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Livro Contabilidade e Planejamento Tributário

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Prévia do material em texto

CONTABILIDADE 
E PLANEJAMENTO 
TRIBUTÁRIO
Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima
Professora Esp. Suzana Moreira Ferreira
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; FERREIRA, Suzana Moreira; LIMA, Evelyn Barrozo 
Caetano.
 
 Contabilidade e Planejamento Tributário. Suzana Moreira 
Ferreira; Evelyn Barrozo Caetano Lima. 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2019. 
 224 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Contabilidade. 2. Planejamento . 3. Tributário 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1138-8
CDD - 22 ed. 657
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
José Manoel da Costa
Designer Educacional
Amanda Peçanha Dos Santos
Projeto Gráico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Ana Eliza Martins
Qualidade Textual
Cíntia Prezoto Ferreira
Ilustração
Marta Kakitani
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e proissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, proissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando proissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
proissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desaios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação proissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e proissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
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Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima
Especialista em Administração Tributária pela Universidade Castelo Branco-
RJ – UCB (2008). Graduada com Láurea Acadêmica em Ciências Contábeis 
pela Universidade Estadual de Maringá – UEM (2006). Atuou na área iscal e 
tributária de diversas empresas. Professora mediadora do curso Bacharelado 
em Ciências Contábeis da Unicesumar EaD há quatro anos.
Currículo lattes disponível em: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/
visualizacv.do?id=K8159127Y4>. 
Professora Esp. Suzana Moreira Ferreira
Especialista em Gestão Tributária pela Faculdade Metropolitana de Maringá 
(2014). Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Estadual de Ciências 
e Letras de Campo Mourão (2011). Atua na área iscal e tributária de empresa 
de serviços contábeis atendendo clientes de diversos segmentos e diversos 
estados. Professora do Instituto Eicaz. Professora Formadora do curso 
Bacharelado em Ciências Contábeis da Unicesumar EaD. Tem experiência na 
área de Administração em diversos conteúdos.
Currículo lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/4299573566025096>.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, prezado(a) aluno(a)! Este livro foi construído com muito carinho por mim, profes-
sora Evelyn Barrozo Caetano Lima, e pela professora Suzana Moreira Ferreira. Nós que-
remos te dar as boas-vindas ao estudo da Contabilidade e Planejamento Tributário. O 
livro foi estruturado de forma a permitir a você, estimado(a) aluno(a), obter os principais 
pontos, conceitos e considerações acerca desta disciplina.
É com grande satisfação que aceitei o convite para desenvolver com muito carinho este 
material de estudo a você. 
O papel assumido pelo contador requer, além de conhecimento técnico, ética e transpa-
rência em todas as operações, levando aos seus mais variados tipos de usuários, infor-
mações claras, precisas, idedignas e que sirvam de suporte para que tomem decisões 
oportunas em um dado momento.
No tocante à Contabilidade e Planejamento Tributário, a responsabilidade do contador 
não é diferente, como airmam Ribeiro e Pinto (2012), contabilidade tributária: “[...] é um 
ramo da contabilidade que trata especiicamente do estudo, do gerenciamento e da 
contabilização dos tributos”.
 O contador, portanto, deve zelar pelo cumprimento das normas, leis e demais orienta-
ções vindas tanto do Governo quanto dos órgãos reguladores da proissão, prestando 
informações que atendam às necessidades dos seus usuários, bem como estejam em 
consonância ao isco.
Iniciaremos nossa Unidade I da disciplina de Contabilidade e Planejamento Tributário, 
com o conceito de tributo, depois, veremos os principais termos, como competência, 
obrigação e créditos tributários, além da legislação tributáriaque é necessária para todo 
o andamento do nosso trabalho.
Na Unidade II, vamos aprender sobre as escriturações contábil e iscal, que são a base 
para o contador extrair as informações para as apurações dos impostos e entrega das 
principais declarações aos iscos de cada esfera do governo.
Depois de entender cada conceito tratado nas Unidades I e II, trabalharemos, nas Unidades 
III e IV, os aspectos dos principais impostos, como base de cálculo, alíquotas, contribuintes 
e fato gerador; também veremos exemplos de cálculo e a sua correta contabilização.
Finalmente, na Unidade V, estaremos prontos para elaborar o planejamento tributário, 
que requer os conhecimentos vistos nas unidades anteriores, e que foram assim propo-
sitalmente elencados no nosso livro.
Seu esforço e dedicação no uso desse material farão a diferença no seu futuro proissional.
Vamos em frente! Sucesso sempre!
APRESENTAÇÃO
CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO 
TRIBUTÁRIO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
15 Introdução 
16 Tributo 
29 Competência Tributária 
30 Legislação Tributária 
35 Obrigação Tributária 
41 Crédito Tributário 
46 Considerações Finais 
51 Referências 
52 Gabarito 
UNIDADE II
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL E FISCAL
55 Introdução 
56 Livros de Escrituração 
57 Escrituração Contábil 
68 Escrituração Fiscal 
75 Sped – Sistema Público de Escrituração Digital 
85 Considerações Finais 
90 Referências 
93 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
TRIBUTOS FEDERAIS
97 Introdução 
98 IR – Imposto Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza 
111 CSLL - Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido 
115 IPI – Impostos Sobre Produtos Industrializados 
121 ITR – Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural 
125 PIS/PASEP e COFINS 
129 Considerações Finais 
133 Referências 
136 Gabarito 
UNIDADE IV
TRIBUTOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS
141 Introdução 
142 ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e 
Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal 
e de Comunicação
156 IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores 
161 ITCMD – Impostos sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de 
Quaisquer Bens ou Direitos
167 IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana 
170 ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis “Inter Vivos” 
SUMÁRIO
11
172 ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 
178 Considerações Finais 
182 Gabarito 
184 Gabarito 
UNIDADE V
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
187 Introdução 
188 O Planejamento Tributário 
192 Regimes de Tributação 
203 Finalidade do Planejamento Tributário 
205 Benefícios do Planejamento Tributário 
207 O Passo a Passo do Planejamento 
210 Resultado do Planejamento Tributário 
215 Considerações Finais 
220 Referências 
222 Gabarito 
223 CONCLUSÃO 
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Professora Esp. Evelyn Barrozo Caetano Lima
Professora Esp. Suzana Moreira Ferreira
INTRODUÇÃO À 
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer os conceitos de legislação tributária dos tributos e seus 
tipos.
 ■ Saber o signiicado de obrigação tributária.
 ■ Entender o que é competência tributária.
 ■ Compreender o que é fato gerador e os sujeitos da obrigação 
tributária.
 ■ Aprender sobre incidência, não incidência, imunidade, isenção, 
suspensão do crédito tributário.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Tributo
 ■ Competência Tributária
 ■ Legislação Tributária
 ■ Obrigação Tributária
 ■ Crédito Tributário
INTRODUÇÃO
Iniciaremos nossa Unidade I tratando dos tributos, seu conceito, importância e 
classiicações. Falaremos, também, de Competência Tributária - o poder de criar 
tributos. Depois, passaremos para a legislação tributária (conjunto formado por 
leis, tratados e convenções internacionais, decretos e demais normas complemen-
tares), de forma que você possa entender como está estruturada e saber como e 
onde encontrar os mais variados assuntos referentes à legislação.
Precisamos lembrar que a Contabilidade e, principalmente, a Contabilidade 
Tributária estão intimamente ligada às Leis - cada imposto existente teve ori-
gem em uma legislação que permitiu sua cobrança e ainda norteou princípios, 
como: sua incidência, fato gerador, quem é seu contribuinte, sua alíquota etc. 
