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CCJ0019-WL-D-LC-Direitos Políticos e Partidos Políticos - Bernardo Campinho

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE DIREITO
DIREITO CONSTITUCIONAL I
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS 
POLÍTICOS
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Direitos políticos são instrumentos por meio dos quais a
Constituição garante o exercício da soberania popular,
atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na
condução da coisa pública, seja indireta ou diretamente
(Pedro Lenza).
• Arts. 14 a 17 da CRFB.
• Democracia representativa: o povo elege representantes,
outorgando-lhes poderes para que, em nome do povo e para
o povo, governem o país (Pedro Lenza).
• Democracia semidireta ou participativa: é um regime de
democracia em que existe a combinação de representação
política com formas de democracia direta, permitindo a
participação direta e concreta dos cidadãos na democracia
representativa e o controle popular sobre atos estatais
(Mônica de Melo)
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Instrumentos da democracia semidireta: formas de consulta
ao povo para que delibere sobre matéria de interesse público
e relevância constitucional, social ou política.
1) Plebiscito: consulta prévia, convocada com anterioridade ao
ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo aprovar
ou não o que lhe foi submetido a apreciação. A decisão
política condiciona os governantes. Art. 2º da ADCT.
2) Referendo: possibilidade de ratificação posterior de ato
legislativo ou administrativo já adotado pela autoridade
pública, podendo ou não ser confirmado. Art. 35, parágrafo
1º, Lei Federal 10826/2003.
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
3) Iniciativa popular de lei: art. 61, parágrafo 2º, CRFB. Também
se aplica aos Estados federados e aos Municípios.
• Art. 3º, Lei 9709/1998 c/c art. 49, XV, CRFB: competência do
Congresso para convocar plebiscito e referendo. Decreto
legislativo.
• Resultado de plebiscito ou referendo não pode ser modificado
por lei ou mesmo emenda constitucional – violação aos arts.
1º, parágrafo único, 14, I e II, da CRFB – democracia
semidireta prevalece sobre democracia representativa; única
forma de modificar o resultado seria submeter a questão a
nova consulta popular (Pedro Lenza).
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Sufrágio: direito de votar e de ser votado.
• Escrutínio: forma pela qual se exercita o voto.
• Capacidade eleitoral: a) ativa: direito de votar, capacidade de
ser eleitor; b) passiva (direito de ser votado, elegibilidade).
• O exercício do sufrágio ativo se dá pelo voto, que pressupõe:
a) alistamento eleitoral na forma da lei (título eleitoral); b)
nacionalidade brasileira (art. 14, parágrafo 2º); c) idade
mínima de 16 anos (art. 14, parágrafo 1º, I, a); d) não ser
conscrito durante o serviço militar obrigatório.
• Lei 12034/2009 introduziu art. 91-A na Lei 9504/1997,
exigindo dupla identificação (título de eleitor e documento
com foto) no momento da votação, mas o STF considerou
liminarmente a exigência inconstitucional – ADI 4467.
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Voto obrigatório: maiores de 18 anos e menores de 70 anos.
Voto facultativo: maiores de 16 anos e menores de 18 anos,
analfabetos e maiores de 70 anos de idade. Portadores de
deficiência: arts. 1o e 2o da Resolução 21920/2004 do TSE.
• Voto direto: cidadão vota diretamente no candidato, sem
intermediário – exceção: eleição indireta na forma do art. 81,
parágrafo 1º. Voto secreto: não se dá publicidade à opção do
eleitor. Voto universal: não está relacionado a nenhuma
condição discriminatória (renda, escolaridade, sexo, etnia, cor,
religião, condição familiar, etc. Voto periódico: mandatos por
prazo determinado e eleições regulares. Voto livre: escolha
não pode sofrer constrangimentos. Voto personalíssimo:
exercido pessoalmente pelo cidadão. Voto igualitário: voto
deve ter valor igual para todos.
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Voto secreto, direto, universal e periódico é limite material ao
poder de reforma (art. 60, parágrafo 4o, II, CRFB).
