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FACULDADE ICESP MANUAL DO I CURSO DE OPERADORES DE CÂMARA HIPERBÁRICA MULTIPLACE DE BRASÍLIA Coordenador do Curso: Prof. Lacerda Mestrando em Educação na Universidade Católica de Brasília Especialização em Direito Sanitário pela Fundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ Especialização em Docência do Ensino Superior pela Universidade Cândido Mendes/UCAM Especialização em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana pela Fundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ/ENSP Especialização em Direito Público pela Faculdade Projeção Graduado em Direito pela Universalidade Federal Fluminense/UFF Técnico de Enfermagem Hiperbárica pela Marinha do Brasil Inspetor Internacional de Serviços Hiperbáricos. Primeiro Sargento da Marinha do Brasil Parecerista do COREN-RJ em matéria de Hiperbárica Diretor de Segurança do Centro Hiperbárico de Brasília/CHB Adjunto do Diretor de Segurança do Serviço de Medicina Hiperbárica do Hospital das Forças Armadas/HFA. Professor e Instrutor há 16 anos (USP, Unirio, PUC-RJ, UFRJ entre outras) Professor de Cursos Preparatórios de Direito, Enfermagem, Educação e Saúde do Trabalhador. Professor de Legislação, Ética e Bioética no Curso Cidade. Professor da Disciplina de Saúde Ambiental e Biossegurança do Curso de Enfermagem da Faculdade ICESP. Preceptor de Estágio Supervisionado de Enfermagem da Faculdade ICESP. Possui trabalhos publicados em revistas científicas nacionais e estrangeiras. Introdução: Bem-vindo ao I CURSO DE OPERADORES DE CÂMARA HIPERBÁRICA MULTIPLACE DE BRASÍLIA. Este curso tem por objetivo prover aos participantes uma visão abrangente desta modalidade de tratamento em extensão no nosso país, capacitando-os para a atuação em serviços de Medicina Hiperbárica. Objetivos: Ao fim da apresentação cada participante deverá se capaz de identificar os propósitos e objetivos do curso, bem como descrever o método de avaliação de seu desempenho. Carga Horária Total: 30 horas/aula Carga Horária Teórica: 16 horas/aula Carga Horária Prática: 04 horas/aula Carga Horária Estudo Dirigido: 10 horas/aula Instrutores: As aulas serão ministradas pelos seguintes instrutores: Elias Pereira de Lacerda, especialista em Enfermagem Hiperbárica Marcelo Fontoura, especialista em Enfermagem Hiperbárica Quanto à presença, à freqüência e à avaliação dos participantes: ICESP 2017 2 Presença: 75% Avaliação: Prova Teórica e Prática + Avaliação de 02 (dois) Estudos Dirigidos. Aproveitamento de 60% na avaliação escrita e 60% na avaliação prática. Vedado uso de celular durante as aulas I CURSO TEÓRICO-PRÁTICO DE OPERADORES DE CÂMARA HIPERBÁRICA MULTIPLACE DE BRASÍLIA 2017 Cronograma DATA: 04 e 05 de Fevereiro de 2017. AULA INAUGURAL: 04 de Fevereiro de 2017, Sábado. HORÁRIO: 08:00 às 18:00. LOCAL: Faculdade ICESP de Águas Claras. VAGAS: 30 vagas. OBJETIVO: Capacitar voluntários interessados na área de Câmara Hiperbárica Multiplace. METODOLOGIA: Problematização de Paulo Freire e LEPE de Demo. RESPONSABILIDADE SOCIAL: Este curso é objeto do projeto de responsabilidade social capitaneado pelo Prof. Lacerda, sem fins lucrativos em execução no Brasil. Durante o curso será solicitado 01 quilo de alimento não perecível destinado ao projeto de apoio aos portadores hipossuficientes de HIV e Hepatite do Distrito Federal. INSCRIÇÃO: Etapa I: Solicitar a ficha de inscrição pelo email: hfa.cursos@gmail.com. Preencher completamente e corretamente e encaminhar para o mesmo. Etapa II: Seleção dos inscritos dentro das vagas disponíveis. Apenas receberão o email de confirmação os 30 candidatos selecionados para o curso. Etapa III: Confeccionar TODOS os 10 (dez) Estudos Dirigidos encaminhados pelo coordenador do curso dentro do prazo estipulado e encaminhar para o email supracitado na etapa I. Etapa IV: apresentar no início do curso o Estudo Dirigido Final composto de 20 questões respondido e impresso em folha A4, frente e verso. CERTIFICAÇÃO: Receberão o certificado de 30 horas o aluno que cumprir todas as etapas do curso (inscrição, realização dos estudos dirigidos, 75% presença, estudo dirigido final, prova prática e prova escrita). PROGRAMAÇÃO: Dia 04/02/2016 (sábado) – Prof. Lacerda 1ª Aula: Apresentação do Curso (08:00 às 08:30) 2ª Aula: ICESP 2017 3 Recursos Humanos Hiperbáricos (08:30 as 10:00) Intervalo (10:00 as 10:20). 3ª Aula: Anatomia e Fisiologia aplicada ao Mergulho (10:20 às 11:00) – Prof. Fontoura 4ª Aula (Manhã): Princípios da Física aplicada ao Mergulho (11:00 as 12:00) Intervalo de Almoço (12:00 as 13:00). 5ª Aula: Acidentes Hiperbáricos (13:00 as 14:00) 6ª Aula: Cuidados de Enfermagem Hiperbárica (14:00 às 16:00) Intervalo (16:00 as 16:20). 7ª Aula: Câmaras Hiperbáricas Multipaciente e Acessórios (16:20 as 18:00 Dia 05/02/2016 (domingo) – Prof. Lacerda, Dr. Thales e Enfermeira Elizete 8ª Aula: Tabelas de Mergulho (08:00 às 10:00) Intervalo (10:00 as 10:20). 9ª Aula: Tabelas de Tratamento e Protocolo Clínico de OHB (10:20 às 11:00) Acidentes de Mergulho (11:00 às 12:00) Intervalo de Almoço (12:00 as 13:00). 10ª Aula: Segurança Operacional (13:00 as 15:00) 11ª Aula: Resolução nº 1.457 do CFM (15:00 às 16:00) Intervalo (16:00 as 16:20). 12ª Aula: Painel de Controle da Câmara Hiperbárica Multipaciente (16:20 as 17:00) 13ª Aula: Prova Teórica e Prática de Hiperbárica (17:00 as 17:40) Inquérito Pedagógico e Encerramento (17:40 as 18:00). ________________________________ Elias Pereira de Lacerda Coordenador do Curso Carga horária real 30 horas/aula Carga horária total 30 horas/aula ICESP 2017 4 SUMÁRIO 1. Apresentação do Centro Hiperbárico de Brasília/CHB................................................... Pg. 04 2. Recursos Humanos Hiperbáricos ................................................................................... Pg. 06 3. Anatomia e Fisiologia aplicada ao Mergulho.................................................................. Pg. 10 4. Princípios da Física aplicada ao Mergulho...................................................................... Pg. 20 5. Acidentes Hiperbáricos .................................................................................................. Pg. 28 6. Cuidados de Enfermagem Hiperbárica............................................................................ Pg. 29 7. Câmaras Hiperbáricas Multipaciente e Acessórios ........................................................ Pg. 35 8. Tabelas de Mergulho....................................................................................................... Pg. 37 9. Tabelas de Tratamento e Protocolo Clínico .................................................................... Pg. 49 10. Acidentes de Mergulho ................................................................................................... Pg. 52 11. Segurança Operacional ................................................................................................... Pg. 66 12. Resolução nº 1.457 do CFM ........................................................................................... Pg. 67 13. Painel de Controle da Câmara Hiperbárica Multiplace................................................... Pg. 71 14. Considerações Finais....................................................................................................... Pg. 76 15. Referências .....................................................................................................................Pg. 77 16. Estudos Dirigidos ........................................................................................................... Pg. 78 17. Inquérito Pedagógico....................................................................................................... Pg. 84 1ª Aula: Apresentação do Centro Hiperbárico de Brasília/CHB (08:00 às 08:30) CAPÍTULO 1 CENTRO HIPERBÁRICO DE BRASÍLIA O Centro Hiperbárico de Brasília/CHB foi criado no ano de 2015 visando o atendimento humanizado, integral, holístico, seguro e eficiente aos seus usuários. O serviço é composto de uma câmara hiperbárica multipaciente com capacidade para 14 pacientes por sessão, hospital dia e tratamento de feridas em uma infra-estrutura médico-hospitalar capaz de atender todo tipo de paciente que esteja realizando atendimento neste serviço. O tratamento é realizado em sessões diárias com duração média de 90 minutos. O número de sessões por paciente depende da evolução de cada patologia e os pacientes são reavaliados a cada 10 sessões, por uma equipe especializada composta de médico e enfermeiro hiperbaricistas. De acordo com o Conselho Federal de Medicina através da Resolução nº 1.457/95. Não há tratamento de oxigenioterapia hiperbárica/OHB apenas com a exposição da lesão ao oxigênio. COMPETÊNCIA DO CHB 1. Coordenar, gerenciar e promover o atendimento do paciente portador de patologia das diversas áreas, com pessoal próprio e material necessário ao tratamento hiperbárico, em regime ambulatorial, com a finalidade de apoiar as demais Clínicas e Serviços; 2. Realizar os procedimentos de tratamento pertinentes à especialidade; 3. Elaborar respostas a pedidos de Parecer solicitados pelas demais Clínicas e Serviços; 4. Manter atualizadas e disponíveis as rotinas técnicas e procedimentos do Serviço; ICESP 2017 5 5. Promover a manutenção dos equipamentos existentes sob sua responsabilidade, em conjunto com as empresas