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Gerenciamento de Riscos e Emergências Cristiano Corrêa Curso Técnico em Segurança do Trabalho Educação a Distância 2016 EXPEDIENTE Professor Autor Cristiano Corrêa Design Instrucional Deyvid Souza Nascimento Maria de Fátima Duarte Angeiras Renata Marques de Otero Terezinha Mônica Sinício Beltrão Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevedo Diagramação Klébia Carvalho Coordenação Manoel Vanderley dos Santos Neto Coordenação Executiva George Bento Catunda Coordenação Geral Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação (Rede e-Tec Brasil) Fevereiro, 2016 C824g Corrêa, Cristiano. Gerenciamento de Riscos e Emergências: Curso Técnico em Segurança do Trabalho: Educação a distância / Cristiano Corrêa. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, 2016. 49 p.: il. Inclui referências bibliográficas. 1. Educação a distância. 2. Trabalho. 3. Segurança no trabalho. 4. Riscos. 5. Gerenciamento de riscos. I. Corrêa, Cristiano. II. Rede e-Tec Brasil. III. Título. CDD – 363.11 CDU – 331.461 Sumário INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 4 1. COMPETÊNCIA 01 | 1. IDENTIFICAR RISCOS E ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA NAS OPERAÇÕES COM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS .................................................................... 8 1. 1 Conhecendo, Analisando e Gerenciando os Riscos ............................................................................... 11 2. COMPETÊNCIA 02 | ESTABELECER MEDIDAS DE CONTROLE DOS RISCOS PROFISSIONAIS, APLICANDO OS MAIS ADEQUADOS PROCEDIMENTOS DE LIBERAÇÃO DE SERVIÇOS E DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA ......................................................................................... 17 2.1 Procedimento Operacional Padrão ....................................................................................................... 17 2.2 Permissão de Trabalho ......................................................................................................................... 21 3. COMPETÊNCIA 03 | CONHECER E APLICAR ADEQUADAMENTE OS PROCEDIMENTOS DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS NOS CASOS DE ACIDENTES......................................................... 25 3.1 Planos de Emergência ........................................................................................................................... 25 3.2 Plano de Abandono de Área ................................................................................................................. 28 3.3 Plano de Auxílio Mútuo ........................................................................................................................ 30 4. COMPETÊNCIA 04 | PLANEJAR E ESTRUTURAR A ORGANIZAÇÃO PARA SUPORTAR PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA ............................................................................................... 33 4.1 Construção dos Planos de Emergência .................................................................................................. 33 4.2 Construção e Fortalecimento de Planos de Auxílio Mútuo (PAM) .......................................................... 34 4.3 Construção e Fortalecimento de Equipe Treinada ................................................................................. 35 4.4 Construção de Planos de Abandono ..................................................................................................... 37 5.COMPETÊNCIA 05 | CONTROLAR AS PERDAS ACIDENTAIS QUE ENVOLVAM COLABORADORES, PARCEIROS, FORNECEDORES, CLIENTES, COMUNIDADE E A PROPRIEDADE ................................... 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 47 REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 48 MINICURRÍCULO DO PROFESSOR PESQUISADOR ........................................................................... 49 4 INTRODUÇÃO Caro estudante, Seja muito bem-vindo à disciplina de Gerenciamento de Riscos e Emergências. Na primeira semana do nosso curso, trataremos sobre a identificação de riscos e estabelecimento de procedimentos de segurança nas operações com máquinas e equipamentos. Em seguida, iremos estudar sobre como estabelecer medidas de controle dos riscos profissionais, aplicando os mais adequados procedimentos de liberação de serviços e dispositivos de proteção individual e coletiva. Depois dessa etapa, a terceira semana será dedicada a conhecer e aplicar adequadamente os procedimentos de atendimento a emergências nos casos de acidentes. Sendo assim, fique atento a alguns passos importantes. Na quarta semana, você entenderá como ocorre o planejamento e estruturação da organização para suportar os procedimentos de emergências. Na quinta e última semana, discutiremos o controle de perdas acidentais que envolvam colaboradores, parceiros, fornecedores, clientes, comunidade e a propriedade. Portanto, mãos à obra! 5 Antes de iniciarmos nossos estudos, gostaria de que você lesse o conto abaixo, pois ele nos ajudará a entender bem os objetivos da disciplina. Uma grande empresa transnacional, com várias instalações espalhadas pelo Brasil, promove encontros de profissionais de todas as suas sedes, buscando a troca de experiências com a consolidação do aprendizado mútuo e consequentemente um crescimento nas boas práticas. Contudo, os funcionários convocados para o encontro são de diversas áreas, por isso, como dinâmica inicial, o facilitador do encontro propõe que as pessoas se apresentem informando nome, de que parque industrial ou escritório vêm e o que fazem em seu local de trabalho: Figura 01 - Reunião de Trabalho Fonte: http//www.sidneyrezende.com O primeiro participante se identifica como um profissional que trabalha em uma das fábricas e está ligado à área de produção e qualidade industrial. Em sua fala, ele expressa: - Nós que trabalhamos na produção somos fundamentais para a empresa, pois sem produzir em quantidade e qualidade adequadas, nossa empresa perderia competitividade e clientes, diminuindo seu ritmo de crescimento. Dessa forma, estamos sempre trabalhando para que tenhamos índices que se equiparam aos melhores resultados das empresas do setor no mundo! Todos ficaram muito impressionados com a fala do Gerente de Produção que relatava de forma convincente que seu setor era o ‘motor’ de toda a engrenagem empresarial. 6 O segundo a se apresentar trabalhava no escritório financeiro e durante sua apresentação falou: - Sou do departamento de finanças e lá tomamos as decisões mais importantes para a empresa, pois sem uma análise contábil correta, o caixa e as contas da empresa entrariam em declínio, promovendo uma crise que poderia implicar a perda do valor das ações e ativos da empresa. Portanto, temos uma tarefa capital. Mais uma vez, toda a audiência queo ouvia atentamente pôde perceber a importância deste setor para empresa. Posteriormente, foram se apresentando pessoas da Direção Geral, do Departamento de Recursos Humanos, do setor de Projetos e Desenvolvimento, do Departamento de Logística, da Vigilância Patrimonial, todos muito enfáticos em relação à importância de seus setores como peças fundamentais no mosaico daquela grande empresa. Por fim, o colega no fundo da sala tinha a palavra, mas como já havia passado algum tempo e todas as áreas vitais da empresa já haviam sido apresentadas, as pessoas presentes não demonstravam grande interesse naquele jovem ao fundo da sala. Porém, como todos deveriam apresentar-se para que a dinâmica fosse encerrada, disse ele: - Fico muito impressionado com tudo que vi e ouvi nesta manhã, pois percebo como existem departamentos importantes em nossa