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RELATÓRIO DE AULA LABORATORIAL Curso: Engenharia Ambiental Disciplina: Bioquímica Professor: Cristiane Tumang Frare Alterações de cor dos vegetais por cozimento. Processo de feofitinização da clorofila. 5106309 Ana Paula Caixeta Ferreira 5043843 Gilcelle Frutuoso Borges 5105510 Paulo Roberto Ribeiro Fratari 5101062 Ronan Vasconcelos Borges UBERLÂNDIA 2010 OBJETIVO Verificar a mudança que ocorre na coloração de vegetais durante seu processo de aquecimento e, dessa forma, demonstrar a formação das feofitinas a partir da clorofila. INTRODUÇÃO As clorofilas são pigmentos verdes, comuns em todas as células fotossintéticas. Por sua estrutura química ser instável, são facilmente degradadas, resultando em produtos de decomposição que modificam a percepção e qualidade dos alimentos. Vários fatores interferem na degradação das clorofilas como a luz, radiação, calor, ácidos, oxigênio, alteração enzimática e interação com outros pigmentos. A clorofila, substância responsável pela cor verde das plantas, atua como um receptor de energia luminosa na síntese de carboidratos a partir de água e CO2 proveniente do ar, num processo denominado fotossíntese. Ela é uma metalobiomolécula, pois contém um íon Mg(II) em sua estrutura. Quando verduras e vegetais destinados à alimentação, são preparados por meio de cozimento, mudanças químicas podem ocorrer na estrutura da clorofila. O Mg(II) presente na estrutura da clorofila pode ser substituído por dois íons H+ provenientes de ácidos liberados ou adicionados ao sistema durante o cozimento. Essa reação é denominada feofitinização e a nova molécula formada é a feofitina. Durante esse processo, a cor verde escura da clorofila é substituída pela cor verde amarelada das feofitinas. Esse experimento tem por objetivo verificar a mudança que ocorre na coloração de vegetais durante o cozimento, demonstrar a formação das feofitinas e a importância do íon Mg(II), dito inorgânico, na manutenção da vida. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS - 03 Béqueres de 250 mL; - Chapa de aquecimento; - Papel absorvente; - pHmetro de bancada. MATERIAL DE CONSUMO NECESSÁRIO - Folha de couve; - Soluções de calibração pH 4,0 e 7,0 (pHmetro); - Solução de NaOH 0,1 mol/L; - Solução de HCl 0,1 mol/L. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Enumerou-se três béqueres de 1 a 3 e calibrou-se o pHmetro. Ao béquer número 1 adicionou-se uma folha de couve picada e 150 mL de água. Este recipiente foi designado como o ensaio controle. No béquer número 2, foi colocado uma folha de couve picada e 150 mL de água. Inseriu-se o eletrodo do pHmetro e adicionou-se HCl até obter pH 1,0. No béquer número 3, colocou-se uma folha de couve picada e 150 mL de água. Inseriu-se o eletrodo do pHmetro e adicionou-se NaOH até obter pH 7,0. Logo após, todos os béqueres foram aquecidos por 20 minutos na chapa de aquecimento. Figura 1: Béqueres 1, 2 e 3 na chapa de aquecimento. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após o aquecimento dos béqueres, observaram-se os seguintes resultados: Tabela 1 - Resultados obtidos após aquecimento. Béquer Observações 1 Não houve alteração da cor verde-escura da couve. 2 Houve significativa alteração na cor da couve, resultando em uma pigmentação verde amarelada. 3 Praticamente não houve modificação na coloração da folha de couve, permanecendo verde-escura. Figura 2: Béqueres 1, 2 e 3 após aquecimento. De acordo com as análises feitas, no béquer número 1 (ensaio controle), em ausência de ácido ou base, a folha de couve não apresentou mudanças em sua coloração verde escura. No béquer número 2, a presença de HCl provocou uma mudança na cor da folha de couve, tornando-a verde amarelada. O HCl é um ácido que promove a substituição do íon Mg (II) por dois íons H+ e a conseqüente transformação da clorofila em feofitina. A mudança de cor do vegetal é a evidência macroscópica que indica a ocorrência de reação química. Já no béquer número 3, foi adicionado NaOH, que é uma base. Este reage com os ácidos presentes neutralizando-os e impedindo a formação da feofitina. Dessa forma, a folha de couve permaneceu com sua coloração verde escura. CONCLUSÃO O Mg(II) presente na estrutura da clorofila pode ser substituído por dois íons H+ provenientes de ácidos liberados ou adicionados ao sistema durante o cozimento. Essa reação é denominada feofitinização e a nova molécula formada é a feofitina. Durante esse processo, a cor verde escura da clorofila é substituída pela cor verde amarelada das feofitinas. Para evitar a ocorrência dessa reação e assim preservar a cor verde de verduras e vegetais, deve-se cozinhá-los rapidamente ou acrescentar bicarbonato de sódio (sal de caráter básico) durante a sua preparação. A decomposição das clorofilas é afetada pelo pH dos tecidos. O pH básico (9,0) torna a clorofila mais estável ao calor, quando comparada ao pH ácido (3,0). Os íons positivos minimizam a permeabilidade da membrana, que entra em equilíbrio com as cargas negativas diminuindo, dessa forma, a degradação das clorofilas. Essa instabilidade da molécula pode alterar a sua cor, o valor comercial e as qualidades nutritivas, levando também a uma impressão negativa do produto. Como esperado, a rota principal da degradação das clorofilas é por feofitinização direta ou indireta para feofitina. A perda de cor em altas temperaturas de armazenamento é principalmente atribuída ao processo de feofitinização. BIBLIOGRAFIA OLIVEIRA, M.F. & MAIA-PEREIRA, E.C.; Química Nova na Escola, nº25, maio, 2007. ATIKINS, P. e JONES, L., Princípios de Química, Bookman, Porto Alegre, 2001. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-84782005000300043&script=sci_arttext Acesso em 9. mai. 2010. http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc25/eeq01.pdf Acesso em 9. mai. 2010 CAMPUS UBERLÂNDIA
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