contratadas pelo CHB; 6. Atender pacientes oriundos da rede particular e pública de saúde; 7. Atender o paciente de forma integral, holística e humanizada; 8. Avaliar se o diagnóstico do paciente está contemplado na Resolução nº 1.457 de 1995 do Conselho Federal de Medicina e/ou na literatura internacional; 9. Realizar o registro fotográfico do diagnóstico do paciente quando portador de feridas expostas a cada 10 (dez) sessões de Oxigenoterapia Hiperbárica/OHB; 10. Confeccionar o Prontuário de Oxigenoterapia Hiperbárica formado pelo Termo de Admissão, Termo de Consentimento Informado, Termo de Pesquisa, Declaração, Evolução Médica, Ficha de Classificação da Ferida e Anotação de Enfermagem; 11. Realizar anamnese específica do paciente relacionada às condições para ser submetido ao ambiente hiperbárico; 12. Encaminhar o paciente para investigação específica de outras especialidades de saúde que irão corroborar com a melhoria do processo de cura e mitigação dos gastos; 13. Orientar o paciente hiperbárico sobre os benefícios e riscos do tratamento hiperbárico; 14. Orientar os profissionais de saúde sobre os cuidados hiperbáricos exigidos para o tratamento hiperbáricos; 15. Definir o protocolo clínico e de enfermagem para atendimento do paciente hiperbárico; 16. Emitir e responder parecer referente à OHB; 17. Acompanhar todo o tratamento hiperbárico na câmara multiplace; 18. Fornecer tratamento hiperbárico seguro de acordo com as normas de segurança vigentes; 19. Manter a segurança da sala de máquinas referente ao principio de funcionamento dos seus equipamentos, bem como a interação entre seus componentes com o sistema hiperbárico; 20. Providenciar a manutenção preventiva e reparadora do sistema hiperbárico; 21. Coordenar a execução das atividades de ensino referentes aos residentes, estagiários e voluntários, cumprindo os currículos pertinentes dos respectivos cursos; 22. Desenvolver atividades de ensino e pesquisa hiperbárica; 23. Organizar eventos de ensino (cursos e congressos), a fim de capacitar profissionais de saúde do CHB e instituições interessadas; 24. Participar de eventos científicos organizados pelo CHB; 25. Desenvolver capacitação e treinamento hiperbárica para a equipe hiperbárica e interessados; 26. Criar protocolos e procedimentos operacionais padrão relacionado ao ambiente hiperbárico; 27. Assessorar os setores responsáveis pela admissão e controle de funcionários referente à saúde dos trabalhadores submetidos ao ambiente hiperbárico; 28. Desenvolver o Projeto de Voluntariado de Oxigenoterapia Hiperbárica do CHB; 29. Orientar e acompanha visitas ao CHB; 30. Apresentar trabalhos científicos referente à hiperbárica em congressos nacionais e internacionais; 31. Publicar artigos científicos hiperbáricos em revistas nacionais e internacionais; e 32. Desenvolve atividade de pesquisa com os pacientes hiperbáricos, quando autorizados pelos mesmos e Comitê de Ética e Pesquisa/CEP correspondente. ORGANIZAÇÃO O CHB é constituído pelos seguintes segmentos: Medicina Hiperbárica Enfermagem Hiperbárica Segurança Hiperbárica Administração Hiperbárica ICESP 2017 6 2ª Aula: CAPÍTULO 2 Recursos Humanos Hiperbáricos (08:30 as 10:00) Recursos Materiais, Recursos Humanos e Recursos Financeiros LEGISLAÇÃO PERTINENTE A organização e padronização do CHB são pautadas na legislação vigente, enfatizando o Roteiro da ANVISA para Serviços Hiperbáricos, Ministério do Trabalho e Emprego, Marinha do Brasil, Conselho Federal de Medicina, Conselho Federal de Enfermagem e Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA através da RDC 50/2002 e RDC 51/2012 determinam o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, bem como a RDC 63/2011 regulamentando as Boas Práticas de Funcionamento em Serviços de Saúde em consonância com a Lei Distrital nº 5321/2014 que institui o Código de Saúde do Distrito Federal. O Ministério do Trabalho e Emprego/MTE regulamentou a atividade especial dos trabalhadores submetidos às condições hiperbáricas no Anexo nº 6 da Norma Regulamentadora nº 15 e os Vasos de Pressão para Ocupação Humana na NR-13. O Ministério da Defesa/MD através do Comando da Marinha do Brasil regulamentou a atividade hiperbárica através da NORMAN-15 e Portaria nº 263 do Comando da Força de Submarinos/ComForSub, versando especificamente sobre equipe hiperbárica e as atribuições do Supervisor de Mergulho/Diretor de Segurança. O Conselho Federal de Medicina/CFM regulamentou as indicações hiperbáricas e a competência médica através da Resolução nº 1.457 de 1995. O Conselho Federal de Enfermagem/COFEN regulamentou a atuação da Enfermagem no ambiente hiperbárico na Resolução nº 100 de 2009. A Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica/SBMH tem contribuído para o uso segura e eficiente da oxigenoterapia hiperbárica através das Diretrizes de Segurança elaboradas a cada 02 (dois) anos. Normas Internacionais também são aplicadas no Brasil com o objetivo de intensificar os procedimentos de segurança do sistema hiperbárico – American Society of Mechanical Engineers/ASME PVHO-1, NFPA 99. EQUIPE DE SAÚDE HIPERBÁRICA A equipe de saúde hiperbárica será composta pelos seguintes trabalhadores: Médico Hiperbarista; Enfermeira Hiperbarista; Técnico de Enfermagem Hiperbarista; Agente Administrativo; e Equipe mínima para tratamento na Câmara Hiperbárica Multipaciente: 03 (01 Médico, 02 Técnicos de Enfermagem Hiperbaristas, desempenhando a função de guia interno, guia externo e guia reserva). Excepcionalmente a função de guia reserva pode ser desempenhadapelo médico hiperbaricista). Legislação pertinente a equipe mínima e seus requisitos para atuação no ambiente hiperbárico (Resolução nº 1.457/95 do Conselho Federal de Medicina, Resolução nº 100/2009 do Conselho Federal de Enfermagem, Portaria 263 do Comando da Força de Submarinos e Diretrizes de Segurança e Qualidade do Fórum de Segurança e Qualidade em Medicina Hiperbárica, 2015 da Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica. ICESP 2017 7 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE HIPERBÁRICA: Atribuições Comuns: Incumbe a toda equipe de saúde hiperbárica: 1. Tomar conhecimento das Rotinas do CHB (RSCHB) contidas no Manual de Rotinas e Procedimentos Hiperbáricos do CHB; 2. Cumprir e fazer cumprir todas as instruções, rotinas e procedimentos operacionais padrão em vigor relativa ao SMH; 3. Compor a Equipe de saúde hiperbárica do CHB; 4. Cumprir o expediente conforme escala enviada aos setores responsáveis pela freqüência; 5. Ao chegar ao CHB ser solícito e educado, cumprimentando todos os pacientes, acompanhantes e membros da equipe presentes; 6. Manter o CHB pronto para uso imediato de acordo com suas atribuições; 7. Usar Equipamento de Proteção Individual/EPI ao assistir o paciente, quando indicado pelo protocolo do Ministério da Saúde e CHB; 8. Zelar por sua própria segurança e pela segurança do paciente ao assisti-lo; 9. Ao ausentar-se do CHB avisar a equipe, preferencialmente ao Diretor Clínico ou Diretor de Segurança; 10. Comunicar toda irregularidade encontrada como mau funcionamento de aparelho ou falta dele ao Diretor de Segurança com urgência para o não comprometimento do serviço; 11. Ao afastar-se do CHB informar à Diretora de Administração e ao Diretor de Segurança (férias, atestado, licença e etc.); 12. O uniforme de trabalho no SMH para os guias internos, externo e reserva serão a calça e camisa de algodão 100% fornecidos pelo CHB, sendo recomendável o trânsito apenas em locais permitidos pelo Ministério da Saúde; 13. Zelar pela limpeza das instalações e pela boa apresentação pessoal, adotando as medidas corretivas e ou acionando os setores responsáveis, quando necessário; 14. Manter-se atualizado quanto aos materiais e equipamentos do sistema hiperbárico, para permitir calma, rapidez e segurança durante os atendimentos hiperbáricos; e 15. Participar dos treinamentos e reuniões mensais organizadas pelo CHB; Atribuições Específicas: Incumbe ao Médico Hiperbarista: 1. Indicar tratamento hiperbárico de acordo com a Resolução nº 1.457/1995 do Conselho Federal de Medicina e literatura internacional; 2. Determinar o protocolo clínico para o tratamento hiperbárico; 3. Avaliar o paciente no início do tratamento hiperbárico, bem como a cada 10 (dez) sessões de Oxigenoterapia Hiperbárica/OHB, realizando o registro fotográfico e arquivando de acordo com as sessões realizadas no computador do Consultório do CHB; 4. Avaliar o paciente internado no hospital ou no CHB; 5. Avaliar o paciente hiperbárico dentro de no máximo 24 (vinte e quatro) horas da chegada do parecer ou solicitação; 6. Providenciar e cumprir os requisitos para o pagamento do tratamento de OHB; 7. Confeccionar relatório médico na admissão e na alta do paciente hiperbárico; 8. Preencher o termo de admissão do paciente hiperbárico; 9. Classificar a ferida no ato da avaliação e reavaliação de OHB, caso a Enfermeira Hiperbarista não tenha realizado; 10. Evoluir diariamente o tratamento de OHB no prontuário do paciente; 11. Cumprir fielmente o horário agendado para tratamento de OHB com os pacientes; 12. Definir os parâmetros de saúde para o paciente ser submetido ao tratamento hiperbárico; 13. Supervisionar e acompanhar toda a realização da sessão hiperbárica na câmara hiperbárica multiplace e monoplace; ICESP 2017 8 14. Fiscalizar a realização do tratamento hiperbárico no quesito da