empresa. - Realmente, não trabalho em um setor tão importante como o da produção que diuturnamente se preocupa em produzir mais e melhor. Também não sou do departamento de finanças e com astutos cálculos contábeis mantenho a situação financeira em perfeita sanidade, também não trabalho com recursos humanos ou logística ou qualquer outros dos departamentos e centros tão bem dissecados aqui nesta oportunidade. - Trabalho apenas com riscos de emergências. Sou um profissional de Segurança no Trabalho que tem por função identificar os riscos, propor sua extinção através de técnicas coerentes e factíveis, 7 ou ao menos minimizá-los, trabalhar fortemente para que os riscos sejam no máximo potenciais, mas nunca reais. - E, como os planos de controle de riscos podem não ser infalíveis, tenho consequentemente a obrigação de pensar em como responder a estas emergências. Porque amigos, tenho a obrigação de devolvê-los vivos e sãos a suas famílias ao fim do expediente de trabalho, tenho como missão manter as estruturas e equipamentos da empresa intactos aos riscos, para que possamos ter emprego e renda, tenho como função defender a comunidade do entorno e a população em geral de possíveis emergências surgidas na empresa. Portanto, caros colegas, conto com todos vocês, com todos os departamentos e setores, pois só com o compromisso de todos poderei bem cumprir a minha humilde tarefa! 8 1. COMPETÊNCIA 01 | 1. IDENTIFICAR RISCOS E ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA NAS OPERAÇÕES COM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Seja bem-vindo à primeira semana da disciplina! Durante os próximos dias, trataremos de conceitos elementares para o gerenciamento de risco, que acontece em etapas. Por fim, veremos de forma preliminar algumas preocupações relacionadas à operação de máquinas e equipamentos. Para iniciá-la, necessitamos definir o que vem a ser risco, um termo usado rotineiramente e que nem sempre é bem empregado, devido à multiplicidade de interpretações. Vejamos. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão responsável pela apuração investigativa de todos os acidentes com aeronaves no Brasil, define que “o risco é o potencial avaliado das consequências prejudiciais que podem resultar de um perigo, expressa em termos de Probabilidade e Severidade, tomando como referência a pior condição possível.” (CENIPA, 2014, p.1) Nesta primeira definição, vemos que o risco, em tese, é algo que pode acontecer e promover prejuízos materiais e/ou humanos. Também possui uma “probabilidade”, isto é, uma chance percentual de acontecer. Sendo assim, quanto maior for a probabilidade, maior será a possibilidade de o risco se concretizar. Outro termo importante é “Severidade” que representa o grau de dano que o risco pode provocar. Portanto, quanto maiores forem as consequências negativas advindas da concretização do risco, maior será a Severidade. Neste ponto, cabe um comentário: quando o risco pode vir a acontecer ele é chamado de “Risco Potencial”. Competência 01 9 Outra definição importante da palavra ‘Risco’ é encontrada no Glossário de Defesa Civil, Estudos de Riscos e Medicina de Desastres: Medida de dano potencial ou prejuízo econômico expressa em termos de probabilidade estatística de ocorrência e de intensidade ou grandeza das consequências previsíveis. 2. Probabilidade de ocorrência de um acidente ou evento adverso, relacionado com a intensidade dos danos ou perdas, resultantes dos mesmos. 3. Probabilidade de danos potenciais dentro de um período especificado de tempo e/ou de ciclos operacionais. 4. Fatores estabelecidos, mediante estudos sistematizados, que envolvem uma probabilidade significativa de ocorrência de um acidente ou desastre. 5. Relação existente entre a probabilidade de que uma ameaça de evento adverso ou acidente determinado se concretize e o grau de vulnerabilidade do sistema receptor a seus efeitos. Você percebeu que nas cinco definições acima algumas palavras foram abordadas diretamente (probabilidade) e indiretamente (severidade)? Pois é, elas atestam a “grandeza das consequências” e da “intensidade dos danos”. Apesar de as fontes serem diferentes, o conceito encontra amparo em princípios comuns! E que princípios seriam esses? Tentando aprofundar as questões da Probabilidade e Severidade, vamos estudar juntos alguns outros conceitos importantes, como o de “ameaça” e “vulnerabilidade”: AMEAÇA – Pode ser definida, sinteticamente, como indício ou prenúncio de um evento desastroso. VULNERABILIDADE – Condição de um determinado organismo (inclusive uma empresa), que interage com uma ameaça, de resistir ou suplantar esta ameaça. Pode ser entendida como o contrário de segurança. Assim, a ameaça é a possibilidade de desastre ou dano, enquanto a vulnerabilidade relaciona-se com a capacidade (da empresa) de resistir, ou não, as várias ameaças. Mas e a Segurança ? O que vem a ser Segurança, neste contexto? Competência 01 10 SEGURANÇA – Pode ser apresentada como: “característica a ser buscada nas pessoas e nos meios ou elementos de um processo produtivo" (BARBOSA FILHO, 2001) Por que citamos todas as palavras acima? As AMEAÇAS são os indícios ou possibilidades de eventos indesejados, que são maiores quando existe uma grande VULNERABILIDADE nas empresas. Por mais que você acredite no contrário, muitas empresas estão despreparadas para as ameaças e isso gera o RISCO. Figura 02 - Tancagem de Líquidos Inflamáveis Fonte: http//fateclog.blogspot.com Observe! Exemplificando os conceitos acima: uma empresa que possui grandes tanques de substâncias muito inflamáveis, consequentemente, possui uma AMEAÇA real de incêndio e explosão. Caso esta empresa possua sistemas preventivos eficientes e operantes, planos adequados e exequíveis e treinamentos compatíveis com essa ameaça, ela terá certo grau de SEGURANÇA. Isso diminui a VULNERABILIDADE e consequentemente o RISCO de incêndios e explosões. Mas, como gerenciar esses riscos a que muitas empresas estão submetidas? Competência 01 11 1. 1 Conhecendo, Analisando e Gerenciando os Riscos Regra geral: os riscos são inerentes a todas as atividades humanas, portanto, conhecê-los é algo fundamental para poder gerenciá-los. Existem algumas fases importantes no Gerenciamento de Riscos. São elas: IDENTIFICAÇÃO – Identificar os riscos é a primeira fase do gerenciamento e para alguns autores a mais importante. O profissional de segurança no trabalho deve lançar mão de um olhar analítico e cauteloso sobre todos os processos e procedimentos aplicados na empresa em que trabalha buscando identificarcada risco inerente a cada atividade. Aparentemente, aquilo que é pequeno e insignificante pode tornar-se a causa de uma grande tragédia. Lembremo-nos dos grandes incêndios causados por uma simples sobrecarga elétrica ou das explosões provocadas pelo acendimento de lanternas sem compartimento anti-faíscas. Sugere-se, além da cuidadosa e diligente preocupação da equipe de segurança no trabalho, um canal de comunicação constantemente aberto para todas as pessoas que trabalham na empresa. Por vezes, alguns detalhes podem fornecer grande segurança aos processos laborais e podem ser sugeridos por funcionários que estão diariamente exercendo as tarefas aparentemente mais simples. Portanto, atenção a todas as sugestões: lembrem-se de que a melhor consultoria sobre a segurança em sua empresa, geralmente está dentro dela, nas observações das pessoas que fazem a empresa. Competência 01 12 Figura 03 – Analisando os Riscos Fonte: http://www.safeworksst.com.br/apr.html Observando a imagem acima, temos uma caricatura de um acidente que pode ser facilmente evitado, desde que a análise de risco seja procedida! E o que é Análise de Risco? ANÁLISE – Uma vez identificado o risco, a equipe de gestão de risco deve examiná-lo criteriosamente, avaliando seu potencial de comprometimento da estrutura empresarial (Gravidade/Severidade) e a sua chance de acontecer (Probabilidade). Logo, quanto maior for a gravidade e a probabilidade do risco, maior será a atenção para sua eliminação, se possível, ou sua mitigação. Observemos a imagem a seguir que exprime graficamente essa análise: Figura 04 - Representação Gráfica da Análise de Risco Fonte: GOMES, 2010, p.16 Competência 01 13 No gráfico, observa-se que os riscos com grande probabilidade e potencial de tornarem-se graves devem ser adotados como prioritários, caso contrário, poderão gerar grandes crises para a empresa. Uma vez realizada a análise de risco, é hora de decidir se fazemos a eliminação ou mitigação do risco: ELIMINAÇÃO – Feita a análise do risco, verifica-se a possibilidade de eliminação dos riscos potencialmente consideráveis. O processo de eliminação de riscos nem sempre pode ser implementado, porém deve ser sempre perseguido. Não entendeu? Veja o exemplo abaixo: Imaginemos que em nossa empresa trabalhamos no processo de beneficiamento de matérias primas com uma substância química bastante corrosiva e inflamável. Em nossa análise de risco, vemos que tal substância, se manipulada de forma equivocada, pode trazer danos substanciais à empresa e às pessoas que nela trabalham, inclusive pode promover o comprometimento de todo o parque fabril. Caso possamos substituir tal substância por outra que seja inerte, isto é, que não tenha potencial inflamável, corrosivo, ou outro julgado indesejado, estaremos fazendo a eliminação do risco. Outro exemplo, porém, mais simples pode ser a troca de uma instalação elétrica antiga e danificada, por outra nova e adequada às boas práticas: os pontos susceptíveis de curto-circuito que outrora poderiam promover choques elétricos, incêndios e até explosões com faíscas em ambientes com gases inflamáveis são eliminados. A questão de eliminação de riscos é tão séria que algumas empresas simplesmente eliminam alguns produtos da sua ‘cesta de ofertas’ quando sua produção torna as instalações excessivamente vulneráveis, com riscos tidos como inaceitáveis. Portanto, devemos identificar coerentemente os riscos, analisá-los com critério e, quando possível, eliminá-los. Competência 01 14 Contudo, nem sempre os riscos podem ser eliminados, pois a maioria das empresas convive com riscos reais e potenciais durante toda sua existência, sendo estes mesmos riscos fundamentais para seus processos de produção, armazenamento, transporte e distribuição. Então como fazer para conviver com os riscos em uma condição aceitável? Quando não é possível a eliminação do risco, deve-se procurar sua mitigação. Mas o que vem a ser mitigação? MITIGAÇÃO – é um termo que tenta expressar o esforço para tornar um risco aceitável, é o conjunto de processos que será posto em prática para diminuir a probabilidade e severidade do risco. Vejamos um exemplo: Em uma fabricação de móveis, as serras em ‘disco’ ou ‘fita’ são instrumentos muito usados para promover o corte nas pranchas e toras de madeira. Isto é, são indispensáveis neste tipo de serviço. Após analisar as estatísticas de acidentes e a gravidade de tais acidentes ocasionados por aqueles objetos em empresas com estas características, o analista de riscos recomendou a sua eliminação ou mitigação. Como ainda não foi criada uma alternativa viável para a eliminação das serras, vários profissionais passaram a trabalhar em processos de mitigação do risco de acidentes em serras na fabricação de móveis, criando dispositivos de confinamento das lâminas, operação remota das serras, equipamentos de proteção individual e coletiva para proteção dos envolvidos, etc. Em síntese, podemos concordar que a Gestão de Risco consiste na “identificação, Análise e Eliminação ou Mitigação, a um nível aceitável, dos perigos, e os coseguintes riscos, que ameaçam a viabilidade de uma Organização”. (CENIPA, 2014) Nesse sentido, a equipe de gerenciamento de riscos deve agir como alguém que vai monitorar os perigos, como alguém que adentra cuidadosamente na floresta, sempre com atenção e cuidado, mapeando a cada passo os sons e alertas que são emitidos, pois na floresta existem riscos e saber quais são e como evitá-los é fundamental aos seus exploradores (GOMES, 2010). Competência 01 15 Por isso, você como técnico em segurança, precisa estar atento a esse processo de que falamos até aqui! Tudo bem? Estamos concluindo a semana da disciplina de gerenciamento de riscos. Agora, você é capaz de compreender os conceitos de risco, ameaça, vulnerabilidade e segurança. Desse modo, pode realizar a identificação preliminar dos riscos, efetuar sua análise com base na probabilidade e severidade, podendo propor medidas que os eliminem ou no mínimo que os mitiguem. Participe da aula presencial, responda atentamente à aula atividade e observe os detalhes da atividade semanal. Sugestão da Semana Indico que você assista ao filme abaixo que trata da sucessão de equívocos que levou a um sinistro. Leia a sinopse e o alugue para ver. Em São Francisco, Doug Roberts (Paul Newman), um arquiteto, retorna de longas férias e encontra quase terminado o arranha- céu que projetou. Na verdade, se trata do maior edifício do mundo, com 138 andares de escritórios e residências, além de ter um restaurante de luxo e um heliporto na cobertura. No dia da festa de inauguração, descobre que as especificações da instalação elétrica não foram seguidas e que o prédio está sujeito a curtos circuitos. E o pior acontece quando um incêndio começa deixando vários convidados presos no andar de cima, sendo esta a principal preocupação de Michael O'Hallorhan (Steve McQueen), o chefe dos bombeiros, pois além da coragem da sua equipe não existe equipamento contra incêndio que consiga atingir os andares mais altos desta colossal construção e, se o fogo não estiver logo controlado, o número de vítimas será imenso. Além disto, alguns convidados se apavoram, dificultando o resgate. (Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-34036/) Competência 01 16 Aprendizado: Exercite o olhar crítico, necessário aoTécnico de Segurança no Trabalho, busque identificar quais ações poderiam ser tomadas para eliminar ou mitigar os riscos que levaram ao incêndio vivido na película. Quais ações preventivas foram negligenciadas? Como uma Equipe de Gestão de Riscos poderia intervir preventivamente ao incêndio e ao colapso da edificação? Competência 01 17 2. COMPETÊNCIA 02 | ESTABELECER MEDIDAS DE CONTROLE DOS RISCOS PROFISSIONAIS, APLICANDO OS MAIS ADEQUADOS PROCEDIMENTOS DE LIBERAÇÃO DE SERVIÇOS E DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA Como foi visto na semana anterior, a identificação, a análise, a eliminação e a mitigação dos riscos são passos fundamentais para o gerenciamento responsável e efetivo dos riscos. Você pode discutir um pouco mais sobre o tema durante a atividade presencial. Mas como podemos controlar os riscos? Nesta segunda semana, iremos entender mais sobre como podemos controlar os riscos através do uso de procedimentos e protocolos, associados a boas práticas de segurança, não apenas nas tarefas laborais diárias, mas sobretudo em relação a trabalhos especialmente perigosos. A Universidade de São Paulo (USP), ao editar seu manual de procedimento em manutenções, chama atenção para alguns pontos importantes na gestão e controle dos riscos profissionais, entre eles: 2.1 Procedimento Operacional Padrão Procedimento Operacional Padrão (POP) - traz uma descrição detalhada de todos os passos para a realização de um procedimento. Este POP torna-se ainda mais relevante quando se