Devemos ter sempre em mente que estamos entrando em uma disciplina do 
nosso curso de Ciências Contábeis, em que prevalecem 100% o que está na Lei. 
Infelizmente, não cabe aqui a minha ou a sua opinião, mas o que está na Lei, o 
que o isco exige de nós enquanto contadores, o quanto é fundamental estarmos 
em consonância que tais exigências.
Portanto, cabe ao Contador no exercício pleno da sua proissão zelar pelo 
cumprimento das normas, Leis e demais orientações emitidas pelo Governo, 
(sejam elas Municipais, Estaduais ou Federais). Também cabe a esse proissional 
dinâmico prestar informações que atendam às necessidades dos seus usuários, 
bem como garantir que estejam em consonância com o isco.
Nesta unidade, também serão explicados termos muito utilizados no dia a 
dia proissional, como: suspensão, isenção, extinção, imunidade e a aplicação 
da alíquota zero.
Nesse contexto, trataremos, a seguir, os conceitos e noções básicos de tri-
butos e legislação tributária que serão essenciais para continuidade dos demais 
capítulos e para que você possa entender e começar a conhecer sua responsabi-
lidade enquanto contador.
Introdução
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IU N I D A D E16
TRIBUTO 
Antes de deinirmos tributo, vamos entender o que é contabilidade tributária. 
A contabilidade é uma ciência que tem como objeto de estudo o patrimônio e 
apresenta, aos seus diversos usuários, informações sobre este. A contabilidade tri-
butária é o ramo da Ciência Contábil que vai estudar tudo que se refere a tributo 
e gerar todas as informações necessárias ao isco e aos seus usuários. Conforme 
apresentado, a Contabilidade Tributária tem por inalidade estudar, gerenciar e 
contabilizar os tributos. Mas, o que é tributo? Encontramos a deinição de tri-
buto na Lei nº 5.172/66, denominado Código Tributário Nacional – CTN, em 
seu art. 3.º, nos seguintes termos: “Art. 3.º Tributo é toda prestação pecuniária 
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua 
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administra-
tiva plenamente vinculada”.
Tributo 
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Esmiuçando a deinição, quando o artigo coloca prestação pecuniária com-
pulsória, quer dizer que uma vez caracterizado o fato gerador, todos somos 
obrigados a pagar, independente da vontade de querer ou não pagar, isso nos 
é imposto. Esse pagamento deve ser em moeda do país, no nosso caso, o Real. 
O tributo também não pode constituir sanção de ato ilícito, isto é, o pagamento de 
tributo não pode ser uma penalidade (se fosse uma penalidade seria uma multa).
Vamos pensar assim: Pedro, ao auferir renda, torna-se contribuinte do nosso 
conhecido IR (Imposto de Renda), já que o fato gerador do IR é justamente 
auferir renda. Mesmo se esse rendimento vier da venda ilegal de drogas (ato 
ilícito), por exemplo, ele é obrigado a pagar tal imposto. Aí você deve estar se 
perguntando, mas pode Pedro pagar IR de receita da venda de drogas? Antes 
que você pense que estou me contradizendo, vou explicar.
Note que o motivo da tributação não é o tráico ilegal de drogas (ato ilí-
cito),mas sim a aquisição de renda proveniente deste (fato gerador do IR), 
que nos dá origem à obrigação tributária (mais adiante explicarei a obrigação 
tributária). Desse modo, para o Estado, não importa se Pedro auferiu renda 
comercializando Cannabis – popular maconha, por exemplo –, importa que 
ele auferiu renda e, por isso, deve pagar o imposto. Portanto, caro(a) acadê-
mico(a), no nosso exemplo, o fato gerador do referido imposto que Pedro terá 
que recolher é a renda e não a origem dela. Para conirmar o exposto, o artigo 
118 do CTN expõe o seguinte:
Art. 118. A deinição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos con-
tribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu 
objeto ou dos seus efeitos; [...] (BRASIL, 1966, grifo nosso).
O artigo diz que é para abstrair (separar), ou seja, no nosso exemplo, abstraia 
o fato do contribuinte ser o traicante, o que importa é a renda e o IR decor-
rente da renda.
Para ixar a deinição do tributo, destaquei seus principais pontos no esquema 
a seguir. Vejamos:
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IU N I D A D E18
TRIBUTO
Em moeda ou
valor nela
exprimível
Atividade
administrativa
plenamente
vinculada
Prestação
pecuniária
compulsória
(obrigatória)
Não é sanção
de ato ilícito
Figura 1 - Esquema do conceito de tributo
Fonte: a autora.
Em cada retângulo, coloquei uma característica presente no conceito de tri-
buto, dividindo em quatro partes. Guarde essa deinição, embora pequena, ela 
é de grande valor e está presente em tudo que se refere à contabilidade tributá-
ria. Podemos dizer que é o próprio coração da contabilidade tributária. Sentiu 
a importância? É por isso mesmo que peço: seja atento(a)!
Os tributos são a fonte de receita para que o governo realize suas obras, pro-
jetos e demais ações, podemos airmar que os tributos “[...] exercem um papel 
importante na economia de qualquer país. Se bem administrados, podem contri-
buir fortemente para o crescimento e desenvolvimento de uma nação” (REZENDE; 
PEREIRA; ALENCAR, 2010, p. 26).
Dada importância pode ser verificada na função do tributo. Ela 
pode ser fiscal, extrafiscal ou parafiscal. Vamos ver cada uma delas. 
 A função Fiscal é quando o tributo tem como objetivo principal a arrecada-
ção para os cofres públicos. Alexandre (2012, p. 68) nos traz como exemplos o 
ISS, o ICMS, o IR, entre outros.
A função Extraiscal é quando o tributo tem como objetivo principal interferir 
na situação social ou no domínio econômico. Conforme Alexandre (2012, p. 68):
[...] são os casos, entre outros, dos impostos de importação e exporta-
ção, que, antes de arrecadar, objetivam o controle do comércio inter-
nacional brasileiro, podendo, às vezes, servir de barreira protetiva da 
economia nacional e outras de estímulo à importação ou exportação de 
determinada espécie de bem.
Tributo 
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A função Paraiscal é quando o tributo é “destinado ao custeio de atividades que, 
em princípio, não integram as funções próprias do Estado”, segundo Rezende, 
Pereira e Alencar (2010, p. 49). Os autores citam como exemplos as contribui-
ções às entidades, como SESI, SESC, SENAC. 
Além das funções que apresentamos, podemos dividir os tributos em vincula-
dos e não vinculados. Conforme nos explica Pêgas (2011, p. 38), “vinculados são 
os tributos que têm relação entre a arrecadação e o serviço prestado ou a prestar 
pelo ESTADO. Exemplo: taxas e Contribuições Especiais”. Já os não vinculados, 
segundo o autor, são os tributos que não possuem vínculo entre arrecadação e 
destinação, eles são devidos independentes de qualquer atividade estatal rela-
cionada ao contribuinte. Exemplo: impostos em geral.
Você sabia que essa possibilidade de pagar o tributo mesmo que o fato ge-
rador seja como nosso exemplo, a renda com a venda de drogas é conheci-
do como Princípio do pecunia non olet (dinheiro não cheira)?
