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FUNÇÕES DO FÍGADO Recife 2013 Profa. Mariana Barros Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências da Saúde Departamento de Nutrição Fígado • Órgão central do metabolismo; • Maior glândula do corpo humano; • Pesa ±1500g; • 1500 ml de sangue por minuto circulam através do fígado; Localiza-se no quadrante superior direito do abdômen (hipocôndrio direito), entre o arcabouço costal, o diafragma e as vísceras abdominais. LOCALIZAÇÃO DO FÍGADO FACE SUPERIOR OU DIAFRAGMÁTICA FACE INFERIOR OU VISCERAL FUNÇÕES DO FÍGADO Digestão Metabolismo energético Biossíntese Desintoxicação Fígado Central metabólica Metabolismo dos Carboidratos (glicogênese, glicogenólise, gliconeogênese) Metabolismo das Proteínas (transaminação e desaminação), síntese e degradação de proteínas Metabolismo dos Lipídios (síntese de triglicerídios, colesterol e lipoproteínas) Armazenamento e ativação das vitaminas (lipossolúveise vitamina B12), zinco, ferro, cobre, magnésio Formação e excreção da bile Ciclo da uréia FUNÇÕES DO FÍGADO Armazenar nutrientes (vitaminas, elementos minerais, etc.); Sintetizar moléculas (glicose, glicogênio, aminoácidos, proteínas, ácidos graxos, etc.); Degradar moléculas endógenas (hormônios, hemoglobina, etc.); Degradar moléculas exógenas (corpos estranhos); Neutralizar e eliminar substâncias tóxicas absorvidas; Auxiliar a digestão (produção e secreção da bile). ESTRUTURA MICROSCÓPICA 1. Hepatócitos agrupam-se em placas que, por anastomose, constituem lóbulos. As placas têm a espessura de apenas uma ou duas células são separadas entre si por espaços vasculares chamados sinusóides. 2. Rede de células reticulo-endoteliais envolvendo os hepatócitos: 2.1 Células endoteliais das paredes dos sinusóides 2.2 Linfócitos 2.3 Macrófagos especializados denominados células de Kupffer. ESTRUTURA CELULAR Sinusóides revestidos por céls endoteliais e por macrófagos residentes aí denominados Células de Kupffer. Intensa atividade fagocítica sobre MO e corpos estranhos. Espaço de Disse Espaço entre os hepatócitos e as paredes dos sinusóides. encontram-se céls armazenadoras de lipídios (como a vitamina A). LÓBULO HEPÁTICO unidade morfofuncional do fígado; cerca de 100 mil lóbulos hepáticos; Organização poliédrica; Veia central (sangue proveniente dos sinusóides hepáticos), em torno da qual estão distribuídas as céls das placas hepáticas. Em cada vértice do polígono está situado o espaço porta envolvido por tecido conjuntivo q contém: 1. uma arteríola (sangue da artéria hepática); 2. uma vênula (~70% sangue da veia porta); 3. um ducto biliar q recebe a bile proveniente de canalículos situados entre os hepatócitos das placas hepáticas; 4. vasos linfáticos. do centro para a periferia Bile canalículos dos lóbulos hepáticos Canal de Hering Ação emulsificante, favorecendo a digestão e a absorção das gorduras no intestino. desemboca em ductos biliares mais calibrosos até o ducto hepático comum A bile hepática aquosa drena p o delgado através do colédoco ou p a vesícula biliar por meio do ducto cístico. Armazena bile levando-a ao Duodeno (digestão das gorduras) Produz e excreta bile Conecta a vesícula ao duodeno (passagem da bile) SISTEMA BILIAR Produção e circulação entero-hepática 1. É sintetizada pelos hepatócitos. 2. É constituída por sais biliares e tem propriedades detergentes e solubilizantes. 3. Permite a dissolução em meio aquoso de várias substâncias liposolúveis e o seu transporte para o interior e exterior do organismo. 4. Os sais biliares são recirculados entre o intestino e o fígado. BILE PRINCIPAIS COMPONENTES BILIARES (60%) Sais biliares Pigmentos biliares Colesterol Lecitina BILE HEPÁTICA BILE VESICULAR Absorção de água e sais inorgânicos SAIS BILIARES Ácido biliar + aa ácido biliar conjugado + Na+/K+ Sal biliar TIPOS DE SAIS BILIARES PRIMÁRIOS Produzidos pelos hepatócitos e secretados para a bile SECUNDÁRIOS Produzidos no trato intestinal, pela ação das bactérias sobre os primários Circulação êntero- hepática MECANISMOS DA DOENÇA Incapacidade de produzir ou excretar bile 1. Incapacidade de solubilizar gorduras e vitaminas liposolúveis da dieta. sindrome de má-absorção deficiência em vitaminas 2. Diminuição da excreção de bilirubina Icterícia 3. Diminuição da excreção de colesterol. IRRIGAÇÃO HEPÁTICA O fígado é irrigado por sangue arterial e venoso portal. A veia porta conduz as substâncias absorvidas pelo intestino, exceto os lipídios q são transportados por via linfática. O sangue das arteríolas e das vênulas se mistura nos capilares hepáticos (sinusóides), antes de seguir p a veia central. As veias centrais dos lóbulos hepáticos confluem p formar as veias hepáticas, q drenam p a cava inferior. IRRIGAÇÃO HEPÁTICA 75% do sangue q chega ao fígado provém do sistema GI 25% (trazendo o oxigênio vital p as céls hepáticas) vêm da circulação sistêmica. O sangue de