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DIREITO CIVIL III Professoras: Maria Luiza e Sandra Terto Assunto: Contratos Livros: Carlos ou Stolze. Histórico/Origem1- Não dá para precisar exatamente quando o contrato surgiu, porém, estimasse que foi na Roma Antiga. Após passar por um período de governo absolutista, as pessoas sentiam a necessidade de ter mais liberdade em vários aspectos da vida. Um deles eram as relações contratuais. Na Revolução Francesa, então, surgiu a autonomia da vontade, dizendo que o indivíduo poderia ter uma vontade livre de contratar. Surgiu, dessa forma, o Estado Liberal. No início do século XX, após as duas guerras mundiais e suas catastróficas consequências decorrentes da total liberdade do indivíduo, observou-se que o Estado não poderia ser mais tão omisso, ou seja, a autonomia da vontade entrou em crise. Houveram, então, modificações na figura do contrato, de forma geral, como também nos contratos específicos (ex.: contratos de trabalho). Assim, surgiu o Estado de Bem Estar Social. Vale salientar que imperava o princípio da pacta sunt servanda, isto é, o contrato forma leis. Esse princípio entro em crise, também, visto que decorre da autonomia da vontade. Hoje o que existe é o Neoliberalismo, essa merda! O sinônimo desse cocô é Dirigismo Estatal. Surgiu, com ele, o CDC, a CLT. Palavras chaves: Autonomia da vontade - Indivíduo - Estado Liberal - Estado de Bem Estar Social Resumo e resgate de assuntos da disciplinas de Direito Civil2- amplo Ato jurídico restrito Fato jurídico Negócio jurídico unilateral bilateral ou plurilateral Fato jurídico• Fato jurídico: acontecimento que tem consequências jurídicas. Ato jurídico: ação humana que tem relevância para o Direito. Ato jurídico no sentindo amplo: equivale ao que chamamos de fato jurídico, sendo uma ação humana que tem consquências jurídicas. Ato jurídico em sentido estrito: é a manifestação da vontade que produz efeitos impostos por lei. As consequências da pratica desse ato não são definidos pela ação humana, mas pela lei. Negócio jurídico• Negócio jurídico: é a manifestação de vontade humana que produz efeitos desejados pelas partes e permitidos por lei. A diferença para o fato jurídico é que as consequências são determinadas pelas partes, porém observando o que a lei permite. Negócio jurídico bilateral (em relação a quantidade de pessoas envolvidas): exemplo - testamento, promessa de recompensa. Negócio jurídico bilateral ou plurilateral (em relação a quantidade de pessoas envolvidas: também chamado de contrato. Ou seja, a natureza jurídica do contrato é de negócio jurídica bilateral ou plurilateral. Requisitos dos contratos3- Escada Ponteada• Existência --------------> Validade --------------> Eficácia (ACIDENTAL) ESSENCIAIS Requisitos de existência• Partes: Sempre devem existir partes nos contratos. As partes devem ser capazes e legitimadas. A capacidade que falo é a de fato e não a de gozo. Se determinada pessoa só tiver capacidade de gozo, ela deve ser representada para realizar um contrato. Em determinados casos, existe a exigência da legitimação para a prática do ato. a) 1ª Aula segunda-feira, 5 de março de 2012 11:13 Página 1 de Direito Civil III um contrato. Em determinados casos, existe a exigência da legitimação para a prática do ato. Objeto: O objeto deve ser lícito (não se pode negociar objetos contra a lei, a moral e a ordem pública), possível (fisicamente e juridicamente) e determinado (quando se pode individualizar, caracterizar) /determinável (relaciona-se as obrigações de dar coisa incerta - gênero e quantidade). O objeto está diretamente relacionado aos tipos de obrigações, sendo uma prestação de dar, fazer ou de não fazer. b) Vontade: Deve ser livre, consciente e de boa-fé.c) Forma: De forma tácita ou expressa(oral, escrita e mímica). Pode ser prescrita ou não defesa em lei.d) Solenidade propriamente dita (ad solemnitaten): exigida em lei. Solenidade ? (ad probationem): não defesa em lei, livre, servindo, apenas, para provar que o contrato existe em lei. OBS: Num contrato em que o valor do mesmo seja menor que 10 salários mínimos, não se existe prova escrita, mas