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SEGURANÇA NO TRABALHO AULA 02 Prof.ª Tatiana Lazzaretti Zempulski 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula abordaremos o tema salário e remuneração. É importante compreender o conceito de salário, o conceito de remuneração e suas diferenças. Trataremos também das espécies de salário, das verbas que compõem a remuneração, dos adicionais de periculosidade pagos para os profissionais de segurança e dos descontos legais permitidos no salário. CONTEXTUALIZANDO Nossa aula será dividida em 5 temas: 1. Salário 2. Remuneração 3. Adicional de periculosidade 4. Adicional de insalubridade 5. Descontos legais TEMA 1 – SALÁRIO Segundo Maurício Godinho Delgado: Salário é a contraprestação devida ao empregado, pela prestação de seus serviços ao empregador, em decorrência do contrato de trabalho. O salário contratual pode ser o mínimo vigente, o piso da categoria profissional ou valor superior ajustado entre as partes. (Delgado, 2005) O salário pode ser fixado com base no salário-mínimo; salário da categoria ou base; salário previsto em lei de categoria profissional diferenciada. Pode também o salário ser calculado pela unidade de tempo: salário pago por hora; salário por dia; salário por semana ou mês. Temos ainda que o salário pode ser fixado por unidade de obra, por produção e, inclusive, por tarefa. Além do pagamento em dinheiro, compreendem-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, a habitação, o vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força 3 do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado (Art. 458 da CLT). TEMA 2 – REMUNERAÇÃO A remuneração “é composta de várias parcelas e adicionais, concedidos ao empregado em razão do exercício de suas atividades, do local de trabalho, jornada diária etc.” (Vianna, 2014, p. 340). Quando o salário for somado com a parcela chamada gratificação, o resultado será a remuneração. Fazem parte da remuneração: salário contratual; gratificações contratuais; gorjetas; adicional noturno; prêmios; adicional de periculosidade; horas extras e adicionais de horas extras; adicional de insalubridade; ajudas de custo; diárias de viagem, quando excederem 50% do salário recebido; comissões; parcelas pagas habitualmente ao empregado (Vianna, 2014, p. 340). Corroborando com o conceito acima transcrito, diz o artigo 457 da CLT que “compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber”. TEMA 3 – ADICIONAL DE PERICULOSIDADE O adicional de periculosidade constitui uma parcela salarial prevista na Norma Regulamentadora (NR) nº 16 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A CLT, em seu art. 193, estipula que: São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: I – inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; II – roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. 4 § 1º – O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. (...) § 4º – São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta. Saiba mais Sobre a obrigatoriedade do pagamento do adicional de periculosidade, assista ao vídeo a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=LXcmpRTE-KI Leia o artigo citado na revista Ius Gentium, que você pode acessar no link a seguir: http://www.grupouninter.com.br/iusgentium/index.php/iusgentium/article/v iew/198/pdf Conheça a jurisprudência sobre os adicionais de periculosidade para os profissionais de segurança patrimonial e segurança pessoal: TRT-PR-19-08-2016 sobre atividade perigosa. Disponível em: http://www.trt9.jus.br/internet_base/jurisprudenciaman.do?evento=Editar& chPlc=7438262 TRT-PR-10-10-2014 sobre adicional de periculosidade. Disponível em: http://www.trt9.jus.br/internet_base/jurisprudenciaman.do?evento=Editar& chPlc=6255593 TEMA 4 – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE O adicional de insalubridade está previsto na NR nº 15 do MTE, bem como nos artigos 189, 192 e 195 da CLT, e será pago para os empregados expostos às condições insalubres, tais como: ruídos; calor; radiações ionizantes; atividades submersas; agentes químicos e biológicos. 5 O adicional poderá ser calculado com base nos percentuais de 40% se o grau de exposição ao risco for máximo, 20% se o grau de exposição ao risco for médio e 10% se o grau de exposição ao risco for mínimo. Os percentuais serão medidos de acordo com a classificação do grau de risco da empresa, e também por meio do laudo de condições ambientais de trabalho que será elaborado por um engenheiro ou médico de segurança do trabalho. TEMA 5 – DESCONTOS LEGAIS O quinto tema é relativo aos descontos que podem ser feitos no salário do empregado, tais como: adiantamento salarial; contribuições para o sindicato; pensão alimentícia; descontos por faltas injustificadas e suspensão disciplinar; desconto com alimentação; vale-transporte; descontos por danos causados pelo empregado; descontos com plano de saúde e previdência privada. O empregado pode deixar de comparecer ao trabalho, sem descontos, nas seguintes hipóteses: falecimento de cônjuge ou parente próximo até 2 (dois) dias consecutivos; em virtude de casamento até 3 (três) dias consecutivos; em caso de nascimento de filho; para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira por até 2 dias; para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica, 1 (um) dia por ano. Saiba mais Verificamos que é uma realidade a necessidade de complementação de renda por meio de trabalhos sem registro, como no caso do Uber. Nesse sentido, sugerimos a leitura da entrevista disponível no site: http://www.tst.jus.br/pmnoticias/-/asset_publisher/89Dk/content/reportagem- especial-debate-sobre-o-reconhecimento-ou-nao-de-vinculo-de-emprego-entre- motoristas-da-uber/pop_up?_101_INSTANCE_89Dk_viewMode=print Para complementar os temas trazidos nesta aula, acessar a CLT e analisar o Capítulo III – Do Salário-Mínimo, a partir do art. 76 até o art. 83; no 6 Título IV, no Capítulo II – Da Remuneração, artigos 457 a 467, disponível no link: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm NA PRÁTICA Paulo foi contratado como empregado da empresa Fábrica de Doces Celestes para exercer as funções de ajudante geral, recebendo um salário- mínimo mensal. Após um ano de trabalho, Paulo foi chamado pelo gerente, que o informou que, em razão das dificuldades econômicas da empresa, seu salário seria reduzido para meio salário-mínimo mensal. A atitude da empresa está incorreta, pois o salário é irredutível, salvo previsão em convenção ou acordo coletivo. SÍNTESE Nesta aula concluímos que existem diferenças entre salário e remuneração. O salário poderá ser estipulado no contrato de trabalho, podendo ser o salário-mínimo ou o salário da categoria que o profissional faz parte. Por sua vez, a remuneraçãoé a soma do salário mais parcelas de natureza salarial, como a gratificação, comissões e horas extras, por exemplo. REFERÊNCIAS BALBINOTI, Jonas Raul; ZWICKER, Milena; CARVALHO, Robert Carlon de. Direito individual e segurança do trabalho para vigilantes. Curitiba: Editora InterSaberes, 2016. DELGADO, M. Godinho. Curso de Direito do Trabalho. SP: LTR, 4 ed., 2005, p. 206. GOMES, Orlando; GOTTSCHALK, Elson. Curso de Direito do Trabalho. 4. ed., revista e atualizada. Rio de Janeiro: Forense, 1995. LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 7 MAPA DA PROVA. Questões sobre salário e remuneração. Disponível em: <http://www.mapadaprova.com.br/questoes/de/direito-do-trabalho/salario-e- remuneracao>. Acesso em: 07.10.2016. VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual prático das relações trabalhistas. 12. ed. São Paulo: LTr, 2014.
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