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Prof: Augusto Cezar Ferraz 1 FISIOLOGIA HUMANA POTENCIAIS BIOELÉTRICOS Belém – PA Gradientes de concentração – Gradientes de concentração eletroquímicos 1 É a separação de cargas opostas pela membrana plasmática; Deve-se a diferenças na concentração e na permeabilidade de íons principais; Potencial de ação: mudanças breves, rápidas e grandes (100mV) no potencial de membrana; Potencial de ação ocorrem de forma “tudo ou nada”. 2 POTENCIAL DE MEMBRANA DEFINIÇÃO: é o potencial de membrana antes que ocorra a excitação da célula nervosa. “É o potencial elétrico através da membrana” POTENCIAL DE REPOUSO Ocorre devido à: Concentrações iônicas diferentes: LIC x LEC Permeabilidade diferenciada para diferentes íons. 3 Antes de falar sobre o potencial de ação precisamos entender o potencial de repouso que nada mais é que o equilíbrio eletroquímico da membrana celular, que se dá pelas cargas positivas externamente negativas internamente. 3 4 POTENCIAL ELETROQUÍMICO DA CÉLULA Meio extracelular: Na+ = 145 mM Ena = +65 mV Cl- = 115 mM Ecl = - 90 mV K+ = 3,5 mM Ek = - 100 mV Meio Intracelular: Na = 12 mM Cl = 3,6 mM K = 160 mM Em = - 90 mV (diferença do potencial eletroquímico da célula) Concentração dos íons dentro e fora da célula. Gradiente eletroquímico / Gradiente de concentração mV milivolte E (potencial eletroquímico) 4 DETERMINANTES DO POTENCIAL DE REPOUSO Canais sempre abertos (vazamento): difusão de Na+ e K+ Permeabilidade da membrana menor ao Na+ que ao K+ quando a célula está em repouso BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO: Criar uma diferença de cargas elétricas entre os dois lados da membrana: positiva na face externa e negativa na face interna. Compensar um acúmulo de solutos no citoplasma, o que poderia provocar uma entrada excessiva de água por osmose, com a conseqüente ruptura da célula. Ajuda indiretamente a entrada de glicose e aminoácidos na célula. POTENCIAL DE REPOUSO 5 CANAIS DE VAZAMENTO DE Na+ e K+ 100x mais permeável ao K+ que para Na+ . Transporte sem gasto de energia ↑ [ ] de K+ (MI) = difusão para ME Carga positiva “carregada” para fora da célula Interior da fibra nervosa = presença de grande quantidade de proteínas (cargas negativas) MI se torna negativo pela falta de íons positivos e ao excesso de potencial ionizada. Fibra nervosa em repouso grande calibre = -90mV, com negatividade no interior. POTENCIAL DE REPOUSO 6 POTENCIAL DE REPOUSO Raciocinando… Estabelecimento de gradiente eletroquímico = forças que viabilizam a movimentação de íons através da membrana. Potencial de equilíbrio Valor de carga que contrabalança a tendência de difusão em razão da diferença de concentração. Forças química e elétrica se igualam. (equilíbrio é dinâmico.) Equação de Nernst: calcula o potencial de equilíbrio de cada íon. 7 Potencial de DIFUSÃO do K+ + Potencial de DIFUSÃO do Na+ + Bomba de Na+/K+ POTENCIAL DE REPOUSO Potencial de repouso = -90 mV (média) 8 EQUAÇÃO DE NERNST Walther Nernst (cientista alemão): Considera que a membrana celular é permeável a apenas um tipo de íon. Conceito: a equação é usada para computar a diferença de potencial elétrico necessária para produzir uma força elétrica, que é igual e oposta a força de concentração. (potencial de equilíbrio de cada íon) FEM (mV) = ± 61 log Concentração Interna Concentração Externa 9 FEM=FORÇA ELETROMOTIVA 9 Lei de Nernst Constante passagem de íons de um lado para o outro da membrana Equilíbrio dinâmico Diferença zero de potencial entre o lado interno e o lado externo. Concentrações de íons dos dois lados se igualariam, e também os potenciais Equilíbrio eletroquímico para K+, Na+ e Cl- EQUAÇÃO DE NERNST 10 POTENCIAL DE AÇÃO POTENCIAL DE REPOUSO 1-Contribuição do Potencial de Difusão do Potássio Equação de Nernst = -94 mV. 2-Contribuição do Potencial de Difusão de Sódio (canais de vazamento de K+ e Na+) Equação de Nernst = + 61 mV. K+ mais permeável = contribuição maior para o potencial da membrana. EQUAÇÃO