pode haver prova testemunhal. Já no que for superior a 10, exige-se o contrato escrito para que seja provada a existência do mesmo. Página 2 de Direito Civil III Plano da eficácia• Em regra, todo contrato perfeito e acabado é eficaz. Geralmente, tem eficácia imediata, manifestando seus efeitos de imediato. Porém existem três elementos que podem modificar a eficácia do contrato: o termo, o encargo e condição. O termo é um evento futuro e certo, tendo, geralmente, relação com aspecto temporal. Existe o termo final e inicial. O lapso temporal entre os dois chama-se prazo. - A condição é um evento futuro e incerto, ao qual está condicionada a eficácia do contrato. Ela pode ser de duas espécies: suspensiva e resolutiva. A condição suspensiva é aquela que, quando ocorre, dá início aos efeitos jurídicos do contrato. A condição resolutiva é aquela, quando ocorre, põe fim aos efeitos do contrato. - O encargo ou modo é um elemento utilizado nos contratos unilaterais, sendo um requisito para a parte beneficiária do contrato cumpra para que tenha início seus efeitos. - Princípios contratuais4- Dirigismo contratual: É o que o Estado criou como forma de limitar a força que um contrato tem, especialmente se este contrato fere algum princípio maior do ordenamento jurídico vigente (dignidade da pessoa humana: a vontade de um contrato não pode se sobrepor a dignidade da pessoa humana). • Autonomia da vontade ou autonomia privada: é o princípio que afirma que a vontade das partes devem ser respeitadas. As pessoas devem ter liberdade para contratar se quisessem (não são obrigados), com quem quisessem e sobre o que quisessem. a) Atualmente, tal princípio não tem tanta força devido ao fato de que não dá para viver na sociedade atual sem contratar. Nem sempre pode escolher se quer ou não contratar, com quem se deve contratar e sobre o que. Em suma, o princípio da autonomia da vontade é mitigado pelo princípio da supremacia da ordem pública. Supremacia da ordem pública: a autonomia da vontade só será respeitada até o limite da ordem pública (leis, moral, bons costumes, meio ambiente, consumidor, direitos sociais). O privado não pode se sobrepor ao público. É o princípio que é aplicado atualmente, ao invés de se aplicar o da autonomia da vontade. b) Consensualismo: o que for definido em contrato deve ser respeitado. Esse princípio é considerado uma extensão do princípio da autonomia da vontade/autonomia privada. c) Débito: deveres de ambas as partes. Responsabilidade civil: perdas e danos, caso não cumpra com o dever pactuado. Obrigatoriedade dos contratos: pode ser traduzido na pacta sunt servada, isto é, o que é definido num contrato tem força de lei. O contrato precisa ter força obrigatória senão não produzirá efeitos. d) Esse princípio pode ser mitigado se houver algum vício contratual. Ex.: bem de família. Caso se pactue um contrato, colocando o bem de família como garantia do cumprimento da obrigação; ou, no caso de não cumprimento de obrigações trabalhistas. Princípio da relatividade dos efeitos do contrato: a obrigação do contrato só pode ser cumprida pelas partes, isto é, o que for acordado entre as partes só vale para elas. e) Tal princípio é mitigado pelo princípio da função social do contrato. Função social do contrato: o contrato, isto é, seus efeitos não podem ferir direitos da coletividade, ainda que tenha força obrigatória entre os contratantes. Artigo 421, CC: o contrato deve ser feito em razão e nos limites da função social do contrato.f) Crítica: geralmente, não se realiza um contrato em razão da sua função social, visto que o particular realiza um contrato visando beneficiar-se. Conservação do contrato: por tal princípio, em casos de qualquer vício ou ilegalidade no contrato, se qualquer um desses puder ser sanado, o contrato continuará a produzir seus efeitos. g) Rebus sic stantibus: é quando um contrato não pode ser cumprido por um fato extraordinário e imprevisível, isto é, as condições dos particulares, inicialmente acordadas, devem ser mantidas durante a execução do mesmo. Não são fatos extraordinários e imprevisíveis: inflação e crise econômica. h) Caso fortuito