Conheça a história:
Um dos mais bem-sucedidos imperadores romanos, Vespasiano, instituiu 
um tributo – semelhante à atual taxa – a ser cobrado pelo uso dos mictó-
rios públicos (latrinas). Seu ilho, Tito, não concordou como fato gerador 
tão “malcheiroso”. Ao tomar conhecimento das reclamações do ilho, Ves-
pasiano segurou uma moeda de ouro e lhe perguntou: Olet? (cheira?). Tito 
respondeu: Non olet (não cheira). Essa pequena história quer dizer que não 
importa se a situação é “malcheirosa” (irregular ilegal ou criminosa): se o fato 
gerador ocorreu, o tributo é devido.
É uma situação, no mínimo, curiosa não é mesmo?
Fonte: Alexandre (2012, p. 13).
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
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IU N I D A D E20
TIPOS DE TRIBUTOS
A Constituição Federal de 1988 (CF/1988) traz cinco tipos de tributos: Impostos, 
Taxas, Contribuição de Melhoria, Empréstimo Compulsório e Contribuições 
Sociais, conforme os artigos transcritos a seguir:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, 
efetiva ou potencial, de serviços públicos especíicos e divisíveis, pres-
tados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir em-
préstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições so-
ciais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das catego-
rias proissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas 
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, 
e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribui-
ções a que alude o dispositivo (BRASIL, 1988).
Tendo isso sido visto, passaremos a conhecer cada um dos cinco tipos de tributos.
IMPOSTOS
Os impostos são os que soam mais familiares para nós contadores, então, é o 
que mais ouvimos e trabalhamos. No artigo 16, do CTN, temos a deinição 
de imposto, que é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal especíica, relativa ao contribuinte. 
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Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados, segundo 
a capacidade econômica do contribuinte facultado à administração tributária, 
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identiicar, respeitados 
os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as ati-
vidades econômicas do contribuinte. (§ 1º do art. 145 da CF/1988).
A maioria de nós conhece ou já ouviu falar na grande quantidade de impos-
tos que oneram as pessoas físicas e jurídicas em nosso país. Nosso objetivo aqui 
não é entrar no mérito ou não da existência, tampouco na cobrança, mas apenas 
levar a você, aluno(a), conhecer o que são os impostos, e quais são os existentes 
de acordo com as leis. Dessa forma, vejamos os impostos competentes a cada 
esfera dos poderes.
Compete à União instituir os impostos previstos nos artigos 153 e 154 da 
CF/1988:
I) importação de produtos estrangeiros – II;
II) exportação, para o exterior, de produtosnacionais ou nacionaliza-
dos – IE;
III) renda e proventos de qualquer natureza – IR;
IV) produtos industrializados – IPI;
V) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou va-
lores mobiliários – IOF;
VI) propriedade territorial rural – ITR;
VII) grandes fortunas, nos termos de lei complementar – IGF.
VIII) através de lei complementar, pode instituir impostos não previs-
tos de 1 a 7 desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato ge-
rador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição;
IX) impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua compe-
tência tributária, na iminência ou no caso de guerra externa, que serão 
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Aos Estados e ao Distrito Federal competem os impostos previstos no 
artigo 155 da CF/1988:
1) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos – 
ITCMD;
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2) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações 
de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comu-
nicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior 
– ICMS;
3) propriedade de veículos automotores – IPVA.
Finalmente, conforme trás a CF/1988 em seu artigo 156, competem aos 
municípios:
I) propriedade predial e territorial urbana;
II) transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens 
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imó-
veis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III) serviços de qualquer natureza, não compreendidos no ICMS, dei-
nidos em lei complementar.
Conhecemos os impostos constantes na nossa Lei Magna (CF/1988) e trabalha-
remos mais especiicamente nas Unidades III e IV.
TAXAS
Voltando ao CTN, no seu artigo 77, temos que as taxas cobradas pela 
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito 
de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular 
do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público 
especíico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
É importante destacar que a taxa não pode ter sua base de cálculo ou mesmo 
seu fato gerador igual ao dos impostos, nem ser calculada em função do capital 
das empresas, segundo o parágrafo único do art. 77 CTN.
O fato gerador da taxa é o exercício regular do poder de polícia, mas o que 
vem a ser poder de polícia? O código supracitado traz como poder de polícia 
a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de 
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, 
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
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dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade 
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Vimos o que é poder de polícia, mas falta entendermos o que são os servi-
ços públicos, para tanto, recorrendo ao artigo 79 do nosso Código Tributário 
Nacional, temos os serviços públicos:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam 
postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo 
funcionamento;
II - especíicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas 
de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por 
parte de cada um dos seus usuários.
Para melhor ixação, trazendo para o âmbito contábil, pense na constituição e 
legalização de uma empresa. No âmbito da Prefeitura, por exemplo, devem-se 
requerer alguns laudos e realizar o recolhimento de algumas taxas. Podemos 
citar, então, a taxa de alvará ou funcionamento, taxa de iscalização ambiental, 
taxa de vigilância sanitária etc. Você pode até já ter recolhido tais taxas e, agora, 
sabe seu fundamento legal. Passamos, então, para a contribuição de melhoria.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA 
Na contribuição de melhoria, o próprio nome deixa explícito, deve haver alguma 
melhoria no imóvel, valorização para que ela exista. Compete a todos os entes 
da federação, União, Distrito Federal, Estados e Municípios instituí-la. É disci-
plinada pelo art. 81 do CTN e faz face ao custo de obras públicas de que decorra 
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada, e como limite 
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneiciado.
Há algumas observações referentes à contribuição de melhoria, conforme 
artigo 82 do CTN:
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Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes 
requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser inanciada pela con-
tribuição;
d) delimitação da zona beneiciada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para 
toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - ixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugna-
ção pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso 
anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julga-
mento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da 
sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo ra-
teio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, 
pelos imóveis situados na zona beneiciada em função dos respecti-
vos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá 
ser notiicado do montante da contribuição, da forma e dos prazos 
de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo 
(BRASIL, 1966, grifo nosso).
Conforme visto, para que se caracterize a contribuição de melhoria, dois elemen-
tos são fundamentais: a necessidade de valorização e a necessidade de que essa 
valorização ocorra sobre bens imóveis, de acordo com Sabbag (2012).
Você deve estar se perguntando: como será que é calcu-
lada a contribuição de melhoria? Vou mostrar a você, vejamos: 
Dada uma obra pública hipotética, imagine que ela custou R$ 2.000.000,00 à 
prefeitura de Maringá/PR, resultando em uma valorização de R$ 15.000,00 por 
imóvel, em um conjunto com 50 imóveis (considere o fator individual de valo-
rização idêntico para ins de cálculo).
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A valorização total dos imóveis foi de R$ 750.000,00 (15.000,00 x 50). Ele 
representa apenas 37,5% do gasto total, mas a prefeitura não pode ratear entre os 
proprietários os R$ 1.250.000,00 que restam, pois a valorização máxima obtida 
pelo imóvel é de R$ 15.000,00. Conseguiram entender? Os R$ 15.000,00 que cada 
proprietário deve pagar de Contribuição de Melhoria será o limite individual, 
não considerando, portanto, o limite total R$ 40.000,00 (R$ 2.000.000/50). Isso 
quer dizer que nenhum centavo a mais será cobrado do que ultrapassar o valor 
proporcional ao custo total da obra (R$2.000.000,00).