trata de uma atividade profissional que imputa risco rotineiro ou especial. Em muitos casos, veem-se trabalhadores mal treinados acreditarem que as listas de checagem (checklist) contendo os equipamentos individuais obrigatórios, a instalação de aparelhos específicos e um procedimento aparentemente 'moroso' e 'desnecessário' são algo dispensável e sem importância. Competência 02 18 Se quiser relembrar um pouco mais sobre essa questão do checklist, retorne à disciplina de Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva. 19 Como exemplo da importância dos POPs, a Agência de Vigilância Sanitária em seu Manual de Boas Práticas Farmacêuticas prevê que os Procedimentos Operacionais Padrão, em farmácias e drogarias, devem ser mantidos e fiscalizados, como fator de segurança primordial para estes estabelecimentos. Figura 05 – Selo da Anvisa para Boas Práticas Farmacêuticas (Drogarias e Farmácias que seguem POP’s) Fonte: http://m2farma.com/blog/pops-farmacia-e-drogaria-procedimentos- operacionais-padrao/ Acima, vê-se uma peça publicitária a qual divulga nos estabelecimentos farmacêuticos a importância dos Procedimentos Operacionais Padrão, como ferramenta para evitar acidentes. Infelizmente, em muitos casos, trabalhadores mal treinados acreditam que as listas de checagem (checklist) contendo os equipamentos individuais obrigatórios e a instalação de aparelhos específicos representam um procedimento 'moroso' e 'desnecessário'. Portanto, são algo dispensável e sem importância. E é geralmente quando deixamos de cumprir o previsto no procedimento operacional padrão (POP) que os resultados são danos e emergências por vezes irreversíveis ou de difícil solução. Veja mais na videoaula! Competência 02 20 O que você observou, quanto ao gerenciamento de riscos, nas imagens exibidas? Comentários Preliminares: É vista em todos os postos de gasolina a proibição do uso de aparelho telefônico celular durante o abastecimento de combustível. Este procedimento é recomendado porque os ditos telefones geralmente ocasionam pequeníssimas faíscas durante o acionamento. Quando há uma grande concentração de gases inflamáveis, com limites de inflamabilidade e explosividade adequados, teremos a presença de chamas e mesmo explosões. Na imagem, do vídeo indicado, o frentista do Posto de Gasolina usa o telefone celular, após a abertura de uma das janelas de inspeção de um caminhão tanque. Naquele momento, a quantidade de gases inflamáveis que existe no entorno do frentista é enorme, por isso, a consequência foi desastrosa. Figura 06 – Posto de Gasolina após uma Explosão Fonte: http://portalhseq.blogspot.com.br/2012_02_01_archive.html Para contextualizar nossa aprendizagem, faça uma pequena parada na leitura deste Caderno e assista ao breve vídeo disponível em: http//www.youtube.com/watch?v=Jh7DHQ-aTpc. Competência 02 21 Qual seria o Procedimento Operacional Padrão para aquela operação? Com certeza, o uso do telefone celular não é previsto. Porém, quantas vezes os usuários e mesmo funcionários dos postos de combustíveis, transgridem a regra que proíbe o uso de telefonia móvel durante o abastecimento? Felizmente, na maioria dos casos, a concentração de gases inflamáveis não é tão alta quanto na cena exibida, porém se o POP for sempre cumprido os riscos serão minimizados e as emergências evitadas. Após a pequena discussão sobre os POP’s, você estudará sobre a Permissão de Trabalho, que tem uma fina relação com os procedimentos de segurança que evitam ou mitigam os riscos. 2.2 Permissão de Trabalho Um instrumento bastante usual na Gestão de Riscos a 'Permissão de Trabalho' é o documento específico que visa a observar todas as condições de segurança para o perfeito desenvolvimento de determinada atividade tida como especial, com foco nos riscos potenciais associados. Busca formalizar e promover a corresponsabilização dos executantes de atividades de risco, seus chefes imediatos e os responsáveis dos setores onde está havendo a atividade. Assim, apresenta uma preocupação colegiada com a segurança e mitigação dos riscos. Geralmente, essas permissões estão associadas a atividades profissionais com riscos especiais, como trabalhos em altura, em ambiente confinado e em ambientes de alta Inflamabilidade, etc. A seguir, vê-se um exemplar de uma Permissão de Trabalho: Os POPs são específicos para cada atividade. Para conhecer alguns destes procedimentos operacionais, recomenda-se a leitura em: http://www.usp.br/codage/files/circ015anexo2-drh-ago-2010.pdf. Competência 02 22 Figura 07 - Formulário de Permissão de Trabalhos Especiais Fonte: http://pt.slideshare.net/anecosta30/modelo-de-pte Competência 02 23 Frequentemente, a permissão de trabalho está vinculada à existência e operação de uma série de condições. Entre elas, destacam-se os Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva específicos àquela atividade.Verifique mais detalhes sobre este tema na videoaula desta semana. Você, com certeza, já estudou sobre EPI e EPC! Mas vamos relembrar um pouco, pensando no nosso exemplo do frentista... Na investigação inicial, as testemunhas disseram que o funcionário do posto usou a função lanterna do telefone móvel, para aferir visualmente a quantidade de combustível existente no tanque do caminhão. Supondo que o procedimento previsto fosse a dita aferição visual, será que o frentista não deveria utilizar proteção respiratória e vestes específicas para tal atividade? Caso a visualização necessitasse de iluminação, as lâmpadas e lanternas usadas não deveriam ser intrinsecamente seguras, isto é, possuir câmara anti-faísca? Abaixo um pequeno quadro com equipamentos bastanteusados para a proteção individual em diversas atividades laborais. Figura 08 – Equipamentos de Proteção Individual Fonte: ussilva.blogspot.com Competência 02 24 Reflita sobre isso! Os profissionais de Segurança no Trabalho, sobretudo os que trabalharem com Gestão de Riscos, encontrarão grande resistência do pessoal envolvido com as operações na empresa, para usar equipamentos de proteção (individual e coletivo), pois tais equipamentos são tidos como inconvenientes, desconfortáveis e até mesmo feios. Contudo, nada é mais inconveniente do que perder as instalações da empresa por consequência do descaso, nada é mais desconfortável do que perder movimentos pelo não uso de equipamentos obrigatórios e nada é mais feio do que ver um colega morto devido à negligência. Estamos concluindo nossa segunda semana da disciplina de gerenciamento de riscos. Agora, responda atentamente à aula-atividade e observe os detalhes da atividade semanal. . Agora, para aprofundarmos a questão de uma forma divertida, veja esta pequena animação que fala um pouco sobre a adoção de uma conduta prevencionista, seguir os protocolos de segurança e o uso dos Equipamentos de Proteção, como fator de mitigação de riscos: https://www.youtube.com/watch?v=5SDOHrxadAo Competência 02 25 3. COMPETÊNCIA 03 | CONHECER E APLICAR ADEQUADAMENTE OS PROCEDIMENTOS DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS NOS CASOS DE ACIDENTES Com o nosso encontro presencial, em que foi possível aprofundar questões ligadas às medidas de controle de risco, iniciamos a terceira semana. Nesse período vamos entender melhor os procedimentos de enfrentamento a emergências, pois mesmo com a constante vigilância no controle e gestão de riscos, não podemos subestimar a possibilidade do acontecimento de situações imprevisíveis. Como devemos planificar e treinar as respostas para incidentes, acidentes e desastres Você pode iniciar construindo um bom plano de emergência. Vamos entender como ele se constitui e é construído? 