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Legislação Aplicada à Área de Riscos e Emergências Arthur Paiva Curso Técnico em Segurança do Trabalho Educação a Distância 2015 EXPEDIENTE Professor Autor Arthur Cavalcanti de Paiva Design Instrucional Deyvid Souza Nascimento Maria de Fátima Duarte Angeiras Renata Marques de Otero Terezinha Mônica Sinício Beltrão Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevedo Diagramação Klébia Carvalho Coordenação Manoel Vanderley dos Santos Neto Coordenação Executiva George Bento Catunda Coordenação Geral Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação (Rede e-Tec Brasil). Agosto, 2015 P149l Paiva, Arthur. Legislação Aplicada à Área de Riscos e Emergências: Curso Técnico em Segurança do Trabalho: Educação a distância / Arthur Paiva. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, 2015. 79 p.: il. 1. Educação distância. 2. Prevenção de incêndios. 3. Regulamento de incêndios. 4. Prevenção de acidentes. I. Paiva, Arthur. II. Título. III. Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco. IV. Ministério da Educação. V. Rede e-Tec Brasil. CDU – 614.841 Sumário INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 7 1. COMPETÊNCIA 01 | LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ESPECÍFICA A INCÊNDIOS .......................................... 9 1.1 Consolidação das Leis Trabalhista – CLT .....................................................................................................9 1.2 NR-23 – Prevenção de Incêndios ............................................................................................................. 11 1.2.1 Objetivo ................................................................................................................................................. 12 1.2.2 Saídas .................................................................................................................................................... 12 1.2.3 Portas .................................................................................................................................................... 13 1.2.4 Escadas .................................................................................................................................................. 14 1.2.5 Ascensores ............................................................................................................................................ 14 1.2.6 Portas Corta-Fogo ................................................................................................................................. 15 1.2.7 Combate ao Fogo .................................................................................................................................. 15 1.2.8 Exercício de Alerta ................................................................................................................................ 16 1.2.9 Classes de Fogo ..................................................................................................................................... 17 1.2.10 Extinção por Meio de Água (Hidrantes) .............................................................................................. 17 1.2.11 Chuveiros Automáticos (Sprinklers). ................................................................................................... 18 1.2.12 Extintores ............................................................................................................................................ 19 1.2.12.1 Extintores Portáteis .......................................................................................................................... 19 1.2.12.2 Tipos de Extintores Portáteis ........................................................................................................... 19 1.2.12.3 Inspeção dos Extintores ................................................................................................................... 20 1.2.12.4 Quantidade de Extintores ................................................................................................................ 20 1.2.12.5 Localização e Sinalização dos Extintores .......................................................................................... 21 1.2.13 Sistemas de Alarme ............................................................................................................................. 22 1.3 COSIPE - Código de Segurança Incêndio e Pânico de Pernambuco ......................................................... 24 1.3.1 Classificação das Ocupações ................................................................................................................. 25 1.3.1.1 Tipo A - Residencial Privativa Unifamiliar .......................................................................................... 26 1.3.1.2 Tipo B - Residencial Privativa Multifamiliar ....................................................................................... 26 1.3.1.3 Tipo C - Residencial Coletiva .............................................................................................................. 27 1.3.1.4 Tipo D - Residencial Transitória.......................................................................................................... 28 1.3.1.5 Tipo E - Comercial .............................................................................................................................. 29 1.3.1.6 Tipo F - Escritórios .............................................................................................................................. 30 1.3.1.7 Tipo G - Mista ..................................................................................................................................... 30 1.3.1.8 Tipo H - Reunião de Público ............................................................................................................... 31 1.3.1.9 Tipo L - Industrial ................................................................................................................................ 31 1.3.2 Definição dos Sistemas ......................................................................................................................... 32 1.3.3 Dos Sistemas de Prevenção e Combate a Incêndios ............................................................................. 34 1.3.3.1 Dos Sistemas Portáteis e Transportáveis ........................................................................................... 34 1.3.3.2 Dos Sistemas Fixos Automáticos e Sob Comando ............................................................................. 37 1.3.3.2.1 Dos Sistemas de Hidrantes e de Carretel com Mangotinho ........................................................... 37 1.3.3.2.2 Dos Sistemas de Chuveiros Automáticos - Sprinklers ..................................................................... 38 1.3.4 Do Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio .................................................................................... 38 1.3.5 Dos Sistemas e Dispositivos para Evacuação de Edificações ................................................................ 38 1.3.5.1Acessos ............................................................................................................................................... 39 1.3.5.2 Das Escadas de Emergência ............................................................................................................... 39 1.3.5.3 Das Portas .......................................................................................................................................... 40 1.3.6 Do Sistema de Iluminação de Emergência ............................................................................................ 40 1.3.7 Do Sistema de Sinalização de Saídas de Emergência ............................................................................ 41 1.4 Outras Normas relativas à Prevenção de Incêndios ................................................................................ 41 1.4.1 IRB – Instituto de Seguros Privados do Brasil ....................................................................................... 41 1.4.2 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ............................................................................... 42 2. COMPETÊNCIA 02 l LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ESPECÍFICA A PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIAS 44 2.1 NBR 14.276 – Programa de Brigada de Incêndio ..................................................................................... 45 2.1.1 Objetivo ................................................................................................................................................. 45 2.1.2 Definições .............................................................................................................................................. 