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Aula 03 Direito Processual Penal p/ TRF 1ª Região (Analista Judiciário - Área Judiciária) - Com videoaulas Professor: Renan Araujo Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1!()!23! AULA 03: JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA SUMÁRIO ! 1. JURISDIÇÃO ................................................................................................ 3 1.1. Conceito ................................................................................................... 3 1.2. Características da Jurisdição .................................................................... 4 1.2.1. Inércia .................................................................................................... 4 1.2.2. Caráter substitutivo .................................................................................. 5 1.2.3. Definitividade ........................................................................................... 5 1.3. Princípios da Jurisdição ............................................................................ 5 1.3.1. Investidura .............................................................................................. 5 1.3.2. Indelegabilidade ....................................................................................... 6 1.3.3. Inevitabilidade da jurisdição ....................................................................... 6 1.3.4. Inafastabilidade da jurisdição (ou indeclinabilidade) ...................................... 6 1.3.5. Princípio do Juiz natural ............................................................................ 7 1.3.6. Territorialidade (Aderência ou improrrogabilidade) ........................................ 7 1.4. Espécies de Jurisdição .............................................................................. 7 2. DA COMPETÊNCIA ....................................................................................... 8 2.1. Competência em razão da matéria (ratione materiae) ou competência de Jurisdição ou competência de Justiça. ............................................................... 9 2.2. Competência em razão da pessoa (ratione personae) ............................ 12 2.2.1. Conflito aparente entre a competência de foro por prerrogativa de função e a competência do Tribunal do Júri ........................................................................... 15 2.3. Competência Territorial (ratione loci) .................................................... 16 2.3.1. Em razão do local da infração ................................................................... 16 2.3.2. Em razão do domicílio do réu ................................................................... 19 2.4. Da Conexão e da Continência ................................................................. 19 2.5. Regras aplicáveis nos casos de determinação da competência pela conexão ou continência ................................................................................................. 21 2.6. Separação de processos em hipóteses de conexão e continência ........... 23 2.7. Competência penal do STF, do STJ, doa TRFs, dos Juízes Federais e dos Juizados Especiais Criminais Federais ............................................................. 25 2.7.1. Da competência criminal do STF ............................................................... 26 2.7.2. Competência Criminal do STJ ................................................................... 30 2.7.3. Competência Criminal da Justiça Federal (Juízes, TRFs e Juizados Especiais Federais) ........................................................................................................... 32 2.7.4. Pontos polêmicos ................................................................................... 36 2.8. Tópicos jurisprudenciais relevantes ....................................................... 36 Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4!()!23! 3. RESUMO .................................................................................................... 39 4. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 48 5. QUESTÕES COMENTADAS .......................................................................... 57 6. GABARITO ................................................................................................. 75 ! Olá, meus amigos! Hoje vamos estudar um tema MUITO relevante, que costuma ser muito cobrado em provas de concursos públicos, que é a competência. Antes, daremos uma passada pela Jurisdição, pois é fundamental para a perfeita compreensão da competência no processo penal. Bons estudos! Prof. Renan Araujo Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5!()!23! 1.!JURISDIÇÃO 1.1.! Conceito O Estado, enquanto poder soberano, exerce três grandes funções: Administrativa, legislativa e jurisdicional. A primeira é exercida pelo Executivo, a segunda pelo Legislativo e a terceira pelo Judiciário. Nas aulas de Direito Constitucional vocês verão que, na verdade, cada um dos Poderes da República exerce primordialmente uma função, e não exclusivamente. Entretanto, para o nosso estudo, basta que vocês saibam isso. Dentre estas funções, como eu disse acima, ao Judiciário cabe a função jurisdicional. Mas em que consiste a função jurisdicional? Para entendermos, vamos à etimologia da palavra. Jurisdição deriva do latim, iuris dictio, que significa DIZER O DIREITO. Partindo desta premissa, podemos conceituar a Jurisdição como: A atuação do Estado consistente na aplicação do Direito vigente a um caso concreto, resolvendo-o de maneira definitiva, cujo objetivo é sanar uma crise jurídica e trazer a paz social. E o que seriam a CIRCUNSCRIÇÃO e a ATRIBUIÇÃO? •! Atribuição – É a “competência” conferida a autoridades administrativas para a prática de determinada função. Assim, o Delegado de Polícia possui atribuição, e não competência, pois o termo competência se restringe aos órgãos jurisdicionais. •! Circunscrição – A circunscrição é o espaço territorial em que uma autoridade policial (Delegado de Polícia) exerce sua atribuição. A finalidade da jurisdição, ou seu escopo, é trazer a paz social. Entretanto, essa é sua finalidade social. Ela possui, ainda, pelo menos duas outras finalidades. A jurisdição possui um escopo jurídico, que é resolver o imbróglio jurídico que perdura, dizer quem tem o direito no caso concreto, segundo o sistema jurídico vigente. O fortalecimento do senso de democracia participativa também se insere nesse escopo da jurisdição, quando falamos, por exemplo, da Ação Popular (que também possui previsão para o a seara penal). Possui também, uma finalidade política, que é a de fortalecer a imagem do Estado como entidade soberana, que tem o poderde dizer quem está certo e fazer valer essa decisão. Por fim, a jurisdição possui um escopo educacional ou pedagógico, que, no processo penal, tem por finalidade transmitir à população a Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!6!