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Anatomia comparada do Aparelho RESPIRATORIO-teorica

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- Anatomia dos Animais Domésticos: APARELHO RESPIRATÓRIO 
Profa. Dra Adriana Gradela 
 
1
AANNAATTOOMMIIAA CCOOMMPPAARRAADDAA DDOO AAPPAARREELLHHOO RREESSPPIIRRAATTÓÓRRIIOO DDOOSS 
AANNIIMMAAIISS DDOOMMÉÉSSTTIICCOOSS 
 
1. INTRODUÇÃO 
O aparelho respiratório compreende um conjunto de órgãos tubulares e alveolares, situados 
na cabeça, pescoço e cavidade torácica, responsáveis pela respiração. 
A respiração é uma função básica dos seres vivos que consiste na absorção de O2 pelo 
organismo e na eliminação de produtos resultantes do metabolismo celular, especialmente o gás 
carbônico (CO2). 
Nos animais unicelulares o O2 é retirado diretamente do meio onde vivem, sendo o CO2 
eliminado diretamente também. Nos animais superiores na escala zoológica, embora o princípio 
seja o mesmo a troca de gases é indireta, pois o sangue é o elemento intermediário entre as células 
do organismo e o meio habitado pelos animais, e a troca denomina-se hematose. 
Os órgãos respiratórios, por excelência, são os pulmões, mas nos animais superiores 
desenvolveram-se órgãos especiais que podem promover o rápido intercâmbio entre o ar e o sangue. 
Estes órgãos, no conjunto, constituem o aparelho respiratório, que se inicia nas narinas, por onde 
o ar entra para as cavidades nasais e continua-se pela nasofaringe, laringe e traquéia e desta para 
os pulmões. A hematose ocorre nos alvéolos pulmonares, onde o sangue dos capilares alveolares 
entra em contato com o ar através da fina parede alveolar. 
Na passagem do ar das narinas para os alvéolos, o ar é usualmente purificado, umedecido e 
aquecido. O volume de ar que entra no organismo é regulado pelas narinas e laringe. Além disso, o 
diafragma e os músculos respiratórios também governam a entrada e a saída de ar por meio do 
aumento ou diminuição do tamanho da cavidade torácica. 
 
 
2. DIVISÃO FUNCIONAL E FUNÇÃO DO APARELHO RESPIRATÓRIO 
Sob o ponto de vista funcional o aparelho respiratório pode ser dividido em duas porções: 
a) Porção Condutora de Ar ou de Condução: constituída por órgãos tubulares cuja função é 
a de levar o ar inspirado até a porção respiratória e, depois, conduzir o ar da porção 
respiratória para o meio externo, eliminando desta forma o CO2 e realizando a limpeza e 
umidificação do ar. Seus componentes são: narinas, parte da faringe (nasofaringe) laringe, 
traquéia, brônquios e os bronquíolos. 
b) Porção de Respiração: constituída por estruturas localizadas internamente nos pulmões e 
somente visíveis microscopicamente, onde ocorre a hematose. Seus componentes são 
bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos pulmonares. 
 
 
3. NARIZ 
Conceitua-se nariz o conjunto formado pelo nariz externo, pelas cavidades nasais e pelos 
seios paranasais. 
 
3.1. Nariz Externo 
O nariz externo é a primeira porção do aparelho respiratório. Está localizado medianamente 
e é constituído de quatro faces, sendo duas laterais, uma dorsal e uma rostral. As faces laterais se 
continuam com a cara do animal, a face dorsal constitui o dorso do nariz e representa o perfil da 
cabeça do animal e a face rostral representa o que chamamos de extremidade do nariz. 
O nariz externo possui um esqueleto ósseo-cartilagíneo e rostralmente encontram-se duas 
aberturas denominadas narinas, que comunicam o meio externo com as cavidades nasais e são 
mantidas abertas por meio de um grupo de cartilagens hialinas que se dispõem ao seu redor sendo 
auxiliadas pela cartilagem do septo nasal. 
- Anatomia dos Animais Domésticos: APARELHO RESPIRATÓRIO 
Profa. Dra Adriana Gradela 
 