45 2.1.3 Princípios Básicos .................................................................................................................................. 47 2.1.4 Composição da Brigada de Incêndio ..................................................................................................... 47 2.1.5 Critérios Básicos para Seleção de Candidatos a Brigadista ................................................................... 47 2.1.6 Organização da Brigada ........................................................................................................................ 48 2.1.7 Organograma da Brigada de Incêndio .................................................................................................. 48 2.1.8 Programa do Curso de Formação de Brigada de Incêndio.................................................................... 50 2.1.9 Atribuições da Brigada de Incêndio ...................................................................................................... 50 2.1.9.1 Ações de Prevenção ........................................................................................................................... 50 2.1.9.2 Ações de Emergência ......................................................................................................................... 51 2.1.10 Procedimentos Básicos de Emergência .............................................................................................. 51 2.1.10.1 Alerta ................................................................................................................................................ 51 2.1.10.2 Análise da Situação .......................................................................................................................... 51 2.1.10.3 Primeiros Socorros ........................................................................................................................... 52 2.1.10.4 Corte de Energia ............................................................................................................................... 52 2.1.10.5 Abandono de Área ........................................................................................................................... 52 2.1.10.6 Confinamento do Sinistro ................................................................................................................ 52 2.1.10.7 Isolamento da Área .......................................................................................................................... 53 2.1.10.8 Extinção ............................................................................................................................................ 53 2.1.10.9 Investigação ..................................................................................................................................... 53 2.1.11 Controle do Programa de Brigada de Incêndio ................................................................................... 53 2.1.11.1 Reuniões Ordinárias ......................................................................................................................... 53 2.1.11.2 Reuniões Extraordinárias ................................................................................................................. 54 2.1.12 Exercícios Simulados ........................................................................................................................... 54 2.1.13 Procedimentos Complementares ....................................................................................................... 55 2.1.14 Recomendações Gerais ....................................................................................................................... 55 2.2 NR-05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA ................................................................ 56 2.2.1 Do Objetivo ........................................................................................................................................... 57 2.2.2 Da Constituição ..................................................................................................................................... 57 2.2.3 Da Organização ..................................................................................................................................... 58 2.2.4 Das Atribuições ..................................................................................................................................... 58 2.2.4.1 Da CIPA ............................................................................................................................................... 58 2.2.4.2 Cabe ao Empregador .......................................................................................................................... 59 2.2.4.3 Cabe aos Empregados ........................................................................................................................ 59 2.2.4.4 Cabe ao Presidente da CIPA ............................................................................................................... 60 2.2.4.5 Cabe ao Vice-Presidente .................................................................................................................... 60 2.2.4.6 Atribuições Comuns do Presidente e do Vice-Presidente da CIPA .................................................... 60 2.2.4.7 Cabe ao Secretário da CIPA ................................................................................................................ 60 2.2.5 Do Funcionamento ................................................................................................................................ 61 2.2.6 Do Treinamento .................................................................................................................................... 62 2.2.7 Das Contratantes e Contratadas ........................................................................................................... 63 3. COMPETÊNCIA 03 l LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ESPECIFICAA ACIDENTES DO TRABALHO ................ 65 3.1 O Acidente de Trabalho na CF e na CLT ................................................................................................... 66 3.2 Lei de Acidentes do Trabalho - Lei nº 8.213............................................................................................. 68 3.2.1 Acidente do Trabalho ............................................................................................................................ 68 3.2.2 Considera-se Acidente do Trabalho (Art. 20 da Lei nº 8.213) ............................................................... 69 3.2.3 Não é Considerado como Doença do Trabalho (Art. 20, §1º da Lei 8.213) .......................................... 70 3.2.4 Equiparam-se a Acidente do Trabalho (Art. 21 da Lei nº 8.213) .......................................................... 71 3.2.5 Comunicação do Acidente - CAT (Art. 22 da Lei nº 8.213) .................................................................... 73 3.2.6 Dia do Acidente (Art. 23 da Lei nº 8.213).............................................................................................. 74 3.3 Da Responsabilidade sobre o Acidente de Trabalho ............................................................................... 75 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 78 INTRODUÇÃO Prezado aluno, Você está iniciando uma nova etapa do caminho para se tornar um Técnico em Segurança do Trabalho. Por isso, é importante conhecer a legislação aplicada à área de riscos e emergências. Inicialmente, você notará que a legislação brasileira tem se preocupado com os riscos por que passam o trabalhador e o cidadão nas diversas atividades que envolvem a convivência humana. Tanto na Constituição do Brasil de 1988, como no Direito do Trabalho e Previdenciário, verificamos que surgem constantemente mudanças a fim de adequar as leis à realidade da dinâmica das relações sociais promovidas pelos seres humanos tanto em seu ambiente laboral como nos demais em que se desenvolvem pelas mais diversas formas de relacionamentos. Esta convivência pode trazer, muitas vezes, riscos ou provocar acidentes. Sendo assim, a Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT, do ponto de vista da Segurança e Medicina no Trabalho, dedicou um capítulo tratando de exigências e obrigações tanto do trabalhador, como do empregador, para ver garantida a incolumidade e preservada a vida humana, quanto aos riscos advindos da atividade produtiva. No decorrer do nosso curso, você perceberá que as leis determinam as regras e limites de tolerância, para cada tipo de risco ou perigo, os padrões e parâmetros exigíveis à segurança do trabalhador e ambiental. Estas normas trazem obrigatoriedade desde a concepção de projetos de plantas industriais e ambientais de trabalho, até atitudes e comportamentos