• Capacidade eleitoral passiva: possibilidade de eleger-se para
um mandato eletivo. Condições de elegibilidade: art. 14,
parágrafo 3o, CRFB: a) nacionalidade brasileira; b) pleno
exercício dos direitos políticos; c) alistamento eleitoral; d)
domicílio eleitoral na circunscrição; e) filiação partidária; f)
idade mínima de acordo com o cargo ao qual se candidata:
1) 18 anos para vereador;
2) 21 anos para deputado estadual ou distrital, deputado
federal e prefeito, vice-prefeito e juiz de paz;
3) 30 anos para governador e vice-governador de Estado ou do
Distrito Federal;
4) 35 anos para Presidente, Vice-Presidente e Senador da
República
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Direitos políticos negativos: formulações constitucionais
restritivas ou impeditivas das atividades político-partidárias,
privando o cidadão do exercício de seus direitos políticos,
impedindo-o de eleger um candidato ou de ser eleito (Pedro
Lenza). Inelegibilidades e privação de direitos políticos.
• Inelegibilidades: circunstâncias (constitucionais ou previstas
em lei complementar) que impedem o cidadão do exercício
total ou parcial da capacidade eleitoral passiva (Pedro Lenza).
• Objetivo das inelegibilidades: art. 14, parágrafo 9o,CRFB.
• Inelegibilidades absolutas: impedimento eleitoral para
qualquer cargo eletivo – taxativamente previstas na CRFB: art.
14, parágrafo 4o: inalistáveis (estrangeiros e conscritos) e
analfabetos.
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Inelegibilidades relativas: em razão de algumas situações, a
pessoa não pode eleger-se para determinados cargos,
podendo, porém, candidatar-se e eleger-se para outros, sob
os quais não recaia a inelegibilidade (Pedro Lenza). Pode ser
em decorrência da função exercida, em razão de parentesco
ou se o candidato for militar, bem como em virtude das
situações previstas na lei complementar (art. 14, parágrafo 9º,
da CRFB).
• Inelegibilidade funcional: art. 14, parágrafo 5o; vedação de
um terceiro mandato subsequente e sucessivo. Consulta n.
689/2000 e Resolução n. 20889/2001 do TSE: vice, tendo ou
não sido reeleito, se sucedeu o titular, poderá candidatar-se à
reeleição por um período subsequente.
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• EMENTA: CONSTITUCIONAL. ELEITORAL. VICE-GOVERNADOR
ELEITO DUAS VEZES CONSECUTIVAS: EXERCÍCIO DO CARGO DE
GOVERNADOR POR SUCESSÃO DO TITULAR: REELEIÇÃO:
POSSIBILIDADE. CF, art. 14, § 5º. I. - Vice-governador eleito
duas vezes para o cargo de vice-governador. No segundo
mandato de vice, sucedeu o titular. Certo que, no seu primeiro
mandato de vice, teria substituído o governador. Possibilidade
de reeleger-se ao cargo de governador, porque o exercício da
titularidade do cargo dá-se mediante eleição ou por sucessão.
Somente quando sucedeu o titular é que passou a exercer o
seu primeiro mandato como titular do cargo. II. - Inteligência
do disposto no § 5º do art. 14 da Constituição Federal. III. -
RE conhecidos e improvidos (RE 366488/STF – Relator: Carlos
Velloso – Julgamento: 04/10/2005).
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• O Inelegibilidade funcional para concorrer a outros cargos:
art. 14, parágrafo 6o, CRFB – para concorrer a outros cargos,
Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até 6 meses antes do pleito
(desincompatibilização). Não incide para o mesmo cargo
(chefia do Poder Executivo) nem para os vices, salvo se
tiverem sucedido ou substituído os titulares.
