Buscar

2015.2 Gerenciamento de Riscos e Emergências

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Gerenciamento de Riscos e 
Emergências 
Cristiano Corrêa 
Curso Técnico em Segurança do Trabalho 
Educação a Distância 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXPEDIENTE 
 
 
Professor Autor 
Cristiano Corrêa 
 
Design Instrucional 
Deyvid Souza Nascimento 
Maria de Fátima Duarte Angeiras 
Renata Marques de Otero 
Terezinha Mônica Sinício Beltrão 
 
Revisão de Língua Portuguesa 
Eliane Azevedo 
 
Diagramação 
Klébia Carvalho 
 
Coordenação 
Manoel Vanderley dos Santos Neto 
 
Coordenação Executiva 
George Bento Catunda 
 
Coordenação Geral 
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra 
 
 
Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação 
Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação 
 (Rede e-Tec Brasil) 
 
Fevereiro, 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 C824g 
 Corrêa, Cristiano. 
Gerenciamento de Riscos e Emergências: Curso Técnico 
em Segurança do Trabalho: Educação a distância / Cristiano 
Corrêa. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional 
de Pernambuco, 2016. 
49 p.: il. 
 
 Inclui referências bibliográficas. 
 
1. Educação a distância. 2. Trabalho. 3. Segurança no 
trabalho. 4. Riscos. 5. Gerenciamento de riscos. I. Corrêa, 
Cristiano. II. Rede e-Tec Brasil. III. Título. 
 
 CDD – 363.11 
 CDU – 331.461 
 
 
 
