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Direito Penal II - Medidas de Segurança

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Universidade Estácio de Sá
Direito Penal II
Medidas de Segurança
Introdução
Durante a vigência do Código Penal de 1940, prevalecia entre nós o sistema do duplo binário, ou duplo trilho, no qual a medida de segurança era aplicada ao agente considerado perigoso, que havia praticado um fato previsto como crime, cuja execução era iniciada após o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou, no caso de absolvição, de condenação a pena de multa, depois de passada em julgado a sentença, conforme incisos I e II do Art. 82 do Código Penal de 1940.
Pelo sistema vicariante, que quer dizer sistema de substituição, aplica-se medida de segurança, como regra, ao inimputável que houver praticado uma conduta típica e ilícita, não sendo, porém, culpável. Assim, o inimputável que praticou um injusto típico deverá ser absolvido, aplicando-lhe, contudo, medida de segurança, cuja finalidade difere da pena.
Conforme destacado pelo mestre Basileu Garcia, as medidas de segurança tem uma finalidade diversa da pena, pois se destinam à cura ou, pelo menos, ao tratamento daquele que praticou um fato típico e ilícito.
O Código de Processo Penal, em seu Art. 386, Inciso VI, com a nova redação que lhe foi dada pela Lei n. 11.690, de 09 de junho de 2008, assevera que o juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena, ou mesmo se houver fundada dúvida sobre a sua existência.
Esta sentença que absolve, mas deixa a sequela da medida de segurança, é reconhecida como uma sentença absolutória imprópria.
Espécies de Medidas de Segurança
Ao inimputável que pratica um injusto penal o Estado reservou a medida de segurança, cuja finalidade será levar a efeito o seu tratamento. Não se pode afastar a medida de segurança da sua finalidade curativa, aquela que detém natureza preventiva especial, pois tratando o doente, o Estado espera que este não volte a praticar qualquer fato tipico e ilícito.
Dessa forma, podemos considerar que as medidas de segurança podem ser detentivas (internação) ou restritivas (tratamento ambulatorial).
É importante ressaltar que a classe medica, há alguns anos, vem se moblizando no sentido de evitar a internação dos pacientes portadores de doença mental.
Em virtude desse raciocinio, surgiu em nosso ordenamento jurídico a Lei n. 10.126, de 06 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, redirecionando o modelo assistencial em saúde mental.
O juiz que absolver o agente, aplicando-lhe medida de segurança, deverá, na sua decisão, optar pelo tratamento que mais se adapte ao caso, ou seja se for necessária a internação do inimputável, já o determinará, se o tratamento ambulatorial for o que melhor atender a situação do agente, este deverá ser imposto na decisão.
Grego entende que independentemente dessa disposição legal, o julgador tem a faculdade de optar pelo tratamento que melhor se adapte ao inimputável, não importando se o fato definido como crime é punido com pena de reclusão ou detenção.
Inicio do Cumprimento da Medida de Segurança
Iniciada a medida de segurança será expedida guia de execução, na forma do Art. 171 da LEP.
O Ministério Público deverá ser cientificado da guia de recolhimento e a de sujeição a tratamento.
Prazo de Cumprimento da Medida de Segurança
A medida de segurança, como providencia judicial curativa, não tem prazo certo de duração, persistindo enquanto houver necessidade do tratamento destinado a cura ou a manutenção da suade mental do inimputável.
No caso até a cessão da periculosidade do agente.
Esse raciocínio levou parte da doutrina a afirmar que o prazo de duração das medidas de segurança não pode ser completamente indeterminado, sob pena de ofender o princípio constitucional que veda a prisão perpétua, principalmente tratando-se de medida de segurança detentiva, ou seja, aquela cumprida em regime de internação.
Cezar Roberto Bitencourt, cita: “ Começa-se a sustentar, atualmente, que a medida de segurança, não pode ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito, pois esse seria o limite da intervenção estatal, seja a titulo de pena, seja a titulo de medida de segurança, na liberdade do indivíduo, embora não prevista expressamente no Código Penal, adequando-se a proibição constitucional do uso da prisão perpétua.”
Por essas razões é que o Código Penal determina, nos parágrafos 1º e 2º do Art. 97, que a internação ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade, cujo prazo minimo para internação ou tratamento ambulatorial deverá ser de um a três anos, após esse prazo minimo, será realizada perícia médica, devendo ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo se assim determinar o juiz da execução.
Poderá ainda, mesmo que não tenha sido esgotado o período minimo de duração da medida de segurança, diante de requerimento fundamentado do Ministério Público, ou do interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação de periculosidade.
Apesar da deficiência do nosso sistema, devemos tratar a medida de segurança, como remédio e não como pena.
