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Estudos da Antiguidade no Brasil

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1 
 
GARRAFFONI, R. S. ; FUNARI, P. P. A. ; FUNARI, P. P. A. ; Pinto, R. . O estudo da antiguidade no Brasil: as 
contribuições teóricas recentes. In: Pedro Paulo Abreu Funari; Richard Hingley; Renata Senna Garraffoni; Renato 
Pinto. (Org.). O imperialismo romano. 1ed.São Paulo: Annablume, 2010, v. 1, p. 9-25. 
 
 
O estudo da Antigüidade no Brasil: as contribuições das discussões teóricas 
recentes 
 
 
 
Dra. Renata Senna Garraffoni 
UFPR 
Dr. Pedro Paulo Funari 
UNICAMP 
Ms. Renato Pinto 
Doutorando em História/Unicamp 
 
 
“Não há nada de misterioso ou de natural na autoridade. Ela é formada, irradiada, disseminada; é instrumental, é 
persuasiva; tem posição, estabelece padrões de gosto e valor; é virtualmente indistinguível de certas idéias que 
dignifica como verdadeiras, e das tradições, percepções e juízos que forma, transmite, reproduz. Acima de tudo, a 
autoridade pode e realmente deve ser analisada. 
Edward Said, Orientalismo, p. 31. 
 
 
 Os estudos sobre o mundo antigo têm passado por um momento de renovação e 
esse aspecto não ficou despercebido da academia brasileira. Talvez essa renovação seja 
um dos grandes legados de Edward Said: quando na década de 1970 escreveu seu livro 
Orientalismo (2001), não poderia imaginar os desdobramentos de suas críticas e os 
profundos impactos que causaria entre os estudiosos do mundo antigo. Ao afirmar que o 
Orientalismo foi uma construção européia de base acadêmica, profundamente marcada 
por uma política imperialista e que ajudou a construir uma noção de inferioridade dos 
povos do Oriente, Said abriu a possibilidade de se pensar criticamente os discursos 
produzidos no meio acadêmico, seus conceitos e intenções. Profundamente influenciado 
pelo pensamento de Michel Foucault (Rago & Funari 2008), Said questionou a maneira 
como a academia Ocidental, em especial a européia, constituiu interpretações do outro 
marcadas por uma política de autoridade e abriu caminhos para que os estudiosos 
questionassem generalizações e se posicionassem criticamente diante dos métodos 
 2 
interpretativos criados no seio da academia, eivados de concepções racistas e 
atravessados por políticas de dominação. 
 Ao centrar suas críticas no Eurocentrismo, Said provocou polêmica, mas 
também sensibilizou estudiosos de diferentes áreas a pensar como conceitos e modelos 
interpretativos são construídos e não naturais, despertando a atenção para um repensar 
das ferramentas conceituais empregadas pelos estudiosos. Muito embora seu foco fosse 
nas relações estabelecidas entre Oriente e Ocidente, ao afirmar que a relevância Oriente 
foi constantemente diminuída pelo Ocidente a partir do século XIX, Said inspirou novas 
possibilidades de se pensar essas relações e abriu caminho para Martin Bernal, nos anos 
de 1980 afirmar que o mundo antigo não se distanciava da política moderna (Bernal, 
1987; 2005). 
 Ao propor que as interpretações do mundo grego foram fundamentais para a 
construção de discursos de poder da Europa sobre outras partes do mundo - na virada do 
século XIX para o XX - Martin Bernal contribuiu para questionar a idéia de 
neutralidade dos estudos do mundo antigo, noção muitas vezes reforçada pela distância 
temporal entre Modernidade e Antigüidade. Ao retirar os estudos clássicos da “torre de 
marfim” ou “torre de observação” e de seu suposto isolamento, Bernal apontou, em 
vários de seus trabalhos, como esse pretenso afastamento é uma atitude política, pois os 
estudos clássicos nunca foram isentos dos momentos históricos nos quais foram 
produzidos, constituindo, portanto, parte de discursos de dominação. 
 Essa crítica de Bernal trouxe desconcertos e incômodos para os estudiosos do 
mundo antigo, pois explicitou em suas obras como na virada do século XIX para o XX 
muitos especialistas do mundo antigo constantemente apagaram as origens orientais da 
Grécia, construindo interpretações fundamentadas em uma visão anti-semita que ajudou 
a legitimar discursos racistas e de poder. Desconstruindo os modelos aplicados para o 
estudo do mundo grego, Bernal enfatizou em seus trabalhos a necessidade de rever 
modelos interpretativos cristalizados, categorias de estudos culturais estagnadas e 
normativas, bem como o papel da academia na constituição de políticas autoritárias e 
visões de mundo preconceituosas. 
 Cada um em seu contexto, Said e Bernal iniciaram um movimento que 
atualmente é crescente e mesmo predominante, dentro dos estudos acerca do mundo 
antigo: um repensar de como se escreveu a História Antiga e como os conceitos 
empregados para interpretá-la estão atravessados por noções colonialistas e 
imperialistas da virada do século XIX para o XX. Essa consciência crítica tem trazido 
 3 
novos ares para a disciplina. Como afirmou, há pouco, Glaydson José da Silva (2007), 
os estudos sobre o mundo antigo, em especial a Antigüidade clássica, visto 
constantemente como tradicional, conservador e hierárquico, têm experimentado uma 
grande renovação, na qual busca questionar esses ranços históricos a partir de uma 
revisão teórica profunda. Revisão essa, gostaríamos de ressaltar, que tem não só 
proposto novas problemáticas de estudo, mas também desenvolvido um repensar de 
como são constituídas as relações passado/presente e suas implicações políticas (Silva e 
Martins 2008). Assim, o novo panorama teórico aberto pelos desdobramentos das 
correntes de pensamento pós-colonialistas permitiu uma profunda problematização do 
estudo da História Antiga, desafio instigante e que tem atingido estudiosos de diferentes 
instituições, estrangeiras e brasileiras, possibilitado um maior diálogo entre 
especialistas. É a partir dessa situação histórica, das renovações experimentadas pelo 
estudo da Antigüidade nas últimas duas décadas, que gostaríamos de focar nossas 
reflexões acerca da importância de se pensar sobre Roma antiga nos dias de hoje no 
Brasil e a vinda do Richard Hingley ao nosso país, como professor visitante da Escola 
de Altos Estudos da CAPES, assim como a publicação deste volume. A interação 
antigüidade e modernidade tem permitido tratar de temas variados, como as relações de 
gênero (Feitosa & Rago 2008; Silva 2008), cidadania (Rago & Funari 2008), 
sexualidade (Cavicchioli 2008), amizade (Ionta & Campos 2008), identidades 
(Garraffoni 2008), com apoio institucional da CAPES, CNPq, FAPESP, de modo a 
constituir uma reflexão crítica e atualizada. 
 
