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Universidade Federal do Espírito Santo 
Centro de Ciências Agrárias 
Departamento de Produção Vegetal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guia de acompanhamento de aulas de Manejo de 
Plantas invasoras 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Marcelo Antonio Tomaz 
Alegre- ES - 2011 
 1 
Introdução 
 
O controle de plantas daninhas consiste na adoção de certas práticas que resultam na redução da 
infestação, mas não, necessariamente, na sua completa eliminação, pois essa erradicação é difícil de 
ser obtida na agricultura. 
Para um leigo, o controle de plantas daninhas, usando métodos manuais, mecânicos ou químicos, 
é extremamente simples. Na verdade, é uma ciência multidisciplinar que depende de conhecimentos de 
botânica, biologia, mecanização agrícola, física e química do solo, química orgânica, bioquímica, 
fisiologia vegetal, climatologia, fitotecnia, técnicas de biologia molecular e sensoriamento remoto. 
Hoje muitos estudos estão sendo conduzidos em genética, visando o melhoramento de culturas 
para resistência a herbicidas; como exemplos, estão sendo desenvolvidos trabalhos objetivando a 
criação de cultivares de soja resistentes ao glyphosate; de milho, ao imazaquin; de arroz, ao amônio-
glufosinato, etc. Todavia, toda e qualquer técnica de manejo de plantas daninhas somente terá sucesso 
se for aplicada levando-se em conta conhecimentos detalhados da biologia das plantas infestantes da 
área, envolvendo principalmente conhecimentos nas áreas de morfologia e fisiologia. 
Os novos herbicidas estão cada vez mais seguros para o ambiente e o homem, sendo mais 
eficientes no controle de plantas daninhas específicas e com doses cada vez mais baixas. Os estudos de 
ecologia e da toxicologia humana e animal são conduzidos, simultaneamente, antes do lançamento de 
qualquer herbicida. 
A demanda cada vez maior de alimentos, fibras e energia, para uma população crescente de 
consumidores e decrescente de produtores, destacam a importância da eficiência do controle de plantas 
daninhas. Cerca de 92% da população, na região produtora de alimentos do Brasil, vive hoje nas 
cidades, e a mão-de-obra rural existente é escassa e de baixa qualidade. Em razão disso, o produtor 
deve ser mais eficiente, ou seja, deve utilizar menos mão-de-obra para produção de maior quantidade 
de alimentos. 
Com relação aos gastos com defensivos agrícolas no Brasil, para o controle de pragas, doenças e 
plantas daninhas, cerca de 50% referem-se a gastos com herbicidas. Em termos médios, cerca de 20-
30% do custo de produção refere-se ao controle de plantas daninhas. Em algumas culturas, como soja e 
cana-de-açúcar, esse percentual é ainda maior. 
Hoje tem sido cada vez mais difícil, encontrar mão-de-obra no campo, no momento preciso e na 
quantidade necessária. Com isso o controle químico tem se tornado uma prática indispensável. São 
necessários, entretanto, cuidados técnicos para atingir a máxima eficiência, sem poluir o solo, a água e 
os alimentos. Deve-se ressaltar que o herbicida é considerado apenas uma ferramenta a mais no 
manejo de plantas daninhas, sendo recomendado sempre um programa de controle integrado. Neste 
programa, para se obter um controle que seja eficiente, econômico e que preserve a qualidade 
ambiental e a saúde do homem, associam-se os diversos métodos disponíveis (preventivo, mecânico, 
físico, cultural, biológico e químico), levando-se em consideração as espécies daninhas infestantes, o 
tipo de solo, a topografia da área, os equipamentos disponíveis na propriedade, as condições 
ambientais e o nível cultural do proprietário. 
 