2
As cartilagens que sustentam as narinas são de forma variável, tamanho relativo e 
iguais em número nas diversas espécies animais. São representadas pelas: 
- cartilagens nasais laterais, dorsais e ventrais; 
- cartilagens nasais acessórias laterais e mediais e pela 
- cartilagem alar: que é particularmente desenvolvida no eqüino e tem a forma curiosa de 
vírgula, dividindo a narina numa parte ventral, a narina verdadeira que se abre na cavidade 
nasal e uma parte dorsal, a narina falsa, que se dirige a uma abertura, em fundo cego, 
denominada divertículo nasal. 
Formato das narinas: quando não estão dilatadas as narinas têm o formato de vírgula 
no eqüino, bovino, cão e gato; de fenda no ovino e caprino e é redonda no suíno. 
Em todas as espécies, exceto no eqüino, o tegumento ao redor das narinas e entre estas é 
fortemente demarcado da pele não modificada que cobre o restante do órgão e, em algumas 
espécies, ela estende-se para dentro do lábio superior. De acordo com sua extensão, a região 
modificada é variavelmente conhecida como: 
� plano nasal em carnívoros e pequenos ruminantes, 
� plano rostral em suínos. A pele do plano nasal dos suínos é queratinizada desenvolvendo até 
um osso denominado de osso rostral ou osso do grunho 
� plano nasolabial em bovinos, pois o plano nasal é contínuo com o lábio superior. Neste local 
a pele é pigmentada e com pregueamento, recebendo o nome de região do muflo. 
Os planos podem ser divididos por um sulco mediano denominado filtro (philtrum) em 
felinos, pequenos ruminantes e cão e conservam-se úmidos no bovino, suíno e cão. 
 
A cada uma das narinas segue-se o vestíbulo nasal, que é revestido interna e 
externamente pela pele e termina na transição com o revestimento da cavidade nasal. A terminação 
rostral do septo nasal forma o limite mediano entre os vestíbulos nasais direito e esquerdo e inclui 
um pequeno osso no suíno, o osso rostral. A borda livre do septo nasal liga-se a outras cartilagens 
que sustentam as margens laterais e dorsais da narina e servem para determinar a forma da abertura. 
 
3.2. Cavidade Nasal (CN) 
As cavidades nasais são os primeiros segmentos internos do aparelho respiratório, têm a 
forma aproximadamente cilíndrica e iniciam-se nas narinas e se estendem até as coanas, as quais 
representam seus limites caudo-ventrais com a nasofaringe. 
Funções da CN: olfação, preparo (aquecimento e umidificação) e a filtração (limpeza) do ar 
inspirado para a respiração. 
A CN está protegida por um arcabouço ósseo formado dorsalmente pelos ossos nasais e 
frontais, lateralmente pelos lacrimais, incisivos e maxilas e ventralmente pelos processos palatinos 
dos ossos incisivos e das maxilas e pelos ossos palatinos e está dividida em metades direita e 
esquerda por um septo mediano de característica ósteo-cartilago-membranácea, denominado septo 
nasal. 
Cada CN possui: 
� Um teto, que é muito estreito e está constituído, no sentido rostro-causal, por cartilagens e 
pelos ossos nasal e frontal. 
� Um assoalho, que assim como o teto é também estreito e separa a CN da cavidade oral. Em sua 
extremidade encontra-se um orifício estreito, a abertura nasal do ducto incisivo, que é um 
curto conduto que comunica as cavidades nasais e a cavidade oral. No assoalho encontra-se o 
órgão vômeronasal que é uma estrutura tubular de natureza cartilagínea, revestida 
internamente por uma mucosa, cuja função é determinar o sabor dos alimentos na boca por 
meio de olfação (diferente da degustação na língua) e detectar ferormônios. 
� E paredes lateral, medial e dorso-caudal. 
A parede lateral de cada CN é côncava internamente e é formada pelos ossos lacrimal, 
maxila e incisivo. Em sua superfície interna prendem-se elevações alongadas, as conchas nasais 
- Anatomia dos Animais Domésticos: APARELHO RESPIRATÓRIO 
Profa. Dra Adriana Gradela 
 