 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4 
1. COMPETÊNCIA 01 | 1. IDENTIFICAR RISCOS E ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA 
NAS OPERAÇÕES COM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS .................................................................... 8 
1. 1 Conhecendo, Analisando e Gerenciando os Riscos ............................................................................... 11 
2. COMPETÊNCIA 02 | ESTABELECER MEDIDAS DE CONTROLE DOS RISCOS PROFISSIONAIS, 
APLICANDO OS MAIS ADEQUADOS PROCEDIMENTOS DE LIBERAÇÃO DE SERVIÇOS E DISPOSITIVOS 
DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA ......................................................................................... 17 
2.1 Procedimento Operacional Padrão ....................................................................................................... 17 
2.2 Permissão de Trabalho ......................................................................................................................... 21 
3. COMPETÊNCIA 03 | CONHECER E APLICAR ADEQUADAMENTE OS PROCEDIMENTOS DE 
ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS NOS CASOS DE ACIDENTES......................................................... 25 
3.1 Planos de Emergência ........................................................................................................................... 25 
3.2 Plano de Abandono de Área ................................................................................................................. 28 
3.3 Plano de Auxílio Mútuo ........................................................................................................................ 30 
4. COMPETÊNCIA 04 | PLANEJAR E ESTRUTURAR A ORGANIZAÇÃO PARA SUPORTAR 
PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA ............................................................................................... 33 
4.1 Construção dos Planos de Emergência .................................................................................................. 33 
4.2 Construção e Fortalecimento de Planos de Auxílio Mútuo (PAM) .......................................................... 34 
4.3 Construção e Fortalecimento de Equipe Treinada ................................................................................. 35 
4.4 Construção de Planos de Abandono ..................................................................................................... 37 
5.COMPETÊNCIA 05 | CONTROLAR AS PERDAS ACIDENTAIS QUE ENVOLVAM COLABORADORES, 
PARCEIROS, FORNECEDORES, CLIENTES, COMUNIDADE E A PROPRIEDADE ................................... 39 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 47 
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 48 
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR PESQUISADOR ........................................................................... 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
INTRODUÇÃO 
Caro estudante, 
Seja muito bem-vindo à disciplina de Gerenciamento de Riscos e Emergências. 
Na primeira semana do nosso curso, trataremos sobre a identificação de riscos e estabelecimento de 
procedimentos de segurança nas operações com máquinas e equipamentos. 
Em seguida, iremos estudar sobre como estabelecer medidas de controle dos riscos profissionais, 
aplicando os mais adequados procedimentos de liberação de serviços e dispositivos de proteção 
individual e coletiva. 
Depois dessa etapa, a terceira semana será dedicada a conhecer e aplicar adequadamente os 
procedimentos de atendimento a emergências nos casos de acidentes. Sendo assim, fique atento a 
alguns passos importantes. 
Na quarta semana, você entenderá como ocorre o planejamento e estruturação da organização para 
suportar os procedimentos de emergências. 
Na quinta e última semana, discutiremos o controle de perdas acidentais que envolvam 
colaboradores, parceiros, fornecedores, clientes, comunidade e a propriedade. 
Portanto, mãos à obra! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
Antes de iniciarmos nossos estudos, gostaria de que você lesse o conto abaixo, pois ele nos ajudará 
a entender bem os objetivos da disciplina. 
Uma grande empresa transnacional, com várias instalações espalhadas pelo Brasil, promove 
encontros de profissionais de todas as suas sedes, buscando a troca de experiências com a 
consolidação do aprendizado mútuo e consequentemente um crescimento nas boas práticas. 
Contudo, os funcionários convocados para o encontro são de diversas áreas, por isso, como 
dinâmica inicial, o facilitador do encontro propõe que as pessoas se apresentem informando nome, 
de que parque industrial ou escritório vêm e o que fazem em seu local de trabalho: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 01 - Reunião de Trabalho 
Fonte: http//www.sidneyrezende.com 
O primeiro participante se identifica como um profissional que trabalha em uma das fábricas e está 
ligado à área de produção e qualidade industrial. Em sua fala, ele expressa: 
- Nós que trabalhamos na produção somos fundamentais para a empresa, pois sem produzir em 
quantidade e qualidade adequadas, nossa empresa perderia competitividade e clientes, 
diminuindo seu ritmo de crescimento. Dessa forma, estamos sempre trabalhando para que 
tenhamos índices que se equiparam aos melhores resultados das empresas do setor no mundo! 
Todos ficaram muito impressionados com a fala do Gerente de Produção que relatava de forma 
convincente que seu setor era o ‘motor’ de toda a engrenagem empresarial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
O segundo a se apresentar trabalhava no escritório financeiro e durante sua apresentação falou: 
- Sou do departamento de finanças e lá tomamos as decisões mais importantes para a empresa, 
pois sem uma análise contábil correta, o caixa e as contas da empresa entrariam em declínio, 
promovendo uma crise que poderia implicar a perda do valor das ações e ativos da empresa. 
Portanto, temos uma tarefa capital. 
Mais uma vez, toda a audiência queo ouvia atentamente pôde perceber a importância deste setor 
para empresa. 
Posteriormente, foram se apresentando pessoas da Direção Geral, do Departamento de Recursos 
Humanos, do setor de Projetos e Desenvolvimento, do Departamento de Logística, da Vigilância 
Patrimonial, todos muito enfáticos em relação à importância de seus setores como peças 
fundamentais no mosaico daquela grande empresa. 
Por fim, o colega no fundo da sala tinha a palavra, mas como já havia passado algum tempo e todas 
as áreas vitais da empresa já haviam sido apresentadas, as pessoas presentes não demonstravam 
grande interesse naquele jovem ao fundo da sala. Porém, como todos deveriam apresentar-se para 
que a dinâmica fosse encerrada, disse ele: 
- Fico muito impressionado com tudo que vi e ouvi nesta manhã, pois percebo como existem 
departamentos importantes em nossa empresa. 
- Realmente, não trabalho em um setor tão importante como o da produção que diuturnamente se 
preocupa em produzir mais e melhor. Também não sou do departamento de finanças e com astutos 
cálculos contábeis mantenho a situação financeira em perfeita sanidade, também não trabalho 
com recursos humanos ou logística ou qualquer outros dos departamentos e centros tão bem 
dissecados aqui nesta oportunidade. 
- Trabalho apenas com riscos de emergências. Sou um profissional de Segurança no Trabalho que 
tem por função identificar os riscos, propor sua extinção através de técnicas coerentes e factíveis, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
ou ao menos minimizá-los, trabalhar fortemente para que os riscos sejam no máximo potenciais, 
mas nunca reais. 
- E, como os planos de controle de riscos podem não ser infalíveis, tenho consequentemente a 
obrigação de pensar em como responder a estas emergências. Porque amigos, tenho a obrigação 
de devolvê-los vivos e sãos a suas famílias ao fim do expediente de trabalho, tenho como missão 
manter as estruturas e equipamentos da empresa intactos aos riscos, para que possamos ter 
emprego e renda, tenho como função defender a comunidade do entorno e a população em geral 
de possíveis emergências surgidas na empresa. Portanto, caros colegas, conto com todos vocês, 
com todos os departamentos e setores, pois só com o compromisso de todos poderei bem cumprir 
a minha humilde tarefa! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
1. COMPETÊNCIA 01 | 1. IDENTIFICAR RISCOS E ESTABELECER 
PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA NAS OPERAÇÕES COM MÁQUINAS E 
EQUIPAMENTOS 
Seja bem-vindo à primeira semana da disciplina! Durante os próximos dias, trataremos de conceitos 
elementares para o gerenciamento de risco, que acontece em etapas. Por fim, veremos de forma 
preliminar algumas preocupações relacionadas à operação de máquinas e equipamentos. 
Para iniciá-la, necessitamos definir o que vem a ser risco, um termo usado rotineiramente e que nem 
sempre é bem empregado, devido à multiplicidade de interpretações. Vejamos. 
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão responsável pela apuração 
investigativa de todos os acidentes com aeronaves no Brasil, define que “o risco é o potencial avaliado 
das consequências prejudiciais que podem resultar de um perigo, expressa em termos de 
Probabilidade e Severidade, tomando como referência a pior condição possível.” (CENIPA, 2014, p.1) 
Nesta primeira definição, vemos que o risco, em tese, é algo que pode acontecer e promover 
prejuízos materiais e/ou humanos. Também possui uma “probabilidade”, isto é, uma chance 
percentual de acontecer. Sendo assim, quanto maior for a probabilidade, maior será a possibilidade 
de o risco se concretizar. 
Outro termo importante é “Severidade” que representa o grau de dano que o risco pode provocar. 
Portanto, quanto maiores forem as consequências negativas advindas da concretização do risco, 
maior será a Severidade. 
Neste ponto, cabe um comentário: quando o risco pode vir a acontecer ele é chamado de “Risco 
Potencial”. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
Outra definição importante da palavra ‘Risco’ é encontrada no Glossário de Defesa Civil, Estudos de 
Riscos e Medicina de Desastres: 
Medida de dano potencial ou prejuízo econômico expressa em termos 
de probabilidade estatística de ocorrência e de intensidade ou grandeza 
das consequências previsíveis. 2. Probabilidade de ocorrência de um 
acidente ou evento adverso, relacionado com a intensidade dos danos 
ou perdas, resultantes dos mesmos. 3. Probabilidade de danos 
potenciais dentro de um período especificado de tempo e/ou de ciclos 
operacionais. 4. Fatores estabelecidos, mediante estudos 
sistematizados, que envolvem uma probabilidade significativa de 
ocorrência de um acidente ou desastre. 5. Relação existente entre a 
probabilidade de que uma ameaça de evento adverso ou acidente 
determinado se concretize e o grau de vulnerabilidade do sistema 
receptor a seus efeitos. 
Você percebeu que nas cinco definições acima algumas palavras foram abordadas diretamente 
(probabilidade) e indiretamente (severidade)? 
Pois é, elas atestam a “grandeza das consequências” e da “intensidade dos danos”. Apesar de as 
fontes serem diferentes, o conceito encontra amparo em princípios comuns! 
E que princípios seriam esses? 
Tentando aprofundar as questões da Probabilidade e Severidade, vamos estudar juntos alguns 
outros conceitos importantes, como o de “ameaça” e “vulnerabilidade”: 
AMEAÇA – Pode ser definida, sinteticamente, como indício ou prenúncio de um evento desastroso. 
VULNERABILIDADE – Condição de um determinado organismo (inclusive uma empresa), que interage 
com uma ameaça, de resistir ou suplantar esta ameaça. Pode ser entendida como o contrário de 
segurança. 
Assim, a ameaça é a possibilidade de desastre ou dano, enquanto a vulnerabilidade relaciona-se com 
a capacidade (da empresa) de resistir, ou não, as várias ameaças. 
Mas e a Segurança ? O que vem a ser Segurança, neste contexto? 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
SEGURANÇA – Pode ser apresentada como: “característica a ser buscada nas pessoas e nos meios ou 
elementos de um processo produtivo" (BARBOSA FILHO, 2001) 
Por que citamos todas as palavras acima? 
As AMEAÇAS são os indícios ou possibilidades de eventos indesejados, que são maiores quando existe 
uma grande VULNERABILIDADE nas empresas. Por mais que você acredite no contrário, muitas 
empresas estão despreparadas para as ameaças e isso gera o RISCO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 02 - Tancagem de Líquidos Inflamáveis 
 Fonte: http//fateclog.blogspot.com 
Observe! 
Exemplificando os conceitos acima: uma empresa que possui grandes tanques de substâncias muito 
inflamáveis, consequentemente, possui uma AMEAÇA real de incêndio e explosão. Caso esta empresa 
possua sistemas preventivos eficientes e operantes, planos adequados e exequíveis e treinamentos 
compatíveis com essa ameaça, ela terá certo grau de SEGURANÇA. Isso diminui a VULNERABILIDADE 
e consequentemente o RISCO de incêndios e explosões. 
Mas, como gerenciar esses riscos a que muitas empresas estão submetidas? 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
1. 1 Conhecendo, Analisando e Gerenciando os Riscos 
Regra geral: os riscos são inerentes a todas as atividades humanas, portanto, conhecê-los é algo 
fundamental para poder gerenciá-los. 
Existem algumas fases importantes no Gerenciamento de Riscos. São elas: 
IDENTIFICAÇÃO – Identificar os riscos é a primeira fase do gerenciamento e para alguns autores a 
mais importante. O profissional de segurança no trabalho deve lançar mão de um olhar analítico e 
cauteloso sobre todos os processos e procedimentos aplicados na empresa em que trabalha 
buscando identificarcada risco inerente a cada atividade. 
Aparentemente, aquilo que é pequeno e insignificante pode tornar-se a causa de uma grande 
tragédia. Lembremo-nos dos grandes incêndios causados por uma simples sobrecarga elétrica ou das 
explosões provocadas pelo acendimento de lanternas sem compartimento anti-faíscas. 
Sugere-se, além da cuidadosa e diligente preocupação da equipe de segurança no trabalho, um canal 
de comunicação constantemente aberto para todas as pessoas que trabalham na empresa. Por vezes, 
alguns detalhes podem fornecer grande segurança aos processos laborais e podem ser sugeridos por 
funcionários que estão diariamente exercendo as tarefas aparentemente mais simples. 
Portanto, atenção a todas as sugestões: lembrem-se de que a melhor consultoria sobre a segurança 
em sua empresa, geralmente está dentro dela, nas observações das pessoas que fazem a empresa. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 03 – Analisando os Riscos 
Fonte: http://www.safeworksst.com.br/apr.html 
Observando a imagem acima, temos uma caricatura de um acidente que pode ser facilmente evitado, 
desde que a análise de risco seja procedida! 
E o que é Análise de Risco? 
ANÁLISE – Uma vez identificado o risco, a equipe de gestão de risco deve examiná-lo criteriosamente, 
avaliando seu potencial de comprometimento da estrutura empresarial (Gravidade/Severidade) e a 
sua chance de acontecer (Probabilidade). Logo, quanto maior for a gravidade e a probabilidade do 
risco, maior será a atenção para sua eliminação, se possível, ou sua mitigação. 
Observemos a imagem a seguir que exprime graficamente essa análise: 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 04 - Representação Gráfica da Análise de Risco 
 Fonte: GOMES, 2010, p.16 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
No gráfico, observa-se que os riscos com grande probabilidade e potencial de tornarem-se graves 
devem ser adotados como prioritários, caso contrário, poderão gerar grandes crises para a empresa. 
Uma vez realizada a análise de risco, é hora de decidir se fazemos a eliminação ou mitigação do risco: 
ELIMINAÇÃO – Feita a análise do risco, verifica-se a possibilidade de eliminação dos riscos 
potencialmente consideráveis. O processo de eliminação de riscos nem sempre pode ser 
implementado, porém deve ser sempre perseguido. 
Não entendeu? Veja o exemplo abaixo: 
Imaginemos que em nossa empresa trabalhamos no processo de beneficiamento de matérias primas 
com uma substância química bastante corrosiva e inflamável. Em nossa análise de risco, vemos que 
tal substância, se manipulada de forma equivocada, pode trazer danos substanciais à empresa e às 
pessoas que nela trabalham, inclusive pode promover o comprometimento de todo o parque fabril. 
Caso possamos substituir tal substância por outra que seja inerte, isto é, que não tenha potencial 
inflamável, corrosivo, ou outro julgado indesejado, estaremos fazendo a eliminação do risco. 
Outro exemplo, porém, mais simples pode ser a troca de uma instalação elétrica antiga e danificada, 
por outra nova e adequada às boas práticas: os pontos susceptíveis de curto-circuito que outrora 
poderiam promover choques elétricos, incêndios e até explosões com faíscas em ambientes com 
gases inflamáveis são eliminados. 
A questão de eliminação de riscos é tão séria que algumas empresas simplesmente eliminam alguns 
produtos da sua ‘cesta de ofertas’ quando sua produção torna as instalações excessivamente 
vulneráveis, com riscos tidos como inaceitáveis. 
Portanto, devemos identificar coerentemente os riscos, analisá-los com critério e, quando possível, 
eliminá-los. 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
Contudo, nem sempre os riscos podem ser eliminados, pois a maioria das empresas convive com 
riscos reais e potenciais durante toda sua existência, sendo estes mesmos riscos fundamentais para 
seus processos de produção, armazenamento, transporte e distribuição. Então como fazer para 
conviver com os riscos em uma condição aceitável? 
Quando não é possível a eliminação do risco, deve-se procurar sua mitigação. 
Mas o que vem a ser mitigação? 
MITIGAÇÃO – é um termo que tenta expressar o esforço para tornar um risco aceitável, é o conjunto 
de processos que será posto em prática para diminuir a probabilidade e severidade do risco. 
Vejamos um exemplo: Em uma fabricação de móveis, as serras em ‘disco’ ou ‘fita’ são instrumentos 
muito usados para promover o corte nas pranchas e toras de madeira. Isto é, são indispensáveis neste 
tipo de serviço. Após analisar as estatísticas de acidentes e a gravidade de tais acidentes ocasionados 
por aqueles objetos em empresas com estas características, o analista de riscos recomendou a sua 
eliminação ou mitigação. 
Como ainda não foi criada uma alternativa viável para a eliminação das serras, vários profissionais 
passaram a trabalhar em processos de mitigação do risco de acidentes em serras na fabricação de 
móveis, criando dispositivos de confinamento das lâminas, operação remota das serras, 
equipamentos de proteção individual e coletiva para proteção dos envolvidos, etc. 
Em síntese, podemos concordar que a Gestão de Risco consiste na “identificação, Análise e 
Eliminação ou Mitigação, a um nível aceitável, dos perigos, e os coseguintes riscos, que ameaçam 
a viabilidade de uma Organização”. (CENIPA, 2014) 
Nesse sentido, a equipe de gerenciamento de riscos deve agir como alguém que vai monitorar os 
perigos, como alguém que adentra cuidadosamente na floresta, sempre com atenção e cuidado, 
mapeando a cada passo os sons e alertas que são emitidos, pois na floresta existem riscos e saber 
quais são e como evitá-los é fundamental aos seus exploradores (GOMES, 2010). 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
Por isso, você como técnico em segurança, precisa estar atento a esse processo de que falamos até 
aqui! Tudo bem? 
Estamos concluindo a semana da disciplina de gerenciamento de riscos. Agora, você é capaz de 
compreender os conceitos de risco, ameaça, vulnerabilidade e segurança. Desse modo, pode realizar 
a identificação preliminar dos riscos, efetuar sua análise com base na probabilidade e severidade, 
podendo propor medidas que os eliminem ou no mínimo que os mitiguem. 
Participe da aula presencial, responda atentamente à aula atividade e observe os detalhes da 
atividade semanal. 
Sugestão da Semana 
 