• Inelegibilidade em função de parentesco: art. 14, parágrafo
7o: são inelegíveis os cônjuges e os parentes consaguíneos ou
afins, até o segundo grau ou por adoção do: a) Presidente da
República; b) Governador de Estado, Território ou Distrito
Federal; c) Prefeito; d) de quem os haja substituído dentro dos
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandatoeletivo e candidato à reeleição
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• EMENTA: Elegibilidade: cônjuge e parentes do chefe do Poder Executivo: elegibilidade para
candidatar-se à sucessão dele, quando o titular, causador da inelegibilidade, pudesse, ele mesmo,
candidatar-se à reeleição, mas se tenha afastado do cargo até seis meses antes do pleito. 1. A
evolução do Direito Eleitoral brasileiro, no campo das inelegibilidades, girou durante décadas em
torno do princípio basilar da vedação de reeleição para o período imediato dos titulares do Poder
Executivo: regra introduzida, como única previsão constitucional de inelegibilidade, na primeira
Carta Política da República (Const. 1891, art. 47, § 4º), a proibição se manteve incólume ao
advento dos textos posteriores, incluídos os que regeram as fases de mais acendrado
autoritarismo (assim, na Carta de 1937, os arts. 75 a 84, embora equívocos, não chegaram à
admissão explícita da reeleição; e a de 1969 (art. 151, § 1º, a) manteve-lhe o veto absoluto). 2. As
inspirações da irreelegibilidade dos titulares serviram de explicação legitimadora da
inelegibilidade de seus familiares próximos, de modo a obviar que, por meio da eleição deles, se
pudesse conduzir ao continuísmo familiar. 3. Com essa tradição uniforme do constitucionalismo
republicano, rompeu, entretanto, a EC 16/97, que, com a norma permissiva do § 5º do art. 14 CF,
explicitou a viabilidade de uma reeleição imediata para os Chefes do Executivo. 4. Subsistiu, no
entanto, a letra do § 7º, atinente a inelegibilidade dos cônjuges e parentes, consangüíneos ou
afins, dos titulares tornados reelegíveis, que, interpretado no absolutismo da sua literalidade,
conduz a disparidade ilógica de tratamento e gera perplexidades invencíveis. 5. Mas, é lugar
comum que o ordenamento jurídico e a Constituição, sobretudo, não são aglomerados caóticos
de normas; presumem-se um conjunto harmônico de regras e de princípios: por isso, é impossível
negar o impacto da Emenda Constitucional nº 16 sobre o § 7º do art. 14 da Constituição, sob
pena de consagrar-se o paradoxo de impor-se ao cônjuge ou parente do causante da
inelegibilidade o que a este não se negou: permanecer todo o tempo do mandato, se candidato à
reeleição, ou afastar-se seis meses, para concorrer a qualquer outro mandato eletivo. 6. Nesse
sentido, a evolução da jurisprudência do TSE, que o STF endossa, abandonando o seu
entendimento anterior (STF – RE 344882 – Relator: Min. Sepúlveda Pertence – Julgamento:
07/04/2003)
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Súmula vinculante número 18: A DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE
OU DO VÍNCULO CONJUGAL, NO CURSO DO MANDATO, NÃO
AFASTA A INELEGIBILIDADE PREVISTA NO § 7º DO ARTIGO 14
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
• Inelegibilidade dos militares: art. 14, parágrafo 8o, CRFB: a)
menos de dez anos de serviço: deverá afastar-se da atividade;
b) mais de dez anos de serviço: será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da
diplomação, para a inatividade.
• Outras inelegibilidades: Lei Complementar 64/1990. Exceções:
captação ilícita de sufrágio (art. 41-A, Lei 9504/1997),
conforme ADI 3592 e a proibição de inauguração de obra três
meses antes do pleito (art. 77, Lei 9504/1997), conforme ADI
3305.
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Privação de direitos políticos: perda (definitiva) ou suspensão
(temporária) de direitos políticos.
• Perda dos direitos políticos (arts. 15, I e IV, e 12, parágrafo 4o,
II, da CRFB):
a) Cancelamento de naturalização por sentença transitada em
julgado: indivíduo volta à condição de estrangeiro;
b) Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
alternativa. Reaquisição depende da disposição em prestar o
serviço alternativo – art. 5o, VIII, CRFB.
c) Perda da nacionalidade brasileira em virtude da aquisição de
outra
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Suspensão de direitos políticos: (art. 15, II, III e V, e 55, II, e 
parágrafo 1º, CRFB):
a) Incapacidade civil absoluta;
b) Condenação criminal transitada em julgado;
c) Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, 
parágrafo 4o, CRFB;
d) Exercício assegurado pela cláusula de reciprocidade (art. 12, 
parágrafo 1o, CRFB, c/c art. 17.3 do Decreto 3927/2001): 
brasileiro que estiver, nos termos do Tratado de Amizade, 
Cooperação e Consulta com Portugal, exercendo naquele
país direitos políticos terá a suspensão destes direitos no 
Brasil e vice-versa
e) Violação do decoro parlamentar
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Servidor público e exercício de mandato eletivo: art. 38, CRFB.
1) Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
2) Investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar por sua
remuneração
3) Investido no mandato de vereador, havendo compatibilidade
de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será aplicada a norma
anteriormente descrita
4) Tempo de serviço conta para todos os efeitos legais, exceto
promoção por merecimento. Para efeito de benefício
previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão
determinados como se no exercício estivesse
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Partido político: organização de pessoas reunidas em torno de
um mesmo programa político com a finalidade de assumir o
poder e de mantê-lo ou, ao menos, de influenciar na gestão
da coisa pública através de críticas e oposição (Celso Ribeiro
Bastos).
• Liberdade de organização partidária: art. 17, caput, CRFB. Não
é absoluta, deve respeitar a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
pessoa humana e observar os seguintes preceitos: a) caráter
nacional; b) proibição de recebimento de recursos financeiros
de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a
estes; c) prestação de contas à Justiça Eleitoral; d)
funcionamento parlamentar de acordo com a lei; e) vedação
da utilização pelos partidos políticos de organização
paramilitar
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Assegura-se aos partidos políticos autonomia para definir sua
estrutura interna, organização e funcionamento, devendo
constar nos estatutos partidários normas a respeito da
fidelidade e disciplina partidárias – art. 17, parágrafo 1º,
CRFB.
• Partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado e
sua constituição consolida-se na forma da lei civil, perante o
Registro Civil das Pessoas Jurídicas competente e, uma vez
adquirida a personalidade jurídica, formaliza-se o registro de
seus estatutos perante o TSE.
• Ato do TSE que analisa o pedido de registro partidário não
tem caráter jurisdicional, mas, conforme asseverou STF , tem
natureza administrativa.
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Os partidos políticos, uma vez constituídos e com registro
perante o TSE tem direito a recursos do fundo partidário e
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei – art.
17, parágrafo 3º, CRFB – sendo beneficiados pela imunidade
tributária prevista no art. 150, VI, c, CRFB.
• Direito de antena: utilização gratuita do horário de rádio e
televisão pelo partido político.
• PARTIDO POLÍTICO - FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR -
PROPAGANDA PARTIDÁRIA GRATUITA - FUNDO PARTIDÁRIO.
Surge conflitante com a Constituição Federal lei que, em face
da gradação de votos obtidos por partido político, afasta o
funcionamento parlamentar e reduz, substancialmente, o
tempo de propaganda partidária gratuita e a participação no
rateio do Fundo Partidário (STF – ADI 1351 – Rel. Min. Marco
Aurélio – Julgamento: 07/12/2006).
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• STF julgou assim inconstitucional a chamada cláusula de
barreira prevista no art. 13da Lei 9096/1995 – ADI 1351 e ADI
1354, julgadas em 7/12/20076.
• Art. 16 da CRFB: A lei que alterar o processo eleitoral entrará
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
• O alcance deste dispositivo constitucional foi discutido
recentemente em duas ocasiões pelo STF: na apreciação do
alcance da modificação ao art. 17, I, CRFB introduzida pela EC
52/2006 (fim da verticalização) e no julgamento da
aplicabilidade ou não da Lei Complementar 135/2010 às
eleições 2010 (ficha limpa).
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• "A inovação trazida pela EC 52/2006 conferiu status constitucional à matéria até então
integralmente regulamentada por legislação ordinária federal, provocando, assim, a perda da
validade de qualquer restrição à plena autonomia das coligações partidárias no plano federal,
estadual, distrital e municipal. Todavia, a utilização da nova regra às eleições gerais que se
realizarão a menos de sete meses colide com o princípio da anterioridade eleitoral, disposto no
art. 16 da CF, que busca evitar a utilização abusiva ou casuística do processo legislativo como
instrumento de manipulação e de deformação do <processo> <eleitoral> (ADI 354, Rel. Min.