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(dorsal, etmoidais e ventral), as quais são formadas por delgadas lâminas ósseas perfuradas por 
inúmeros orifícios de forma e tamanho irregulares, enroladas em espiral e revestidas pela mucosa da 
CN. As paredes laterais de algumas conchas nasais podem produzir saliências que são denominadas 
pregas nasais. 
� A concha nasal dorsal situa-se próxima ao teto da CN, prolonga-se desdeas conchas nasais 
etmoidais até próximo ao vestíbulo nasal e forma a prega nasal reta. 
� A concha nasal ventral é mais desenvolvida que a dorsal, é constituída por duas lâminas 
ósseas espirais enroladas em direções opostas e forma a prega nasal alar que se continua 
com a prega nasal basal. 
� As conchas nasais etmoidais situam-se no extremo caudal das CN, são revestidas por 
mucosa olfatória e têm como base estruturas do osso etmóide. A maior delas é a concha nasal 
média que se situa entre as conchas nasais dorsal e ventral. 
As conchas nasais dividem a CN em quatro espaços denominado meatos nasais que são: 
� Meato nasal dorsal: situado entre o teto da CN e a concha nasal dorsal 
� Meato nasal médio: situado entre as conchas nasais dorsal e ventral, onde encontram-se os 
orifícios de abertura dos seios frontal, palatino e maxilar. 
� Meato nasal ventral: situado entre a concha nasal ventral e o assoalho da CN. 
� Meato nasal comum: que é o espaço situado entre as conchas nasais e o septo nasal. 
Comunica-se com os outros três meatos. 
Há ainda o óstio naso-lacrimal que é a abertura do ducto naso-lacrimal, com forma de 
fenda, cuja localização varia entre as espécies: no eqüino situa-se no assoalho da CN, em 
ruminantes no terço ventral da prega nasal alar, nos carnívoros no assoalho do vestíbulo nasal e nos 
suínos no meato nasal ventral ou na extremidade da concha nasal ventral. 
 
3.3. Seios Paranasais 
Os seios paranasais são cavidades cheias de ar localizadas no interior de alguns ossos do 
crânio (frontal, maxilar, etmóide e esfenóide). São revestidos de mucosa das CN (mucosa do tipo 
respiratório) e por isso abrem-se direta ou indiretamente nestas por meio de pequenos orifícios. São 
estruturas de formas irregulares e às vezes assimétricas. Suas capacidades desenvolvem-se com a 
idade, havendo variações individuais. 
Existem três tipos de seios paranasais: 
a) Seio Paranasal Esfenopalatino: é impar e mediano e situa-se dorsalmente ao osso 
esfenóide. É muito desenvolvido nos suínos enquanto que nas demais espécies forma uma 
cavidade pouco desenvolvida. Comunica-se com os seios maxilares. 
b) Seios Paranasais Maxilares: são pares, localizam-se no osso maxilar e estão divididos por 
um septo que forma a porção oral e a porção aboral do seio maxilar. O tamanho da cavidade 
aboral depende da idade do animal e da erupção dos dentes desta região. A porção oral 
recebe o nome de antro do higmoro. Comunica-se com os seios frontais. 
c) Seios Paranasais Frontais: são pares, estão situados na região dos ossos frontais. Nos 
bovinos esses seios são amplos e sua cavidade é muito irregular, havendo a projeção de 
trabéculas ósseas para dentro dela. O osso frontal dos bovinos continua-se com processo 
cornual do osso frontal. Os seios paranasais frontais se comunicam com as cavidades 
nasais através do meato sinusal. 
Funções Dos Seios Paranasais: 
As funções dos seios paranasais são discutíveis, porém sabe-se que exercem pelo menos as 
seguintes funções: 
- Acondicionamento e purificação do ar inspirado 
- Aumentam a superfície de inserção aos músculos 
- Aumentam a resistência da cabeça contra pressões externas e 
- Proteção do encéfalo, constituindo uma caixa isolante com finalidades termorreguladoras. 
- Dar maior leveza ao crânio; 
- Dar defesa ao organismo relacionada à acústica do animal (equilíbrio). 
- Anatomia dos Animais Domésticos: APARELHO RESPIRATÓRIO 
Profa. Dra Adriana Gradela 
 