e força maior são situações extraordinárias e imprevisíveis que podem resolver o contrato, sem que seja necessário o pagamento de perdas e danos. Princípio da boa-fé objetiva: em todos os contratos, seja qual for o tipo, há uma cláusula implícita de boa-fé objetiva. Isto é, ela é presumida. O artigo 422 do CC/02 é que rege o princípio da boa-fé objetiva. i) A boa-fé é considerada em todas as etapas contratuais: nas tratativas (pré-contratuais); conclusão; execução; pós contratuais. Diferença entre boa-fé subjetiva e objetiva (estudar): condições psicológicas; honestidade, confidencialidade, probidade, lealdade... Proibição venire contra factun oroprium: proibição contra comportamento contraditório, isto é, os contratantes, ao acordarem, devem manter o comportamento do início ao fim do contrato, ainda que haja condição diferente no contrato. 2ª aula quarta-feira, 7 de março de 2012 07:20 Página 3 de Direito Civil III i.1) Supressio (supressão) É uma atitude do credor que vai suprimir um direito que ele possuía no princípio do contrato. A posteriori, tal contratante não pode reivindicar esse direito de volta. i.2) Surrectio (supressão) Há a supressão de um direito do devedor, que ele possuía no princípio do contrato. A posteriori, não se pode reclamar tal direito. i.3) Tu quoque (até tu) É quando há uma quebra de confiança no contrato. Ex.: alguém que é impedido de ser empresário, mas contrai obrigações com outrem como se empresário fosse. Na hora que seu credor vai cobrar as obrigações, o devedor alega que não pode cumpri-las, visto que não pode ser empresário. Nesse caso, tal alegação não vale para o Direito, pois a parte credora contratou com confiança. i.4) Exceptio doli (uso das exceções) A exceção é sempre uma defesa da parte. Chama-se, na doutrina, de exceção de um contrato não cumprido. Tal preceito é alegado quando um contratante é lesado pelo não cumprimento do contrato, e a parte que não cumpre exige que a parte lesada cumpra sua obrigação contratual. i.4) Duty to mitigate the loss É o dever de sempre agir para mitigar a perda. PS para letras b, f, i: Artigo 2.035 do CC/02, existência, validade e eficácia. São os princípios modernos, os quais foram criados quando o Estado percebeu que deveria realizar um dirigismo estatal para que os valores sociais não fossem lesados. OBS: Se um contrato foi firmado antes da publicação do CC/02, ou seja, de acordo com o código de 16, vale, para esse contrato, as questões relativas a validade e existência disciplinadas no código antigo. Em relação a eficácia/efeitos do contrato, deve ser respeitado o que foi legislado no novo código (artigo 2035). Página 4 de Direito Civil III Interpretação dos contratos5- A interpretação dos contratos tem uma forte relação com os princípios estudados no ponto anterior. Os princípios modernos não anularam os princípios clássicos, porém mudaram bastante a interpretação dos contratos. Vale salientar que antigamente, imperava o princípio da igualdade formal na interpretação contratual, mas, hoje, observa-se que não há igualdade material. Relação partidária: exceção.• Sociedade de consumo / Sociedade de massa• Hoje o que há é uma sociedade de massa, de consumo, ou seja, reconhece-se que há disparidade material entre as partes contratantes. A Interpretação teve que se adequar• Código do Consumidor: fornecedor + consumidor• O CDC foi criado para ser aplicado apenas nas relações de consumo. O CC é aplicado de forma subsidiária ao CDC. O consumidor é toda aquela pessoa que adquire bem ou um serviço como destinatário final. O fornecedor é aquele que fornece produtos e/ou serviço de forma onerosa e com habitualidade. Ex.: se uma vizinha vender ao seu vizinho o carro, nessa relação contratual aplica-se o CC, pois não se trata de uma relação de consumo, assim definida como a relação entre consumidor e fornecedor. Contrato de adesão• É um contrato em que as cláusulas já estão predispostas, cabe ao contratante decidir se aceita ou não. Não se pode modificar as cláusulas existentes (aderente, sem liberdade), as quais são estipuladas pelo proponente. Existem contratos de adesão Artigo 432, CC: renúncia antecipada- Artigo 423, CC: interpretação + favorável: a interpretação é sempre mais favorável ao aderente.