dos envolvidos, tanto na segurança, seja ela de incêndios, seja de acidentes e outras emergências, como na organização de métodos de trabalhos e sistemas existentes na organização, quando estes trouxerem probabilidade de danos à saúde dos colaboradores. Assim, todos esses aspectos sugeridos anteriormente serão estudados em três competências. Na primeira, trataremos da legislação brasileira específica a incêndios. Você notará que há normas exigíveis comuns a todos os estados da nação, bem como as específicas e próprias de cada um deles, emanadas pelo Corpo de Bombeiros local. Também terá oportunidade de conhecer a NR-23 que fala sobre a prevenção de incêndios, o Código de Segurança Incêndio aplicado no Estado de Pernambuco, a recomendações da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados do Brasil) e as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), principalmente a NBR – 14276 – Brigada de Incêndio. Na competência seguinte, estudaremos sobre as recomendações para procedimentos de emergências que a legislação traz. Nesse contexto, você observará que “o primeiro propósito da lei é a redução máxima, ou seja, a eliminação do agente prejudicial. Quando isso for impossível, tecnicamente, o empregador terá de, pelo menos, reduzir a intensidade do agente prejudicial para o território das agressões toleráveis” (OLIVEIRA, p. 118, 1998). Finalmente, na competência 3, você terá a possibilidade de conhecer a legislação brasileira específica a acidentes do trabalho, principalmente as normas contidas na CLT, Lei de acidentes do trabalho e outras correlatas. Portanto, esperamos que o trabalho nestas próximas semanas possibilite o desenvolvimento dessas competências, necessárias ao seu crescimento profissional. Os conhecimentos produzidos em nossa disciplina serão necessários para você enfrentar os desafios de uma indústria e comércio cada vez mais exigente e, sobretudo, competitivo. Assim, convidamos você para juntos iniciarmos esta caminhada. 9 1. COMPETÊNCIA 01 | LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ESPECÍFICA A INCÊNDIOS No Brasil, a legislação relativa a incêndios é bem esparsa. Encontramos alguns órgãos interessados no assunto, que emitem normas e recomendações cuja obrigatoriedade advém da lei, com o propósito de proteção seja do ser humano, seja da edificação e métodos por si só. 1.1 Consolidação das Leis Trabalhista – CLT A CLT no capítulo da Medicina e Segurança do Trabalho, em seu art. 154, faz suas recomendações e obriga as empresas a cumprirem não só as normas que a lei federal instituir, bem como as emanadas dos poderes municipais e estaduais. Vejamos: Art. 154 - A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capitulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho. (grifamos). Desta forma, caro aluno, a Empresa deve cumprir tanto as normas que as posturas municipais determinarem, como as que o Estado Membro, no nosso caso – o Estado de Pernambuco, exigir. É por isso que o Código de Incêndio e Pânico do Corpo de Bombeiros do Estado - COSIPE torna-se obrigatório a todas as empresas fixadas no Estado. Por outro lado, note que a CLT impõe às mesmas empresas, indústrias e comércios, o cumprimento das normas relativas à segurança e medicina do trabalho no dizer do art. 157: Art. 157 - Cabe às empresas: I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; Competência 01 10 IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Agora você pergunta: E quanto aos trabalhadores, a lei nem quer saber deles? Espere um pouco! A lei não se esqueceu dos trabalhadores, posto que eles têm participação efetiva nas causas de acidentes e desastres nas empresas, ora como vítimas ora como protagonistas destes. No art. 158, a CLT cuidou de obrigar o empregado a cumprir as normas de segurança: Art. 158 - Cabe aos empregados: I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) à observância das instruções expedidas peloempregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. E sobre incêndios, a lei também fala? Quando trata da prevenção a incêndios, a legislação trabalhista remete à responsabilidade dos órgãos específicos sobre o assunto: fazer exigir procedimentos e cumprir regras que, ao menos, reduzam as possibilidades de ocorrer incêndios e acidentes decorrentes destes, principalmente em atividades com inflamáveis e explosivos. Veja-se: Art. 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre: I - omissis; II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos, bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas; III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto à prevenção de explosões, incêndios, Competência 01 11 desmoronamentos e soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc. e facilidades de rápida saída dos empregados; IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra-fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização; V ao VII - omissis Portanto, você pode notar que a legislação ordinária brasileira que trata das relações de trabalho, dentre tantos aspectos, preocupa-se com a segurança e saúde do trabalhador. Agora, vamos ver as normas mais especificas sobre o assunto, tanto no âmbito local como federal. 1.2 NR-23 – Prevenção de Incêndios Quando a CLT remete aos órgãos a regulamentação sobre incêndios, prontamente o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), através da Portaria nº 3.214 - Proteção Contra Incêndio para Locais de Trabalho, baixou a Norma Regulamentadora nº 23 – NR-23 que trata das especificações, exigências e normatização das medidas necessárias para proteger o ambiente e os trabalhadores dos riscos de incêndios. A NR 23 tem a sua base jurídica assegurada no art. 200, inciso IV da CLT. Passemos, então, a estudá-la conhecendo suas exigências, orientações, recomendações e parâmetros, os quais consideramos importantes ao Técnico de Segurança do Trabalho http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A2E7311D1012FE5B55484530 2/nr_23_atualizada_2011.pdf Competência 01 12 1.2.1 Objetivo A NR-23 tem por objetivo estabelecer regras exigíveis a toda empresa (indústria ou comércio) que exerça atividades laborativas e produtivas quanto à proteção e combate a incêndios, visando evitar acidentes e desastres desta natureza. Também estabelece as medidas de proteção contra incêndios de que devem conter os ambientes de trabalho, com vista à proteção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. Obriga esta norma que os estabelecimentos tenham: Proteção contra incêndio; Saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de incêndio; Equipamento suficiente para combater o fogo em seu início; Pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos. 1.2.2 Saídas Segundo a NR em questão, os locais de trabalho deverão ter saídas, em número suficiente e dispostas de modo que as pessoas que nele se encontrem possam abandonar o ambiente com rapidez e segurança, em caso de emergência. Contendo as seguintes características: Figura 01 – Saída de Emergência Fonte: https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRStthiLc7_6NYhUKLP9 awzdB5nJrtEzL_a591C5HU8qin03TKeJA Competência 01 13 A largura mínima das aberturas de saída deverá ser de 1,20m (um metro e vinte centímetros). O sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do local de trabalho. OBS: Admite-se que a porta de acesso interno da compartimentação (salas, setores, departamentos, etc.) da edificação seja para o interior do próprio ambiente. Os corredores de acesso imediato às saídas devem ter caráter permanente e completamente desobstruído, para que haja circulações internas ou corredores de acesso contínuos e seguros, com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros). As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída. A distância entre as saídas não deve ser superior a 15,00m (quinze metros) nas edificações de risco grande e 30,00m (trinta metros) nas de risco médio ou pequeno. As saídas e as vias de circulação não devem comportar escadas nem degraus; as passagens serão bem iluminadas. 1.2.3 Portas Figura 02 – Portas Fonte:https://encrypted-bn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSr0quHNPt4taj 2MmP5-6fyZC9Z2YiJN-ipI2FGZxwVV_oqg2ArVQ As portas de saída devem ser de batentes ou portas corrediças horizontais, a critério da autoridade competente em segurança do trabalho. As portas verticais, as de enrolar e as giratórias não serão permitidas em comunicações internas. Todas as portas de batente, tanto as de saída como as de comunicações internas, devem: a) abrir no sentido da saída; b) situar-se de tal modo que, ao se abrirem, não impeçam as vias de passagem. Competência 01 14 As portas que conduzem às escadas devem ser dispostas de maneira a não diminuírem a largura efetiva dessas escadas. As portas de saída devem ser dispostas de maneira a serem visíveis, ficando terminantemente proibido qualquer obstáculo, mesmo ocasional, que entrave o seu acesso ou a sua vista. Nenhuma porta de entrada, de saída ou de emergência de um estabelecimento ou local de trabalho, deverá ser fechada a chave, aferrolhada ou presa durante as horas de trabalho, exceto quando for dotada de dispositivos de segurança, que permitam a qualquer pessoa abri-las facilmente do interior. Em hipótese alguma, as portas de emergência deverão ser fechadas pelo lado externo, mesmo fora do horário de trabalho. 