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4. COANAS 
As coanas são orifícios nasais caudais, situados no assoalho das CN e que comunicam as CN 
com a nasofaringe. Cada coana é circundada rostro-ventralmente pela borda caudal do processo 
palatino do osso palatino, dorso-caudalmente e medialmente pelo osso vômer e lateralmente pelas 
partes perpendiculares dos ossos palatinos e pterigóide. 
Funções: 
1- direcionar para a laringe o fluxo aéreo inspirado, 
2- auxiliar como válvula de retenção do fluxo aéreo inspirado no momento em que ocorre 
passagem de alimento da boca para a faringe e 
3- fecham-se durante o vômito para evitar o refluxo gástrico na cavidade nasal. 
Nas imediações das coanas, encontra-se um tipo de tecido esponjoso sensível à inflamações 
constantes, levando à formação de pólipos nasais e de “carne esponjosa”. Nessa região, localizam-
se as glândulas adenóides, freqüentemente hipertrofiadas em crianças, com presença de aderências 
ou quistos. Esses achados, em muitos casos, provocam obstrução da passagem do ar, resultando 
num quadro de “respirador bucal”. 
 
 
5. FARINGE 
A faringe é um órgão tubular que serve tanto ao aparelho respiratório quanto ao digestório. 
Situa-se caudalmente às cavidades nasal e oral e é seguida caudalmente pelo esôfago e laringe. Em 
virtude das posições do esôfago (dorsal) e laringe (ventral), há um entrecruzamento das vias 
digestória e respiratória na faringe. 
O palato mole divide o tubo faríngico parcialmente em dois condutos: a parte situada 
dorsalmente ao palato mole, a nasofaringe, e a parte situada ventralmente ao palato mole, a 
orofaringe ou istmo da garganta ou istmo das fauces. Há também uma porção da faringe comum 
aos aparelhos respiratório e digestório, situada caudalmente ao palato mole que é a laringofaringe. 
 
5.1. Nasofaringe: é a maior das três e está relacionada diretamente com a via respiratória. 
Comunica-se rostralmente com as CN através das coanas e caudalmente com a laringofaringe. 
Nos suínos há o divertículo faríngeo que é uma estrutura em fundo cego localizada 
dorsalmente ao esôfago em sentido médio-caudal, que pode ser lesionado quando da 
administração de medicamentos por seringa. 
 
5.2. Divertículo da Tuba Auditiva ou Bolsas Guturais: são uma estrutura própria do cavalo e 
outros perissodáctilos, são delimitados dorsalmente pelo atlas e crânio-ventralmente pela 
faringe, com a qual se comunica através do orifício guturo-faríngeo, que possui 2,5 cm de 
diâmetro. As paredes das bolsas guturais são sobrepostas e formam o septo medial. 
Função: é desconhecida, apesar de poder assumir um papel no resfriamento do cérebro e na 
regulação da pressão sanguínea cerebral, deglutição e audição. 
Cada bolsa gutural de um eqüino adulto possui um volume aproximadamente de 300 ml. 
A secreção natural da sua mucosa drena através da abertura faringotubárica durante a deglutição. O 
empiema de bolsa gutural ocorre secundariamente às inflamações e infecções do sistema respiratório 
superior e infecções da tuba auditiva, principalmente aquelas onde o agente é o Streptococcus equi. 
Nas enfermidades crônicas, a deficiência na drenagem do pus pode resultar, algumas vezes, em 
concreções esféricas chamadas de condróides. 
O divertículo da tuba auditiva pode ser drenado pelo óstio faríngico da tuba auditiva. 
 
