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Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 1 DIREITO TRIBUTÁRIO DICAS ESPECIAIS Prof. PEDRO BARRETTO DICAS – BLOCO I I – ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS, COMPETÊNCIA E IMUNIDADES DICA 1: CIP – A Contribuição de Iluminação Pública é um tributo admitido na Constituição, desde a EC 39/02, que criou o art.149-A. A CIP tem por natureza jurídica ser uma contribuição especial; se agregou às três espécies de Contribuições Especiais previstas desde 1988 no art.149 (Contribuições Profissionais, Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE) e passou a ser a quarta espécie de “contribuição especial” prevista na Constituição. Sua finalidade é gerar recursos para custear a rede de iluminação pública das cidades (ou do DF), sendo sua receita arrecadada totalmente afetada para esse fim. A CIP incide sobre o consumo de energia elétrica, sendo esse seu fato gerador, sendo normal inclusive que a cobrança do tributo seja feita junto com a fatura de consumo de Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 2 energia elétrica; nessas situações, os Municípios (ou DF) fazem um simples convênio com a concessionária de energia elétrica e essa cobra a CIP junto com a “conta de luz”, repassando a arrecadação do tributo ao Município. DICA 2: CIP – A CIP é tributo de competência dos Municípios e do Distrito Federal. Cuidado na prova para não confundir e incluir os Estados; não! Somente os Municípios e o DF. A CIP quebra, portanto, a regra que apenas a União tem competência para instituir contribuições especiais. Tal regra só tinha uma exceção (os Municípios, o DF e os Estados que possuem regime próprio de previdência social para seus servidores públicos efetivos instituem a contribuição previdenciária a ser cobrada dos referidos servidores efetivos), ganhando a segunda por força da CIP. Na prova, lembre-se: somente os Municípios e o DF podem instituir Contribuição para o custeio da rede de iluminação pública (CIP). DICA 3: CIP - A CIP não se confunde com a velha (e inconstitucional!) TIP – Taxa de Iluminação Pública. Cuidado na prova: iluminação pública é serviço indivisível, não permite taxação. Exatamente por isso se fez uma emenda constitucional para permitir a cobrança de uma contribuição especial. Só se pode cobrar uma taxa de serviço quando o serviço público prestado, além de específico, é também, “divisível”, o que não ocorre na iluminação pública, que é flagrantemente serviço indivisível. Logo, é inconstitucional a cobrança de Taxa de Iluminação Pública – TIP (Súmula 670, STF), não obstante seja plenamente constitucional a cobrança da Contribuição de Iluminação Pública. DICA 4: CIP - A CIP é tributo criado por lei ordinária (regra geral!), que é cobrado mediante a técnica do lançamento de ofício (assim como ocorre nas taxas, contribuições de melhoria, IPTU e IPVA), tem como fato gerador o consumo de energia elétrica e para sua cobrança se utiliza como base de cálculo o valor do consumo da energia, de modo a que quanto mais se consome, mais se paga Contribuição para custear a iluminação das ruas. Por fim, é tributo regido pelo princípio da capacidade contributiva. DICA 5: TAXAS E CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA – As taxas e contribuições de melhoria são tributos que guardam muitos traços comuns, a listar: ambos são tributos que podem ser criados pelos quatro entes federativos, razão pela qual são chamados de tributos de Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 3 “competência comum”; ambos são criáveis por mera lei ordinária (regra geral!), não sendo necessário lei complementar para sua criação; ambas para serem cobradas se submetem, em regra, ao procedimento chamado lançamento “direto” ou “de ofício”, assim como a CIP, o IPTU e o IPVA; por fim, ambos são tributos vinculados, já que para cobrá-los o ente federativo se vincula ao dever de fornecer uma contraprestação específica ao sujeito passivo que será tributado. DICA 6: CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA – A contribuição de melhoria é tributo que só pode ser cobrado em uma única hipótese: quando ocorre valorização em imóveis, decorrente de obras realizadas pelo poder público, sendo exatamente esse o seu fato gerador. Cuidado na prova: o fato gerador não é o simples feito de uma obra pública mas sim a valorização imobiliária decorrente da obra; se não houver valorização, não pode incidir o tributo, não há fato típico. Prestem atenção com uma habitual pegadinha: não incide contribuição de melhoria sobre obras de RECAPEAMENTO ASFÁLTICO (famosas obras de “tapa buraco”), pois não se gera qualquer melhoria aos imóveis com tais obras; não há valorização e sim mera reposição do prejuízo; os imóveis apenas voltam ao seu real patamar de valoração, que estava depreciado. Em tais obras não cabe cobrar o tributo!!! DICA 7: CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: A base de cálculo para a cobrança da contribuição de melhoria é o quantum de valorização imobiliária se aufere; nesse viés, quem se valorizou mais, paga mais, e vice e versa. O sujeito passivo é o proprietário do imóvel valorizado. Existem três limites importantes a serem respeitados: o limite geral, pelo qual o ente que fez a obra não pode arrecadar, na soma de todas as contribuições de melhoria cobradas, um valor superior ao que gastou com a obra; o segundo limite é o limite individual pelo qual nenhum sujeito passivo vai pagar, individualmente, um valor superior ao benefício que auferiu; por fim, o último, o limite do pagamento anual, pelo qual ninguém será obrigado a pagar dentro do mesmo ano um valor superior a 3% do maior valor fiscal do seu imóvel. DICA 8: CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: Registre-se que a contribuição de melhoria até pode ser cobrada antes de concluída a obra, sem problemas, desde que em áreas nas quais Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 4 se possa comprovar que já houve valorização nos imóveis por força da obra ainda não conclusa. Frise-se que o poder público é obrigado a publicar um edital prévio, antes do fim da obra, informando todos os detalhes sobre a mesma, sendo essa publicação requisito de validade para o cabimento da cobrança do tributo. DICA 9: TAXAS – As taxas só podem ser cobradas em duas hipóteses: de um lado, em razão do exercício do poder de polícia (quando almejam recuperar para os cofres públicos o valor gasto com o exercício do poder de polícia), quando são chamadas de taxas de polícia, e, do outro, quando são efetivamente prestados, colocados a disposição de um grupo de administrados, um serviço público específico e divisível (nessas situações, tem-se a chamada taxa de serviço). DICA 10: TAXAS – As taxas de polícia podem ser cobradas desde que a Administração realmente exerça poder de polícia. Importante lembrar que para caber a cobrança da Taxa de Polícia não precisa que haja uma diligência fiscalizadora guiada presencialmente por um agente público dentro do estabelecimento do administrado fiscalizado; não. O STF aceita que o poder de polícia se exerce à distância, bastando à Administração provar que o órgão / autarquia fiscalizadoresestão em regular funcionamento. Se estão funcionando, a presunção é que estão fiscalizando. Logo, cabe a Taxa de Polícia mesmo que sem ter ocorrido uma fiscalização presencial. O exemplo típico é o da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA que a União cobra para recuperar os custos da fiscalização que o IBAMA exerce sobre as indústrias potencialmente poluidoras do meio ambiente. DICA 11: TAXAS – As taxas de serviço tem como fato gerador a conduta do estado de colocar à disposição de um grupo de particulares um serviço público específico e divisível. Observe-se que os requisitos são cumulativos, tendo o serviço que ser, ao mesmo tempo, específico E divisível. O fato gerador é a disponibilização desse serviço, independente de o particular a quem o serviço é oferecido vir a usar efetivamente ou não (sendo mero usuário potencial). Por isso que alguns doutrinadores afirmam que o fato gerador é o uso efetivo ou potencial do serviço público específico e divisível efetivamente prestado ou colocado à disposição. Lembrem-se que alguns serviços públicos do dia a dia são flagrantemente Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 5 indivisíveis, pelo que não se pode, em hipótese alguma, cobrar uma Taxa para recuperar o custo despendido na prestação desses serviços; é o caso clássico dos serviços de iluminação pública, o serviço de policiamento de ruas a, também o serviço de limpeza pública das ruas e praças. Em todos esses casos, caso seja instituída uma Taxa de Serviço, a mesma é inconstitucional. DICA 12: TAXAS – Cuidado para não confundir o serviço de limpeza pública (varredura de ruas e praças; conservação genérica dos logradouros públicos) com o serviço de coleta de lixo domiciliar. Esse último, pode gerar o ato de taxação, sem problemas, pois é específico e divisível. É constitucional a Taxa de Coleta de Lixo Domiciliar, a qual não pode ser confundida