 A CAPES, preocupada com a inserção da ciência brasileira nas mais pertinentes 
discussões epistemológicas da atualidade, instituiu um programa notável, a Escola de 
Altos Estudos
1
. Esta iniciativa visa a congregar, em torno de um especialista estrangeiro 
de máximo renome internacional, um conjunto significativo de programas de pós-
graduação e de estudiosos brasileiros. Richard Hingley, no campo da erudição sobre a 
Antigüidade, correspondia, de forma aguda, à excelência e destaque no campo dos 
estudos sobre o mundo antigo, como detalhamos a seguir
2
. Os programas de pós-
graduação em História de excelência da Unicamp e UFPR
3
 reuniram, para a 
 
1
 Cf. http://www.capes.gov.br/bolsas/programas-especiais/escola-de-altos-estudos. 
2 Cf. também http://www.dur.ac.uk/richard.hingley/. 
3 Na avaliação atual da CAPES, o curso da Unicamp obteve a nota máxima 7 e a UFPR também marca 
muito boa, 5; cf. 
http://conteudoweb.capes.gov.br/conteudoweb/ProjetoRelacaoCursosServlet?acao=pesquisarIes&codigo
 4 
concretização do projeto, uma série de outros programas destacados no cenário 
nacional: UNESP Franca, UNESP Franca, UFRJ, Unirio, UEL, UFRGS, UFPel, UnB, 
entre outros. O curso foi sediado na Unicamp e tele-transmitidopara todos os 
programas de pós-graduação participantes, que receberam, ademais, cinco DVDs, com a 
íntegra das aulas. 
 