Indico que você assista ao filme abaixo que trata da sucessão de equívocos que levou a 
um sinistro. Leia a sinopse e o alugue para ver. 
Em São Francisco, Doug Roberts (Paul Newman), um arquiteto, 
retorna de longas férias e encontra quase terminado o arranha-
céu que projetou. Na verdade, se trata do maior edifício do 
mundo, com 138 andares de escritórios e residências, além de ter 
um restaurante de luxo e um heliporto na cobertura. No dia da 
festa de inauguração, descobre que as especificações da 
instalação elétrica não foram seguidas e que o prédio está sujeito 
a curtos circuitos. E o pior acontece quando um incêndio começa 
deixando vários convidados presos no andar de cima, sendo esta 
a principal preocupação de Michael O'Hallorhan (Steve McQueen), o chefe dos bombeiros, pois além 
da coragem da sua equipe não existe equipamento contra incêndio que consiga atingir os andares 
mais altos desta colossal construção e, se o fogo não estiver logo controlado, o número de vítimas 
será imenso. Além disto, alguns convidados se apavoram, dificultando o resgate. (Fonte: 
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-34036/) 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
Aprendizado: Exercite o olhar crítico, necessário aoTécnico de Segurança no Trabalho, busque 
identificar quais ações poderiam ser tomadas para eliminar ou mitigar os riscos que levaram ao 
incêndio vivido na película. Quais ações preventivas foram negligenciadas? Como uma Equipe de 
Gestão de Riscos poderia intervir preventivamente ao incêndio e ao colapso da edificação? 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
2. COMPETÊNCIA 02 | ESTABELECER MEDIDAS DE CONTROLE DOS RISCOS 
PROFISSIONAIS, APLICANDO OS MAIS ADEQUADOS PROCEDIMENTOS DE 
LIBERAÇÃO DE SERVIÇOS E DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E 
COLETIVA 
Como foi visto na semana anterior, a identificação, a análise, a eliminação e a mitigação dos riscos 
são passos fundamentais para o gerenciamento responsável e efetivo dos riscos. Você pode discutir 
um pouco mais sobre o tema durante a atividade presencial. 
Mas como podemos controlar os riscos? 
Nesta segunda semana, iremos entender mais sobre como podemos controlar os riscos através do 
uso de procedimentos e protocolos, associados a boas práticas de segurança, não apenas nas tarefas 
laborais diárias, mas sobretudo em relação a trabalhos especialmente perigosos. 
A Universidade de São Paulo (USP), ao editar seu manual de procedimento em manutenções, chama 
atenção para alguns pontos importantes na gestão e controle dos riscos profissionais, entre eles: 
2.1 Procedimento Operacional Padrão 
Procedimento Operacional Padrão (POP) - traz uma descrição detalhada de todos os passos para a 
realização de um procedimento. Este POP torna-se ainda mais relevante quando se trata de uma 
atividade profissional que imputa risco rotineiro ou especial. 
Em muitos casos, veem-se trabalhadores mal treinados acreditarem que as listas de checagem 
(checklist) contendo os equipamentos individuais obrigatórios, a instalação de aparelhos específicos 
e um procedimento aparentemente 'moroso' e 'desnecessário' são algo dispensável e sem 
importância. 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
 
 
 
 
Se quiser relembrar um pouco mais sobre essa questão do checklist, retorne à 
disciplina de Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
 
 
Como exemplo da importância dos POPs, a Agência de Vigilância Sanitária em seu Manual de Boas 
Práticas Farmacêuticas prevê que os Procedimentos Operacionais Padrão, em farmácias e drogarias, 
devem ser mantidos e fiscalizados, como fator de segurança primordial para estes estabelecimentos. 
 