1.2.4 Escadas A NR-23 obriga que todas as escadas, plataformas e patamares deverão ser feitos com materiais incombustíveis e resistentes ao fogo. Figura 03 – Escadas Fonte: https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcR5OG2bGtn TzHpr6otFjLajPpI6EfphydGD8Wk-fJdmpDM0glue 1.2.5 Ascensores Tal como as escadas, os poços de elevadores (ascensores) e monta-cargas respectivos, nas construções de mais de dois pavimentos, devem ser inteiramente de material resistente ao fogo. Competência 01 15 Figura 04 – Ascensores Fonte: https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRsBDG3C71RMk _TGJLSBCmLgp9ME6NZXLArVJyfCvssQ-Vqz4H-8g 1.2.6 Portas Corta-Fogo As aberturas de acesso às caixas de escadas deverão ser providas por portas corta-fogo, com fechamento automático e podendo ser abertas facilmente pelos dois lados. 1.2.7 Combate ao Fogo Quando trata do combate a incêndio, a NR-23 não se preocupa com a técnica e a tática de combate a incêndios, porém recomenda que as equipes e pessoas treinadas, assim que perceberem o aparecimento do fogo, executem as seguintes tarefas: Acionar o sistema de alarme; Chamar imediatamente o Corpo de Bombeiros; Desligar máquinas e aparelhos elétricos, quando o desligamento não envolver riscos adicionais; Atacaro fogo o mais rapidamente possível, pelos meios adequados. Recomenda a referida norma que as máquinas e aparelhos elétricos não devem ser desligados em caso de incêndio, mas deverão conter placa com aviso referente a este fato, junto à chave de interrupção. Competência 01 16 1.2.8 Exercício de Alerta Ainda seguindo a linha preventiva e protetiva, a NR orienta que os exercícios de combate ao fogo devem ser feitos periodicamente, com o objetivo de que: As pessoas memorizem o significado do sinal de alarme; Saibam fazer evacuação do local em boa ordem; Seja evitado qualquer pânico; Sejam atribuídas tarefas e responsabilidades específicas aos empregados; Seja verificado se a sirene de alarme foi ouvida em todas as áreas. Note-se que os exercícios para fixação de procedimentos deverão ser realizados sob a direção de pessoas capazes de preparar e dirigir os treinamentos programados, como os TST’ que deverão levar em conta as características ambientais. Por isso, devem ser preparados como se fossem para um caso real de incêndio. Nas Empresas que possuem bombeiros civis nos seus quadros, os exercícios devem se realizar periodicamente, de preferência, sem aviso e se aproximando, o mais possível, das condições reais de combate ao incêndio. Aquelas que não mantêm equipes de bombeiros deverão ter alguns membros do pessoal operativo, assim como guardas e vigias, especialmente treinados para manejar corretamente o material de luta contra o fogo e o seu emprego. Assim, vamos agora entender como funcionam as classes de fogo? Competência 01 17 1.2.9 Classes de Fogo Figura 05 – Classes do Fogo Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-ujKgmJC5W_8/TsDz5F4Ee-I/AAAAAAAAATc/ Moqq9kre838/s1600/clip_image002.jpg) A NR-23 adota, a fim de facilitar a sua aplicação, a seguinte classificação de fogo: Classe A - materiais sólidos de fácil combustão que queimam em superfície e profundidade, deixando resíduos. Exemplos: tecidos, madeira, papel, fibra, etc.; Classe B – são os líquidos e fluidos inflamáveis que queimam somente em sua superfície e não deixam resíduos. Exemplos: óleo, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc.; Classe C – quando o fogo ocorre em equipamentos elétricos energizados como motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc. Classe D – fogo em elementos químicos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio. 1.2.10 Extinção por Meio de Água (Hidrantes) Figura 06 – Hidrante Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9Gc RtnQ8CCyTgvBuUP2LNpxjhP6WFPCLQ0tL4xm3tZy_Pq1IMfRTv) Competência 01 18 Nas indústrias com 50 (cinquenta) ou mais empregados, deve haver um aprisionamento conveniente de água sob pressão, a fim de, a qualquer tempo, extinguir os começos de fogo de Classe A. Os pontos de captação de água deverão ser facilmente acessíveis e situados ou protegidos de maneira a não poderem ser danificados. Além disso, esses pontos e os encanamentos de alimentação deverão ser experimentados, frequentemente, a fim de evitar o acúmulo de resíduos. A água nunca deve ser empregada em fogo de: Classe B, salvo quando pulverizada sob a forma de neblina; Classe C, salvo quando se tratar de água pulverizada (muito cuidado com esta exceção, pois os especialistas têm restrições); Classe D. 1.2.11 Chuveiros Automáticos (Sprinklers). Figura 07 – Sprinkler Fonte:http://2.bp.blogspot.com/_jrntocwocpc/r4raalpxo5i/aaaaaaaaadg/evfbkkk oyuq/s220/sprinkler.gif Os chuveiros automáticos, também chamados de sprinklers, devem ter seus registros sempre abertos, e só poderão ser fechados em casos de manutenção ou inspeção, com acompanhamento e supervisão do setor de segurança do trabalho. Competência 01 19 Deve haver um espaço livre de pelo menos 1,00m (um metro) logo abaixo e ao redor dos pontos de chuveiros, buscando assegurar uma inundação eficaz. 1.2.12 Extintores A norma do MTE de proteção a incêndios exige que os aparelhos extintores, utilizados pelas empresas obedeçam às normas brasileiras e sejam inspecionados, com a aposição do selo de conformidade do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO. 1.2.12.1 Extintores Portáteis Figura 08 – Extintores Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9 GcSZPdiCaxTAFdq0F7t9fOVQaQHGemXSzGrwNJONuJf6ip5zb_aL Todos os estabelecimentos, mesmo os dotados de chuveiros automáticos, deverão ser providos de extintores portáteis, a fim de combater o fogo em seu início. Tais aparelhos devem ser apropriados à classe do fogo a extinguir. 1.2.12.2 Tipos de Extintores Portáteis O extintor tipo "Espuma" usado nos fogos de Classe A e B. O extintor tipo "Dióxido de Carbono" usado, preferencialmente, nos fogos das Classes B e C, embora possa ser usado também nos fogos de Classe A em seu início. Competência 01 20 O extintor tipo "Químico Seco" é indicado para fogo das Classes B e C. As unidades de tipo maior de 60 a 150 kg deverão ser montadas sobre rodas. Nos incêndios Classe D, será usado o extintor tipo "Químico Seco Especial"; o pó químico será especifico a cada elemento pirosfórico. O extintor tipo "Água Pressurizada", ou "Água-Gás" (capacidade variável entre dez e dezoito litros) deve ser usado em fogos Classe A. 1.2.12.3 Inspeção dos Extintores Cada aparelho extintor deverá ter uma ficha de controle de inspeção e ser inspecionado visualmente a cada mês, pelo exame dos aspectos externos, lacres, manômetros. Se o extintor for do tipo pressurizado, verificar se o bico e válvulas de alívio não estão entupidos. No corpo do extintor deverá ter uma etiqueta de identificação, devidamente protegida para se evitarem danos nos dados contidos, onde conste: A data em que foi carregado; A data para recarga e Número de identificação. Deverão ser pesados semestralmente os cilindros dos extintores de pressão injetada. Se a perda de peso for além de 10% (dez por cento) do peso original, deverá ser providenciada a sua recarga. Já o extintor do tipo "Espuma" deverá ser recarregado anualmente. 1.2.12.4 Quantidade de Extintores Nas ocupações ou locais de trabalho, a quantidade de extintores será determinada pelas condições seguintes, estabelecidas para uma unidade extintora. Competência 01 21 ÁREA COBERTA P/UNID DE EXTINTORES RISCO DE FOGO CLASSE DE OCUPAÇÃO * Segundo TSIB - IRB DISTÂNCIA MÁXIMA A SER PERCORRIDA 500 m2 Pequeno “A” – 01 e 02 20 metros 250 m2 Médio “B” – 02, 04, 05 e 06 10 metros 150 m2 Grande “C” – 07, 08, 09, 10, 11, 12 e 13 10 metros Quadro 01 – Extintores - Cobertura, Ocupação e Risco Independentemente da área ocupada, deverão existir pelo menos dois extintores para cada pavimento. 1.2.12.5 Localização e Sinalização dos Extintores Os extintores deverão ser colocados em locais de: Fácil visualização; Fácil acesso; Onde haja menos probabilidade de o fogo bloquear o seu acesso. Os locais destinados aos extintores devem ser assinalados por um círculo vermelho ou por uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas. Deverá ser pintada de vermelho uma área do piso embaixo do extintor, no mínimo de 1,00m x 1,00m (um metro x um metro), a qual deverá estar totalmente desobstruída. A parte superior dos aparelhos não deverá estar a maisde 1,60m (um metro e sessenta centímetros) acima do piso. Competência 01 22 Figura 09 – Fixação de Extintores Fonte: http://www.dinamicasistemas.com.br/upload/images/ES-TO+D+4640+ 2012+Figura1.bmp As normas não aceitam que os extintores estejam fixados e localizados dentro das escadas. Bem assim, os extintores sobre rodas precisam ter sempre o livre acesso a qualquer ponto do ambiente que protege. Os extintores não poderão ser encobertos por pilhas de materiais. 