- Contrato-tipo• É um contrato que tem cláusulas predispostas, estipuladas pelas partes, servindo para todas as relações que essas partes firmarem. Contrato coletivo• Apenas acordos (sindicato da categoria e empresa) e convenções (sindicado da categorias e sindicato dos empregadores). Contrato coativo• Contrato em que não se tem opção com quem se contratar, basta que se atenda as requisitos predeterminados. Ele ocorre nas concessionárias de serviços públicos. Contrato dirigido• São contratos em que há manifestação de vontade, porém o dirigismo estatal atual fortemente sob eles. Ex.: contratos bancários, contratos de aluguel de imóvel. 3ª Aula segunda-feira, 12 de março de 2012 12:01 Página 5 de Direito Civil III Formação dos contratos6- Tratativas + Propostas + Aceitação• Puntuação Proponente Oblato Policitante Policiato Oblação Aceitante Policitação (sinônimos de proposta) Nesse ponto, estuda-se como o contrato é concluído, isto é, quando ele se forma completamente de forma perfeita. As tratativas refere-se a parte inicial em que os contratantes conversam sobre o negócio jurídico a ser firmado, analisando objeto a ser acordado entre as parte, discutindo os elementos preliminares do contrato. Vale salientar que, nessa fase, não há qual quer responsabilidade entre os contratantes, isto é, não há vinculação entre eles. Porém, desde essa fase, há o dever de boa fé. A proposta refere-se a fase em que um contratante oferece ao outro as condições de finalização do contrato. Proposta: séria, definitiva, clara, específica ou geral• Essas são as características da proposta, isto é, ela deve ser séria, definitiva, claro, geral ou específica. A proposta é específica quando é direcionada a uma só pessoa. Ela é geral quando é oferecida ao público em geral. De acordo com o artigo 427 do CC, a proposta vincula o proponente e aceitante, isto é, obriga ambos a continuarem com essa proposta por certo tempo. Diferente das tratativas, a proposta serve para fins de ações judiciais (perda e danos, execução forçada, dentre outras). A exceção é quando, nos termos da proposta, pode existir o arrependimento sem necessitar do pagamento de perdas e danos. Exemplos de casos excepcionais: venda sujeita a aprovação; circunstâncias do casos. Aceitação: pura e simples• A aceitação deve ser pura e simples das condições oferecidas pelo proponente. Isto é, caso haja qualquer objeção, não haverá uma aceitação, mas sim uma contraproposta ou uma nova proposta. Propostas• Entre presentes (inter presentes)a) É a proposta que está sendo negociada, sem que haja intervalo de comunicação na negociação. O e-mail não se encaixa nesse tipo de proposta. A proposta não obriga o proponente se a aceitação não é imediata, mesmo que os contratantes estiverem presentes. É o que diz oartigo 428 do CC. Entre ausentes (inter obsentes)b) É a proposta que está sendo negociada, havendo intervalo de comunicação na negociação. Segundo o artigo 428 do CC, a proposta sem prazo, à pessoa ausente, não vincula o proponente. Também não vincula o proponente, a proposta feite entre ausente, e não houver resposta entre o prazo dato. Esse prazo é contado a partir do momento da expedição da resposta do proponente. Teorias• Teoria da informação ou da cogniçãoa) Não vincula o proponente, a proposta feite entre ausente, e não houver resposta entre o prazo dato. Segundo essa teoria, a proposta é aceita a partir do recebimento da resposta do aceitante, pelo proponente. Isto é, o prazo deve ser contado levando em consideração o dia do recebimento da resposta pelo proponente. Teoria da declaração ou da agniçãob) Declaração propriamente ditaI- Não vincula o proponente, a proposta feite entre ausente, e não houver resposta entre o prazo dato. Segundo essa teoria, a proposta é aceita a partir do momento que o aceitante declara sua vontade de aceitar. Isto é, o prazo deve ser contado levando em consideração o dia do que o aceitante declara sua vontade. Expedição (É A TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO CIVIL, em regra)II- Não