3.1 Planos de Emergência São planos específicos para ofertar resposta às diversas emergências que podem vir a surgir numa empresa. Devem ser dotados de uma linha condutora, na qual as ações de resposta vão se encadeando coerentemente com o tamanho da emergência. Podem ser setoriais ou gerais, isto é, os setores críticos ou que tenham riscos especiais podem ter planos específicos de atendimento a emergências, porém são geralmente de caráter geral envolvendo todos os departamentos do empreendimento. Segundo Finocchio (2014, p.04), o Plano de Emergência tem como objetivo principal “fornecer um conjunto de diretrizes e informações visando à adoção de procedimentos lógicos, técnicos e administrativos, estruturados de forma a propiciar resposta rápida e eficiente em situações emergenciais”. Competência 03 26 Alguns elementos são fundamentais para a formulação de tais planos. Sendo assim, o autor chama atenção para: Identificação dos cenários acidentais; Áreas vulneráveis; Isolamento; Sinalização; Pontos de encontro; Rotas de fuga e Localização estratégica de recursos. Comentemos um pouco mais sobre esses pontos: Identificação dos cenários acidentais: sem dúvida, a projeção de cenários acidentais é um exercício fundamental para a planificação das respostas, compreendendo onde poderão acontecer os sinistros e quais suas possíveis dimensões, para poder se planejar mais corretamente; Áreas vulneráveis: rastrear as áreas de maior vulnerabilidade ou ainda onde os riscos são mais iminentes é algo fundamental para o enfrentamento da emergência. Isolamento: manter a emergência isolada, evitando que o comprometimento de um setor se propague por toda a instalação é algo importante nas ações de combate à emergência. Sinalização: a perfeita sinalização ofertando o conhecimento de onde estão os recursos, rotas e pontos de encontro é outra ferramenta de sucesso. Pontos de encontro: são as referências internas para o aglutinamento das primeiras respostas e providências. - Pontos de encontro: são as referências internas para o aglutinamento das primeiras respostas e providências. Rotas de fuga: são fundamentais para uma possível evasão em caso extremos, devendo estar completamente desobstruídas. Localização estratégica de recursos: se os recursos existem, mas estão completamente fora de alcance das equipes, de nada servirão. Então, devemos planificar criteriosamente onde estarão nossas bases de recursos para serem atingidas mesmo em situação de emergência. Observe, abaixo, a planta baixa de uma edificação e alguns elementos que constituem o plano de emergência, como rota de fuga, recursos hídricos, entre outros a serem usados na emergência. Competência 03 27 Figura 09 – Planta Baixa, baseada em um Plano de Emergência. Fonte: http://www.inmasp.com.br/plano-de-emergencia.php Os planos de emergência mais conhecidos são os de combate a incêndio porque estão associados a um risco bastante relevante para a maioria das empresas, com uma probabilidade moderada e uma alta severidade ou gravidade. Os Planos de Emergência Contra Incêndio são norteados por uma Norma Técnica Brasileira, a NBR 15219/2005, em que se destacam como pontos capitais a identificação do princípio de incêndio, a disponibilização e utilização dos agentes extintores adequados e o treinamento da equipe de pronta resposta. Quanto ao treinamento das equipes, a Formação e Manutenção de Brigadas de Incêndio é um processo muitíssimo aconselhável. Trata-se de pessoal interno, preferencialmente da própria empresa, porém admitem-se terceirizados, que são treinados anualmente para comporem a primeira Competência 03 28 resposta em situações de incêndio e primeiros socorros. A Formação de Brigadas de Incêndio é regulamentada através da NBR 14276. É importante ressaltar, ainda, que os planos de emergência não se restringem a combate a incêndio, havendo planos para o colapso estrutural (comprometimento de parte ou da totalidade das estruturas), planos de evasão ou abandono (retirada parcial ou total da população do prédio), planos específicos, como emergência por vazamento de gás tóxico ou líquido corrosivo, entre outros. Esses Planos de Emergência têm, geralmente, objetivos limitados à empresa e suas demandas emergenciais. Porém, devem ser amplificados com a previsão de procedimentos de resposta não apenas no perímetro da empresa, mas que garanta a sanidade e recuperação de toda a área atingida no entorno. Entendeu até aqui? Veja maiores esclarecimentos na videoaula! 3.2 Plano de Abandono de Área Os termos Plano de Abandono de Área, Plano de Evasão e Plano de Abandono de Edificação são sinônimos e diferem apenas nos contextos nos quais são apresentados. São, em resumo: "o procedimento realizado pelas pessoas que ocupam uma edificação (ou empresa) que apresente algum risco à vida ou que alguém esteja na eminência de sofrer um acidente. De uma forma geral, é uma ação de desocupação do prédio, que tem por objetivo minimizar e prevenir o máximo possível a ocorrência de acidentes que possam provocar danos pessoais." (DEFESA CIVIL PR, 2013, p. 14) Portanto, a construção de Plano de Abandono é uma decisão refletida e tomada a partir de parâmetros claros, pois as pessoas não devem abandonar a edificação (empresa) de uma forma confusa e descoordenada. Nessa perspectiva, pode-se afirmar que, para haver uma evasão eficiente, é necessário que existam comandos (por voz,sistemas de som, eletrônicos ou luminosos) adequados e conhecidos por todos. Competência 03 29 Os pontos de encontro devem conter sinalização e a rota de fuga deve estar completamente desobstruída e indicada, inclusive com iluminação e pintura visíveis, mesmo durante a noite. Regra geral: sugere-se, inicialmente, a retirada das pessoas que não foram treinadas para o enfrentamento das emergências e que não são fundamentais aos processos vitais de funcionamento da empresa, em sinistros que justifiquem tal procedimento. Deve-se manter o pessoal de primeiro combate e os operadores dos sistemas não atingidos. Para entendermos melhor, vejamos a seguir um pequeno esquema de abandono de um conjunto de edificações: Figura 10 – Esquema Resumido do Plano de Abandono da Universidade São Judas Tadeu Fonte: http://www.usjt.br/cipa/mapa_abandono.html Competência 03 30 Ficou claro com essa imagem como podemos organizar um Plano de Abandono de Área? Além de conhecer a planta baixa da empresa e os seus arredores, o que mais seria necessário para a articulação e promoção desse tipo de plano? Veja a seguir o Plano de Auxílio Mútuo. 3.3 Plano de Auxílio Mútuo O Plano de Auxílio Mútuo (PAM) é um instrumento celebrado por duas ou mais empresas, privadas ou públicas, que se comprometem mutuamente a ajudarem de forma sistemática e efetiva em caso de emergências ou desastres. Esse plano presume que a união de esforços de empresas preferencialmente vizinhas ou no mínimo próximas será mais eficiente do que apenas o esforço da empresa sinistrada. Assim, através de protocolos próprios, as empresas pactuam conservando equipamento e pessoal habilitado a socorrer as instalações de qualquer um dos membros, multiplicando o poder de resposta em casos extremos. Para tanto, o treinamento conjunto, o conhecimento de todas as plantas fabris e comerciais, o comprometimento com a resposta rápida e parceria nas decisões colegiadas é fundamental. Em Pernambuco, existem alguns Planos de Auxílio Mútuo como o PAM – SUAPE, com 18 empresas privadas, órgãos públicos como Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária, no litoral Sul e o PAM - Curado em Jaboatão dos Guararapes. Competência 03 31 Figura 11 - Fotografia Aérea de Algumas Empresas do PAM - SAUPE Fonte: http://dc395.4shared.com/doc/VP-FdDFn/preview.html Acima vê-se uma imagem de cais de porto os quais estão um ao lado do outro. Presumindo que em