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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Ciências da Saúde
Escola da Educação Física e Desportos
Trabalho feito em caráter da disciplina de: Fundamentos da capoeira.
 Ministrada por: Augusto Fascio
(Baiano)
Jessica Silva de Sousa, Railda Rodrigues, Delane Marcele, Guilherme de Souza e Lidiane Gomes Rodrigues,Wildson Martins Filho
Rio de Janeiro, 2013. 
Origem
da
capoeira
Introdução:
O Brasil a partir do século XVI foi palco de uma das maiores violências contra um povo. Mais de dois milhões de negros foram trazidos da África, pelos colonizadores portugueses, para se tornarem escravos nas lavouras da cana-de-açúcar. Tribos inteiras foram subjugadas e obrigadas a cruzar os oceanos como animais em grandes galeotas chamadas de navios negreiros. Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro foram os portos finais da maior parte desse tráfico.
Ao contrário do que muitos pensam os negros não aceitaram pacificamente o cativeiro; a história brasileira está cheia de episódios onde os escravos se rebelaram contra a humilhante situação em que se encontravam. Uma das formas dessa resistência foi o quilombo; comunidades organizadas pelos negros fugitivos, em locais de difícil acesso. Geralmente em pontos altos das matas. O maior desses quilombos estabeleceu-se em Pernambuco no século XVII, numa região conhecida como Palmares. Uma espécie de Estado africano foi formado. Distribuído em pequenas povoações chamadas mocambos e com uma hierarquia onde no ápice encontrava-se o rei Ganga-Zumbi, Palmares pode ter sido o berço das primeiras manifestações da Capoeira.
Desenvolvida para ser uma defesa, a Capoeira foi sendo ensinada aos negros ainda cativos, por aqueles que eram capturados e voltavam aos engenhos. Para não levantar suspeitas, os movimentos da luta foram sendo adaptados às cantorias e músicas africanas para que parecesse uma dança. Assim, como no Candomblé, cercada de segredos, a Capoeira pode se desenvolver como forma de resistência.
Do campo para a cidade a Capoeira ganhou a malícia dos escravos de 'ganho' e dos frequentadores da zona portuária. Na cidade de Salvador, capoeiristas organizados em bandos provocavam arruaças nas festas populares e reforçavam o caráter marginal da luta. Durante décadas a Capoeira foi proibida no Brasil. A liberação da sua prática deu-se apenas na década de 30, quando uma variação da Capoeira, (mais para o esporte do que manifestação cultural) foi apresentada ao então presidente, Getúlio Vargas. De lá para cá a Capoeira Angola aperfeiçoou-se na Bahia mantendo fidelidade às tradições, graças principalmente ao seu grande guru, Mestre Pastinha, que jogou Capoeira até os 79 anos, formando gerações de angoleiros.
Já dizia o Mestre Pastinha, "Capoeira Angola é,
antes de tudo, luta e luta violenta." 
Mas atualmente a Capoeira é normalmente
praticada como um  esporte ou
simplesmente folclore para preservar as tradições.
Elementos da Capoeira Angola
É claro que entre os praticantes sérios, em seus treinos, os golpes são apenas simulados e a Capoeira torna-se um exercício físico e mental. A violência dos seus golpes, no entanto, não deixa espaço para meio termo; ou joga-se Capoeira 'para valer', com as suas sérias consequências ou apenas simula-se um jogo. A possibilidade de enquadrá-la em regras esportivas é inexistente; quem assim o faz está sendo leviano ou não conhece de fato a Capoeira.
"Capoeira é um diálogo de corpos, eu venço quando o meu parceiro não tem mais respostas para as minhas perguntas" - Mestre Moraes. O jogo da Capoeira na forma amistosa, ou seja, na roda é verdadeiramente um diálogo de corpos. Dois capoeiristas se benzem ao pé do Berimbau e iniciam um lento balé de perguntas e respostas corporais, até que um terceiro 'compre o jogo' eassim desenvolve-se sucessivamente até que todos entrem na roda. 
A Capoeira
Capoeira, luta de libertação dos negros na época da escravidão, a capoeira surgiu através da necessidade de liberdade dos negros, que por sua vez eram escravizados pelo homem branco, os negros eram trazidos da África em navios grandes, na época mais conhecidos como navio negreiro, os negros eram trazidos nas piores condições possíveis, muitos morriam durante a dura e longa viagem da África até aqui, Chegando aqui eles eram levados para uma espécie de mercado onde lá eles eram vendidos ao homem branco, lá eles eram selecionados e iam pras fazendas do homem branco, tratados como animais os negros se sentiram nas piores qualidades de vida, foi dai que surgiu a CAPOEIRA, como eu disse no começo, a capoeira surgiu através da necessidade de liberdade dos negros.
