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CCJ0043-WL-B-AMMA-15-John Rawls e Dworkin

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NOME DA DISCIPLINA 
AULA 1 
1 
CURSO DE DIREITO 
NOME DA DISCIPLINA 
Ronald Dworkin: a questão dos princípios 
Caso concreto da aula: 
Caso 1 – Os princípios 
1 – Como Ronald Dworkin propõe uma distinção entre 
princípios e política? 
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Ronald Dworkin: a questão dos princípios 
Caso 2 – Aborto de fetos anencéfalos: relator quer ir ao 
STF em junho (Extraído de: OAB - Rio de Janeiro - 19 de Abril de 2009) 
 
Com base nas ideias de Ronald Dworkin, elabore uma 
pesquisa sobre o caso acima mencionado e a decisão do 
STF a respeito, argumentando a partir da lógica do autor 
mencionado. 
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Ronald Dworkin: a questão dos princípios 
Ronald Dworkin é um filósofo do Direito norte-americano, 
professor de Teoria Geral do Direito que pretende elaborar 
uma interpretação dos princípios e direitos fundamentais 
como uma tentativa de construir uma teoria geral do direito 
de orientação construtivista. 
Esteautor elaborou uma crítica ao direito na visão 
construída pelo positivismo, segundo a qual o direito poderia 
ser compreendido fora do horizonte da moralidade. Assim, 
observou ser impossível determinar o que é o direito, sem 
recorrer a considerações morais e políticas. 
Vamos conhecê-lo? 
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Obras: 
Levando os direitos a sério (1977) 
O império do direito (1986) 
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Ronald Dworkin afirma que a tese positivista promoveu uma 
separação entre fatos e valores. Uma visão equivocada do 
direito. Nesse sentido, sustentou que as decisões judiciais 
adequadas devem se basear na melhor interpretação moral 
das práticas em vigor na sociedade (DALL’AGNOL, 2005). 
Para este filósofo do direito, na prática dos tribunais a 
distinção entre direito e moral não é clara como sustentam os 
positivistas. A moral intervém no direito (CALSAMIGLIA, 
1984) 
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Positivismo jurídico deve ser entendido como a corrente 
que entende ser o Direito restrito às normas positivadas 
e, juspositivismo como a doutrina que prega a 
formalização do Direito em um sistema fechado e 
hierárquico das normas produzidas de acordo com o 
processo legislativo (FARIA, 2007, p. 33). 
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Como defensor de um liberalismo político, Dworkin associou 
à teoria do direito uma teoria da justiça em que as decisões 
devem se basear na tese segundo a qual todas as pessoas 
são iguais enquanto pertencem ao gênero humano, 
independente das diferenças sociais, econômicas e estilos de 
vida. Com Rawls, observou que todos devem ser tratados 
com igual consideração e procurou caminhos para 
compatibilizar igualdade e liberdade (DALL’AGNOL, 2005). 
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Dworkin procura mostrar que liberdade e igualdade se 
complementam e, em seu modo de conceber a igualdade, a 
coloca como fundamento do liberalismo. É, nesse ponto, que 
alguns autores o consideram um teórico do igualitarismo 
liberal(DALL’AGNOL, 2005). 
Relembrando: 
Kant – A liberdade tem prioridade e figura como fundamento das ações 
políticas e jurídicas. 
Aristóteles/Mill – a igualdade é a base da justiça. 
Rawls – a liberdade é princípio mais importante. 
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Qual a noção de igualdade relevante para a sua 
compreensão do Direito? 
Dworkin não concordou com a prioridade do princípio da 
liberdade em Rawls e defende que o que fundamenta o 
princípio da justiça é o direito originário de cada um de ser 
respeitado e considerado de modo igualitário. Portanto 
defende que a igualdade é o que confere legitimidade ao 
princípio da justiça (DALL’AGNOL, 2005). 
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Afirma, ainda, que os direitos individuais encontram 
legitimidade se forem concebidos como necessários à 
proteção da igualdade. E neste ponto subordina os direitos 
individuais à concepção de igualdade de respeito e 
consideração. 
O fato é que este autor nega a possibilidade de conflito entre 
direitos individuais e bem-estar social e, neste entendimento, 
se afigura a sua crítica ao pensamento do utilitarismo em 
que o bem-estar de um indivíduo não poderá ultrapassar o 
bem-estar geral. 
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Vamos pensar num exemplo? 