Agora pense o seguinte: a obra custou R$ 2.000.000,00 à prefeiturade 
Maringá/PR, resultando em uma valorização de R$ 50.000,00 por imóvel, em 
um conjunto com 50 imóveis (considere o fator individual de valorização idên-
tico para ins de cálculo). Assim, temos a valorização imobiliária total de R$ 
2.500.000,00. Isto é, R$ 500.000,00 a mais de valorização imobiliária do que o 
custo total da obra. Desse modo, poderá ser cobrada contribuição de melhoria 
em razão da valorização total do imóvel, certo? Não, errado. O valor total a ser 
cobrado será proporcional ao custo total da obra R$ 2.000.000,00. Teremos, por-
tanto, R$ 40.000,00 de contribuição de melhoria devida pelo contribuinte (R$ 
2.000.000,00 divididos por 50 imóveis). Ficou claro o raciocínio? Nesse caso, o 
custo total da obra será o limite total da contribuição de melhoria, não conside-
rando limite individual.
Com esses dois exemplos que trouxe a você, icou claro que sempre que tiver-
mos limite individual e o limite total, devemos considerar aquele que resulte em 
menor valor de contribuição de melhoria a ser paga pelo contribuinte.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
Os empréstimos compulsórios, conforme CF/1988, em seu artigo 148, são ins-
tituídos exclusivamente pela União, mediante lei complementar, e atenderá as 
despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa 
ou sua iminência e no caso de investimento público de caráter urgente e de rele-
vante interesse nacional.
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Na seção de disposições especiais, o parágrafo único do artigo 15, do CTN, 
diz que a lei ixará, obrigatoriamente, o prazo do empréstimo e as condições de 
seu resgate, ou seja, já que estamos falando de um empréstimo, logo, deve ter a 
devolução do dinheiro.
Por im, está expresso na constituição federal, em seu parágrafo único do 
artigo 148, que a aplicação dos recursos arrecadados com o empréstimo compul-
sório será vinculada à despesa que deu origem a sua instituição. Isso quer dizer, 
aluno(a), que não adianta o governo pegar o dinheiro e utilizar como bem enten-
der, tudo está devidamente fundamentado na lei e deve obedecer-la.
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
As contribuições sociais estão assim dispostas no art. 149 da CF/1988:
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições so-
ciais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das cate-
gorias proissionais ou econômicas, como instrumento de sua atua-
ção nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, 
I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às 
contribuições a que alude o dispositivo. 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão con-
tribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício 
destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota 
não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos 
efetivos da União. 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômi-
co de que trata o caput deste artigo:
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou 
serviços;
III - poderão ter alíquotas: 
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor 
da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro;
b) especíica, tendo por base a unidade de medida adotada.
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§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá 
ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei.
§ 4º A lei deinirá as hipóteses em que as contribuições incidirão 
uma única vez.
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir con-
tribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de 
iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere 
o caput, na fatura de consumo de energia elétrica (grifo nosso).
Conforme visto, as contribuições sociais são de três tipos. Rezende, Pereira e 
Alencar (2010, p. 48) assim apresentam:
1) contribuições de intervenção no domínio econômico – são contri-
buições que têm por im intervir no domínio econômico, e o produto 
de sua arrecadação deve ser destinado a inanciar a própria atividade 
interventiva. Um exemplo deste tipo de contribuição é a contribuição 
de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis; a chamada 
CIDE – combustível;
2) contribuições de interesse de categorias proissionais ou econômi-
cas – vinculadas a entidades representativas de atividade proissionais, 
como é o caso das anuidades pagas aos Conselhos Regionais de Con-
tabilidade (CRC);
3) contribuições de seguridade social – destinadas a inanciar a seguri-
dade social, tais como a contribuição para o INSS.
Desse modo, podemos observar que não é sempre que os tributos são usa-
dos para arrecadar dinheiro aos cofres públicos, também são usados com 
ins regulatórios, atuando diretamente na economia do país, como exemplo 
a CIDE – combustível. Note que, conforme diz o art. 149 da CF, é compe-
tência exclusiva da União instituir a CIDE, somente a União pode fazer isso, 
e tem todo o sentido, já que a CIDE pode intervir na economia do país. 
No tocante às contribuições de seguridade social, a CF/1988 traz, no artigo 195, 
as formas de como ela será inanciada:
Art. 195. A seguridade social será inanciada por toda a sociedade, 
de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos pro-
venientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
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I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma 
da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou cre-
ditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo 
sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não 
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo 
regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a 
ele equiparar (grifo nosso).
Conforme visto, de uma maneira geral, a seguridade social é inanciada por toda 
sociedade e usada em prol desta. A aposentadoria é um exemplo disso.
Você sabe quantos dias temos que trabalhar no ano para pagar os tributos? 
O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT publicou no dia 
02/06/2017 a pesquisa intitulada: “Brasileiro trabalha cinco meses e dois dias 
para poder pagar os impostos”.
Para icar por dentro do assunto acesse o link a seguir:
Disponível em: <https://ibpt.com.br/noticia/2588/Brasileiro-trabalha-cinco-
-meses-e-dois-dias-so-para-poder-pagar-os-impostos>. 
Fonte: a autora.
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COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
Nos tipos de tributos que acabei de apresentar, repare que a redação da Constituição 
Federal (BRASIL, 1988) traz assim: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios poderão instituir [...]” (art. 195); “Aos Estados e ao Distrito Federal 
competem [...]” (art. 155); “Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir 
[...]” (art. 149-A); “Compete exclusivamente à União [...]” (art. 149); “competem 
aos municípios [...]” entreoutros (art. 156). Todos estes são exemplos de com-
petência tributária, ou seja, é o poder que cada ente - União, Estados, Distrito 
Federal e Município - tem para poder instituir e cobrar os tributos, e toda essa 
parte da competência está estabelecido constitucionalmente; conforme Alexandre 
(2012, p. 175) “competência tributária é o poder constitucionalmente atribuído 
de editar leis que instituam tributos”.
A competência tributária é indelegável, ou seja, não pode ser atribuída a 
outro ente a competência que lhe é própria. Veja o que diz o art. 7º do CTN:
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das 
funções de arrecadar ou iscalizar tributos, ou de executar leis, servi-
ços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida 
por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º 
do artigo 18 da Constituição (BRASIL, 1966, grifo nosso).
Assim, a competência tributária cabe somente aos quatro entes da federação que, 
dentro dos limites da lei, exercem sua competência.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Encontramos o conceito no artigo 96 do CTN, que diz que “legislação tributária” 
compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as nor-
mas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações 
jurídicas a eles pertinentes. Mas, não é só isso. Também no comecinho do nosso 
código, lá no seu art. 2º, traz que o sistema tributário nacional é regido pelo disposto 
na Emenda Constitucional n° 18, de 1º de dezembro de 1965, em leis complementa-
res; em resoluções do Senado Federal; e, nos limites das respectivas competências, 
em leis federais, nas Constituições; em leis estaduais; e em leis municipais.
Podemos airmar, desse modo, que o conceito de legislação tributária, con-
templa tudo que está disposto nesses dois artigos do CTN. E quando vamos 
aplicar a legislação tributária?
Alexandre (2012, p. 223) explica a aplicação da legislação tributária, dizendo 
o que é “concretizar no mundo fático a vontade que o legislador manifestou em 
abstrato na norma, dando aos fatos que se subsumirem a legislação tributária as 
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consequências por ela previstas”. Isso quer dizer que para todo aquele que incor-
rer na situação hipotética, aplica-se o que está previsto na norma. 
Quero chamar sua atenção, neste momento, para o art. 97, do CTN, que nos 
traz um rol de situações estabelecidas por lei. Vou destacar em negrito alguns 
pontos que são corriqueiros e importantes para o nosso estudo:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos 
artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a deinição do fato gerador da obrigação tributária principal, 
ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu su-
jeito passivo;
IV - a ixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalva-
do o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias 
aos seus dispositivos, ou para outras infrações nela deinidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tribu-
tários, ou de dispensa ou redução de penalidades. 
