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Resumo fungos dermatófitos

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1 
 
Dermatófitos 
→ Os dermatófitos constituiem um grupo de fungos capazes de usar a queratina como nutrientes 
(queratinofílico), através da enzima queratinase, que hidrolisam a queratina, ou seja, quebra as 
pontes dissulfeto (ligações S-S) responsáveis pela forma tridimensional da molécula e responsáveis 
pela sua resistência a maioria dos microorganismos. 
→ Por isso, são encontrados parasitando tecidos queratinizados como o extrato córneo da pele, 
pelo e unhas. Dessa forma, os dermatófitos infectam somente os tecidos superficiais, não tendo 
poder invasor. Ao contato com pele, o dermatófito penetra no extrato córneo e se desenvolve de 
maneira centrífuga e logo, a partir do ponto de infecção inicial o fungo cresce em todos os sentidos. 
→ A reação inflamatória que se segue ocorre devido a metabólitos tóxicos produzidos pelo fungo, 
substâncias irritantes que levam a uma reação defensiva do organismo animal. O fungo não 
sobrevive em áreas inflamadas, como em decorrência de infecções secundárias por bactérias. Isso 
ocorre devido ao pH ácido, que afugenta o fungo e este se afasta, aumentando a lesão. A não 
produção dessas substâncias irritantes leva a ausência de reação inflamatória e o fungo permanece 
indefinidamente na pele da espécie animal sem produzir lesão aparente. 
→ O fungo pode também penetrar no pelo e alcançar o bulbo do folículo piloso, usando a queratina 
do pelo até que seja degradado. Por isso, em muitas lesões onde ocorre esses fungos a região está 
ausente de pelos. 
→ São divididos em três grandes grupos de acordo com o lugar/espécie em que se encontram: 
 DERMATÓFITOS ANTROPOFÍLICOS: Trichophyton rubrum; T. tonsurans; T. violaceum; T. 
mentagrophytes var. lanosa 
 DERMATÓFITOS ZOOFÍLICOS: Microsporum canis; Trichophyton mentagrophytes var. 
granulosa; T. equinum; T. verrucosum 
 DERMATÓFITOS GEOFÍLICOS: Microsporum gypseum; M. nanum; M. cookei; Trichophyton 
terrestre. Usam a queratina que cai no solo. 
→ Por vezes a infecção em um hospedeiro que não a espécie comum do fungo, pode ocorrer reações 
inflamatórias neste onde antes não ocorria na espécie específicas. A adaptação a espécies 
específicas pode estar relacionada com as diferenças entre a constituição química das diversas 
queratinas que pode variar entre as espécies animais. 
→ O estabelecimento da dermatofitose se dá basicamente pela alternância entre artroconídios 
(que significa “fragmentação da hifa”) e hifas. O artroconídio (estrutura formadora de colônias) 
forma hifas, estas (estruturas vegetativas filamentosas) competem com a microbiota natural da pele 
e vencem o filme de gordura que ocorre sobre a camada córnea, entrando em contato com a 
queratina do extrato córneo. A utilização da queratina leva a um crescimento longitudinal onde cada 
hifa (que faz metabolismo) se segmenta e produz vários conídios e cada um produz uma nova hifa. 
Esse crescimento leva a intensa produção de queratinases com consequente hidrólise da queratina 
e produção de metabólitos e produtos de excreção, os quais podem ter ação irritante, alergênica e 
tóxica, levando a inflamação local. As células do sistema imune produzidas em decorrência a essas 
substâncias são inúteis contra o fungo, uma vez que são produzidas mais profundamente no tecido, 
onde o fungo não cresce. Dessa forma, as células do sistema imune não alcançam o fungo. Este pode 
2 
 