5.3. Laringofaringe: é a parte da faringe comum aos aparelhos respiratório e digestório. Estende-se 
desde a base da epiglote até o esôfago e seu assoalho é constituído pelas cartilagens da laringe. 
 
 
 
- Anatomia dos Animais Domésticos: APARELHO RESPIRATÓRIO 
Profa. Dra Adriana Gradela 
 
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6. LARINGE 
A laringe é um órgão tubular, ímpar, com movimentação própria, que forma uma conexão 
entre a faringe e a árvore traqueobrônquica. Situa-se ventralmente à faringe e caudalmente à boca, 
suspensa da base do crânio pelo aparelho hióide. Atua como válvula que se fecha durante a 
deglutição e ruminação e permanece aberta nos processos de respiração e eructação, sendo também 
um órgão da fonação. Está presente em todos os mamíferos de forma geral, e as aves apresentam 
uma laringe e uma seringe que são os órgãos da fonação das aves. A seringe situa-se numa região 
denominada Carina (que é uma bifurcação da traquéia). 
- Funções da Laringe: 
a) Fonação: é um órgão da fonação, ou seja, é o órgão responsável pela emissão de sons 
quando o ar expirado passa pelas cordas vocais.O que faz com que estas cordas fiquem em 
vários estágios de distensão (mais ou menos relaxadas) é a musculatura esquelética 
intrínseca da laringe. 
b) Proteção: impedindo que partículas que não sejam o ar penetrem na traquéia 
Esta função é desempenhada através de sua musculatura extrínseca e intrínseca que tem 
movimentos próprios de ELEVAÇÃO (quando o bolo alimentar passa pela Faringe e em 
emissão de sons agudos) e de ABAIXAMENTO (quando o bolo alimentar ganha o esôfago 
e o ar pode ser inspirado e na emissão de sons graves). 
A laringe é constituída anatomicamente por cartilagens, ligamentos e músculos. 
As Cartilagens da laringe são em número de quatro e denominadas: 
a) Epiglote: é composta de cartilagem elástica, flexível e em forma de folha. Durante a 
deglutição é deslocada caudalmente cobrindo a glote e impedindo que substâncias 
estranhas penetrem na traquéia. 
b) Tireóide: é a maior e mais ventral, composta de cartilagem hialina e com forma de 
escudo, aloja as cartilagens cricóide e aritenóides. 
c) Cricóide: também é constituída por cartilagem hialina, é a mais caudal, tem forma de 
círculo, sua parte dorsal é denominada lâmina e a porção ventral constitui o arco. 
d) Artenóides: são pares, possuem forma irregular e mais ou menos piramidal. Possui três 
processos: processo vocal da aritineóide; processo muscular da aritineóide e processo 
corniculado da aritineóide. 
As cartilagens da laringe unem-se uma às outras por meio das suas membranas e ligamentos 
que também servem para prender a laringe ao osso hióide e ao primeiro anel traqueal. Internamente 
são revestidas por uma mucosa respiratória. 
Sobre as cartilagens prendem-se músculos esqueléticos que constituem a musculatura 
extrínseca e intrínseca da laringe. Os músculos extrínsecos são músculo esterno-tireoídeo, 
músculo tíreo-hioídeo e músculo hio-epiglótico e os músculos intrínsecos são músculo 
aritenóideo, músculo crico-aritenóideo dorsal; músculo crico-aritenóideo lateral; músculo 
aritenóideo transverso e músculo tiro-aritenóideo vocal e ventricular. 
O conjunto de articulações, ligamentos e músculos da laringe possibilitam certo grau de 
mobilidade da mesma de acordo com o movimento que realizam na região para o desempenho do 
mecanismo laríngeo. As articulações são crico-tireóidea, crico-aritenóidea e tireo-hióidea. 
A cavidade da laringe é uma passagem estreita e curta que une a cavidade faríngica à 
traquéia. Divide-se em três segmentos, no sentido rostro-caudal, que são: 
a) Vestíbulo da laringe compreendido entre a entrada da laringe e as pregas vocais 
b) Glote que é o segmento médio e possui a rima da glote. 
c) Cavidade infraglótica que é o segmento mais caudal que se estende da rima da glote até 
a primeira cartilagem traqueal. 
 