História Antiga no Brasil: breve histórico 
 
 Estudar História Antiga no Brasil pode parecer algo bem exótico. Essa sensação 
atinge, de uma maneira ou outra, todos aqueles que optaram por esse caminho. Se 
estudar História em um contexto de revolução tecnológica já causa estranhamento em 
grande parte das pessoas com os quais convivemos cotidianamente, o que dizer então da 
História Antiga? Mas o estranhamento não está presente somente entre nossos 
compatriotas. Muitos europeus também acham curioso o fato de que na América Latina 
existam pessoas que se interessam por temas como os antigos egípcios, mesopotâmicos 
persas, gregos ou romanos, só para citar alguns exemplos. Nesse sentido, pensar a 
relação do Brasil com aquilo que denominamos História Antiga é uma questão 
importante que, mais cedo ou mais tarde, atravessa o dia a dia dos que se dedicaram a se 
especializar nessa área. É por isso que acreditamos que uma reflexão sobre a produção 
de estudos sobre o mundo antigo no Brasil não pode estar desvinculada da maneira 
como se desenvolveu nas academias brasileiras e sua relação com as escolas. 
 Funari (2006) ao refletir sobre o ensino e História antiga no Brasil afirma que 
desde o início da década de 1960 se discute os temas de História Antiga sobre os quais 
os professores deveriam conhecer. Muito embora estivessem presentes nos livros 
didáticos e nas grades curriculares das escolas, havia pouquíssimos especialistas na área 
das Universidades e, geralmente, o conhecimento era muito superficial. Essa situação 
foi acirrada pelos anos de ditadura atravessados pelo Brasil, nos quais as políticas 
institucionais nem sempre privilegiaram as Humanidades, fazendo com que por algumas 
décadas, os estudos sobre a História Antiga fossem pouco valorizados. Somente com a 
abertura política e com o restabelecimento dos direitos civis que o ensino de História 
em geral, e a História antiga em particular, experimentaram novas possibilidades de 
desenvolvimento. 
 
Area=70500002&descricaoArea=CI%CANCIAS+HUMANAS+&descricaoAreaConhecimento=HIST%
D3RIA&descricaoAreaAvaliacao=HIST%D3RIA. 
 5 
 A ANPUH (Associação Nacional de Professores Universitários de História, hoje 
Associação Nacional de História) se constituiu um lugar muito importante para se 
discutir os temas a serem privilegiados dentro da História Antiga. Desde a década de 
1980 mesas de discussões foram compostas para discutir a situação desse campo de 
conhecimento no Brasil, seus problemas, as dificuldades e os avanços. Em meados dos 
anos de 1990, por exemplo, o Boletim do CPA publicou alguns dos debates acerca da 
produção de História antiga no Brasil, com destaque para as reflexões de Claudiomar 
Gonçalves (1997) e Pedro Paulo Funari (1997). Enquanto o primeiro fez um balanço da 
situação das academias brasileiras, os problemas, avanços e conquistas no período após 
a abertura política, Funari destacava as dificuldades da pesquisa sobre o mundo antigo 
no Brasil, como a falta de cursos de línguas especializadas ou o acesso a bibliografia 
mais atual, mas também enfatizou que as barreiras vinham sendo transpostas graças a 
esforços individuais e a organização e fortalecimento de sociedades de estudo, como a 
SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos). O desenvolvimento e a organização 
de grupos de pesquisas fora do eixo Rio/São Paulo e os desdobramentos das iniciativas 
estariam sendo percebidos na melhora do ensino e na formação profissional, preparando 
melhor os pesquisadores e, conseqüentemente, trazendo mais apoio para professores do 
ensino médio, com publicações nacionais sobre o mundo antigo, algo raro até então. 
 Em 2001 o tema voltou a aparecer nas discussões da ANPUH. Com a formação 
dos GTs (grupos de trabalho), o de História Antiga passou a ser de grande importância 
para congregar os estudiosos dos períodos mais afastados no tempo e espaço. Essa 
reunião para formação do grupo contou com a presença de pesquisadores de diferentes 
instituições federais e estaduais, entre elas UFMG, UFOP, UFES, UFRJ, Unicamp, 
USP, UNESP. Professores e pós-graduandos, em um esforço coletivo, produziram um 
balanço dos avanços dos estudos sobre o mundo antigo no Brasil nas últimas décadas: a 
produção de teses, mestrados, livros, artigos científicos, as alterações nos livros 
didáticos, a criação de núcleos de estudos em diferentes regiões do Brasil, enfim, um 
panorama bem detalhado da produção brasileira até então, que pode ser conferida em 
um dossiê especial publicado pela Revista Eletrônica Helade
4
. 
 