Octavio Gallotti, DJ de 12-2-1993). Enquanto o art. 150, III, b, da CF encerra garantia individual
do contribuinte (ADI 939, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ de 18-3-1994), o art. 16 representa
garantia individual do cidadão-eleitor, detentor originário do poder exercido pelos
representantes eleitos e ‘a quem assiste o direito de receber, do Estado, o necessário grau de
segurança e de certeza jurídicas contra alterações abruptas das regras inerentes à disputa
eleitoral’ (ADI 3.345, Rel. Min. Celso de Mello). Além de o referido princípio conter, em si
mesmo, elementos que o caracterizam como uma garantia fundamental oponível até mesmo à
atividade do legislador constituinte derivado, nos termos dos arts. 5º, § 2º, e 60, § 4º, IV, a burla
ao que contido no art. 16 ainda afronta os direitos individuais da segurança jurídica (CF, art. 5º,
caput) e do devido processo legal (CF, art. 5º, LIV). A modificação no texto do art. 16 pela EC
4/1993 em nada alterou seu conteúdo principiológico fundamental. Tratou-se de mero
aperfeiçoamento técnico levado a efeito para facilitar a regulamentação do <processo>
<eleitoral>. Pedido que se julga procedente para dar interpretação conforme no sentido de que
a inovação trazida no art. 1º da EC 52/2006 somente seja aplicada após decorrido um ano da
data de sua vigência." (ADI 3.685, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 22-3-2006, Plenário, DJ
de 10-8-2006.)
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• “A Lei Complementar 135/2010 – que altera a LC 64/1990, que estabelece, de acordo com o § 9º
do art. 14 da CF, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências,
para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a
moralidade no exercício do mandato – não se aplica às eleições gerais de 2010. (...)
Preliminarmente, reconheceu-se a repercussão geral da questão constitucional relativa à
incidência da norma vergastada às eleições de 2010, em face do princípio da anterioridade
eleitoral (CF, art. 16). (...) No mérito, prevaleceu o voto do Min. Gilmar Mendes, relator. Após
fazer breve retrospecto histórico sobre o princípio da anterioridade eleitoral na jurisprudência
do STF, reafirmou que tal postulado constituiria uma garantia fundamental do cidadão eleitor, do
cidadão candidato e dos partidos políticos e, qualificada como cláusula pétrea, seria oponível,
inclusive, em relação ao exercício do poder constituinte derivado. No tocante à LC 135/2010,
asseverou a sua interferência em fase específica do <processo> <eleitoral> – fase pré-eleitoral –,
a qual se iniciaria com a escolha e a apresentação de candidaturas pelos partidos políticos e
encerrar-se-ia até o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral. (...) O relator acrescentou que
a escolha de candidatos para as eleições seria resultado de um longo e complexo processo em
que mescladas diversas forças políticas. Rejeitou, assim, o argumento de que a lei impugnada
seria aplicável às eleições de 2010 porque publicada antes das convenções partidárias, data em
que se iniciaria o <processo> <eleitoral>. Nesse sentido, ressaltou que o princípio da
anterioridade eleitoral funcionaria como garantia constitucional do devido <processo> legal
<eleitoral>.” (RE 633.703, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 23-3-2011, Plenário,
Informativo 620, com repercussão geral.) Vide: RE 631.102, Rel. Min. Joaquim Barbosa,
julgamento em 27-10-2010, Plenário, DJE de 20-6-2011.
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• O STF, em 3 e 4 de outubro de 2007, julgando os MS’s 26602,
26603 e 26604, entendeu que a fidelidade partidária é
princípio constitucional que deve ser respeitada pelos
candidatos eleitos. Teoricamente, aquele que mudar de
partido (transferência de legenda) sem motivo justificado
perderá o cargo (Pedro Lenza).
• Isso porque o STF reconheceu o caráter eminentemente
partidário do sistema proporcional e as interrelações entre o
eleitor, o partido político e o representante eleito (Pedro
Lenza). No caso dos MS’s referidos , o STF os apreciou em
relação aos cargos eleitos pelo sistema proporcional.
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• Seguindo o que fora definido pelo TSE na consulta 1398, o STF
fixou a data de 27/03/2007 como marco a partir do qual
qualquer eleito (pelo sistema proporcional) que mudar de
partido, sem justo motivo, está violando as regras da
fidelidade partidária.