Medicina Hiperbárica; 15. Intervir e determinar condutas médicas nas emergências hiperbáricas; 16. Desempenhar as atribuições do Guia Externo ou Interno em caso de acidente com Guia Interno; 17. Assumir a liderança hiperbárica em caso de acidente de mergulho com o paciente ou trabalhador hiperbárico; 18. Entrar pela antecâmara para prestar assistência de saúde quando necessário; 19. Solicitar parecer; 20. Encaminhar paciente para outras clínicas que julgue necessário; 21. Participar das reuniões e adestramentos organizados pelo CHB; 22. Elaborar as rotinas de emergências hiperbáricas; 23. Abortar a sessão de OHB quando descumpri as normas de segurança; e 24. Cumprir os procedimentos operacionais padrão do CHB referente à Medicina Hiperbárica; e 25. Cumprir o Código de Ética Médica. Incumbe ao Enfermeiro (a) Hiperbarista: 1. Exercer a profissão com justiça, compromisso, eqüidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade; 2. Comunicar ao COREN e aos órgãos competentes, fatos que infrinjam dispositivos legais e que possam prejudicar o exercício profissional de enfermagem; 3. Supervisionar a realização da sessão hiperbárica no quesito enfermagem; 4. Organizar e direcionar os serviços de enfermagem hiperbárica e de suas atividades técnicas e auxiliares; 5. Elaborar instrumento para implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem de acordo com a exigência do COFEN; 6. Confeccionar e fiscalizar a execução do Processo de Enfermagem Hiperbárica; 7. Participar da elaboração, execução e avaliação do Plano de Cuidados Hiperbáricos; 8. Planejar, organizar, coordenar, executar e avaliar os serviços da assistência de enfermagem hiperbárica; 9. Emitir parecer sobre matéria de enfermagem hiperbárica; 10. Prevenir e controlar sistematicamente a infecção hospitalar no ambiente hiperbárico; 11. Prescrição da assistência de enfermagem hiperbárica; 12. Intervir e determinar condutas de enfermagem nas emergências hiperbáricas; 13. Realizar a seleção e o treinamento da equipe de enfermagem juntamente com o médico responsável; 14. Responder tecnicamente pela equipe de enfermagem, conforme leis vigentes; 15. Elaborar escalas de serviço; 16. Participar nas avaliações dos pacientes; 17. Elaborar o manual de normas e rotinas de enfermagem; 18. Supervisionar o serviço da equipe de enfermagem; 19. Realizar treinamentos periódicos com a equipe de enfermagem; 20. Realizar avaliação de desempenho da equipe com periodicidade semestral e anual; 21. Medir e registrar os indicadores de qualidade da clínica ou serviço hiperbárico; 22. Liderar e coordenar as atividades da equipe de enfermagem; 23. Prestar atendimento aos pacientes, médicos e acompanhantes; 24. Executar e controlar as atividades administrativas do setor de enfermagem da câmara hiperbárica; 25. Capacitar os colaboradores para o desenvolvimento das atividades inerentes ao setor; 26. Gerenciar validade dos materiais e medicamentos; 27. Gerenciar manutenção dos equipamentos de saúde; 28. Promover reunião com a equipe de enfermagem periodicamente para avaliação e melhoria da assistência; 29. Participar de trabalhos científicos na área de Medicina e Enfermagem Hiperbárica; 30. Desempenhar as atribuições do Guia Externo, Guia Reserva e Guia Interno; e ICESP 2017 9 31. Supervisionar o cumprimento dos Procedimentos Operacionais Padrão referente à Enfermagem Hiperbárica; 32. Cumprir o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Incumbe ao Diretor de Segurança: 1. Supervisionar o tratamento hiperbárico no quesito segurança do mergulho; 2. Fiscalizar o uso do sistema hiperbárico, composto pela sala de máquinas, câmara hiperbárica multiplace, bem como o painel de controle; 3. Fiscalizar e acompanhar a manutenção do sistema hiperbárico; 4. Verificar o funcionamento do sistema hiperbáricodiariamente; 5. Fiscalizar a execução do checklist do guia interno e externo diariamente; 6. Elaborar o plano de segurança de mergulho do CHB; 7. Providenciar os testes dos equipamentos hiperbáricos; 8. Providenciar os pedidos de aquisição de material hiperbárico; 9. Cumprir e fiscalizar o cumprimento dos POPs referente às normas de segurança do mergulho; 10. Preparar e aplicar adestramentos para a equipe de saúde referente ao sistema hiperbárico; 11. Abortar a sessão de OHB quando descumpri as normas de segurança do mergulho; e 12. Acompanhar e providenciar avaliações e reparos da infra-estrutura física, elétrica e hidráulica do CHB. Incumbe ao Técnico de Enfermagem Hiperbarista: 1. Exercer a profissão com justiça, compromisso, eqüidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade; 2. O Técnico de Enfermagem Hiperbaricista/TEH no CHB referente ao sistema hiperbárico exerce a função de Guia Interno, Externo e Reserva na clínica ou serviço hiperbárico; 3. Participar do planejamento e programação da assistência de enfermagem hiperbárica; 4. Executar ações assistenciais de enfermagem hiperbárica, exceto as privativas do Enfermeiro; 5. Orientar e acompanhar o trabalho de enfermagem hiperbárica em grau auxiliar, 6. Participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem hiperbárica em grau auxiliar; 7. Participar da equipe de saúde hiperbárica; 8. Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas; 9. Executar ações de tratamento hiperbárico; 10. Prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente hiperbárico; 11. Executar os Procedimentos Operacionais Padrão referente à Enfermagem Hiperbárica; 12. Desempenhar as atribuições do Guia Interno, Guia Externo ou Guia Reserva; 13. Cumprir todos os POPs do CHB; 14. Participar das avaliações das feridas; 15. Realizar curativos sob a supervisão da Enfermeira; 16. Realizar a limpeza e/ou desinfecção da câmara hiperbárica de acordo com a rotina do serviço; 17. Realizar o controle dos sinais vitais de acordo com a rotina (antes e após a sessão de OHB); 18. Verificar o agendamento dos pacientes hiperbáricos do dia; 19. Preencher o prontuário de OHB, exceto o termo de admissão do paciente; 20. Encaminhar, acompanhar e auxiliar os pacientes na troca de roupa; 21. Cumprir as rotinas do serviço; 22. Realizar o check list prévio do paciente antes do início de cada sessão de oxigenoterapia Hiperbárica; 23. Realizar anotação de enfermagem, bem como das intercorrências no prontuário do paciente; 24. Manter ordem e limpeza na unidade; 25. Cumprir escala de atividades do dia; ICESP 2017 10 26. Participar de treinamentos realizados pela Enfermeira Hiperbaricista, Diretor de Segurança e Equipe Médica do serviço; 27. Prestar assistência direta aos pacientes durante todo o tratamento de OHB; 28. O TEH deverá conhecer os fundamentos e funcionamento de todo o sistema hiperbárico da clínica ou serviço hiperbárico; 29. Verificar a validade dos materiais e medicamentos; 30. Verificar a manutenção dos equipamentos do sistema hiperbárico; 31. Participar de reunião com a equipe de enfermagem periodicamente para avaliação e melhoria da assistência; 32. Participar de trabalhos científicos na área de Medicina e Enfermagem Hiperbárica; 33. Cumprir o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Incumbe ao Administrativo: 1. Confeccionar e tramitar documentos do CHB; 2. Confeccionar a parte administrativa referente aos pacientes hiperbáricos (impressão de modelos, capas, mapas de sinais vitais e etc); 3. Agendar avaliações de OHB, bem como solicitar responsáveis pelo transporte do paciente hiperbárico; 4. Confeccionar e atualizar planilha com os pacientes tratados e em tratamento no CHB; 5. Confeccionar estatística mensal; 6. Confeccionar pedido de material de saúde e de escritório; 7. Acompanhar os pedidos de material hiperbárico; e 8. Manter-se atualizada sobre as regras dos convênios com o CHB. 3ª Aula: CAPÍTULO 3 Anatomia e Fisiologia aplicada ao Mergulho (10:20 às 11:00) 3.1-INTRODUÇÃO Fisiologia é o estudo das funções e processos vitais dos organismos vivos. Anatomia é o estudo das estruturas e organização de um organismo. Este capítulo apresenta uma discussão genérica da fisiologia e anatomia, necessária para uma compreensão básica de como o mergulho afeta o homem. Esta atividade torna-se segura somente através do conhecimento das alterações fisiológicas produzidas pela variação de pressão e pelo meio subaquático por si, e dos limites impostos por estas alterações. Somente a partir daí os riscos inerentes à atividade de mergulho podem ser evitados ou reduzidos. O corpo humano consiste de vários milhões de células individuais. Cada uma dessas microscópicas, mas complexas estruturas, contém toda informação genética necessária para a construção de todos os tecidos e órgãos de um corpo. Cada célula é como se fosse um organismo vivo separado e que precisa ser suprida com O2 e nutrientes pela corrente sangüínea, que também tem a função de remover resíduos do metabolismo celular. Do ponto de vista do mergulho, o CO2 constitui-se no mais importante produto resultante desse metabolismo. Cada célula tem um tempo de vida útil, e células estão constantemente morrendo e sendo criadas no corpo. Se uma célula é privada de O2, morre rapidamente. Em órgãos menos importantes, para que se instale um dano, há necessidade de um tempo de privação de O2 grande, mas em órgãos nobres, como o cérebro, um dano irreparável pode ocorrer em poucos minutos. Os tecidos de um organismo, compostos de diferentes tipos de células, são encontrados em órgãos, que por sua vez, estão organizados em aparelhos ou sistemas. Estes operam de maneira interdependente. Através de sua interseção, a vida se torna possível para cada organismo. Os sistemas de particular importância para a fisiologia do mergulho são: Sistema Músculo Esquelético, Aparelho Respiratório, Aparelho Circulatório, Sistema Nervoso e os Órgãos dos ICESP 2017 11 Sentidos. 