DE GOLDMAN = potencial interno da membrana de – 86 mV. 11 11 POTENCIAL DE AÇÃO Equação de Goldman: Permite o cálculo do potencial de membrana no interior da membrana, quando dois íons positivos univalentes (Na, K) e um íon negativo (Cl) estão envolvidos. POTENCIAL DE REPOUSO FEM(mV)= - 61.log. CNai.PNa + CKi.Pk + CClo.PCl CNao.PNa + Cko.Pk + CCli.PCl Ci: concentração interna do íon Co: concentração externa do íon P: permeabilidade do íon 12 12 POTENCIAL DE AÇÃO 3-Contribuição da Bomba de Na+ e K+ Na+ = produz uma perda contínua de cargas positivas do interior da membrana, isso cria um adicional de negatividade (cerca de – 4 mV) no interior. “Portanto o verdadeiro potencial de membrana, com o qual todos esses fatores operam ao mesmo tempo é cerca de – 90 mV.” POTENCIAL DE REPOUSO 13 13 Considerações É o potencial de membrana anterior a excitação da célula nervosa Base de todos os fenômenos da bioeletricidade Céls Excitáveis: são capazes de gerar impulsos eletroquímicos em suas membranas. EX: Células Musculares, nervosas. Céls Não excitáveis: potencial de membrana constante. EX: Células epiteliais, conjuntivas. 14 “A manutenção do potencial de membrana é uma propriedade de todas as células vivas mas a capacidade de gerar potenciais de ação está presente apenas em células especializadas como os nervos e os músculos.” As alterações do potencial de membrana em células excitáveis podem ser devidas a modificações temporárias na permeabilidade iônica. Considerações 15 15 POTENCIAL DE AÇÃO 16 16 POTENCIAL DE AÇÃO POTENCIAL DE AÇÃO CONCEITO: É uma súbita variação no potencial de membrana seguida por um retorno ao potencial de repouso da membrana. CARACTERÍSTICAS: Conduzido ao longo do axônio de um neurônio para outro; Depende da abertura e fechamento de canais iônicos. Canais dependentes de voltagem = responsáveis pelos potenciais de ação. Duração em céls. Nervosas = 1 ms Permite que todo o comprimento destas longas células se contraia quase simultaneamente. São fenômenos tudo-ou-nada; 17 17 POTENCIAL DE AÇÃO POTENCIAL DE AÇÃO LEI DO TUDO OU NADA Um estímulo ou produz um potencial de ação completo ou não o deflagra. Tamanho do potencial de ação não aumenta com estímulos de maiores intensidades. “Quando se aplica um estímulo superior ao estímulo do limiar, o tamanho e a forma do potencial de ação não se alteram.” 18 18 Como o potencial de membrana alcança o Potencial Limiar? Conceito: potencial mínimo atingido para que seja iniciado o potencial de ação Variação de 15 a 30 mV 19 POTENCIAL DE AÇÃO POTENCIAL DE AÇÃO 20 20 Etapas: Estado de repouso: corresponde ao potencial de repouso da membrana que antecede o potencial de ação membrana esta polarizada; Despolarização: a membrana fica subitamente permeável aos íons sódio, permitindo o fluxo de grande quantidade de sódio (+) para o axônio. O estado normal de repouso (-90mV) desaparece; POTENCIAL DE AÇÃO 21 Etapas: Repolarização: Canais de sódio começam a fechar-se; Canais de potássio abrem-se mais do que o fazem normalmente; Rápida difusão de íons potássio para o exterior da fibra; Potencial negativo de repouso é restabelecido. POTENCIAL DE AÇÃO 22 Hiperpolarização “A membrana não repolariza imediatamente porque se torna excessivamente permeável ao K+” Dura alguns milissegundos A célula não reage aos neurotransmissores = excesso de negatividade em seu interior ; Impede a ocorrência de um novo potencial de ação. Nesta fase a célula parte de -75mv e chega até -90 mV. Esse estado desaparece gradualmente. POTENCIAL DE AÇÃO 23 Meio extracelular + Meio intracelular - ÍONS ENVOLVIDOS: Na, K e Cl. 24 REPRESENTAÇÃO DO POTENCIAL DE REPOUSO Os ions possuem cargas, sendo assim eles irão alterar o potencial da célula, gerando potencial de ação. 24 25 REPRESENTAÇÃO DO POTENCIAL DE REPOUSO Despolarização é o processo em que a célula investe momentaneamente a polaridade da membrana plasmática. Mudando a conformação normal da célula, tornando o seu interior mais positivo. 