 
 
 
 
 Figura 05 – Selo da Anvisa para Boas Práticas Farmacêuticas 
 (Drogarias e Farmácias que seguem POP’s) 
 Fonte: http://m2farma.com/blog/pops-farmacia-e-drogaria-procedimentos- 
 operacionais-padrao/ 
Acima, vê-se uma peça publicitária a qual divulga nos estabelecimentos farmacêuticos a importância 
dos Procedimentos Operacionais Padrão, como ferramenta para evitar acidentes. 
Infelizmente, em muitos casos, trabalhadores mal treinados acreditam que as listas de checagem 
(checklist) contendo os equipamentos individuais obrigatórios e a instalação de aparelhos específicos 
representam um procedimento 'moroso' e 'desnecessário'. Portanto, são algo dispensável e sem 
importância. 
E é geralmente quando deixamos de cumprir o previsto no procedimento operacional padrão (POP) 
que os resultados são danos e emergências por vezes irreversíveis ou de difícil solução. Veja mais na 
videoaula! 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
 
O que você observou, quanto ao gerenciamento de riscos, nas imagens exibidas? 
Comentários Preliminares: 
É vista em todos os postos de gasolina a proibição do uso de aparelho telefônico celular durante o 
abastecimento de combustível. Este procedimento é recomendado porque os ditos telefones 
geralmente ocasionam pequeníssimas faíscas durante o acionamento. Quando há uma grande 
concentração de gases inflamáveis, com limites de inflamabilidade e explosividade adequados, 
teremos a presença de chamas e mesmo explosões. 
Na imagem, do vídeo indicado, o frentista do Posto de Gasolina usa o telefone celular, após a abertura 
de uma das janelas de inspeção de um caminhão tanque. Naquele momento, a quantidade de gases 
inflamáveis que existe no entorno do frentista é enorme, por isso, a consequência foi desastrosa. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 06 – Posto de Gasolina após uma Explosão 
Fonte: http://portalhseq.blogspot.com.br/2012_02_01_archive.html 
 
 
Para contextualizar nossa aprendizagem, faça uma pequena parada na leitura 
deste Caderno e assista ao breve vídeo disponível em: 
http//www.youtube.com/watch?v=Jh7DHQ-aTpc. 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
Qual seria o Procedimento Operacional Padrão para aquela operação? 
Com certeza, o uso do telefone celular não é previsto. Porém, quantas vezes os usuários e mesmo 
funcionários dos postos de combustíveis, transgridem a regra que proíbe o uso de telefonia móvel 
durante o abastecimento? Felizmente, na maioria dos casos, a concentração de gases inflamáveis não 
é tão alta quanto na cena exibida, porém se o POP for sempre cumprido os riscos serão minimizados 
e as emergências evitadas. 
 
 
Após a pequena discussão sobre os POP’s, você estudará sobre a Permissão de Trabalho, que tem 
uma fina relação com os procedimentos de segurança que evitam ou mitigam os riscos. 
2.2 Permissão de Trabalho 
Um instrumento bastante usual na Gestão de Riscos a 'Permissão de Trabalho' é o documento 
específico que visa a observar todas as condições de segurança para o perfeito desenvolvimento de 
determinada atividade tida como especial, com foco nos riscos potenciais associados. Busca 
formalizar e promover a corresponsabilização dos executantes de atividades de risco, seus chefes 
imediatos e os responsáveis dos setores onde está havendo a atividade. Assim, apresenta uma 
preocupação colegiada com a segurança e mitigação dos riscos. 
Geralmente, essas permissões estão associadas a atividades profissionais com riscos especiais, como 
trabalhos em altura, em ambiente confinado e em ambientes de alta Inflamabilidade, etc. 
A seguir, vê-se um exemplar de uma Permissão de Trabalho: 
 Os POPs são específicos para cada atividade. Para conhecer alguns destes 
procedimentos operacionais, recomenda-se a leitura em: 
http://www.usp.br/codage/files/circ015anexo2-drh-ago-2010.pdf. 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 07 - Formulário de Permissão de Trabalhos Especiais 
Fonte: http://pt.slideshare.net/anecosta30/modelo-de-pte 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
Frequentemente, a permissão de trabalho está vinculada à existência e operação de uma série de 
condições. Entre elas, destacam-se os Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva específicos 
àquela atividade.Verifique mais detalhes sobre este tema na videoaula desta semana. 
Você, com certeza, já estudou sobre EPI e EPC! 
Mas vamos relembrar um pouco, pensando no nosso exemplo do frentista... 
Na investigação inicial, as testemunhas disseram que o funcionário do posto usou a função lanterna 
do telefone móvel, para aferir visualmente a quantidade de combustível existente no tanque do 
caminhão. Supondo que o procedimento previsto fosse a dita aferição visual, será que o frentista 
não deveria utilizar proteção respiratória e vestes específicas para tal atividade? Caso a visualização 
necessitasse de iluminação, as lâmpadas e lanternas usadas não deveriam ser intrinsecamente 
seguras, isto é, possuir câmara anti-faísca? 
Abaixo um pequeno quadro com equipamentos bastanteusados para a proteção individual em 
diversas atividades laborais. 
 
 
 
 
 
 Figura 08 – Equipamentos de Proteção Individual 
 Fonte: ussilva.blogspot.com 
 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
Reflita sobre isso! 
Os profissionais de Segurança no Trabalho, sobretudo os que trabalharem com Gestão de Riscos, 
encontrarão grande resistência do pessoal envolvido com as operações na empresa, para usar 
equipamentos de proteção (individual e coletivo), pois tais equipamentos são tidos como 
inconvenientes, desconfortáveis e até mesmo feios. Contudo, nada é mais inconveniente do que 
perder as instalações da empresa por consequência do descaso, nada é mais desconfortável do que 
perder movimentos pelo não uso de equipamentos obrigatórios e nada é mais feio do que ver um 
colega morto devido à negligência. 
 
Estamos concluindo nossa segunda semana da disciplina de gerenciamento de riscos. Agora, 
responda atentamente à aula-atividade e observe os detalhes da atividade semanal. 
. 
 
Agora, para aprofundarmos a questão de uma forma divertida, veja esta 
pequena animação que fala um pouco sobre a adoção de uma conduta 
prevencionista, seguir os protocolos de segurança e o uso dos Equipamentos 
de Proteção, como fator de mitigação de riscos: 
https://www.youtube.com/watch?v=5SDOHrxadAo 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
3. COMPETÊNCIA 03 | CONHECER E APLICAR ADEQUADAMENTE OS 
PROCEDIMENTOS DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS NOS CASOS DE 
ACIDENTES 
Com o nosso encontro presencial, em que foi possível aprofundar questões ligadas às medidas de 
controle de risco, iniciamos a terceira semana. Nesse período vamos entender melhor os 
procedimentos de enfrentamento a emergências, pois mesmo com a constante vigilância no controle 
e gestão de riscos, não podemos subestimar a possibilidade do acontecimento de situações 
imprevisíveis. 
Como devemos planificar e treinar as respostas para incidentes, acidentes e desastres 
Você pode iniciar construindo um bom plano de emergência. Vamos entender como ele se constitui 
e é construído? 
3.1 Planos de Emergência 
São planos específicos para ofertar resposta às diversas emergências que podem vir a surgir numa 
empresa. Devem ser dotados de uma linha condutora, na qual as ações de resposta vão se 
encadeando coerentemente com o tamanho da emergência. Podem ser setoriais ou gerais, isto é, os 
setores críticos ou que tenham riscos especiais podem ter planos específicos de atendimento a 
emergências, porém são geralmente de caráter geral envolvendo todos os departamentos do 
empreendimento. 
Segundo Finocchio (2014, p.04), o Plano de Emergência tem como objetivo principal “fornecer um 
conjunto de diretrizes e informações visando à adoção de procedimentos lógicos, técnicos e 
administrativos, estruturados de forma a propiciar resposta rápida e eficiente em situações 
emergenciais”. 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
Alguns elementos são fundamentais para a formulação de tais planos. Sendo assim, o autor chama 
atenção para: Identificação dos cenários acidentais; Áreas vulneráveis; Isolamento; Sinalização; 
Pontos de encontro; Rotas de fuga e Localização estratégica de recursos. 
Comentemos um pouco mais sobre esses pontos: 
 Identificação dos cenários acidentais: sem dúvida, a projeção de cenários acidentais é um 
exercício fundamental para a planificação das respostas, compreendendo onde poderão 
acontecer os sinistros e quais suas possíveis dimensões, para poder se planejar mais 
corretamente; 
 Áreas vulneráveis: rastrear as áreas de maior vulnerabilidade ou ainda onde os riscos são mais 
iminentes é algo fundamental para o enfrentamento da emergência. 
 Isolamento: manter a emergência isolada, evitando que o comprometimento de um setor 
se propague por toda a instalação é algo importante nas ações de combate à emergência. 
 Sinalização: a perfeita sinalização ofertando o conhecimento de onde estão os recursos, rotas 
e pontos de encontro é outra ferramenta de sucesso. 
 Pontos de encontro: são as referências internas para o aglutinamento das primeiras 
respostas e providências. - Pontos de encontro: são as referências internas para o 
aglutinamento das primeiras respostas e providências. 
 Rotas de fuga: são fundamentais para uma possível evasão em caso extremos, devendo estar 
completamente desobstruídas. 
 Localização estratégica de recursos: se os recursos existem, mas estão completamente fora 
de alcance das equipes, de nada servirão. Então, devemos planificar criteriosamente onde 
estarão nossas bases de recursos para serem atingidas mesmo em situação de emergência. 
Observe, abaixo, a planta baixa de uma edificação e alguns elementos que constituem o plano de 
emergência, como rota de fuga, recursos hídricos, entre outros a serem usados na emergência. 
 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 
 