1.2.13 Sistemas de Alarme Figura 10 – Alarme de Incêndio Fonte: https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS Bje6hPzB2vIQwKNFPX7YX7xaU86lAsoKAJ9r0LkOzPNkDs_C0 Competência 01 23 Nos estabelecimentos de riscos elevados ou médios, deverá haver um sistema de alarme capaz de dar sinais perceptíveis em todos os locais da construção. Devendo cada pavimento do estabelecimento ser provido de um número suficiente de pontos capazes de colocar em ação o sistema de alarme adotado, sendo as campainhas ou sirenes de alarme deverão emitir um som distinto em tonalidade e altura, de todos os outros dispositivos acústicos do estabelecimento. Os botões de acionamento de alarme devem ser colocados nas áreas comuns dos acessos dos pavimentos, bem assim em lugar visível e no interior de caixas lacradas com tampa de vidro ou plástico, facilmente quebrável. Esta caixa deverá conter a inscrição "Quebrar em caso de emergência". Caro aluno, você certamente notou que a NR-23 tratou de estabelecer padrões mínimos e não se aprofundou nas questões mais técnicas e especificações construtivas, seja da edificação seja do equipamento. Naturalmente você se pergunta: Então a legislação brasileira não cuidou de regulamentar e fazer as exigências relativas às proteções estruturais e dimensões dos equipamentos da proteção e prevenção a incêndios? Cuidou sim, apenas a NR-23 não se aprofundou, deixando para que a legislação de cada Estado e as normas de seguro fizesse todas as demais exigências. Igualmente, as normas do IRB – Instituto de Resseguro do Brasil, através da SUSEP – Superintendência de Seguros Privados, pela TSIB – Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil apresentam outra série de obrigações às empresas, não mais procedimentais e sim especificadoras de equipamentos e condições construtivas e estruturais das edificações. Vamos ver então essas normas? Competência 01 24 1.3 COSIPE - Código de Segurança Incêndio e Pânico de Pernambuco Cada Estado do Brasil tem sua norma própria de prevenção e combate a incêndio, que são aplicadas e exigidas pelo Corpo de Bombeiros local, principalmente quanto aos aspectos construtivos da edificação como: aberturas de portas, sua largura e material que deve ser construída; largura de rotas de fuga; escadas, sua construção, ventilação, iluminação e proteção; equipamentos de prevenção a incêndios, tais como extintores, hidrantes, sistemas de detecção e alarmes e sistemas de chuveiros automáticos (sprinklers), dentre outros. O COSIPE, norma de Segurança, Incêndio e Pânico adotada no Estado de Pernambuco, traz consigo uma série de obrigações e padrões para serem cumpridas nas edificações residenciais coletivas, estabelecimentos industriais e comerciais, escolas e similares, repartições públicas, hospitalares e outras, visando dotar a edificação das condições mínimas de segurança, implementando a chamada proteção estrutural ou física (aquelas que se incorporam a estrutura do prédio e coloca-se à disposição do ocupante para enfrentamento das situações de acidentes ou riscos ambientais). O COSIPE se apresenta organizado em 04 livros, dispostos em títulos que, por sua vez, apresentam- se em capítulos. O Livro I – Das disposições Gerais – vem dizer da finalidade do Código, da competência do Corpo de Bombeiros de Pernambuco para estabelecer e exigir regras de proteção e prevenção a Incêndios e pânico. Mais adiante expõe as definições dos riscos de incêndios, da classificação das ocupações e da definição dos sistemas. O Livro II trata do Sistema de Segurança contra Incêndios e Pânico, apresentando os Sistemas de Prevenção e Combate a Incêndios, o Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio, o Sistema e Dispositivos para Evacuação de Edificações, o Sistema de Proteção de Estruturas e o Isolamento entre edificações e entre os compartimentos destas. Competência 01 25 Já o Livro III - Das Ações Administrativas – trata da Regularização e da Fiscalização; Das Irregularidades; Dos Prazos; Das Penalidades e suas aplicações; Do Direito de Defesa e Do Cadastro e Credenciamento junto ao Corpo de Bombeiros. Finalmente, o Livro IV – Das Disposições Finais – ocupa-se das atividades internas do Corpo de Bombeiros e outras disposições. Em seguida trazemos a você, caro aluno, uma síntese dos assuntos que entendemos serem pertinentes à formação do técnico de segurança do trabalho (TST). Inicialmente, o COSIPE vem falando sobre a classificação de risco incêndio, e remete ao que o IRB considera sobre o assunto, assim para as normas de Pernambuco a classificação de risco incêndio é conforme a TSIB – IRB as quais veremos no próximo item. 1.3.1 Classificação das Ocupações A Norma faz a seguinte classificação e as define como: Tipo A - Residencial Privativa Unifamiliar; Tipo B - Residencial Privativa Multifamiliar; Tipo C - Residencial Coletiva; Tipo D - Residencial Transitória; Tipo E - Comercial; Tipo F - Escritório; Tipo G - Mista; Tipo H - Reunião de Público; Tipo I - Hospitalar; Tipo J - Pública; http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A2E7311D1012FE5B5 54845302/nr_23_atualizada_2011.pdf Competência 01 26 Tipo K - Escolar; Tipo L - Industrial; Tipo M - Garagem; Tipo N - Galpão ou Depósito; Tipo O - Produção, manipulação, armazenamento e distribuição de derivados de petróleo e/ou álcool e/ou produtos perigosos; Tipo P - Templos Religiosos; Tipo Q - Especiais. Vejamos algumas destas ocupações: 1.3.1.1 Tipo A - Residencial Privativa Unifamiliar As Edificações Residenciais Privativas Unifamiliares (casas) são aquelas destinadas à residência de uma só família, independentemente do número de pavimentos ou área construída. Para efeito do disposto no Código, estas serão isentas de instalações de sistemas de segurança contra incêndio e pânico. Figura 11 – Residência Unifamiliar Fonte: https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQcopwpJeQn87 Vb7iXEldFw2tRMUPbW18A5tgx-OeOAylwvVd8x) 1.3.1.2 Tipo B - Residencial Privativa Multifamiliar As Edificações Residenciais Privativas Multifamiliares são aquelas formadas pelo conjunto de unidades habitacionais - apartamentos - reunidos em um só bloco ou edifício, apresentando como característica básica, a existência de áreas coletivas (de uso comum a todos os moradores, como: Competência 01 27 hall dos pavimentos, escadas, elevadores, áreas de lazer, pavimentos vazados, salão de festas, garagens.), cobertas no interior da edificação ou fazendo parte da mesma. Figura 12 – Residência Multifamiliar Fonte: https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQ19e1CKSMS- ZC9UrSea5AvgmY177ALidrM94QNvL8AM-hRzpaWng) 1.3.1.3 Tipo C - Residencial Coletiva As Edificações Residenciais Coletivas sãoaquelas que abrigam grupos de pessoas, com aproveitamento e ocupação de áreas coletivas, apresentando como característica básica, a ocupação domiciliar de intenção permanente, por tempo não inferior a 06 (seis) meses. Figura 13 – Residência Coletiva Fonte: https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcROXRyprGF4hpEa- ceApN3FaJURL4uN7ChJL8uVuyqngIaPgCvH) Competência 01 28 As edificações previstas neste artigo, dentro de suas respectivas ocupações, podem apresentar áreas privativas, para fins exclusivos de pernoite ou pousada. Estão incluídas nas edificações definidas as de ocupações seguintes: Pensionatos e congêneres; Internatos e congêneres; Estabelecimentos penais e congêneres; Conventos, seminários e congêneres; Outras, com denominação diversa, enquadradas por este artigo. 1.3.1.4 Tipo D - Residencial Transitória As Edificações Residenciais Transitórias são aquelas que abrigam, em regime residencial ou domiciliar exclusivamente transitório, considerando como parte integrante de uma população temporária dessas edificações. Ou seja, a população que venha a ocupar um imóvel, por domicílio, em geral por um tempo não superior a trinta dias, podendo, em casos particulares, ocorrer permanência por período maior. As edificações previstas neste artigo, dentro de suas respectivas ocupações, devem apresentar áreas privativas, para fins exclusivos de pernoite ou pousada. Estão incluídas nas edificações definidas no presente artigo, entre outras de denominação diversa, as de ocupações seguintes: hotéis e congêneres; apart-hotéis e congêneres; motéis e congêneres; albergues exclusivos de pernoite ou pousada. Competência 01 29 Figura 14 – Residência Transitória Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRZiK-39bPSza13_f- Q5RHEx_uaDx41rPUy9duuG0ypK06T_1nG 1.3.1.5 Tipo E - Comercial Figura 15 - Shopping Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRrdd_mwf9j_n0MWyHMDWg_ ZpN33D3B3_dPpR7rUv8VFW9crTAFCQ As Edificações Comerciais são aquelas em que são desenvolvidos processos de trabalho mercantil, de compra e venda e de oficinas de consertos ou serviços. Poderão ser incluídas na presente classificação as pequenas lanchonetes, desde que não realizem trabalhos de fornecimento de refeições, sendo o atendimento desenvolvido exclusivamente no balcão, e que possuam área total inferior a 50 m². Estão incluídas nas edificações definidas no presente artigo, entre outras de denominação diversa, as de ocupações seguintes: mercados e supermercados; lojas; armarinhos e congêneres; casas Competência 01 30 comerciais diversas; casas lotéricas; sapatarias e congêneres; padarias e congêneres; livrarias, papelarias e congêneres; agências de veículos e congêneres; farmácias, perfumarias e congêneres; açougues, frigoríficos e congêneres; agências de locação de filmes, fitas e veículos; dentre outros. 