3.2-SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO O esqueleto constitui-se num rígido arcabouço que dá formação do corpo, suporta e protege os delicados órgãos internos. Os ossos são interligados por cartilagens ou ligamentos, que permitem vários graus de movimento. 3.2.1-Crânio O crânio é uma caixa rígida, feita de ossos chatos, que aloja e protege o cérebro e os órgãos dos sentidos. Os seios da face são cavidades cheias de ar, localizadas no osso frontal, ossos maxilares, ossos etmoidais e esfenoidais, tornando os ossos da face mais leves e dando ressonância à voz. Eles se comunicam com a parte posterior do nariz, através dos óstios sinusais, que permitem a equalização das pressões entre os seios da face e o meio externo. Qualquer bloqueio dos seios da face tornarão impossível a equalização das pressões, levando a interrupção do mergulho. FIG. 3-1 3.2.2-Coluna vertebral A coluna vertebral é constituída por 33 ossos irregulares conhecidos como vértebras interligados pelos discos intervertebrais compostos de tecido cartilaginoso, e que suporta a cabeça e a parte superior do corpo. A medula nervosa se origina do cérebro e se localiza no centro da coluna vertebral. Danos à medula nervosa podem resultar em paralisia permanente. Lesões da medula nervosa devem ser manipulados com extremo cuidado. 3.2.3-Ossos longos Os ossos longos dos braços e das pernas se articulam com outros ossos, de modo a atuarem como alavanca, movimentados pelos músculos a eles inseridos. As superfícies são cobertas por uma camada de cartilagem macia e dura, lubrificadas pelo fluido sinovial. Os glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de O2no sangue, são produzidos na medula desses ossos. 3.2.4-Músculos A musculatura esquelética é responsável pela movimentação do corpo. Estes músculos de controle consciente, voluntário, são constituídos pelo tecido muscular estriado. O tecido muscular liso é encontrado na parede de vísceras, Aparelho digestivo (estômago, esôfago e intestinos), Aparelho respiratório (brônquios e bronquíolos), Urinário (bexiga, uretra), e Circulatório (vasos sangüíneos, principalmente as artérias), de comando autônomo, independente da vontade do indivíduo. O músculo cardíaco é constituído de fibras musculares cardíacas, altamente especializadas, só encontradas no coração, e que também funcionam de maneira autônoma. 3.3-RESPIRAÇÃO E CIRCULAÇÃO Cada célula do corpo precisa obter energia para sobreviver, crescer e funcionar normalmente. As células obtém esta energia através da oxidação, um processo lento de queima de substâncias obtidas dos alimentos, queima esta que envolve a utilização de O2, e que obtém como produtos, a liberação de energia, gás carbônico e água. O processo de respiração que se dá a este nível é chamado interno e implica em trocas gasosas (O2 e CO2) entre o sangue e as células. ICESP 2017 12 O aparelho respiratório tem por finalidade obter O2, a partir da mistura gasosa chamada ar, e de eliminar do organismo o CO2 produzido pelo metabolismo, o que constitui o processo de respiração externa. As trocas gasosas se dão por meio da circulação sangüínea. O sangue é exposto ao ar, através de uma larga superfície de difusão quando ele passa pela rede capilar pulmonar, próximo dos alvéolos. Quando o sangue alcança os tecidos, os capilares tissulares fornecem outra grande superfície onde o sangue e as células estão em íntimo contato. O processo completo da respiração inclui 5 importantes fases: -Ventilação dos pulmões com ar fresco; -Trocas gasosas entre o sangue e o ar, nos pulmões; -Transporte de gases pelo sangue; -Trocas gasosas entre o sangue e as células; -Utilização e produção de gases pelas células (metabolismo) 3.4-APARELHO RESPIRATÓRIO O ar penetra no corpo humano principalmente através do nariz. As cavidades nasais são forradas por mucosa, que tem por finalidade aquecer e umidificar o ar, além de filtrar partículas de poeira. A boca fornece uma via de penetração de ar que deveria ser secundária, mas na atividade de mergulho é freqüentemente primária, o que faz o mergulhador perder os benefícios de aquecimento, umidificação e filtragem do ar proporcionados pela mucosa nasal. Em sua trajetória o ar passa pela nasofaringe e orofaringe, penetrando daí na laringe, após passar pela epiglote, uma estrutura que impede a penetração de sólidos e líquidos na laringe, desviando-os para o aparelho digestivo. A laringe contém as cordas vocais e externamente é identificada no pescoço através do pomo de Adão. A traquéia localiza-se logo abaixo, e é formada por uma sucessão de anéis cartilaginosos. Ela se estende por aproximadamente 10 cm, bifurcando-se em seguida para originar o brônquio principal direito e o brônquio principal esquerdo, que se dirigem para os pulmões direito e esquerdo, respectivamente. Estes brônquios por sua vez, se dividem sucessivamente, produzindo brônquios cada vez mais finos, até originar os bronquíolos, que terminam em minúsculos sacos de ar conhecidos como alvéolos. Cada alvéolo é circundado por uma rede de capilares pulmonares. O sangue e o ar estão separados somente por 2 delicadas membranas, a parede do capilar e a parede do alvéolo. Cada membrana é composta de somente 1 fileira de células, permitindo a livre difusão de gases. Os pulmões são 2 órgãos esponjosos, de cor rósea brilhante, localizados no tórax, onde se acham revestidos por 1 membrana que contém 2 folhetos chamada pleura. A pleura visceral reveste a face externa do pulmão, sendo inseparável deste, enquanto a pleura parietal reveste a face interna da parede torácica. Entre as 2 pleuras existe somente uma película de fluido chamado líquido pleural, que permite a ausência de atritos entre as 2 membranas pleurais. Os pulmões contém, além de milhões de alvéolos, os brônquios, os bronquíolos e os vasos sangüíneos. Sustentando estas estruturas existe um tecido conjuntivo intersticial. 3.4.1-Mecanismo da respiração A inspiração e a expiração ocorrem devido a um trabalho muscular que envolve principalmente o diafragma, músculo em forma de sino, que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal, e ao qual atribui-se 70% desse trabalho. Músculos intercostais vêm em 2º lugar em participação no ato de respirar. Músculos acessórios tais como músculos do pescoço (esternocleidomastóideo, escalenos), e do abdômen (retos abdominais) também colaboram por ocasião da realização de um esforço respiratório observado, por exemplo, durante uma corrida (pelo aumento da demanda de O2). O controle da respiração é feito principalmente pelo centro respiratório, uma área do cérebro localizada no bulbo, e que é sensível ao aumento da pressão parcial do CO2 sangüíneo. É também estimulado pelos nervos sensitivo-cutâneos, graças a percepção de sensações térmicas e dolorosas. Secundariamente existem sensores periféricos sensíveis a baixa PPO2 sangüínea, localizados na ICESP 2017 13 parede das artérias aorta e carótida. São os quimioreceptores aórticos e carotídeos. No entanto estes receptores normalmente não atuam até que a PPO2 sangüínea caia a níveis criticamente baixos. Existindo uma PPO2 sangüínea baixa, existe uma estimulação do centro respiratório que dá início ao trabalho muscular que desencadeia a inspiração. Através do abaixamento do diafragma ocasionada por sua contração e da elevação das costelas produzidas pela contração dos músculos intercostais, existe um aumento do volume intratorácico e intrapulmonar, com conseqüente diminuição da pressão, em obediência à Lei de Boyle. I mediatamente o ar é admitido nos pulmões através da inspiração. Receptores nervosos localizados nos alvéolos, enviam mensagens ao cérebro quando aquelas estruturas estão totalmente expandidas, obtendo-se como resposta o relaxamento muscular que determina uma redução do volume intratorácico e intrapulmonar, pelo abaixamento das costelas e elevação da cúpula do diafragma. 3.4.2-Volumes pulmonares Para melhor compreensão da dinâmica respiratória, o volume de ar contido nos pulmões pode ser assim dividido: a) Capacidade total Maior volume de ar que pode ser contido nos pulmões após uma inspiração máxima. b) Capacidade vital Maior volume de ar que pode ser expelido dos pulmões após uma inspiração máxima. ICESP 2017 14 c) Volume residual Volume de ar que fica retido nos pulmões após uma expiração máxima. d) Volume corrente Volume de ar que se movimenta no ciclo respiratório normal. e) Volume minuto Volume de ar que se movimenta nos pulmões em um minuto I) VM = Vol. Corrente x freqüência Normalmente os alvéolos pulmonares são perfundidos pelo sangue dos capilares e ventilado pelo ar para permitir as trocas gasosas. Quando alguns desses alvéolos não são suficientemente perfundidos, ficando prejudicado seu funcionamento, temos a constituição do chamado espaço morto fisiológico, de grande importância na dinâmica respiratória. II ) CT = capacidade total (5 a 6 litros) III) VC = volume corrente (0,5 a 0,6 litros) IV) VR = Volume residual (1 a 1,5 litros) V) CV = capacidade vital (4 a 5 litros) 3.4.3-Espaço morto O espaço morto anatômico é aquele constituído pelos órgãos do aparelho respiratório não envolvidos nas trocas gasosas, ou seja as vias aéreas (nariz/boca-faringe-laringe-traquéia-brônquios-bronquíolos).Os alvéolos são as únicas áreas do aparelho respiratório onde a hematose é efetuada. O espaço morto fisiológico é produto da má perfusão sangüínea de alguns alvéolos, no que resulta em uma deficiência ou até ausência de trocas gasosas. Certas partes do equipamento de mergulho podem aumentar o espaço morto, por conterem algum volume de ar que será adicionado no espaço morto anatômico. Para compensar, o mergulhador necessita aumentar seu volume corrente. O ciclo respiratório compreende 1 respiração completa, incluindo a inspiração, a expiração e qualquer pausa que ocorra entre estas 2 fases. A freqüência respiratória consiste no n.