 
1 - Planta daninha 
A definição de planta daninha nem sempre é fácil, devido à evolução e complexidade que 
atualmente atingiu a Ciência das Plantas Daninhas. Entretanto, todos os conceitos baseiam-se na sua 
 2 
indesejabilidade em relação a uma atividade humana. Uma planta pode ser daninha em determinado 
momento se estiver interferindo negativamente nos objetivos do homem, porém esta mesma planta 
pode ser útil em outra situação. Como exemplos, podem-se citar espécies altamente competidoras com 
culturas sendo extremamente úteis no controle da erosão, promovendo a reciclagem de nutrientes, 
servindo como planta medicinal, fornecendo néctar para as abelhas fabricarem o mel, etc. Uma planta 
cultivada também pode ser daninha se ela ocorrer numa área de outra cultura, como a presença do 
milho em cultura da soja e da aveia em cultura do trigo. Por este motivo, são vários os conceitos de 
planta daninha: 
 Shaw (1956) – planta daninha é qualquer planta que ocorre onde não é desejada; 
 Marinis (1972) – planta daninha é qualquer planta fora do lugar; 
 Cruz (1979) – planta sem valor econômico ou que compete, com o homem, pelo solo; 
 Fischer (1973) – “ plantas cujas vantagens ainda não foram descobertas” e “plantas que 
interferem com os objetivos do homem em determinada situação”. 
Uma planta só deve ser considera daninha se estiver direta ou indiretamente prejudicando uma 
determinada atividade humana (ex: interferência em culturas comerciais, plantas tóxicas em pastagens, 
etc.) Numa cultura, por exemplo, qualquer planta estranha que vier a afetar a produtividade e, ou, a 
qualidade do produto produzido ou interferir negativamente no processo da colheita é considerada 
daninha. Embora não se possa dizer que uma planta na sua essência, seja daninha, pois estas, em 
determinadas situações, podem ser extremamente úteis, algumas têm sido consideradas plantas 
daninhas comuns e outras plantas daninhas verdadeiras. 
Plantas daninhas comuns: são aquelas que não possuem habilidade de sobreviver em condições 
adversas, (não possuem dormência). 
Plantas daninhas verdadeiras: São aquelas que possuem características especiais que permitem fixá-
las como infestantes ou daninhas. 
→ São rústicas e crescem em condições adversas; 
→ Produzem grande número de sementes 
→ Apresentam dormência e germinação desuniforme; 
→ Multiplicam-se de diversas maneiras; (sexuada e assexuadamente) 
 (sementes, raízes, caules, tubérculos, Rizomas e Estolhões) 
→ Tolerantes ao ataque de insetos e pragas; 
→ Rápido crescimento inicial em relação às culturas 
→ Habilidade em extrair mais água e nutrientes do solo. 
→ Ciclo de vida parecido com o da cultura (Echinochloa colonum) 
→ Grande facilidade de dispersão (deiscência explosiva de frutos) 
 ▪ Euphorbia heterophylla 2 - 5 metros 
 ▪ Ricinus communis > 10 metros 
→ Capacidade de germinar a grandes profundidades 
▪ Avena factua (aveia-brava) até 17 cm 
▪ Ipomoea sp (corda-de-viola) 12 cm 
▪ Euphorbia heterophylla (amendoim-bravo) 20 cm 
 
2. Classificação das plantas invasoras 
 
Algumas plantas daninhas pertencem às mesmas classes, ordens, famílias, gênero e, em certos 
 3 
casos, até a mesma espécie que algumas plantas cultivadas (ex: arroz vermelho e arroz cultivado, 
ambos Oryza sativa); 
As plantas economicamente importantes estão classificadas, com poucas exceções, dentro de 
duas classes: Monocotiledônea e Dicotiledônea. Outra classificação que surgiu com o aparecimento 
dos primeiros herbicidas orgânicos, derivados dos ácidos alifáticos e fenociacéticos, separou as PD em 
dois grupos – “ folhas largas” e “ folhas estreitas, devido ao fato destes produtos possuírem ação 
eficiente sobre gramíneas e dicotiledôneas. 
 
► Quanto ao ciclo de desenvolvimento: 
 
a) ANUAIS: germinam, desenvolvem, florescem e produzem sementes e morrem em períodos 
inferiores a um ano. Constituem a grande maioria das espécies de PD no Brasil e as mais importantes 
têm ciclo de vida que varia entre 40 a 160 dias.Ex: Bidens pilosa, Amaranthus. 
 
b) BIANUAIS: completam seu ciclo de vida em um período superior a um ano e inferior a 2 anos. 
Geralmente desenvolvem vegetativamente no 1º anos e florescem e frutificam no 2º ano. 
 
c) PERENES: vivem mais de dois anos e são caracterizadas pela renovação do crescimento ano após 
ano a partir do mesmo sistema radicular. 
 perenes herbáceas simples – reproduzem por sementes e podem também reproduzir-se 
vegetativamente se injuriadas ou cortadas; 
 perenes herbáceas mais complexas -- reproduzem por sementes e por mecanismos vegetativos 
(Cynodon dactylon, Cyperus rotundus, Imperata brasilensis); 
 perenes lenhosas – caules com crescimento secundário, com incremento anual (Senna 
obtusifolia). 
 
Para facilitar a correta identificação da espécie, deve-se primeiramente conhecer se a planta é 
mono ou dicotiledônea, se as pétalas estão ausentes ou presentes, livres ou unidas, a posição do ovário 
(inferior ou superior), o número de estames ou pétalas, a simetria das pétalas, o tipo de fruto, etc. Caso 
a planta esteja sem sementes, há uma lista enorme de características vegetativas que levam às famílias. 
 