()!23! aplicação prática do Direito, fazendo com que a população se torne cada vez mais consciente daquelas condutas que são penalmente tuteladas (parte da Doutrina entende como sendo integrante do escopo social). 1.2.! Características da Jurisdição 1.2.1.! Inércia O Princípio da inércia da jurisdição significa que o Estado-Juiz só se movimenta, só presta a tutela jurisdicional se for provocado, se a parte que alega ter o direito lesado ou ameaçado acioná-lo, requerendo que exerça seu Poder jurisdicional. Entretanto, existem exceções. Vocês não precisam saber todas. O que vocês precisam saber é que há exceções, e isso basta. Uma delas é a possibilidade que o Juiz tem de, ex officio (sem provocação), conceder a ordem de Habeas Corpus, sempre que a pessoa estiver presa mediante abuso de poder ou ilegalidade. Nos termos do art. 654, § 2° do CPP: § 2o Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal. A jurisdição é inerte por alguns motivos, dentre eles: ! Um conflito jurídico pode não ser um conflito social, e não cabe ao Juiz criar um. ! Um Juiz que dá início a um processo, mal ou bem, está a indicar para qual lado tende a julgar, e isso violaria o princípio da imparcialidade de Juiz. Assim, não pode um Juiz dar início a um processo (salvo as raríssimas exceções legais), sob pena de violação a este princípio da Jurisdição.1 Depois de ajuizada a ação, e consequentemente, provocado o Judiciário, a inércia da jurisdição tem fim, e o processo é conduzido por impulso oficial (sem que haja necessidade de provocação das partes). Entretanto, embora não haja necessidade de provocação das partes para que o processo tramite, em algumas situações, o desenvolvimento dependerá da colaboração das partes. Tanto é que a inércia do querelante, nas ações penais privadas, por determinado lapso temporal, gera o fenômeno da perempção, já estudado. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 1 Um Juiz não pode dar início a um processo sem que haja provocação, nem julgar um pedido que não foi feito, porque isso seria uma burla ao princípio da inércia. Suponhamos que Pedro tenha sido denunciado pela prática de um crime de homicídio. Não pode o Juiz, valendo-se da denúncia oferecida, condená-lo, ainda, por um roubo cometido em outro momento, e que não fora objeto da denúncia, SIMPLESMENTE PORQUE ISSO NÃO FOI OBJETO DA AÇÃO. Isso é o que se chama de princípio da adstrição, ou congruência, que é um dos corolários da inércia da jurisdição. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!7!()!23! Fato é que, embora a parte deva, em alguns casos, colaborar para o trâmite do processo, após a movimentação do Estado-Juiz, a parte SEMPRE TERÁ UMA SENTENÇA. Entretanto, a simples provocação do Estado-Juiz não garante ao autor uma SENTENÇA DE MÉRITO (Mais à frente estudaremos as diferenças entre ambas). 1.2.2.! Caráter substitutivo Diz-se que a jurisdição possui caráter substitutivo porque a vontade do Estado (vontade da lei) substitui a vontade das partes. Entretanto, nem sempre isso ocorre, visto que, como já dissemos, existem ações em que a vontade do Estado ao prestar a tutela jurisdicional não substituirá a das partes, por coincidirem. Ex: Imaginem que o MP denuncia A, por homicídio em face de B. A, no entanto, concorda com a punição e a reconhece como merecida e justa, não se importando em ser preso, pois matara o assassino de seu irmão. 1.2.3.! Definitividade Como o próprio nome indica, meus caros alunos, a jurisdição é dotada de definitividade, ou seja, em um dado momento, a decisão prestada pelo Estado-Juiz será definitiva, imodificável. Claro que essa definitividade só ocorrerá se a demanda for apreciada no mérito. Se estivermos diante de uma sentença meramente terminativa (que não aprecia o mérito da demanda), esta não fará coisa julgada material, logo, a tutela jurisdicional prestada não será definitiva. POR ISSO SE DIZ QUE AS SENTENÇAS DE MÉRITO SÃO DEFINITIVAS. Entretanto, alguns doutrinadores entendem que no caso de não haver sentença de mérito, NÃO HÁ JURISDIÇÃO! CUIDADO! Nos processos em que há sentença condenatória, esta nunca faz coisa julgada material, pois, a qualquer tempo, pode ser promovida a revisão criminal, desde que preenchidos alguns requisitos, nos termos do art. 621 e 622 do CPP. 1.3.! Princípios da Jurisdição 1.3.1.! Investidura Para se exercer a Jurisdição, deve-se estar investido do Poder jurisdicional. Como esse Poder pertence ao Estado, ele é quem delega esse Poder aos seus agentes. Essa delegação do Poder jurisdicional se dá através da posse no cargo de magistrado, que, no Brasil, pode ser por Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!3!()!23! concurso público (art. 93, I da CF/88), ou pelo quinto constitucional (art. 94 da CF/88). 1.3.2.! Indelegabilidade Aqueles que foram investidos do Poder jurisdicional não podem delegá-lo a terceiros. Possui duas vertentes: Externa e Interna. Na sua vertente externa, significa que não pode o Poder Judiciário (a quem a CF/88 conferiu a função jurisdicional) delegá-la a outros órgãos ou a outro Poder. Na vertente interna, significa que, após fixadas as regras de competência para julgamento de um processo, não pode um órgão do Judiciário delegar sua função para outro órgão jurisdicional. 1.3.3.! Inevitabilidade da jurisdição Esse princípio é aplicado em dois momentos distintos. Um é a vinculação obrigatória ao processo, e o outro é a vinculação obrigatória aos efeitos da jurisdição (ou estado de sujeição). No primeiro caso, obrigatória ou não a utilização do Poder Judiciário (a depender do tipo de ação penal), iniciado o processo, as partes estão vinculadas à relação processual. No caso do réu, em momento algum ele teve opção. No segundo caso, após obrigatoriamente vinculados a participar do processo, estes sujeitos estão obrigados a suportar a decisão (tutela jurisdicional), gostem ou não. Esse estado de sujeição torna os efeitos da jurisdição inevitável para as partes envolvidas. 1.3.4.! Inafastabilidade da jurisdição (ou indeclinabilidade) Estabelece a constituição, em seu art. 5°, inciso xxxv, que: Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Esse princípio também possui duas vertentes. A primeira refere-se à possibilidade que todo cidadão tem, de levar à apreciação do Poder Judiciário uma demanda (nos casos de a demanda ser uma açãopenal, somente os legitimados podem oferecê-la), e de ter a prestação de uma tutela jurisdicional (Isso não garante uma sentença de mérito, lembre-se!). A segunda vertente é a de que o processo deve garantir o acesso do cidadão à ordem jurídica justa, na visão de que o Estado só cumpre efetivamente seu papel quando efetivamente tutele o interesse da parte. Assim, se o Judiciário demora 15 anos para julgar um processo criminal, não está oferecendo à sociedade uma ordem jurídica justa. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!2!