenta o risco de infecção e choque 
 
 
 
DESNUTRIÇÃO 
CONDUTA 
 
 - Qualquer perda de peso recente (4-6 semanas) de 10% 
do peso corporal normal do paciente deve alertar a 
equipe profissional para o estado de desnutrição. 
 
- Tentar melhorar o estado nutricional antes e após a 
cirurgia, isso pode demandar alimentação enteral e 
parenteral. 
 
- Recomendar a restauração de cáries dentárias e a 
higiene bucal apropriada para prevenir infecção de vias 
respiratórias. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
32 
 DESIDRATAÇÃO, HIPOVOLEMIA E DESEQUILÍBRIOS 
ELETROLÍTICOS: 
 
 Mais significativo nas pessoas idosas e em distúrbios 
clínicos co-morbidos. 
 
 Pode levar a arritmias cardíacas e choque. Aumenta a 
suscetibilidade de efeitos adversos em relação a anestesia 
geral. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
33 
 DESIDRATAÇÃO, HIPOVOLEMIA E DESEQUILÍBRIOS 
ELETROLÍTICOS 
CONDUTA 
 
-Avaliar o estado hidroeletrolítico; 
- Reidratar por via parenteral e oral 
- Realizar balanço hídrico. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
34 
 IDADE 
 
Envelhecimento: o idoso tem maior potencial para lesões; 
Capacidade física diminuída de se adaptar ao estresse 
cirúrgico. 
- o metabolismo diminuído propicia efeito cumulativo dos 
medicamentos intoxicação e maior risco para complicações 
pré-anestésicas. Ex: confusão mental, desorientação e 
depressão respiratória. 
 
Criança (bebe): Maior dificuldade para manter a volemia, 
pequenas perdas sanguíneas já podem graves. É suscetível a 
desidratação. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
35 
 IDADE 
CONDUTA 
 
-Considerar o uso de doses menores; 
 
-Prever problemas devido a distúrbios crônicos; 
 
- Quando possível tomar providências para restabelecer 
padrões habituais como dormir e comer. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
DIABETES 
 
- Hipoglicemia pode resultar do estado de dieta zero e da 
anestesia; 
 
- A hiperglicemia crônica resulta em má cicatrização de feridas e 
suscetibilidade a infecção 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
AULER , 2004. 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
DIABETES 
CONDUTA 
 
-Identificar os sinais e sintomas de cetoacidose e de hipoglicemia 
que podem complicar o procedimento cirúrgico; 
 
-Monitorizar a glicose sanguínea administrando insulina, caso 
prescrito, ou tratar hipoglicemia; 
 
-Tranquilizar o paciente no sentido de que quando a glicemia está 
controlada, o risco cirúrgico não é maior do que para os da 
pessoa não diabética. 
 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
 Alcoolismo: o alcoolismo crônico geralmente acarreta 
desnutrição. 
 
- - afeta os tecidos hematopoiéticos: resultante de deficiência 
nutricional; secundários às causas hepáticas; promove anemia – 
carência de ácido fólico (anemia megaloblastica – na ingesta 
de bebidas destiladas que possuem baixo teor de folatos. A 
cerveja tem alto teor); carência de ferro (anemia ferropriva), 
hemorragia; 
 
- - promove queda da hemoglobina por: perda hemorrágica 
(gastrite e ulceras por ação direta do etanol e varizes 
esofágicas); 
 
 - a abstinência leva a sindrome da abstinência aguda (delírium 
tremens). 
 
37 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
38 
 
- Contribui para a hipoventilação levando a pneumonia e 
atelectasia; 
 
- A cirurgia pode estar contra indicada no paciente com 
infecção das vias respiratórias altas devido ao possível 
avanço da infecção para pneumonia ou sepse. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
AULER , 2004. 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
DOENÇA PULMONAR 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
39 
CONDUTA 
- Problemas crônicos devem ser tratados por vários dias 
antes da cirurgia com broncodilatadores ou corticoides; 
 
- Deve-se suspender o fumo; 
 
- O uso de opiódes deve ser feito com cautela para prevenir 
a hipoventilação; 
 
- O oxigênio deve ser administrado com fluxo baixo para 
prevenir hipoxemia (administração com fluxo baixo na 
DPOC). 
 