cada um deles funciona uma empresa, seria interessante um Plano de Auxílio Mútuo - PAM? Durante a pactuação do PAM, a empresa compromete-se a disponibilizar um conjunto mínimo de equipamentos e uma quantidade mínima de pessoas treinadas em caso de emergência, tendo também o compromisso de manter um canal de recebimento de solicitações de apoio contínuo (24 horas). Além disso, deve socorrer, no menor tempo possível, com o pessoal e equipamento, a empresa em dificuldades. Encerramos esta semana e agora você já sabe o que são, para que servem e a importância de: um Plano de Emergência, um Plano de Abandono de Área e um Plano de Auxílio Mútuo. Na próxima semana, veremos algumas dicas de como elaborar e gerir estes planos. Até lá! Responda com atenção às nossas atividades! Competência 03 32 Para aprofundar nossa semana de estudo, você pode consultar o link: http://www.ambiente.sp.gov.br/cortafogo/files/2011/09/Guia-PAM.pdf Você encontrará dicas de como estabelecer um PAM, para prevenir e conter incêndios, e os princípios adotadas podem servir também para outras emergências Competência 03 33 4. COMPETÊNCIA 04 | PLANEJAR E ESTRUTURAR A ORGANIZAÇÃO PARA SUPORTAR PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA Após discutirmos um pouco sobre alguns procedimentos para minimizar as potenciais emergências, nesta semana, iremos estudar a estruturação da empresa para o enfrentamento delas. Como já vimos, existem planos de emergência a serem construídos, treinamentos a serem vivenciados e o mais importante a educação a ser implementada para o enfrentamento de crises. Isso deve ser algo inerente a todas as pessoas que compõem o time empresarial. Mas como fazer esta preparação? Aqui seguem algumas pistas. 4.1 Construção dos Planos de Emergência Inicialmente, é importante que os planos de emergência sejam construídos por pessoal técnico, contando com a colaboração de todos os companheiros de trabalho, principalmente com aqueles que primeiramente irão identificar e combater possíveis emergências. Não pode ser um documento complexo e guardado a sete chaves. Ao contrário, deve ser de domínio de todos e não apenas na construção, mas na revalidação anual deve ser amplamente discutido. Pode conter mapas e croquis que facilitem o entendimento e a ação em situações adversas. Lembrem-se de que o componente emocional pode ser minimizado a partir do conhecimento prévio e do treinamento. Competência 04 34 Figura 12 - Croqui de Plano de Emergência e Abandono (legendas em Espanhol) Fonte: http://prevencioncontraincendios.bligoo.cl Os Técnicos de Segurança no Trabalho podem buscar manuais e subsídios para construção de Planos de emergência em fontes confiáveis e órgãos reconhecidamente comprometidos com a segurança, por muitas vezes de forma gratuita e aberta. Como exemplo, o Corpo de Bombeiros Militar disponibiliza um manual para confecção do Plano de Emergência de Combate a Incêndio. 4.2 Construção e Fortalecimento de Planos de Auxílio Mútuo (PAM) Observando o entorno de uma empresa, você verá que existem outras instituições que poderão ajudá-lo no processo de contenção de uma emergência no seu parque empresarial. Nunca subestime a ajuda externa mesmo que a sua seja a maior e mais equipada empresa da localidade, pois nem um de nós é tão bom, quanto todos nós juntos (RAY KROC, 1987). De forma gratuita e livre, você tem acesso ao manual de construção de Planos de Emergências Contra Incêndio, no endereço: http://www.bombeiros.pr.gov.br/modules/conteudo/ conteudo.php?conteudo=142 Competência 04 35 Da mesma forma, é possível que existam, nas instituições da cercania, profissionais preocupados com uma efetiva resposta a emergências e dispostos a unir forças para o enfrentamento de desastres, necessitando apenas, por vezes, de uma intervenção para concretizar esta parceria. Lembre-se de que mesmo que não haja uma ligação direta entre a sua e a empresa vizinha, um sinistro naquela pode expandir-se para a sua. Logo, a segurança é uma construção coletiva dentro dos muros e fora deles. Se já existe um PAM, mesmo que esteja pouco ativo, é hora de atualizá-lo contatar os parceiros, construir um calendário de visitas e treinamento, verificar o sistema e forma de comunicação, recalibrar os kits básicos de atendimento, pois a tecnologia de resposta se modifica, empresas têm demandas de emergência que se alteram. Mas, sobretudo, prepare-se internamente, buscando os investimentos necessários, sensibilizando a diretoria e treinando rotineiramente as manobras em situação de sinistros. 4.3 Construção e Fortalecimento de Equipe Treinada De pouco adiantará possuir uma boa planificação em várias situações de emergência, adquirir e fortalecer parceiros externos para o enfrentamento de crises emergenciais, se na empresa não existe pessoal motivado e treinado para atender às demandas. Logo, preparar não só o pessoal de primeira resposta, mas treinar todas as pessoas envolvidas na vidaempresarial, distendendo-se a terceirizados, fornecedores e clientes é uma das atividades mais nobres da equipe de Gestão de Riscos. Existem modelos disponíveis na web que podem ser úteis para a construção de um PAM, como exemplo: o Estatuto do PAM do Porto de Belém do Pará.Observe-o com atenção: http://www2.cdp.com.br/arquivo/downloads/PAM_BELEM.pdf Competência 04 36 Naturalmente, o treinamento vai ser balizado pelas necessidades corporativas que na fase de identificação e análise de riscos deverão aflorar. Recomendamos, no mínimo, dois planos de treinamento inicialmente. O primeiro é que busque dotar de consciência e habilidades elementares em situação de desastre todos os integrantes da empresa. Estas habilidades estarão ligadas, sobretudo, ao conhecimento e prevenção dos riscos potenciais, como também aos procedimentos em situações extremas. Todos devem conhecer as rotas de fugas e pontos de encontro, conhecer as checagens que devem aferir antes de iniciar o abandono e possuir um senso de coletividade que distenda as preocupações de sobrevivência com os colegas e comunidade do entorno. O segundo grupo deverá compor a Brigada de Incêndio (NBR 14.276) da empresa. Destaca-se que, apesar do nome, esta brigada constitui-se em pessoal treinado não só para prestar o primeiro atendimento às situações de incêndio, mas também ao enfrentamento de outros sinistros ocorridos na empresa, como primeiro atendimento a funcionários feridos, orientação e coordenação de abandono da edificação, entre outros. Aquele grupo (Brigada de Incêndio) deverá ser dimensionado a partir de algumas variáveis como a área e a quantidade de pessoas que trabalham na empresa, quantos pavimentos (andares) ela possui, se é constituída de um ou mais prédios, com um foco especial na produção, estocagem ou comercialização de seus produtos. Mas é preciso também compreender que para cada processo produtivo ou comercial existem riscos específicos. Os treinamentos devem ser constantes, preferencialmente semanais, podendo em alguns casos ser mensais. Todos os anos, a brigada deverá participar de treinamento de revalidação em que as técnicas e procedimentos serão revisitados e outros aprendidos, pois o dinamismo dos conhecimentos para enfrentamento a sinistros é grande. Competência 04 37 A Brigada é constituída não apenas por profissionais que atuam exclusivamente na segurança da empresa como bombeiros privados (civis), segurança patrimonial e equipe de segurança no trabalho, mas por um contingente de funcionários que atua em funções próprias de produção e escritório, por exemplo. Em uma situação de emergência, funcionários dessa área podem deixar suas funções originais e incorporar a condição de brigadista. A norma brasileira (14276) aconselha que os brigadistas sejam