()!23! Quando nos referimos ao acesso à ordem jurídica justa, especificamente no processo penal, estamos falando em acesso à tutela jurisdicional adequada, que se materializa através: !! Do acesso ao processo – Minimizando-se os obstáculos à propositura da demanda (principalmente quando estivermos tratando de ação penal privada). !! Defesa Satisfatória dos hipossuficientes no processo – Notadamente com a ampliação e fortalecimento da Defensoria Pública. !! Eficácia da tutela – Com o desenvolvimento das medidas cautelares assecuratórias, a razoável duração do processo e fortalecimento dos poderes do magistrado para fazer valer a decisão. 1.3.5.! Princípio do Juiz natural Esse princípio visa a evitar que a parte escolha o magistrado que irá julgar a sua causa ou, sob a ótica inversa, que o Estado determine quem será o Juiz de uma causa após a propositura desta, conforme já vimos na aula 00. 1.3.6.! Territorialidade (Aderência ou improrrogabilidade) Significa que a Jurisdição possui um limite territorial. Esse limite é o território brasileiro, as fronteiras onde o país exerce seu poder soberano. Isso implica dizer que TODO JUIZ TEM JURISDIÇÃO EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL. Entretanto, por questão de organização funcional, a competência de cada (forma pela qual exercerá seu poder jurisdicional) é delimitada de várias formas. Falaremos mais no tópico sobre COMPETÊNCIA. Assim, se uma questão afirmar que quando um Juiz de São Paulo solicita a outro, do Rio de Janeiro, a prática de um ato processual (carta precatória) porque não tem jurisdição no Rio de Janeiro, está ERRADA! O Juiz de São Paulo tem jurisdição em todo o território nacional, o que ele não tem é competência fora de sua base territorial. 1.4.! Espécies de Jurisdição A doutrina enumera várias espécies de “jurisdições”, baseada nos mais diversos critérios. Entretanto, apenas duas nos serão úteis: !! Jurisdição superior e inferior – A inferior é exercida pelo órgão que atua no processo desde o início. Já a superior é exercida em grau recursal. Frise-se que os Tribunais podem atuar TANTO COMO JURISDIÇÃO INFERIOR COMO Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!8!()!23! SUPERIOR, a depender da demanda, pois existem demandas cuja competência originária para processo e julgamento é dos Tribunais, como no caso de pessoas com prerrogativa de foro. !! Jurisdição comum e especial – A jurisdição especial, no processo penal, é formada pelas 02 “Justiças especiais” estabelecidas na Constituição, em razão da matéria: Justiça Eleitoral (art. 118 a 121 da CF/88) e Militar (122 a 125). Já a jurisdição comum é exercida residualmente. Tudo que não for jurisdição especial será jurisdição comum, que se divide em estadual e federal. OBS: A Justiça do trabalho não possui competência criminal. 2.!DA COMPETÊNCIA Conforme estudamos, a Jurisdição é o Poder conferido ao Estado, para através dos órgãos Jurisdicionais, dizer, no caso concreto, quem tem o Direito. A Competência, por sua vez, é a medida da Jurisdição, ou, para outros, o limite da Jurisdição. Trocando em miúdos, a Competência é o conjunto de regras que estabelecem os limites em que cada Juiz pode exercer, de maneira válida, o seu Poder Jurisdicional.2 A Competência pode ser de três ordens: •! Competência em razão da matéria (ratione materiae) – É aquela definida com base no fato a ser julgado. •! Competência em razão da pessoa (ratione personae) – É definida tendo por base determinadas condições relativas às pessoas que se encontram no polo passivo do processo criminal (os acusados). •! Competência territorial (ratione loci) – Considera o local onde ocorreu a infração (ou outros critérios territoriais) para que seja definida a competência. O CPP, no entanto, em seu art. 69, traz sete critérios para a fixação da competência: Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: I - o lugar da infração: II - o domicílio ou residência do réu; III - a natureza da infração; IV - a distribuição; !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 2 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 12.º edição. Ed. Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 205 Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!9!()!23! V - a conexão ou continência; VI - a prevenção; VII - a prerrogativa de função. Porém, doutrinariamente, entende-se que somente os itens I, II, III, e VII são verdadeiros critérios de fixação de competência criminal. Os demais itens são critérios utilizados para consolidação da competência após a ocorrência do fato a ser julgado, em razão da existência de mais de um órgão jurisdicional previamente competente para julgar o caso. Estes critérios de consolidação da competência também são chamados de critérios de modificação da competência. Vamos estudar, desta forma, cada uma das espécies de competência. 2.1.! Competência em razão da matéria (ratione materiae) ou competência de Jurisdição ou competência de Justiça. Embora os termos “competência de jurisdição” e “competência de Justiça” não me agradem, eles são usados por alguns doutrinadores, portanto, vocês devem conhecer estes termos. Esta espécie de competência é a primeira que deve ser analisada para que possamos, no caso concreto, definir qual o órgão Jurisdicional é competente para julgar o processo. Esta espécie leva em consideração a natureza do fato criminoso para definir qual a “Justiça” competente (Justiça Eleitoral, Comum, Militar, etc.). Assim, a competência em razão da matéria se divide da seguinte forma: Assim, existem basicamente duas ordens de competência criminal em razão da matéria: Comum e especial. A Justiça comum se divide em COMPETÊNCIA CRIMINAL EM RAZÃO DA MATÉRIA JUSTIÇA COMUM JUSTIÇA ESPECIAL ELEITORAL MILITAR FEDERAL ESTADUAL Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1:!()!23! Federal e Estadual. Já a Justiça Especial se divide em Eleitoral e Militar.Desta maneira, o primeiro passo na fixação da competência é definir à qual “Justiça” cabe julgar o fato. A Justiça Especial (Eleitoral e Militar) julga somente os crimes que sejam eleitorais e militares. Todos os outros crimes são de competência da Justiça Comum. Dizemos, assim, que a Justiça comum possui competência residual. Mas como saber quando um crime será julgado pela Justiça Comum Federal e quando será julgado pela Justiça Comum Estadual? Nesses casos, somente será competente a Justiça Comum Federal se estivermos diante de uma das hipóteses previstas no art. 109 da Constituição: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (...) IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; XI - a disputa sobre direitos indígenas. (...) § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!11!