2.1. Características práticas para reconhecimento das principais famílias de plantas daninhas 
 
 Graminae - talo cilíndrico, com nós e entrenós; entrenós com talo oco; bainha normalmente 
aberta; lígula normalmente presente. Exemplos: Digitaria sanguinalis, Eleusine indica, Echinocloa 
crusgalli, Echinocloa cruspavonis e Bracharia plantaginea. 
 Compositae - Inflorescência em capítulo (flores muito pequenas e em dois tipos: tubulares e 
ligulares); estames livres e anteras unidas; cálice transformado em papus, fruto em aquênio; etc. 
Exemplos: Bidens pilosa, Acanthospermum australe, Ageratum conyzoides, Melampodium 
perfoliatum, Sonchus oleraceus e Xanthium cavanillesii. 
 Cyperaceae - talo triangular sem nós; bainha fechada sem lígula. Exemplos: Cyperus esculentus e 
Cyperus rotundus. 
 Polygonaceae - presença de serocina; nós dos talos inchados ou protuberantes; seiva ácida e 
penetrante. Exemplos: Rumex crispus - língua-de-vaca. 
 4 
 Amaranthaceae - flores muito pequenas e de cor verde; brácteas espinhosas; inflorescências 
condensadas. Exemplos: Amaranthus hybridus e Amaranthus viridis. 
 Cruciferae - estames tetradínamos (quatro comprimidos para dentro e quatro curvados para fora); 
o fruto é uma síliqua, dividido em dois lóculos. Exemplos: Brassica rapa, Raphanus raphanistrum 
e Lepidium virginicum. 
 Leguminosae - é subdividida em subfamílias: 
Subfamília I - Mimosaceae - corola actinomorfa; estames quatro a infinito; folhas bipenadas ou 
penadas. Exemplo: Mimosa e Acácia. 
Subfamíla II - Cesalpinaceae - corola irregular com estandarte interno; estames 3-12 inseridos no 
cálice; em geral as folhas são penadas. Exemplos: Senna obtusifolia. 
Subfamília III - Papilionaceae - corola com estandarte interno; estames 10 (em geral 9+1), 
inseridos na corola; folhas nunca bipenadas. Exemplos: Desmodium e Phaseolus. 
 Convolvulaceae - trepadoras com folhas alternadas e sem estípulas; corola em forma de tubo; 
flores vistosas, hermafroditas e actinomorfas; cinco estames de tamanho desigual; estames 
inseridos no fundo do tubo polínico; o fruto é uma capsula. Exemplos: Ipomoea sp., Convolvulus 
arvensis e Cuscuta sp. 
 Chenopodiaceae - folhas de disposição alternadas, sem estípulas; flores muito pequenas e de cor 
verde; talo estriado; planta com escamas. Exemplo: Chenopodium album. 
 Malvaceae - flores vistosas com cálice e corola pentâmeros, usualmente anuais, com seiva 
mucilaginosa e talos fibrosos, com muitos estames em androceu tubular; o fruto muitas vezes é 
uma capsula ou um policoco. Exemplos: Sida spp. 
 Solanaceae - possuem cinco estames; anteras agrupadas ao redor do estilete; folhas e caules, 
muitas vezes, com odor forte e característico; folhas irregularmente recortadas; talos e folhas 
muitas vezes com espinho. Exemplos: Solanum, Physalis e Datura. 
 