com a ilícita Taxa de Limpeza Pública (também chamada de Taxa de Conservação de logradouros públicos). Muitas vezes o Município tenta fazer uma “cobrança casada” e exige numa única taxa a cobrança pelos custos com os dois serviços ao mesmo tempo, instituindo a chamada “Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública – TCLLP’, a qual é, inconfundivelmente, inconstitucional. Só é constitucional a taxa cobrada exclusivamente em razão do serviço de coleta de lixo domiciliar. DICA 13: TAXAS – Quando se calcula o valor que cada sujeito passivo vai pagar na taxa que lhe é cobrada, é proibido que se utilize como base de cálculo de taxa uma que seja prórpia de imposto. Isso mesmo! Fiquem atentos com essa verdade na hora da prova: taxa não pode ter base de cálculo própria de imposto. Os tributos em comento tem finalidades diferentes, sendo que seria irrazoável utilizar as mesmas bases para calcular o modo de pagamento dessas duas exações fiscais. Logo, sem medo na prova: taxa não pode ter base de cálculo própria de imposto. Registre-se que essa verdade em nada afeta o uso (lícito!) da ‘metragem do imóvel” como base de cálculo de algumas taxas; nenhum problema. A “metragem’ (tamanho!) do imóvel não é sinônimo de “valor”; o STF entendeu que a “metragem” não é por si só, base própria de imposto. A guisa de exemplo, a base de cálculo do IPTU é o ‘valor venal do imóvel”; o valor não se confunde com o tamanho. Logo, na prova, sem problemas, é possível utilizar como base de cálculo de uma taxa o tamanho do imóvel do sujeito passivo, e isso não fere a regra que veda a identidade entre a base de taxa e a de imposto. Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 6 DICA 14: O STF entende que a Taxa Judiciária até pode ter como base cálculo o “valor da causa”, mas deve haver um teto, um limite, não pode ser qualquer valor, ilimitadamente, sob pena de se gerar, de um lado, um óbice ao acesso ao Judiciário, e, do outro, uma super arrecadação que configure enriquecimento ilícito do Poder Público. Logo, na cobrança da Taxa Judiciária, quando se adotar o valor da causa como base de cálculo, esse não pode ser ilimitado. DICA 15: EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – Os Empréstimos Compulsórios são tributos de competência exclusiva da União, que só pode os instituir mediante lei complementar (vedado, a qualquer título, uso de medidas provisórias), e só podem ser instituídos em três hipóteses: a) para custear despesas com eventual guerra externa na qual o Brasil se envolva; b) para custear a recuperação de calamidades públicas; c) para custear a realização de investimentos públicos urgentes e que atendam a um relevante interesse nacional. Nesses três casos, a União pode, desde que se valendo de lei complementar, obrigar o povo a emprestar dinheiro para o custeio desses fins. DICA 16: EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – Caso instituídos, podem incidir imediatamente, salvo nos casos de custeio de investimentos públicos urgentes e de relevante interesse nacional, situação em que ficam sujeitos às duas cláusulas temporais do princípio da anterioridade, só podendo ser exigidos no exercício financeiro seguinte e desde que já passados noventa dias a contar da publicação da lei. Logo, se for nos casos de guerra externa ou calamidade, INCIDÊNCIA IMEDIATA. DICA 17: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – As CIDES se afeiçoam como espécie do gênero “Contribuição Especial”. Se destinam a custear atividades que a União desenvolve e que se enquadram na noção de “intervenção no domínio econômico”. São tributos que podem ser criados por mera lei ordinária (seguem a regra geral), de competência exclusiva da União (regra geral das contribuições especiais – salvo a CIP e a contribuição previdenciária dos servidores efetivos quando o DF, Estados e Municípios possuem regime próprio de previdência social para esses servidores). Para serem cobradas, se utiliza em regra o lançamento por homologação (regra no sistema arrecadatório brasileiro Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 7 – o sujeito passivo é obrigado a fazer o pagamento antes mesmo de ser notificado, no prazo fixado pela legislação, cabendo ao fisco, em momento posterior, homologar o pagamento que foi feito). DICA 18: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – A lei que vier a instituir a CIDE pode fixar tanto alíquotas ad valorem como específicas, não havendo qualquer restrição a uma ou outra modalidades. Registre-se ainda que as CIDES PODEM INCIDIR NA IMPORTAÇÃO, MAS NÃO INCIDEM SOBRE RECEITAS DECORRENTES DE EXPORTAÇÃO. Aplica-se, aqui, o mesmo rol de regras das Contribuições Sociais, que incidem na importação mas não incidem sobre receitas decorrentes da exportação. DICA 19: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – Existe uma CIDE que é perigosa, merece atenção: é a CIDE DOS COMBUSTÍVEIS, que incide sobre a comercialização de tais bens. Nessa CIDE: o fato gerador é a circulação de combustíveis, produzidos no Brasil ou vindos de fora; o sujeito passivo é quem comercializa; a receita é destinada a três fins (compreendidos na noção de “intervenção no domínio econômico”), quais sejam, a política nacional de transportes, os transportes de combustíveis (e especial os gasodutos e oleodutos) e os projetos de recuperação do meio ambiente (especialmente quanto aos danos decorrentes da atividade de exploração de petróleoe gás). DICA 20: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – A CIDE/COMBUSTÍVEIS apresenta uma exceção ao princípio da legalidade, no que tange à cláusula da “reserva legal”; as alíquotas da CIDE/COMBUSTÍVEIS podem ser REDUZIDAS e RESTABALECIDAS por mero ato do Poder Executivo, não precisando de lei. Observe-se que não é permitido MAJORAR por ato executivo, e sim, apenas, reduzir, e, após, restabelecer (voltar a alíquota para o patamar que se encontrava antes da redução). Ocorrendo o ato de restabelecimento da alíquota, SÓ SE RESPEITA O PRAZO DA ‘NOVENTENA”, não sendo necessário aguardar o exercício financeiro seguinte. DICA 21: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CIDE – A CIDE/COMBUSTÍVIS tem uma regra especial de repartição de receita tributária, de sorte a que a União só fica com 71% da arrecadação, REPASSANDO 29% AOS ESTADOS / DF. Quando cada Estado Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 8 Membro recebe sua parcela do repasse, fica obrigado a repassar um quatro do montante que recebeu aos seus Municípios (25% da parcela que cada Estado recebe será entregue aos seus Municípios). Observe-se que são regras de repartição da receita tributária arrecadada, não tendo nada a ver com delegação de competência (o que não existe no nosso Dir. tributário brasileiro); a CIDE, qualquer que seja o caso (inclusive no caso dos Combustíveis) é SEMPRE tributo de COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO. DICA 22: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – as Contribuições Sociais de Seguridade Social (são as que destinam recursos para SAÚDE, ASSISTÊNCIA SOCIAL e PREVIDÊNCIA SOCIAL), caso criadas ou majoradas, só respeitam a “noventena”, não precisando aguardar o exercício financeiro seguinte para que possam ser cobradas. Assim como nas majorações do IPI e nos casos de restabelecimento de alíquotas reduzidas da CIDE dos Combustíveis, caso se crie ou majore uma Contribuição de Seguridade Social, não se aplica a regra temporal do “exercício financeiro seguinte” emanada do Princípio da Anterioridade. Só é necessário obedecer o prazo de 90 dias. DICA 23: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – A Constituição autoriza cobrar contribuições para o custeio da seguridade social sobre quatro perfis de sujeitos passivos, razão pela qual se fala que existem quatro espécies de Contribuições “ordinárias” para a Seguridade Social (as que já estão previstas “ordinariamente” na Carta, de modo expresso), e, são elas: a) contribuições sobre os empregadores; b) contribuições sobre os trabalhadores e demais segurados da previdência social; c) contribuições sobre as receitas dos concursos de prognósticos (jogos!); d) contribuições sobre os importadores. DICA 24: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – No que tange à incidência das Contribuições de Seguridade Social sobre os empregadores, elas incidem tanto sobre o empregador, sobre a empresa e sobre entidade a ela equiparada na forma da lei. Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 9 DICA 25: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – No que tange à incidência das Contribuições de Seguridade Social sobre os empregadores, sobre a empresa e sobre entidade a ela equiparada na forma da lei, fundamental se lembrar que tais contribuições podem incidir tanto sobre a receita ou faturamento, como também sobre o lucro líquido e, ainda, sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. DICA 26: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – Ainda sobre o custeio da Seguridade Social, quero chamar a atenção para duas imunidades tributárias: primeiro, frisar que não incidem contribuições previdenciárias sobre contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social. Ou seja, os aposentados e pensionistas do RGPS são IMUNES à incidência de Contribuição Previdenciária. A segunda imunidade é: as entidades beneficentes de assistência social também são imunes à incidência de contribuições para o custeio da seguridade social. DICA 27: CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – Fundamental lembrar que além das quatro modalidades de contribuições ‘ordinárias” de seguridade social já previstas na Carta, o constituinte expressamente autoriza que OUTRAS FONTES DE CUSTEIO PARA A SEGURIDADE SOCIAL POSSAM SER INSTITUÍDAS. Fiquem atentos, pois é o que se chama de COMPETÊNCIA RESIDUAL DA UNIÃO PARA INSTITUIR NOVAS CONTRIBUIÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL. Ou seja, a União pode instituir uma quinta, sexta, sétima, quantas queira, novas contribuições para custear a seguridade social. Todavia, fiquem atentos pois para criar Contribuições RESIDUAIS de Seguridade Social, SOMENTE POR LEI COMPLEMENTAR. Nesse caso, é terminantemente vedado uso de medidas provisórias. DICA 28: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Se cair na prova uma questão referente ao ITR, lembremo-nos do seguinte: o ITR incide, como regra, sobre imóveis da zona rural; todavia, excepcionalmente, incide sobre imóveis “rurais” da zona urbana. Ou seja, se a área urbana Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 10 um proprietário explora seu imóvel com atividade agrária (plantio, pecuária, extrativismo ou agroindústria) o imposto a incidir é o ITR. Logo, fixem bem: o ITR incide sobre os imóveis de zona rural e sobre os ‘imóveis rurais” de zona urbana. Cuidado para não confundir “imóvel rural” com “sítios de recreio”; esses últimos, nãos são empresas rurais, nada tem a ver com atividade agrária, sendo alcançados pelo IPTU. DICA 29: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Nas zonas rurais,o imposto que incide é o ITR. Todavia, cuidado com a seguinte situação: nas zonas rurais já declaradas por lei municipal como ZONAS DE EXPANSÃO URBANA, O IMPOSTO QUE INCIDE É O IPTU. É o único caso que o IPTU pode incidir na zona rural, situação em que o ITR não incide; é quando se tem a chamada “zona rural declarada legalmente como em fase de expansão urbana”. DICA 30: IMPOSTOS / ITR & IPTU – O ITR só índice sobre a propriedade TERRITORIAL; ou seja, somente sobre o valor do solo, da terra nua, a terra pura; quer dizer, o ITR só incide sobre o imóvel por natureza, não levando em consideração a edificação. É o oposto do IPTU que incide tanto sobre o valor do solo como das construções sobre ele. O IPTU incide sobre o imóvel por natureza (solo) e por acessão (construções, edificações sobre o solo), porquanto o ITR somente incide sobre o valor da terra nua. É por isso que a base de cálculo do ITR é apenas o VALOR DA TERRA NUA TRIBUTÁVEL, ao contrário do IPTU que tem como base de cálculo todo o valor do imóvel. DICA 31: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Assim como no IPTU, o ITR incide tanto sobre a conduta de ser proprietário, como, também, de se ter posse a qualquer título (desde que seja uma posse com animus dômini) e, ainda, sobre a titularidade do domínio útil. Ou seja, é fato gerador a propriedade, posse ou domínio útil do imóvel. Nesse diapasão, pode-se afirmar que o sujeito passivo é tanto o proprietário, como o possuidor ou o titular do domínio útil. DICA 32: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Tanto o ITR como o IPTU são criados, majorados, regulados,por lei ordinária, não sendo necessário lei complementar. Há, todavia, diferença no Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 11 procedimento de lançamento! Atenção: o IPTU é cobrado pelo LANÇAMENTO DE OFÍCIO, mas o ITR pelo LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DICA 33: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Tanto no ITR como no IPTU, é possível o uso de ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS SANCIONATÓRIAS em razão do modo ilícito de utilizar o bem imóvel. Logo, se nos casos de incidência de IPTU, o proprietário desrespeita a função social da propriedade imobiliária urbana (conforme definida no plano diretor da cidade), cabe o IPTU progressivo; no mesmo sentido, se o proprietário do imóvel rural não tornar a terra produtiva, CABE O ITR PROGRESSIVO SANÇÃO como forma de desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. Nesses casos costuma-se dizer que tanto o IPTU como o ITR assumem uma função extrafiscal. DICA 34: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Diferente do ITR, a Constituição, para o IPTU, ainda prevê outras possibilidades de variação de alíquotas! Logo, PARA O IPTU APENAS, é possível que o legislador fixe alíquotas progressivas em razão do valor venal do imóvel (isso só se tornou possível após a EC 29/00 – antes dessa emenda a Carta não autorizava e o STF entendia inconstitucional o uso de tais alíquotas progressivas). A carta autoriza, também, e, novamente, apenas para o IPTU, alíquotas diferenciadas em razão da área (localização na cidade) e da destinação dada ao imóvel (modo de uso; ex: residencial x comercial). DICA 35: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Locatário de imóvel não é sujeito passivo de IPTU e nem de ITR, pois não é proprietário e sua posse não tem animus domini. Todavia, nada obsta que a legislação tributária, através de lei, fixe regra de solidariedade passiva entre proprietário/locador e possuidor/locatário. Aí sim, o fisco poderia cobrar do locatário, mero possuidor. Não havendo essa expressa previsão, não pode o fisco cobrar do locatário. Havendo cláusula no contrato de locação que repasse ao locatário o dever de pagar o imposto devido pelo locador, essa cláusula só produz efeitos entre as partes, sendo inoponível ao fisco, valendo a regra da inoponibilidade das convenções particulares à fazenda pública. DICA 36: IMPOSTOS / ITR & IPTU – O ITR é cobrado pela União, que quando o arrecada, repassa a metade (50%) do valor ao Município em que fica o imóvel. Todavia, caso o Município queira optar, ele pode, mediante formalização de um convênio com a União, Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 12 assumir a função e os encargos e custos de fiscalização e cobrança do ITR, e, se assim optar, fará jus a 100% da arrecadação. Frise-se que trata-se de uma OPÇÃO, já que o Município não é obrigado a isso; optando, ficará com 100¨% da receita. DICA 37: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Aquele que assina promessa de compra e venda de imóvel público, assume, desde logo, o dever de pagar o IPTU (ou ITR, se for o caso). Nesses casos, mesmo que o imóvel continue em nome do poder público até o final da promessa de compra e venda, o particular, promitente comprador, sofre a incidência do imposto, jamais podendo avocar a “imunidade recíproca” dos entes federativos. DICA 38: IMPOSTOS / ITR & IPTU – Vigora IMUNIDADE DE ITR para aquele que seja proprietário de uma pequena gleba de terra e que não possua outro imóvel, utilizando seu pequeno e único solo para a subsistência. Em regra, qualquer imóvel rural de até 30 hectares é uma pequena gleba de terra, independente de onde fique no país; a depender de onde esteja, pode continuar sendo pequena gleba mesmo com até 50 hectares e até mesmo com até 100 hectares (caso, por exemplo, dos imóveis que ficam na Amazônia Ocidental). Se for único imóvel, será imune ao ITR. Atenção, todavia, pois se o proprietário rural tiver dois ou mais imóveis, ele não tem imunidade dada pelo constituinte; entretanto, a lei do ITR concede isenção se a soma dos imóveis rurais não extrapolar a dimensão de pequena gleba de terra e desde que o proprietário não possua imóveis urbanos. Ou seja, se só tiver um imóvel, imunidade; dois ou mais, isenção; e, claro, sempre dentro do conceito de pequena gleba de terra. DICA 39: IMPOSTOS / IPVA – Lembrem-se que o IPVA, junto com o ITD e o ICMS, é imposto de competência dos Estados Membros e do DF. É criado por lei ordinária (regra geral) e se cobra mediante lançamento de ofício. Incide sobre propriedade de veículo automotor terrestre. Cuidado, pois O IPVA NÃO INCIDE SOBRE VEÍCULOS NÁUTICOS OU AÉREOS. Se cair na prova o exemplo de uma embarcação ou aeronave, não incide IPVA, pois a hipótese de incidência se restringe aos veículos terrestre, conforme pacificou STF fazendo a interpretação histórica da origem do IPVA, que nasceu para Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 13 substituir a velha Taxa Rodoviária Única, que era cobrada apenas de quem tinha automóvel terrestre. DICA 40: IMPOSTOS / IPVA – Metade da receita arrecadada com o IPVA (50%) deve ser entregue ao Município onde se faz o licenciamento do veículo, sendo certo que o proprietário deve licenciar o automóvel no município onde tem seu domicílio. DICA 41: IMPOSTOS / IPVA – A base de cálculo do IPVA é o valor venal do veículo. Salvo quanto a carros de coleção, deve haver, todo ano, uma regressão da base de cálculo, já que os veículos depreciam seus valores ano