()!23! Todas as causas que não se enquadrem na competência da Justiça Comum Federal, serão de competência da Justiça Comum Estadual. Assim, a Justiça comum estadual possui competência duplamente residual: 1) primeiro, é residual porque a Justiça Comum é residual em relação à Justiça Especial; 2) é residual em relação à Justiça Comum Federal. Analisando mais especificamente o CPP, verificamos que ele “passa batido” pela definição da competência em razão da matéria (que ele chama de “natureza da infração”), limitando-se a dizer que esta será definida conforme as Leis de Organização Judiciária. Por “Leis de Organização Judiciária” entenda-se, atualmente, “Constituição Federal”, pois quando do advento do CPP (1941), a definição destas normas era mera questão de organização judiciária, e não uma questão de índole constitucional como hoje. No entanto, o CPP trata de uma hipótese de competência em razão da natureza da infração: A competência do Tribunal do Júri. Nos termos do art. 74 do CPP: Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri. § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1o e 2o, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) § 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada. § 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2o). A competência do Tribunal do Júri está prevista, ainda, na própria Constituição Federal, em seu art. 5°, XXXVIII, d: XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: (...) d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; Mas quais seriam os crimes dolosos contra a vida? Estes são os previstos no capítulo I do Título I da parte especial do CP, compreendendo os crimes de homicídio, instigação ou induzimento ao suicídio, infanticídio e aborto3. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 3 Existem, ainda, crimes dolosos contra a vida previstos, por exemplo, na Lei de Genocídio (Lei 2.889/56). Neste caso, a competência também será do Tribunal do Júri (STF, RE 351.487/RR). Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!14!()!23! Com relação a estes crimes, entende-se que a Constituição estabeleceu uma cláusula pétrea, ou seja, cláusula que não pode ser modificada pelo constituinte derivado. Assim, a Doutrina entende que as hipóteses de competência do Tribunal do Júri podem ser ampliadas, mas nunca reduzidas! 2.2.! Competência em razão da pessoa (ratione personae) Após definida qual “Justiça” irá julgar o processo, devemos definir a competência do órgão Jurisdicional verificando as condições pessoais dos acusados. Em regra, os processos criminais são julgados pelos órgãos jurisdicionais mais baixos, inferiores, quais sejam, os Juízes de primeiro grau. No entanto, pode ocorrer de, em determinados casos, considerando a presença de determinadas autoridades no polo passivo (acusados), que essa competência pertença originariamente aos Tribunais. Essa é a chamada prerrogativa de função (vulgarmente conhecida como “foro privilegiado”). EXEMPLO: O art. 96, III da Constituição Federal estabelece que cabe aos Tribunais de Justiça dos Estados e do DF, julgar os Juízes estaduais de primeiro grau, bem como os membros do MP que atuem na primeira instância, tanto nos crimes comuns quanto nos crimes de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral (hipótese na qual serão julgados pelo TRE local): Art. 96. Compete privativamente: (...) III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. Existem inúmeras outras hipóteses previstas na Constituição Federal, nas quais há prerrogativa de foro em razão da função exercida pelo acusado. Para facilitar a compreensão de vocês, reuni estas hipótesesno quadro abaixo: TRIBUNAL COMPETENTE DESTINATÁRIO DA NORMA CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIA EMBASAMENTO CONSTITUCIONAL ! ! ! ∀#∃%&∋(∃)!∗+! ,&)−∃.(! +)−(∗&(∃)!+!∗/! 0∃)−#∃−/!1+∗+#(2! ! 3∋4#(.5+)! 6+∋(∃)! 7/8&∋)! +! ∗+! #+)6/∋)(%∃2∃∗(∗+9!∀#∃%&∋!&∋()∗#)+∋!&!∗,! −+∋(.+(,! /&∗&.)0! &! 1&12.,∋! ∗,! 3+4+∋(5.+,! 6720+8,! &∋()∗#)0! ,#! ∗,! −/9! 4,∋! 8.+1&∋! ! ! :.(;!<=9!>>>9!∗)!?/! Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!15!()!23! 8,1#4∋!&!∗&!.&∋≅,4∋)2+0+∗)∗&9!.&∋∋)0Α)∗)! )!8,1≅&(Β48+)!∗)!∀#∋(+Χ)!∆0&+(,.)0;Ε! ! 3∋4#(.5+)! 6+∋(∃)! 7/8&∋)! +! ∗+! #+)6/∋)(%∃2∃∗(∗+9!6.&Φ&+(,!3#4+8+≅)0;Γ! ! :.(;!Η<9!Ι9!∗)!?/! TRIBUNAL COMPETENTE 0:;∀3<=∀>?3≅! 0=! <≅?Α=! Β≅<;∀3∀ΧΒ3≅<=∆! 0:! Β≅ΑΕ:∀Φ<Β3=! EMBASAMENTO CONSTITUCIONAL ! ! ! ! ∀#∃%&∋(∃)! ?+Γ∃/∋(∃)! 1+∗+#(∃)! 3∋4#(.5+)! 6+∋(∃)! 7/8&∋)! +! ∗+! #+)6/∋)(%∃2∃∗(∗+9! ∀#∃%&∋! Φ&∗&.)+∋! ∗)! ϑ.&)! ∗&! ∋#)! Κ#.+∋∗+ΧΛ,9! +480#∃∗,∋! ,∋! ∗)! ∀#∋(+Χ)!3+0+().!&!∗)!∀#∋(+Χ)!∗,!Μ.)2)0Ν,9!4,∋! 8.+1&∋! 8,1#4∋! &! ∗&! .&∋≅,4∋)2+0+∗)∗&9! ,∋! 1&12.,∋! ∗,! 3+4+∋(5.+,! 6720+8,! ∗)! Ο4+Λ,! Π.&∋∋)0Α)! )! 8,1≅&(Β48+)! ∗)! ∀#∋(+Χ)! ∆0&+(,.)0Θ=! &! 6.&Φ&+(,∋! 3#4+8+≅)+∋9! ∋&! ≅.)(+8).&1!8.+1&∋!4)!Ρ.2+()!Φ&∗&.)0;! ! ! ! ! ! ! :.(;!ΣΤΥ9!>9!ς)Ω9!∗)!?/! ! ! ! ! ! ! ;&6#+8/! ∀#∃%&∋(2! 1+∗+#(2! ;/8+∋−+! ∋()! 3∋4#(.5+)! 6+∋(∃)! 7/8&∋)9!6.&∋+∗&4(&!∗)!Ξ&≅720+8)9!,!Ψ+8&Ζ 6.&∋+∗&4(&9! ,∋! 1&12.,∋! ∗,! ?,4[.&∋∋,! ∴)8+,4)09! ∋&#∋! ≅.Ρ≅.+,∋! 3+4+∋(.,∋! &! ,! 6.,8#.)∗,.Ζ]&.)0!∗)!Ξ&≅720+8);! ! ! ! ! :.(;!ΣΤΗ9!>9!ς2Ω9!∗)!?/! 3∋4#(.5+)! 6+∋(∃)! 7/8&∋)! +! ∗+! #+)6/∋)(%∃2∃∗(∗+9! ,∋! 3+4+∋(.,∋! ∗&! ∆∋()∗,!&!,∋!?,1)4∗)4(&∋!∗)!3).+4Ν)9!∗,! ∆⊥5.8+(,! &! ∗)! :&.,4ϑ#(+8)9! .&∋∋)0Α)∗,! ,! ∗+∋≅,∋(,! 4,! ).(;! ΓΗ9! >! Π&∋()2&0&8&4∗,! )! 8,1≅&(Β48+)!∗,!_&4)∗,!/&∗&.)0!≅).)!Κ#0[).! ,∋! 8,1)4∗)4(&∋! ∗)∋! Φ,.Χ)∋! ).1)∗)∋! &1! 8.+1&∋!∗&!.&∋≅,4∋)2+0+∗)∗&!8,4&⊥,∋!8,1!,∋! ∗,! 6.&∋+∗&4(&! ∗)! Ξ&≅720+8)! &! Ψ+8&Θ9! ,∋! 1&12.,∋! ∗,∋! Μ.+2#4)+∋! _#≅&.+,.&∋9! ,∋! ∗,! ! ! ! ! ! :.(;!ΣΤΗ9!>9!ς8Ω9!∗)!?/! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 4 Mesmo em se tratando de CRIME FEDERAL, cabe ao TJ o julgamento, e não ao TRF. A ressalva constitucional é apenas em relação à Justiça ELEITORAL. Ver, por todos, NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 214/215 5 Nos crimes de responsabilidade PRÓPRIOS a competência para julgar o prefeito municipal é da CÂMARA DE VEREADORES. (STF, RE 192.527/PR, bem como HC 71.991-1/MG). 6 Em relação aos magistrados e membros do MPF, o TRF a que estão vinculados será competente, mesmo em se tratando de crime que seria de competência da Justiça Estadual. Ver, por todos, PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 214 Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!16!()!23! ∀#∃%&∋(2!∗+!7/∋−()!∗(!Χ∋∃Η/!+!/)!7Ι+4+)! ∗+! 8∃))Η/! ∗∃62/8ϑ−∃7(! ∗+! 7(#ϑ−+#! 6+#8(∋+∋−+Κ! ! ! ! ! ! ! ;&6+#∃/#! ∀#∃%&∋(2!∗+! ,&)−∃.(! ;/8+∋−+! ∋()! ∃∋4#(.5+)! 6+∋(∃)! 7/8&∋)9!],Α&.4)∗,.&∋!∗,∋!∆∋()∗,∋!&!∗,! −+∋(.+(,!/&∗&.)0;! ! :.(;!ΣΤΓ9!>9!ς)Ω9!∗)!?/! 3∋4#(.5+)! 6+∋(∃)! 7/8&∋)! +! ∗+! #+)6/∋)(%∃2∃∗(∗+9! −&∋&12).[)∗,.&∋! ∗,∋!Μ.+2#4)+∋!∗&!∀#∋(+Χ)!∗,∋!∆∋()∗,∋!&!∗,! −+∋(.+(,!/&∗&.)09!,∋!1&12.,∋!∗,∋!Μ.+2#4)+∋! ∗&! ?,4()∋! ∗,∋! ∆∋()∗,∋! &! ∗,! −+∋(.+(,! /&∗&.)09! ,∋! ∗,∋! Μ.+2#4)+∋! Ξ&[+,4)+∋! /&∗&.)+∋9!∗,∋!Μ.+2#4)+∋!Ξ&[+,4)+∋!∆0&+(,.)+∋! &!∗,!Μ.)2)0Ν,9!,∋!1&12.,∋!∗,∋!?,4∋&0Ν,∋! ,#!Μ.+2#4)+∋!∗&!?,4()∋!∗,∋!3#4+8∃≅+,∋!&!,∋! ∗,!3+4+∋(5.+,!6720+8,!∗)!Ο4+Λ,!#&!,Φ+8+&1! ≅&.)4(&!(.+2#4)+∋;! ! ! ! ! ! ! :.(;!ΣΤΓ9!>9!ς)Ω9!∗)!?