Imagine um grupo de pessoas que decidem criar uma 
sociedade para praticar esportes. Criam a sociedade, seu 
estatuto e estabelecem que as decisões devem resultar do 
acordo da maioria. Assim, decidem por unanimidade 
construir uma quadra de tênis e, em seguida decidem por 
maioria que um dos associados, do sexo feminino, não 
poderá jogar porque não querem mulheres na quadra de 
tênis. A regra estabelecida pela maioria é justa? Se for 
aceita, que sentido terá o princípio da igualdade? 
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Na visão de Dworkin, uma teoria que leve os direitos a sério 
não considerará este acordo válido porque a pessoa 
discriminada tem um direito individual que deverá prevalecer 
frente aos interesses da maioria. O direito a não ser 
discriminado adquire relevância frente aos bens coletivos e 
somente será um autêntico direito se pode vencer a maioria 
(CALSAMIGLIA, 1984, p. 18). 
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Os utilitaristas refutam a tese segundo a qual haveria uma 
primazia dos direitos individuais sobre o bem comum, pois 
focalizaram a maximização da felicidade geral. Tese 
descartada por Dworkin. 
Mas o que ele compreendeu por igualdade? 
Para Dworkin, igualdade é a base de sustentação da noção 
de direitos individuais. Por isso, por igualdade política 
encontramos um modo de tratar os cidadãos, ou seja, 
mostrar a mesma consideração e respeito a todos. 
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É nesse contexto que afirma na obra Levando os direitos a 
sério (Taking rights seriously) que a igualdade é a premissa 
básica da sua filosofia política. Compreendendo igualdade 
como igualdade de consideração e respeito recíprocos e a 
partir deste direito justifica os direitos legislativos, 
econômicos e políticos. Observe-se que Dworkin não nega a 
liberdade, mas a considera um direito derivado do direito de 
igualdade. 
Uma democracia representa um modo igualitário de decidir e, nesse 
horizonte, os direitos políticos são justificados a partir da igualdade 
 materializada nas decisões democráticas. 
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Por que afirmou que o direito se assemelha à arte? 
Para Dworkin, a semelhança está no fato de que o direito não 
é uma ciência exata, não decorre da interpretação da letra da 
lei, mas de sua compreensão à luz de princípios 
fundamentais. 
O direito se caracteriza por ser uma atividade interpretativa 
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Dworkin observa que não existe no mundo jurídico uma 
resposta exata para as questões controvertidas e casos 
difíceis. 
 Caso controvertido seria aquele em que não há argumentos 
 absolutos e finais para uma decisão em quehá mais de um 
princípio válido que poderia ser invocado. Ou poderá ocorrer a 
 ausência de princípios válidos para o caso. 
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Vamos ver mais um exemplo? 
Imagine-se vivendo em um país em que a Constituição 
garanta direitos básicos incluindo a proteção às mais 
diferentes formas de ação autônoma. Num dos Estados 
integrantes desse país emite-se uma lei segundo a qual a 
vida é sagrada, proibindo-se o aborto, salvo nas hipóteses 
para salvar a vida da gestante. 
Pergunta-se: esta lei poderia ser declarada inconstitucional? 
Há uma garantia constitucional para as ações autônomas, 
logo fere o direito da mulher de livremente decidir sobre 
questões que afetam diretamente o seu corpo. 
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Esta lei não estaria ferindo a autonomia concedida pela 
Constituição? Como um Juiz desse Estado poderia decidir 
na hipótese de uma cidadã solicitar autorização para o 
aborto, fundamentando seu pedido em princípios 
constitucionais e argumentando que o feto é portador de 
doença gravíssima. 
O direito a escolha autônoma 
 X 
 o direito à vida do feto 
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Para Dworkin, a essência do direito depende de uma 
hermenêutica. As leis são vagas e sempre haverá espaço 
para livre interpretação. 
Como se decide uma questão controvertida? 
Direito é um fenômeno político 
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Normas, diretrizes e princípios: 
A crítica de Dworkin ao positivismo se fundamenta na 
distinção entre normas, diretrizes e princípios. O 
positivismo é normativo e se limita às normas. 
Diretrizes = são objetivos sociais que devem ser alcançados e que 
são considerados socialmente benéficos. 
Princípios = fazem referência à justiça e à equidade. 
