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CCJ0053-WL-A-RA-04-Teoria Geral do Processo-O Poder Judiciário Brasileiro

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	Plano de Aula: A estrutura do Poder Judiciário Brasileiro
TEORIA GERAL DO PROCESSO
Título
A estrutura do Poder Judiciário Brasileiro.
Número de Aulas por Semana
Número de Semana de Aula
4.
Tema
O Poder Judiciário Brasileiro. Estrutura. Justiça Comum e Especializada. Tribunais Superiores. Tribunais inferiores. Órgãos jurisdicionais de primeira instância: Juízos, Juizados Especiais (Cíveis e Penais), Federais e Fazendários.
Objetivos
●- Conhecer a estrutura do Poder Judiciário no Brasil.
●- Reconhecer a diferença de atuação entre as diversas esferas da Justiça.
●- Diferenciar a atuação em primeira instância e em instância superior.
Estrutura do Conteúdo
1. O Poder Judiciário Brasileiro
2. Estrutura
2.1. As Justiças Especiais e a Comum Federal e a dos Estados.
2.2. Tribunais Superiores.
2.3. Tribunais inferiores.
2.4. Órgãos jurisdicionais de primeira instância: Juízos, Juizados Especiais (Cíveis e Penais), Federais e Fazendários.
Aplicação Prática Teórica
Questão nº 1
Gustavo ajuíza demanda em face da União cujo pedido tem conteúdo econômico equivalente a 40 (quarenta) salários mínimos. A ação foi distribuída perante a 1ª Vara Federal do Rio de Janeiro cujo magistrado, de ofício, proferiu decisão interlocutória declinando da sua competência em prol de um dos Juizados Especiais Federais localizados na mesma cidade. Vale dizer que esta decisão foi objeto de recurso, ocasião em que o impugnante objetou que é amplamente admitida, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, a possibilidade conferida ao demandante de optar entre o juízo comum ou o juizado especial. Indaga-se:
Assiste razão a Gustavo? Justifique a resposta.
RESPOSTA: NÃO. Não assiste razão a Gustavo, trata-se em seu texto expressamente que a competência do Juizado Especial Federal é absoluta, sem possibilidade de escolha pelo interessado, quando naquela base territorial o mesmo já tiver sido instalado.
Eventual conflito de competência entre Vara Cível Federal e Juizado Especial Federal, localizados na mesma cidade, deve ser decidido por qual Tribunal? Justifique a resposta.
RESPOSTA: Compete ao Tribunal Superior de Justiça, processar e julgar originalmente os conflitos de competência entre quaisquer Tribunal como diz o art.105, I, d, da CRFB/88.
Questão nº 2
Acerca da Lei dos Juizados Especiais Cíveis (JEC), Lei n.º 9.099/1995, assinale a opção correta:
Segundo os princípios da simplicidade e da informalidade que regem o julgamento nos juizados especiais, qualquer que seja o valor da causa, a parte vencida, ainda que não possua capacidade postulatória, pode recorrer da decisão monocrática e requerer a sua revisão pela turma recursal;
O pedido do autor e a resposta do réu podem ser feitos por escrito ou oralmente; as provas orais produzidas em audiência, entretanto, devem ser necessariamente reduzidas a termo escrito, pois nessas demandas não se exige a obediência ao princípio da identidade física do juiz;
Como regra, deve ser decretada a revelia do réu que não compareça à audiência de instrução e julgamento, ainda que compareça o seu advogado ou que seja apresentada defesa escrita, pois a presunção de veracidade dos fatos alegados no pedido inicial decorre da ausência do demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução;
No sistema recursal dos juizados especiais, contra as decisões interlocutórias é cabível o agravo na forma retida, que impede a interrupção da marcha do processo, atendendo aos princípios da celeridade e concentração dos atos processuais, com a finalidade de assegurar a rápida solução do litígio.
RESPOSTA: C. Como regra, deve ser decretada a revelia do réu que não compareça à audiência de instrução e julgamento, ainda que compareça o seu advogado ou que seja apresentada defesa escrita, pois a presunção de veracidade dos fatos alegados no pedido inicial decorre da ausência do demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução.