4 Cf: http://www.heladeweb.net/Portugues/indexportugues.htm. Número especial: Anais do Grupo de 
Trabalho (GT) de História Antiga - Realizado no XXI Simpósio Nacional da ANPUH de 23 a 25 de 
julho de 2001 e Coord. por Gilvan Ventura da Silva (UFES) 
 
 6 
 O fortalecimento dos espaços de discussão, seja na ANPUH como na SBEC ou 
nos centros de estudos sobre o mundo antigo como o LHIA (UFRJ), o CEIA (UFF), o 
NEA (UERJ), entre tantos outros, tem propiciado, nas últimas décadas, a formação de 
profissionais capacitados e a produção de interpretações do mundo antigo inserida em 
um contexto internacional. Seguramente, o quadro de hoje é muito distinto do que 
tínhamos nos anos de 1960 e os esforços de estudiosos têm cada vez mais aberto 
campos para o estudo aprofundado seja dos egípcios, mesopotâmicos, celtas, como da 
Antigüidade Greco-Romana. A expansão do campo tem proporcionado um maior 
diálogo com o ensino médio e, conseqüentemente, arejado o ensino nas escolhas e 
tornado a essa experiência mais satisfatória e prazerosa para todos. Embora a História 
Antiga abarque muitos povos da Antigüidade e grupos de estudos especializados tem se 
fortalecido em diferentes instituições brasileiras, gostaríamos de comentar mais a fundo 
as particularidades das pesquisas sobre a Antigüidade Clássica, os diálogos entre 
Arqueologia e História, campo que temos atuado nos últimos anos. 
 
Algumas considerações acerca dos estudos clássicos no Brasil 
 
 Como nas últimas duas décadas foi constituída uma estrutura mais sólida para o 
desenvolvimento dos estudos clássicos no Brasil, as Universidades públicas têm 
buscado contratar especialistas oriundos de programas de pós-graduação e investido em 
possibilidades de organizar as grades curriculares de maneira menos rígida, viabilizando 
o estudo das línguas clássicas. Nesse sentido, em várias Universidades os alunos dos 
cursos de História tem tido um pouco mais de oportunidade para participar dos cursos 
de latim e grego, de literatura Greco-romana e, também, dos cursos de Filosofia 
clássica, auxiliando o conhecimento mais aprofundado dos textos greco-romanos, 
facilitando, portanto, o acesso à leitura e interpretação das obras. 
Se por um lado essa estratégia permitiu uma maior aproximação dos textos 
clássicos e a possibilidade de novas abordagens, por outro cabe destacar que se tornou a 
perspectiva predominante e pouca atenção foi destinada à Arqueologia, relegando a 
cultura material a um segundo plano. Em um primeiro momento, é possível pensar que 
a maior dificuldade seria o acesso à cultura material e aos sítios arqueológicos que, por 
definição, encontram-se na Europa, África do norte e Oriente Próximo. Mas uma análise 
mais cuidadosa indica uma série de outros problemas mais complexos precisam ser 
analisados, pois é importante destacar que alguns museus brasileiros, comoo MAE/USP 
 7 
ou o Museu Nacional do Rio de Janeiro, possuem coleções de peças do mundo clássico, 
como cerâmicas e moedas, por exemplo, ainda pouco estudadas por pesquisadores 
brasileiros
5
. 
Neste contexto, acreditamos ser importante destacar que, para além das 
dificuldades de acesso a cultura material greco-romana, que poderiam ser suplantadas 
por meio de trabalhos integrados com grupos de pesquisas no exterior ou mesmo pelo 
estudo dos artefatos das coleções de Museus brasileiros, há um outro aspecto que 
precisa ser destacado: o tenso diálogo entre História e Arqueologia. Como nas últimas 
décadas as Universidades públicas brasileiras tem se esforçado em contratar 
especialistas oriundos de programas de pós-graduação, houve um investimento no 
estudo das línguas clássicas, para a leitura dos textos, mas poucos se dedicaram ao 
diálogo com a Arqueologia, relegando a cultura material a um segundo plano. 
A dificuldade de estabelecer um diálogo entre Arqueologia e História, embora 
tenha suas particularidades no território nacional, não é uma exclusividade dos estudos 
clássicos no Brasil. Ray Laurence (2005), em um recente estudo, afirma que na Grã-
Bretanha as pesquisas nestes dois campos correm quase em paralelo e nem sempre os 
profissionais concordam com o diálogo, procurando reafirmar a separação entre ambas 
as disciplinas. Neste contexto, é possível afirmar que a separação entre as disciplinas é 
mais uma postura teórico-metodológica que uma dificuldade de acesso às fontes, pois 
implica em discutir a percepção de História e Arqueologia na qual o classicista é 
formado e, também, na sua postura diante da possibilidade ou não de concretizar este 
diálogo. 
A partir destas considerações, acreditamos ser importante buscar meios de 
preencher essa lacuna no território brasileiro. Se admitirmos que Arqueologia tem uma 
grande contribuição para ajudar a pluralizar nossas percepções acerca do mundo romano 
é imprescindível provocarmos uma reflexão teórico-metodológica para buscar por 
novos conceitos para interpretar o passado clássico. Nesse contexto, optamos por reunir, 
nessa obra, artigos de Richard Hingley, estudioso britânico de nomeada mundial, que 
tem sistematicamente contribuído para um repensar das maneiras como entendemos a 
noção de Império romano. Considerando a Arqueologia pelo prisma das críticas pós-
coloniais, as reflexões de Hingley têm indicado caminhos alternativos para se entender 
o passado romano e, além disso, suas pesquisas têm enfatizado que a cultura material, 
 