- Abstinência do fumo é indicada 4 a 6 semanas antes da 
cirurgia e realização de exercícios respiratórios. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
AULER , 2004. 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
DOENÇA PULMONAR 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
 FARMACOTERAPIA CONCOMITANTE OU PRÉVIA 
 
- uso de corticoides: inibem a cicatrização de feridas. 
Diminuem a atividade dos fibroblastos; têm um efeito 
inibidor sobre as células de defesa, provocando uma 
reação anti-inflamatória. São imunossupressores. 
 
- uso de anticoagulantes: afetam a coagulação: 
anticoagulantes, EX: aspirina,heparina, varfarina. 
 
 
- anticonvulsivantes: o uso prolongado de certos 
anticonvulsivantes pode alterar metabolismo dos 
agentes anestésicos (ex: fenobarbital, fenitoína). 
40 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
40 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
anti-hipertensivos: 
 
Podem interagir com 
anestésicos podendo 
provocar bradicardia. 
 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
41 
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) 
 
- Paciente com PAS > 170 mmHg e/ou PAD > 110mmHg: receber 
avaliação clínica e preparo farmacológico antes da cirurgia; 
 
- Paciente com PAS até 169 mmHg e/ou PAD até 109 mmHg sem 
fatores de risco e com exames pré-operatórios normais podem 
ser anestesiados; 
 
- Três medidas com equipamento adequado são necessárias 
para a confirmação da hipertensão. Após a medicação ansiolítica 
pré-anestésica, realiza-se outra aferição que então poderá 
contra indicar o procedimento; 
 
- Considerar que pacientes em terapia anti-hipertensiva 
apresentam resposta terapêutica somente 14 dias após o uso 
regular da medicação. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
AULER , 2004 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
42 
 ANTICOAGULANTE ORAL Suspender com 15 dias de antecedência, 
pois predispõem o paciente a distúrbios hemorrágicos durante o ato 
cirúrgico. Podem ser substituídos por heparina, que tem um 
antagonista específico. 
 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
Fármacos que devem ser suspensos previamente ao ato anestésico: 
HIPOGLICEMIANTE ORAL Suspender com antecedência de oito a 
12 horas os de ação curta e de um a três dias os de longa duração. 
Ambos devem ser suspensos para impedir que haja hipoglicemia 
durante o ato cirúrgico e conseqüente aumento do catabolismo 
protéico e lipídico. 
 
Fonte: Manual Teórico de Anestesdiologia para aluno de graduação. Auler Jr e Miyochy 2004. 
FATORES DE RISCO CIRURGICOS E ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
43 
 
 
 
- Exame físico – identificando alterações que podem 
comprometer o êxito do ato cirúrgico, como: hipertensão, 
feridas infectadas, edema, alterações de sinais vitais, sons 
respiratórios... 
 
 
 
 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
-História clínica - identificando experiências anteriores e fatores de 
risco operatório como: tabagismo, obesidade, faixa etária elevada, 
doenças concomitantes, uso de fármacos... 
 
 
 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
44 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
-DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM 
GALDEANO, 2004 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
 – Tem como objetivo assegurar confiança e tranqüilidade 
mental ao paciente, minimizando os fatores estressantes 
do perioperatório. 
 
 - neste momento deve ser dado uma atenção especial as 
questões emocionais: condições afetadas com a 
internação, ansiedade e expectativas. 
 
 - a internação para o paciente pode significar reclusão, 
afastamento dos familiares e o paciente pode ficar ansioso 
e cheio de temores. 
 
 - o trabalho e a vida diária do paciente são 
momentaneamente paralisados e o desconhecimento do 
tratamento a que será submetido, tudo isso gera stress, 
insegurança, desassossego e medo. 
 
 
45 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
Pré operatório: Preparo psicológico 
AULER , 2004. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÕES 
os estados psicológicos quando não 
reconhecidos e atendidos pode levar 
o paciente a apresentar vômitos, 
náuseas, dor de cabeça, levando-o a 
complicação respiratórias, agitação e 
outros problemas. 
 – para auxiliar o paciente a enfermagem deve ser calma, 
otimista, compreensiva, e saiba ouvir, confortar, 
desenvolver confiança. 
 