preferencialmente: maiores de 18 anos, gozem de boa saúde, estejam a maior parte do tempo de trabalho na empresa, tenham um bom conhecimento das instalações e dominem a linguagem escrita (alfabetizados), porém nenhuma destas condições é impedimento para a participação na equipe. Figura 13 – Selo de Adequação a NBR – 14276 – Formação de Brigada de Incêndio Fonte: http://inbraep.com.br/curso-combate-incendios.php 4.4 Construção de Planos de Abandono Como foi visto anteriormente, o plano de abandono de área, destina-se a promover de forma ordeira a evasão de pessoas de uma edificação, sendo um instrumento bastante importante, principalmente quando nos deparamos com as estatísticas de pessoas mortas em emergências. Ao debruçarmo-nos sobre as investigações, vemos uma consistente quantidade de vidas que poderiam ser poupadas, se houvesse um plano de abandono previsto e treinado. Isso acontece porque pessoas ainda morrem presas em compartimentos fechados quando julgavam estar no encaminhamento da saída; outras vidas perdem-se em meio ao desespero, pisoteadas e intoxicadas por fumaça (gases tóxicos). Competência 04 38 Na busca da construção deste plano, sugerimos a leitura do manual criado pela Defesa Civil do Paraná. Esta leitura será importante também para a realização da sua atividade semanal. Naturalmente, este plano é específico para escolas e deve ser adaptado para as variáveis existentes em cada empresa, contudo os fundamentos podem ser adotados em qualquer empreendimento. Agora, vamos construir as atividades da semana! O Manual Completo que baliza a Plano de Evasão de Escolas está disponível em: http://www.defesacivil.pr.gov.br/arquivos/File/Brigada_Escolar/ Caderno_Brigada_2013_1.pdf. Vejamos outras dicas no cartaz organizado pelo Corpo de Bombeiros de Aveiro, cidade portuguesa, que busca prestar instruções para o abandono de uma escola. Cartaz com dicas para abandono seguro de uma escola no link: http://www.cm- aveiro.pt/www/cache/imagens/XPQ5FaAXX14331aGdb9zMjjeZKU.pdf Competência 04 39 5.COMPETÊNCIA 05 | CONTROLAR AS PERDAS ACIDENTAIS QUE ENVOLVAM COLABORADORES, PARCEIROS, FORNECEDORES, CLIENTES, COMUNIDADE E A PROPRIEDADE Depois de estudarmos o fortalecimento das estruturas empresariais para o enfrentamento de emergências na última semana, inclusive exercitando tais possibilidades na nossa aula presencial, é hora de iniciamos a fase de controle de perdas e recuperação, momento em que a instituição tenta administrar as consequências indesejáveis da emergência. Sem dúvida, a prevenção a emergências é a melhor escolha, por isso, enfatizamos os procedimentos profiláticos nas duas semanas iniciais. Mas, uma vez concretizado o sinistro, fingir que ele não aconteceu é o pior dos procedimentos. Devemos lembrar que a nossa responsabilidade reside fundamentalmente na manutenção das vidas, sobretudo humanas dentro e fora da empresa. Lembremos, por exemplo, de Bhopal na Índia, onde um vazamento de gás altamente tóxico da Union Carbide, empresa química lá instalada, atingiu a população que dormia inocentemente. Os ventos e o hábito de dormir em esteiras, ao nível do solo, levaram milhares de vidas, muitas delas sem nenhuma relação direta com a empresa. A primeira questão a ser enfrentada nesses casos é a comunicação interna e externa, que deve ser efetiva, mas não arrogante. É compreensível que as pessoas estejam nervosas e mesmo em pânico, devido à insegurança gerada por uma emergência. Portanto, os gestores devem ser diretos e verdadeiros, agindo com a tranquilidade necessária para dissipar o clima intranquilo. Não se deve superestimar o tamanho ou o potencial da organização, acreditando que nenhuma emergência colocará a empresa em dificuldade. Se nos lembrarmos, por exemplo, do petroleiro Exxon Valdez (http://discoverybrasil.uol.com.br/navios/emergencias_desastres/derramamento_exxon_va Competência 05 40 ldez/index.shtml), veremos que ele estava a serviço de uma das maiores petroleiras do mundo e isso não o impediu de derramar milhares de litros de combustível pesados no mar, gerando prejuízos financeiros e ambientais difíceis de serem calculados. Utilizando esse exemplo, destacamos que, além das perdas evidentes (milhares de animais marinhos, peixes e aves, bilhões de dólares para conter o vazamento e posteriormente tentar promover a ‘limpeza’ necessária após a contaminação), a Exxon Mobil foi atingida no ativo fundamental da credibilidade e confiança. Portanto, a repercussão na mídia tem também forte influência na recuperação das emergências, como é sugerido no gráfico abaixo: Figura 14 – Repercussão Públicae a Gravidade da Emergência Fonte: GOMES, 2010, p.15. Discutindo tal gráfico, podemos dar o seguinte exemplo: imagine um pequeno incêndio em um dos gabinetes da Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde a frequência muito baixa e a gravidade do sinistro é minimizada com a pronta resposta da brigada de profissionais altamente treinados. Contudo, a repercussão nacional e até mesmo internacional fará da emergência um acontecimento que exige respostas mais robustas. Em uma emergência já deflagrada, na qual os aparatos preventivos não foram possíveis de evitar o sinistro, os objetivos passam a ser: a atenção às vidas humanas envolvidas, a contenção do acidente no menor perímetro possível, a operacionalização do plano de combate e, se necessário, abandono; Competência 05 41 a manutenção das instalações vitais a sobrevivência da empresa, a estabilização e retorno à normalidade e, finalmente, as providências de recuperação. Na imagem abaixo, veem-se as primeiras providências de contenção do derramamento do óleo cru vazado do petroleiro Exxon Valdez: Figuras 15 e 16 – Trabalhos de Resposta ao Derramamento do Petroleiro Exxon Valdez Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Exxon_Valdez#mediaviewer/Ficheiro:OilCleanupAfterValdezSpill.jpg Em muitos casos, as despesas com indenizações e reconstrução suplantam os recursos da empresa, levando-a a falir e encerrar as suas atividades. A emergência ocorrida em uma mina no Chile que culminou com o aprisionamento e posterior resgate de 33 (trinta e três) mineiros, levou a empresa mineradora à falência. Analisemos este caso que, do ponto de vista humanitário, obteve sucesso. Em uma mina na localidade de San Jose, a empresa de exploração de cobre Minera San Esteban possuía uma mina ativa que em 05 de agosto de 2010 desmoronou parcialmente, deixando os mineiros presos há uma profundidade superior a 600 metros. Competência 05 42 Figura 17 – Mineiros aprisionados depois durante Emergência em Mina no Chile. Fonte: http://noticias.r7.com/internacional/noticias/relembre-o-drama-dos-mineiros- no-chile-20101008.html Dois dias depois, as operações de resgate foram iniciadas com a escavação de um duto de ventilação. O governo chileno encampou os esforços de resgate, a comunicação externa foi clara e direta. Os prazos para o salvamento e retirada dos trabalhadores foram equilibrados e sensatos, sendo o executado inferior ao previsto. As ações integradas foram adotadas e inúmeras agências, inclusive internacionais, participaram da operação. Figura 18 – Cápsula de Resgate dos Mineiros do Chile Fonte: veja.abril.com.br Competência 05 43 Toda essa conjunção de fatores levou ao êxito do resgate, que retirou todos os mineiros com vida de uma situação aparentemente sem solução. Mas como as pessoas se comportam diante desses tipos de situação? A Teoria de Kluber-Ross, que observou algumas reações indesejáveis comuns, baliza as ações das pessoas em situações críticas, ou seja, quando estão submetidas ao stress das emergências. São reações do tipo: estupor/surpresa, negação, enfado e depressão. Vejamos alguns exemplos: SURPRESA – “ O