5 Com relação às moedas, Carlan chama a atenção para essa questão em vários estudos. Cf, por exemplo: 
Carlan, 2006a; 2006b; 2007 e 2008. 
 8 
quando contraposta aos textos, proporciona novas abordagens sobre as relações 
estabelecidas entre os nativos e romanos durante o principado. Assim, acreditamos que 
a iniciativa de publicar textos de diferentes momentos da carreira do estudioso, inéditos 
em português, permitirá ao publico brasileiro um maior contato com sua trajetória 
intelectual, bem como possibilitará uma reflexão mais aprofundada acerca das múltiplas 
maneiras que nos relacionamos com o passado romano em nosso tempo presente. 
 
Sobre o estudioso 
 
 Richard Hingley é professor do Departamento de Arqueologia da Universidade 
de Durham, na Inglaterra. Nos últimos anos, tem se dedicado a diferentes áreas de 
atuação nas quais incluem estudos arqueológicos sobre as populações romanas das 
províncias do norte e oeste da Grã-Bretanha e sobre os povos pré-romanos da Idade do 
Ferro, bem como tem refletido sobre a importância de revisões teórico-metodológicas 
para possibilitar novas abordagens acerca do passado clássico. Em 2008 Hingley aceitou 
nosso convite para ministrar um curso concentrado na Unicamp
6
 e, com o apoio da 
Escola de Altos Estudos da Capes, pudemos concretizar esse projeto. 
 A vasta produção do autor não é tão conhecida no Brasil, como o é no mundo, 
inspiradora por diferentes razões. Para além de nos apresentar o Império romano a partir 
de uma visão imbricada em reflexões teórico-metodológicas, Hingley aponta a 
necessidade de refletirmos com mais profundidade sobre os motivos que levam os 
modernos a se interessarem pelo mundo romano. Assim, embora o estudioso tenha 
produzido uma vasta publicação em periódicos e livros, é importante salientar a 
presença de um eixo comum que perpassa sua obra, pois há cerca de duas décadas tem 
contribuído com o debate sobre como as populações nativas foram incorporadas ao 
Império Romano, além das mudanças culturais e sociais ocorridas durante este 
processo. 
Pensando as relações entre romanos e povos nativos, Hingley colaborou com a 
construção de um campo de reflexão bastante complexo, questionando interpretações 
canônicas acerca do mundo romano, como a idéia de Romanização, a partir de um 
estudo aprofundado do contexto histórico em que a maioria das concepções acerca do 
Império romano foi criada. 
 
6 Cf. http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/2008/07/26/escola-de-altos-estudos-da-capes-e-
unicamp-trazem-professor-britanico. 
 9 
Neste sentido, as publicações de Hingley devem ser entendidas dentro de uma 
perspectiva de desconstrução de discursos imperialistas do início do século XX que 
fundamentaram conceitos e leituras sobre o passado romano, tanto na História como na 
Arqueologia, posteriormente aceitos como verdades e pouco questionados pelos 
estudiosos. A base de sua crítica se constitui, portanto, a partir da ruptura com modelos 
interpretativos Eurocêntricos, na tentativa de construir interpretações mais flexíveis 
acerca do Império romano, oferecendo ao leitor a possibilidade de buscar caminhos 
alternativos para pensar a relação entre culturas, tornando-se uma referência importante 
para aqueles que se interessam pelo mundo antigo em geral e o romano em particular. 
 