- muitas vezes o paciente tem medo da morte, durante ou após 
a cirurgia, tem medo de não acordar da anestesia, tem 
medo de perder qualquer parte do corpo ou de sentir dor 
durante a cirurgia. 
 
 - quando necessário deve-se solicitar o auxilio de outros 
profissionais para atender o paciente em suas 
necessidades psicológicas. 
 
46 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
AULER , 2004. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÕES 
Pré operatório: Preparo psicológico 
 Deve ser iniciada até mesmo antes da internação através 
do: diálogo, equipamentos audiovisuais, e 
demonstrações propiciando o feedback. 
 
 - neste momento o cliente pode ser familiarizado com o 
ambiente e equipe cirúrgica (através de vídeo ou até 
mesmo uma visita ao centro cirúrgico). 
 
 - a visita do enfermeiro do centro cirúrgico é muito 
positiva para diminuir a ansiedade, gera mais 
confiança e segurança. 
 
 
 - a orientação deve ser realizada para o cliente e a 
família e deve abranger diagnostico, cirurgia 
proposta, prognóstico, exames complementares, 
preparo físico, anestesia, controle da dor, cuidados 
com próteses, guarda de objetos de valor. 
 
 
47 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
 Pré operatório: Educação 
AULER , 2004. 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÕES 
 
 - Preparo físico: exercícios respiratórios, mobilidade, 
abstinência medicamentosa ou do fumo. 
 
 - Realização de exames : para auxilio de confirmação 
diagnóstica, planejamento cirúrgico, tratamento clínico, 
diminuindo sintomas, indicando medidas de 
precauções necessária para minimizar complicações. 
48 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
 Pré operatório: Educação 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÕES 
49 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
 - Apoio psicológico ao cliente e a família: 
 - Estar atento as ansiedades, respondendo aos 
questionamentos; 
 
-Demonstrar segurança, resgatando as orientações pré-
operatórias já trabalhadas; 
 
- Aliviar medos, respeitar as crenças individuais. 
 
Abrange as 24 horas que antecedem a cirurgia. Tem como 
objetivo: preparar o cliente para o ato cirúrgico mediante os 
seguintes procedimentos: 
PRÉ OPERATÓRIO Imediato: 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÕES 
Objetivo: evitar complicações como: vômito e aspiração de 
resíduos alimentares decorrente dos procedimentos e 
efeitos anestésicos. 
 
 - a aspiração é um problema grave e tem uma 
elevada taxa de mortalidade. 
50 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
 Em muitos casos é 
indicado a 
instalação de 
fluidoterapia para 
assegurar um 
adequado volume de 
líquidos: leva-se em 
consideração a 
idade, condição 
pulmonar e estado 
clínico. 
- Jejum: 
- normalmente estimado em 6 a 12 horas antes da cirurgia. 
 
- este tempo pode ser definido levando-se em consideração as 
condições clinicas do cliente (ex: distúrbios no esvaziamento 
gástrico, obstrução intestinal...) 
PRÉ OPERATÓRIO Imediato: 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÕES 
- Preparo do intestino: 
 
Está condicionado ao tipo de cirurgia. È realizada através de 
prescrição médica ou rotina escrita na instituição.Mais 
comumente usada em intervenções que envolvem o 
trato gastrintestinal. 
 
Objetivo: Diminuir o risco de eliminação do conteúdo 
intestinal durante a cirurgia, provocado pelo manuseio 
abdominal e uso de relaxantes musculares, e 
proporcionar maior conforto no pós-operatório 
(principalmente em clientes que estão a muitos dias sem 
evacuar), assim como para diminuir a flora bacteriana. 
 
- pode ser realizado através de: lavagem intestinal ( enema 
medicamentoso ou laxativo); uso de laxantes e uso de 
manitol via oral (quando envolve a abertura do intestino); 
 
- a lavagem intestinal normalmente é realizada de 8 a 12 
horas antes da cirurgia. 
51 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
PRÉ OPERATÓRIO Imediato: 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÕES 
- Preparo do intestino: 
 
- Em cirurgias de intestino é comum a prescrição de 
lavagens até que seja eliminado líquido claro. Atentar a 
este procedimento pois pode levar a desequilíbrio 
hidroelétrolítico; 
 
- o uso de manitol e laxantes inicia com mais antecedência 
(18 a 24 horas antes da cirurgia). Pode promover náuseas 
e vômito, além de distúrbios hidroelétrolíticos e baixa da 
PA. 
52 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
PRÉ OPERATÓRIO Imediato: 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÕES 
- Preparo de pele: 
 
 Objetivo: Diminuir a flora bacteriana e o risco de infecção; 
facilitar o manuseio e visualização da área a ser trabalhada. 
 