Mestres
Vicente Ferreira Pastinha (1889-1982) - Mestre Pastinha, "mestre da Capoeira de Angola e da cordialidade baiana, ser de alta civilização, homem do povo com toda a sua picardia, é um dos seus ilustres, um de seus obás, de seus chefes. É o primeiro em sua arte; senhor da agilidade e da coragem..." Jorge Amado. Baiano de Salvador, do Pelourinho, Pastinha foi o grande mestre da Capoeira Angola, aperfeiçoando a arte centenária dos escravos. Ele organizou uma escola, estabeleceu um método de ensino com base nas antigas tradições e ainda escreveu o primeiro livro do gênero, onde expõe a sua concepção filosófica. Foi com o Mestre Pastinha que foram instituídas as cores amarelo e preto para o uniforme dos angoleiros e a constituição da bateria composta por três berimbaus, dois pandeiros, um atabaque, um reco-reco e um agogô. "Capoeira é tudo o que a boca come", dizia ele na sua singular filosofia. Formou capoeiristas como João Grande, João Pequeno, Curió e tantos outros.
Uma das lendas da Capoeira; sua história mais parece tirada de livros de ficção. Numa época em que o Pelourinho não tinha o glamour de hoje, Mestre Caiçara ditava as regras num território de prostitutas e cafetões; de traficantes e malandros. Todos tinham que pedir a sua benção. Gravou um dos principais discos da Capoeira Angola onde exemplifica os diversos toques de berimbau, além de cantar ladainhas e sambas de roda. Faleceu em agosto de 1997. 
João Pereira dos Santos
Mestre João Pequeno
Aluno do Mestre Pastinha e um dos mais antigos e importantes mestres da Capoeira Angola em atividade. Pela academia do Mestre João Pequeno, no Centro Histórico de Salvador, passaram alguns dos principais angoleiros da nova geração. É possível vê-lo quase todas as noites jogando e ensinando a tradicional arte da Capoeira. Academia de Capoeira Angola de Mestre João Pequeno Centro de Cultura Popular Forte de Santo Antônio - Santo Antônio além do Carmo Salvador – Bahia
Mestre João Grande
Phd Honoris Causa. Um dos principais discípulos do mestre Pastinha. Por mais de 40 anos o Mestre João Grande tem praticado e ensinado Capoeira Angola. Ele viajou para África, Europa e América do Norte, onde ensina atualmente, em sua academia na cidade de New York. De lá ele continua mantendo o intercâmbio com a Bahia e acompanhando a movimentação da Associação Brasileira de Capoeira Angola.
A escravidão
Portugal importava escravos negros desde 1443. Foi o primeiropaís da Europa a desenvolver, nos tempos modernos, o comércio de escravos. Isto foi possível em consequência de seu domínio sobre as terras da África. Tal comércio rendia grandes lucros aos traficantes.
Com a implantação e o desenvolvimento da atividade açucareira no Brasil, surgiu a necessidade de braços para trabalhar na lavoura. A princípio, os colonizadores utilizavam-se dos índios, mas a sua escravização trazia alguns inconvenientes, pois eles, vivendo em constantes lutas, perturbavam os planos do colonizador. Por isso, foram sendo eliminados. A solução, então, foi implantar no Brasil o tráfico negreiro, que já era utilizado nas colônias espanholas da América. Um grande comércio foi reorganizado para atender as necessidades dos senhores de engenho. Este comércio, ao contrário da escravização do índio, proporcionava enormes lucros à Coroa portuguesa. Por esta razão, foi grandemente estimulado.
Segundo as maiscorretas estimativas, de 1568 a 1859, o tráfico negreiro foi responsável pela introdução no Brasil de um total de, aproximadamente, 3600000 escravos. Estes negros pertenciam principalmente a dois grupos africanos:
Bantos: tribos negras do sul da África, geralmente de Angola e Moçambique, que era trazidas principalmente para Pernambuco e Rio de Janeiro:;
Sudaneses: tribos negras de Daomé, Nigéria e Guiné, que foram trazidas principalmente para a Bahia. Tinham um nível de conhecimento agrícola mais elevado que o dos bantos.
