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A importância do estudo da história

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FUNDAMENTOS HISTORICOS DO DIREITO
 A importância do estudo da história 
 
 A função da história do direito é apresentar o rol de fatos que contribuíram para a construção do atual estágio do direito e, por consequência, da sociedade. Essa realidade fica clara na opinião de Ulpiano ao apregoar (anunciar em voz alta, tornar de conhecimento público; publicar, divulgar) que “ubi homo ibi societas; ubi societas, ibi jus” Ou seja: onde está o Homem, há sociedade; onde há sociedade há direito.. Para Álvaro Ribeiro, “A história, porém, não é só feita sobre documentos, que citam pessoas, relatam factos, designam lugares e anotam datas, mas também pela investigação do pensamento consciente e inconsciente, embora silenciado, que preside à evolução da humanidade”.
  Ao estudarmos a história aprendemos os conceitos de nossa tradição e conseguimos visualizar a motivação dos costumes e fatos que corroboraram com a nossa atual fase de desenvolvimento. A história deve ser considerada uma ciência que tem por escopo a análise técnica dos elementos que compões os fatos do passado. Partido dessa exigência, conseguiremos tecer uma descrição objetiva dos fatos que colaboraram para o atual estádio do conhecimento jurídico. Segundo Trindade “a história possibilita ao homem, através do relato do passado, a criação de perspectivas para o futuro”.
 A história enquanto relato do passado passou por uma mudança qualitativa. Tal  mudança decorre da inclusão de novas ciências e ou técnicas científicas que possibilitam a realização de investigações mais profundas. Isso permite, por exemplo, a determinação  de datas ou causas de certos eventos antes imperceptíveis. Para Lopes, também a pesquisa histórica foi revolucionada nos últimos tempos. Uma história nova, uma história material, uma história das mentalidades e uma espécie de arqueologia do cotidiano esquecido geraram novos objetos de investigação. Trata-se de uma combinação de história de eventos e de estruturas: a história da longa duração e das estruturas, associada... à história das práticas cotidianas, do imaginário social, das mentalidades etc. na tradição aberta pela escola francesa dos Annales.
 A história do direito pode ser identificada com a parte da história que estuda fatos relevantes para a construção do conhecimento jurídico. Tal conceito pode ser considerado reducionista, pois todos os fatos que são observados pela sociedade tem reflexo na possibilidade do controle social. De tal modo, todo o fato que ocorreu no passado corroborou com a construção da atual sociedade: objeto do controle jurídico. Tem-se como de inegável importância a inclusão dos conteúdos de história do direito na formação jurídica como condição de nortear o estudante sobre os aspectos que serviram de caminho para o sistema jurídico atingir as atuais características. Nesse sentido, para Lopes, “a história do direito volta a ter um lugar nos cursos jurídicos depois de várias décadas de abandono. A razão de ser deste interesse renovado crio que vem da situação de mudanças sociais pelas quais passa a nossa sociedade neste início de século 5 “. Para Azevedo (2007) que se possa compreender todo o envolvimento dos fatos que envolvem o estado e o indivíduo não é possível atermos apenas ao momento em que o ato ocorreu tampouco ao dispositivo que o regulamenta ou sanciona. O ato deve ser analisado em toda sua extensão sob uma visão ampla e crítica, pois o direito não é um sistema estático. 
  A história do direito é de suma importância pois tem por função, fornecer ao direito atual a compreensão dos fenômenos de mutação social, política, econômica e cultural que conduzem a conduta humana, esclarecendo dúvidas, afastando imprecisões e levantado a verdadeira estrutura do ordenamento até alcançar a razão de ser de seu significado e conteúdo. 
 Tamanha a importância da história, que seu conteúdo foi contemplado no At. 5, I, da Resolução 09/2004 da Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação como oferta obrigatória para os cursos de direito sendo inserido no Eixo de Formação Fundamental. Tal exigência foi inserida em decorrência da necessária formação de base para que os acadêmicos, pois precisam ter uma formação interdisciplinar que permita uma visão holística sobre os conhecimentos jurídicos. Diferentes destinatários dos estudos histórico-jurídicos:
 Há de se verificar que a história, é a ciência mais antiga estudada pelo ser humano, por questões de interesse evolucionário, quanto para o desenvolvimento da sociedade, simplificada pela sua arte e fácil identificação. Talvez por esse motivo, seja a história um gênero tão popular, que prende o público em geral. Tal ciência compreende melhor o que visa, para que serve, e o que diz do que qualquer outra das ciências sociais, cuja linguagem se tornou inevitavelmente mais técnica, e, por isso, mais hermética. Seja por quer, na verdade, as angústias decorrentes da evidencia, ate então pouco descobertas, de que vai traçando uma construção circular e autopoiética em todos os cursos, em especial a historia do direito. Sabe-se muito pouco da origem exata do direito, pois esta se confunde com a origem a sociedade, casando assim a necessidade do uso da história para auxiliar na busca clara dessa resposta. 
 O objeto da história é sempre captado pela luz do meio em que é construído e pelas lentes do observador, já que se verifica uma construção social de toda a realidade, em especial a realidade social.7  Deve os historiadores serem neutros e imparciais na busca da verdade sobre determinados fatos estudados. São pessoas de bom senso, e isso deve prevalecer, uma vez que, contaminando o passado com os toques do nosso presente e que nutrimos o futuro. Deve-se buscar a verdade sempre, independente da verdade imaculada na questão. 
 Ao realizar os estudos científicos de fatos da historia, deve-se ter cautela com as palavras, pois as mesmas fazem tropeçar as ideias, uma vez que enrolamos nelas os sentimentos e emoções. Para o estudo da história do direito, deve-se ter um respaldo científico ou filosófico com amparo historiográfico, utilizando uma metodologia historiográfica. Deve o historiador ter um domínio muito particular, exigindo conhecimentos científicos aparentemente fáceis de incorporar, com uma boa cultura geral e uma bagagem histórica, política e filosófica de nível, mas bem rigoroso, traiçoeiros, e com uma boa e solida formação jurídica.  Cuidados e deve ter os historiados juristas  a contarem, de modo ingênuo, a evolução do direito, sem utilizar as técnicas e métodos dos historiadores, e prescindido do seu olhar critico e englobante. Obviamente o erro comum seria o desentranhar a história do direito da História em geral.

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