 - a limpeza da pele com um sabão contendo anti-séptico pode 
ser iniciada dias antes da cirurgia; 
 
 - a tricotomia deve ser realizada,no máximo, 2 horas antes da 
cirurgia ou até mesmo dentro do Centro Cirúrgico (CC); 
 
 - os pêlos só devem ser removido quando este for interferir na 
realização da cirurgia, sem que se lese a pele; 
 
 
53 
Inadequado 
 não descartável 
Descartável 
Promove menos lesões 
Ideal; elétrico. 
Lâmina descartável 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
PRÉ OPERATÓRIO Imediato: 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÕES 
- Preparo de pele: 
 
 
 - de preferência deve-se utilizar aparelho de tricotomia elétrico 
para evitar lesões. 
 
 - ao utilizar laminas de barbear deve-se esticar a pele e fazer a 
raspagem no sentido do pêlo, utilizando um degermante. 
 - na presença de pêlos longos, podá-los primeiramente para 
facilitar a raspagem. 
 
 - após a tricotomia o cliente deve ser encaminhado ao banho 
(quando possível), e orientado para lavar vigorosamente 
a área operatória com anti-séptico degermante. Caso 
não tenha condições a degermação da área deve ser 
realizada pela enfermagem. 
 
 - vestir a túnica limpa, com abertura para as costas. 
54 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
PRÉ OPERATÓRIO Imediato: 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÕES 
55 
-Esvaziamento vesical: 
 
 Objetivo: Facilitar a manipulação do local cirúrgico, evitar 
acidentes, propiciar espaço para armazenamento da drenagem 
urinária durante o ato cirúrgico. 
 
 - recomendado antes da administração do pré-anestésico; 
 
 - em cirurgias em que seja necessário que a bexiga 
permaneça vazia, ou nas de longa duração, faz-se necessário 
passar sonda vesical de demora. Este procedimento 
normalmente é realizado no centro cirúrgico (CC). 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
PRÉ OPERATÓRIO Imediato: 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÕES 
56 
- Administração de medicação pré-anestésica: 
 
Objetivo: Reduzir ansiedade, secreções brônquicas, e 
espasmos da musculatura faríngea, facilitar a indução e a 
manutenção da anestesia e diminuindo a dosagem dos 
agentes anestésicos e produzir relaxamento muscular. 
 
- a medicação é prescrita pelo anestesista no momento da 
visita pré-anestésica (na maioria das vezes, em cirurgias 
programadas, acontece no dia anterior). 
 
-na noite anterior normalmente é prescrito um tranqüilizante. 
 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
PRÉ OPERATÓRIO Imediato: 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÕES 
57 
- Administração de medicação pré-anestésica: 
 
-é administrado 45 a 60 min. antes da cirurgia; 
 
-Orientar esvaziamento vesical antes da administração. 
 
- deve ser verificado os sinais vitais antes e após a 
administração. 
 
- medicação via oral deve ser administrada com o mínimo de 
água; 
 
- neste momento o paciente deve estar deitado, protegido com 
grades elevadas na cama, o ambiente deve estar tranquilo e 
deve-se evitar no máximo possível o manuseio. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
PRÉ OPERATÓRIO Imediato: 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
O PROCESSO DE ENFERMAGEM: INTERVENÇÕES 
Benzodiazepinicos: 
 
 Promovem: amnésia intensa, ação ansiolítica (diminuem o 
metabolismo causando relaxamento muscular e 
sonolência); anticonvulsivante. 
 Tem inicio rápido e duração curta, meia vida inferior a uma 
hora. 
 Ex: diazepam (dienpax, valium), dormonid (midazolan), 
Lorazepam (Lorax) 
 
 Desvantagem: Gosto amargo, pode desencadear 
depressão respiratória quando em doses altas e podem 
diminuir a pressão arterial em pacientes sensíveis. 
 Não são analgésicos e raramente podem causar náusea e 
vômito. 
 