/! E se o acusado começa o processo sem foro por prerrogativa de função e, posteriormente, passa a ter foro por prerrogativa de função? Qual a solução? O STF firmou entendimento no sentido de que a competência, nesse caso, se desloca para o órgão jurisdicional competente em razão do foro por prerrogativa de função, ainda que o processo já esteja em fase recursal.7 EXEMPLO: José está respondendo a processo por crime de corrupção passiva, no Juízo de primeira instância da comarca do Rio de Janeiro. Contudo, durante o processo, José é diplomado Deputado Federal. Neste caso, a competência para processar e julgar o delito passa a ser do STF, que é o órgão jurisdicional competente para processar e julgar os deputados federais nas infrações penais comuns. CUIDADO! EXCEÇÃO! Se já foi iniciado o julgamento da apelação, eventual superveniência do foro por prerrogativa de função não desloca a competência.8 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 7 (...) Manifestando-se a prerrogativa de foro após a sentença proferida pelo juízo de primeiro grau e pendente de julgamento a apelação, passa a causa à jurisdição do STF, para aqui ter seu prosseguimento a partir do estado em que se encontra, legítimos os atos anteriormente nela praticados. 3. Nesses casos, o julgamento da apelação pelo Supremo Tribunal Federal deve observar, inclusive quanto às sustentações orais (ordem de apresentação e tempo de duração), o regime próprio dos recursos (e não o das ações penais originárias). (...) (AP 563, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 21/10/2014, DJe-234 DIVULG 27-11-2014 PUBLIC 28-11-2014 EMENT VOL-02760-01 PP-00001) 8 (...) Proferido o primeiro voto em julgamento de apelação criminal por Tribunal de Justiça, o exercício superveniente de mandato parlamentar pelo réu, antes da conclusão do julgamento, não tem o condão de deslocar a competência para o Supremo Tribunal Federal. (...) Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!17!()!23! Mas, e se ao invés de o acusado passar a ter foro privilegiado, ele DEIXAR de ter foro privilegiado? Neste caso, o STF entende que: ! REGRA - A competência também se desloca, ou seja, o Tribunal deixa de ser competente e o processo vai para a primeira instância. ! Exceção – Se o julgamento já se iniciou, o Tribunal continua competente. ! Exceção MASTER – Se, embora não tendo se iniciado o julgamento (mas após a instrução processual), o acusado RENUNCIA ao cargo para “fugir” do julgamento pelo Tribunal, o Tribunal continua competente, pois adotar entendimento contrário seria privilegiar a fraude processual.9 2.2.1.! Conflito aparente entre a competência de foro por prerrogativa de função e a competência do Tribunal do Júri CUIDADO! No aparente conflito de competências entre o Tribunal do Júri e a competência de foro por prerrogativa de função, qual prevalece? Depende. Se a competência de foro por prerrogativa de função está prevista na CF/88, ela prevalece sobre a competência do Júri. Contudo, se estiver prevista apenas na Constituição Estadual, prevalece a competência do Tribunal do Júri, conforme súmula 721 do STF, que foi convertida na súmula vinculante 45: "A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de funçãoestabelecido exclusivamente pela Constituição estadual" EXEMPLO: Paulo é Juiz de Direito e pratica um homicídio doloso. Neste caso, no aparente conflito entre a competência constitucional do TJ para processar e julgar Paulo (foro por prerrogativa de função) e a competência do Tribunal do Júri (crime doloso contra a vida), prevalece a competência !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! (AP 634 QO, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 06/02/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10-2014) 9 (...) A Turma, por maioria de votos, já decidiu que a renúncia de parlamentar, após o final da instrução, não acarreta a perda de competência do Supremo Tribunal Federal. Precedente: AP 606-QO, Rel. Min. Luís Roberto Barroso (Sessão de 07.10.2014). (...) (AP 568, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 14/04/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-091 DIVULG 15-05-2015 PUBLIC 18-05-2015) Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!13!()!23! de foro por prerrogativa de função, eis que esta prerrogativa de foro está prevista na Constituição Federal. EXEMPLO 2: Júlio é Secretario Estadual de Fazenda em determinado estado XYZ, e pratica um homicídio doloso. No estado XYZ os Secretários possuem foro por prerrogativa de função perante o TJ (só está previsto isso na Constituição ESTADUAL, não na Federal). Neste caso, no aparente conflito entre a competência do TJ para processar e julgar Júlio (foro por prerrogativa de função NÃO PREVISTO NA CF/88), e a competência do Tribunal do Júri (crime doloso contra a vida), prevalece a competência de do Tribunal do Júri, eis que a competência do Júri está prevista na CF/88 e a competência por prerrogativa de função (neste caso) não. OBS.: Os deputados estaduais possuem prerrogativa de foro perante o TJ. Isso não está previsto expressamente na CF/88, mas entende-se que está IMPLÍCITO, pelo princípio da SIMETRIA. Assim, caso um deputado estadual cometa crime doloso contra a vida, prevalecerá a competência de foro por prerrogativa de função. 2.3.! Competência Territorial (ratione loci) 2.3.1.! Em razão do local da infração A terceira e última fase para a definição da competência para julgamento de um processo criminal, compreende a análise do local de ocorrência da infração (ou, em alguns casos, o local do domicílio do réu), que irá determinar em que base territorial será o processo julgado (comarca, na Justiça Estadual, e Seção Judiciária, quando for da competência da Justiça Federal). Para definirmos a competência territorial devemos, primeiramente, saber onde o crime foi praticado. Mas, para isso, precisamos saber qual o critério para definição do “lugar do crime”. Nos crimes plurilocais, aplica-se, em regra, a teoria do resultado, considerando-se como local do crime o lugar onde o resultado se Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!12!()!23! consuma10. A exceção são os crimes plurilocais contra a vida, onde se aplica a teoria da atividade.11 Existem ainda alguns regramentos específicos, como nos crimes de competência dos Juizados Especiais e nos atos infracionais, em que se aplica a teoria da atividade, e nos crimes falimentares, em que se considera lugar do crime o local em que foi decretada a falência. Assim: Crimes plurilocais comuns Teoria do resultado Crimes plurilocais contra a vida Teoria da atividade Juizados Especiais Teoria da atividade Crimes falimentares Local onde foi decretada a falência Atos infracionais Teoria da atividade Além disso, temos: ! Crime praticado no exterior e consumado no exterior - Na capital do estado em que o réu (acusado), no Brasil, tenha fixado seu último domicílio, ou, caso nunca tenha sido domiciliado no Brasil, na capital federal. ! Crime praticado a bordo de aeronaves ou embarcações, mas, por determinação da Lei Penal, estejam sujeitos à Lei Brasileira - No local em que primeiro aportar ou pousar a embarcação ou aeronave, ou, ainda, no último local em que tenha aportado ou pousado.12 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 10 Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. § 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 11 Trata-se de entendimento jurisprudencial consolidado, para facilitar a produção probatória, na busca pela verdade real. Ver, por todos, NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 209 12 Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!18!