O transporte dos escravos saídos da África era realizado pelos navios negreiros. Os negros eram colocados nos porões destes navios, onde o espaço era insuficiente, o ambiente escuro eo calor insuportável. Não havia ar livre para se respirar. Além disso, a água era suja e faltava alimento. Durante as horríveis viagens morriam de 20 a 40% dos negros, em razão dos maus tratos recebidos e das péssimas condições de transporte. Por isso, em Angola, esses navios eram chamados de tumbeiros, palavra relativa a tumba ou sepultura.
Um duro trabalho era reservado aos negrosque conseguiam sobreviver às cruéis viagens. Chegando ao Brasil, eles eram vendidos nos mercados de escravos e algum tempo depois já estavam trabalhando para os seus proprietários, à base de chicote. Realizavam os mais diversos tipos de atividades nas casas, na lavoura, namineração.
Embora os escravos possuíssem admirável resistência física o excesso de trabalho e os maus tratos recebidos acabavam lhes afetando, rapidamente, os estados de saúde. Por esta razão, a média de vida dos escravos não ultrapassava 25 anos. Para os proprietários, a morte de um escravo significava, apenas, a perda de uma mercadoria. O seu problema se resolvia com a compra de outro escravo.
Origem da capoeira
Há uma grande controvérsia em torno da história da capoeira, sobretudo no que se refere ao período compreendido entre o seu surgimento, provavelmente no século XVII e o século XIX, quando aparecem registros confiáveis, com descrições detalhadas da luta.
O discurso é interminável: pesquisadores, folcloristas e africanistas ainda buscam resposta para seguinte questão: a capoeira é uma invenção africana ou brasileira? Teria sido uma criação do escravo com fome de liberdade?
Muito embora seja suficientemente esclarecido que a capoeira é uma luta surgida no Brasil, é preciso considerá-la como parte da dinâmica constante da cultura afro-brasileira. Assim, a capoeira surgiu de um conjunto de aspectos pré existente nas culturas das comunidades africanas (rituais, danças, jogos, cultura musical etc).
É assim que devemos compreender a questão a capoeira surgiu no Brasil como luta de resistência de uma comunidade que trazia uma imensa bagagem cultural de sua terra de origem e que precisou desenvolver um conjunto de técnicas de ataque edefesa em virtude da situação de opressão em que vivia durante a escravidão. Aliás, devemos considerar que a capoeira faz parte de todo um processo de resistência dos negros no Brasil, que também se expressou na religião, na arte, na culinária etc.
O Império do Brasil a República
 Com a vinda da coroa portuguesa ao Brasil, os grandes centros urbanos da época passam a ter uma vida econômica mais ativa, o que leva a um deslocamento de mão de obra escrava para estes centros. Dessa forma, a capoeira deixa a casa grande, a senzala e os quilombos e vem habitar as ruas das grandes cidades.
 Acontece também durante esse período, uma grande modificação no padrão sócio- cultural do povo brasileiro. Na época, mais do que nunca, o Brasil era feito de um povo mestiç, pois a convivência ocorrida na sociedade brasileira, após anos de politica colonial, fez com que o negro, o índio e o branco miscigenassem tanto étnica como culturalmente. Com isso, a capoeira deixa de ser um fenômeno simplesmente ligado ao negro escravo e passa a ser um fenômeno social brasileiro.
 Durante a fase do império, apesar de já conter em seu contingente de praticantes alguns membros da elite social da época, a capoeira agrega, na maioria de seus adeptos, pessoas das classes menos favorecidas da sociedade: escravos, ex- escravos, índios, mestiços, brancos brasileiros e europeus, pobres. Estas pessoas, algumas delas ligadas a marginalidade, à boemia e as zonas de baixo meretrício, começam a usar a capoeira como forma de demonstrar suas insatisfações com toda uma situação sócia, econômica e politica da época. A capoeira passa a ser uma arma que gera conflitos urbanos travados nas ruas dos grandes centros, principalmente no Rio de Janeiro, em Recife e em Salvador.