25 Canal de sódio voltagem Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Canal de Sódio Químico Dependente 26 DESPOLARIZAÇÃO O sódio é mais concentrado do lado de fora do que do lado de dentro da célula, para que a célula despolarize o sódio precisará entrar na célula, no entanto o sódio não é permeável a membrana, sendo necessário um transportador. 26 Canal de sódio voltagem Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Limiar excitação da célula: - 55mV 27 DESPOLARIZAÇÃO Canal de sódio químico dependente fica ativo começa a jogar o sódio para dentro da célula, começa então alternar o potencial da célula, ate alcança o limiar. 27 Após o limiar – canais sódio voltagem dependente 28 DESPOLARIZAÇÃO Quando atinge o ponto limiar um outro canal sódio voltagem dependente que pequenas variações ativam os canais de uma única vez, entrando muito Na na célula 28 Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ Na+ 29 DESPOLARIZAÇÃO - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ++++++++++++++++++++++++++++++++++++ 30 DESPOLARIZAÇÃO Quando isso acontece o interior da célula fica mais positivo, ou seja, depolarizou. Ai ocorre a propagação em uma fibra nervosa. 30 Processo em que ocorre a saída do íon sódio e potássio com reequilíbrio de ambos pela bomba de sódio e potássio. 31 REPOLARIZAÇÃO Canal de sódio dependente ativo Na+ causa rápida despolarização = +30mV 32 REPOLARIZAÇÃO No entanto a célula não pode permanecer em um estado despolarizado, caso contrario ela não vai conseguir desencadear um outro potencial de ação. Sendo necessário repolarizar, ou seja, estado de retorno de potencial de repouso. Quando o potencial eletroquímico da célula alcança mais de 35mV a carga positiva é capaz de inibir o canal de sódio dependente e ativar canal de potássio dependete 32 K+ K+ K+ K+ K+ K+ K+ 33 REPOLARIZAÇÃO Ativação dos canais de potássio dependente que irá começa a jogar o potássio para fora da célula, tornando o interior mais negativo, perdendo voltagem, ate atingir o ponto de – 90 mv, e quem vai auxiliar essa queda é a bomba de sódio e potássio. 33 CANAIS DE Na+ E K+ Canais Voltagem dependente de Na+ e K+ Ativação e/ou inativação só acontece quando o potencial de membrana varia de seu valor negativo normal de repouso para um valor positivo. 34 Canais de membrana regulados por voltagem são formados por proteinas de diversos grupos de cargas, sensíveis na mudança de voltagem. Comporta ou portão. 34 Componentes e Funcionamento Básico do Sistema Nervoso Modelo dos Canais de Na+ Voltagem-Dependentes Silverthorn, 2003 Figura 2.2. Características dos canais voltagem- dependentes de sódio e de potássio, mostrando tanto a ativação como a inativação dos canais de sódio e a ativação dos canais de potássio, que só acontece quando o potencial de membrana varia de seu valor negativo normal de repouso para um valor positivo. Canais Voltagem dependente de Na+ e K+ 36 Já o canal de potássio regulado por voltagem é mais simples, possui apenas um canal de ativação 36 Bomba de Sódio e Potássio. 37 REPOLARIZAÇÃO A bomba de sódio e potássio vai hidrolisar o ATP e jogar o sódio para fora e o potássio para dentro, sempre contra o gradiente de concentração. A célula vai caindo sua voltagem ate atingir mais de -90mV inibindo a bomba de sódio e potássio. 37 Canal de potássio (fecha) – 90mV. 38 REPOLARIZAÇÃO Deixando um canal de potássio aberto, esse canal de potássio só fecha quando atingi uma voltagem menor que -90mV, por isso cai mais um pouco 38 Após o equilíbrio fecha o canal de potássio. 39 REPOLARIZAÇÃO Só ai esse canal sera fechado. Sempre os canais são fechados quando se alcança um equilíbrio eletroquímico. 39 Processo em que a célula polariza ainda mais o seu interior a partir do seu potencial de repouso. Nesse processo estão envolvidos o íon potássio e o íon cloreto. 