A estrutura desse livro 
 
Este volume reúne quatro artigos de Richard Hingley, inéditos em língua 
portuguesa, publicados em primeira versão entre 1991 e 2008. Os textos foram 
escolhidos pelo autor em conjunto com os organizadores da obra. Estão todos 
interligados pela preocupação em analisar, com agudo senso crítico, os discursos que 
geraram e ainda promovem os estudos sobre o processo de ‘Romanização’, como é 
tradicionalmente denominada a expansão territorial e cultural romana que se deu, 
principalmente, entre o fim da República e o primeiro século do período imperial. 
Ainda que abranjam quase duas décadas de pesquisas, os artigos escolhidos nada 
mais são do que uma amostra da produção acadêmica de Richard Hingley. Desta forma, 
não se busca esgotar os temas aqui tratados. Todavia, devem levar o leitor a uma visão 
ampla o suficiente para a necessária reflexão sobre o processo de ‘Romanização’ na 
ótica pós-colonial do eminente estudioso. 
 
The 'legacy' of Rome: the rise, decline, and fall of the theory of 
Romanization 
 
Ao abordar de forma pouco ortodoxa, como afirma o próprio autor, as teorias da 
‘Romanização’, Richard Hingley tratará de três tópicos inter-relacionados. Primeiro, 
analisará como políticos e acadêmicos britânicos se reapropriaram da história da 
expansão territorial romana para justificar suas ambições imperiais modernas e, neste 
intento, traçaram inúmeros paralelos entre o Império Romano e o Britânico. Os 
discursos imperialistas britânicos e os paralelos com o Império Romano são explorados 
 10 
por Hingley a partir de depoimentos de políticos e intelectuais, em especial, do período 
vitoriano e eduardiano, momento de maior produção científica da Arqueologia Romana 
e de grandespreocupações com a eficiência do Império Britânico. O principal 
acadêmico do período eduardiano estudado por Hingley é o arqueólogo e historiador 
Francis Haverfield, pioneiro na Arqueologia sobre o período romano-bretão. Para 
Hingley, os trabalhos de Haverfield apontam para uma grande preocupação em tirar 
lições morais do Império Romano e aplicá-las ao cenário de sua época, ressaltando o 
sentido positivo da adoção da cultura clássica quando levada às províncias por meio da 
Romanização. 
Em seu segundo tópico, Hingley enfocará como a ‘Romanização’ tem sido 
estudada nos últimos setenta anos por acadêmicos que escreveram já no período de 
declínio ou posterior ao fim do Império Britânico. Nesse momento, a teoria da 
Romanização passa por um auge, acompanhado de uma mudança conceitual: agora a 
Romanização é um processo de adoção cultural, não imposição. O desejo de competir 
em moldes romanos com seus pares teria feito as elites nativas das províncias adotarem 
a cultura romana com entusiasmo. O trabalho do arqueólogo Martin Millett é a principal 
fonte de Hingley nesse tópico. 
No terceiro e último tópico, Hingley apontará para os problemas gerados pelo 
conceito de imperialismo positivo, propondo, em seu lugar, uma crítica dos discursos 
anteriores movida por teorias pós-coloniais. A partir do questionamento da noção de 
uma cultura colonial pura, o autor salientará a importância de olharmos para a 
diversidade identitária do Império Romano, para além da elite, desmistificando a idéia 
de passividade da população nativa diante das mudanças trazidas pela presença romana. 
Nesse contexto, Hingley problematizará a cultura material encontrada na província da 
Bretanha Romana, tratando da questão da resistência e da adoção da cultura material 
romana e da construção de sentimentos étnicos nas províncias. Apontará, também, para 
a necessidade de reavaliarmos conceitos estanques como ‘romano’ e ‘nativo’. 
 
The Romano-British Countryside: the Significance of Rural Settlement Forms 
 
Originalmente publicado em 1991, esse artigo é o mais centrado nos modelos 
interpretativos arqueológicos. Aqui, Richard Hingley volta-se para aos estudos dos 
assentamentos rurais romano-bretões. O artigo escrutina a organização sócio-econômica 
das comunidades da província da Bretanha Romana ao levar em conta a forma e a 
 11 
distribuição dos assentamentos. No que se refere à categorização de sítios 
arqueológicos, indícios de riqueza têm sido importantes para determinar o que seriam 
villas, pequenas cidades ou assentamentos rurais modestos (não-villas). Também, o 
propósito econômico de cada assentamento, quer seja comércio, indústria ou 
agricultura, pode ser determinando pela cultura material encontrada. Hingley trata de 
cada tipo de assentamento individualmente, oferecendo suas definições e principais 
características materiais antes de explorar em detalhe a organização dos assentamentos e 
da paisagem que os cercam. Trata-se de um importante estudo técnico das formas e 
funções presentes nos assentamentos do período romano-bretão, dando ao leitor a 
capacidade de visualizar como modelos interpretativos arqueológicos podem mostrar 
uma situação socioeconômica muito mais complexa daquela sociedade quando 
comparada com visões mais tradicionais. 
 