vincula o proponente, a proposta feite entre ausente, e não houver resposta entre o prazo dato. Segundo essa teoria, a proposta é aceita a partir do momento da expedição da resposta do proponente. Isto é, o prazo deve ser contado levando em consideração o dia que o aceitante expede sua vontade. Aplica-se o artigo 434 do CC, observando as exceções que lhe são cabíveis. RecepçãoIII- 4ª Aula quarta-feira, 14 de março de 2012 07:21 Página 6 de Direito Civil III Não vincula o proponente, a proposta feite entre ausente, e não houver resposta entre o prazo dato. Segundo essa teoria, a proposta é firmada quando o proponente recebe a resposta do aceitante com a aceitação. Isto é, o prazo deve ser contado levando em consideração o dia em que o proponente recebe a resposta. Deve-se observar o caso onde o aceitante responde aceitando, mas muda de ideia e manda uma resposta se retratando, se: 1) as respostas chegarem simultaneamente, vale a retratação; 2) se chegar primeiro a aceitação e depois a retratação, o proponente pode pedir perdas e danos. OBS: Nesse caso, aplica-se a teoria da recepção! Deve-se observar, também, o caso do artigo 430, quando a resposta do aceitante, por circunstância imprevista, não chega no prazo determinado, cabe o proponente comunicar o aceitante imediatamente para saber se o negócio continua válido ou não. Já no caso do artigo 432, onde existem contratos em que não é comum haver u... Se não recusa-se expressamente, reputa- se aceito. Lugar do contrato• O lugar do contrato, conforme o artigo 435 do CC , é o lugar onde esse foi proposto. Se houver uma contraproposta ou nova proposta, o lugar do contrato é o dessa contraproposta. Página 7 de Direito Civil III Classificação dos contratos7- Quanto aos efeitos (obrigações)• Unilateraisa) Quando apenas uma das partes tem obrigação. Ex.: Doação pura (sem encargo); comodato (aluguel gratuito); mútuo (aluguel gratuito de coisa fungível). Bilateraisb) Quando ambas as partes do contrato tem obrigações. Ex.: Compra e venda; locação. Plurilateraisc) Quando há mais de duas pessoas no contrato, todas com obrigações distintas. Ex.: sociedade empresária. Onerososd) As prestações são equivalentes para as partes, isto é, se uma parte tem uma prestação, a outra parte tem uma contraprestação. Podendo ser: cumulativos ou aleatórios. Exemplo: compra e venda. d.1) Cumuativos: é o contrato oneroso firmado, em que as partes já sabem quais são suas prestações. Em regra, o contrato é comutativo. d.2) Aleatórios (artigo 458 a 461, CC/02): é o contrato oneroso firmado em que os contratantes desconhecem, pelo menos, uma das prestações a serem efetuadas. Por natureza: ex.: Seguro e loteria.- Acidentalmente aleatório: é o contrato que naturalmente é cumutativo, mas que se torna aleatório quando as partes decidem que ele assim será. (queísmo detected). Aplica-se a coisa futuras (ex.: compra de safra); coisas pré-existentes exposta a risco. - Enquadra-se no art 458: qdo assume risco total para coisa futura, isto é, cumpre com a prestação se houver ou não a coisa. Enquadra-se no artigo 459: quando assume o risco, mas só paga se houver alguma coisa futura. Enquadra-se no artigo 460: coisas pré-existentes expostas a risco; assume-se o risco total. Enquadra-se no artigo 461: quando se negocia coisa pré-existente exposta a risco com dolo. Gratuitose) É o contrato quando apenas uma das partes tem obrigações, a qual é uma benéfico para a outra parte (não precisa realizar qualquer contraprestação). Exemplo: doação (pura); comodato; contrato de mútuo (seria um comodato de coisas fungíveis). Quanto ao momento da execução• Execução instantâneaa) É quando, num mesmo ato presente, os contratantes cumprem suas prestações. Execução diferidab) É quando, num mesmo ato, mas num ato FUTURO, os contrates cumprem suas prestações. Execução continuada (de trato sucessivo)c) É o contrato em que as prestações se renovam periodicamente. OBS: Resolução de contrato por onerosidade excessiva: só ocorre nos contratos de execução continuada. Quanto à pessoa:• Personalíssimo (intuitu personae)a) É quando o contrato só pode ser executado pela aquela pessoa com a qual você contratou. A obrigação do contrato personalista é intrasmissível e insuscetível de cessão. Ex.: contrato de trabalho. Impessoaisb) É quando o contrato pode ser executado por uma pessoa diversa daquela com a qual o contrato foi firmado. 