Figura 09 – Planta Baixa, baseada em um Plano de Emergência. 
Fonte: http://www.inmasp.com.br/plano-de-emergencia.php 
Os planos de emergência mais conhecidos são os de combate a incêndio porque estão associados a 
um risco bastante relevante para a maioria das empresas, com uma probabilidade moderada e uma 
alta severidade ou gravidade. 
Os Planos de Emergência Contra Incêndio são norteados por uma Norma Técnica Brasileira, a NBR 
15219/2005, em que se destacam como pontos capitais a identificação do princípio de incêndio, a 
disponibilização e utilização dos agentes extintores adequados e o treinamento da equipe de pronta 
resposta. 
Quanto ao treinamento das equipes, a Formação e Manutenção de Brigadas de Incêndio é um 
processo muitíssimo aconselhável. Trata-se de pessoal interno, preferencialmente da própria 
empresa, porém admitem-se terceirizados, que são treinados anualmente para comporem a primeira 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
resposta em situações de incêndio e primeiros socorros. A Formação de Brigadas de Incêndio é 
regulamentada através da NBR 14276. 
É importante ressaltar, ainda, que os planos de emergência não se restringem a combate a incêndio, 
havendo planos para o colapso estrutural (comprometimento de parte ou da totalidade das 
estruturas), planos de evasão ou abandono (retirada parcial ou total da população do prédio), planos 
específicos, como emergência por vazamento de gás tóxico ou líquido corrosivo, entre outros. 
Esses Planos de Emergência têm, geralmente, objetivos limitados à empresa e suas demandas 
emergenciais. Porém, devem ser amplificados com a previsão de procedimentos de resposta não 
apenas no perímetro da empresa, mas que garanta a sanidade e recuperação de toda a área atingida 
no entorno. 
Entendeu até aqui? Veja maiores esclarecimentos na videoaula! 
3.2 Plano de Abandono de Área 
Os termos Plano de Abandono de Área, Plano de Evasão e Plano de Abandono de Edificação são 
sinônimos e diferem apenas nos contextos nos quais são apresentados. São, em resumo: "o 
procedimento realizado pelas pessoas que ocupam uma edificação (ou empresa) que apresente 
algum risco à vida ou que alguém esteja na eminência de sofrer um acidente. De uma forma geral, é 
uma ação de desocupação do prédio, que tem por objetivo minimizar e prevenir o máximo possível 
a ocorrência de acidentes que possam provocar danos pessoais." (DEFESA CIVIL PR, 2013, p. 14) 
Portanto, a construção de Plano de Abandono é uma decisão refletida e tomada a partir de 
parâmetros claros, pois as pessoas não devem abandonar a edificação (empresa) de uma forma 
confusa e descoordenada. 
Nessa perspectiva, pode-se afirmar que, para haver uma evasão eficiente, é necessário que existam 
comandos (por voz,sistemas de som, eletrônicos ou luminosos) adequados e conhecidos por todos. 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
Os pontos de encontro devem conter sinalização e a rota de fuga deve estar completamente 
desobstruída e indicada, inclusive com iluminação e pintura visíveis, mesmo durante a noite. 
Regra geral: sugere-se, inicialmente, a retirada das pessoas que não foram treinadas para o 
enfrentamento das emergências e que não são fundamentais aos processos vitais de funcionamento 
da empresa, em sinistros que justifiquem tal procedimento. Deve-se manter o pessoal de primeiro 
combate e os operadores dos sistemas não atingidos. 
Para entendermos melhor, vejamos a seguir um pequeno esquema de abandono de um conjunto de 
edificações: 
 
Figura 10 – Esquema Resumido do Plano de Abandono da Universidade São Judas Tadeu 
Fonte: http://www.usjt.br/cipa/mapa_abandono.html 
 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
Ficou claro com essa imagem como podemos organizar um Plano de Abandono de Área? Além de 
conhecer a planta baixa da empresa e os seus arredores, o que mais seria necessário para a 
articulação e promoção desse tipo de plano? 
Veja a seguir o Plano de Auxílio Mútuo. 
3.3 Plano de Auxílio Mútuo 
O Plano de Auxílio Mútuo (PAM) é um instrumento celebrado por duas ou mais empresas, privadas 
ou públicas, que se comprometem mutuamente a ajudarem de forma sistemática e efetiva em caso 
de emergências ou desastres. 
Esse plano presume que a união de esforços de empresas preferencialmente vizinhas ou no mínimo 
próximas será mais eficiente do que apenas o esforço da empresa sinistrada. Assim, através de 
protocolos próprios, as empresas pactuam conservando equipamento e pessoal habilitado a socorrer 
as instalações de qualquer um dos membros, multiplicando o poder de resposta em casos extremos. 
Para tanto, o treinamento conjunto, o conhecimento de todas as plantas fabris e comerciais, o 
comprometimento com a resposta rápida e parceria nas decisões colegiadas é fundamental. 
Em Pernambuco, existem alguns Planos de Auxílio Mútuo como o PAM – SUAPE, com 18 empresas 
privadas, órgãos públicos como Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária, no litoral Sul e o PAM - 
Curado em Jaboatão dos Guararapes. 
 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
 Figura 11 - Fotografia Aérea de Algumas Empresas do PAM - SAUPE 
 Fonte: http://dc395.4shared.com/doc/VP-FdDFn/preview.html 
Acima vê-se uma imagem de cais de porto os quais estão um ao lado do outro. Presumindo que em 
cada um deles funciona uma empresa, seria interessante um Plano de Auxílio Mútuo - PAM? 
Durante a pactuação do PAM, a empresa compromete-se a disponibilizar um conjunto mínimo de 
equipamentos e uma quantidade mínima de pessoas treinadas em caso de emergência, tendo 
também o compromisso de manter um canal de recebimento de solicitações de apoio contínuo (24 
horas). Além disso, deve socorrer, no menor tempo possível, com o pessoal e equipamento, a 
empresa em dificuldades. 
Encerramos esta semana e agora você já sabe o que são, para que servem e a importância de: um 
Plano de Emergência, um Plano de Abandono de Área e um Plano de Auxílio Mútuo. Na próxima 
semana, veremos algumas dicas de como elaborar e gerir estes planos. Até lá! Responda com atenção 
às nossas atividades! 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
 