 A chegada da republica reforça o quadro estabelecido no começo do século xix pela administração imperial para com a capoeira, principalmente pelo envolvimento dos capoeiristas na capoeiragem eleitoral no período de transição do império para a republica. Por dinheiro ou por um sentimento de divida com a coroa, os capoeiristas tomam o lado dos imperialistas, causando grandes tumultos nos comícios do movimento republicano. Em represália a essa postura, em 1890, um artigo de lei da constituição brasileira proíbe a capoeira prevendo para seus praticantes a deportação para Fernando de Noronha, uma das piores prisões da época, onde ficariam condenados a serviços pesados. Cabe aqui um adento; a primeira grande crise ministerial do Brasil republica, se deu devido à prisão de Juca Reis, figura notória da sociedade da época. Sua prisão constituiu um dos fatos mais famosos da repressão à capoeiragem durante a república. 
O surgimento da capoeira nas senzalas e sua evolução até as academias.
Na história dos esforços pelo reconhecimento da Capoeira como esporte ou luta nacional de origem étnico brasileira, há um verdadeiro calendário.
Em 1907, apareceu um trabalho, cujo autor se ocultou sob as iniciais O.D.C. (Ofereço, Dedico e Consagro), intitulado O Guia da Capoeira ou Ginástica Brasileira.
Em 1928, AnnibalBurlamaqui assina Ginástica Nacional (Capoeiragem) Metodizada e Regrada.
Em 1932, fundação do Centro de Cultura Física e Capoeira Regional, do Mestre Bimba.
Em 1937, registro oficial do Centro de Cultura Física e Capoeira Regional.
Em 1942, foi feito um inquérito pela Divisão de Educação Física do Ministério da Marinha, consultando sobre os melhores elementos para a instalação de um método de ensino da Capoeira.
Em 1945, Inezil Penna Marinho lança o livro Subsídios Para o Estudo da Metodologia do Treinamento da Capoeiragem.
Em 1960, Lamartine Pereira da Costa, então oficial da Marinha, diplomado em Educação Física pela E.E.F.E e instrutor chefe dos cursos da Escola de Educação Física da Marinha, CEM-RJ, lança um livro que se tornou clássico: Capoeiragem - A Arte da Defesa Pessoal Brasileira.
Em 1968, Waldeloir Rego lança o livro Capoeira Angola - Ensaio Sócio-Etnográfico, considerado um dos mais completos sobre Capoeira.
Em 01 de janeiro de 1973, entra em vigor o Regulamento Técnico da Capoeira, oficializando a Capoeira como o ESPORTE NACIONAL BRASILEIRO.
Em 27 de outubro de 1973 é registrada varias associações de capoeira no rio de janeiro.
Em 14 de julho de 1974 é fundada a Federação Paulista de Capoeira (FPC).
Em 17 de maio de 1984 é fundada a liga de capoeira cordel vermelho em Minas Gerais
Em 20 de julho de 1984 é fundada a Federação de Capoeira do Estado do Rio de Janeiro (FCERJ).
Em 21 de abril de 1989 é fundada a Liga Niteroiense de Capoeira (LINC).
Em 23 de outubro de 1992 é fundada a Confederação Brasileira de Capoeira (CBC).
Em 13 de maio de 1995 é fundada a Federação de Capoeira Desportiva do Estado do Rio de Janeiro (FCDRJ).
Em 03 de junho de 1995 é fundada a Liga Carioca de Capoeira.
Conclusão:
A capoeira, na sua mais completa definição e formação, nasceu no Brasil. Com início da colonização, os portugueses viram no trabalho escravo um instrumento para o desenvolvimento desejado. Tentaram, no começo, escravizar e explorar o trabalho dos indígenas que aqui já viviam, mas as características físicas e culturais, somadas à resistênciaao trabalho cativo por parte dos índios, os levam à morte rápida no cativeiro. A saída encontrada pelos colonizadores foi a escravidão negra, o tráfico de homens negros, trazidos do continente africano para o início de grande saga que marcou a sociedade brasileira: o período das torturas, da lei da chibata e da morte como reguladora das relações de trabalho. Um povo passou a viver na escravidão.
 Ou seja, a capoeira surgiu entre os escravos como um grito de liberdade. 
Os negros da África, a maioria da região de Angola, foram trazidos para o Brasil para trabalhar nas lavouras de cana de açúcar como mão de obra escrava. 
Segundo Menezes (1976), a vida dos negros trazidos da África de maneira forçada, brutal, consistia em trabalhar de sol a sol para os senhores portugueses que exploravam as riquezas brasileiras desde o descobrimento. 