5ª Aula segunda-feira, 19 de março de 2012 11:23 Página 8 de Direito Civil III Quanto à existência• Principala) Acessóriob) É o contrato que existe em dependência de um contrato principal, garantindo ou aperfeiçoando o contrato principal. De modo que, se o contrato de principal deixar de existir, o contrato acessório também deixa de existir, A NÃO SER que seja firmado contratualmente de forma diversa. Ex.: fiança. Quanto a forma• Solenesa) Há uma forma prescrita na lei. O contrato será nulo se não seguir essa forma. Não solenesb) Consensuaisc) Basta a vontade dos contratantes para que ele se aperfeiçoe. Reaisd) Há sempre a entra de uma coisa para que o contrato passe a existir. Quanto ao objeto• Preliminares: artigo 462 a 466.a) Não se confunde a etapa preliminar de um contrato. Num contrato preliminar, os requisitos de existência e validade devem ser cumpridos, não exigindo a forma. Gera perdas e danos se não for cumprindo. Ex.: promessa de compra e venda, exceto se houver cláusula de arrependimento. Definitivosb) Quanto a designação• Nominadosa) São aqueles contratos que a própria lei dá um nome para eles. Inominadosb) São contratos atípicos firmados entre as partes, isto é, contratos que não são nominados pela própria lei. É o que permita o artigo 425, CC/02: Página 9 de Direito Civil III Estipulação em favor de terceiro (art. 436 a 438, C/C)8- Exceção ao princípio da relatividade dos efeitos do contrato• A estipulação em favor de terceiro é uma exceção ao princípio da relatividade dos efeitos do contrato, o qual diz que os obrigações de um contrato só valem para as partes contratantes. Ou seja, na estipulação em favor de terceiro, um terceiro está envolvido nas obrigações dos contratantes, sendo, por isso, uma exceção. Ex.: Seguro Estipulante + Promitente Terceiro O terceiro não precisa concordar, previamente, com a estipulação em favor dele, visto que é um benefício. O artigo 436 do C/C diz que o estipulante pode exigir o cumprimento da obrigação em favor de terceiro. O p.u desse artigo diz queo terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação, só se ele concordar. Ex.: separação consensual em que os pais acordam sobre a visita dos filhos. O artigo 437 do C/C diz que a obrigação só pode ser exigida pelo terceiro quando isso for firmado no contrato. Então, conforme isso, o estipulante não pode exonerar o promitente do cumprimento de sua obrigação. O artigo 438 permite ao estipulante substituir o terceiro quando bem entender, sem que o terceiro se pronuncie sobre essa substituição. O p.u desse artigo afirma que a substituição pode ser intervivos ou por disposição de última vontade. Promessa de fato de terceiro (art. 439 e 440, C/C)9- Promitente + Credor Terceiro A promessa de fato de terceiro é quando as partes acordam uma obrigação para um terceiro. O promitente fala em nome do terceiro. Quem promete se obriga a cumprir a obrigação. O artigo 439 do C/C diz que o promitente cumprirá a obrigação, se o terceiro não cumprir. O p.u desse artigo diz que não haverá responsabilização/indenização se o terceiro e o promitente forem cônjuges O artigo 440 do C/C diz que nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação. ≠ Mandato: é diferente porque o mandato deve ter um instrumento próprio (procuração) que permite ao promitente estipular algo em nome de terceiro. ≠ Fiança: é diferente porque há um contrato de fiança, necessitando, as vezes, que esse contrato seja autorizado pelo cônjuge (se tiver) e esse contrato é dado em garantia. ≠ Gestão de negócios: é diferente porque o terceiro e promitente tem um contrato de gestão de negócios. Vícios redibitórios (art. 441 a 446, C/C)10- Conceito• É todo vício ou defeito oculto (desconhecido) da coisa que a torna imprópria para uso a que se destina ou que lhe reduz sensivelmente o valor, de modo que o negócio não seria realizado se o outro contratante soubesse da sua existência. São