Aplicação Prática Teórica (OUTRAS QUESTÕES)
1ª Questão
Determinada sociedade empresarial promove demanda visando compelir a demandada a se abster de utilizar indevidamente marca cuja titularidade confere à autora o Direito de utilização exclusiva. Pleiteia, ainda, a condenação da ré ao pagamento de indenização por perdas e danos. A Ação foi proposta no foro da sede da autora com fundamento no artigo 100, parágrafo único, do Código de Processo Civil. A ré oferece exceção de incompetência, por considerar competente para o processo e julgamento da causa o juízo da comarca onde possui sua sede, devendo ser aplicada a regra geral do artigo 94 do Código de Processo Civil. Considerando o disposto nos artigos 129 da Lei 9.279/96, bem como a certidão constante dos autos de que não há processo criminal instaurado para apuração de eventual cometimento do delito previsto no artigo 189 da referida Lei 9.279/96, pergunta-se: deve ser acolhida a aludida tese defensiva?
RESPOSTA: SIM. Como não houve ação criminal, a devida ação deveria obedecer à regra geral de competência do art. 94 CPC, domicílio do réu. Art. 94 CPC: A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu.
2ª Questão
Guilherme propõe uma demanda em face de Rodolfo. Ocorre que o magistrado ao analisar a petição inicial percebe que a questão trazida nos autos é exclusivamente de direito, também já tendo sido anteriormente proferidas pelo mesmo juízo várias outras sentenças de total improcedência em casos semelhantes. Por este motivo, o mesmo profere sentença liminar, julgando improcedente o pedido antes mesmo de determinar a citação do demandado. Assinale a alternativa correta:
O juiz se equivocou, pois não poderia sentenciar com resolução do mérito sem antes determinar a citação do demandado;
O juiz se acertou, pois se trata de uma hipótese de tutela de evidência, o que motiva resolução liminar do mérito do processo;
O juiz acertou em parte, pois somente poderia ter resolvido o mérito liminar se fosse hipótese de procedência do pedido;
Todas as alternativas estão equivocadas.
RESPOSTA: B. O juiz se acertou, pois se trata de uma hipótese de tutela de evidência, o que motiva resolução liminar do mérito do processo.
Aplicação Prática Teórica (OUTRAS QUESTÕES)
1ª Questão
O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em face de Alan Cunha, em virtude do mesmo ter supostamente praticado o crime previsto no art. 171, parágrafo 3º do CP, já que vinha recebendo benefício previdenciário manifestamente indevido. O processo criminal tramitou perante uma das Varas Federais Criminais da Seção Judiciário do Rio de Janeiro, culminando pela prolação de uma sentença penal condenatória. Neste mesmo ato decisório, o magistrado determinou que o denunciado deveria ressarcir o INSS (autarquia federal) da importância de R$ 122.820,00, que seria o montante indevidamente recebido em virtude da sua conduta criminosa. Indaga-se:pode o magistrado, lotado em juízo especializado em matéria criminal, efetuar a liquidação dos prejuízos cíveis sofridos?
RESPOSTA: Conforme art. 63, § único do CPP a sentença penal condenatória transitada em julgado tem valor de título executivo judicial passível de execução em varas civis.
2ª Questão. Assinale a alternativa correta:
A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal;
Se tiver sido proferida sentença absolutória no juízo criminal, por qualquer que seja o seu fundamento, não se afigura possível o ajuizamento de qualquer ação civil objetivando a reparação do dano;
A sentença penal condenatória não é título executivo hábil a permitir a instauração de uma execução perante o juízo de competência cível;
A responsabilidade civil é independente da criminal e por este motivo é possível questionar sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, ainda que estas questões já tenham sido decididas no juízo criminal.
RESPOSTA: A. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
==XXX==
Resumo de Aula (Waldeck Lemos)
	
	4ª AULA – Conceito, Fontes e Princípios do Processo
	
	Teoria Geral do Processo - Prof. Rodrigo Duarte de Melo – Aula-03
CONCEITO, FONTES E PRINCÍPOIS DO PROCESSO
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
12 – Princípio da investidura:
O processo deverá ser julgado por quem for regularmente inserido no cargo de juiz, através de concurso público. Deve possuir o poder jurisdicional.
Não exercem atividade jurisdicional:
a) Juiz de paz (não utilizamos).
b) Juiz leigo.
c) Conciliador.
13 – Princípio da inafastabilidade da função jurisdicional – Também chamado de Acesso à Justiça.
Art. 5º, XXXV da CF/88 "a lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito".
O cidadão não pode sofrer nenhuma limitação para ter acesso à justiça. (Ex: custas, espaço físico, localização e etc...).