()!23! ! No caso de o crime não se consumar, sendo, portanto, um crime tentado (art. 14, II do CP) - Nessa hipótese, aplica-se o disposto art. 70, segunda parte, do CPP, considerando-se como lugar do crime o local onde ocorreu o último ato de execução. O § 3° e o art. 71 tratam do fenômeno da prevenção. O que isso significa? Quando dois ou mais órgãos jurisdicionais são competentes para apreciar determinada demanda, a competência será fixada naquele que primeiro atuar no caso. Assim, a competência será fixada naquele Juízo que primeiro praticar algum ato no processo ou algum ato pré-processual (prisão pré-processual, por exemplo), relativo ao processo. Essa é a definição de competência fixada por prevenção. Nos termos do art. 83 do CPP: Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c). ! Se dois ou mais Juízes, na mesma comarca, forem competentes para julgar a demanda, a competência será fixada pelo critério da distribuição, ou seja, a competênciaserá fixada naquele órgão jurisdicional ao qual fora distribuída a ação penal. Nos termos do art. 75 do CPP: Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente. Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal. Entretanto, conforme disse a vocês, tanto o critério da prevenção quanto o critério da distribuição não passam de critérios de consolidação da competência territorial, pois a competência daquele Juiz já existia antes da prevenção ou distribuição, tendo apenas se consolidado quando da ocorrência de um destes fenômenos. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado. Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave. Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competência se firmará pela prevenção. (Redação dada pela Lei nº 4.893, de 9.12.1965) Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!19!()!23! 2.3.2.! Em razão do domicílio do réu Existem casos em que a competência territorial poderá ser fixada levando-se em conta o domicílio do réu. Vejamos13: ! Não sendo conhecido o lugar da infração – Será regulada pelo lugar do domicílio ou residência do réu. ! Se o réu tiver mais de uma residência – Prevenção. ! Se o réu não tiver residência ou for ignorado seu paradeiro - juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. ! Se for hipótese de crime de ação exclusivamente privada – Poderá o querelante escolher ajuizar a queixa no lugar do domicílio ou residência do réu, ainda que conhecido o lugar da infração. Gostaria de chamar a atenção de vocês para um fato: O art. 73 fala em “casos de exclusiva ação privada”. Assim, no caso de ação penal privada subsidiária da pública, não pode o querelante optar pela comarca do domicílio do réu em detrimento da comarca do local da infração, caso este local seja conhecido, pois esta ação não é exclusivamente privada, mas, na verdade, é pública. Muito cuidado com isso!! 2.4.! Da Conexão e da Continência A conexão e a continência são fenômenos que importam na modificação da competência previamente estabelecida. A conexão está prevista no art. 76 do CPP: Art. 76. A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 13 Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. § 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção. § 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4:!()!23! II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. A Doutrina, em sua maioria, classifica a conexão em14: •! Intersubjetiva por simultaneidade ocasional (art. 76, I do CPP) – Ocorre quando pessoas diversas cometem infrações diversas no mesmo local, na mesma época, mas desde que não estejam ligadas por nenhum vínculo subjetivo. •! Intersubjetiva por concurso (art. 76, I do CPP) – Nesta hipótese não importa o local e o momento da infração, desde que os agentes tenham atuado em concurso de pessoas. Assim, exige-se para esta hipótese de conexão que os agentes tenham agido unidos por um vínculo subjetivo, uma comunhão de esforços para a prática das infrações penais. •! Intersubjetiva por reciprocidade (art. 76, I do CPP) – Traduz a hipótese de conexão de infrações praticadas no mesmo tempo e no mesmo lugar, mas os agentes praticaram as infrações uns contra os outros. Exemplo: Dois crimes de lesões corporais praticados reciprocamente entre fulano e beltrano. •! Conexão objetiva teleológica (art. 76, II do CPP) – Uma infração deve ter sido praticada para “facilitar” a outra. Assim, imaginem que um assassino tenha espancado um vigia para entrar na casa e assassinar o dono da residência. •! Conexão objetiva consequencial (art. 76, II do CPP) – Nesta hipótese uma infração é cometida para ocultar a outra, ou, ainda para garantir a impunidade do infrator ou garantir a vantagem da outra infração. Imaginem o caso de alguém que comete homicídio e, logo após, mata também a única testemunha, para garantir que ninguém poderá provar sua culpa, garantindo, assim, a impunidade do fato. •! Conexão instrumental (art. 76, III do CPP) – Exige-se, nesse caso, que a prova da ocorrência de uma infração e de sua autoria influencie na caracterização da outra infração. Exemplo clássico é a conexão entre o crime de furto e de receptação, no qual a prova da existência do furto, e de sua autoria, influencia na caracterização do crime de receptação. A continência, por sua vez, está prevista no art. 77 do CP; Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 14 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 241/243 Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!41!()!23! II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal. Os mencionados arts. 51, § 1°, 53 e 54 do CP, referiam-se ao texto original da parte geral do Código penal, que foi totalmente alterado pela Lei 7.209/84. Assim, atualmente,estes dispositivos se referem às hipóteses de concurso formal e suas aplicações no caso de erro na execução (aberratio ictus e aberratio delicti), atualmente previstos nos arts. 70, 73 e 74 do CP. Assim, por questões didáticas, a doutrina divide a continência em: •! Continência por cumulação subjetiva (art. 77, I do CPP) – É o caso no qual duas ou mais pessoas são acusadas pela mesma infração (concurso de pessoas). Diferentemente da hipótese de conexão, aqui há apenas um fato criminoso, e não vários.15 •! Continência por concurso formal (art. 77, II do CP, c/c art. 70 do CP) – Aqui, mediante uma só conduta, o agente pratica dois ou mais crimes, sem que tenha tido a intenção de praticá- los. As hipóteses de continência e conexão podem ser melhor explicadas através do gráfico abaixo: 2.5.! Regras aplicáveis nos casos de determinação da competência pela conexão ou continência !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 15 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 244 HIPÓTESES DE MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA CONEXÃO CONTINÊNCIA CUMULAÇÃO SUBJETIVA EM RAZÃO DE CONCURSO FORMAL DE CRIMES INTERSUBJETIVA OBJETIVA INSTRUMENTAL OU PROBATÓRIA ! SIMULTANEIDADE OCASIONAL CONCURSO RECIPROCIDADE TELEOLÓGICA CONSEQUENCIAL Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!44!