• Posteriormente, no julgamento da Consulta 1407, o TSE
entendeu que a fidelidade partidária também se aplica para
os cargos majoritários, gerando perda de mandato para o
eleito infiel (salvo justa causa). Para estes cargos, o marco
temporal delimitado foi a data de 16/10/2007.
• O processo de perda de cargo eletivo, bem como a justificação
da desfiliação partidária é regulado pela Resolução 226010 do
TSE, com redação dada pela Resolução 22733 do TSE.
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• A ação tramitará perante o TSE para pedidos relativos a
mandato federal e, nos demais casos, perante o Tribunal
Regional Eleitoral de cada Estado.
• Segundo a Resolução 22610 de 2007 do TSE, considera-se
justa causa para a transferência de legenda por parte do
eleito:
1) Incorporação ou fusão do partido;
2) Criação de novo partido;
3) Mudança substancial ou desvio reiterado do programa
partidário
4) Grave discriminação pessoal
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• “Fidelidade partidária. Ação direta de inconstitucionalidade ajuizada contra as Resoluções 22.610/2007 e
22.733/2008, que disciplinam a perda do cargo eletivo e o processo de justificação da desfiliação partidária.
Síntese das violações constitucionais arguidas. Alegada contrariedade do art. 2º da Resolução ao art. 121 da
Constituição, que ao atribuir a competência para examinar os pedidos de perda de cargo eletivo por
infidelidade partidária ao TSE e aos TREs, teria contrariado a reserva de lei complementar para definição das
competências de Tribunais, Juízes e Juntas Eleitorais (art. 121 da Constituição). Suposta usurpação de
competência do Legislativo e do Executivo para dispor sobre matéria eleitoral (art. 22, I; arts. 48 e 84, IV, da
Constituição), em virtude de o art. 1º da Resolução disciplinar de maneira inovadora a perda do cargo eletivo.
Por estabelecer normas de caráter processual, como a forma da petição inicial e das provas (art. 3º), o prazo
para a resposta e as consequências da revelia (art. 3º, caput e parágrafo único), os requisitos e direitos da
defesa (art. 5º), o julgamento antecipado da lide (art. 6º), a disciplina e o ônus da prova (art. 7º, caput e
parágrafo único; e art. 8º), a Resolução também teria violado a reserva prevista nosart. 22, I; arts. 48 e 84, IV,
da Constituição. Ainda segundo os requerentes, o texto impugnado discrepa da orientação firmada pelo STF
nos precedentes que inspiraram a Resolução, no que se refere à atribuição ao Ministério Público eleitoral e ao
terceiro interessado para, ante a omissão do Partido Político, postular a perda do cargo eletivo (art. 1º, § 2º).
Para eles, a criação de nova atribuição ao MP por resolução dissocia-se da necessária reserva de lei em sentido
estrito (art. 128, § 5º, e art. 129, IX, da Constituição). Por outro lado, o suplente não estaria autorizado a
postular, em nome próprio, a aplicação da sanção que assegura a fidelidade partidária, uma vez que o
mandato ‘pertenceria’ ao Partido.) Por fim, dizem os requerentes que o ato impugnado invadiu competência
legislativa, violando o princípio da separação dos poderes (arts. 2º e 60, §4º, III, da Constituição). O STF, por
ocasião do julgamento dos MS 26.602, MS 26.603 e MS 26.604 reconheceu a existência do dever
constitucional de observância do princípio da fidelidade partidária. Ressalva do entendimento então
manifestado pelo Ministro Relator. Não faria sentido a Corte reconhecer a existência de um direito
constitucional sem prever um instrumento para assegurá-lo. As resoluções impugnadas surgem em contexto
excepcional e transitório, tão somente como mecanismos para salvaguardar a observância da fidelidade
partidária enquanto o Poder Legislativo, órgão legitimado para resolver as tensões típicas da matéria, não se
pronunciar. São constitucionais as Resoluções 22.610/2007 e 22.733/2008 do TSE.” (ADI 3.999 e ADI 4.086,
Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 12-11-2008, Plenário, DJE de 17-4-2009.)
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• "O reconhecimento da justa causa para transferência de
partido político afasta a perda do mandato eletivo por
infidelidade partidária. Contudo, ela não transfere ao novo
partido o direito de sucessão à vaga." (MS 27.938, Rel. Min.