º de ciclos respiratórios completos que ocorrem em 1 minuto. Em repouso, um adulto normal possui a freqüência respiratória entre 10 e 20 incursões por minuto (IPM). Esta taxa aumenta durante o trabalho. 3.4.4-Alterações fisiológicas respiratórias que ocorrem no homem durante o mergulho. Durante o mergulho, ocorrem importantes alterações da função respiratória. V ejamos: a) Aumento do espaço morto O espaço morto anatômico aumenta, primeiramente pelo acréscimo de peças do equipamento como máscara facial que introduz um aumento de até 250 cc. A distensão dos alvéolos pulmonares e bronquíolos pelas condições hiperbáricas aumenta também o espaço morto anatômico. Por outro lado, há um colapso da circulação pulmonar provocado pela redução relativa da pressão na artéria pulmonar diante de uma pressão pulmonar agora aumentada. Surgirão assim novas áreas alveolares ventiladas e não perfundidas, aumentando o espaço morto fisiológico. b) Aumento da resistência respiratória O aumento da pressão pulmonar e da pressão ambiente leva a uma redução da complacência pulmonar. Por outro lado, há uma pressão hidrostática, relativamente maior a ser efetivamente vencida. O movimento do ar passa a ser turbilhonado, e a resistência oferecida passa a ser proporcional à densidade da mistura, aumentada pelas condições hiperbáricas. O aumento da resistência respiratória leva a um aumento conseqüente do trabalho respiratório. c) Redução da ventilação alveolar Essa redução se dá por um lado, pelo aumento do espaço morto, já estudado e, pelo outro, por uma redução do volume minuto conseqüente por sua vez a uma redução de freqüência respiratória e do volume corrente pulmonar. ICESP 2017 15 d) Elevação do teor de gás garbônico Pelo aumento do espaço morto, pelo aumento do trabalho respiratório com uma maior produção de gás carbônico, pela redução da ventilação alveolar e mais pela dificuldade no transporte de gás carbônico pelas hemáceas impregnadas pelo oxigênio, com sua pressão parcial aumentada, o teor de gás carbônico vai-se elevando no sangue e nos tecidos, provocando, por sua vez, uma vasoconstricção pulmonar que vem acentuar alguns dos mecanismos já estudados com a constituição do círculos viciosos. 3.5-APARELHO CIRCULATÓRIO O aparelho circulatório consiste num sistema formado de redes (vasos sangüíneos) com uma bomba (coração), responsável pela circulação da massa líquida (sangue) contida neste sistema. As artérias conduzem sangue do coração até os capilares. O retorno do sangue se faz através das veias. FIG. 3-3 A necessidade de uma grande superfície de exposição do sangue ao oxigênio e ao gás carbônico nos pulmões e nos tecidos, para que as trocas gasosas se efetuem por difusão, é satisfeita pela existência de uma rede de vasos extremamente pequenos e de paredes finas, que interseccionam cada parte do corpo humano. Nos pulmões estes capilares envolvem minúsculos sacos contendo ar (alvéolos), de forma que o sangue que eles conduzem possa ser exposto ao ar. Os capilares são constituídos por uma única camada de células estreitas. As artérias são constituídas de paredes espessas, constituídas por 3 camadas, por suportarem uma considerável pressão sangüínea. Uma camada de fibras elásticas proporciona às artérias condições de absorver alterações de pressão. Estes vasos contém também uma camada de fibras musculares que são controladas pelo sistema nervoso autônomo, e por certas substâncias que o organismo produz. Estas fibras são responsáveis pela alteração do diâmetro das artérias (vasoconstrição e vasodilatação), o que influencia a pressão arterial e o fluxo sangüíneo em um determinado local. As veias trabalham em regime de baixa pressão, e não controlam o fluxo sangüíneo, por possuírem paredes finas e fracas, comparadas com as das artérias. Internamente os grandes vasos são revestidos por uma camada única de células estreitas, como as que constituem os capilares. ICESP 2017 16 O coração possui o tamanho aproximado de um punho fechado. Suas paredes são constituídas de músculo estriado cardíaco, responsável pela ação de bombeamento. Está localizado na parte central e superficial da cavidade torácica, entre os 2 pulmões, exatamente atrás do esterno. A ponta do coração situa-se à esquerda, no tórax. O interior do coração é dividido no sentido longitudinal, em duas metades que não tem relação direta uma com a outra. O lado esquerdo é a bomba que impulsiona o sangue para a circulação sistêmica; o lado direito impulsiona o sangue para a circulação pulmonar. Cada lado é dividido em uma câmara superior, o átrio, que recebe sangue das veias cavas, no caso da circulação sistêmica, ou das veias pulmonares, no caso da circulação pulmonar, e um ventrículo. Este recebendo sangue do átrio, bombeia-o através da aorta (circulação sistêmica), ou da artéria pulmonar, no caso do ventrículo direito. Por realizarem a maior parte do trabalho de bombeamento, os ventrículos possuem as paredes hipertrofiadas e mais espessas. Como a maioria das bombas o coração possui válvulas de retenção, para manter o fluxo sangüíneo em uma só direção, evitando o retorno no intervalo entre os bombeamentos cardíacos. Existe uma válvula entre cada ventrículo e átrio correspondente, e também na saída de cada artéria principal de cada lado. Quando o coração se contrai, a válvula situada entre os átrios e os ventrículos impedem o retorno do sangue para dentro dos átrios. Quando o coração relaxa e reenche, as válvulas localizadas entre as artérias e os ventrículos impedem o retorno sangüíneo para o interior do ventrículo, com isso mantendo a pressão na artéria. 3.5.1-Função circulatória O sangue circula continuamente pelo corpo humano, através de um circuito fechado. Uma gota de sangue ao passar por um capilar em um determinado tecido, perde a maior parte do O2 que transportava e é carregada com CO2. Esta gotinha flui através de veias cada vez maiores, até alcançar uma das veias cavas, que desembocam no átrio direito, daí passando para o ventrículo direito. A próxima contração do coração (sístole), ejetará a gotinha através da artéria pulmonar. Circulando por seus ramos, ela alcança um capilar pulmonar, onde toma contato com o ar. Por difusão a gota de sangue perde o excesso de CO2 e recebe O2, retornando em seguida ao coração (átrio esquerdo), através do sistema venoso pulmonar. No próximo relaxamento cardíaco (diástole), a gota passa do átrio para o ventrículo esquerdo, sendo a seguir bombeada para a artéria aorta. Daí ele segue por um de seus principais ramos para os capilares tissulares, onde se dá a troca de O2 por CO2. A gotinha de sangue está pronta para retornar aos pulmões, onde o processo se reinicia. 3.5.2 - Componentes do sangue Em média o corpo humano contém 5 l de sangue (90 ml/Kg de peso). O oxigênio é transportado no sangue pelos glóbulos vermelhos. Para isto contém a hemoglobina, uma substância química que possui ferro em sua composição, e que se liga ao O2 de maneira facilmente reversível. Quando a hemoglobina seencontra combinada com o oxigênio, o sangue se torna vermelho brilhante. Quando esta ligação se desfaz, o sangue se torna vermelho escuro. A absorção de O2 pela hemoglobina depende da pressão parcial de O2 a que esta substância é exposta. Nos pulmões a hemoglobina se agrega a 98% da quantidade total de O2 que ela pode carregar. Nos capilares tissulares o sangue perde a maior parte do O2 que carregava, devido à baixa pressão parcial deste gás nos tecidos. A hemoglobina também desempenha um papel importante no transporte de gás carbônico. O ganho ou perda de CO2 pelo sangue depende da pressão parcial desse gás na área onde o sangue é exposto. Além dos glóbulos vermelhos, o sangue também contém glóbulos brancos, que servem para combater infecções. Um outro tipo de célula, as plaquetas, tem um importante papel na coagulação. Plasma é a porção fluida do sangue. Ele contém uma grande quantidade de materiais dissolvidos que são essenciais à vida. Fibrinogênio é outra substância relacionada com a formação de coágulos. Soro é a porção fluida do sangue que resta quando um coágulo sangüíneo é formado. 