 Dose: Midazolam: 0,05 a 0,1 mg/Kg IM; 0,02 a 0,1 mg/Kgt 
IV 0,3 a 0,75 mg/Kg oral. 
 
 
 
58 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
Pode ser usado em sedação 
consciente: Termo empregado para 
descrever estados controlados de 
diminuição da consciência, onde haja 
 1. manutenção de reflexos 
protetores como deglutição e tosse; 
 2. respostas apropriadas pelo 
paciente a estímulos físicos e 
comandos verbais. 
 3. respiração espontânea; 
59 
Opióides: 
 
 São agonistas dos receptores opióides. Estes existem em 
neurônios de algumas zonas do cérebro, medula espinhal e nos 
sistemas neuronais do intestino. 
 
 Promovem sonolência e analgesia. 
 
 - relaxa e potencializa a anestesia, reduzem de 10% a 20% a 
quantidade de anestésico necessário. 
 
 - Utilizados em pacientes que apresentam dor antes da 
cirurgia. 
 
 Ex: morfina (Dimorf) e meperidina (dolantina), Nalbufina 
(nubain), fentanil (tem um início de ação mais lento do que a 
morfina, e uma maior sobrevida (cerca de 72 horas). 
 
 - Podem ser associados ao Midazolam se o paciente tiver dor. 
 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
60 
Opióides: 
 
 Desvantagens: 
 
 - náuseas e vômito; prurido cutâneo e nasal. 
 - depressão respiratória, supressão da tosse; 
 - prolongam o sono pós-anestesia geral; 
 - hipotensão postural, miose; 
 - rigidez muscular, espasmo do ducto biliar e dos ureteres (não 
devem ser usados em cólicas biliares). 
 
 - Dose: - Meperidina: 50 a 100mg IM,; 25 a 100 mg, 
dissolvidos em 10 ml de solução fisiológica ou glicosada IV; 
 
 - Morfina: 8 a 12mg ( adm. via oral, subcutânea, IM ou 
IV- atravessa barreira placentaria). 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
61 
Antibioticoprofilaxia em cirurgia 
 
 O uso de antibióticos para prevenir infecção do sítio 
cirúrgico (ferida operatória e cavidade operada) tem sua 
indicação baseada no risco de infecção ou em sua 
gravidade. 
 
 A avaliação dapossibilidade de infecção deve considerar 
os fatores de risco, entre os quais se sobressaem o potencial 
de contaminação da ferida operatória, as condições clínicas 
do paciente e a duração do procedimento. 
 
 Dessa forma, feridas contaminadas e infectadas, pacientes 
ASA III, IV ou V e cirurgias com duração longa incorrem em 
risco mais elevado. A associação desses fatores eleva ainda 
mais esse risco. 
 
 Com relação à gravidade da infecção, chama-se a atenção 
para situações em que o risco pode ser baixo, mas a 
gravidade de um eventual processo infeccioso é muito alta, 
como em algumas cirurgias com uso de próteses, por 
exemplo, em que a infecção implica muitas vezes a retirada 
da prótese, e em alguns casos até amputações, como no 
caso de próteses vasculares. 
 
http://www.amrigs.com.br/revista/48-02/s06.htm 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
REALIZANDO O CHECKLIST: 
62 
 No dia anterior a cirurgia ( observar rotina estabelecida na 
instituições): 
 
muitas instituições possuem um formulário próprio para esta 
verificação, e este já começa a ser preenchido no dia anterior a 
cirurgia: 
 
 
- Importante: reforçar as orientações pré-operatórias 
- estar atento a inseguranças, ansiedades, duvidas, medos = 
dar apoio psicológico. 
 
