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CCJ0058-WL-O-LC-06-03-Ellen Gracie

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Aula 6 – Ellen Gracie 
 
Em um dos casos, ao analisar pedido de condenação do Estado de Alagoas ao 
fornecimento gratuito de medicamentos para o tratamento de doença renal 
crônica, a ministra afirmou: “Entendo que a norma do art. 196 da 
Constituição da República, que assegura o direito à saúde, refere-se, em 
princípio, à efetivação de políticas públicas que alcancem a população como 
um todo, assegurando-lhe acesso universal e igualitário, e não a situações 
individualizadas”. (Cf. STF, STA nº 91-AL, decisão de 26/02/2007, disponível 
em www.stf.gov.br). 
 
Em caso semelhante, a mesma ministra deferiu pedido de suspensão de 
decisão que havia condenado o Estado de Goiás a fornecer gratuitamente 
tratamento para paciente portadora de infertilidade feminina (STF, SS nº 
3263-GO, decisão de 23/07/2007, disponível em www.stf.gov.br). 
 
Parece-nos, todavia, que mesmo a ministra Ellen Gracie não nega a 
fundamentalidade dos direitos sociais – representados, nos casos citados, 
pelo direito à saúde. É a conclusão a que se chega ao examinar uma terceira 
decisão proferida pela jurista gaúcha. 
 
Neste último caso, o paciente requerera a concessão de medicamentos para 
o tratamento de doença vascular encefálica isquêmica (STF, SS nº 3158-RN, 
decisão de 31/05/2007, disponível em www.stf.gov.br). Após analisar as 
questões fáticas envolvidas, a ministra confirma a obrigatoriedade de o 
Estado do Rio Grande do Norte fornecer os remédios, afirmando que “diante 
da hipossuficiência econômica da impetrante, da necessidade de tratamento 
contínuo da doença que a acomete e da natureza e do custo dos fármacos 
 
 
 
 
 2 
em questão, entendo que a ausência do tratamento poderá ocasionar graves 
e irreparáveis danos à saúde e à vida da paciente”. 
 
Observe-se que foram apresentadas três decisões, todas proferidas pela 
então Presidente do STF, que envolvem exatamente a mesma questão: a 
existência – ou não – de direito subjetivo à concessão de medicamentos pelo 
Poder Público, efetivando-se, assim, o direito social à saúde, assegurado 
pelos artigos 6º e 196 da Constituição da República de 1988. 
 
No entanto, apenas a terceira confirmou a existência de tal direito, 
enquanto as duas primeiras o negaram. Isso não significa que tenha havido 
uma mudança de posicionamento da magistrada, mas sim a prevalência de 
um argumento recorrente na doutrina e que não foi diretamente enfrentado 
nas decisões analisadas: o direito ao mínimo existencial, afetado 
diretamente apenas na terceira hipótese.

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