O princípio pressupõe a possibilidade de que todos, indistintamente, possam pleitear as suas demandas junto aos órgãos do Poder Judiciário, desde que obedecidas às regras estabelecidas pela legislação processual para o exercício do direito.
14 – Princípio da indelegabilidade:
Proibição do “non liquet”.
O magistrado não pode deixar de decidir. O judiciário sendo provocado, não pode deixar de proferir a decisão. (Jurisdição não pode ser delegada).
15 – Princípio da aderência: (Relacionado à COMPETÊNCIA)
O magistrado se vincula ao território de abrangência da lei processual (vincula a uma determinada área de atuação).
==XXX==
Resumo de Aula (Professor - Aula Mais - Estácio)
	
	4ª AULA – Espécies de Jurisdição e Relação entre a Jurisdição Penal e Não Penal
	
	Teoria Geral do Processo
Professor Rodolfo Kronemberg Hartmann
Aula 04
Aula 4 – ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO E RELAÇÃO ENTRE A JURISDIÇÃO PENAL E NÃO PENAL
Conteúdo Programático desta aula
1. Espécies de jurisdição:
1.1. de equidade e de direito;
1.2. superior e inferior;
1.3. contenciosa e voluntária;
1.4. penal e não penal.
2. Relação entre a jurisdição penal e não penal:
2.1. Abordagem dos efeitos civis da sentença penal condenatória e seu paralelo com o transporte in utilibus da sentença coletiva para os pedidos individuais de liquidação e execução dos danos pessoalmente sofridos.
2.2. A liquidação dos efeitos civis na própria sentença penal condenatória.
1. Espécies de jurisdição:
1.1. De equidade e de direito:
Quanto ao critério “obediência ou não as fontes normativas primárias”, a jurisdição pode ser classificada em de “direito” ou de “equidade”. Na primeira delas, o magistrado que presta a jurisdição deve necessariamente observar os preceitos normativos, modelo este que é o adotado entre nós na maior parte das vezes.
1.2. Superior e inferior:
Quanto ao critério “órgão que aplica a jurisdição”, a jurisdição pode ser classificada em “superior” ou “inferior”. A distinção é singela, posto que a jurisdição “inferior” é aquela prestada por órgãos integrantes do Poder Judiciário em primeira instância, ao passo em que a jurisdição “superior” é prestada pelos Tribunais, estejam ele no exercício de competência originária ou mesmo recursal.
1.3. Contenciosa e voluntária:
Em linhas gerais, a jurisdição denominada “contenciosa” é aquela que apresenta os sinais mais visíveis da jurisdição. Em breve síntese, na jurisdição contenciosa:
a parte interessada exerce direito de ação, pois o magistrado tem que ser provocado para prestar a jurisdição (coincide com a característica da “inércia”);
 é aplicada em um processo judicial em que foi deduzida uma pretensão;
nela há a presença de partes com interesses contrapostos, ou seja, em litígio;
a decisão que o magistrado vier a proferir será acobertada pelo manto da coisa julgada no aspecto formal e até mesmo material, conforme o caso (coincide com a característica da definitividade); dentre outras mais.
Na jurisdição “voluntária”, ao revés, estas características se encontram ausentes, o que até mesmo leva ao questionamento se a mesma realmente decorre do exercício da atividade jurisdicional ou se a mesma se consubstancia em atividade meramente administrativa desempenhada eventualmente pelo magistrado. Com efeito, há quem defenda que, também na jurisdição “voluntária”, há o exercício de jurisdição, eis que se trata de atividade desempenhada por um membro do Poder Judiciário e, também, porque mesmo nos casos típicos de jurisdição “contenciosa” nem sempre todas as características acima estarão presentes.
1.4. Penal e não penal
Quanto ao critério “matéria”, a jurisdição pode ser classificada em “penal” ou “não penal”, diferenciando se a demanda deduzida pelo interessado pretende obter uma sanção punitiva, ou seja, se o demandante pretende que no processo seja discutida e julgada a prática ou não de um ilícito penal.