Deixo a você a base legal de onde encontram-se os termos que acabo de des-
tacar. Aos poucos, você vai percebendo que vamos sempre incorrer neles. 
Dando sequência, precisamos saber a vigência de todas as normas que relacio-
namos no tocante à legislação tributária. Qual será a duração dessas normas? 
A duração no tempo, isto é, a vigência no espaço e no tempo, da legislação tri-
butária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, 
conforme o artigo 101, do CTN.
Para compreender a legislação tributária, precisamos conhecer como as fon-
tes do Direito estão dispostas. Vou apresentar a você a hierarquia existente entre 
as normas. “Esta hierarquia deve ser observada na interpretação do conjunto de 
normas reguladoras dos contratos entre os diversos entes governamentais e a 
sociedade” (REZENDE; PEREIRA e ALENCAR 2010, p. 30).
A hierarquia, conforme nos mostra Rezende, Pereira e Alencar (2010, p. 
30) é assim:
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 ■ Constituição Federal e Emendas Constitucionais.
 ■ Leis complementares (Código Tributário Nacional).
 ■ Leis Ordinárias, Medidas Provisórias, Tratados e Convenções Internacionais.
 ■ Decretos, Atos do Poder Executivo e Jurisprudência.
Muitas vezes, ouvimos dizer que nosso país necessita de uma reforma tribu-
tária. Qual o seu papel nessa reforma?
Ela segue a ordem que está apresentada, note que em primeiro lugar está nossa 
Carta Magna e, logo abaixo, o famoso CTN. Vamos partir daí! Basicamente, 
tudo que tem relação com a contabilidade tributária e a parte que realmente 
interessa para o nosso estudo está concentrada nessas duas normas. Você irá 
perceber que a maioria dos conceitos e entendimentos, conforme apresentado 
até aqui, vem das duas normas: CTN e CF, e por isso são fundamentais para 
o nosso estudo.
Nenhuma situação escapa da tributação. Isso mesmo! Até aquelas que não 
estão previstas em um primeiro momento na legislação. Agora você deve estar 
se perguntando: como é possível haver tributação sem estar na legislação? Eu 
explico a você, sabe por que pode? Porque o próprio CTN tem dispositivos que 
regulam tais situações. Nos artigos de 107 a 112 é dito como devem ser interpre-
tadas as situações sem previsão legal. É! o legislador pensou em tudo!
Funciona assim: primeiro usa-se a analogia (situações semelhan-
tes), depois, os princípios gerais de direito tributário, os princípios gerais de 
direito público e, por último, a equidade, exatamente nesta mesma ordem. 
 O código traz, ainda, duas importantes ressalvas nos parágrafos 1º e 2º do art. 
107, dizendo que, ao empregar a analogia, não poderá resultar na exigência de 
tributo não previsto em lei, e com a equidade não poderá resultar na dispensa 
do pagamento do tributo devido.
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Percebem que a lei cerca as situações? Isto é, tem a hipótese de incidência; 
incorre fato gerador; nasce a obrigação tributária; tem caracterizados os sujeitos 
ativo e passivo da obrigação; há que se falar em não cumprir com tais obriga-
ções. Hipótese de incidência? Fato gerador? Obrigação tributária? Sujeito ativo 
e passivo? Como é? Vou apresentar cada um desses conceitos a você, vamos lá!
HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA
Costumo dizer que todo aspirante à tributarista precisa internalizar a sequên-
cia básica. A seguir há uma igura para entender como funcionam a ordem dos 
fatos, quando o assunto é tributo:
Hipótese de
incidência
Fato
gerador
Obrigação
tributária
Figura 2 - Sequência dos fatos - Hipótese de Incidência
Fonte: a autora.
Memorize essa premissa. Tudo tem início com a hipótese de incidência, que nada 
mais é do que a descrição na lei de algum fato tributário. É a partir dela que vem o 
fato gerador, e a soma dos dois dá origem à obrigação tributária. Da obrigação tri-
butária com o lançamento, temos o crédito tributário, que veremos mais adiante.
Desse modo, hipótese de incidência é o conceito teórico da lei, a regra a ser 
seguida, como airmam Rezende, Pereira e Alencar (2010, p. 50). Lembra-se 
de Pedro? Voltando ao exemplo dele, ao auferir renda, incorreu na hipótesede 
incidência para se tornar contribuinte do imposto de renda. Há uma hipótese: 
se auferir renda, como ele auferiu, logo, é preciso pagar o imposto. Entendido o 
que é a hipótese, vamos aprender o que é o fato gerador.
FATO GERADOR
Vimos a hipótese de incidência, se ela acontecer, nasce o fato gerador. Fato gerador 
é a concretização da hipótese de incidência, ou seja, a materialização da situação 
hipotética prevista em lei, de acordo com Rezende, Pereira e Alencar (2010, p. 50).
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Sabemos o que é fato gerador, mas em qual momento ele ocorre? Você sabe 
me dizer? Bem, eu digo a você que depende. Sim! Ele depende do caso que está 
sendo analisado. Por exemplo, qual o fato gerador da venda? Tenho certeza que 
você sabe responder que é com a emissão da nota iscal de venda. Vamos ver 
outros exemplos do momento que ocorre o fato gerador. Segundo Pêgas (2011, 
p. 45) são exemplos de fato gerador: prestação de serviço de consultoria tribu-
tária: fato gerador do ISS; recebimento de salário mensal (obtenção de renda): 
fato gerador de IRPF; a importação de uma mercadoria do exterior: fato gera-
dor do II, entre outros.
O fato gerador poder ser de obrigação tributária principal ou acessória. 
Desse modo, de acordo com o Código Tributário Nacional, em seus artigos 114 
e 115, temos tais deinições:
Art. 114: Fato gerador da obrigação principal é a situação deinida em 
lei como necessária e suiciente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, 
na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato 
que não conigure obrigação principal.
A partir do fato gerador nasce a obrigação tributária. E o que é obrigação tributária? 
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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
“Obrigação tributária é o compromisso imposto ao contribuinte pela legislação 
tributária” (RIBEIRO; PINTO, 2012, p. 17).
Encontramos a deinição, nos termos do art. 113 do CTN, nos seus parágra-
fos 1º a 3º, da obrigação tributária, que pode ser principal ou acessória.
A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto 
o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com 
o crédito dela decorrente.
A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as pres-
tações, positivas ou negativas nela previstas, no interesse da arrecadação ou da 
iscalização dos tributos. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobser-
vância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
“A obrigação principal é, desse modo, a obrigação de pagamento, em dinheiro, 
de tributos ou penalidades pecuniárias (multas)” (REZENDE; PEREIRA; 
ALENCAR, 2010, p. 53).
Os autores explicam a obrigação acessória, que se caracteriza pela obrigação 
de sempre no interesse da arrecadação ou iscalização dos tributos:
 ■ Fazer algo, como, por exemplo, emitir notas iscais, escriturar livros 
iscais e contábeis.
 ■ Não fazer algo, como, por exemplo, não adquirir mercadorias sem 
nota iscais.
 ■ Tolerar algo, como, por exemplo, admitir que o iscal examine os 
livros contábeis (REZENDE; PEREIRA; ALENCAR, 2010, p. 53).
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Quem está sujeito a tais obrigações tributárias? Você sabe? Conheceremos, agora, 
quem são os sujeitos, os contribuintes de tais obrigações.
SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Temos como sujeitos da obrigação tributária o sujeito ativo e o sujeito passivo. 
Eles estão dispostos nos artigos 119 a 122 do CTN.