também alcançar o pelo através de um elemento de perfuração do pelo, causando dois tipos de 
lesões neste: 
 Ectotrix (ecto=fora; trix=pelo): quando ocorre artroconídios externo ao pelo. 
 Endotrix (endo: dentro; trix=pelo): as vezes, artroconídios externo formam hifas especiais 
que alcançam o bulbo, formando novos conídios no interior do pelo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Dermatofitoses humanas são comumente chamadas de Tineas (ex: Tinea cruris, Tinea corporalis, 
Tinea pedis, Tinea barbae) e dermatofitoses que afetam animais são chamadas de Tinhas. 
→ As lesões por dermatófitos é no geral circular com alopecia, bordas elevadas e inflamadas e região 
central sem com descamação ou crostas. 
→ Existem dois Gêneros principais de importância médica veterinária: Microsporum e Trichosphyton 
(quando fazem o ciclo anamorfo ou assexuado). Este último pode apresentar hifas que se 
fragmentam em forma de candelabro, em espiral. O nome para os gêneros que fazem ciclo 
telemorfo ou sexual se dá por Artrhoderma. Quando usa-se um meio de cultura rico em nutrientes 
ocorre o ciclo anamorfo, já em meio de cultura pobre, ciclo telemorfo. A espécies incluem: 
o Dermatofitose em cães e gatos: 
 Microsporum canis: afeta cães e gatos (está presenta em 30% dos gatos sadios sem 
necessariamente produzir reações inflamatórias). Infecta o homem quando este entra em 
contato com o animal infectado. Produz lesão ectotrix. Colônias: planas, amareladas na 
borda e algodonosas; Microscopia: macroconídios fusiformes, ou “em forma de canoa” com 
septação evidente, membrana lisa e larga. Os microconídios são piriformes e em pequeno 
número. O microconídio nasce por brotamento a partir da hifa. 
 Microsporum gypseum: apesar de ser do tipo geofílico, pode infectar animais, 
principalmente cães e gatos, formando lesão com crostas e isoladas. O solo é a fonte mais 
comum de infecção e, por isso, animais infectados com esse fungo provavelmente esteve 
em contato com a terra. Produz lesão ectotrix. Colônias: planas, cor creme com centro mais 
3 
 
claro, aspecto pulvurulento; Microscopia: macroconídios de parede fina e septação pouco 
evidente, fusiforme e com membrana irregular. Os microconídios são abundantes. 
o Dermatofitose em suíno: 
 Microsporum nanum: infecta preferencialmente suínos. A lesões são acompanhadas de um 
revestimento escamoso e pouca queda de pelo. Essa dermatofitose é autolimitada e após 
algumas semanas pode ocorrer autocura. Produz lesão ectotrix. Colônias: aspecto 
pulvurulento; Microscopia: macroconídios piriformes pequenos em forma de “raquete” ou 
“balãozinho”. Microconídios são em pequeno número. Afeta principalmente porcas 
gestantes, as quais possuem debilidade imunilógica e produzem hormônios que estimulam 
o crescimento do fungo. 
o Dermatofitose em equino: 
 Trychosphyton equinum: é frequente em cavalos profipalmente pela utilização do ácido 
nicotínico. 
o Dematofitose em bovino 
 Trychosphyton verrucosum: tem preferência por bovinos. Colônias: algodonosa baixa e 
pulvurulenta, brancas ou creme. Microscopia: não produz nem micro nem macroconídios. 
Ocorre um micélio constituído por cadeias de elementos globosos, os clamidoconídios 
(forma de resistência). 
o Outras espécies: 
 Trychosphyton rubrum: comum no homem e pouco frequente nos animais. Produz um 
pigmento avermelhado que deixa a colônia de cor avermelhada. Microscopia: macroconídio 
alongado ou em forma de “charuto” com paredes finas. Os microconídios estão dispostos 
em cachos ao longo das hifas. Colônia: algodonosa, centro branco, tornando-s 
gradativamente avermelhado. Não perfura o pelo humano. 
 Trychosphyton mentagrophytes: descrita em todos os animais. Colônia: algodonosa baixa. 
Microscopia: macroconídios em forma de charuto com parede fina e lisa. Produz hifas em 
forma de espiral. Gera onicomicose (micose da unha). Para sua identificação é preciso usar 
testes bioquímicos. 
 Trychosphyton terrestre: são comuns do solo. Colônia: algodonosa baixa. Deve-se usar 
testes bioquímicos para identificação. 
→ O diagnóstico se dá por exames clínicos e laboratoriais. O exame clínico leva em consideração o 
aspecto da lesão (descrita anteriormente) e pode ser feito com a utilização da lâmpada de Wood, 
que emite luz ultravioleta de comprimento de onda longo(365 nm). Lesões causadas por algumas 
espécies de fungos podem conter compostos que emitem fluorescência quando irradiados com luz 
ultravioleta específica, devido ao fato desses fungos metabolizarem o triptofano presente nos pelos. 
Esse tipo de exame, porém, deve ser considerado apenas como auxiliar, não tendo valor 
diagnóstico, uma vez que pode ocorrer falsos negativos e falsos positivos (ex: substancias 
fluorescentes presentes em sabões, xampus, e outros produtos químicos). 
→ O material a ser obtido para ser enviado ao laboratório deve vir da borda da lesão (área da 
expansão da lesão). Pelos que se mostrarem fluorescentes podem ser arrancados, ou aqueles que 
forem quebradiços ou defeituosos. Pode-se colher material descamativo ou crostas. O material 
obtido pode ser embrulhado em papel esterilizado, eliminando a umidade, evitando o crescimento 
do fungo durante o transporte que pode ser feito até mesmo pelos correios (Nesse caso não 
necessita de refrigeração). O material pode ser acondicionado em tubos d ensaio, placas de ptri, 
4 
 