 
 Para aprofundar nossa semana de estudo, você pode consultar o link: 
http://www.ambiente.sp.gov.br/cortafogo/files/2011/09/Guia-PAM.pdf 
Você encontrará dicas de como estabelecer um PAM, para prevenir e conter 
incêndios, e os princípios adotadas podem servir também para outras 
emergências 
 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
4. COMPETÊNCIA 04 | PLANEJAR E ESTRUTURAR A ORGANIZAÇÃO PARA 
SUPORTAR PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA 
Após discutirmos um pouco sobre alguns procedimentos para minimizar as potenciais emergências, 
nesta semana, iremos estudar a estruturação da empresa para o enfrentamento delas. 
Como já vimos, existem planos de emergência a serem construídos, treinamentos a serem 
vivenciados e o mais importante a educação a ser implementada para o enfrentamento de crises. Isso 
deve ser algo inerente a todas as pessoas que compõem o time empresarial. 
Mas como fazer esta preparação? Aqui seguem algumas pistas. 
4.1 Construção dos Planos de Emergência 
Inicialmente, é importante que os planos de emergência sejam construídos por pessoal técnico, 
contando com a colaboração de todos os companheiros de trabalho, principalmente com aqueles 
que primeiramente irão identificar e combater possíveis emergências. 
Não pode ser um documento complexo e guardado a sete chaves. Ao contrário, deve ser de domínio 
de todos e não apenas na construção, mas na revalidação anual deve ser amplamente discutido. Pode 
conter mapas e croquis que facilitem o entendimento e a ação em situações adversas. Lembrem-se 
de que o componente emocional pode ser minimizado a partir do conhecimento prévio e do 
treinamento. 
 
 Competência 04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34 
 
 Figura 12 - Croqui de Plano de Emergência e Abandono (legendas em Espanhol) 
 Fonte: http://prevencioncontraincendios.bligoo.cl 
Os Técnicos de Segurança no Trabalho podem buscar manuais e subsídios para construção de Planos 
de emergência em fontes confiáveis e órgãos reconhecidamente comprometidos com a segurança, 
por muitas vezes de forma gratuita e aberta. Como exemplo, o Corpo de Bombeiros Militar 
disponibiliza um manual para confecção do Plano de Emergência de Combate a Incêndio. 
 
4.2 Construção e Fortalecimento de Planos de Auxílio Mútuo (PAM) 
Observando o entorno de uma empresa, você verá que existem outras instituições que poderão 
ajudá-lo no processo de contenção de uma emergência no seu parque empresarial. Nunca subestime 
a ajuda externa mesmo que a sua seja a maior e mais equipada empresa da localidade, pois nem um 
de nós é tão bom, quanto todos nós juntos (RAY KROC, 1987). 
 
De forma gratuita e livre, você tem acesso ao manual de construção 
 de Planos de Emergências Contra Incêndio, no endereço: 
http://www.bombeiros.pr.gov.br/modules/conteudo/ 
conteudo.php?conteudo=142 
 
 Competência 04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
Da mesma forma, é possível que existam, nas instituições da cercania, profissionais preocupados com 
uma efetiva resposta a emergências e dispostos a unir forças para o enfrentamento de desastres, 
necessitando apenas, por vezes, de uma intervenção para concretizar esta parceria. 
Lembre-se de que mesmo que não haja uma ligação direta entre a sua e a empresa vizinha, um 
sinistro naquela pode expandir-se para a sua. Logo, a segurança é uma construção coletiva dentro 
dos muros e fora deles. 
Se já existe um PAM, mesmo que esteja pouco ativo, é hora de atualizá-lo contatar os parceiros, 
construir um calendário de visitas e treinamento, verificar o sistema e forma de comunicação, 
recalibrar os kits básicos de atendimento, pois a tecnologia de resposta se modifica, empresas têm 
demandas de emergência que se alteram. Mas, sobretudo, prepare-se internamente, buscando os 
investimentos necessários, sensibilizando a diretoria e treinando rotineiramente as manobras em 
situação de sinistros. 
 
4.3 Construção e Fortalecimento de Equipe Treinada 
De pouco adiantará possuir uma boa planificação em várias situações de emergência, adquirir e 
fortalecer parceiros externos para o enfrentamento de crises emergenciais, se na empresa não existe 
pessoal motivado e treinado para atender às demandas. 
Logo, preparar não só o pessoal de primeira resposta, mas treinar todas as pessoas envolvidas na vidaempresarial, distendendo-se a terceirizados, fornecedores e clientes é uma das atividades mais 
nobres da equipe de Gestão de Riscos. 
 
 Existem modelos disponíveis na web que podem ser úteis para a 
construção de um PAM, como exemplo: o Estatuto do PAM do Porto de 
Belém do Pará.Observe-o com atenção: 
http://www2.cdp.com.br/arquivo/downloads/PAM_BELEM.pdf 
 
 Competência 04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
Naturalmente, o treinamento vai ser balizado pelas necessidades corporativas que na fase de 
identificação e análise de riscos deverão aflorar. Recomendamos, no mínimo, dois planos de 
treinamento inicialmente. 
O primeiro é que busque dotar de consciência e habilidades elementares em situação de desastre 
todos os integrantes da empresa. Estas habilidades estarão ligadas, sobretudo, ao conhecimento e 
prevenção dos riscos potenciais, como também aos procedimentos em situações extremas. Todos 
devem conhecer as rotas de fugas e pontos de encontro, conhecer as checagens que devem aferir 
antes de iniciar o abandono e possuir um senso de coletividade que distenda as preocupações de 
sobrevivência com os colegas e comunidade do entorno. 
O segundo grupo deverá compor a Brigada de Incêndio (NBR 14.276) da empresa. Destaca-se que, 
apesar do nome, esta brigada constitui-se em pessoal treinado não só para prestar o primeiro 
atendimento às situações de incêndio, mas também ao enfrentamento de outros sinistros ocorridos 
na empresa, como primeiro atendimento a funcionários feridos, orientação e coordenação de 
abandono da edificação, entre outros. 
Aquele grupo (Brigada de Incêndio) deverá ser dimensionado a partir de algumas variáveis como a 
área e a quantidade de pessoas que trabalham na empresa, quantos pavimentos (andares) ela possui, 
se é constituída de um ou mais prédios, com um foco especial na produção, estocagem ou 
comercialização de seus produtos. Mas é preciso também compreender que para cada processo 
produtivo ou comercial existem riscos específicos. 
Os treinamentos devem ser constantes, preferencialmente semanais, podendo em alguns casos ser 
mensais. Todos os anos, a brigada deverá participar de treinamento de revalidação em que as técnicas 
e procedimentos serão revisitados e outros aprendidos, pois o dinamismo dos conhecimentos para 
enfrentamento a sinistros é grande. 
 
 Competência 04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37 
A Brigada é constituída não apenas por profissionais que atuam exclusivamente na segurança da 
empresa como bombeiros privados (civis), segurança patrimonial e equipe de segurança no trabalho, 
mas por um contingente de funcionários que atua em funções próprias de produção e escritório, por 
exemplo. Em uma situação de emergência, funcionários dessa área podem deixar suas funções 
originais e incorporar a condição de brigadista. 
A norma brasileira (14276) aconselha que os brigadistas sejam preferencialmente: maiores de 18 
anos, gozem de boa saúde, estejam a maior parte do tempo de trabalho na empresa, tenham um 
bom conhecimento das instalações e dominem a linguagem escrita (alfabetizados), porém nenhuma 
destas condições é impedimento para a participação na equipe. 
 
 
 
 
Figura 13 – Selo de Adequação a NBR – 14276 – Formação de Brigada de 
Incêndio 
Fonte: http://inbraep.com.br/curso-combate-incendios.php 
4.4 Construção de Planos de Abandono 
Como foi visto anteriormente, o plano de abandono de área, destina-se a promover de forma ordeira 
a evasão de pessoas de uma edificação, sendo um instrumento bastante importante, principalmente 
quando nos deparamos com as estatísticas de pessoas mortas em emergências. Ao debruçarmo-nos 
sobre as investigações, vemos uma consistente quantidade de vidas que poderiam ser poupadas, se 
houvesse um plano de abandono previsto e treinado. Isso acontece porque pessoas ainda morrem 
presas em compartimentos fechados quando julgavam estar no encaminhamento da saída; outras 
vidas perdem-se em meio ao desespero, pisoteadas e intoxicadas por fumaça (gases tóxicos). 
 Competência 04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38 
Na busca da construção deste plano, sugerimos a leitura do manual criado pela Defesa Civil do Paraná. 
Esta leitura será importante também para a realização da sua atividade semanal. 
 