Sujeito ativo: podemos dizer que é o próprio Estado, pois é a pessoa jurí-
dica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
Já sujeito passivo: pode ser da obrigação principal ou da obrigação acessória.
Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de 
tributo ou penalidade pecuniária e pode ser chamado de:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação 
que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua 
obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às 
prestações que constituam o seu objeto (BRASIL, 1966).
Há também outra espécie de contribuinte responsável que é o substituto tribu-
tário, “o contribuinte responsável pelo pagamento do tributo cujo fato gerador 
ocorrerá posteriormente, [...] com o objetivo de simpliicar a iscalização, ante-
cipar a arrecadação de tributos e/ou evitar a sonegação iscal” (REZENDE; 
PEREIRA; ALENCAR, 2010, p. 54).
BASE DE CÁLCULO
Ao apurar o valor de um tributo, é preciso que saibamos sobre qual valor ele será 
calculado. Esse valor é chamado de base de cálculo.
A base de cálculo é realmente a base, “[...] é o valor sobre o qual é aplicada a 
alíquota para apuração do montante de tributo a pagar” (REZENDE; PEREIRA; 
ALENCAR 2010, p. 52).
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A base de cálculo varia conforme o tipo do tributo, a opção tributária dos 
sujeitos da obrigação, pode ser total ou reduzida, enim, são muitas possibilida-
des. Segundo Pêgas (2011, p. 46):
[...] a base de cálculo pode ser também uma unidade de medida, como 
acontece, por exemplo, com a base de cálculo da COFINS no setor de 
bebidas, que é o litro vendido. Na Cide-combustíveis, por exemplo, a 
base de cálculo é obtida na venda de cada mil litros de gasolina.
ALÍQUOTA
Se a base de cálculo é o valor sobre qual o incide é uma alíquota, logo, alíquota 
é o percentual/valor incidente sobre a base de cálculo.
As alíquotas têm seus percentuais habitualmente deinidos em lei. Elas 
podem ser cobradas em percentual (ad valorem), como é na maioria dos casos, 
por exemplo na COFINS cumulativa (que é de 3%), e por valor ixo, a CIDE – 
combustíveis (PÊGAS, 2011, p. 46).
Assim, as alíquotas ad valorem são as que incidem em proporção ao valor 
da transação ou outro valor que vai deinir a operação que será tributada, como 
o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso da importação, 
o valor aduaneiro. Já o valor ixo ou a alíquota especíica tem por base uma uni-
dade de medida adotada, considerando os valores que se referem ao objeto da 
operação, por exemplo, o peso, o volume, o tamanho, a unidade de medida (reais 
por Kg, reais por unidade etc.).
A alíquota pode ser ainda usada conforme a progressividade, isso é um 
exemplo clássico do IR – imposto sobre a renda. É progressivo porque quanto 
mais o sujeito obtém renda, maior é a alíquota incidente para ins de cálculo 
do valor a recolher.
 Quando tratamos de hipótese de incidência, eu mostrei a você um esquema 
assim: hipótese de incidência + fato gerador = obrigação tributária. E disse que, 
somando o lançamento à obrigação tributária, temos o crédito tributário. Chegou 
o momento de conhecermos esses conceitos.
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LANÇAMENTO
O lançamento acontece quando já existe a obrigação tributária e, portanto, já ocorreu 
o fato gerador. Vamos incrementar nosso esquema, eu o havia demonstrado assim:
Hipótese de
incidência
Fato
gerador
Obrigação
tributária
Figura 3 - Sequência dos fatos
Fonte: a autora.
Agora, vamos acrescentaro lançamento e também o crédito tributário, que vamos 
estudar na sequência:
Hipótese de
incidência
Fato
gerador
Lançamento
Obrigação
tributária
Crédito
tributária
Quadro 4 - Sequência dos fatos - Lançamento
Fonte: a autora.
Assim, ica melhor para entender não é mesmo? Acabo de mostrar a você a sequên-
cia dos fatos até chegarmos ao crédito tributário, que trataremos no próximo tópico.
Vamos conhecer melhor os aspectos do lançamento. Encontramos no CTN, 
em seu art. 142, a deinição de lançamento:
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa consti-
tuir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedi-
mento administrativo tendente a veriicar a ocorrência do fato gera-
dor da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, 
calcular o montante do tributo devido, identiicar o sujeito passivo 
e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível (grifo nosso).
Conforme a lei, o lançamento possui três modalidades, ou seja, existem três for-
mas para que o lançamento ocorra. Ele pode ser de ofício, por declaração e por 
homologação. Vamos ver cada um.
No lançamento de ofício, “a participação do sujeito passivo na atividade 
privativa da autoridade iscal é nula ou quase nula [...] a autoridade iscal, [...] 
diretamente procede ao lançamento do tributo, sem colaboração relevante do 
devedor” (ALEXANDRE, 2012, p. 361).
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No artigo 149, do Código Tributário Nacional, temos todos os casos em que 
o lançamento é de ofício:
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade 
administrativa nos seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no 
prazo e na forma da legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado de-
claração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na 
forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado 
pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste 
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qual-
quer elemento deinido na legislação tributária como sendo de de-
claração obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legal-
mente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de tercei-
ro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefí-
cio daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado 
por ocasião do lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude 
ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma 
autoridade, de ato ou formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquan-
to não extinto o direito da Fazenda Pública.
Resumindo, no lançamento de ofício, podemos airmar que o sujeito passivo não 
participa da atividade e não há a antecipação de recolhimento. Nesse tipo de lan-
çamento, encontra-se a maioria das taxas e também o IPVA, o IPTU, entre outros.
No lançamento por declaração, o lançamento é efetuado com base na 
declaração do sujeito passivo ou de terceiros, quando um ou outro, na forma 
da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações 
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sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação, conforme traz o 
artigo 147 do CTN.
Podemos dizer que há um equilíbrio entre a participação do sujeito passivo 
e a atividade do sujeito ativo no lançamento por declaração. “Há, portanto, um 
misto de atuação (administração e sujeito passivo ou terceiro) na realização do 
procedimento” (ALEXANDRE, 2012, p. 363). Como exemplo, vamos imaginar 
que Carlos declara a Receita que possui X reais e, depois, o sujeito ativo cobra 
com base nas informações declaradas. Segundo a maioria da doutrina, esse tipo 
de lançamento está em desuso.
Por im, temos, nos termos do art. 150 do CTN, o lançamento por homolo-
gação, que ocorre quanto aos tributos, cuja legislação atribua ao sujeito passivo 
o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administra-
tiva. Opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da 
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente, a homologa.
Nesse tipo de lançamento, o sujeito passivo realiza quase todos os atos que 
compõe a atividade e há também a antecipação do pagamento por parte deste. 
Um exemplo é o Imposto de Renda.
É importante observar que “é com a homologação que a autoridade admi-
nistrativa manifesta sua concordância com a atividade do sujeito passivo” 
(ALEXANDRE, 2012, p. 369).
Note que não é por realizar o pagamento que o sujeito passivo está com o 
crédito tributário extinto, mas sim pela homologação. Veja que o parágrafo 1º, 
do art. 150 do CTN, diz que o pagamento antecipado obrigado nos termos deste 
artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao 
lançamento. Isto é, quando diz condição resolutória da ulterior homologação, 
está nos dizendo com a posterior homologação.
Ainda no mesmo art. 150 do CTN, agora no seu parágrafo 4º, temos uma 
importante informação, que é referente ao prazo que o sujeito ativo tem para 
homologar um lançamento:
§ 4º. Se a lei não ixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a 
contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a 
Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o 
lançamento e deinitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada 
a ocorrência de dolo, fraude ou simulação (grifo nosso).
