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XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 XI Salão de Iniciação Científica PUCRS FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM HISTÓRIA: QUEM E O QUE SE PENSA SOBRE ISSO? Bolsista Apresentador: Tainá Michele Becker, Orientador: Rodrigo Lemos Simões Faculdade de História, UNILASALLE Resumo De um modo geral a literatura disponível sobre formação de professores faz referência às possibilidades e necessidades de se conciliar uma formação acadêmica mais conectada com a realidade que o futuro profissional encontrará no campo de trabalho, por meio de uma maior articulação com a escola. Contudo, qualquer tipo de formulação ou proposição deve considerar que os problemas nos cursos de licenciatura em geral foram se constituindo historicamente, sendo decorrentes de vários fatores. Ao abordarmos a formação inicial dos estudantes de história não constatamos diferenças em relação ao discurso de autores como Nóvoa (2003), Tardif (2002), Imbernón (2004) e Perrenoud (2001). Inevitavelmente esbarramos nos paradoxos do processo de formação, sobretudo no que se refere ao embate estabelecido entre os conteúdos específicos e a formação pedagógica. A partir da análise dos anais de encontros e locais de divulgação de pesquisas e práticas relacionadas ao ensino da história (GT n. 8 / ANPED – Formação de professores; GT Ensino de História e Educação da ANPUH / Jornadas de Ensino de História e Educação; Banco de Teses da CAPES; Periódicos Capes; Revista Brasileira de Educação; Revista Brasileira de História), traçamos um panorama da produção a respeito da formação de professores na área referida, apontando a maior ou menor incidência de determinados temas, além do papel desempenhado pela Universidade na preparação dos futuros profissionais. Nesse momento, privilegiamos dois locais específicos para análise, o GT n. 8 / ANPED – Formação de professores; GT Ensino de História e Educação da ANPUH / Jornadas de Ensino de História e Educação. 1237 XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 A pesquisa aponta que a formação inicial se dá a partir de uma supervalorização das aptidões técnicas em detrimento do conhecimento pedagógico, e que formas de subjetivação encontradas ao longo desse processo são variadas podendo ser percebidas nas fontes indicadas. Se os conhecimentos pedagógicos não se articulam com os conhecimentos específicos da disciplina, como formar professores investigativos, que saibam analisar e avaliar os fenômenos históricos, associando a teoria à práxis a fim de reconstruir o conhecimento, dando um novo significado ao estudo da história na sala de aula? A partir do enfoque da educação, observa-se um número muito reduzido de pesquisas e trabalhos sobre a formação de professores na área da história. Ao olharmos pelo enfoque da história podemos observar uma situação bastante semelhante. Ambos os seguimentos, seja pelo lado da educação ou pela parte da história, demonstram que pesquisa-se muito pouco sobre a formação do profissional da área da história. Ao analisarmos o Grupo de Trabalho vinculado a ANPUH e os objetivos dos encontros podemos perceber que as preocupações maiores em tais jornadas dizem respeito aos aspectos metodológicos relacionados à prática dos professores, desconsiderando quase que completamente a temática da formação dos futuros profissionais. Com base nas análises realizadas nos materiais produzidos pelos dois grupos de trabalho, reforçamos a idéia de que, mais do que nunca, necessitamos formar profissionais capazes de exercitar o pensamento crítico-reflexivo ao longo de sua formação. Desta forma, serão capazes de utilizarem-se do instrumental teórico e prático adquiridos na Universidade para produzir novos conhecimentos em sua atividade profissional. A formação do professor inicia-se na universidade e continua a acontecer ao longo da vida docente, pois o conhecimento não pode ser visto somente como produto final, mas como um processo onde são gerados novos conhecimentos. Busca-se o diálogo, a troca de experiências, de conhecimentos teóricos e teórico-práticos, oportunizando a estes profissionais subsídios para o trabalho a ser desenvolvido na escola. Sendo a formação inicial um importante momento de construção da identidade profissional do professor, um espaço de construção de maneiras de ser e estar na futura profissão, é importante que também sejam considerados os conhecimentos adquiridos através de suas experiências, os conhecimentos implícitos que domina e que coloca em diálogo com os conteúdos propostos. 1238 XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 Conclui-se que falar sobre formação de professores é algo restrito a universidade, na verdade isso deveria ser compreendido como um tema mais abrangente com interlocutores distintos. Assim, oportunizando a socialização de novos saberes, construindo um espaço de formação continuada que promova a reflexão dos saberes produzidos no âmbito escolar. Referências IMBERNÓN, Francisco. Formação Docente e Profissional. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2004. TARDIF, Maurice. Lugar e Sentidos dos Conhecimentos Universitários na Formação dos Profissionais do Ensino. In: GARRIDO, Susane Lopes... [et al]. Os Rumos da Educação Superior. São Leopoldo: Unisinos, 2002. NÓVOA, Antônio, CAVACO, Maria Helena, HAMELINE, Daniel. Profissão professor. Porto: Porto Editora, 2003. PERRENOUD, Philippe. Formando professores profissionais: quais estratégias? Quais competências? Porto Alegre: ARTMED, 2001. 1239
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