()!23! O CPP prevê algumas regras que devem ser observadas quando da consolidação da competência pela conexão ou continência. Nos termos do seu art. 78: Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) Assim, em resumo: 1. Havendo conexão ou continência entre um crime de competência do Tribunal do Júri e outro crime, de competência do Juiz singular, a competência deverá ser fixada naquele. 2. No caso de Jurisdições da mesma categoria, primeiro se utiliza o critério de fixação da competência territorial com base na local em que ocorreu o crime que possuir pena mais grave. Se as penas forem idênticas, utiliza-se o critério do lugar onde ocorreu o maior número de infrações penais. Caso as penas sejam idênticas e tenha sido cometido o mesmo número de infrações penais, ou, ainda, em qualquer outro caso, aplica-se a fixação da competência pela prevenção (Lembram-se da prevenção, não é?) 3. Se as Jurisdições forrem de graus diferentes (Um Tribunal Superior e um Juiz singular, por exemplo), a competência será fixada no órgão de Jurisdição superior. 4. Se houver conexão entre uma causa de competência da Justiça Comum e outra da Justiça Especial, será fixada a competência nesta. Ex.: Imaginem um crime eleitoral conexo com um crime comum. Será da competência da Justiça Eleitoral o julgamento de ambos os processos. Inclusive, o STF editou o verbete n° 704 da súmula de sua Jurisprudência, afirmando que a atração de um processo por conexão ou continência, no caso de correu, por prerrogativa de função do outro réu, não viola a Constituição: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!45!()!23! SÚMULA Nº 704 NÃO VIOLA AS GARANTIAS DO JUIZ NATURAL, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL A ATRAÇÃO POR CONTINÊNCIA OU CONEXÃO DO PROCESSO DO CO- RÉU AO FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO DE UM DOS DENUNCIADOS. 2.6.! Separação de processos em hipóteses de conexão e continência Embora a regra seja a de que, havendo conexão ou continência, todos os processos conexos ou continentes sejam julgados pelo mesmo órgão jurisdicional, existem algumas exceções, ou seja, existem casos em que mesmo ocorrendo conexão ou continência, não haverá reunião de processos. Estas hipóteses estão previstas no art. 79 do CPP: Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. § 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum co-réu, sobrevier o caso previsto no art. 152. § 2o A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461. Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação. Vamos analisar as hipóteses isoladamente: •! Concurso entre a Jurisdição comum e militar – A única ressalva que deve ser feita é a de que, no caso de militar que comete crime doloso contra a vida de um civil, responde perante o Tribunal do Júri, e não perante a Justiça Militar, nos termos do art. 82, § 2° do Código de Processo Penal Militar – CPPM. •! Concurso entre crime e infração de competência do Juizado da Infância e da Juventude – Nestas hipóteses (por exemplo, um crime cometido em concurso de pessoas por um menor, que responde perante o ECA, e um adulto), não pode haver reunião de processos. •! Insanidade mental de um dos corréus (art. 152 do CPP) – Nesse caso, havendo a insanidade mental do correu sido regularmente apurada em incidente de insanidade mental, os processos devem ser separados, pois o processo, em relação ao correu declarado mentalmente insano, será suspenso, nos termos do art. 152 do CPP. Frise-se que essa insanidade mental do réu deve ser posterior ao fato criminoso (art. 151 do CPP). Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!46!()!23! •! Impossibilidade de formação do conselho de sentença no Tribunal do Júri – Embora o § 2° do art. 79 mencione o “art. 461”, com as alterações promovidas pela Lei 11.689/08, vocês devem entender como “art. 469, § 1° do CPP”. Este artigo trata da impossibilidade de, no julgamento pelo Tribunal do Júri,formar-se o conselho de sentença (mínimo de sete jurados), em razão das recusas legalmente permitidas realizadas pelos advogados dos acusados. Assim, se houver, no Tribunal do Júri, dois ou mais réus, e sendo diferentes os advogados, as recusas aos Jurados (Direito de recusar algum jurado) impossibilitarem a formação do conselho de sentença, o processo deverá ser desmembrado. •! Separação facultativa quando os fatos criminosos tenham sido praticados em circunstâncias de tempo e lugar diferentes, ou o Juiz entender que a reunião de processos pode ser prejudicial ao Julgamento da causa ou puder implicar em retardamento do processo (art. 80 do CPP) – O importante é saber que, nestas hipóteses, a separação dos processos é discricionária, ou seja, o Juiz pode, ou não, a seu critério, decidir pela separação dos processos. ATENÇÃO! Existe uma outra hipótese de separação de processos, no entendimento jurisprudencial. No caso de CRIMES DOLOSOS contra a vida praticados em concurso de pessoas, quando um dos acusados possui foro por prerrogativa de função fixado na Constituição Federal, ao invés de todos os acusados serem julgados perante o Tribunal (em razão da prerrogativa de foro de um dos comparsas), haverá a separação dos processos, de forma que o detentor de prerrogativa de foro será julgado perante o Tribunal respectivo e os demais pelo Tribunal do Júri. EXEMPLO: José e Valter são contratados por Ricardo Albuquerque, deputado federal, para matarem Lúcio, desafeto de Ricardo. José e Valter executam o crime. No caso em tela, Ricardo de Albuquerque possui foro privilegiado (como é deputado federal, a Constituição prevê que cabe ao STF julgá-lo nos crimes comuns), mas os demais não possuem. Neste caso, Ricardo será julgado pelo STF e os demais serão julgados pelo Tribunal do Júri. Por que, neste caso, não há atração por continência? Não há porque as regras de continência são infraconstitucionais, e tanto a competência do Júri quanto a do STF (por prerrogativa de função) estão previstas na própria Constituição Federal. Assim, normas infraconstitucionais não podem se sobrepor a normas de índole constitucional. O art. 81 trata da hipótese de perpetuação da competência. Vejamos: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!47!()!23! Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais processos. Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente. O art. 81 diz, em resumo, o seguinte: Se um Juiz recebe dois processos (reunidos por conexão ou continência), e no processo de sua competência originária (e não aquele que lhe foi remetido em razão da conexão ou continência) ele profere sentença absolutória ou desclassifica o fato para outro crime, que não seja de sua competência, mesmo assim ele continua competente para julgar o processo recebido pela conexão. O § 1°, por sua vez, estabelece uma exceção à regra. Se houver reunião de processos para julgamento pelo Tribunal do Júri, havendo desclassificação, absolvição sumária ou impronúncia, deverá o Juiz remeter o processo conexo ao Juízo competente (que não era o Tribunal do Júri).16 O art. 82, por fim, estabelece que, no caso de haver conexão ou continência, mas terem sido instaurados processos em Juízos diversos, o Juiz cuja competência é prevalente poderá avocar (trazer para si) o julgamento dos demais processos, a qualquer tempo, salvo se já houver sentença definitiva naqueles (já tiverem transitado em julgado). Se já tiver ocorrido o trânsito em julgado, os processos serão reunidos posteriormente para fins de execução de pena: Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas. ! 2.7.! Competência penal do STF, do STJ, doa TRFs, dos Juízes Federais e dos Juizados Especiais Criminais Federais Conforme estudamos, a competência nada mais é que uma divisão funcional para o exercício legítimo da Jurisdição. As normas que definem a competência estão previstas em diversos diplomas legislativos, dentre eles, a própria Constituição. Vamos estudar, mais detalhadamente agora, a competência criminal de cada um dos órgãos do Judiciário citados: !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 16 Isso não ocorrerá se a desclassificação ocorrer apenas no momento da quesitação formulada aos jurados (art. 492, §1º do CPP). Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!43!()!23! 2.7.1.! Da competência criminal do STF Nos termos da Constituição Federal, compete ao STF julgar: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: (...) b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador- Geral da República; c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; (...) i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999) j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais; (...) II - julgar, em recurso ordinário: a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) o crime político; III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causasdecididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Perceba, meu caro aluno, que a competência criminal do STF, segundo a constituição, pode ser de duas ordens: Originária e Recursal. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!42!()!23! A competência originária está prevista no inciso I do art. 102, e engloba as seguintes situações: •! Nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República. •! Nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente. •! O "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores (Presidente, Vice, Membros do Congresso, Ministros do STF, dos Tribunais Superiores, PGR, ministros do TCU, Ministros de Estado, Comandantes das Forças Armadas e chefes de missão diplomática de caráter permanente). •! O habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância. •! A revisão criminal de seus próprios julgados; •! A execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais. CUIDADO MASTER! O Presidente do Banco Central e o Advogado-Geral da União possuem status de Ministros de Estado. Na competência originária o processo criminal começa diretamente no STF, sem passar antes por qualquer outro órgão do Judiciário. A competência para a execução dos seus próprios julgados e para julgar a revisão criminal de seus próprios julgados são competências lógicas, pois, considerando ser o STF o Tribunal Máximo do país, não faria sentido submeter a Revisão Criminal, por exemplo, a outro órgão do Judiciário. As hipóteses de competência constitucional originária do STF são, na verdade, TODAS POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO, sendo, portanto, ratione personae. A primeira hipótese trata dos crimes comuns praticados pelo: "! Presidente da República Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!48!()!23! "! Vice-Presidente da República "! Membro do Congresso Nacional "! Ministros do STF "! Procurador-Geral da República Estas são as cinco “figuras” que possuem prerrogativa de função, devendo ser julgadas, por crimes comuns, no STF. Mas, e quem as julga no caso de crimes de responsabilidade? A resposta está no art. 52, I e II da Constituição, que prevê a competência do SENADO FEDERAL: Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) CUIDADO! Isso não se aplica aos membros do Congresso Nacional. Não há na CF/88 previsão de julgamento dos congressistas por crime de responsabilidade. Há previsão, apenas, de julgamento perante a própria Casa (Câmara ou Senado) por quebra de decoro parlamentar. A segunda hipótese de competência criminal originária do STF se refere aos crimes comuns e aos crimes de responsabilidade praticados por algumas autoridades. Vejamos: "! Ministros de Estado (ressalvado o disposto no art. 52, I) "! Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica (ressalvado o disposto no art. 52, I) "! Membros dos Tribunais Superiores (STM, TST, TSE, STJ) "! Membros do Tribunal de Contas da União "! Chefes de missão diplomática de caráter permanente Mas o que seria essa ressalva do artigo 52, I da Constituição? Essa ressalva se refere à possibilidade de o crime de responsabilidade praticado por qualquer destas pessoas ser CONEXO com um crime de responsabilidade praticado pelo Presidente ou pelo Vice-Presidente da República. Neste caso, a competência para julgamento do crime de responsabilidade praticado por alguma destas figurinhas não será do STF, mas do SENADO FEDERAL. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!49!()!23! Por fim, há ainda a competência originária do STF para processo e julgamento das ações de Habeas Corpus. Primeiramente, devemos ter em mente que o HC não é um recurso, mas uma ação autônoma, ou seja, um processo autônomo. Existem três figuras específicas no HC. São elas: A competência do STF para processar e julgar HCs depende da presença de determinadas autoridades como coatoras ou pacientes, de acordo com a tabela abaixo: HABEAS CORPUS NO STF - ORIGINÁRIA PACIENTE COATOR COATOR OU PACIENTE #! Presidente #! Vice-presidente #! Membros do Congresso #! Ministros do TCU #! Ministros dos Tribunais Superiores #! Ministros de Estado #! PGR Tribunal Superior #! Autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal #! Crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância ;<=>?≅Α? ΒΧ?∆!?ΕΑΦ!ΕΓΗΙ?≅ϑΓ! <!Κ>ΓΛ<ΜΝΓ! ΟΛ>Π?Ιϑ<ϑ? =Γ<ΑΓΙ ΒΧ?∆!?ΕΑΦ! ;Ι<Α>=<≅ϑΓ!<! >Λ?Θ<Λ>ϑ<ϑ? >∆;?ΑΙ<≅Α? ΒΧ?∆!<ΡΧΣΤ<!Γ! Υ= Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#0∋12∋#∃3∀4&∋567189∋ ,.,−∀∗%,∋:+!∀)∀;#∀&∋/∋;#∃,∋:+!∀)∀;#∀,∋ %<=>?≅∋<∋<Α<>ΒΧΒ?=∆∋Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆∋ (>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋7Ν! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5:!()!23! #! Comandantes das Forças Armadas #! Chefes de Missão diplomática de caráter permanente Além da competência originária, o STF possui uma competência criminal recursal, que está prevista no inciso II do art. 102, trazendo as seguintes hipóteses, nas quais o STF julgará o Recurso
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