a ano. DICA 42: IMPOSTOS / IPVA – Quanto às alíquotas do IPVA, atenção com duas informações: de um lado, CABE AO SENADO FIXAR ALÍQUOTAS MÍNIMAS PARA O IPVA, para evitar a guerra fiscal entre os Estados vizinhos e assegurar um mínimo arrecadatório; noutra frente, a Constituição autoriza que o legislador estadual fixe ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS PARA O IPVA, em razão do TIPO e UTILIZAÇÃO do veículo. Dessa forma, é possível uso de alíquotas mais elevadas ou mais brandas em razão do tipo de combustível ou da destinação que se dá ao veículo (uso para táxi, transportes, atividades agrárias, ambulância, etc); apesar, muita atenção pois o STF entende ser inconstitucional diferenciar as alíquotas com base no critério NACIONAL x IMPORTADO, o que, segundo a Corte, violaria o Princípio da Não Discriminação pela procedência ou destino, previsto no art.152 da Carta. DICA 43: IMPOSTOS / IPVA e IPTU – Quanto ao Princípio da Anterioridade, MUITA ATENÇÃO: tanto o IPVA como o IPTU, caso tenham a BASE DE CÁLCULO majorada, NÃO RESPEITAM A NOVENTENA, somente a regra do “exercício financeiro seguinte”. Ou seja, se houver no dia 31/12 de certo ano majoração de IPTU ou IPVA mediante modificação de suas bases de cálculo, a nova tributação pode ser aplicada já em primeiro de janeiro pois NÃO SE APLICA A CLÁUSLA DO “MÍNIMO NONAGESIMAL” quando se majora a BASE DE CÁLCULO desses dois impostos. Registre-se que o afastamento da regra da “noventena” somente ocorre se a majoração for Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 14 pela base de cálculo, já que caso se dê pela alíquota, aplica-se a regra geral, incluindo o dever de respeito à cláusula da noventena.DICA 44: IMPOSTOS / ITBI e ITCMD – O ITBI (de competência municipal) e o ITCMD (de competência estadual) são os impostos que incidem sobre AQUISIÇÃO DE BENS. A depende de como se adquira um determinado bem, pode ser que incida um imposto. Se for o caso de incidir, os impostos previstos no nosso ordenamento são exatamente esses, e, ora poderá incidir um, ora o outro, a depender de qual seja a situação que realmente ocorra. Daí serem considerados como IMPOSTOS QUE INCIDEM SOBRE O PATRIMÔNIO, e, mais especificamente, impostos que incidem sobre a aquisição de novos bens para o patrimônio. DICA 45: IMPOSTOS / ITCMD – O ITCMD incide sobre ALGUMAS AQUISIÇÕES GRATUITAS DE BENS, não todas; o referido imposto poderá incidir quando pessoas estiverem adquirindo bens em razão da MORTE de outrem ou em razão de CONTRATOS DE DOAÇÃO. Nesse linear se dizer que as HIPÓTESES DE INCIDÊNCIA do ITCMD são exatamente as TRANSMISSÕES CAUSA MORTIS e as DOAÇÕES, de quaisquer bens ou direitos. DICA 46: IMPOSTOS / ITCMD – Observe-se que é literalmente irrelevante analisar a natureza do bem transmitido por morte ou por doação; para que o imposto em comento incida basta que a causa da aquisição tenha sido a morte de outrem ou o contrato de doação. Nesse compasso, tanto faz se os bens adquiridos pelos herdeiros, legatários, donatários, são bens móveis ou imóveis, materiais ou imateriais, divisíveis ou indivisíveis, singulares ou coletivos, etc. O Imposto incidirá seja o objeto da aquisição um bem, um valor, um capital, seja o próprio dinheiro, sejam créditos, etc. O FATO GERADOR da obrigação de pagar o referido imposto é a ocorrência da transmissão de bens causa mortis ou a transmissão de bens em razão de celebração de contrato de doação. DICA 47: IMPOSTOS / ITCMD – Observe-se que quando os Estados (ou o DF) tributam com o ITCMD, eles tributam tanto transmissões de bens CAUSA MORTIS (sucessão legítima ou testamentária) como transmissões INTER VIVOS, o que ocorre, nesse último Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 15 caso, nas hipóteses de DOAÇÃO; não nos esqueçamos que a DOAÇÃO é um negócio jurídico, um contrato, celebrado, evidentemente, entre pessoas vivas! O bem, quando se transmite em razão de “doação”, é transmitido do doador ao donatário numa TRANSMISSÃO INTER VIVOS. Logo, atenção em provas: OS ESTADOS TRIBUTAM, COM O ITCMD, TANTO TRANSMISSÕES DE BENS CAUSA MORTIS COMO (ALGUMAS) TRANMISSÕES DE BENS INTER VIVOS (QUANTO A ESSAS ÚLTIMAS, AS QUE DECORREM DE DOAÇÕES). DICA 48: IMPOSTOS / ITCMD – Constate-se que o não é sobre toda e qualquer transmissão gratuita de bens que incide o ITCMD. E é importante ficar atento em questões de prova que envolvem TRANSMISSÕES GRATUITAS INTER VIVOS. É que nem sempre elas se fazem no bojo de um contrato de doação. E quando assim for, não poderá incidir o imposto, por inocorrência de fato típico. Lembremo-nos: a hipótese de incidência do ITCMD, pela letra “D” da sigla, faz alusão unicamente às situações em que se celebra contrato de doação. Tudo aquilo que não o seja, não permite a incidência do imposto. A título de exemplo: NÃO INCIDE ITCMD SOBRE ENTREGA DE PRESENTES DE ANIVERSÁRIO, NATAL, AMIGO SECRETO, SOBRE GORJETAS, COUVER ARTÍSTICO, etc. Tais comportamentos revelam, não há dúvidas, liberalidades, graciosidades, direcionadas a favorecer o beneficiário, mas nem de longe se equiparam a um contrato de doação, o qual tem regras próprias (arts.538 a 564, Código Civil), permite revogação por ingratidão, etc. Logo, atenção em provas! DICA 49: IMPOSTOS / ITCMD – O ITCMD incide sobre as doações feitas com encargo. É que o “encargo” não desnatura a natureza do contrato, o qual não deixa de ser uma Doação. Como sabido, o encargo, elemento acidental inserível no plano de eficácia dos negócios jurídicos, apenas restringe a liberalidade, mas não a elimina. Logo, para fins de provas, o melhor entendimento é no sentido de que INCIDE ITCMD NAS DOAÇÕES COM ENCARGO. DICA 50: IMPOSTOS / ITBI – Ao contrário do ITCMD, o ITBI NÃO INCIDE SOBRE TRANSMISSÕES CAUSA MORTIS. Com esse imposto, os MUNICÍPIOS (e o Distrito Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 16 Federal, por competência cumulativa) tributam APENAS TRANSMISSÕES INTER VIVOS, e, ainda assim, NÃO TODAS, mas somente as que preencherem alguns requisitos. Portanto, lembrem-se: os Estados, com o ITCMD, podem tributar tanto transmissões inter vivos como causa mortis de bens, valores ou direitos, porquanto os Municípios, com o ITBI, somente tributam transmissões inter vivos. O Distrito Federal se vale de ambos os impostos. DICA 51: IMPOSTOS / ITBI – A hipótese de incidência do ITBI é a ocorrência de uma TRANSMISSÃO INTER VIVOS, ONEROSA, DE BENS IMÓVEIS. Quando ao bem “imóvel” transmitido, pode ser tanto a propriedade de um bem imóvel fisicamente considerado (ex: um terreno; uma edificação; um terreno acrescido da edificação) como também um direito real sobre imóvel, desde que não seja direito de garantia. Ou seja: se a transmissão for inter vivos e for onerosa (o adquirente não adquire gratuitamente; sofre um sacrifício patrimonial para poder adquirir o bem), é indiferente, para fins de incidência do ITBI, se o objeto adquirido é a propriedade do bem imóvel ou se apenas um direito real sobre esse imóvel; desde que não se trate de um direito real de garantia (ex: hipoteca, penhor, anticrese), o ITBI incidirá; basta que se trate de uma transmissão inter vivos e onerosa e que recaia sobre imóveis, tanto sobre aquisições da propriedade do imóvel ou sobre a transmissão de direitos reais imobiliários (que são igualmente BENS IMÓVEIS, por imposição legal decorrente do Código Civil, que afirma que os direitos reais sobre imóveis SÃO BENS IMÓVEIS, os que a doutrina costuma chamar de “imóveis por destinação legal”). Dessa forma, havendo uma transmissão onerosa inter vivos de direito de superfície, ou de uso, gozo, habitação, usufruto DE IMÓVEIS, incidirá o ITBI. Ao contrário, se a transmissão for de uma HIPOTECA, NÃO INCIDIRÁ ITBI, pois a hipoteca é um direito real DE GARANTIA, e o ITBI incide sobre transmissões inter vivos e onerosas de direitos reais sobre imóveis SALVO OS DE GARANTIA. DICA 51: IMPOSTOS / ITBI – Tome-se o cuidado de não incorrer em um tradicional erro: a hipótese de incidência do ITBI não é, estrito senso, a “compra e venda de imóveis”; não. A hipótese de incidência é mais ampla; contempla, dentro de sua estrutura, também, as situações de compra e venda imobiliária, mas não se resume a esse específico perfil de conduta; além de envolvê-lo, vai além, abarcando outras situações fáticas. Perceba-se que o Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 17 fato gerador da obrigação de pagar o imposto ocorre quando se consuma uma situação em que se tem uma “transmissão onerosa e inter vivos de bem imóvel”, o que pode se dar por força da celebração de um contrato de compra e venda ou por outras vias (ex: arrematação em hasta pública; contrato de troca / permuta de imóveis; dação em pagamento em que o devedor oferece ao credor um imóvel para pagar dívida pendente; etc). Portanto, o ITBI pode, TAMBÉM, incidir, por força da celebração de contratos de compra e venda de imóveis,mas, não se pode afirmar que “a hipótese de incidência do ITBI é a compra e venda de imóvel”; não. Tal afirmativa seria incompleta e reduziria o alcance da referida hipótese de incidência do imposto. Não há dúvidas de que O ITBI