1.3.1.6 Tipo F - Escritórios Figura 16 – Residência Transitória Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRZiK- 39bPSza13_f-Q5RHEx_uaDx41rPUy9duuG0ypK06T_1nG As Edificações de Escritórios são aquelas destinadas à condução de negócios e prestação de serviços pessoais. 1.3.1.7 Tipo G - Mista As Edificações Mistas são aquelas que abrigam ocupações residenciais privativas conjugadas com comerciais ou de escritórios. Competência 01 31 1.3.1.8 Tipo H - Reunião de Público Figura 17 – Clube social Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSfzItHJME4Z4pkf WUBHRyiur-fSvcADcFFBPH0uOP-Udf2O4Lg As Edificações de Reunião de Público são aquelas cuja natureza de ocupação específica venha a congregar uma população flutuante ou temporária em um dado momento, provocada por um evento isolado esporádico, transitório ou descontínuo. Apresentam a característica de reunir um público flutuante ou temporário com objetivos comuns. Estão incluídas nestas edificações: cinemas e similares; teatros e similares; ginásios de esportes; clubes sociais; bares, restaurantes e similares; estádios; boates e similares; auditórios e similares; circos, parques de diversões e similares; etc. 1.3.1.9 Tipo L - Industrial Figura 18 – Industria Fonte: https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSCKhnKyd5YNROVjov D8k4ITNW1hsQpymDp3YG9O5wSEwMtj6KN Competência 01 32 As Edificações Industriais são aquelas destinadas às ocupações com processos de industrialização, atividades fabris, e similares. Os processos industriais característicos de cada edificação, diz a norma que serão classificados em conformidade com a Tarifa de Seguro-Incêndio do Brasil - TSIB. Incluem-se na classificação das edificações definidas neste artigo as indústrias gráficas e as tipografias. As indústrias de panificação serão tratadas como comerciais se a produção se destinar, exclusivamente, à venda a varejo no balcão do próprio estabelecimento. 1.3.2 Definição dos Sistemas Os sistemas de prevenção a incêndios e pânicos são dispositivos e equipamentos que, conjugados ou não, servem a proteger as pessoas e as edificações dos efeitos dos incêndios, permitindo, principalmente, que haja uma evacuação do local afetado pelo sinistro de forma a garantir minimamente a integridade física dos ocupantes. Promovem o isolamento do local sinistrado dos demais não atingidos na edificação, além de possibilitar o combate a incêndios imediato evitando a sua propagação e permite uma adequada ventilação do local envolvido. Este é o objetivo dos sistemas. O COSIPE prevê os seguintes Sistemas de Segurança Contra Incêndios e Pânicos: Sistemas de Prevenção e Combate a Incêndios Sistemas Portáteis e Transportáveis - Extintores Sistemas Fixos, Automáticos e Sob Comando de Combate a Incêndios Sistemas de Hidrantes e Mangotinhos Sistemas de Chuveiros Automáticos - Sprinklers Sistema de Detecção e Alarme de Incêndios Sistema e Dispositivos para Evacuação de Edificações Competência 01 33 Sistemas e Dispositivos Acessos Escadas de Emergência Áreas de Descargas Áreas de Refúgio Portas Unidades de Passagens Rampas Elevadores de Emergência Sistema e Dispositivo de Iluminação de Emergência Sistema de Sinalização de Saídas de Emergência Helipontos Sistema de Proteção de Estruturas Sistema de GLP e/ou GNV Sistema de Dispositivos de Descargas Atmosféricas (Pára-Raios) Isolamento As edificações terão seus sistemas de segurança contra incêndio e pânico definidos conforme suas respectivas ocupações e em função de alguns parâmetros, tais como: área total construída e/ou coberta; área construída por pavimento; número de pavimentos; altura da edificação; número total de unidades habitáveis por pavimento edificado; natureza específica de sua ocupação, nos casos de indústrias, depósitos, galpões e casas comerciais, isoladas ou não, e edificações congêneres. Vamos então conhecer cada um destes sistemas em específico, principalmente aqueles que afetam diretamente as atividades que serão o dia a dia do Técnico de Segurança do Trabalho. Competência 0134 1.3.3 Dos Sistemas de Prevenção e Combate a Incêndios As edificações terão seus sistemas de segurança contra incêndio e pânico definidos conforme suas respectivas ocupações e em função de alguns parâmetros, tais como: área total construída e/ou coberta; área construída por pavimento; número de pavimentos e outros. 1.3.3.1 Dos Sistemas Portáteis e Transportáveis Os Sistemas Portáteis e Transportáveis são constituídos por extintores de incêndio, manuais e sobre rodas. Extintor de incêndio manual destina-se a combater princípios de incêndios, já o extintor de incêndio sobre rodas é aquele, provido de mangueira com, no mínimo, 5,0 m de comprimento, e dotado de difusor, esguicho ou pistola, apresente-se montado sobre carretas. O agente extintor é a substância eficaz para a extinção do fogo. Já o aparelho extintor é o recipiente que acomoda e transporta-o até o local de sua aplicação. O sistema de proteção por extintores será dimensionado pela necessidade de Unidades Extintoras - UE - para os locais a serem protegidos. Constitui-se uma Unidade Extintora um aparelho contendo o mínimo de capacidade da substância ou agente, a seguir especificado: SUBSTÂNCIA OU AGENTE CAPACIDADE DO EXTINTOR Água ou Espuma 10 litros Gás Carbônico – CO² 06 quilos Pó Químico 04 quilos Quadro 02 – Extintores – Agente e Capacidade Nos casos de riscos protegidos em parte por extintores manuais e Competência 01 35 Para o cálculo do número de Unidades Extintoras, dos extintores sobre rodas, apenas será computada metade de sua carga em unidades extintoras do tipo correspondente, devendo-se, em caso de fração, ser o valor arredondado para menos; a) Do número total de Unidades Extintoras exigido para cada risco, 50% deverá ser constituído por extintores manuais; b) Um mesmo extintor sobre rodas não poderá proteger local ou riscos isolados situados em pavimentos diferentes. Não será admitida a proteção de riscos unicamente por extintores sobre rodas. Será exigido o mínimo de duas Unidades Extintoras para cada pavimento, mezanino, jirau ou risco isolado. Cada Unidade Extintora (EU) tem a área máxima de proteção em conformidade com a classificação do risco e adiante especificada: CLASSE DE RISCO ÁREA DE COBERTURA DISTÂNCIA MÁX. PERCORRER A 500 m² 20 m B e C 250 m² 15 m Quadro 03 – Extintores - Cobertura, Distancia e Classe de Risco Para efeito de instalação do sistema: a) Os extintores não devem ter a sua parte superior acima de 1,60 m do piso; b) Os extintores não devem ser instalados nas escadas e nas antecâmaras das escadas a prova de fumaça; c) Os extintores devem ser instalados em locais onde: Haja menor probabilidade do fogo bloquear seu acesso; Sejam visíveis; Conservem-se protegidos contra golpes e intempéries; Não fiquem encobertos ou obstruídos. Competência 01 36 Os extintores devem ser devidamente sinalizados, para fácil visualização, permitindo-se uma rápida localização e identificação do equipamento e de seu agente extintor. A sinalização é feita através de discos de sinalização ou setas indicativas, com dimensões mínimas de 0,070 m², afixados, no mínimo, a 0,50 m acima do extintor e de forma que permitam sua fácil visualização e identificação. Os discos de sinalização deverão ser formados por um círculo interno, que terá a cor identificadora do agente extintor correspondente, com a indicação do numero de emergência do Corpo de Bombeiros (193) e circunscrito por outro na cor vermelha, em cores firmes. O círculo interno dos discos de sinalização deverá obedecer à seguinte configuração: BRANCA – agente extintor a base de água; AMARELA – agente extintor gás carbônico; AZUL – agente extintor pó químico. IMPORTANTE – NUNCA ESQUEÇA! Cada pavimento tem que haver pelo menos um aparelho extintor; Será exigido o mínimo de duas Unidades Extintoras para cada pavimento; Os aparelhos extintores não poderão estar bloqueados, encobertos ou obstruídos e devem estar visíveis; Os extintores devem ser devidamente sinalizados, para fácil visualização, permitindo-se uma rápida localização e identificação do equipamento e de seu agente extintor; Os discos de sinalização deverão ser formados por um círculo interno, que terá a cor identificadora do agente extintor correspondente, com a indicação do número de emergência do Corpo de Bombeiros (193). Competência 01 37 1.3.3.2 Dos Sistemas Fixos Automáticos e Sob Comando Os sistemas fixos automáticos e sob comando para combate a incêndios são formados por sistemas de hidrantes, de mangueiras semi-rígidas e de chuveiros automáticos. Os sistemas de proteção por espargidores, nebulizadores, canhões monitores, gás carbônico, pó químico, espuma, vapor e sistemas de alta pressão serão considerados como sistemas especiais, complementares. A exigência e a instalação dos Sistemas Especiais serão reguladas por normas técnicas emitidas pelo CBMPE, ou, na falta destas, por normas brasileiras e/ou internacionais, desde que aceitas e adotadas pela Corporação. 