Naturalmente, este plano é específico para escolas e deve ser adaptado para as variáveis existentes 
em cada empresa, contudo os fundamentos podem ser adotados em qualquer empreendimento. 
Agora, vamos construir as atividades da semana! 
 
 
O Manual Completo que baliza a 
 Plano de Evasão de Escolas está disponível em: 
http://www.defesacivil.pr.gov.br/arquivos/File/Brigada_Escolar/ 
Caderno_Brigada_2013_1.pdf. 
 
 Vejamos outras dicas no cartaz organizado pelo Corpo de Bombeiros de Aveiro, 
cidade portuguesa, que busca prestar instruções para o abandono de uma 
escola. Cartaz com dicas para abandono seguro de uma escola no link: 
http://www.cm-
aveiro.pt/www/cache/imagens/XPQ5FaAXX14331aGdb9zMjjeZKU.pdf 
 
 
 Competência 04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 39 
5.COMPETÊNCIA 05 | CONTROLAR AS PERDAS ACIDENTAIS QUE 
ENVOLVAM COLABORADORES, PARCEIROS, FORNECEDORES, CLIENTES, 
COMUNIDADE E A PROPRIEDADE 
Depois de estudarmos o fortalecimento das estruturas empresariais para o enfrentamento de 
emergências na última semana, inclusive exercitando tais possibilidades na nossa aula presencial, é 
hora de iniciamos a fase de controle de perdas e recuperação, momento em que a instituição tenta 
administrar as consequências indesejáveis da emergência. 
Sem dúvida, a prevenção a emergências é a melhor escolha, por isso, enfatizamos os procedimentos 
profiláticos nas duas semanas iniciais. Mas, uma vez concretizado o sinistro, fingir que ele não 
aconteceu é o pior dos procedimentos. 
Devemos lembrar que a nossa responsabilidade reside fundamentalmente na manutenção das vidas, 
sobretudo humanas dentro e fora da empresa. Lembremos, por exemplo, de Bhopal na Índia, onde 
um vazamento de gás altamente tóxico da Union Carbide, empresa química lá instalada, atingiu a 
população que dormia inocentemente. Os ventos e o hábito de dormir em esteiras, ao nível do solo, 
levaram milhares de vidas, muitas delas sem nenhuma relação direta com a empresa. 
A primeira questão a ser enfrentada nesses casos é a comunicação interna e externa, que deve ser 
efetiva, mas não arrogante. É compreensível que as pessoas estejam nervosas e mesmo em pânico, 
devido à insegurança gerada por uma emergência. Portanto, os gestores devem ser diretos e 
verdadeiros, agindo com a tranquilidade necessária para dissipar o clima intranquilo. 
Não se deve superestimar o tamanho ou o potencial da organização, acreditando que nenhuma 
emergência colocará a empresa em dificuldade. Se nos lembrarmos, por exemplo, do petroleiro Exxon 
Valdez (http://discoverybrasil.uol.com.br/navios/emergencias_desastres/derramamento_exxon_va 
 Competência 05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40 
ldez/index.shtml), veremos que ele estava a serviço de uma das maiores petroleiras do mundo e isso 
não o impediu de derramar milhares de litros de combustível pesados no mar, gerando prejuízos 
financeiros e ambientais difíceis de serem calculados. 
Utilizando esse exemplo, destacamos que, além das perdas evidentes (milhares de animais marinhos, 
peixes e aves, bilhões de dólares para conter o vazamento e posteriormente tentar promover a 
‘limpeza’ necessária após a contaminação), a Exxon Mobil foi atingida no ativo fundamental da 
credibilidade e confiança. 
Portanto, a repercussão na mídia tem também forte influência na recuperação das emergências, 
como é sugerido no gráfico abaixo: 
 
 
 
 
 
Figura 14 – Repercussão Públicae a Gravidade da Emergência 
Fonte: GOMES, 2010, p.15. 
Discutindo tal gráfico, podemos dar o seguinte exemplo: imagine um pequeno incêndio em um dos 
gabinetes da Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde a frequência muito baixa e a gravidade do 
sinistro é minimizada com a pronta resposta da brigada de profissionais altamente treinados. 
Contudo, a repercussão nacional e até mesmo internacional fará da emergência um acontecimento 
que exige respostas mais robustas. 
Em uma emergência já deflagrada, na qual os aparatos preventivos não foram possíveis de evitar o 
sinistro, os objetivos passam a ser: a atenção às vidas humanas envolvidas, a contenção do acidente 
no menor perímetro possível, a operacionalização do plano de combate e, se necessário, abandono; 
 Competência 05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41 
a manutenção das instalações vitais a sobrevivência da empresa, a estabilização e retorno à 
normalidade e, finalmente, as providências de recuperação. 
Na imagem abaixo, veem-se as primeiras providências de contenção do derramamento do óleo cru 
vazado do petroleiro Exxon Valdez: 
Figuras 15 e 16 – Trabalhos de Resposta ao Derramamento do Petroleiro Exxon Valdez 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Exxon_Valdez#mediaviewer/Ficheiro:OilCleanupAfterValdezSpill.jpg 
Em muitos casos, as despesas com indenizações e reconstrução suplantam os recursos da empresa, 
levando-a a falir e encerrar as suas atividades. A emergência ocorrida em uma mina no Chile que 
culminou com o aprisionamento e posterior resgate de 33 (trinta e três) mineiros, levou a empresa 
mineradora à falência. 
Analisemos este caso que, do ponto de vista humanitário, obteve sucesso. Em uma mina na localidade 
de San Jose, a empresa de exploração de cobre Minera San Esteban possuía uma mina ativa que em 
05 de agosto de 2010 desmoronou parcialmente, deixando os mineiros presos há uma profundidade 
superior a 600 metros. 
 
 Competência 05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 42 
 
 
 
 
 
 
Figura 17 – Mineiros aprisionados depois durante Emergência em Mina no Chile. 
Fonte: http://noticias.r7.com/internacional/noticias/relembre-o-drama-dos-mineiros-
no-chile-20101008.html 
 
Dois dias depois, as operações de resgate foram iniciadas com a escavação de um duto de ventilação. 
O governo chileno encampou os esforços de resgate, a comunicação externa foi clara e direta. Os 
prazos para o salvamento e retirada dos trabalhadores foram equilibrados e sensatos, sendo o 
executado inferior ao previsto. As ações integradas foram adotadas e inúmeras agências, inclusive 
internacionais, participaram da operação. 
 
 
 
 
 
Figura 18 – Cápsula de Resgate dos Mineiros do Chile 
Fonte: veja.abril.com.br 
 
 Competência 05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 43 
Toda essa conjunção de fatores levou ao êxito do resgate, que retirou todos os mineiros com vida de 
uma situação aparentemente sem solução. 
Mas como as pessoas se comportam diante desses tipos de situação? 
A Teoria de Kluber-Ross, que observou algumas reações indesejáveis comuns, baliza as ações das 
pessoas em situações críticas, ou seja, quando estão submetidas ao stress das emergências. São 
reações do tipo: estupor/surpresa, negação, enfado e depressão. Vejamos alguns exemplos: 
SURPRESA – “ O que está acontecendo na empresa, não somos infalíveis?” 
NEGAÇÃO – “Foi um episódio isolado! Não vai acontecer novamente!” 
ENFADO – “Estamos esgotados, não temos mais condições de continuar!” 
DEPRESÃO – “Devemos desistir desta emergência, pois é grande demais para nossas forças!” 
 