2. Relação entre a jurisdição penal e não penal
2.1. Abordagem dos efeitos civis da sentença penal condenatória e seu paralelo com o transporte in utilibus da sentença coletiva para os pedidos individuais de liquidação e execução dos danos pessoalmente sofridos:
A sentença penal, proferida por um juízo que exerce competência criminal, pode gerar tanto efeitos penais (v.g. restrição ao direito de liberdade do acusado) como civis (v.g. condenação a reparar os danos causados). A vítima pode, portanto, optar entre dois caminhos: o primeiro, que seria promover uma demanda perante o juízo cível e aguardar a sentença para então executá-la e, o segundo, que seria aguardar o início e desenvolvimento do processo criminal (usualmente iniciado pelo Ministério Público), a prolação da sentença penal condenatória e, também, a preclusão das vias impugnativas (o inciso é bem objetivo ao não admitir a “execução provisória” neste caso) para que somente, então, possa ser liquidada a sentença penal e, posteriormente, dado o início à sua execução.
É o que consta no art. 64 do CPP: “Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil”.
No entanto, esta possibilidade de apreciação, concomitante, dos mesmos fatos em dois instrumentos processuais distintos pode gerar algumas situações extremamente complexas, que demandarão maior cuidado por parte do aplicador do direito. Por exemplo, a via penal e a civil são absolutamente distintas entre si, mas, por vezes, a segunda se curva ao que foi decidido na primeira. É o que ocorre quando no juízo criminal for reconhecida a inexistência material do fato, nos termos do art. 66 do CPP: “Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civilpoderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato”.
Da mesma forma, se o juízo criminal definir a existência do fato e da autoria, isso não mais poderá ser discutido no juízo cível, conforme indica o art. 935 do CC: “A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal”.
2.2. A liquidação dos efeitos civis na própria sentença penal condenatória:
A Lei n° 11.729/2008, alterou a redação do parágrafo único, do art. 63 do CPP, passando a admitir que o magistrado lotado em juízo criminal já possa, na sua própria sentença penal condenatória, liquidar os prejuízos sofridos pela vítima, o que dispensaria uma nova liquidação perante o juízo de competência cível. A constitucionalidade deste dispositivo, contudo, é extremamente duvidosa por alargar a pretensão inicial do demandante (violação ao princípio da inércia), conferir legitimidade ao Ministério Público para a defesa de interesses individuais disponíveis (patrimônio), ampliar os limites objetivos da coisa julgada (ao incluir a obrigação de indenizar, ainda que seja por valor mínimo), dente outros motivos mais. Sobre o assunto, recomenda-se: CÂMARA, Alexandre Freitas. “Efeitos civis e processuais da sentença condenatória criminal. Reflexões sobre a Lei no 11.719/2008”. Revista da EMERJ – Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, v. 12, no 46. 2009, p. 111.
Caso Concreto
1ª Questão
O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em face de Alan Cunha, em virtude do mesmo ter supostamente praticado o crime previsto no art. 171, parágrafo 3º do CP, já que vinha recebendo benefício previdenciário manifestamente indevido. O processo criminal tramitou perante uma das Varas Federais Criminais da Seção Judiciário do Rio de Janeiro, culminando pela prolação de uma sentença penal condenatória. Neste mesmo ato decisório, o magistrado determinou que o denunciado deveria ressarcir o INSS (autarquia federal) da importância de R$ 122.820,00, que seria o montante indevidamente recebido em virtude da sua conduta criminosa. Indaga-se: pode o magistrado, lotado em juízo especializado em matéria criminal, efetuar a liquidação dos prejuízos cíveis sofridos?
RESPOSTA: De acordo com o art. 63, § único, CPP, a sentença penal condenatória transitada em julgado tem valor de título executivo judicial passível de execução nas varas cíveis.
O parágrafo único do art. 63 do CPP estabelece que a sentença penal condenatória transitada em julgado tem valor de título executivo judicial passível de execução nas varas cíveis.
2ª Questão. Assinale a alternativa correta:
A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal;
Se tiver sido proferida sentença absolutória no juízo criminal, por qualquer que seja o seu fundamento, não se afigura possível o ajuizamento de qualquer ação civil objetivando a reparação do dano;
A sentença penal condenatória não é título executivo hábil a permitir a instauração de uma execução perante o juízo de competência cível;
A responsabilidade civil é independente da criminal e por este motivo é possível questionar sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, ainda que estas questões já tenham sido decididas no juízo criminal.
RESPOSTA: A. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
E chegamos ao fim da aula...
Síntese do texto extraído de:
HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Teoria Geral do Processo. 1ª Ed. Niteroi: Impetus, 2012.
S.A.C: www.rodolfohartmann.com.br
==XXX==
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0053/Aula-004/WLAJ/DP
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0053/Aula-004/WLAJ/DP

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