- Anatomia dos Animais Domésticos: APARELHO RESPIRATÓRIO 
Profa. Dra Adriana Gradela 
 
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7. TRAQUÉIA 
A traquéia é um órgão tubular cartilagíneo que se situa ao nível do plano sagital mediano, 
iniciando-se na laringe e estendendo-se por toda a região cervical (pescoço) ventral até o terço 
cranial do tórax, onde penetra e termina bifurcando-se nos brônquios principais direito e esquerdo. 
Sua parte cervical inicialmente é subcutânea e depois está coberta pelos músculos 
esternocefálico, esternotireóideo e esternohióideo. Na região cervical ventral pode ser palpada em 
quase toda a sua extensão. Sua construção previne o colapso e permite o ajuste no comprimento 
quando o pescoço está estendido e também quando o diafragma se contrai. 
É formada por uma série de cartilagens traqueais em foram de anéis incompletos unidas 
umas às outras pelos ligamentos anulares da traquéia, os quais contém fibras elásticas que lhe dão 
relativa mobilidade. Internamente a traquéia é forrada por mucosa do tipo respiratório, onde 
abundam glândulas, e o epitélio é ciliado, facilitando a expulsão de mucosidades e corpos estranhos. 
Cada cartilagem traqueal é de origem hialina, de forma mais ou menos circular e suas 
extremidades livres estão próximas umas das outras. A forma da ultima cartilagem difere das 
restantes porque é mais larga e apresenta internamente uma crista mediana denominada Carina da 
traquéia, a qual separa as origens dos brônquios principais direito e esquerdo um pouco antes de 
sua bifurcação. Em ruminantes e suínos a traquéia dá origem ao brônquio traqueal para o lobo 
cranial do pulmão direito. 
 
 
8. BRÔNQUIOS 
Cada brônquio principal direito e esquerdo origina-se da bifurcação da traquéia e atinge o 
hilo do pulmão, onde penetra no órgão. 
De cada brônquio principal se originam os brônquios lobares, um para cada lobo do 
pulmão. Assim, do 
� Brônquio principal direito origina os brônquios lobares cranial, médio, caudal e acessório. 
Nos ruminantes e suínos o lobo cranial do pulmão direito é ventilado pelo brônquio 
traqueal. 
� Brônquio principal esquerdo origina os brônquios lobares cranial e caudal 
 
De cada brônquio lobar originam-se os brônquios segmentares, cada um ventilando um 
segmento bronco-pulmonar. Dos brônquios segmentares originam-se os brônquios 
subsegmentares que ventilam áreas independentes dentro do organismo e destes originam-se os 
bronquíolos terminais e destes os bronquíolos respiratórios que compreendem ductos 
alveolares, sacos alveolares e alvéolos pulmonares. 
 