defeitos do objeto do contrato e que se fossem conhecidos do contratante(adquirente), o contrato não teria sido realizado. Os vícios redibitórios só podem ser alegados num contrato comutativo e nas doações onerosas. Ler os artigos do C/C sobre esse assunto. ≠ relação de consumo• Os vícios redibitórios não se aplicam as relações de consumo, pois no CDC a disciplina para produtos defeituosos é diferente da disciplina dado aos vícios redibitórios pelo C/C. Requisitos (2)• 6ª Aula quarta-feira, 21 de março de 2012 07:27 Página 10 de Direito Civil III Requisitos (2)• Aquisição onerosaa) Não se reclama vício do que se recebe gratuitamente. Defeito desconhecidob) O defeito deve ser desconhecido de quem compra. Não importa se o alienante agiu com dolo ou não. Vício redibitório ≠ vício do negócio jurídico• O vício do negócio jurídico é vício da manifestação e da formação da vontade. Já o vício redibitório tem relação com o objeto do contrato. Opções do adquirente• Abatimento proporcional do preçoa) Redibição: desfazimento do negóciob) Novo produto: opção do CDC Troca do produto por outro de qualidade semelhante. Indenização • Culpa: C/C (dolo)- A responsabilidade prevista no código civil é subjetiva, isto é, o adquirente tem direito a indenização se a outra parte do contrato agiu com culpa. É ônus do adquirente provar a culpa. Responsabilidade civil objetiva: CDC- O fornecedor sempre se responsabiliza pelos vícios e defeitos dos produtos, independente de dolo ou culpa. Vinculação do alienante por tempo indeterminado• Prazos decadenciais para reclamar o vício :• Fácil constatação (aparente) Difícil constatação (oculto) Bem móvel 30 dias 15 dias 180 dias Bem imóvel 1 ano 6 meses 1 ano Contagem do prazo Tradição/Posse¹ Alienação² Conhecimento do vício -> ¹O prazo é contado a partir da tradição/posse, ou seja, da entrega do bem. -> ²Se já estava na posse do bem; prazo contado a partir da alienação. -> Artigo 445, CC. Página 11 de Direito Civil III Evicção11- Artigo 447 a 457, CC. Conceito• É a perda de um bem por força de decisão judicial fundada em motivo jurídico anterior que confere o bem a outra pessoa. Tem a função de proteger o adquirente de um bem de um fato jurídico anterior. Ex.: usucapião. Alienação non domino/ Coisa alheia ou litigiosa• A evicção trata-se de uma alienação non domino, ou seja, é uma alienação feita por uma pessoa que não possui o domínio da coisa. Tal coisa é alheia ou litigiosa (ex.: desapropriação). Contratos onerosos• A evicção só ocorre em contratos onerosos, tais como as doações onerosas. Alienante Venda Evicto ( = adquirente/ é o que perde o bem para o evitor) Indenização + valor do bem Evitor (vencedor) O alientante vende o bem ao evicto, o qual perde o bem pro evitor. O evicto pode exigir ao alienante a idenização devida somada ao valor do bem. Decisão judicial ou ato administrativo• A evicção também pode ser realizada por força de ato administrativo. Requisitos:• Perda total ou parcial do bema) Exemplo de perda parcial é a servidão (d. adm). A perda total ocorre no usucapião. Onerosidade na aquisiçãob) Não se pode falar em onerosidade quando o bem foi objeto de doação. Ignorância do adquirentec) Ignorância quanto ao fato do bem ser de outra pessoa ou ser objeto de um litígio. Anterioridade da causa jurídicad) A causa deve ser sempre anterior. Causa jurídica é diferente de processo, o qual pode ser posterior. Responsabilidade do alienante• Artigo 450 CC.- Artigo 447: hasta pública (leilão ou praça): o responsável pela indenização é aquele que se beneficiar (ou seja, o credor).- Artigo 448: reforçar, diminuir, excluir. A evicção já existe na lei, mas os contratantes podem inserir cláusula a respeito.- Mesmo com a exclusão da responsabilidade, ainda é necessário o pagamento do valor do bem. Só haverá exclusão total da responsabilidade se o adquirente sabia que era coisa alheia/objeto de litígio (assumiu os riscos), mas aí a evicção estará descarecterizada. Artigo 449: exclusão da garantia/preço sem indenização: só há pagamento do preço da coisa- No artigo 450, além da indenização, é necessário o pagamento dos frutos, os gatos com o contrato (ex.: impostos, advogados), prejuízos, diretos ou indiretos da evicção e custas judiciais, além de honorários do advogado Artigo 451: a deterioração da coisa não exclui o pagamento do preço do bem.