INCIDE QUANDO IMÓVEIS SÃO ADQUIRIDOS POR FORÇA DE CONTRATOS DE COMPRA E VENDA, MAS INCIDE, mas o que se quer deixar claro é que ele INCIDE, TAMBÉM, SOBRE OUTRAS CONDUTAS. DICA 52: IMPOSTOS / ITBI – Quanto aos “contratos de compra e venda” é fundamental ter atenção com uma tradicional “pegadinha” de prova: NÃO BASTA A CELEBRAÇÃO DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL PARA QUE INCIDA O ITBI; É IMPRESCINDÍVEL QUE HAJA O R-E-G-I-S-T-R-O DO CONTRATO, pois sem o registro não ocorre a transmissão do bem. Lembremos que o ITBI não incide sobre meros contratos de compra e venda mas sim sobre TRANSMISSÕES DO BEM IMÓVEL, e a transmissão não se dá pelo contrato e sim pelo REGISTRO do contrato. O contrato não transfere a propriedade, apenas obrigando o alienante a transferir e gerando para o adquirente o direito de exigir a transferência, a qual, reafirme-se, só se dá com o REGISTRO DO TÍTULO, sem o que a propriedade do imóvel se mantém na titularidade do alienante. Portanto, enquanto não ocorrer a TRANSMISSÃO DO BEM, não incide o imposto, por ainda nãos e ter concretizado a hipótese de incidência do tributo. DICA 53: IMPOSTOS / ITBI – O STJ e o STF pacificaram entendimento de que NÃO INCIDE ITBI SOBRE REGISTROS DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA. O registro da mera “promessa de compra e venda” não transmite a propriedade e nem “transmite’ um direito real. Não há fato típico. Para que pudesse incidir o ITBI teria que estar ocorrendo ou a “transmissão” da propriedade do imóvel (o que só se dá no registro da Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 18 escritura da compra e venda definitiva) ou a “transmissão” de um direito real imobiliário que não seja de garantia, o que também não ocorre quando do registro da “promessa”. No registro da “promessa”, é bem verdade, o promitente comprador constitui, para si próprio, um direito real, que é o chamado “direito real de promitente comprador”, mas, ainda assim, não ocorre o fato típico para atrair a norma do ITBI. É que quando o promitente comprador faz o registro da promessa ele está gerando, unilateralmente, para si, um “novo” direito real, que até então inexistia; não está ocorrendo a “cessão” de um direito real, a “transmissão”; ou seja, em momento algum o promitente vendedor está alienando um direito real lhe pertencia para que o promitente comprador o adquira; não. Portanto, em decisão ao nosso pensar plenamente correta, o STF e o STJ homologam entendimento de que NÃO HÁ FATO TÍPICO quando se registra promessa de compra e venda de imóvel, não podendo incidir o ITBI. DICA 54: IMPOSTOS / ITBI – O STJ pacificou o entendimento de ser legítima a incidência do ITBI sobre os registros de “carta de arrematação de imóvel em hasta pública”, já que, quando se faz tal registro, ocorre a “transmissão” da propriedade do bem para o patrimônio do arrematante, que passa a ser o novo titular da coisa, a qual deixa de pertencer ao antigo proprietário, executado, que perdeu seu bem por força da expropriação judicial no processo executivo. O fato de que não ocorre “alienação” do executado para o arrematante foi considerado irrelevante pelo STJ, para quem, o conceito de “transmissão” não pressupõe, necessariamente, um ato de alienação, um ato de vontade negocial, por via do qual alguém, voluntariamente, estivesse alienando seu bem para o novo adquirente. Portanto, INCIDE ITBI SOBRE AQUISIÇÕES DE IMÓVEIS EM RAZÃO DE ARREMATAÇÃO EM HASTA PÚBLICA, CONSIDERANDO-SE, PARA FINS TRIBUTÁRIOS, TER OCORRIDO TRANSMISSÃO DO BEM IMÓVEL, ONEROSA E INTER VIVOS. Acresça-se, por fim, que em tais situações, o Superior Tribunal de Justiça pacificou, também, a polêmica sobre a BASE DE CÁLCULO do ITBI, firmando entendimento que a mesma deve ser O VALOR ALCANÇADO NO LANCE DADO NO LEILÃO, mesmo que tal quantia não seja exatamente aquela que melhor indica o valor real do bem; é que, em tais especiais circunstâncias (um leilão), o STJ entendeu que o valor atingido no melhor lance alcançável (que é o que define a aquisição do bem) é que deve ser considerado como o valor de mercado do bem naquelas específicas circunstâncias; portanto, para fins de prova, o Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 19 STJ pacificou que a base de cálculo do ITBI nas arrematações em hasta pública é o valor alcançado no lance dado para arrematar o bem. DICA 55: IMPOSTOS / ITCMD e ITBI – CARACTERÍSTICAS GERAIS – Algumas características gerais peculiares a ambos os impostos merecem ser citadas. A primeira delas, no sentido de que ambos são impostos criáveis e majoráveis por meras LEIS ORDINÁRIAS, não havendo necessidade de lei complementar (aplicando-se, aqui, a regra geral, de que basta lei ordinária para criar, majorar, reduzir, extinguir tributos); a segunda, de que ambos são impostos de função meramente fiscal, não marcados pela extrafiscalidade; trata-se, portanto, de TRIBUTOS FISCAIS; a terceira, de que são classificados como IMPOSTOS REAIS (diferentemente, por exemplo, do IR, que é considerado imposto pessoal), DIRETOS (diferentemente, por exemplo, do IPI, ICMS e ISS, que são considerados impostos indiretos), MONOFÁSICOS (diferentemente, por exemplo, do ICMS e do IPI, que são considerados impostos plurifásicos), e de FATO GERADOR INSTANTÂNEO (assim como o II, IE, IOF, ISS, ICMS e IPI e diferente do IPTU, IPVA e ITR que são considerados impostos de “fato gerador continuado” e do IR, caso parte, de fato gerador apelidado de “complexo” ou “complexivo”). Por fim, são, como dito anteriormente, os únicos impostos que incidem sobre “aquisição de bens”. DICA 56: IMPOSTOS / ITCMD e ITBI – Quanto à modalidade de lançamento aplicada ao ITCMD e ao ITBI, paira divergência na doutrina, de sorte a que parte dos doutrinadores entende que, de regra, deve ser aplicado o procedimento do “lançamento por homologação”, porquanto outra sensível parcela de estudiosos sustenta dever ser aplicado o procedimento do “lançamento por declaração”, sendo essa última, inclusive, a nossa particular opinião. Cabe, todavia, à própria legislação de regência de cada um dos impostos determinar n caso concreto qual será o procedimento adotado, podendo-se optar tanto por um quanto por outro. Verdade, todavia, que não pode ser desprezada, e que é muito importante para fins de prova, é a seguinte: independente de ter a lei determinado que se adote o lançamento “por declaração” ou o lançamento “por homologação”, caso haja, em qualquer das hipóteses, falha no recolhimento, sendo o imposto pago a menor, ou, até mesmo, não pago, se torna cabível, Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 20 evidentemente, o lançamento de ofício por parte do fisco para cobrar o valor que deveria ter sido recolhido e por erro, dolo, fraude, simulação ou qualquer outra causa, não o foi. DICA 57: IMPOSTOS / ITCMD e ITBI – SUJEITO PASSIVO – Quando o ITCMD e o ITBI incidem, o sujeito passivo, em regra, é o herdeiro / legatário (nos casos de transmissão causa mortis) ou o adquirente nos casos de transmissõesinter vivos (ex: donatário; comprador; arrematante; etc). Ocorre que existe uma “pegadinha” em relação às transmissões inter vivos. É que, quanto a essas, o CTN, no art. 42, faculta à lei local instituidora do imposto a prerrogativa de escolher para figurar no polo passivo QUALQUER DAS PARTE DA OPERAÇÃO TRIBUTADA. Ou seja, é lícito que a lei ordinária municipal (no caso do ITBI) ou estadual (no caso do ITCMD) coloquem como sujeito passivo TANTO O ALIENANTE COMO O ADQUIRENTE. Dessa forma, com base na autorização dada pelo art.42 do CTN, é plenamente válida a lei estadual que determina que figure como sujeito passivo obrigado a recolher o ITCMD o doador e não o donatário; do mesmo modo,será igualmente válida a lei se determinar que o sujeito passivo seja o donatário; nenhum problema, também, caos estipule relação de subsidiariedade ou até mesmo de solidariedade; a verdade é que, apesar de o costume ser o de fixar que o sujeito passivo é o donatário (adquirente do bem), é plenamente possível fixar de modo diverso e se assim for feito a lei será válida. O mesmo raciocínio se aplica no ITBI, de certo a que eventual lei munícipe que fixe como sujeito passivo, por exemplo, o vendedor do imóvel e não o comprador, será válida, como também será se estipular o contrário ou se criar regras de subsidiariedade ou solidariedade. Tudo por força, como dito, da norma do art.42 do CTN que faculta ao legislador local colocar como sujeito passivo qualquer das partes na operação tributada. Por fim, frisemos que o art.42 do CTN é plenamente válido ao estabelecer tal mandamento, já que nos termos doa art.146, III, ‘a’ da Constituição, se determina que lei complementar estabeleça normas gerais para a legislação tributária, especialmente para fins de definir o perfil dos tributos,e, quanto aos impostos, que defina o fato gerador, a base de cálculo e o contribuinte. Exatamente o que fez o CTN, que é recepcionado como lei materialmente complementar na nossa ordem vigente. Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 21 DICA 58: IMPOSTOS / ITCMD e ITBI – BASE DE CÁLCULO – Nos termos do que define o art.38 do CTN, “a base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos”. Lembro que, como já registrado anteriormente, nos casos específicos de arrematação em hasta pública o STJ firmou entendimento que a base de cálculo é o valor do lance dado para fins de arrematar o bem, entendendo-se que esse é o real valor que o bem alcança na especial situação do leilão. DICA 59: IMPOSTOS / ITCMD – FATO GERADOR E BASE DE CÁLCULO NAS TRANSMISSÕES CAUSA MORTIS – Muita atenção nos casos de tributação das transmissões causa mortis de bens. Em tais situações o imposto incide sobre cada transmissão individualmente considerada, independente de quantos sejam os herdeiros ou legatários. Cada transmissão é considerada um fato gerador independente e o valor de cada quinhão ou legado deixado são a base de cálculo para que se aplique a alíquota do imposto, gerando-se então o valor a pagar por cada herdeiro / legatário. Exemplo: se o de cujus deixa bens na ordem de valor de 900x e três são os herdeiros, irmãos, concorrendo por igual, pode- se dizer que, na verdade, ocorrem, nesse exemplo, três fatos geradores e não apenas um (cada herança aceita e confirmada significa uma transmissão de bens independente da outra) e, no caso, a base de cálculo seria de 300x e não de 900x, incidindo o imposto três vezes, cada uma delas sobre os 300x, gerando-se três relações jurídicas autônomas, cada uma delas entre o fisco e o herdeiro beneficiado. A importância prática dessa informação é imensa quando se usam alíquotas progressivas no ITCM; imagine-se a hipótese de a lei fixar alíquotas de 4% para transmissões de até 300x e alíquotas de 8% para transmissões de valores superiores a 300x; no caso concreto, há três transmissões de bens e não apenas uma e cada transmissão é um fato gerador autônomo sendo o valor de cada quinhão (isoladamente considerado) a base de cálculo, pelo que o imposto incidirá com a alíquota de 4% sobre os 300x e cada um dos três herdeiros pagará 12x. Ao contrário, caso se considerasse que a base de cálculo fosse o valor global da herança transmitida, o imposto incidiria sobre um montante de 900x (considerado unicamente e em conjunto) e a alíquota seria de 8% e não de 4%, de modo a que o valor do tributo a ser pago seria de 72x, que quando dividido pelos três herdeiros geraria uma quantia de 24x para cada um pagar, exatamente o dobro dos 12x a pagar quando se aplica a alíquota de 4%. Portanto, para fins de prova, se lembre: cada Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 22 transmissão é um fato gerador independente e a base de cálculo é o valor de cada quinhão ou legado recebido, individualmente considerado. DICA 60: IMPOSTOS / ITCMD e ITBI – ALÍQUOTAS – Quem fixa as alíquotas para o ITCMD e o ITBI é a própria lei local. Ou seja, cada ente, com sua própria lei ordinária instituidora do imposto, é que fixa as alíquotas. Existem, todavia, duas regras especiais, de origem constitucional, que merecem atenção: a primeira regra, referente ao ITCMD, no sentido de que AS ALÍQUOTAS MÁXIMAS PARA O ITCMD SÃO DE 8%, valendo esse teto em qualquer lugar do país, sendo obrigados todos os Estados e o DF a respeitarem. Tal teto máximo fora fixado pelo Senado, por Resolução (Resolução 09/92), à mando do Constituinte (art.155,§1º, III, CRFB/88 – “cabe ao Senado fixar as alíquotas máximas para o ITCMD”); logo, qualquer lei estadual / distrital que fixe alíquotas para o referido imposto em percentual acima de 8% será inconstitucional. A segunda regra é a de que CABE O USO DE ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS EM RAZÃO DO MAIOR VALOR DOS BENS TRANSMITIDOS NO ITCMD, segundo pacificou o STF. Ou seja: o uso da chamada “progressividade fiscal”, peculiar ao IR e ao IPTU, passou a ser considerada cabível para o ITCMD, também. A diferença é que para o IR e o IPTU existe expressa previsão constitucional, porquanto para o ITCMD a Lei Magna não afirma de modo expresso essa permissão. O STF, todavia, encerrando o julgamento do polêmico precedente referente ao tema, no RE 562.045/RS, no dia 06/02/13, pacificou, por maioria de votos, que por força das características particulares e singulares do ITCMD, essa progressividade fica implicitamente prevista na Constituição, a qual se tivesse algum registro de modo expresso quanto ao tema, certamente seria para autorizar e não para vedar o uso das alíquotas progressivas. Apesar, é necessário máxima atenção em provas, pois a PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTAS EM RAZÃO DO VALOR DOS BENS SOMENTE FOI ADMITIDA PARA O ITCMD E NÃO PARA O ITBI. Por ora, prevalece o entendimento de que o uso de alíquotas progressivas no ITBI é inconstitucional, não havendo qualquer permissão na Constituição para tal técnica de tributação. Ainda vale o entendimento da Súmula 656 do STF, de 2013, mantendo o entendimento de ser inconstitucional a lei municipal que estabelece alíquotas progressivas para o ITBI. A progressividade em razão do valor da riqueza revelada no fato gerador só é admitida no IR (art.153,§2º, I, CRFB/88), no IPTU (art.156,§1º, I, CRFB/88 – só Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching23 se tornou admitida por força da EC 29/00, já que até então não se admitia, vide Súmula 668, STF) e para o ITCMD, essa última, implícita na Constituição. DICA 61: IMPOSTOS / ITCMD e ITBI – SUJEITO ATIVO – TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS – Em se tratando de tributação referente à aquisição de bens IMÓVEIS o imposto será sempre devido em favor do ente federativo no qual estiver situado fisicamente o imóvel. Logo, em se tratando de ITBI, o imposto é devido ao Município em que fica o imóvel (nos casos em que o imóvel estiver no Distrito Federal, evidentemente que o imposto é devido ao DF); é irrelevante analisar o domicílio do comprador, o domicílio do vendedor, o local em que o contrato foi feito, etc; a única informação relevante é: o Município em que se localiza o imóvel; é para ele que será recolhido o imposto. O mesmo, em relação aos Estados no caso do ITCMD, quando o imposto será devido em favor do Estado em que o imóvel esteja situado. Aplica-se a mesma regra em aplicável ao ITBI, apenas mudando a arrecadação para o Estado e não para o Município. Dessa forma, é irrelevante analisar o domicílio do doador ou do donatário, bem como, no caso de transmissões causa mortis, o domicílio dos herdeiros e legatários ou o último domicílio do de cujus; o imposto incidente sobre o valor dos imóveis transmitidos sempre será devido em favor do Estado em que estiver situado o imóvel. DICA 62: IMPOSTOS / ITCMD – SUJEITO ATIVO – TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS – Em se tratando de transmissão de bens móveis, existe regra especial fixada na Constituição para determinar a competência tributária, fixando a sujeição ativa para fins de legitimidade para a tributação. Tratando-se de DOAÇÃO DE BENS MÓVEIS, o imposto será devido ao ESTADO DO DOMICÍLIO DO DOADOR, sendo irrelevante o local em que as coisas móveis doadas se encontram, bem como o domicílio do donatário, e, ainda, o local da celebração do contrato. Escolheu o constituinte o critério do DOMICÍLIO DO DOADOR e esse é o que deve ser observado na prática e, por vocês, nas questões de prova. A mesma regra se aplica nas hipóteses de transmissão causa mortis de bens MÓVEIS, quando o imposto será recolhido EM FAVOR DO ESTADO DO ÚLTIMO DOMICÍLIO DO DE CUJUS, QUE É O ESTADO EM QUE SE ABRE O INVENTÁRIO / ARROLAMENTO. Não há qualquer referência ao ITBI nas questões em apreço pelo fato Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 24 óbvio de que o ITBI não incide sobre transmissões de bens móveis, incidindo apenas sobre transmissões de imóveis. DICA 62: DICA 61: IMPOSTOS / ITCM – SUJEITO ATIVO – Constate-se que quando se abre um inventário e se passa a tributar o valor dos bens transmitidos por herança ou legado, o imposto que vier a incidir sobre o valor dos bens móveis transmitidos sempre será recolhido para o próprio Estado onde se processa o inventário, pois esse é o Estado do último domicílio do de cujus; já no que tange ao valor dos bens imóveis, o imposto será recolhido em favor do estado em que se situe o imóvel, mesmo que seja outro Estado, diferente daquele em que se está processando o inventário; o referido Estado em que se situe o bem transmitido será citado no processo e em favor dele será recolhido o imposto, já que ele é o legítimo credor, por estar situado o imóvel em sua circunscrição territorial. DICA 63: ITCMD “INTERNACIONAL”/ LEI COMPLEMENTAR INSTITUIDORA – A nossa Constituição, no art.155,§1º, III, determina que nas hipóteses de doação em que se o doador tiver domicilio ou residência no exterior para que se possa cobrar o tributo é necessário que lei complementar institua o imposto para esses casos específicos. O mesmo ocorre quando se trate de transmissões causa mortis em que o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior, situações em que, igualmente, o constituinte exigiu que lei complementar institua o imposto para esses casos específicos. Vale lembrar que o CTN no seu art.41, em parte, resolve essa questão, quando afirma que “o imposto compete ao Estado da situação do imóvel transmitido, ou sobre que versarem os direitos cedidos, mesmo que a mutação patrimonial decorra de sucessão aberta no estrangeiro”; a regra do CTN é direcionada exclusivamente para TRANSMISSÕES DE IMÓVEIS, não havendo previsão para regrar a transmissão de bens móveis decorrente do exterior, ainda sendo carecedor o nosso ordenamento, nesses casos específicos, da lei complementar a que se refere o art.155,§1º, III, CRFB/88. Para imóveis, aplica-se a regra geral e o imposto será recolhido em favor do Município (ITBI) ou Estado (ITCMD) em que se situe o imóvel. Já para transmissões de bens móveis originadas no estrangeiro, realmente ainda falta a lei complementar instituidora das regras permissivas da incidência do ITCMD nesses casos. Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 25 DICA 64: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. Recordem-se que alguns tributos são de competência comum, podendo os quatro entes federativos instituí-los. É o caso das taxas e contribuições de melhoria. Alguns são de competência exclusiva da União, e falo aqui dos empréstimos compulsórios e das contribuições especiais, sendo que, quanto a essas, há duas exceções! Das quatro espécies de contribuições especiais, duas são realmente exclusivas da União (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE e Contribuições Profissionais); todavia, no reino das contribuições sociais (mais uma das quatro espécies de contribuições especiais) temos uma exceção: os Estados, DF e Municípios que tiverem regime próprio de previdência para os seus servidores efetivos devem instituir a contribuição previdenciária desses servidores. Logo, a primeira exceção à exclusividade da União é essa, prevista no art.149,§1º, CRFB/88. A segunda exceção é a da Contribuição de Iluminação Pública – CIP, que é de competência dos Municípios e do DF. Cuidado, não vai marcar que a CIP é dos Estados, heim!!! Iluminação Pública é serviço de interesse local e está ligado ao urbanismo; logo, por dois motivos, competência municipal, e o DF cumula! Portanto, o que vocês estão vendo:as taxas e contribuições de melhoria são de competência comum da União, Estados, DF e Municípios; os empréstimos compulsórios e contribuições especiais são de competência exclusiva da União, ressalvada a CIP que é dos Municípios e DF e a contribuição previdenciária dos servidores públicos efetivos se houver regime próprio no DF, Estados e Municípios, caso em que esses entes é que cobrarão a contribuição. DICA 65: IMPOSTOS / ITCMD E ITBI – IMUNIDADES DO ART.150, VI, CRFB. IMUNIDADE RECÍPROCA DOS ENTES FEDERATIVOS – Importante lembrar que não incidem nem o ITBI e nem o ITCMD quando o adquirente é uma das pessoas abrangidas pelas normas de IMUNIDADE TRIBUTÁRIA do art.150, VI, alíneas ‘a’, ‘b’ e ‘c’ da Constituição, desde que cumpridas as regras para que se faça jus às imunidades ali estabelecidas. Dessa forma, a se tratar, por exemplo, dos casos da aliena ‘a’ do art.150, VI, que consagra a chamada IMUNIDADE RECÍPROCA, se o imóvel é adquirido pela União, ou por uma Autarquia Federal ou Fundação Pública Federal, assim como por Empresas Públicas Prestadoras de Serviço Público (ex: ECT, INFRAERO, Casa da Moeda do Brasil) aplica-se a regra da “imunidade recíproca” (art.150, VI, ‘a’ c/c art.150,§2º, CRFFB/88) e Prof. Ms. PedroBarretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 26 fica vedada a incidência do imposto, seja o ITBI municipal (nos casos de aquisição onerosa) seja o ITCMD (nos casos de doação ou legado do bem em favor do Poder Público). Registre- se, ainda, que nos casos de herança vacante (hipóteses em que não haja herdeiros para ficar com a herança ou, se havia, exerceram, todos, o direito de renunciarem “pró monte” não aceitando a herança – “renúncia abdicativa”) os bens se transmitem ao Município e não incide o ITCM por força da IMUNIDADE RECÍPROCA. DICA 66: IMPOSTOS / ITCMD E ITBI – IMUNIDADES DE PARTICULARES DO ART.150, VI, CRFB – Se o adquirente do bem é uma das entidades privadas citadas nas alíneas ‘b’ e ‘c’ do art.150, VI, desde que cumprida a regra do §4º, se aplica a norma imunizante e não incidem os impostos em estudo (ITCMD ou ITBI). Por assim ser, quando o bem é adquirido por um templo religioso, ou por um partido político ou fundação partidária, bem como por entidades sindicais de trabalhadores, e, ainda, por entidades de educação, saúde ou assistência social sem fins lucrativos, não incide o ITBI e nem o ITCMD, desde que, evidentemente, o bem adquirido seja destinado à atividade fim da instituição adquirente, ficando vinculado nas finalidades essenciais institucionais (ex: bem adquirido para uso na atividade religiosa, partidária, sindical, educacional, etc). DICA 67: IMPOSTOS / ITBI – IMUNIDADES ESPECÍFICAS DO ART.156,§2º, I, CRFB/88 – A nossa Constituição veda a incidência do ITBI em cinco hipóteses, assegurando aos adquirentes, nessas situações, o direito de gozo da “imunidade tributária”, não havendo, como dito, a incidência do ITBI. Frise-se, todavia, que em tais hipóteses, a imunidade não favorece três perfis de adquirentes, os quais ficam sujeitos à incidência do ITBI, NÃO GOZANDO DAS IMUNIDADES previstas. Esses três perfis de adquirentes precisam ser sempre lembrados pois quando nas questões de provas eles são os personagens citados, eles não gozam da imunidade e o imposto incide normalmente; trata- se, no caso, das seguintes pessoas: a) aquele que tem por atividade preponderante a compra e venda de imóveis; b) aquele que tem por atividade preponderante a locação de imóveis; c) aquele que tem por atividade preponderante o arrendamento de imóveis; esses três perfis de pessoas não gozam das imunidades previstas noa rt.156,§2º, I, CRFB/88. As imunidades se dão nas seguintes hipóteses: 1) pessoa jurídica adquirindo imóvel do próprio Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 27 sócio realizando capital social subscrito; 2) pessoa jurídica decorrente de fusão de outras adquirindo os imóveis das PJ’s que deram ensejo à fusão; 3) pessoa jurídica decorrente de cisão de outra PJ e adquirindo, com a cisão, imóvel que pertencia à PJ que se extinguiu; 4) PJ incorporadora que em razão da incorporação de outra PJ adquire imóveis que pertenciam à incorporada; 5) pessoa que adquire imóvel de uma pessoa jurídica em extinção. Nessas hipóteses, o adquirente do imóvel não se sujeita à incidência do ITBI, valendo regra de IMUNIDADE TRIBUTÁRIA, salvo se, nesses casos, ele seja um dos três empreendedores do mercado imobiliário acima citados, os que possuem atividade preponderante nos ramos da compra e venda, locação ou arrendamento de imóveis. DICA 68 – IMPOSTOS / ITCMD e ITBI – CESSÃO DE DIREITOS – Quando os herdeiros confirmam a aceitação da herança, não fazendo a renúncia abdicativa “pró monte”, eles se sujeitam ao imposto pela transmissão causa mortis, pagando o tributo que incide sobre o valor do quinhão adquirido. Nesse momento, perceba-se que o que incide é o ITCM, sendo que o fato gerador que se está tributando é exatamente a transmissão causa mortis dos bens, do de cujus para eles, os herdeiros beneficiários que confirmaram a aceitação da herança. Ocorre que, se no decorrer do processo e antes de findo o inventário, algum desses herdeiros quiser alienar seus direitos sobre a herança (direitos já adquiridos desde a confirmação da aceitação; são os chamados “direitos sobre a sucessão aberta”), fazendo a chamada CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS, transferindo suas “quotas” sobre o espólio para terceiros (os próprios outros herdeiros preferencialmente, ou, subsidiariamente um terceiro que não seja herdeiro), ocorre NOVO FATO GERADOR incidindo, aqui, SOBRE O ATO DE CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS (que é um ato inter vivos – entre o cedente e o cessionário), NOVO IMPOSTO, e não mais pela transmissão causa mortis, que já ocorreu e já fora anteriormente tributada como o ITCM; aqui, na cessão de direitos hereditários o que incide é o imposto inter vivos; se essa cessão for GRATUITA, é considerada DOAÇÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS, e incide o Imposto sobre Doação (ITCMD), em razão da DOAÇÃO e não por ter havido nova transmissão causa mortis (que não é o que ocorre quando em vida se alienas direitos hereditários sobre a sucessão aberta e em andamento para terceiros). Todavia, é preciso ter muita atenção na seguinte informação: se a cessão de direitos hereditários for ONEROSA o imposto que Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 28 incide é o ITBI, por se tratar de uma transmissão inter vivos a título oneroso de bens IMÓVEIS. É preciso conhecer o Direito Civil para lembrar que OS DIREITOS À SUCESSÃO ABERTA SÃO DEFINIDOS COMO BENS I-M-Ó-V-E-I-S PELO CÓDIGO CIVIL (art.80, II, Código Civil). Portanto, perceba-se que quando no curso de um inventário um dos herdeiros resolve ceder seus direitos (no todo ou em parte) para terceiros (normalmente outro herdeiro, que tem direito de preferência