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CCJ0019-WL-B-AMMA-03-Teoria da Constituição - Normas Constitucionais-01

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AULA + 3 – DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
TEMA: TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL 
 
OBJETIVOS: 
 Compreender categorias e conceitos fundamentais ao fenômeno 
jurídico-político; 
 Interpretar as normas constitucionais; 
 Aplicar o raciocínio jurídico-político, de argumentação, de 
persuasão e de reflexão crítica, elementos essenciais à construção do 
perfil do profissional do Direito. 
Princípios de Interpretação Constitucional 
 
Importante ressaltar no aspecto das normas constitucionais os princípios de 
interpretação das normas apontados pelos teóricos do Direito Constitucional. 
 
1) Princípio da unidade – ao interpretar a Constituição devemos levar em 
conta que ela é um todo coerente e coeso, devendo o intérprete procurar 
harmonizar todas as suas normas de forma a não estabelecer contradições; 
2) Princípio da supremacia constitucional - o intérprete deve levar em conta 
que a Constituição está no topo do ordenamento jurídico e é o fundamento de 
validade de todas as outras normas, sendo assim nenhuma lei pode contrariá-
la, formal ou materialmente, sob pena de ser considerada inconstitucional; 
3) Princípio da máxima efetividade – a Constituição não estabelece normas 
supérfluas, todo intérprete deve buscar o máximo dos efeitos da Constituição; 
4) Princípio da harmonização – uma vez que todas as normas constitucionais 
estão no mesmo patamar hierárquico e devem ter máxima efetividade, ao 
interpretar a Constituição devemos buscar harmonizar antinomias aparentes de 
forma proporcional; 
5) Princípio do efeito integrador – a Constituição deve ser interpretada de 
forma a estabelecer critérios e soluções que reforcem o seu papel de principal 
norma nas relações sociais; 
6) Princípio da força normativa da Constituição – a Constituição deve ser 
interpretada da maneira mais efetiva e atual possível quando diante de um 
caso concreto, ou seja, a norma quando aplicada deve solucionar o problema 
real; 
7) Princípio do conteúdo implícito – o interprete deve atentar que a 
Constituição estabelece comandos que não estão expressos explicitamente em 
seu texto, mas sim na coerência interna de seus objetivos e fundamentos; 
8) Princípio da conformidade funcional – o intérprete não pode contrariar a 
distribuição explícita da repartição de funções estatais estabelecidas pelo 
Constituinte; 
9) Princípio da imperatividade das normas constitucionais – uma vez que 
todas as normas constitucionais emanam da vontade popular e são normas 
cogentes ou imperativas, o intérprete deve sempre lhes dar a maior extensão 
possível; 
10) Princípio da simetria – princípio de interpretação federativo que busca 
adequar entre os entes os institutos da Constituição Federal às Constituições e 
institutos jurídicos dos Estados-Membros. Por exemplo, cabe ao Presidente da 
República a iniciativa de leis para o aumento do efetivo das forças armadas, 
caberá por simetria ao Governador os projetos de lei para aumento do efetivo 
da Polícia Militar, por exemplo: art. 61 da CRFB/88; 
11) Princípio da presunção de constitucionalidade das normas 
infraconstitucionais – o intérprete deve dar às normas hierarquicamente 
inferiores à Constituição uma interpretação que as coadune com a Lei Maior, 
visto que foram fruto de um processo legislativo que, em tese, procurou 
adequá-las aos comandos constitucionais. 
Caso 1- Tema: Interpretação Constitucional 
 