O STF, no entanto, já tem decidido no sentido de que o tempo de duração da medida de segurança não pode exceder ao limite máximo de trinta anos, conforme ser verifica pela ementa do HC 84219/SP – 1a Turma – Rel Min. Marco Aurelio, julgado em 16 de agosto de 2005, publicado no DJ e, 23 de setembro de 2005).
Desinternação ou Liberação Condicional
Nos termos do parágrafo 3º do Art. 97 do Código Penal, a desinternação, ou a liberação, será sempre condicional, devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 01 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade.
Na desinternação o doente deixa o tratamento realizado em regime de internação junto ao Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico e dá inicio, agora, ao tratamento em regime ambulatorial.
Pelo exame de cessação de periculosidade se verifica se o paciente esta completamente restabelecido do mal que afligia, sendo que, neste caso, o juiz determinará sua liberação, ou seja, não mais estará obrigado a continuar o tratamento por ele iniciado.
Concedida a desinternação ou liberação, o juiz da execução estipulará certas condições que devem ser observadas pelo agente, conforme preconiza o Art. 178 da Lei de Execução Penal.
Pela redação do parágrafo 3º do Art. 97 do Código Penal, a desinternação ou a liberação é sempre condicional, uma vez que se o agente, antes do decurso de um ano, vier a praticar fato indicativo de persistência de sua periculosidade, a medida de segurança poderá ser restabelecida.
Reinternação do Agente
Pode acontecer que o agente, após sua desinternação – tendo iniciado o tratamento ambulatorial, ou mesmo na hipóteses de ter sido esse tratamento o escolhido para inicio do cumprimento da medida de segurança – demonstre que a medida não está sendo suficientemente eficaz para sua cura, razão pela qual poderá o juiz da execução determinar, fundamentadamente, a internação do agente em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou outro local com dependências médicas adequadas.
Medida de Segurança Substitutiva Aplicada ao Semi-Imputável
Ao contrário do que acontece com o inimputável, que obrigatoriamente deverá ser absolvido, o semi-imputável que pratica uma conduta típica, ilícita e culpável deverá ser condenado. Entretanto, como o juízo de reprovação que recai sobre a sua conduta é menor do que aquele que pratica o fato sem que esteja acometido de qualquer perturbação mental, a sua pena, de acordo com o parágrafo único do Art. 26 do Código Penal, poderá ser reduzida de um a dois terços.
Greco entende que não se trata de faculdade do julgador, mas sim de direito subjetivo do condenado em ver reduzida a sua pena, se comprovada a situação prevista pelo parágrafo únicodo Art. 26 do Código Penal.
Além da obrigatória redução de pena prevista no parágrafo único do Art. 26 do Código Penal, o Art. 98 do mesmo diploma repressivo permite que, nessa hipóteses, necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade seja substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo minimo de um ano a três anos, nos termos do Art. 97 e seus parágrafos 1º ao 4º.
Embora a lei determine, da mesma forma que o inimputável, que a internação ou o tratamento ambulatorial seja por prazo indeterminado, pois o Art. 98 nos remete ao Art. 97 e seus parágrafos 1º ao 4º, entendemos que, nesse caso especificamente, o tempo de medida de segurança jamais poderá ser superior ao tempo da condenação do agente. Querer auxiliar o agente portador de enfermidade mental retirando-o do convivio pernicioso do cárcere é uma conduta extremamente louvável, desde que o condenado não tenha de se submeter a uma medida de segurança que ultrapasse o tempo de sua condenação, pois se assim acontecesse estaríamos agravando a sua situação, mesmo que utilizássemos o argumento do tratamento curativo, dizendo que a medida de segurança seria o remédio adequado aos seu mal.
Extinção da Punibilidade e Medida de Segurança
Pela redação do mencionado parágrafo verifica-se que se aplicam as medidas de segurança as causas extintivas da punibilidade previstas na legislação penal, incluindo-se, obviamente, entre elas a prescrição.
No que diz respeito à prescrição, Grego é da opinião de que pelo fato de o agente inimputável não poder ser condenado, em face de determinação contida no caput do Art. 26 do Código Penal, o calculo da prescrição deverá ser realizado sempre pela pena máxima cominada ao fato definido como crime por ele levado a efeito, neste sentido tendo decidido o STF.
Direitos do Internado
o Art. 3º da Lei de Execução Penal assegura ao condenado e ao internado todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela Lei, sendo que o Art. 99 do Código Penal, com a rubrica correspondente aos direitos do internado, diz que este será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e será submetido a tratamento.
Nessa hipótese, melhor será a solução fornecida por Mirabete, quando assevera que “constitui constrangimento ilegal sanável inclusive pela via do habeas corpus o recolhimento de pessoa submetida a medida de segurança em presídio comum. Na absoluta impossibilidade, por falta de vagas, para a internação, deve-se substituir o internanmento pelo tratamento ambulatorial”.

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