1.3.3.2.1 Dos Sistemas de Hidrantes e de Carretel com Mangotinho São conjuntos formados por canalizações, reservatórios de água, mangueiras ou mangotinhos, esguichos e acessórios hidráulicos, destinado exclusivamente para a extinção de incêndios. Poderão ser internos e/ou externos. Considera-se interno o hidrante ou carretel instalado no interior das edificações, e externo o hidrante ou carretel instalado fora da projeção dessas edificações. O abastecimento d’água para os sistemas de hidrantes e de carretéis com mangotinhos deverá ser feito, a princípio, através de reservatórios elevados. Quando o abastecimento for efetivado por reservatório subterrâneo ou de superfície, os sistemas deverão ser dotados de bombas. Da Canalização Por sua vez a canalização destinada a combate a incêndios deve ser completamente independente das demais existentes na edificação. O material empregado na canalização da rede de combate a incêndios deve ser de ferro fundido ou galvanizado, aço galvanizado ou preto, cobre ou latão. Competência 01 38 Admitir-se-á, exclusivamente para redes externas subterrâneas, tubos ou condutos e conexões hidráulicas de cloreto de polivinila - PVC - rígido, e os de categoria fibrocimento e equivalentes. Sobre as mangueiras que compõem o sistema de hidrantes, bem assim os diâmetros delas e dos esguichos, dimensionamento de bombas de recalque d’água, pressão de trabalho e outros dados técnicos, sugerimos consultar o COSIPE. 1.3.3.2.2 Dos Sistemas de Chuveiros Automáticos - Sprinklers É um conjunto formado por canalizações, válvulas, reservatório d’água, chaves de fluxo, bicos dos chuveiros, e, quando for o caso, sistema de bombas, destinado à proteção contra incêndio e pânico. O sistema de proteção por chuveiros automáticos deverá estar permanentemente pressurizado, de forma a possibilitar, em caso de um princípio de incêndio. O acionamento automático dos chuveiros, quando exigido nas edificações tem por finalidade: Proteger áreas de maior risco; Evitar a propagação dos incêndios; Garantir um caminhamento seguro às rotas de fuga. 1.3.4 Do Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio O sistema de detecção e alarme de incêndio, automático e sob comando, é aquele formado por componentes eletro-eletrônicos, que possibilita uma identificação e uma localização rápida do incêndio ainda em sua fase inicial. 1.3.5 Dos Sistemas e Dispositivos para Evacuação de Edificações Os sistemas e dispositivos paraevacuação das edificações serão exigidos em função de sua classe de ocupação e destinam-se a: Competência 01 39 a) Possibilitar que sua população possa abandoná-las, em caso de sinistro, no menor espaço de tempo possível, e protegida em sua integridade física; b) Permitir o fácil acesso de auxílio externo, para o combate ao sinistro e a retirada da população. O objetivo dos sistemas e dispositivos de evacuação é garantir, nas edificações, um caminhamento seguro e protegido, desde os pontos mais afastados até às saídas de emergência, em cada pavimento, e destas até as áreas de descarga. 1.3.5.1 Acessos Acessos so os caminhos a serem percorridos pela população do pavimento de uma edificação para alcançar a saída de emergência, e podem ser constituídos de: Corredores; Passagens; Vestíbulos; Antecâmaras - recinto que antecede a caixa da escada a prova de fumaça Balcões - parte da edificação em balanço em relação à parte perimetral do prédio, tendo pelo menos uma face aberta para o exterior ou para uma área de ventilação. Varandas - parte da edificação que não está em balanço, limitada pela parede perimetral do edifício, tendo pelo menos uma face aberta para o exterior ou para uma área de ventilação. Terraços - espaço descoberto sobre uma edificação ou ao nível de um de seus pavimentos acima do térreo. Os balcões, as varandas e os terraços podem compor uma antecâmara, desde que antecedam a caixa de escada à prova de fumaça e garantam ventilação e exaustão dos gases e fumaça para o exterior da edificação. 1.3.5.2 Das Escadas de Emergência As escadas de emergência permitem que a população atinja os pavimentos inferiores, e consequentemente, as áreas de descarga de uma edificação, de forma a preservar sua integridade física. Classificam-se em quatro tipos: Competência 01 40 Escada tipo I - escada comum; Escada tipo II - escada protegida - aquela devidamente ventilada, cuja caixa é envolvida por paredes resistentes ao fogo, possuindo acesso e descarga dotados de paredes e portas resistentes ao fogo. Escada tipo III - escada enclausurada - aquela cuja caixa é envolvida por paredes corta-fogo e dotada de portas corta-fogo Escada tipo IV - escada a prova de fumaça - escada enclausurada precedida de antecâmara, de modo a evitar, em caso de incêndio, a penetração de fogo e fumaça. 1.3.5.3 Das Portas As portas, e respectivas ferragens, das escadas enclausuradas, escadas a prova de fumaça, antecâmaras e paredes corta-fogo, deverão ser do tipo corta-fogo. As portas das saídas de emergência e as portas das salas e compartimentos com capacidade acima de 50 (cinquenta) pessoas, e em comunicação com os acessos, devem abrir no sentido de trânsito de saída. Em salas com capacidade acima de 200 pessoas, a porta de comunicação com o acesso deverá ser dotada de ferragens ou dispositivos do tipo antipânico. 1.3.6 Do Sistema de Iluminação de Emergência O sistema de iluminação de emergência é formado por componentes eletroeletrônicos, com fonte de alimentação própria, e destinada a proporcionar iluminação das rotas de fuga, sempre que a rede predial de eletricidade for cortada, ou pela falta de energia da concessionária local. A alimentação do sistema deverá ser efetivada por bateria de acumuladores, devendo entrar em funcionamento automaticamente. As luminárias do sistema de iluminação de emergência serão distribuídas pelos acessos, escadas, áreas de refúgio, descargas e antecâmaras das edificações, de forma a proporcionar um caminhamento seguro. Competência 01 41 1.3.7 Do Sistema de Sinalização de Saídas de Emergência O sistema de sinalização de saídas de emergência tem como finalidade proporcionar a indicação visual do caminhamento das rotas de fuga das edificações. Poderá ser luminoso, com fonte alimentadora própria, ou fosforescente. O Código estabelece que sejam instaladas nas paredes das rotas de fuga das edificações ou penduradas no teto das rotas de fuga das edificações. Devendo as placas fosforescentes conter a palavra SAÍDA e uma seta indicando o sentido do caminhamento. As letras e a seta da sinalização deverão ser na cor vermelha sobre fundo branco, e em dimensões que garanta perfeita identificação. 1.4 Outras Normas relativas à Prevenção de Incêndios No Brasil encontraremos outros órgãos que também regulam as empresas e indústrias em relação à proteção contra incêndios, tais como: 1.4.1 IRB – Instituto de Seguros Privados do Brasil As empresas, via de regra, fazem seguro de proteção de seu patrimônio junto a alguma Seguradora ou grupo delas, visando garantir a continuidade de suas atividades e a solvência de seu patrimônio, quando da ocorrência de algum sinistro. Dentre tantos sinistros, como inundação, raios, desmoronamento, etc. encontraremos o sinistro incêndio que merece por parte do IRB uma atenção especial por ser deles o mais recorrente e que leva cifras significativas, portanto através da SUSEP – Superintendência de Seguros Privados do Brasil baixou um regulamento que diz como serão assegurados os patrimônios a partir de regras obrigatórias referente à proteção de incêndios. Veja a TSIB – IRB, disponível para consulta no AVA. Competência 01 42 1.4.2 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas O A ABNT emite normas técnicas que não têm força de exigibilidade, ou seja, não são por si só, obrigatórias, mas ajudam em muito fornecendo parâmetros e padrões construtivos e equipamentos necessários, informações técnicas imprescindíveis que, de alguma forma contribuem e regulamentam a proteção a sinistros e acidentes. A seguir você encontrará algumas NBR relativas à Proteção a Incêndios. NBR 10897 - Proteção contra Incêndio por Chuveiro Automático - http://www.abnt.org.br/cb24/comentario/admin/NBR10897_04_2003.PDF NBR 10898 - Sistemas de Iluminação de