Ronaldo, militar do exército, estava matriculado no Curso de Direito numa 
Universidade Particular de Pernambuco, quando foi transferido ex officio da 
Unidade sediada em Boa Viagem para a Unidade localizada no Município do 
Rio de Janeiro. 
Por conta do seu deslocamento e da necessidade de dar continuidade aos 
estudos na Cidade do Rio de Janeiro, o militar solicitou à Sub-reitoria de 
Graduação da UERJ, transferência do curso de Direito da referida Universidade 
Particular para o mesmo curso na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 
com base na Lei n° 9.536/97. 
O pedido do militar foi indeferido pela Sub-reitora da UERJ, com fulcro no ato 
normativo interno desta Universidade (Deliberação n° 28/2000), o qual regula 
esta matéria, uma vez que a Universidade de origem do militar era uma 
instituição de ensino superior particular. 
O militar impetra mandado de segurança alegando, em sua defesa, os 
seguintes argumentos: 
I - que o seu direito está amparado pelo parágrafo único do artigo 49 da Lei 
Federal n° 9536/97 – dispositivo este que regulamenta o parágrafo único da Lei 
Federal n° 9.394/96 (estabelece as diretrizes e bases da educação nacional); 
II - que a norma restritiva do art. 99 da Lei 8.112/90 (entidades congêneres) 
não se aplica aos militares; 
III - que o ato normativo n° 28/2000, no qual o sub-reitor se baseou para 
indeferir o pedido de transferência, “tem vício de ilegalidade a negativa de 
matrícula”, pois contraria o conteúdo da Lei nº 9536/97, uma vez que a Lei 
federal não exige o caráter congênere entre instituições de ensino; 
Diante da situação acima descrita, questiona-se: qual a interpretação 
constitucional mais adequada para a solução deste conflito? 
 
Caso 2- Tema: Princípio da razoabilidade 
 
O Estado do Tocantins publicou edital no Diário Oficial do Estado de concurso 
público para o preenchimento de vagas para o cargo de policial. Uma das 
provas é a realização de testes físicos e um dos testes exige que os candidatos 
façam a seguinte atividade: “Flexões abdominais: consiste em o candidato 
executar exercícios abdominais, por flexão de braços, deitado em decúbito 
ventral, em um maior número de repetições dentro de suas possibilidade, no 
período de um minuto, obedecendo à tabela de pontuação abaixo: ...” 
Em função da redação incoerente do texto desse teste, o Estado publicou uma 
errata do edital no mesmo órgão oficial de imprensa, duas semanas antes de 
iniciarem as provas, com a seguinte redação: “Flexões abdominais: consiste 
em o candidato executar exercícios abdominais, por flexão de tronco, em 
decúbito dorsal em um maior número de repetições tocando os cotovelos nos 
joelhos ou coxas, no período de um minuto.” 
Como os candidatos já haviam se inscrito na prova no momento da percepção 
do equívoco da referida redação, muitos deles se consideraram surpreendidos, 
no dia da realização desse teste físico, pois não tomaram conhecimento da 
errata do edital. 
Alguns desses, que não conseguiram passar na prova de esforço físico, 
ingressaram com mandado de segurança com a alegação de que esse teste 
deve ser desconsiderado como critério de aprovação, pois foi incluído após as 
inscrições, apenas duas semanas antes do começo das provas e porque não 
foi publicado num jornal de grande circulação para que todos tivessem a 
chance de tomar conhecimento da modificação. Assim, alegam que houve 
ofensa ao princípio da razoabilidade. 
A quem assiste razão no caso? Dê os fundamentos jurídicos cabíveis 
(fundamentos normativos, jurisprudenciais e doutrinários). 
 
Sugestão de gabarito do caso 1: A questão já foi examinada pelo STF na ADI 
Nº 3324 onde ficou decidido que para transferência entre instituições de ensino 
dever-se-à observar o caráter congênere das instituições de ensino sob pena 
de violação dos princípios da isonomia, impessoalidade e do mérito no acesso 
às Universidades Públicas. 
Aduza-se, por oportuno, que pela filtragem constitucional toda a ordem jurídica 
deve ser lida à luz da Constituição da República e passada pelo seu crivo. 
 
Sugestão de gabarito do caso 2: Assiste razão ao Estado. Houve um simples 
erro material na redação, pois a flexão abdominal não pode ser efetuada com 
“flexãode braço”, o que não implicou em novo critério de avaliação. A 
Administração pública pode corrigir seus próprios atos e publicar a errata no 
Diário Oficial do Estado, que é o meio ordinário para dar efeito a seus atos 
junto à sociedade. Não há, por fim, ofensa ao princípio da razoabilidade 
justamente por ter sido mero erro material de redação, por não ter sido incluído 
novo critério de avaliação, por ter sido publicado com antecedência à 
realização das provas, por não haver qualquer justificativa que tornasse 
obrigatória a publicação em jornal de grande circulação e, principalmente por 
não ter fundamento a alegação de surpresa. (RE 390939/MA).

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