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No que se refere às normas, são aplicáveis ou não. Os 
princípios oferecem razões para decidir num determinado 
sentido. Estes fornecem um conteúdo às normas de maneira 
que a sua literalidade poderá ser desatendida quando violar 
um princípio que, no caso específico, se considera como 
importante. 
Dworkin observa um raciocínio jurídico (moral) que invoca e 
utiliza princípios (morais). E assim assinala quea 
experiência jurídica constituída por normas, diretrizes e 
princípios é suficiente para dar uma resposta adequada a um 
caso difícil (FARIA, 2009). 
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Dworkin utiliza-se do termo princípio para indicar o conjunto 
de padrões que não são regras, e, por vezes, faz uma 
distinção entre princípios e políticas (FARIA, 2007, p. 33). 
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Denomino ‘política’ aquele tipo de padrão que estabelece um objetivo a 
ser alcançado, em geral uma melhoria em algum aspecto econômico, 
político ou social da comunidade [...] 
Denomino ‘princípio’ um padrão que deve ser observado, não porque vá 
promover ou assegurar uma situação econômica, política ou social 
considerada desejável, mas porque é uma exigência de justiça ou 
equidade ou alguma outra dimensão da moralidade. 
Os argumentos de princípio são argumentos destinados a estabelecer um 
direito individual; os argumentos de política são argumentos destinados a 
estabelecer um objetivo coletivo. Os princípios são proposições que 
descrevem direitos; as políticas são proposições que descrevem objetos” 
(DWORKIN, 2007, p. 36 ) 
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A aplicação de tais princípios não é automática, exige o 
raciocínio jurídico integrado em uma teoria coerente, 
construída para que possa oferecer uma resposta correta. 
Assim, sustenta quena hipótese de lacunas ou 
contradições, o juiz não tem liberdade porque está sendo 
determinado por princípios que não se confundem com 
pseudo regras. 
Para ele, a discricionariedade comprometeria os direitos 
individuais (CALSAMIGLIA, 1984). 
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ATENÇÃO 
Segundo Renato L. M. de Faria, em nosso país os princípios 
fazem parte do ordenamento jurídico e estão submetidos 
axiologicamente à sociedade política, o que dá maior força 
ao argumento de Dworkin (2009, p 34). 
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A distinção entre os princípios e regras é de natureza lógica. 
As regras são aplicáveis ou não. São válidas ou não. Os 
princípios, como são uma aproximação entre o direito e a 
moral, teriam lugar na resolução dos casos difíceis (FARIA, 
2009, p. 35) 
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Qual seria a função da teoria do direito para Dworkin? 
A função de reduzir a incerteza do direito. Teria, assim, um 
aspecto descritivo e prescritivo, não apenas vinculado ao 
conhecimento do que é o direito, mas para auxiliar o juiz. 
Nas hipóteses de casos difíceis permite que o juiz decida 
com fundamento racional. A teoria se afigura como 
fundamento de validade das teses de uma resposta correta a 
um caso. 
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Por isso, Dworkin retomou os casos difíceis para mostrar 
que sua teoria é capaz de justificar e explicar tais situações, 
afastando-se da tese de Hart da discricionariedade do juiz. 
Dworkin entende que os juízes não estão legitimados a 
legislar nos casos difíceis. Deve-se exigir que busquem 
critérios a partir de teorias que justifiquem a decisão. Devem 
recorrer aos princípios ( sem considerar uma hierarquia entre 
eles). Sendo certo dizer que são princípios dinâmicos, 
mudam com grande rapidez (CALSAMIGLIA, 1984). 
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Como observa Calsamiglia (1984, p.17) no prólogo da obra 
de Dworkin, “A garantia dos direitos individuais é a função 
mais importante do sistema jurídico. O direito não é nada 
além de um dispositivo que tem como finalidade garantir os 
direitos dos indivíduos frente às agressões da maioria e do 
governo”. 
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O que Dworkin sugere quando há conflitos entre 
princípios? 
Dworkin reconhece a possibilidade de conflitos em 
sociedades pluralistas, mas sustenta que em tais hipóteses 
não se deve deixar ao arbítrio de um juiz. Neste caso deverá 
prevalecer aquele que tenha maior força de convicção. A 
tarefa do juiz será a de justificar racionalmente o princípio 
eleito para se alcançar a resposta correta. 
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Qual o modelo judicial de Dworkin? 
É o denominado de “modelo da resposta correta” em que o 
juiz carece de discricionariedade. Neste modelo a resposta 
corresponde à teoria que é capaz de justificar da melhor 
forma os materiais jurídicos vigentes. 