Emergência - http://www.histeo.dec.ufms.br/materiais/nbr/NBR%2010898%20- %20Sistema%20de%20Iluminacao%20de%20emergencia.PDF NBR 11742 - Porta Corta-fogo para Saída de Emergência - http://www.maragabrilli.com.br/files/90772001.pdf NBR 12615 - Sistema de Combate a Incêndio por Espuma. NBR 12692 - Inspeção, Manutenção e Recarga em Extintores de Incêndio; NBR 12693 - Sistemas de Proteção por Extintores de Incêndio - http://pt.scribd.com/doc/22553595/nbr-12693-sistemas-de-protecao-por-extintores-de-incendio NBR 13434 - Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico - Formas, Dimensões e Cores; NBR 13435 - Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico; NBR 13437 - Símbolos Gráficos para Sinalização contra Incêndio e Pânico; NBR 13523 - Instalações Prediais de Gás Liquefeito de Petróleo; NBR 13714 - Instalação Hidráulica Contra Incêndio, sob comando - http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAJP8AI/nbr-13714-sistema-hidrantes-mangotinhos- acessorios NBR 13714 - Instalações Hidráulicas contra Incêndio, sob comando, por Hidrantes e Mangotinhos; NBR 13932- Instalações Internas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) - Projeto e Execução - http://www.grupoanpla.com.br/Infraestrutura/arquivos/nbr/Instalacoes_Internas_de_GLP_NBR_13 932_-_1997.pdf NBR 14039 - Instalações Elétricas de Alta Tensão NBR 14276 - Programa de brigada de incêndio - http://www.ebah.com.br/content/ABAAABOzEAD/nbr-14276-2006-programa-brigada-incendio NBR 14349 - União para mangueira de incêndio - Requisitos e métodos de ensaio NBR 5410 - Sistema Elétrico. NBR 5419 - Proteção Contra Descargas Elétricas Atmosféricas; NBR 5419 - Sistemade Proteção Contra Descargas Atmosféricas (para-raios.) Competência 01 43 NBR 9077 - Saídas de Emergência em Edificações - http://www.maragabrilli.com.br/files/90772001.pdf NBR 9441 - Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio - http://www.grupoanpla.com.br/Infraestrutura/arquivos/nbr/Execucao_de_Sistemas_de_Deteccao_ e_Alarme_de_Incendio_NBR_09441_-_1998.pdf Que legal chegamos ao final de nossa primeira competência, esperamos que vocês tenham aproveitado bem os estudos Para complementar e ampliar os seus conhecimentos sugerimos assistir os vídeos e ler os artigos abaixo indicados, por serem bastante explicativos e interessantes. Por isso, gostaria que você, agora, assistisse à videoaula e mantivesse bastante atenção à atividade semanal e à aula-atividade. Vamos continuar estudando http://www.youtube.com/watch?v=-xyewGX9hWY – Prevenção de Incêndios http://www.youtube.com/watch?v=pAgYGSJ2qtE - Incêndios Competência 01 44 2. COMPETÊNCIA 02 l LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ESPECÍFICA A PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIAS Que legal ultrapassamos a primeira etapa de nossos estudos, onde pudemos conhecer as normas relativas à prevenção de incêndios, como a NR-23 e as normas exigidas pelo Corpo de Bombeiros em relação à segurança de incêndio e pânico. Agora, caro aluno, irá conhecer e aprender como se procede nas situações emergenciais e, principalmente, como organizar grupos para o enfrentamento às situações de emergências que devem estar treinados para usar os equipamentos e retirar pessoas das áreas de riscos. A legislação brasileira não dedicou uma norma específica para os procedimentos de emergências. Porém, em cada compêndio, cuidou de deixar várias orientações e recomendações para que condutas e atitudes sejam observadas na busca de reduzir e mitigar os acidentes, tanto pela condição insegura do ambiente laboral, como pelos atos inseguros. Em face disso, buscamos reunir as normas que melhor orientam e propõem procedimentos para enfrentamento das emergências como as da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e as do Ministério do Trabalho e Emprego – as NRs. Estudaremos, especificamente, a NBR – 14.276 - Programa de Brigada de Incêndio e a NR-05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. ENTÃO VAMOS LÁ? Competência 02 45 2.1 NBR 14.276 – Programa de Brigada de Incêndio Figura 19 – Brigada de Emergência Fonte: http://www.google.com.br/imgres?hl=pt-BR&biw=1152&bih=706 &tbm=isch&tbnid=yNmoqg_NBtxoYM%3A&imgrefurl=http%3A%2F%2F www.delpozo.com.br%2F%3Fsetor%3DSEGURANCA&docid=MJyKEGm_x- UV1M&imgurl=http%3A%2F%2F 2.1.1 Objetivo Esta Norma estabelece as condições mínimas para a elaboração de um programa de brigada de incêndio e procedimentos de emergência, visando proteger a vida e o patrimônio, bem como reduzir as consequências sociais do sinistro e dos danos ao meio ambiente. Esta Norma é aplicável em toda e qualquer planta. 2.1.2 Definições Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições: Bombeiro Profissional Civil: Pessoa que presta serviços de atendimento de emergência a uma empresa. Bombeiro Público (militar ou civil): Pessoa pertencente a uma corporação de atendimento a emergências públicas. Competência 02 46 Bombeiro Voluntário: Pessoa pertencente a uma organização não governamental que presta serviços de atendimento a emergências públicas. Brigada de Incêndio: Grupo organizado de pessoas voluntárias ou não, treinadas e capacitadas para atuar na prevenção, abandono e combate a um princípio de incêndio e prestar os primeiros socorros, dentro de uma área preestabelecida. Combate a Incêndio: Conjunto de ações táticas, destinadas a extinguir ou isolar o incêndio com uso de equipamentos manuais ou automáticos. Emergência: Sinistro ou risco iminente que requeira ação imediata. Exercício Simulado: Exercício prático realizado periodicamente para manter a brigada e os ocupantes das edificações em condições de enfrentar uma situação real de emergência. Plano de Segurança Contra Incêndio: Conjunto de ações e recursos internos e externos ao local, que permite controlar a situação de incêndio. População Fixa: Aquela que permanece regularmente na edificação, considerando-se os turnos de trabalho e a natureza da ocupação, bem como os terceiros nestas condições. População Flutuante: Aquela que não se enquadra no item de população fixa. Será sempre considerada pelo pico. Prevenção de Incêndio: Uma série de medidas destinadas a evitar o aparecimento de um princípio de incêndio ou, no caso de ele ocorrer, permitir combatê-lo prontamente para evitar sua propagação. Risco: Possibilidade de perda material ou humana. Risco Iminente: Risco com ameaça de ocorrer brevemente, e que requer ação imediata. Competência 02 47 Sinistro: Ocorrência de prejuízo ou dano, causado por incêndio ou acidente, em algum bem. 2.1.3 Princípios Básicos Para a elaboração do programa de brigada de incêndio devem ser atendidos os seguintes requisitos: A edificação deve dispor de sistema de proteção e combate a incêndio, de acordo com a legislação vigente. O Mapa de Riscos Ambientais deve estar disponível, em local de fácil acesso e visível, próximo à entrada principal; Um resumo atualizado do programa de brigada de incêndio contendo: os principais riscos (carga-incêndio e produtos perigosos), memorial complementar, meios de fuga e combate a incêndio, contendo inclusive a reserva de água para combate a incêndio. 2.1.4 Composição da Brigada de Incêndio A brigada de incêndio deve ser composta levando-se em conta a população fixa, o grau de risco e o número de empregados e população flutuante em cada setor ou pavimento, em conformidade com os parâmetros contidos no anexo da NBR – 14.276. 2.1.5 Critérios Básicos para Seleção de Candidatos a Brigadista Os candidatos a brigadista devem atender aos seguintes critérios básicos: Permanecer na edificação; Possuir experiência anterior como brigadista; Possuir robustez física e boa saúde; Possuir bom conhecimento das instalações; Ter responsabilidade legal; Ser alfabetizado. Competência 02 48 2.1.6 Organização da Brigada A brigada de incêndio deve ser organizada funcionalmente como segue: Brigadistas: membros da brigada que executam as ações de emergência; Líder: responsável pela coordenação e execução das ações de emergência em sua área de atuação (pavimento/compartimento); Chefe da brigada: responsável por uma edificação com mais de um pavimento/compartimento; Coordenador geral: responsável geral por todas as edificações que compõem uma planta. 2.1.7 Organograma da Brigada de Incêndio O organograma da brigada de incêndio da empresa varia de acordo com o número de edificações, o número de pavimentos em cada edificação e o número de empregados em cada pavimento/compartimento. Perceba que não há um modelo predeterminado quanto à organização de uma brigada de emergência. Há uma necessária de adequação ao risco, numero de pessoas que trabalham e frequentam os ambientes (clientes, fornecedores, etc.), a área e o layout da edificação. A disponibilidade de trabalhadores que tenham conhecimento em prevenção e enfrentamento a sinistros é muito importante para se dimensionar e distribuir tarefas na organização dos trabalhos de uma brigada. Assim, logo abaixo
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