CULTURAL DIVERSITY AND UNITY: EMPIRE AND ROME 
 
Nesse artigo inédito, Richard Hingley explora a forma como os Estudos 
Clássicos ganham papel político e social ao emergirem com renovado interesse em 
diferentes momentos nos centros acadêmicos, em especial, no Reino Unido e nos 
Estados Unidos. Hingley tratará da prática comum de aproximação entre o mundo 
romano e o presente, levada a cabo por acadêmicos e políticos ao estudar como 
conceitos de diversidade, pluralidade e heterogeneidade têm se desenvolvido nos 
Estudos Clássicos. O autor sugere que seja desenvolvido um passado do mundo romano 
mais complexo e fluído no que se refere às questões identitárias a fim de desafiar os 
discursos imperialistas modernos que se apóiam no passado para justificar e normatizar 
ações políticas do presente. Ao estudar como as teorias da ‘Romanização’ foram 
epistemologicamente construídas, em especial entre os séculos XIX e XX, Hingley 
tratará de explicitar como arqueólogos e historiadores britânicos têm promovido, por 
vezes, o uso enviesado do conceito de ‘civilização’ e ‘progresso’. Partindo de conceitos 
existentes no passado, como humanitas, Hingley cotejará relevantes dados sobre como 
se desenvolveram noções de civilidade e barbarismo desde o Mundo Antigo até a 
contemporaneidade, quando nações imperialistas fizeram crer que haviam herdado a 
missão civilizadora da qual os romanos sentiram-se imbuídos. Conceitos modernos de 
periferia e centro serão debatidos e postos em contraste com a apropriação do passado 
romano pelas potencias ocidentais a partir do séc. XIX. O autor explorará como a 
 12 
adoção de costumes romanos ou de sua cultura material não representa necessariamente 
a adoção de uma identidade romana. Hingley apresenta estudos que apontam para um 
cenário cultural e identitário muito complexo e diversificado quando a elite deixa de ser 
o único foco de atenção, apoiando-se em trabalhos de outros estudiosos de questões 
culturais do mundo romano como Nicola Terrenato, Greg Woolf e Carol van Driel-
Murray. Questões como o conhecimento do latim, urbanização, militarização e 
marginalização no Império Romano são tratadas para apresentar um cenário de grande 
heterogeneidade no Mundo Romano. 
 
Hadrian’s Wall in theory: a new agenda 
Originally published as R. Hingley 2008 ‘Hadrian’s Wall in 
theory: a new agenda’, in P. Bidwell (ed.) Understanding 
Hadrian’s Wall. The Arbeia Society. Titus Wilson, Kendal. 
 
Aqui Hingley parte de uma preocupante constatação: há um crescente 
desinteresse em estudar aquele que pode ser considerado um dos maiores monumentos 
arqueológicos da Grã-Bretanha, a Muralha de Adriano, assim conhecida por ter sido 
construída por volta de 120 d.C. a mando do imperador romano de mesmo nome. A 
situação se apresenta mais crítica nas academias britânicas, onde os estudos a cerca do 
muro estão em franco declínio. 
Hingley aponta a subestimação da complexidade do monumento como um dos 
fatores para o baixo número de trabalhos de doutorado sobre a Muralha de Adriano. 
Para Hingley, esse menosprezo ignora como a fronteira construída pelos romanos 
influenciou a geração de sentimentos de identidade inglesa e escocesa e suscitou a 
atenção de muitos intelectuais britânicos ao longo de séculos. Curiosos, por exemplo, 
foram os paralelos traçados entre a Muralha de Adriano e as inquietações coloniais do 
Império Britânico com a fronteira nordeste da Índia. 
Em seguida, o autor clama por mais estudos comparativos entre a Muralha de 
Adriano e a simbologia que cerca sua longevidade, ou seja, sua ‘monumentalidade’, e os 
estudos dos limes romanos referentes a outras partes da Europa e da África do Norte, 
com ênfase na pesquisa sobre a relação entre invasores e populações indígenas. E, 
ademais, procura mostrar formas como a Muralha de Adriano pode novamente ganhar 
apelo acadêmico com a articulação de questões identitárias com ideologias imperiais, 
tanto do passado quanto do presente. 
 13 
 