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Quais os problemas que este modelo poderia evitar? 
1 – que o juiz se afigure como legislador; 
2 – é compatível com a separação dos poderes, evita que o 
juiz se afaste da função de garantidor de direitos; 
3 – se afasta do modelo silogístico em que o Juiz tem uma 
tarefalógico-mecânica (subsumir um caso a uma norma 
preestabelecida); 
4 – evita que os juízes fundamentem as decisões dos casos 
difíceis em objetivos sociais ou diretrizes políticas. 
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Segundo Faria (2009), a importância da interpretação é 
interessante, pois alerta Dworkin que as decisões judiciais 
estão vinculadas mais ao posicionamento social e ideológico 
do juiz do que às normas. 
O enfoque principiológico tem por finalidade identificar a 
existência de preceitos morais no seio do Direito, para dar 
uma resposta correta aos casos difíceis. 
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“As teorias interpretativas de cada juiz se fundamentam em 
suas próprias convicções sobre o ‘sentido’ – o propósito, 
objetivo ou princípio justificativo – da prática do direito como 
um todo, e essas convicções serão inevitavelmente 
diferentes, pelos menos nos detalhes, daqueles de outros 
juízes”. “(...) Juízes diferentes pertencem a tradições políticas 
diferentes e antagônicas, e a lâmina das interpretações de 
diferentes juízes será afiada por diferentes ideologias” 
(DWORKIN, 2007, p. 110). 
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ATENÇÃO 
Segundo Faria (2009, p. 39/40), a tese de Dworkin se amolda 
ao que acontece no Judiciário Trabalhista brasileiro que é 
desafiado a interpretar qual é o princípio jurídico trabalhista 
aplicável a cada caso. 
Vamos ver um exemplo? 
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Caso concreto: 
Uma empresa, do setor bancário, implementa um plano de 
cargos e salários fixando, dentre outros pontos, uma 
comissão para o exercício de certas funções “de confiança”, 
com jornada superior a 6hs/dia, cujo aceite do empregado é 
livre; a pretensão exordial é de pagamento da 7ª e 8ª horas 
trabalhadas como extras; no caso julgado restou provado que 
o exercício daquela função não exigia uma fidúcia especial; o 
TST entendeu que o pagamento de uma gratificação para o 
ocupante de um cargo que não exige confiança especial não 
gera direito à extensão da jornada do bancário além da sexta 
diária (FARIA, 2009, p. 39/40). 
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Caso concreto: 
A decisão enfocada assenta-se no princípio da integridade do 
direito, pois os princípios da (1) irrenunciabilidade dos 
direitos trabalhistas e da (2) primazia da realidade são 
oriundos da exploração do homem pelo homem, propiciada 
pelo laissez-faire, laissez-passer, e os excessos provocados 
pela abstrata igualdade meramente jurídica entre os 
indivíduos fatores que conduziram, no bojo do Estado Social, 
à consolidação e institucionalização do direito do trabalho. 
Em outras palavras, este ramo do direito surgiu (e continua) 
exatamente com o desafio de controlar os exageros do 
capitalismo no Estado Liberal (FARIA, 2009, p. 39/40). 
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Concluindo: 
Ronald Dworkin é um filósofo do direito que 
participa ativamente do debate público 
através de artigos, ensaios que se dirigem 
a temas morais e políticos como aborto, 
eutanásia, democracia, liberdade religiosa, 
dentre outros. 
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Referências 
DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. 2. ed. São Paulo: 
Martins Fontes, 2007. 
______. O império do direito. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 
______. Uma questão de princípio. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 
2005. 
CALSAMIGLIA, A. Prologo. In: DWORKIN, R. Los derechos em serio. 
España: Editorial Ariel, 1984. p. 9-27. 
DALL’AGNOL, D. O igualitarismo liberal de Dworkin. Kriterion. Belo 
Horizonte, v. 46, nº 111, jan/jun. 2005. 
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Referências 
FARIA, R. L.M. de. Entendendo os princípios através de Ronald Dworkin. 
Revista Jurídica UNIGRAN. Dourados, MS, v. 11, nº 22, Jul/Dez. 2009. 
IKAWA, Daniela R. Hart, Dworkin e discricionariedade. Lua Nova [online]. 
2004, n.61, pp. 97-113. ISSN 0102-6445. 
GUEST, Stephen. Ronald Dworkin. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 
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