Joaquim Barbosa, julgamento em 11-3-2010, Plenário, DJE de
30-4-2010.).
• Lei Complementar 135/2010 (ficha limpa): origem em
iniciativa popular – altera a LC 64/1990 e regulamenta a
expressão “vida pregressa do candidato”, constante do
parágrafo 9º do art. 14 da CRFB. STF decidiu que não se aplica
às eleições de 2010 por apertada maioria (6x5) e em sede de
controle difuso. A inelegibilidade, nos casos de crimes
elecandos na lei, decorreria de decisão de órgão judicial
colegiado, ainda que não tenha ocorrido o trânsito em
julgado.
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• “Moralidade, probidade administrativa e vida pregressa. Inelegibilidade.
Registro de candidatura. LC 135/2010. Ficha limpa. Alínea k do § 1º do art.
1º da LC 64/1990. Renúncia ao mandato. Empate. Manutenção do acórdão
do TSE. (...) O recurso extraordinário trata da aplicação, às eleições de
2010, da LC 135/2010, que alterou a LC 64/1990 e nela incluiu novas
causas de inelegibilidade. Alega-se ofensa ao princípio da anterioridade ou
da anualidade eleitoral, disposto no art. 16 da CF. O recurso extraordinário
objetiva, ainda, a declaração de inconstitucionalidade da alínea k do § 1º
do art. 1º da LC 64/1990, incluída pela LC 135/2010, para que seja
deferido o registro de candidatura do recorrente. Alega-se ofensa ao
princípio da irretroatividade das leis, da segurança jurídica e da presunção
de inocência, bem como contrariedade ao art. 14, § 9º, da Constituição,
em razão do alegado desrespeito aos pressupostos que autorizariam a
criação de novas hipóteses de inelegibilidade. Verificado o empate no
julgamento do recurso, a Corte decidiu aplicar, por analogia, o art. 205,
parágrafo único, inciso II, do RISTF, para manter a decisão impugnada,
proferida pelo TSE.” (RE 631.102, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento
em 27-10-2010, Plenário, DJE de 20-6-2011.) Vide: RE 633.703, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgamento em 23-3-2011, Plenário, Informativo 620, com
repercussão geral.
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
• “A Lei Complementar 135/2010 – que altera a LC 64/1990, que estabelece, de acordo com o
§ 9º do art. 14 da CF, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras
providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade
administrativa e a moralidade no exercício do mandato – não se aplica às eleições gerais de
2010. (...) Preliminarmente, reconheceu-se a repercussão geral da questão constitucional
relativa à incidência da norma vergastada às eleições de 2010, em face do princípio da
anterioridade eleitoral (CF, art. 16). (...) No mérito, prevaleceu o voto do Min. Gilmar
Mendes, relator. Após fazer breve retrospecto histórico sobre o princípio da anterioridade
eleitoral na jurisprudência do STF, reafirmou que tal postulado constituiria uma garantia
fundamental do cidadão eleitor, do cidadão candidato e dos partidos políticos e, qualificada
como cláusula pétrea, seria oponível, inclusive, em relação ao exercício do poder constituinte
derivado. No tocante à LC 135/2010, asseverou a sua interferência em fase específica do
<processo> <eleitoral> – fase pré-eleitoral –, a qual se iniciaria com a escolha e a
apresentação de candidaturas pelos partidos políticos e encerrar-se-ia até o registro das
candidaturas na Justiça Eleitoral. (...) O relator acrescentou que a escolha de candidatos para
as eleições seria resultado de um longo e complexo processo em que mescladas diversas
forças políticas. Rejeitou, assim, o argumento de que a lei impugnada seria aplicável às
eleições de 2010 porque publicada antes das convenções partidárias, data em que se iniciaria
o <processo> <eleitoral>. Nesse sentido, ressaltou que o princípio da anterioridade eleitoral
funcionaria como garantia constitucional do devido <processo> legal <eleitoral>.” (RE
633.703, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 23-3-2011, Plenário, Informativo 620, com
repercussão geral.) Vide: RE 631.102, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 27-10-2010,
Plenário, DJE de 20-6-2011.

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