3.5.3-Pressão arterial A pressão arterial depende da quantidade de sangue que o coração bombeia e da resistência do circuito. Estes dois fatores estão sob controle do sistema nervoso, que pode aumentar ou diminuir a freqüência cardíaca, assim como promover uma vasodilatação ou vaso-constrição. Sensores de pressão chamados pressoreceptores localizados nas artérias carótidas (pescoço) e aorta (tórax) ICESP 2017 17 fornecem ao cérebro, através de impulsos nervosos, informações sobre a pressão sangüínea. A partir dessas informações o cérebro pode fazer os ajustes necessários para manter a pressão dentro de certos limites, controlando a pressão ótima do fluxo sangüíneo através dos tecidos, para evitar a rotura de artérias mais finas pelo aumento da pressão arterial. O choque é a manifestação da falência da função cardio-circulatória, desencadeada por hemorragia, queimaduras extensas ou por outras condições que apresentem perda de sangue total ou somente plasma. Sob estas condições o organismo é incapaz de manter a pressão sangüínea, desenvolvendo- se então uma hipóxia tissular séria. Ao exame físico encontramos pulso muito fraco e rápido. Trata- se de uma emergência, que exige a rápida reposição de sangue, plasma ou seus substitutos. A pressão arterial é em média, para um indivíduo em repouso, 120 mm Hg, quando o coração está se contraindo (pressão sistólica) e 80 mm Hg, quando está na fase de relaxamento (pressão diastólica). Durante exercício físico, o volume de sangue que o coração tem que bombear é várias vezes maior do que o necessário em situação de repouso. Isto é devido a demanda aumentada de oxigênio pelas fibras musculares que estão com o seu metabolismo aumentado, e também, para remover o CO2 que está com sua concentração aumentada. Este volume sangüíneo é aumentado as custas do aumento da freqüência cardíaca e também do volume bombeado em cada sístole. O pulso se torna mais rápido e mais forte. Nestas condições a freqüência cardíaca salta de 80 bpm (batimentos por minuto) encontrados durante o repouso, para 150 ou mais bpm (batimentos por minuto). 3.5.4-Alterações fisiológicas circulatórias observadas no homem durante o mergulho. Ocorre no início do mergulho uma queda da freqüência cardíaca e também da pressão arterial, principalmente a sistólica. O abaixamento do diafragma, pela diminuição do volume das vísceras abdominais comprimidas, provoca uma retração do coração, que fica mais verticalizado. Isto se traduz em alterações eletrocardiográficas. Outra alteração observada é a redução do fluxo sangüíneo na pele. Com relação à composição do sangue, encontra-se uma diminuição do número de glóbulos vermelhos e do seu teor de hemoglobina. Observamos alterações qualitativas e quantitativas dos glóbulos brancos, com aumento do número dessas células. 3.6 - SISTEMA NERVOSO CENTRAL É o mais desenvolvido dos sistemas corporais, e consiste do encéfalo e da medula nervosa. Ambos são cobertos por membranas conhecidas por meninges. O líquor, ou fluido cérebro-espinhal, é um líquido claro, contendo glicose e sais minerais, e circula em volta do encéfalo e da medula nervosa, sob as meninges. Possui 3 importantes funções: atua como amortecedor de choque do encéfalo e medula nervosa, supre estes órgãos com nutrientes, e é responsável pela remoção de subprodutos do metabolismo. Nervos sensitivos são estruturas que conduzem impulsos nervosos a partir da pele, articulações e músculos, através da medula nervosa, até o cérebro. Os órgãos sensitivos mais sofisticados, como os olhos e os ouvidos, comunicam-se diretamente com o encéfalo. O cérebro envia ordens até os músculos através de nervos motores, controlando os movimentos voluntários e os involuntários. 3.6.1-Encéfalo O encéfalo pode ser dividido em cérebro, cerebelo e bulbo. O cérebro é formado por 2 hemisférios, direito e esquerdo, e é a maior parte do encéfalo. Ele controla todas as funções superiores, tais como pensamento lógico e fala, movimentos voluntários e muitas funções do corpo de que não tomamos consciência. O cerebelo é encontrado abaixo do cérebro e é similar a este em formato, mas bem menor. Ele exerce o controle inconsciente do tônus muscular, equilíbrio e outras funções básicas. O bulbo situa-se abaixo do cérebro e na frente do cerebelo. Para baixo temos a medula espinhal. O bulbo funciona como um retransmissor de impulsos nervosos motores e sensitivos. Contém também os centros respiratório e cardíaco. 3.6.2-Medula nervosa A medula nervosa localiza-se dentro da coluna vertebral, passando pelo centro das vértebras. Ela transmite impulsos nervosos motores e sensitivos. Feixes de nervos originam-se na medula nervosa ICESP 2017 18 em diferentes níveis, dirigindo-se para várias partes do corpo. O nível de uma lesão medular pode geralmente ser indicado pela perda da sensibilidade abaixo do ponto da lesão. 3.6.3-Sistema nervoso autônomo Este termo designa as partes do sistema nervoso que não estão sob controle consciente. Inclui as fibras nervosas que enviam impulsos para glândulas e músculos involuntários, como os localizados nos brônquios, coração e nos vasos sangüíneos. 3.7-APARELHO AUDITIVO O aparelho auditivo é composto de ouvido externo, médio e interno. O ouvido externo é formado pelo pavilhão auricular e o conduto auditivo externo. O pavilhão auricular coleta as ondas sonoras e as dirige para o interior do conduto auditivo. Este possui glândulas especializadas na produção de cêra que protegem o conduto e a membrana timpânica contra poeira, infecções e outros agentes externos. FIG. 3-4 O ouvido médio é uma cavidade contendo ar, que se comunica com o meio exterior através da trompa auditiva, que se abre na rinofaringe. O ouvido externo é separado do ouvido médio pelo tímpano. As vibrações produzidas nesta delicada membrana, pelas ondas sonoras, são transmitidas através do ouvido médio por intermédio de uma cadeia de ossículos chamados martelo, bigorna e estribo. Estes, por sua vez, transmitem as vibrações sonoras através da janela oval, para a cóclea no ouvido interno. Terminações nervosas localizadas na cóclea conduzem estas informações ao cérebro. Os canais semicirculares, localizados no ouvido interno contém em seu interior endolinfa, um tipo de líquido orgânico. Estes canais, em número de três estão dispostos perpendicularmente entre si, permitindo ao SNC a correta identificação da posição do corpo em relação ao espaço, a partir da análise do deslocamento da endolinfa com o movimento da cabeça,dentro destes canais. O SNC é capaz de identificar a direção de onde vem um determinado som, pela percepção da pequena fração de tempo com que este som alcança cada ouvido. Na água, o som se propaga em ICESP 2017 19 uma velocidade consideravelmente maior; comparado com o ar, e a diferença de tempo em que ondas sonoras atingem cada ouvido se torna muito pequena para ser distinguida pelo cérebro. Com isso o mergulhador se torna incapaz de localizar a fonte sonora na água. 3.8-TEMPERATURA CORPORAL E PERDA CALÓRICA O corpo humano funciona efetivamente dentro de uma faixa relativamente estreita de temperatura interna, normalmente em torno de 3 mecanismos fisiológicos, ajudados por medidas artificiais, tais como o uso de roupas protetoras e ambientes refrigerados ou ventilados. 3.8.1-Regulação de temperatura corporal Os processos metabólicos do corpo geram constantemente calor. Caso o organismo não fosse dotado de mecanismos compensadores, a temperatura interna iria se elevar a um nível tal (em torno de 41 graus Celsius), que altera de modo irreversível as células do organismo. A fim de manter a temperatura em níveis adequados, o organismo necessita perder calor na mesma velocidade com que produz. A transferência de calor se dá de várias maneiras. O sangue, circulando através do corpo, absorve calor e o conduz até os pulmões, onde parte dele é dissipado através da respiração. O calor também é carregado pelo sangue até a pele, onde é dissipado através da combinação de condução, convecção e radiação. O suor produzido pelas glândulas sudoríparas refresca a superfície do corpo quando evapora, facilitando a troca de calor entre o sangue e a pele. Quando o corpo está trabalhando arduamente, e portanto gerando uma quantidade maior de calor que o normal, os vasos sangüíneos próximos à pele sofrem uma vasodilatação, permitindo que um volume maior de sangue aquecido alcance a superfície do corpo, e as glândulas sudoríparas incrementem sua atividade. Se o ar circundante for quente, a taxa de transferência de calor se fará de modo mais lento, do que se daria se a temperatura ambiente fosse fria. A manutenção da temperatura corporal adequada é um problema particularmente difícil para um mergulhador executando um trabalho subaquático. Com relação ao controle da temperatura corporal interna, o principal problema do mergulhador é manter-se aquecido, uma vez que a água possui uma condutividade térmica elevada, e o mergulho em águas frias é mais freqüente que em águas quentes. Geralmente consideramos a temperatura corporal como sendo 37graus Celsius, mas na verdade esta só é uniforme internamente sendo variável e geralmente um pouco mais baixa superficialmente. Mecanismos termo-reguladores limitam a perda de calor pela redução do fluxo sangüíneo para a pele, através de uma vasoconstrição cutânea automática induzida pelo frio. Este mecanismo, contudo, não fornece uma grande proteção contra a perda de calor, porque não funciona de modo contínuo e duradouro. A maior parte da perda de calor observada em águas moderadamente frias se dá através do efeito físico da condução, dos órgãos profundos para a superfície do tronco, e está livre de qualquer controle fisiológico. Exercício físico normalmente aumenta a produção de calor e com isto, a temperatura corporal. Paradoxalmente, exercícios efetuados em águas frias podem promover uma queda da temperatura corporal, devido a duas razões: Uma é o fato que o movimento dos braços agitam a água próxima à pele, criando uma turbulência que facilita a dissipação do calor, por convecção. A outra razão é o aumento do fluxo sangüíneo para as extremidades, a fim de se adequar as necessidades aumentadas do O2 pelos músculos, proporcionando uma perda de calor do sangue. 