sacos plásticos, frascos de vidro com tampa (nesses casos há necessidade de refrigeração para evitar 
a proliferação de bactérias). Materiais que podem ser utilizados para diagnóstico: 
 Raspados e avulsão de pelos das bordas das lesões; 
 Retiradas de crostas; 
 Descamações; 
 Raspados de material de aspecto esponjoso de unhas; 
 Fragmento de unha, casco, chifre da área afetada. 
→ No laboratório, com o raspado deve ser feito o exame microscópico direto e isolamento do 
agente para posterior reconhecimento. Se o material for constituído de crostas, deve ser 
previamente triturado. Colocar solução clarificante e adicionar o raspado contendo pelos sobre o 
clarificante (Hidróxido de sódio (10 a 30%), Hidróxido de potássio (10 a 15%)) ou Calcofluor (corante 
fluorescente). Usa-se corante azul de algodão. Pode-se observar hifas (não tem muita significação, 
uma vez que fungos saprófitas normalmente estão presentes na pele normal e suas hifas podem ser 
iguais a dos dermatófitos) e artroconídios (sua observação – no pelo principalmente - é 
indispensável uma vez que somente os fungos patogênicos parasitam pelos in vivo). O artroconídio 
é um elemento de fragmentação e só dermatófito o produz na pele. Ainda assim, desse-se fazer o 
cultivo do material em meios seletivos (Ágar Seletivo Para Fungo Patogênico, Ágar Mycosel) com 
finalidade de isolar o agente etiológico e propiciar sua identificação a nível de espécie. Nestes meios 
adiciona-se cloranfenicol para evitar o crescimento de bactérias. 
→ É importante observar que no meio de cultura ocorre a formação de macro e microconídio (não 
utilizado para diagnostico). Já na pele, durante a infecção natural ocorre hifa e artroconídio. 
→ TESTES LABORATORIAIS PARA IDENTIFICAÇÃO DE Trichophyton spp 
 Crescimento em ágar caseína púrpura-bromocresol glicose. 
 Urease; 
 Perfuração do pelo humano in vitro; 
 Crescimento a 37°C; 
 Crescimento em ágar Trichophyton de 1 a 7 (ex: para T. equinum, o fungo pode ou não 
crescer no tubo 1, não cresce no 2, 3 e 4, cresce bem no tubo 5, e não cresce no tube 6 e no 
7. 
→ TESTES LABORATORIAIS PARA IDENTIFICAÇÃO DE Microsporum spp 
 Urease; 
 Perfuração do pelo humano in vitro 
 Produção de conídios em ágar arroz; 
 Tolarência ao fungicida Benomyl. 
→ O método de perfuração do pelo in vivo é uma técnica que possibilita a diferenciação entre T. 
mentagrophytes e T. rubrum. O primeiro produz órgãos perfuradores que penetram no pelo 
enquanto que o T. rubrum não os produz. 
→ A espécie Epidermophyton floccosum infecta o homem e produz o chamado “pé de atleta”. A 
colônia é algodonosa e os macroconídios ocorrem de dois em dois. 
 
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Microsporum canis Microsporum gypseum Microsporum nanum 
 
 
 
 
Trychosphyton rubrum Trychosphyton mentagrophytes Trychosphyton verrucosum 
 
 
 
 
Trychosphyton terrestre Epidermophyton floccosum

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