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SIGILO DO INQUERITO EM RELAÇÃO AO ADVOGADO O sigilo, e o elemento da surpresa, são essenciais para assegurar a eficácia das investigações no Inquérito Policial, como podemos observar no Art. 20, CPP. Porém, esse sigilo não é absoluto, pois podem ter acesso aos autos do inquérito o Juiz, o Ministério Publico e o Advogado. Sob o enfoque do Advogado, temos algumas disposições no ordenamento jurídico que garantem seu acesso ao inquérito, como por exemplo o Art. 7º, XIV, Estatuto da OAB, que dá direito ao advogado de “examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos”; Assim como a Súmula vinculante 14 que expõe que o advogado tem acesso aos elementos já documentados no procedimento investigatório, mas não quanto às diligencias em andamento. É importante ressaltar que não há segredo de justiça no Inquérito Policial, uma vez que se trata de procedimento administrativo, e não processo. E não existe sigilo decretado pela autoridade policial, em inquérito, por absoluta ausência de previsão legal para tanto. Entretanto, devemos observar com especial cuidado os inquéritos policiais que apuram os crimes da Lei de Tóxicos, uma vez que essa própria lei estabelece, no art. 26, que tais inquéritos tramitam em sigilo. Nesse caso, o advogado deverá ter procuração para examinar os autos, impondo-se, inclusive a ele, o dever do sigilo, sob pena de cometer a infração prevista no artigo 17 do mesmo texto legal. A negativa de acesso do advogado aos autos de inquérito caberá Mandado de Segurança.
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