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Agora você sabe, quando estiver exercendo a proissão, se ainda não exerce, 
como contador tributário, no tocante aos lançamentos, o prazo que o isco tem 
para rever os lançamentos é de cinco anos; após esse prazo, os lançamentos são 
homologados e “im de papo”. Não há mais que se falar em revisão. 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
Conforme o esquema apresentado a você na Figura 3, vimos que o crédito tribu-
tário nasce da soma da obrigação tributária, mais o lançamento, que acabamos 
de ver como ocorre. Assim, para haver crédito tributário, necessariamente, temos 
que ter fato gerador e, dessa forma, obrigação. É isso mesmo que temos disposto 
no art. 139 do CTN, que diz que o crédito tributário decorre da obrigação prin-
cipal e tem a mesma natureza desta. Algumas informações importantes acerca 
do crédito tributário constam nos artigos seguintes da lei:
Art. 140. As circunstâncias que modiicam o crédito tributário, sua ex-
tensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, 
ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária 
que lhe deu origem.
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Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se 
modiica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou exclu-
ída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dis-
pensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a 
sua efetivação ou as respectivas garantias (BRASIL, 1966, grifo nosso).
De acordo com o exposto pela lei,há a possibilidade do crédito tributário ser 
suspenso, excluído ou extinto.
SUSPENSÃO
Segundo Rezende, Pereira e Alencar (2010, p. 57):
[...] a suspensão corresponde ao impedimento temporário de exigir o 
crédito tributário, por iniciativa do próprio poder público (moratória, 
parcelamento) ou por iniciativa do sujeito passivo de discutir a valida-
de, no todo ou em parte, da cobrança do crédito tributário (depósito 
judicial, recurso administrativo, processo judicial) (grifo nosso).
Quer dizer, professora, que quando ocorre à suspensão, há a dispensa das obriga-
ções tributárias, certo? Errado! Nós vimos que existem dois tipos de obrigação, a 
principal e a acessória. Quando ocorre a suspensão do crédito tributário, apenas a 
obrigação principal é suspensa, a acessória não, o mesmo se aplica para as demais 
formas, quais sejam a extinção e a exclusão, e não sou eu quem está dizendo, é o 
que consta no artigo 139 que vimos há pouco. É assim, portanto, porque está na lei.
O artigo 151 do CTN lista as formas existentes para suspender o crédito tri-
butário, são elas: 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do 
processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras 
espécies de ação judicial;
VI – o parcelamento
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Não vou entrar no detalhamento de cada forma de suspensão para o nosso estudo, 
é importante que você entenda o que é suspensão e que conheça as formas que 
existem. Desse modo, suspensão, portanto, é uma forma temporária de não ser 
exigido o crédito tributário.
Pensando em contabilidade tributária, mais especiicamente em uma opera-
ção que envolva a emissão de uma nota iscal, teremos os impostos destacados, 
conforme a operação e as observações, caso haja. Alguns de vocês já devem ter 
visto uma nota iscal. Pois bem, no campo dados adicionais, é onde icam for-
malizadas as particularidades referentes ao produto/serviço descrito, e é ali que 
vão ter as informações sobre isenção, suspensão entre outros.
ISENÇÃO 
A isenção, juntamente com a anistia, são formas de exclusão do crédito tributário, 
ou seja, “impedem a normal sucessão dos fatos, na linha do tempo do fenômeno 
jurídico tributário, pois o procedimento do lançamento, com o consequente nas-
cimento do crédito tributário, é evitado” (ALEXANDRE, 2012, p. 467).
Interessa-nos, aqui, conhecer a isenção. Nos termos do artigo 176 e 177 do 
CTN, temos que a isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decor-
rente de lei que especiique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, 
os tributos a que se aplica e, sendo o caso, o prazo de sua duração. Ela pode, 
também, ser restrita à determinada região do território da entidade tributante, 
em função de condições a ela peculiares. Não é extensiva às taxas e às contri-
buições de melhoria e, aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
Por im, podemos dizer que na isenção “haverá tributação, porém o tri-
buto não será exigido quando a Lei conceder benefício iscal ao contribuinte” 
(RIBEIRO; PINTO, 2012, p. 24). 
EXTINÇÃO 
O texto do artigo 156 do CTN prevê as causas de extinção do crédito tributário:
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Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos 
termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º 
do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a deinitiva na 
órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições 
estabelecidas em lei.
Podemos dizer que a “extinção corresponde ao término do direito do sujeito ativo 
de cobrar a obrigação tributária. Depois de extinto o crédito tributário, a obri-
gação tributária também deixa de existir” (REZENDE, PEREIRA; ALENCAR, 
2010, p. 58). Novamente, aqui, apresentamos apenas as formas sem detalhá-las, 
tendo em vista que nossa intenção é explicar o conceito de extinção.
Há também outros casos que vão culminar no não pagamento do tributo, 
como a imunidade e a alíquota zero. 
IMUNIDADE
A imunidade é uma forma de não incidência tributária. Quando tratamos da 
hipótese de incidência, vimos que é a concretização de algum fato que resulte 
na obrigação tributária. Desse modo, “a não incidência refere-se às situações 
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em que um fato não é alcançado pela regra de tributação” (ALEXANDRE 2012, 
p. 143). “Não haverá tributação, isto é, o tributo não será exigido nos casos em 
que a cobrança do tributo seja vedada pela Constituição Federal” (RIBEIRO; 
PINTO 2012, p. 24). 
É na Constituição Federal que a imunidade está prevista, quando trata das 
limitações ao poder de tributar. A lista de situações é vasta ao longo da CF/1988, 
para exemplo, podemos citar a imunidade recíproca constante no art. 150, VI, 
a; imunidade tributária religiosa, art 5º, VI, b; imunidade tributária cultural art. 
150, VI, d; entre outras.
Assim, a imunidade é a ausência de tributação sobre os casos vedados pela CF.
 No Brasil, a maioria dos produtos que são exportados têm alíquota zero, 
conigurando, assim, um incentivo para os exportadores. Isso faz sentido 
para você?
ALÍQUOTA ZERO
Temos um tributo com alíquota zero quando o “ente tributante tem competência 
para criar o tributo – tanto que o faz -, e o fato gerador ocorre no mundo con-
creto, mas a obrigação tributária dele decorrente, por uma questão de cálculo, é 
nula” (ALEXANDRE, 2012, p. 144).
Professora, mas pra que, então, existe o tributo se a alíquota é zero? Pense no 
poder que o governo tem para regular a economia. A maioria dos tributos com 
alíquota zero é utilizado para estimular alguma atividade, como é o caso do II – 
imposto de importação e IE – imposto de exportação.
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
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e 1998.
IU N I D A D E46
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, demos início aos nossos estudos sobre Contabilidade e 
Planejamento Tributário. Você pôde acompanhar todos os conceitos necessá-
rios para uma boa aprendizagem nessa área.
Vimos o conceito de tributo e aprendemos que ele não tem caráter puni-
tivo mas sim arrecadatório (iscal) e/ou regulatório (paraiscal), e que quando 
há ocorrência do fato gerador, seu pagamento é obrigatório, independentemente 
do nosso desejo e vontade de pagar.
Aprendemos também que a todo imposto é um tributo, mas nem todo tributo 
é imposto, ainal, o imposto é apenas um dos cinco tipos de tributos existen-
tes no Brasil.