ambas as origens sai do fígado pela veia hepática. SISTEMA HEPÁTICO PORTA O sangue q passa pelos capilares do estômago, intestino delgado e grosso, baço e pâncreas é levado pela veia porta. HEPATÓCITO A diversidade de funções exercidas pelo hepatócito lhe confere a denominação de célula multifuncional. • Sede da atividade oxidativa • Enzimática : Ciclo de Krebs e da uréia • Síntese de colesterol e ácidos biliares • Conjugação da bilirrubina • Detoxificação das drogas Mitocôndria FUNÇÕES DAS ORGANELAS DO HEPATÓCITO • Síntese das proteínas plasmáticas • Síntese dos fatores de coagulação • Preparar lipoproteínas e glicoproteínas para serem excretadas na bile Aparelho de Golgi FUNÇÕES DAS ORGANELAS DO HEPATÓCITO METABOLISMO GLICÍDÍCO METABOLISMO PROTÉICO METABOLISMO LIPÍDICO FÍGADO PAPEL DO FÍGADO NO METABOLISMO • Fígado = função central na manutenção da glicemia. • Armazena glicose (glicogênio) no estado alimentado. • Produz glicose durante o período inter-refeição, jejum e atividade física. • Gliconeogênese = conversão de moléculas não glicídicas (lactato, alanina, glutamina e glicerol) em glicose. • Glicogenólise degradação do glicogênio em glicose. METABOLISMO DOS GLICÍDIOS • Início = aumento da glicogenólise. • Após 12 a 15h = reservas de glicogênio quase depletadas. • Principal via de produção de glicose pelo fígado = gliconeogênese. METABOLISMO DOS GLICÍDIOS Jejum Glicogênese, glicogenólise e gliconeogênese Glicose 6-P Glicogênio Piruvato Oxaloacetato Glicerol Gliconeogênese Glicogênese Glicogenólise Embora o fígado forme glicogênio principalmente a partir da glicose, parte do glicogênio armazenado pelo fígado no estado absortivo é sintetizada a partir do lactato levado do sangue ao fígado a partir de céls musculares brancas. lactato piruvato glicose-6-fosfato O fígado é o órgão central dometabolismo dos lípidos. 1. Produz quase 80% do colesterol sintetizado no organismo. 2. Sintetiza, armazena e metaboliza triglicerídios. 3. “Up-take” de colesterol e triglicerídios e sua metabolização e excreção na bile. 4. Produz cetoácidos e corpos cetônicos por oxidação dos ácidos graxos. 5. Produz, segrega e remove da circulação várias proteínas (apolipoproteínas) de transporte de lípidos. METABOLISMO DOS LIPÍDIOS MECANISMOS DA DOENÇA Diminuição da produção/fluxo da bile excreção de colesterol Hipercolesterolemia Síntese de proteínas: - Albumina; - Fatores de coagulação; - Angiotensinogênio; - Apoliproteínas; - Transferrina; - Ceruloplasmia; - Proteínas carreadoras p o transporte plasmático de colesterol e triglicerídios; - Proteínas transportadoras de hormônio tireoidiano; - Proteínas do complemento envolvidos na resposta imune. METABOLISMO DOS AMINOÁCIDOS A amonia (NH3), produzida pela deaminação dos aminoácidos, é metabolizada nos hepatócitos originando uma substância menos tóxica, a uréia. METABOLISMO DOS AMINOÁCIDOS MECANISMOS DA DOENÇA Lesão hepatocelular grave Coma Encefalopatia hepática Acumúlo de amônia no organismo Menor capacidade de síntese de uréia a partir da amônia A albumina, produzida pelo fígado, tem funções de: 1. Conjugação e transporte de várias substâncias endógenas e exógenas. 2. Manutenção da pressão osmótica do plasma. FÍGADO X ALBUMINA •Fibrinogênio •Anti-Trombina III •Proteína C •Protrombina •Globulina aceleradora •Fatores de coagulação VII, IX e X Síntese de Proteínas de coagulação: FÍGADO X COAGULAÇÃO SANGUÍNEA Lesão hepatocelular MECANISMOS DA DOENÇA Diminuição da síntese de proteínas da coagulação Origem a discrasias hemorrágicas. METABOLISMO E EXCREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ENDÓGENAS E EXÓGENAS 1. A maioria das enzimas envolvidas localizam-se no retículo endoplasmático dos hepatócitos. 2. Metabolizam e excretam fármacos exógenos e substâncias endógenas lipofilicas (ex: bilirrubina e colesterol). 3. Modificam as substâncias lipofilicas (hidrofóbicas) tornando-as mais hidrofílicas (Biotransformação), permitindo assim a sua excreção pela urina ou pelas fezes por intermédio da bile. MECANISMOS DA DOENÇA A capacidade de desintoxicação do fígado relativamente aos medicamentos diminui com a idade. Doses apropriadas p adultos jovens podem produzir níveis plasmáticos excessivamente elevados, com efeitos colaterais tóxicos, nas pessoas de mais idade. • Agudas ou crônicas; • Causas: – Agentes químicos, virais, farmacológicos; – Alteram a estrutura morfológica e a capacidade funcional dos hepatócitos. HEPATOPATIAS • Hepatite – vírus A, B, C, D e E ou componentes tóxicos; • Hepatite Crônica – curso de 6 meses de hepatite; • Hepatopatia Alcoólica; • Hepatopatia Colestática; •Tumores. HEPATOPATIAS Hepatopatia Alcoólica Esteatose Hepática Hepatite Alcoólica Cirrose Comum em 80% dos casos. Acúmulo de triglicerídios no citoplasma celular. Consumo de etanol persistente por 15-20 anos . Taxa de mortalidade 30- 60%. Necrose
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