que está acontecendo na empresa, não somos infalíveis?” NEGAÇÃO – “Foi um episódio isolado! Não vai acontecer novamente!” ENFADO – “Estamos esgotados, não temos mais condições de continuar!” DEPRESÃO – “Devemos desistir desta emergência, pois é grande demais para nossas forças!” Figura 19 – Reação das Pessoas após o Atentado em 11 de Setembro de 2001 em Nova York. Fonte: http://noticias.band.uol.com.br/mundo/noticia/?id=183242 Competência 05 44 Os especialistas em Gerenciamento de Crises chamam atenção para que resistamos a estas posturas, pois o desânimo e desequilíbrio das lideranças poderão provocar o fracasso de toda a força de resposta. Examinemos, por fim, os terremotos ocorridos nos últimos anos no Haiti e no Japão, que tiveram consequências distintas, muito em função da preparação desses países para o enfrentamento a emergências complexas. O Japão sofre por ser a origem e o fim do Anel de Fogo do Pacífico. Um dos casos mais populares de preparação para emergências é o treinamento geral que é feito periodicamente com a população do Japão para casos de terremoto, maremotos e outros agravos naturais. Além disso, os japoneses possuem estruturas e construções adaptadas aos abalos sísmicos, além de uma cultura voltada para a prevenção. Figura 20 – Anel de Fogo do Pacífico Fonte: http://redescrobrindoeuropa.blogspot.com.br/2012/10/circulo-de-fogo.html O Haiti, também em área de tectonismo, é um dos países mais pobres das Américas, mas não possui estruturas, treinamento ou cultura prevencionista em larga escala. Competência 05 45 Em 12 de janeiro de 2010, um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter, a mais usada para aferir abalos sísmicos (tremores de terra), provocou o desabamento de vários edifícios inclusive parte do Palácio Presidencial do Haiti, promovendo uma tragédia humanitária sem precedentes no continente americano, com mais de 200 mil mortos, 250 mil feridos e mais de 1,5 milhão de pessoas desabrigadas. Hoje, meados do ano de 2014, o país ainda não se recuperou da tragédia (FRANCISCO, 2014). Figuras 21 e 22 – Imagens da Destruição no Haiti após o Terremoto de 2010 Fonte: http:revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca No Japão, pouco mais de um ano depois (março de 2011), houve um tremor mais intenso, com 9 graus na escala Richter, gerando inclusive um Tsunami que atingiu uma de suas Usinas Termo Nucleares. Além do terremoto, a onda gigante com altura de 10 metros e altíssima velocidade atingiu as ilhas que compõem o país: dezenas de cidades foram atingidas, plantações destruídas, uma parte considerável da indústria e outra da infraestrutura urbana foram fortemente avariadas. Contudo, os mortos foram contabilizados em pouco mais de 9 mil pessoas e o país iniciou seu processo de recuperação, quase que imediatamente após a emergência. Responder a uma emergência nuclear, desocupar todo um território contaminado, mesmo sofrendo outros tremores secundários e realizar um esforço de reconstrução rápido e bem sucedido são conquistas importantes do povo japonês após essa tragédia. Competência 05 46 Figura 23 e 24 – Contenção da Emergência e Recuperação no Japão, após Terremoto e Tsunami. Fonte: www.japaoemfoco.com Portanto, independentemente do tamanho da empresa, dos seus processos produtivos e riscos associados, ela deve perseguir os modelos de sucesso no enfrentamento das emergências. Neste exemplo, a maior contribuição para a contenção e resposta de sinistros veio da preparação, com uma política prevencionista que envolvia todos os atores, uma planificação (construção de planos) coerente e adequada às necessidades nacionais (corporativas) e um treinamento intensivo e cotidiano que fortaleceu a condição de resposta do país (empreendimento). Pois bem, chegamos ao final da nossa última semana. Continue assistindo à videoaula e fique atento às atividades desta semana! Competência 05 47 CONSIDERAÇÕES FINAIS Caríssimo estudante, Durante as cinco últimas semanas, estivemos juntos em uma jornada de conhecimento e troca de experiências muito ricas, em que pudemos discutir o papel do Técnico em Segurança noTrabalho, no contexto da Gestão de Riscos e Emergências. Neste material, pudemos discutir conceitos fundamentais como Ameaça, Vulnerabilidade, Risco e Segurança, assim como compreendemos as fases elementares da gestão de risco, que se inicia da identificação dos riscos, segue pela análise baseada na probabilidade e severidade, proporcionando duas condutas para eliminação do risco ou a sua mitigação para níveis aceitáveis. Vimos a questão dos Procedimentos Operacionais Padrão, Permissões de Trabalhos Especiais e o Uso dos Equipamentos de Proteção Individuais e Coletivos, como ações efetivas para o controle dos riscos. Juntos, estudamos a questão dos planejamentos que devem ser providenciados antes das emergências acontecerem, como os Planos de Emergência, Plano de Abandono da Edificação e Planos de Auxílio Mútuo. Em seguida, recebemos dicas de como construir ou melhorar estes planos. Confirmamos a importância da instrução continuada para todos os colaboradores da nossa empresa, buscando instrumentalizá-los em uma situação de crise. E, principalmente, o treinamento de nossa equipe de primeira resposta que deve passar por requalificação anualmente e formação conforme norma própria (NBR 14276). Finalmente, estudamos que empresas ou mesmo países que passam por situações de emergências, têm muito mais sucesso quando possuem planos bem elaborados e conhecidos por todos e equipes que agem como um time contendo os sinistros de forma efetiva e eficiente. Contando que nos encontraremos em um futuro próximo, em novos estudos ou na vida profissional, desejo-lhe muito sucesso. Até breve! 48 REFERÊNCIAS ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. Norma Técnica Brasileira 15219. Plano de Emergência Contra a Incêndios. Rio de Janeiro, 2005. _______________. Norma Técnica Brasileira 14276. Formação de Brigadas de Incêndio. Rio de Janeiro, 2006. BORGES, B. I. Crítica e Teorias da Crise. Porto Alegre: Edipucs, 2004. CBMPR, Corpo de Bombeiros Militar do Paraná. Plano de Emergência Contra Incêndio. Disponível em http// http://www.bombeiros.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=142. Acesso em: 25jun14. DATTILIO, Frauds M.; FREEMAN, Arthur. Estratégias Cognitivo-comportamentais de Intervenção em Situações de crise. s.l.: ARTMED, 2001. DEFESA CIVIL PARANÁ. Manual de Procedimentos do Plano de Abandono. Curitiba: PR, 2013. FINOCCHIO, Marcos A. F. Planificação de Emergências e Atendimento a Catastrófes. Disponível em: http//paginapessoal.utfpr.edu.br/emergencias/AULA23GRANDESACIDE. Acesso em: 08jul2014. FRANCISCO, Wagner de C. O terromoto no Haiti. Disponível em: http://www.brasilescola.com/geografia/o-terremoto-no-haiti.htm . Acesso em 02jun14. GOMES, Graça M. Gerenciamento de Crises. PosEADc, Brasília, 2010 LUECKE, Richard. Gerenciando a Crise. Editora: RECORD, 2010. SOUZA, Wanderley Marcarenhas. Gerenciando Crises de Segurança. Ed: Sicurezza, São Paulo, 2011. 49 MINICURRÍCULO DO PROFESSOR PESQUISADOR Sou o professor Cristiano Corrêa e, antes de tudo sou um aprendiz como você. Sou Doutorando de Engenharia de Segurança Contra Incêndio – UFPE, Mestre em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável, Especialista em Gestão Governamental, pela Universidade de Pernambuco. Ademais, trabalho como professor de cursos técnicos em segurança do trabalho em algumas instituições no Estado, além de colaborar em Instituições Superiores de Ensino como professor e pesquisador. Estou a seu dispor através do Sistema AVA ou ainda no endereço eletrônico: cristianocorreaaprendiz@gmail.com
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