3.9-OUTRAS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS OBSERVADAS NO HOMEM DURANTE O MERGULHO. O mergulho inibe a produção de um hormônio (hormônio anti-diurético -”ADH”) produzido por uma glândula localizada no cérebro, que normalmente age nos rins, inibindo a produção de urina. Com isto o mergulhador urina mais, o que é sabido por todos que praticam o mergulho. O mergulho induz também a um quadro de desidratação discreta, além de alterações na composição do organismo de elementos minerais, tais como cálcio e potássio. ICESP 2017 20 4ª Aula (Manhã): CAPÍTULO 4 Princípios da Física aplicada ao Mergulho (11:00 as 12:00) 4.1–INTRODUÇÃO Raramente prestamos atenção ao meio ambiente no que diz respeito aos princípios físico-químicos que regem os seus fenômenos. Somente com certo esforço, tomamos consciência do peso do ar, da sua composição, da pressão que ele exerce, etc. Entretanto, quando tentamos nos aventurar além dos limites das condições ditas normais, passamos a sentir com toda a intensidade a sua importância. É o que ocorre quando subimos para as grandes altitudes ou quando mergulhamos no meio líquido. Para o perfeito conhecimento de sua atividade, o mergulhador deve entender corretamente esses princípios e suas aplicações nas técnicas e equipamentos empregados. 4.2-A MATÉRIA E SEUS ESTADOS Matéria é tudo aquilo que ocupa lugar no espaço, e tem massa. Ela ocorre na natureza em três estados: sólido, líquido e gasoso. O estado sólido se caracteriza pela forma e volume definidos. Já os líquidos têm apenas volume definido e os gases nem forma nem volume, tendendo a ocupar todo espaço do recipiente em que estiverem contidos. 4.3-OS COMPONENTES DA ATMOSFERA Um grande número de gases toma parte na composição da atmosfera. No mergulho a ar, nos preocuparemos principalmente com o oxigênio e o nitrogênio, principais componentes, e com alguns gases mais raros, mas de grande influência quando ocorrem no meio respiratório. 4.3.1-Oxigênio (O2) O oxigênio existe em estado livre na atmosfera, da qual faz parte com aproximadamente 20% em volume, sendo o único elemento utilizado verdadeiramente pelo corpo humano, restando aos demais componentes as funções de diluí-lo e transportá-lo. É incolor, inodoro e insípido. É por si só suficiente para manter a vida se em concentração igual ou superior a 16% ao nível do mar, além disso, é usado, algumas vezes, em substituição ao ar como meio respiratório. Se respirado em pressões elevadas por tempo prolongado, torna-se tóxico, efeito que estudaremos mais tarde. Nada pode queimar sem oxigênio, mas ele sozinho não entra em combustão. 4.3.2-Nitrogênio (N2) No seu estado livre, corresponde a 79% em volume da atmosfera. Inodoro, incolor, insípido e inerte, isto é, não reage quimicamente, sendo incapaz de manter a combustão ou a vida. Sob altas pressões parciais, torna-se narcótico devido a suas propriedades anestésicas, além de aumentar consideravelmente a densidade da mistura respiratória, tornando pesada a respiração. 4.3.3-Hidrogênio (H2) É um gás mais leve e tão ativo que raramente é encontrado no seu estado livre. FIG. 4-1 ICESP 2017 21 Combinando-se na proporção de 2 para 1 com o oxigênio para formar a água. Essa reação é violenta e com grande liberação de calor, ocorrendo grandes explosões quando se misturam os dois gases em determinadas proporções. Têm sido conseguidas misturas adequadas ao mergulho profundo, mas as dificuldades em obtê-las com segurança, tem limitado as experiências. 4.3.4-Gás Carbônico (CO2) Nas concentrações comumente encontradas no ar (0,04%) é, como os anteriores, desprovido de odor, cor ou sabor. Entretanto, em concentrações mais altas, apresenta cheiro e sabor ácidos. Formado pela combinação de duas partes de oxigênio para uma de carbono, é o resultado da queima de matéria orgânica e da oxidação dos alimentos nos organismos vivos.Sua presença, na mistura respiratória do mergulhador, é totalmente indesejável, pois em grandes concentrações pode ser extremamente tóxico. 4.3.5-Monóxido de Carbono (CO) e Gás Sulfídrico (H2S) Resultantes respectivamente da combustão incompleta e da decomposição de matéria orgânica, são gases altamente tóxicos e instáveis. Reagindo com a hemoglobina do sangue, impedem a combinação desta com o oxigênio. 4.3.6-Vapor d'água O ar contém vapor d'água, que é considerado um gás, e é o responsável pela umidade no ar para mergulho. Em quantidade excessiva, pode provocar o embaçamento da lente, congelamento de redes e aumento da sensação de frio para o mergulhador. 4.4-C0NCENTRAÇÃO DOS COMPONENTES DA ATMOSFERA Para efeitos práticos, consideraremos a atmosfera composta de 20% de O2 e 80% de N2 em volume, embora se saiba que cerca de 1% corresponde a traços de outros gases. 4.5-UNIDADES DE MEDIDAS Dois sistemas de medida são comumente usados no mergulho: sistema métrico decimal (metro, quilograma, segundo); e sistema inglês (pé, libra, segundo). 4.5.1-Sistema Métrico Decimal Comprimento - metro (m) Área - metro quadrado (m 2 ) Volume - litro (l) ou metro cúbico (m 3 ) 1000 litros = 1m 3 Peso - quilograma (Kg) ou tonelada (T) 1000 Kg = 1T Densidade - Kg/l, Kg/m 3 ou T/m 3 Pressão - bar (bar) ou atmosfera (ATM) Cada 10 metros de água salgada exercem uma pressão igual a 1 bar = 1 ATM = 1 bar. 4.5.2-Sistema Inglês Comprimento - pé (ft) Área - pé quadrado (ft 2 ) Volume - pé cúbico (ft 3 ) ou galão (gal) Cada 33 ft de água salgada exerce uma pressão igual a 1 atmosfera (ATM). ICESP 2017 22 4.5.3-Dados práticos Densidade da água do mar - 1,03 Kg/l, 1,03 T/m 3 , 64,38 lb/ft 3 , 10,3 lb/gal. Densidade da água doce - 1,0 Kg/l, 1,0 T/m 3 , 62,50 lb/ft 3 , 10,0 lb/gal 1 bar é igual a 1 ATM 4.2.6-PRESSÃO A pressão pode ser definida como uma força ou peso agindo sobre uma determinada área. A pressão exercida pela atmosfera terrestre em qualquer parte da mesma é denominada PRESSÃO ATMOSFÉRICA (ATM). Ela dependerá da altitude e, ao nível do mar, tem o valor de 14,7 LPQ, que é o seu valor nominal. Na superfície estamos sujeitos exclusivamente a esta pressão. Quando mergulhamos, a pressão será resultante de dois fatores: O peso da coluna d'água sobre o mergulhador e O peso da atmosfera sobre a água. Todo mergulhador, em qualquer profundidade, deverá estar em equilíbrio com as forças reinantes no local. O organismo do mergulhador somente funcionará normalmente quando a diferença entre a sua pressão interna e externa for muito pequena. Existem três tipos de pressões envolvidas na atividade de mergulho: a)Pressão atmosférica É a pressão exercida pelo peso da massa de ar da superfície terrestre e atua em todas as direções. b)Pressão manométrica É a pressão exercida sobre um objeto deduzida a pressão atmosférica (14,7 psi). É a pressão obtida através da leitura dos manômetros. c)Pressão absoluta É a pressão resultante da soma da pressão manométrica com a pressão atmosférica nominal (14,7 psi). É expressa em termos de atmosfera absoluta (ATA). Ela pode ser calculada pelas seguintes fórmulas: Pressão absoluta = Profundidade em metros + 1 10 Pressão absoluta = Profundidade em pés + 33 33 A seguir são apresentadas as unidades de pressão mais comuns e suas equivalências. Kg/cm 2 ATM PSI Coluna d’água doce Milímetros de Mercúrio 1,033 1 14,7 Metros Pés 760 10,3 34,2 Para cálculos simplificados 1 1 15 10 33 760 ICESP 2017 23 4.7–TEMPERATURA A temperatura é medida em graus Centígrados ( O C) ou graus Fahrenheit ( O F). A escala Celsius foi criada no século XVIII pelo cientista sueco Anders Celsius. Ela é baseada no ponto de ebulição da água e no ponto de fusão do gelo, respectivamente, 100 O C e 0 O C. Atualmente é chamada de escala Centígrada. A escala Fahrenheit também foi criada no século passado pelo cientista Daniel Gabriel Fahrenheit. Foi originalmente baseada na temperatura do corpo humano, 100 O F, o, que se mostrou inadequado. Atualmente é definida a partir dos pontos de ebulição da água e fusão do gelo, 212 O F e 32 O F respectivamente. A fórmula abaixo permite a conversão entre as escalas Centígrada e Fahrenheit. C = ( o F - 32) 5 9 Para a realização de cálculos é necessária a utilização de uma escala absoluta de temperatura. Esta escala é medida a partir do zero absoluto, menor temperatura que pode ser alcançada, na qual não há nenhum movimento molecular. O seu valor é teórico, pois não pode ser obtido na prática, e corresponde a - 273 O C ou - 460 O F. Os graus absolutos na escala Centígrada são chamados de graus Kelvin ( O K) e os da escala Fahrenheit, graus Rankine ( O R). As conversões podem ser realizadas pelas seguintes fórmulas: temperatura absoluta ( O K) = temperatura ( O C) + 273 temperatura absoluta ( O R) = temperatura ( O F) + 460 A comparação entre as quatro escalas de temperaturas é mostrada na figura abaixo. 492oR FIG. 2-5 Pontos de ebulição da água e fusão do gelo nas escalas Fahrenheit, Centígrados, Kelvin e Rankine. 