 
9. PULMÕES 
Os pulmões são órgãos do aparelho respiratório situados um em cada antímero, no 
interior do tórax e onde se dá o encontro do ar atmosférico com o sangue circulante, 
ocorrendo então, as trocas gasosas (HEMATOSE). São órgãos parenquimatosos pares e ocupam 
quase que totalmente a cavidade pleural. 
No indivíduo normal sempre contêm ar e crepitam quando comprimidos. Quando colocados 
na água flutuam e sua cor varia de acordo com a área em que o animal vive. 
Os pulmões são mantidos em sua posição na cavidade torácica por meio dos brônquios e dos 
vasos que nele penetram ou dele saem, e por uma prega da pleura denominada ligamento 
pulmonar. Os brônquios e vasos constituem o conjunto denominado raiz do pulmão. O hilo 
pulmonar é a área do pulmão por onde as estruturas entram e saem. 
O Pedículo pulmonar é representado por estruturas que entram nos pulmões (Brônquio 
tronco; a. pulmonar, a. brônquios e nervos) e que saem dos pulmões (vv. Pulmonares; VV. 
Brônquicas e vasos linfáticos). 
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Cada pulmão tem uma forma que lembra uma pirâmide com um ápice, uma base, 
três bordas e três faces: 
� Ápice do pulmão: está voltado cranialmente e situado ao nível da entrada do tórax. 
� Base do Pulmão: A base do pulmão apresenta uma forma côncava, apoiando-se sobre a 
face superior do diafragma. A concavidade da base do pulmão direito é mais profunda 
que a do esquerdo (devido à presença do fígado). 
� Bordas do pulmão: apresentam três bordas: dorsal, ventral (que apresenta uma reentrância 
denominada incisura cardíaca) e basal. 
� Faces do pulmão que são: 
� Face costal voltada lateralmente, é lisa e convexa e adapta-se à parede torácica 
formada pelas costelas 
� Face diafragmática voltada caudalmente, é face côncava que assenta sobre a cúpula 
diafragmática e que corresponde à base do pulmão 
� Face medial ou mediastínica de cada pulmão está voltada para a correspondente do 
pulmão oposto, é a face que possui uma região côncava onde se acomoda o coração. 
 
Caracteristicamente os pulmões são divididos em lobos pulmonares. Um lobo é definido 
como uma grande parte de tecido pulmonar que é ventilado por um grande brônquio (de um 
brônquio principal ou da traquéia) e que está separado dos lobos adjacentes por fissuras 
interlobares. Os lobos podem ainda conter fissuras intralobares que os dividem em partes cranial 
e caudal. 
O critério usado para denominaçãodos lobos baseia-se na divisão dos brônquios, sendo 
possível, assim, estabelecer uma homologia entre as espécies domésticas. 
Pulmão direito: 
� Todas as espécies possuem os lobos cranial, caudal e acessório. 
� Cão, ruminantes e suínos possuem também o lobo médio. 
� Nos ruminantes o lobo cranial é dividido em partes cranial e caudal pela fissura 
intralobar. 
� Nas espécies que possuem o lobo médio (cão, ruminantes e suínos) há uma fissura 
interlobar cranial entre os lobos cranial e médio e fissura interlobar caudal entre os lobos 
médio e caudal. 
� Nos eqüinos, que não possuem lobo médio, há apenas a fissura interlobar. 
 
Pulmão esquerdo: 
� Todas as espécies possuem os lobos cranial e caudal. 
� No cão, ruminantes e suínos o lobo cranial é dividido nas partes cranial e caudal pela 
fissura intralobar. 
� Em todas as espécies há somente uma fissura interlobar entre os lobos cranial e caudal. 
 
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- Anatomia dos Animais Domésticos: APARELHO RESPIRATÓRIO 
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6
 
 
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Profa. Dra Adriana Gradela 
 
7
LOBO LOBO
Fissura 
intralobar
Fissura 
interlobar
 
 
 
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Profa. Dra Adriana Gradela 
 
8
Coração
Pulmão
Coração
Pulmão

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