Em seguida, foram apresentados os aspectos legais que compõem a legislação 
tributária, Carta Magna (Constituição Federal de 1988) e o Código Tributário 
Nacional – CTN como fontes principais para os nossos estudos. Também mencio-
namos a tão importante hierarquia das leis. Tenha certeza de que constantemente 
em sua carreira como tributarista, você precisará recorrer à ela para fazer a apli-
cação correta da legislaçãotributária.
Na sequência, apresentamos a você a hipótese de incidência, como nasce uma 
obrigação tributária, um crédito tributário até a extinção deste, não deixando de 
conhecer, também, os casos em que não há incidência ou mesmo quando temos 
alíquota zero no tributo. Falamos sobre obrigação tributária principal e acessó-
ria, como surgem e seus objetivos. Também deinimos as seguintes premissas: 
sujeito (passivo e ativo), sobre qual valor o imposto será calculado (base de cál-
culo) e alíquotas. 
Assim, ica melhor não é mesmo? Esses conceitos devem constantemente 
permear o pensamento de um bom contador. Agora você já sabe que os concei-
tos são a base para tudo, portanto, aprofundem seus conhecimentos pesquisando 
e lendo muito. Assim, como uma casa quando está sendo construída, você está 
“construindo” conhecimentos que vai usar sempre em nossa proissão.
Um forte abraço e persevere na busca do aprendizado.
47 
1. Com base no que foi apresentado, deina, com suas palavras, o que é tributo.
2. Em que consiste a função extraiscal? Cite um exemplo.
3. A prefeitura de Maringá/PR construiu um campo de desporto no Jardim Pi-
nheiros, uma obra de R$ 1.000.000,00. Essa obra valorizou individualmente R$ 
50.000,00 cada um dos 50 imóveis beneiciados com o campo. Nessas condi-
ções, qual o valor que os moradores devem pagar a título de contribuição de 
melhoria? Justiique sua resposta.
4. Deina obrigação tributária e seus tipos.
5. O que é crédito tributário?
48 
Imunidade tributária
Alexandre Machado de Oliveira
Conceito de imunidade tributária
O Professor Paulo de Barros Carvalho traz o seguinte conceito de imunidade:
“A classe inita e imediatamente determinável de normas jurídicas, contidas no texto da 
Constituição Federal, que estabelecem de modo expresso a incompetência das pessoas 
políticas de direito interno, para expedir regras instituidoras de tributos que alcancem 
situações especíicas e suicientemente caracterizadas.” (Curso de direito tributário. 12. 
ed. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 178)
Em termos simples quando falamos que uma determinada pessoa está imune àquela 
doença, estamos dizendo que ela está protegida contra esta moléstia, não corre o risco 
de vir a contraí-la. Fazendo um paralelo com a imunidade tributária, quando falamos 
que determinada situação está imune, estamos a dizer que está protegida contra o po-
der de tributar do Estado, não corre o risco de ser tributada.
Na conceituação desse instituto encontramos muitos doutrinadores que deinem a 
imunidade como não-incidência constitucionalmente qualiicada. Explicamos. Não in-
cidência, pois coloca uma determinada situação fora da incidência de uma regra de tri-
butação. Constitucionalmente, pois as hipóteses de imunidade estão previstas no texto 
constitucional e, por im, qualiicada, pois, ao contrário de uma circunstância simples de 
não incidência, quando determinada situação deixa de ser deinida como hipótese de 
incidência ou o ente político deixar de exercer a competência atribuída pela Constitui-
ção Federal (negativa), na imunidade temos uma previsão expressa (positiva) de hipó-
tese de não-incidência.
Imunidade x Isenção
Conceituada a imunidade, nos cabe aqui diferenciá-la de outro instituto que é o da isenção. 
Esta diferenciação é constantemente cobrada em provas de concurso e exame da ordem.
A imunidade atua no plano da deinição da competência tributária, tem previsão cons-
titucional e é uma hipótese de não-incidência qualiicada; enquanto que a isenção atua 
no plano do exercício da competência tributária, é deinida por lei infraconstitucional e 
é uma hipótese de exclusão do crédito tributário.
Deinição da competência (imunidade) x exercício da competência (isenção).
A primeira e principal diferença a ser apontada entre a imunidade e a isenção é no to-
cante ao fato de que a primeira interfere na deinição da competência e a isenção no 
seu exercício. Assim, quando falamos que os papéis e revistas estão imunes ao ICMS, 
estamos dizendo que esta situação está fora da esfera de competência do Estado.
49 
Por outro lado, se não existisse esta hipótese de imunidade, mas estivesse isenta por pre-
visão legal, diríamos que o Estado tem a competência para cobrar o ICMS de revistas e pa-
péis, mas resolveu não exercê-la, ao prever em lei Estadual que esta hipótese estaria isenta.
Previsão constitucional x Previsão infraconstitucional
A imunidade está prevista no texto constitucional, mesmo naquelas situações em que a 
Constituição fala em isenção, está tratando de imunidade, pois todas as situações pre-
vistas na Constituição são imunidades e não isenção. Podemos grifar como exemplo 
o art. 195, § 7° da Constituição Federal que dispõe: “são isentas de contribuição para a 
seguridade social as entidades beneicentes de assistência social que atendam às exi-
gências estabelecidas em lei”.
No caso deste artigo a expressão correta a ser empregada seria imunidade, a hipótese 
tem previsão constitucional. A primeira turma Supremo Tribunal Federal assim se mani-
festou sobre o assunto ao decidir em sede de RMS 22.192/DF, Rel. Min. Celso de Mello, 
28.11.1985, que a cláusula inscrita no art. 195 § 7° da Constituição Federal traduz-se em 
típica garantia de imunidade e não de simples isenção.
As isenções, por sua vez, se materializam nas leis infraconstitucionais, e nada mais são 
do que a dispensa no pagamento de um tributo. As isenções, ao lado da anistia, são 
consideradas hipóteses de exclusão do crédito tributário.
A diferenciação de tratamento da imunidade, em sede constitucional, e a isenção, em 
lei, têm uma razão de ser. Ocorre que cabe à Constituição Federal deinir a competência 
de cada ente, razão pela qual apenas a Constituição pode excepcionar esta competência 
(imunidade). A isenção, como está a interferir apenas no exercício, este pode e deve ser 
disciplinado em lei.
Não incidência qualiicada x exclusão do crédito tributário
Como já airmado a imunidade interfere na própria deinição de competência de deter-
minado ente, enquanto a isenção pressupõe a competência de determinado ente para 
dispor acerca de determinada situação, e este ente o faz para excluir o crédito tributário 
[...]. 
Fonte: Oliveira (2018, on-line). 
REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
ALEXANDRE, R. Direito Tributário. 6. ed. São Paulo: Método, 2012.
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Sistema Tributário. Brasília: Presidência da República, 1965. Disponível em: <http://
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65.htm>. Acesso em: 26 de mar. 2018.
______. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário 
Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e 
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planalto.gov.br/CCivil_03/leis/L5172.htm>. Acesso em: 26 mar. 2018. 
OLIVEIRA, A. M. Imunidade Tributária. Âmbito Jurídico – Portal jurídico na inter-
net. Rio Grande, mar. 2018. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/
site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7865>. Acesso em: 26 
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PÊGAS, P. H. Manual de Contabilidade Tributária. 7. ed. Rio de Janeiro: Maria Au-
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REZENDE, A. J.; PEREIRA, C. A.; ALENCAR, R. C. Contabilidade tributária: entenden-
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RIBEIRO, O. M.; PINTO, M. A. Introdução à contabilidade tributária. São Paulo: Sa-
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SABBAG, E. Manual de direito tributário. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
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