4.8-LEIS DOS GASES Os gases estão sujeitos a três fatores que estão intimamente relacionados entre si: temperatura, pressão e volume. O comportamento dos gases submetidos a diferentes pressões e temperaturas é explicado pela TEORIA DA ENERGIA CINÉTICA DOS GASES O termo cinética, que significa movimento, descreve efetivamente a condição normal de um gás, onde suas moléculas possuem sempre alta velocidade e colidem continuamente entre si, ICESP 2017 24 num movimento aleatório. A energia cinética depende de dois fatores: a velocidade que as moléculas se movem, função da temperatura, e da massa (peso) de cada gás. A uma determinada temperatura, as moléculas de um gás mais "pesado" movem-se mais lentamente que as de um gás mais "leve", mas as suas combinações de peso e velocidade se equivalem, resultando no mesmo nível de energia cinética ou força de impacto (pressão). A Teoria da Energia Cinética dos Gases estabelece que: "A energia cinética de todos os gases, a uma dada temperatura, é a mesma". Para qualquer gás, se o número de impactos ou a força de impacto variar, haverá alteração na pressão. Se a temperatura aumentar, haverá um incremento da velocidade das moléculas que resultarão em impactos de maior força e frequência, aumentando a pressão. Se a temperatura diminuir, os movimentos das moléculas serão mais lentos diminuindo a força e a frequência dos impactos, a pressão, consequentemente, será menor. A variação de volume também alterará a pressão. Reduzindo-se o volume, o número de impactos por unidade de área aumentará e, consequentemente, sua pressão será maior. Se aumentarmos o volume, o número de impactos por unidade de área diminuirá e, consequentemente, sua pressão também diminuirá. Como estabelecido pela Teoria de Energia Cinética dos Gases, a mudança em um dos fatores (pressão, temperatura ou volume) resultará em alterações nos outros fatores. Fig. 2-6 A energia cinética das moléculas dentro do recipiente (a) produz uma pressão constante em sua superfície interna. Quando o volume do recipiente é diminuido (b), o nº de moléculas por unidade volume (densidade) é aumentado com o consequente aumento da pressão. Com o aumento do nível de energia das moléculas, provocado pela presença de umafonte de calor, a pressão também aumentará (c). Obs: Quando empregamos as Leis dos Gases, todos os valores de pressão e temperatura deverão ser convertidos para valores absolutos e as demais unidades deverão estar no sistema métrico decimal ou Inglês de medidas. ICESP 2017 25 4.8.1-Lei de Boyle Se a temperatura permanecer constante, o volume de um gás variará inversamente com a pressão absoluta. Matematicamente: P x V = Cte. P -> pressão absoluta V -> volume Usaremos as ilustrações da figura 2-7 para caracterizar a Lei de Boyle. Como podemos observar, a variação de volume, de 1 para 1,5 litros, devido a mudança na profundidade de 20 para 10 metros, é muito menor do que a ocorrida entre os 10 metros e a superfície (aumento de 1,5 para 3 litros). O entendimento correto deste processo é muito importante para o mergulhador porque demonstra que as alterações de profundidades próximas à superfície podem ser mais perigosas que alterações equivalentes em maiores profundidades. Na verdade, a mudança de volume do gás na faixa dos 10 metros até a superfície, durante a fase de subida, é maior que a ocorrida, por exemplo, durante a subida da profundidade de 20 para 10 metros. Aos 20 metros -> P1 = 3 ATA -> P1 x V1 Aos 10 metros -> p2 = 2 ATA -> P2 x V2 Na superfície -> p3 = 1 ATA -> P3 x V3 ICESP 2017 26 Variação de volume: de 20 para 10 metros P1 x V1 = P2 x V2 3 V1 = 2 V2 V2 = 1,5V1 O volume aumentou 50% em relação ao volume inicial. a)Usando a lei de Boyle 1)Um balão a 50m de profundidade possui um volume de 1m 3 . Que volume terá a 30m? P x V = Cte. 50 m -> 6 bar x 1m 3 = 6bar m 3 30 m -> 4 bar x V2 = 6bar m 3 V2 = Cte P V2 = 6 m 3 4 V2 = 1,5 m 3 O balão terá o volume de 1,5m 3 2) Se o volume máximo do balão acima é 2,5 m 3 , em que profundidade ele explodirá? P2 x V2 = Cte 30m -> 4 bar x 1,5 m 3 = 6 bar m 3 P2 x V2 = P3 x V3 P3 = _6_ 2,5 Fig. 2-8 Um mergulhador, a 10 metros da profundidade com 6 litros de ar nos seus pulmões, terá que exalar para subir, porque... ...os seis litros “CRESCERÃO” para 12 na superfície e os pulmões não resistirão, explodindo. ICESP 2017 27 P3 = 2,4 bar -> 1 bar = 10m de coluna d'água, logo: (2,4 bar - 1 bar) x 10 = 14m O balão explodirá a uma profundidade inferior a 14 metros. b) Lei de Charles "A pressão absoluta e o volume de um gás variam, cada um, diretamente com sua temperatura absoluta" Matematicamente: P1 = P2 = P3 = Cte. T1 T2 T3 V1 = V2 = V3 = Cte. T1 T2 T3 A figura abaixo ilustra esta lei. FIG. 2-9 1 Kg/Cm 2 = 2 Kg/Cm 2 = 3Kg/Cm 2 100 O K 200 O K 300 O K 1 litro = 2 litros = 3 litros 100 O K 200 O K 300 O K c)Lei de Dalton ou Lei das Pressões Parciais A figura 2-10 representa a pesagem de 10 Kg de mistura de feijões com 79% de grãos brancos (fb), 20% de grãos pretos (fp) e 1% de feijões amarelos (fa). Chamamos de "peso parcial", o peso de cada tipo de feijão isoladamente. ICESP 2017 28 Fig. 2-10 c) Lei de Henry " A quantidade de gás que se dissolve em um líquido é praticamente proporcional a pressão parcial que este gás exerce contra a superfície do líquido, mantida constante a temperatura ". Em outras palavras, se a pressão parcial do gás inerte respirado pelo mergulhador dobrar, a quantidade de gás inerte dissolvida nos tecidos do seu corpo praticamente dobrará e a descompressão será mais longa. A pressão parcial do gás inerte variará com a profundidade e com a porcentagem deste gás na mistura respiratória. No mergulho a ar, a porcentagem do gás inerte mantém-se constante e a descompressão dependera da profundidade e do tempo total de fundo. No mergulho com misturas diferentes do ar, além da profundidade, a mistura gasosa será considerada para o cálculo da descompressão. A Lei de Henry é aplicada a uma temperatura constante. Se a temperatura diminuir durante o mergulho, a capacidade dos tecidos do corpo em absorver o gás inerte aumentará. 5ª Aula: CAPÍTULO 5 Acidentes Hiperbáricos (13:00 as 14:00) – TE Lacerda. 1. Acidente Hiperbárico 2. Elementos do Acidente Ação / Omissão Nexo Causal Resultado 3. Acidentes Hiperbáricos ocorridos no Brasil e no Mundo. ICESP 2017 29 6ª Aula: CAPÍTULO 6 Cuidados de Enfermagem Hiperbárica (14:00 às 16:00) – Enfermeira Elizete 2. DEFINIÇÃO: 1. A Enfermagem, segundo Wanda Horta, é a ciência de assistir o ser humano em suas necessidades básicas e torná-lo independente destas quando for possível através do autocuidado. Dessa forma, o acolhimento do paciente ao dar entrada na clínica ou serviço hiperbárico deverá ser realizado dentro desse conceito; 2. Os cuidados de enfermagem hiperbárica são prestados desde a chegada do paciente ao serviço para tratamento até a sua saída. Portanto, podem ser classificados em: Pré-OHB que são os cuidados prestados ao paciente antes de entrar na câmara hiperbárica para efetivo tratamento, trans-OHB referentes aos cuidados prestados ao paciente durante toda a sua sessão de tratamento, ou seja, desde o momento em que se iniciou a pressurização até o final da despressurização e pós-OHB que se referem aos cuidados prestados ao paciente imediatamente após a sessão de tratamento até a sua saída da instituição; 3. Essa assistência é realizada pelos técnicos de enfermagem operadores de câmaras hiperbáricas, guias interno (GI) e externo (GE), responsáveis pelos controles interno e externo da câmara hiperbárica para a realização da sessão de tratamento, sob a supervisão do enfermeiro. 3. FINALIDADE/OBJETIVOS: 1. Prestar os cuidados de enfermagem hiperbárica pré, trans e pós-oxigenoterapia hiperbárica; 2. Prestar cuidado de enfermagem hiperbárica humanizado, seguro, holístico e eficiente no ambiente hiperbárico; e 3. Os cuidados de enfermagem necessários em uma unidade hiperbárica são aqueles realizados pela equipe de enfermagem, visando conforto, segurança e prevenção de acidentes; detecção precoce de possíveis intercorrências para intervenções imediatas, a partir de avaliação geral do paciente e maior interação paciente-equipe. 4. INDICAÇÃO: 1. Atendimento de enfermagem a pacientes hiperbáricos na clínica ou serviço hiperbárico; 2. Aplicação dos fundamentos da Enfermagem hiperbárica na clínica ou serviço hiperbárico. 5. CONTRAINDICAÇÃO: 1. Quando não houver indicação para o atendimento hiperbárico, determinado pelo médico hiperbaricista e verificado pelo enfermeiro (a) hiperbarista. 5. RESPONSABILIDADE: 5.1. Enfermeiro (a) Hiperbaricista; e 5.2. Técnico (a) de Enfermagem Hiperbaricista. 6. RISCO/PONTO CRÍTICO: 1. Equipe de Enfermagem inexperiente e sem treinamento para esse tipo de evento; e 2. Equipe de enfermagem omissa as participações de treinamento hiperbárico e desinteresse em desenvolver novas habilidades no campo da terapia hiperbárica; 3. Ausência de apoio institucional da clínica ou serviço hiperbárico para padronização e efetividade do referido POP. 7. RECURSOS MATERIAIS: 8. ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM: 1. Cumprir todos os POPs da clínica ou serviço hiperbárico; 2. Apresentar com cordialidade para o paciente dizendo o seu nome e a sua função; e 3. Executar os cuidados pré, trans e pós-OHB de forma segura, humana e eficiente. 9. DESCRIÇÃO DA TÉCNICA OU ROTINA; A) – Cuidados de Enfermagem Pré-OHB: ICESP 2017 30 1. Os cuidados de enfermagem
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