- organizar o prontuário: já deve estar organizado para a visita 
pré-anestésica. Checar a presença de exames laboratoriais 
recentes; radiológicos - principalmente o RX de tórax e 
eletrocardiograma. 
- conferir encaminhamento de solicitação de transfusão 
sanguínea (s/n); 
- conferir documento de consentimento formal para a cirurgia 
(cliente ou responsável); 
- orientar para a necessidade de uma dieta leve e do posterior 
jejum; 
- fazer preparo intestinal (quando indicado) e anotar resultado 
do procedimento; 
- encaminhar para o banho com anti-séptico; 
- oferecer material para retirada de esmalte (s/n); 
- proporcionar ambiente tranqüilo para o sono. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
 No dia da cirurgia: 
- conferir dieta zero; 
- orientar e ou fazer o preparo cutâneo (tricotomia s/n) e 
encaminhar ao banho; 
- incentivar a realização de higiene oral; 
- incentivar o esvaziamento vesical; 
- oferecer vestimenta adequada (camisola, touca); 
- providenciar acesso venoso quando indicado; 
- verificação de sinais vitais antes da administração do pré-
anestésico; 
- providenciar retirada e guarda de próteses e objetos 
pessoais; 
- providenciar a administração de pré-anestésico; 
- propiciar ambiente tranqüilo e seguro para induzir o sono; 
63 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
REALIZANDO O CHECKLIST: 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
 No dia da cirurgia: 
- verificar alterações dos sinais vitais 20 a 30 min. após 
adm. do pré-anestésico; 
 
- anotar resultado dos procedimentos realizados; 
 
- em alguns hospitais existe a rotina em que o funcionário 
do C.C. é quem faz a transferência do cliente, em outros é 
a enfermagem da clínica quem leva. 
 
- verificar se os cuidados prestados estão checados e 
anotados fazendo o checklist no prontuário. 
64 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
REALIZANDO O CHECKLIST: 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
65 
-acompanhar o maqueiro até o quarto para apresentação e 
identificação adequada; 
 
-auxiliar na passagem do cliente para maca pois o mesmo 
está sob o efeito do pré- anestésico; 
 
-fazer o transporte do cliente empurrando a maca pela 
cabeceira tendo cuidado para não fazer movimentos bruscos 
ou bater com a maca nas paredes do corredor; 
 
-comunicar intercorrências inesperadas ou alterações dos 
sinais vitais; 
 
 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
No dia da cirurgia: 
dar apoio psicológico a 
família, esclarecendo 
duvidas e orientando 
sobre os 
procedimentos; 
 
- preparar a unidade do 
cliente para recepção no 
pós-operatório; 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
 Preparo da unidade do cliente para a recepção pós 
operatória: 
 
- fazer higienização de todo o ambiente e arrumar a cama 
de “operado”; ( deixar o sobre-lençol e cobertor enrolado 
em um lado cama; utilizar lençol móvel e impermeável no 
local correspondente a da área cirúrgica; disponibilizar 
toalhas de rosto e camisola. 
 
- disponibilizar: equipamentos para controle dos sinais vitais; 
cuba rim; suporte de soro; verificar funcionalidade de 
rede de vácuo e oxigênio; equipamentos para aspiração; 
equipamentos aliviadores de pressão; 
 
 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER & BARE, 2008 
SAMARA ELIANE RABELO SUPLICI E Maria Terezinha Honório 
2013 
67 
SOBECC- SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DO CENTRO 
CIRURGICO, RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA E CENTRO DE 
MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO. Práticas recomendadas. 4 Ed. São 
Paulo. 2009. 
NETTINA, S. M. Pratica de enfermagem. 8. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan. 2007. 
AULER JUNIOR, J. O. C.; MIYOSHI, E.; LEITÃO, F. B. P.; BELLO, C. N. 
Manual teórico de anestesiologia para o aluno de graduação.São 
Paulo: Atheneu. 2004. 
CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS 
SMELTZER, S.C., BARE, B. G. BRUNNER E SUDDARTH: tratado de 
enfermagem médico-cirúrgica. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2008 
Referências Bibliográficas 
GALVANESE, Fernando – SCIH/CHMSA DISPONÍVEL EM 
http://www.apecih.org.br/infecoes_sitio_sirurgico.ppt#256,1,INFECÇ
ÕES DO SÍTIO CIRÚRGICO - ISC 
GALDEANO, L. E.; ROSSI, L. A.; PEZZUTO, T. M. Diagnósticos de 
enfermagem de pacientes no período pré-operatório de cirurgia 
cardíaca. Rev. esc. enferm. USP vol.38 no.3 São Paulo Sept. 2004

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