- Artigo 452: deterioração do bem com vantagem para o adquirente.- 7ª Aula segunda-feira, 26 de março de 2012 11:08 Página 12 de Direito Civil III Página 13 de Direito Civil III Extinção do contrato (artigo 472 a 480, CC)12- Extinção normal• Significa o cumprimento do contrato, isto é, o cumprimento das obrigações estabelecida pelas partes. Extinção do contrato sem cumprimento:• São causas que extinguem o contrato, sem que ele seja cumprido. Causas anteriores ou contemporâneas ao contrato:I- Causas anteriores = é anterior a formação do contrato Causas contemporâneas = nascem junto com o contrato. Causas de nulidade ou anulabilidadea) As causas de nulidade geralmente tem relação com a pessoa. Já as causas de anulabilidade tem relação com os vícios de vontade. A causa de nulidade, geralmente, é anterior ao contrato. A causa de anulabilidade é contemporânea, geralmente, porque nasce junto com o contrato. Se forem alegadas, podem extinguir o contrato. Implemento de cláusula resolutivab) É diferente de condição resolutiva (não finda o contrato, mas os seus efeitos). A cláusula resolutiva é uma cláusula que põe fim ao contrato se determinado acontecimento ocorrer. A cláusula resolutiva é contemporânea ao contrato. Exercício de direito de arrependimentoc) É uma cláusulaimplícita ou explicita de que as partes tem um prazo para se arrepender do negócio firmado. É uma causa contemporânea a formação do contrato. Causas posteriores à formação do contraçãoII- Resolução (sempre tem relação com inadimplemento)a) Inadimplemento voluntário- Se uma das partes não cumpre o contrato por pura e espontânea vontade, ela não pode exigir da outra o seu cumprimento. A parte prejudicada pode entrar com um processo judicial exigindo o cumprimento da obrigação ou perdas e danos. Ex.: artigo 476 - exceção do contrato não cumprido Inadimplemento involuntário- Tem relação com o caso fortuito ou força maior. Eles exonera de pagar indenização, perdas e danos, da parte que involuntariamente não cumpriu o contrato. Onerosidade excessiva- Artigo 478: Requisitos para alegar onerosidade excessiva = execução continuada ou diferida; prestação excessivamente onerosa para uma das partes; vantagem extrema para uma parte; eventos extraordinários e imprevisível . A doutrina e a jurisprudência criticam os requisitos grifados. E , por isso, tem aplicado diferente do que está no código. Pode ser causa de extinção ou de reformulação do contrato. Resilição (tem relação com a vontade das partes)b) Distrato- Tem relação com a vontade bilateral das partes. É quando os dois contratantes resolvem por fim no contrato. Pode ocorrer com qualquer tipo de contrato. Denúncia- É quando uma das partes resolvem por fim no contrato. Só pode ocorrer em alguns tipos de contrato e a depender de não causa perda para a outra parte, senão ocorrerá a necessidade de pagamento de indenização. 8ª Aula quarta-feira, 28 de março de 2012 07:26 Página 14 de Direito Civil III causa perda para a outra parte, senão ocorrerá a necessidade de pagamento de indenização. Revogação- Aplica-se a contratos específicos. Exemplo: comodato e aos contratos unilaterais, geralmente. Resgate- Aplica-se a contratos específicos. Ex.: Enfiteuse. Rescisão- Aplica-se a contratos específicos. Ocorre quando o contrato tiver um dos vícios: lesão ou estado de perigo. Mortec) A morte só será motivo para a extinção do contrato se a obrigação deste for personalíssima, senão, a obrigação passa para os herdeiros. Dicas para a prova: Caderno• CC (421 a 466; 472 a 480)• Doutrina: princípios e classificações (principalmente).• Página 15 de Direito Civil III Aulas e provas• 02/04: aula de Maria Luísa- 04/04: 1º estágio- 07/05: aula de Maria Luísa- 09/05: 2º estágio- 06/06: debate em sala- 11/06: prova 3º estágio- 13/06: prova de reposição- 18/06: prova final- Calendário quarta-feira, 7 de março de 2012 07:20 Página 16 de Direito Civil III
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