 
A contribuição para o avanço de uma abordagem crítica do mundo antigo 
 
Em primeiro lugar é importante destacar a potencialidade dos estudos pós-
coloniais e sua contribuição na construção de novas abordagens sobre o mundo antigo, 
em especial o romano. O questionamento de tradições modernas de pensamento, como a 
noção de Romanização, abre espaço para romper dicotomias como o binômio 
bárbaro/civilizado, expondo a complexidadedas sociedades antigas, antes reduzidas a 
blocos culturais estanques. 
Em segundo lugar, acreditamos ser fundamental destacar que os trabalhos de 
Hingley, assim como de outros estudiosos pós-coloniais, apresentam a possibilidade da 
construção de uma postura crítica, baseada na interdisciplinaridade e na exposição dos 
avanços e limites das abordagens constituídas. Essa metodologia permite aos estudiosos 
uma reflexão crítica sobre a relação entre seu presente e o passado a ser interpretado, 
refresca as possibilidades de entendimento do mundo romano, tão marcado pela 
homogeneidade e interpretações normativas, e deixa aberto alguns caminhos para novas 
pesquisas sobre os marginalizados e os conflitos, praticamente esquecidos pelas 
perspectivas mais tradicionais de conhecimento. 
 
 
 
Assim, acreditamos que a organização desse livro se constitui em uma 
contribuição profícua para um conhecimento mais aprofundado da expansão romana, 
em particular, mas também dos mecanismos de apropriação do mundo antigo para usos 
contemporâneos. Destacamos que compartilhamos com Hingley a preocupação em 
propor revisões teórico-metodológicas a partir dos desdobramentos das críticas pós-
coloniais na busca por outras maneiras para estudar do mundo romano, enfocando seus 
múltiplos aspectos. Sendo assim, a partir de um diálogo mais estreito com a obra do 
estudioso inglês, bem como com outros pesquisadores europeus que buscam uma 
interpretação menos estática do mundo romano, ressaltamos nossa preocupação em 
construir meios de diálogo com Arqueologia clássica, tornando-a uma importante 
ferramenta de reflexão. Como já afirmou Peter Ucko (1995), a Arqueologia permite a 
captura de aspectos particulares do passado e a construção de modelos teóricos menos 
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excludentes. Assim, um diálogo profícuo com a História é fundamental não só para 
rever conceitos e desafiar as meta-narrativas, mas também para pensar outras formas de 
sensibilidades e de visões de mundo. 
Nesta perspectiva, entendemos que o presente livro contribui para o diálogo 
entre estas duas disciplinas e ajuda a construir novos contornos nos meios acadêmicos 
brasileiros abrindo outras possibilidades de produção de conhecimento e de reflexão 
social. Se considerarmos que enfatizando a diversidade e as múltiplas abordagens 
ajudamos a construir políticas práticas interpretativas fundadas no reconhecimento das 
diferenças (étnicas, sociais ou sexuais), contribuiríamos, portanto, para produzir visões 
críticas tanto do passado antigo como do presente em que estamos inseridos. Nesse 
sentido, a produção de interpretações acerca do passado romano a partir de uma reflexão 
teórica sólida e não somente focada nos ideais da elite é uma atitude que propicia a 
crítica e o desenvolvimento de novas sensibilidades. Ao formar novos lugares de 
reflexão é possível despertar empatia pelo tema estudado em jovens com diferentes 
formações e estimular meios de diálogo entre passado e presente não como mera 
herança ou continuidade, mas como diferença, como ruptura, como outras formas de 
viver e sentir. Boa leitura a todos! 
 
Agradecimentos 
 
Agradecemos ao Prof. Richard Hingley, por sua disposição de estar entre nós e por sua 
imensa simpatia. Também muito devemos a Christina Unwin, grande co-autora e 
parceira do Prof. Hingley. Somos gratos, ainda, a todos os professores que participaram 
do projeto, em particular: Cláudia Beltrão, Claudio Carlan, Margarida Maria de 
Carvalho, Fábio Vergara Cerqueira, André Leonardo Chevitarese, Gabriele Cornelli, 
Andrea Dorini, Norma Musco Mendes, Monica Selvatici, Glaydson José da Silva. 
Lembramos, ainda, a participação dos estudantes Andrés Alarcon, Natalia Ferreira 
Campos, Marina Regis Cavicchioli, Nathalia Monseff Junqueira, Karla Fredel, Adilton 
Martins, Gabriella Rodrigues, Bruno Sanches, Luciano Pinto, Roberta Alexandrina da 
Silva. Este livro não seria possível sem o apoio institucional da CAPES, Núcleo de 
Estudos Estratégicos (NEE/Unicamp), Programas de Pós-Graduação em História da 
Unicamp e UFPR. A responsabilidade pelas idéias restringe-se aos autores. 
 
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 15 
 
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