para adquirir), pode incidir tanto o ITCMD (pelo “D” de “doação”) como pode incidir o ITBI; o que vai determinar qual imposto incidirá é a característica dessa cessão, se foi gratuita (sem reposição patrimonial em favor do cedente) ou se onerosa (com “torna” ou “reposição” – remuneração); HAVENDO “TORNA”, O IMPOSTO A INCIDIR É O ITBI; NÃO HAVENDO A “REPOSIÇÃO”, É O ITCMD. DICA 69: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – Quanto aos impostos, o macete é simples: basta lembrar quais são os três impostos ordinários dos Municípios e os três dos Estados (o DF cumula e fica com os seis); todo o resto é da União. Logo, lembrem-se: os Municípios instituem o IPTU, ITBI e ISS (art.156, CRFB/88); já os Estados instituem o ITD, ICMS e IPVA (art.155, CRFB/88); o DF fica com os seis (competência cumulativa – art.147 c/c art.155). Todos os demais impostos são da União, sejam os outros sete impostos ordinários (II, IE, IPI, IOF, IR, ITR e IGF),vide art.153, CRFB/88, sejam os impostos residuais (art.154,I, CRFB/88) ou os impostos extraordinários de guerra (art.154, II, CRFB/88). DICA 70: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA / COMPETÊNCIA CUMULATIVA TRIBUTÁRIA – Lembrem-se que no Brasil não existem mais Territórios Federais, mas, caso existam, a União, nos mesmos, cumulará os impostos estaduais e, caso o Território não seja dividido e Municípios, ocorrerá também a cumulação dos impostos municipais. Cuidado pois se o Território for dividido em Municípios, por lógico, o próprio Município ficará com os impostos municipais, e, nesse caso, a União só cumulará os impostos estaduais com os federais. Falamos aqui da competência cumulativa daUnião nos Territórios (art.147, CRFB/88). Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 29 DICA 71: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – COMPETÊNCIA RESIDUAL: Quanto à competência residual tributária, lembrem-se que a Carta nos arts.154, I e 195,§4º assegura que a União (e apenas ela!) poderá instituir tanto impostos residuais como contribuições de seguridade social residuais, e, em ambos os casos, somente por via de lei complementar, não cabendo lei ordinária nem medida provisória; impostos residuais terão que ter fato gerador e base de cálculo diferente dos impostos já previstos na Carta, idem quanto às Contribuições de Seguridade Social em relação às Contribuições de mesma natureza previstas na Constituição. E, se for o caso, terão também que respeitar a não cumulativa, técnica que, a priori, se aplica no IPI e no ICMS para combater enriquecimento ilícito na tributação. DICA 72: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA / INDELEGABILIDADE – Recordem- se também que A COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA É INDELEGÁVEL, ainda que o ente competente possa delegar duas das quatro capacidades que integram a competência. Ou seja, o ente competente pode delegar as capacidades tributárias de fiscalização e arrecadação, inclusive a particulares, o que, todavia, jamais permite crer que se delegou a titularidade sobre o tributo (competência), a qual, repito, é sempre indelegável. DICA 73: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – Lembrem-se que quando falamos de uma imunidade estamos falando do maior dos benefícios fiscais que existem. Falamos da benesse que decorre de normas constitucionais proibitivas de incidência de tributos. Ou seja, AS IMUNIDADES DECORREM DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA! Emanam de normas constitucionais proibitivas do exercício da competência tributária. Costuma-se falar m não incidência constitucionalmente qualificada! DICA 74: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – Peço a atenção de vocês com o art.150, VI, CRFB/88. Em suas cinco alíneas estabelece a vedação de incidência de impostos sobre certas pessoas, bem como, sobre a circulação de certos bens. Nesse compasso, observem que nas alíneas ‘d’ e ‘e’ do referido art.150, VI, fica vedada a incidência de impostos sobre a circulação de certos bens, sendo irrelevante a pessoa que promove a circulação. A imunidade se dá em razão de perfil do bem; são imunidades em atenção à impostância do objeto, e por isso mesmo chamadas de imunidades objetivas. Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 30 Percebam que pela aliena ‘d’ fica vedado que incidam impostos sobre a circulação de livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. A imunidade não se estende a todos os insumos, sendo o papel protegido pela própria norma constitucional. Inclusive filmes e papeis fotográficos também são imunes quando destinados a produção de livros, jornais e periódicos (S. 657, STF). Cuidado, entretanto, pois o STF entendeu que empresas contratadas para fazerem a impressão gráfica desses bens não tem a imunidade, devendo recolher o ISS e o IR, não sendo favorecidas. Já pela alínea ‘e’, inserida no texto constitucional pela EC 75/13, se proíbe a incidência de impostos quando da circulação de fonogramas e videofonogramas musicais ou literomusicais, consagrando a chamada “imunidade da música”, prestigiando a cultura brasileira. Quando músicas são cantadas por cantores e artistas brasileiros a comercialização desse conteúdo fica imune à incidência dos impostos (certamente seriam o ICMS e o IPI); o benefício se aplica mesmo que as músicas cantadas sejam de origem estrangeira. Com a aprovação da EC 75/13, a venda de CD’s, DVD’s, Blue-Ray’s, de conteúdo MUSICAL ou LITEROMUSICAL cantados por artistas e cantores brasileiros passou a ficar imune à incidência de impostos. DICA 75: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – Quanto às alíneas ‘a’, ‘b’ e ‘c’ do mesmo art.150, VI, temos pessoas, instituições, protegidas. Na alínea ‘a’ temos as pessoas de direito público, naquilo que se chamou de imunidade recíproca entre os entes federativos, seus órgãos, bem como autarquias e fundações mantidas por eles. Na alínea ‘b’ tem-se a imunidade religiosa em favor dos templos de qualquer culto. Já na alínea ‘c’ aparecem algumas pessoas importantes que também gozam da imunização constitucional. São os partidos políticos e suas fundações, as entidades sindicais de trabalhadores e as entidades de educação e assistência social sem fins lucrativos. O STF reconheceu a imunidade também par entidades de SAÚDE sem fins lucrativos. DICA 76: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS – Esclareço que, salvo quanto aos templos religiosos, a Constituição apenas assegura a imunidade quanto a impostos sobre PATRIMÔNIO, RENDA E SERVIÇOS para as demais pessoas (estariam, assim, Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 31 exclusos os impostos sobre circulação – ICMS, IPI e IOF – e sobre comércio exterior – II, IE). Logo, quanto ao ICMS e os quatro impostos federais extra-fiscais (II, IE, IPI e IOF),a Carta não assegura expressamente a imunidade, a qual só será reconhecida se o STF entender adequado, ponderando o caso concreto e interpretando a Constituição na sua unidade. DICA 77: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS –Na imunidade recíproca friso que o STF vem reconhecendo a imunidade não apenas em favor das autarquias e fundações mantidas pelo poder público, aceitando a imunidade em favor das empresas públicas e sociedades de economia mista PRESTADORAS DE SERVIÇO EXCLUSIVO DE ESTADO. Cuidado, pois, como regra, as empresas públicas e as sociedade de economia mista não tem imunidade tributária, pois, como regra, desenvolvem atividade econômica, sendo exceção atuarem como prestadoras de serviços públicos. Entretanto, friso que, nessa hipótese excepcional, caberá a imunidade; é o caso conhecido dos Correios (ECT) e da INFRAERO. Lembremo- nos ainda que não cabe a imunidade para as concessionárias e permissionárias, que atuam com fins lucrativos. DICA 78: IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS –Quanto às Igrejas, recordem-se que a imunidade não é apenas para o imóvel no qual se desenvolve o culto, mas para todo o patrimônio que a Igreja utilize vinculado a sua atividade fim. E essa regra, frise-se, vale também para as demais pessoas imunizadas no art.150, VI. Nesses termos, até mesmo imóveis utilizados como estacionamentos, mesmo que alugados a terceiros, continuam imunes, desde que se comprove que os alugueis são revertidos nas finalidade essenciais da Instituição. Vale a leitura da Súmula 724 do STF. Não incidirá o IPTU sobre esses imóveis; mas, prestem atenção, pois somente se realmente os alugueis forem utilizados para custear a instituição. Ainda nas Igrejas, lembrem-se que o STF reconheceu a imunidade em favor das lojinhas que vendem souvenires religiosos dentro dos templos. E, quanto à polêmica questão dos CEMITÉRIOS, lembrem-se que se forem meras extensões da Instituição Religiosa, atuando sem fins lucrativos, sem caracterização de atividade econômica, esses cemitérios religiosos também terão imunidade tributária. Prof. Ms. Pedro Barretto – COACH PB Advogado, Mestre em Direito, MBA FGV Triplamente Pós Graduado e Especialista em Coaching 32 Peço que
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