Chegando a nova terra, (os escravos) eram repartidos entre os senhores, marcados a ferro em brasa como gado e empilhados na sua nova moradia: as prisões infectadas das senzalas. Os colonizadores agrupavam os africanos de diferentes tribos, com hábitos, costumes e até línguas diferentes, eliminando, assim, o risco de rebeliões. 
Os negros chegavam ao Brasil, depois de passarem dias empilhados em navios negreiros, trazendo como única bagagem suas tradições culturais e religiosas. 
O negro trouxe consigo suas danças e lutas guerreiras que de muita valia veio a se tornar para os escravos fugitivos.
Na África, mais precisamente na região de Angola, os negros lutavam com cabeçadas e pontapés nas chamadas "luta das zebras", disputando as meninas das suas tribos com a finalidade de torná-las suas esposas. 
Na ausência de armas, os negros buscaram nas danças guerreiras sua forma de defesa. Da necessidade de preservação da vida, surgiu a capoeira.
Tendo como mestra a mãe natureza, notando brigas dos animais as marradas, coices, saltos e botes, utilizando-se das manifestações culturais trazidas da África (como, por exemplo, brincadeiras, competições etc. que lá praticavam em momentos cerimoniais e ritualísticos), aproveitando-se dos vãos livres que aqui se abriam no interior das matas e capoeiras, os negros criam e praticam uma luta de auto defesa para enfrentar o inimigo.
Com o passar dos tempos, os nossos colonizadores perceberam o poder fatal da capoeira, proibindo esta e rotulando-a de "arte negra", Santos (1998).
Em 1888 foi abolida a escravatura e com isso muitos escravos foram lançados nas cidadessem emprego e a capoeira foi um dos meios utilizados para a sobrevivência. Alguns ex-escravos passaram a ganhar a vida fazendo pequenas apresentações em praça pública, porém muitos deles utilizaram a capoeira para roubar e saquear. 
Os marginais brancos também aprenderam a nova luta com o convívio mais direto com os negros e introduziram na sua prática as armas brancas. 
Formaram-se verdadeiros bandos de marginais aterrorizando a população. 
Já em 1890 a capoeira foi colocada fora da lei pelo Código Penal da República, que dizia:
Art. 402 - Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal, conhecidos pela denominação capoeiragem; andar em carreiras, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, promovendo tumulto ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal: Pena: De prisão celular de dois meses a seis meses. (Barbieri, 1993, p.118).
Segundo Sodré (1983), as punições aplicadas eram reclusão na ilha Fernando de Noronha e castigos corporais, tais como chibatadas. 
Segundo Areias (1983), os seus chefes foram encarcerados ou exterminados, mas a capoeiragem continuou fazendo o seu trajeto. 
A capoeira se espalhou pelo Brasil, porém foi nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco onde se encontravam os maiores comentários entre o povo e a imprensa local. Apesar de reprimida a capoeira continuou a ser praticada e ensinada para as gerações seguintes. 
Em 1929 ocorreu a quebra da Bolsa de Nova Iorque com a conseqüente crise do capitalismo, o Brasil viveu um momento de ebulição das forças sociais. 
Com a entrada de Getúlio Vargas no governo do país, medidas foram tomadas para angariar a simpatia popular, entre elas a liberação de uma série de manifestações populares. Para tal, Getúlio Vargas convidou Manoel dos Reis Machado, o mestre Bimba, para uma apresentação no Palácio do Governo. Temendo a popularização da arte - luta, Getúlio Vargas permitiu a abertura da primeira academia de capoeira, que teria um cunho folclórico. Após essa passagem, a capoeira perdeu suas características de luta marginal e vadiagem, visto que para freqüentar a academia de mestre Bimba os indivíduos eram obrigados a ter carteira de trabalho assinada.
Grande parte do que se sabe hoje sobre a capoeira praticada pelos escravos foi transmitido pelas gerações de forma oral, visto que "... a documentação referente à época da escravatura foi queimada por Rui Barbosa, Ministro da Fazenda no governo de Deodoro da Fonseca" (Sete 1997).
Enfim, a capoeira ganhou a popularidade estimada por Bimba, e até os dias de hoje vem reunindo adeptos pelo país.
Referências:
http://www.aguadebeber-pt.com/index.php?option=com_content&view=article&id=95&Itemid=86
http://capoeiraidalina.webs.com/origemdacapoeira.htm
http://associacaofilhosdasenzala.spaceblog.com.br/2096619/Historia-da-Capoeira/
AREIAS,Anande. O que é capoeira:São Paulo: Tribo, 1993.

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