40 HIPERPOLARIZAÇÃO 40 41 HIPERPOLARIZAÇÃO K+ K+ K+ K+ K+ K+ K+ 42 HIPERPOLARIZAÇÃO O interior mais negativo que o exterior, pois esta em estado de repouso, existem dois canais cloreto químico dependetne e canal de potássio químico dependente que atuam a partir de um ligante. Onde o cloreto começa a entrar o potássio a sair, tornado a célula mais hiperpolarizante, 42 Componentes e Funcionamento Básico do Sistema Nervoso Silverthorn, 2003 Terminologia Associada As Mudanças do Potencial de Membrana em Repouso ESTADO REFRATÁRIO: período no qual a fibra nervosa não pode conduzir um segundo impulso. PERÍODO REFRATÁRIO: Intervalo de tempo em que a fibra permanece nesse estado. POTENCIAL DE AÇÃO Fibras mais calibrosas = cerca de 1/2.500 seg Fibras mais delgadas = até 1/250 seg 44 45 POTENCIAL DE AÇÃO INTENSIDADE DO ESTÍMULO Quanto maior for o estímulo maior será a freqüência dos Potenciais de ação. Não ocorre aumento de intensidade do potencial pois ele é sempre “tudo ou nada”. 46 POTENCIAL DE AÇÃO 47 Componentes e Funcionamento Básico do Sistema Nervoso O Potencial de Ação Silverthorn, 2003 PRA QUE SERVE O POTENCIAL DE AÇÃO ? Estimular a contração muscular; Estimular a liberação de neurotransmissores; Estimular a secreção de outras substâncias por células neurais e neuroendócrinas. 49 Células Musculares Células nervosas Contração e relaxamento muscular Transmissões sinápticas Toxina do peixe baiacu (puffy fish); Origem não protéica, tem a capacidade de bloquear canais de sódio dependentes de voltagem; Fonte: http://farm4.static.flickr.com/3166/2612127179_2b6c9944aa.jpg?v=0 Efeito tóxico: bloqueio dos canais de sódio, como uma rolha fechando uma garrafa, sendo um veneno mortal, mil vezes mais potente que cianeto de potássio. Envenenamento: parada respiratória, há diversos relatos de envenenamento acidental devido ao consumo do fugu. Tetrodoxina (TTX) 51 Bomba Na+ K+ Canais vazantes K+ Tendência de K+ a fluir para fora da célula a favor de seu grad [ ] Potencial de Membrana Qq transferência de carga + para fora, deixará cargas – desequilibradas dentro da célula: campo elétrico Mov. Adicional de K+ para fora O potencial de membrana em repouso é o potencial onde o fluxo de íons + e – pela membrana plasmática está precisamente equilibrado. Estabelece-se um equilíbrio onde o potencial de membrana é forte o suficiente para contrabalançar a tendência de K+ de mover-se para fora a favor de seu grad [ ]. O potencial de repouso tem um valor negativo, o que por convenção significa que existe um excesso de carga negativa no interior da membrana comparado com o exterior REPOUSO Célula POLARIZADA DESPOLARIZAÇÃO Canais de Na+ são subitamente abertos Mudança do potencial de membrana tornando-o menos negativo Canais de voltagem dependentes de Na+ e K+ Componentes e Funcionamento Básico do Sistema Nervoso Silverthorn, 2003 Movimento dos Íons Durante o Potencial de Ação Potencial Graduado Potencial de Ação Tipo de Sinal Sinal de estímulo Sinal de condução Onde ocorre Usualmente nos dendritos e no corpo celular Zona de estímulo através do axônio Tipos de canais iônicos envolvidos Canais mecânicos, químicos ou voltagem-dependentes Canais voltagem-dependentes Íons envolvidos Usualmente Na+, Cl-e Ca2+ Na+e K+ Tipo de sinal Despolarização (p.ex., Na+) ou hiperpolarização (p.ex. Cl-) Despolarização Força do sinal Depende do estímulo inicial; pode ser somado É sempre o mesmo (lei do tudo-ou-nada); não pode ser somado O que inicia o sinal Os íons entram através dos canais da membrana Potencial graduado acima do limiar na zona de estímulo Características únicas Não é necessário um nível mínimo para iniciar Dois sinais que chegam praticamente juntos somarão os estímulos Limiar de estímulo é necessário para iniciar Período refratário; dois sinais que chegam praticamente ao mesmo tempo não podem ser somados A força do estímulo inicial é indicada pela freqüência de uma série de potencias de ação Componentes e Funcionamento Básico do Sistema Nervoso Comparando o Potencial Graduado com o Potencial de Ação (a) (b) Componentes e Funcionamento Básico do Sistema Nervoso Codificação da Intensidade do Estímulo Silverthorn, 2003
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