 
 
 
 
 
 Figura 19 – Reação das Pessoas após o Atentado em 11 de Setembro de 2001 em Nova York. 
 Fonte: http://noticias.band.uol.com.br/mundo/noticia/?id=183242 
 
 Competência 05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 44 
Os especialistas em Gerenciamento de Crises chamam atenção para que resistamos a estas posturas, 
pois o desânimo e desequilíbrio das lideranças poderão provocar o fracasso de toda a força de 
resposta. 
Examinemos, por fim, os terremotos ocorridos nos últimos anos no Haiti e no Japão, que tiveram 
consequências distintas, muito em função da preparação desses países para o enfrentamento a 
emergências complexas. 
O Japão sofre por ser a origem e o fim do Anel de Fogo do Pacífico. Um dos casos mais populares de 
preparação para emergências é o treinamento geral que é feito periodicamente com a população do 
Japão para casos de terremoto, maremotos e outros agravos naturais. Além disso, os japoneses 
possuem estruturas e construções adaptadas aos abalos sísmicos, além de uma cultura voltada para 
a prevenção. 
 
 
 
 
 
 
 Figura 20 – Anel de Fogo do Pacífico 
 Fonte: http://redescrobrindoeuropa.blogspot.com.br/2012/10/circulo-de-fogo.html 
O Haiti, também em área de tectonismo, é um dos países mais pobres das Américas, mas não possui 
estruturas, treinamento ou cultura prevencionista em larga escala. 
 
 Competência 05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 45 
Em 12 de janeiro de 2010, um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter, a mais usada para aferir 
abalos sísmicos (tremores de terra), provocou o desabamento de vários edifícios inclusive parte do 
Palácio Presidencial do Haiti, promovendo uma tragédia humanitária sem precedentes no continente 
americano, com mais de 200 mil mortos, 250 mil feridos e mais de 1,5 milhão de pessoas 
desabrigadas. Hoje, meados do ano de 2014, o país ainda não se recuperou da tragédia (FRANCISCO, 
2014). 
 
 
 
 
 Figuras 21 e 22 – Imagens da Destruição no Haiti após o Terremoto de 2010 
 Fonte: http:revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca 
No Japão, pouco mais de um ano depois (março de 2011), houve um tremor mais intenso, com 9 
graus na escala Richter, gerando inclusive um Tsunami que atingiu uma de suas Usinas Termo 
Nucleares. Além do terremoto, a onda gigante com altura de 10 metros e altíssima velocidade atingiu 
as ilhas que compõem o país: dezenas de cidades foram atingidas, plantações destruídas, uma parte 
considerável da indústria e outra da infraestrutura urbana foram fortemente avariadas. Contudo, os 
mortos foram contabilizados em pouco mais de 9 mil pessoas e o país iniciou seu processo de 
recuperação, quase que imediatamente após a emergência. 
Responder a uma emergência nuclear, desocupar todo um território contaminado, mesmo sofrendo 
outros tremores secundários e realizar um esforço de reconstrução rápido e bem sucedido são 
conquistas importantes do povo japonês após essa tragédia. 
 
 Competência 05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46 
 
 
 
 
 
 
Figura 23 e 24 – Contenção da Emergência e Recuperação no Japão, após Terremoto e Tsunami. 
Fonte: www.japaoemfoco.com 
Portanto, independentemente do tamanho da empresa, dos seus processos produtivos e riscos 
associados, ela deve perseguir os modelos de sucesso no enfrentamento das emergências. 
Neste exemplo, a maior contribuição para a contenção e resposta de sinistros veio da preparação, 
com uma política prevencionista que envolvia todos os atores, uma planificação (construção de 
planos) coerente e adequada às necessidades nacionais (corporativas) e um treinamento intensivo e 
cotidiano que fortaleceu a condição de resposta do país (empreendimento). 
Pois bem, chegamos ao final da nossa última semana. Continue assistindo à videoaula e fique atento 
às atividades desta semana! 
 
 Competência 05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Caríssimo estudante, 
Durante as cinco últimas semanas, estivemos juntos em uma jornada de conhecimento e troca de 
experiências muito ricas, em que pudemos discutir o papel do Técnico em Segurança noTrabalho, no 
contexto da Gestão de Riscos e Emergências. 
Neste material, pudemos discutir conceitos fundamentais como Ameaça, Vulnerabilidade, Risco e 
Segurança, assim como compreendemos as fases elementares da gestão de risco, que se inicia da 
identificação dos riscos, segue pela análise baseada na probabilidade e severidade, proporcionando 
duas condutas para eliminação do risco ou a sua mitigação para níveis aceitáveis. 
Vimos a questão dos Procedimentos Operacionais Padrão, Permissões de Trabalhos Especiais e o Uso 
dos Equipamentos de Proteção Individuais e Coletivos, como ações efetivas para o controle dos riscos. 
Juntos, estudamos a questão dos planejamentos que devem ser providenciados antes das 
emergências acontecerem, como os Planos de Emergência, Plano de Abandono da Edificação e Planos 
de Auxílio Mútuo. Em seguida, recebemos dicas de como construir ou melhorar estes planos. 
Confirmamos a importância da instrução continuada para todos os colaboradores da nossa empresa, 
buscando instrumentalizá-los em uma situação de crise. E, principalmente, o treinamento de nossa 
equipe de primeira resposta que deve passar por requalificação anualmente e formação conforme 
norma própria (NBR 14276). 
Finalmente, estudamos que empresas ou mesmo países que passam por situações de emergências, 
têm muito mais sucesso quando possuem planos bem elaborados e conhecidos por todos e equipes 
que agem como um time contendo os sinistros de forma efetiva e eficiente. 
Contando que nos encontraremos em um futuro próximo, em novos estudos ou na vida profissional, 
desejo-lhe muito sucesso. Até breve! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 48 
REFERÊNCIAS 
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. Norma Técnica Brasileira 15219. Plano de Emergência 
Contra a Incêndios. Rio de Janeiro, 2005. 
_______________. Norma Técnica Brasileira 14276. Formação de Brigadas de Incêndio. Rio de Janeiro, 
2006. 
BORGES, B. I. Crítica e Teorias da Crise. Porto Alegre: Edipucs, 2004. 
CBMPR, Corpo de Bombeiros Militar do Paraná. Plano de Emergência Contra Incêndio. Disponível em 
http// http://www.bombeiros.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=142. Acesso em: 
25jun14. 
DATTILIO, Frauds M.; FREEMAN, Arthur. Estratégias Cognitivo-comportamentais de Intervenção em 
Situações de crise. s.l.: ARTMED, 2001. 
DEFESA CIVIL PARANÁ. Manual de Procedimentos do Plano de Abandono. Curitiba: PR, 2013. 
FINOCCHIO, Marcos A. F. Planificação de Emergências e Atendimento a Catastrófes. Disponível em: 
http//paginapessoal.utfpr.edu.br/emergencias/AULA23GRANDESACIDE. Acesso em: 08jul2014. 
FRANCISCO, Wagner de C. O terromoto no Haiti. Disponível em: 
http://www.brasilescola.com/geografia/o-terremoto-no-haiti.htm . Acesso em 02jun14. 
GOMES, Graça M. Gerenciamento de Crises. PosEADc, Brasília, 2010 
LUECKE, Richard. Gerenciando a Crise. Editora: RECORD, 2010. 
SOUZA, Wanderley Marcarenhas. Gerenciando Crises de Segurança. Ed: Sicurezza, São Paulo, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 49 
MINICURRÍCULO DO PROFESSOR PESQUISADOR 
Sou o professor Cristiano Corrêa e, antes de tudo sou um aprendiz como você. Sou Doutorando de 
Engenharia de Segurança Contra Incêndio – UFPE, Mestre em Gestão do Desenvolvimento Local 
Sustentável, Especialista em Gestão Governamental, pela Universidade de Pernambuco. Ademais, 
trabalho como professor de cursos técnicos em segurança do trabalho em algumas instituições no 
Estado, além de colaborar em Instituições Superiores de Ensino como professor e pesquisador. Estou 
a seu dispor através do Sistema AVA ou ainda no endereço eletrônico: 
cristianocorreaaprendiz@gmail.com

Continue navegando