3. Prejuízos, agressividade e utilidades das plantas daninhas 
 
3.1. Prejuízos diretos 
Em média, cerca de 20-30% do custo de produção de uma lavoura se deve ao custo do controle 
das plantas daninhas. Esses valores tornam-se ainda mais significativos na agricultura moderna, onde é 
exigido perfeito controle das plantas para melhor eficiência das máquinas colheitadeiras. 
Além da redução da produtividade das culturas, as plantas daninhas causam outros prejuízos 
diretos, por exemplo: 
a) Reduzem a qualidade do produto comercial. Ex: a presença de sementes de picão-preto 
(Bidens pilosa) junto ao capulho do algodão, sementes de capim-carrapicho (Cenchrus 
echinatus) junto ao feno, sementes de carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum) 
aderidas à lã, etc. 
b) São responsáveis pela não-certificação das sementes de culturas, quando estas são colhidas 
junto com sementes de determinadas espécies de plantas daninhas proibidas, como leiteiro 
(Euphorbia heterophylla), arroz-vermelho (Oryza sativa), capim-massambará (Sorghum 
halepense) e feijão-miúdo (Vigna ungiculata). É comum, também, impedirem a certificação de 
mudas em torrão, como é o caso de mudas cítricas produzidas em viveiro infestado com 
tiririca (Cyperus rotundus). 
c) Podem intoxicar animais domésticos, quando presentes em pastagens. Por exemplo: cafezinho 
 5 
(Palicourea marcgravii), flor-das-almas (Senecio brasiliensis), samambaia (Pteridium 
aquilinium), algodo-eiro-bravo (Ipomoea fistulosa), chibata (Arrabidae bilabiata) e outras que 
podem causar a morte de animais. 
d) Algumas espécies exercem o parasitismo em citros, milho e plantas ornamentais. São 
exemplos a erva-de-passarinho (Phoradendron rubrum) em citros e a erva-de-bruxa (Striga 
lutea) em milho. Esta última é a pior invasora para milho, ainda não introduzida no Brasil. Ela 
produz cerca de 5.000 sementes por planta, que germinam e parasitam as raízes do milho; dois 
meses mais tarde as plantas aparecem na superfície do solo, florescem rapidamente e iniciam 
novamente o ciclo parasitário. 
 
3.2. Prejuízos indiretos 
As plantas daninhas podem ser hospedeiras alternativas de pragas e doenças, como o mosaico-
dourado do feijoeiro, causado por um vírus à cultura do feijão, que é transmitido pela mosca-branca 
após ter se “alimentado” de espécies do gênero Sida (Sida rhombifolia, Sida glaziovii, Sida micrantha, 
Sida santaremnensis, Sida cordifolia etc.); os nematóides: 57 espécies de plantas daninhas hospedam 
Meloydogyne javanica e, por isso, a rotação de cultura não é satisfatória para seu controle. 
Recentemente, foi introduzido no Brasil o gênero Heterodera (nematóide-do-cisto da soja), também 
hospedado por diversas espécies de plantas daninhas. Outro exemplo é o capim-massambará (Sorghum 
halepense), que é hospedeiro do vírus do mosaico da cana-de-açúcar. 
Algumas espécies, além dos prejuízos diretos que causam às culturas, podem, ainda, prejudicar 
ou mesmo até impedir a realização de certas práticas culturais e a colheita. São exemplos destas 
espécies a corda-de-viola (Ipomoea grandifolia, Ipomoea aristolochiaefolia, Ipomoea purpurea e 
outras desse gênero). Estas diminuem a eficiência das máquinas e aumentam as perdas durante a 
operação da colheita até mesmo quando em infestação moderada nas lavouras. Capim-carrapicho 
(Cenchrus echinatus), carrapicho-de-carneiro (Acathospermum hispidum), arranha-gato (Acassia 
plumosa) e outras plantas espinhosas podem até impedir a colheita manual das culturas. Outro 
exemplo de espécie de planta daninha que causa prejuízos diretos e indiretos é a Mucuna pruriens, 
infestante comum em lavouras de milho, feijão e cana-de-açúcar; esta espécie daninha dificulta 
tremendamente a colheita manual,pois, durante a operação da colheita, os tricomas de suas folhas se 
rompem a um leve contato e liberam toxinas que causam inflamação na pele do trabalhador. 
As plantas daninhas, também, podem ser altamente inconvenientes em áreas não cultivadas: 
áreas industriais, vias públicas, ferrovias, refinarias de petróleo. Nestas áreas não é desejável a 
presença de plantas daninhas vivas ou mortas. Causam, também, problemas sérios em ambientes 
aquáticos, onde podem dificultar o manejo da água, aumentando o custo da irrigação, prejudicando a 
pesca, dificultando a manutenção de represas, o funcionamento de usinas hidrelétricas, etc. Exemplos: 
taboa (Typha angustifolia) e aguapé (Eichornia crassipes) etc. 
Outras espécies de plantas daninhas podem ainda reduzir o valor da terra, como a tiririca 
(Cyperus rotundus) e a losna-brava (Artemisia verlotorum). Estas, quando presentes em áreas com 
culturas que apresentam pequena capacidade competitiva, como as olerícolas de modo geral, os 
parques e os jardins, têm o custo de controle muito elevado, tornando-se inviável economicamente. 
 
 
3.3. Características de agressividade das plantas daninhas 
 6 
As características das plantas daninhas verdadeiras fazem com que estas sejam mais agressivas 
em termos de desenvolvimento e ocupação rápida do solo; com isso, dominam as plantas cultivadas, 
caso o homem não interfira, usando os métodos de controle disponíveis. Estas características de 
agressividade são: 
a) Elevada capacidade de produção de dissemínulos (sementes, bulbos, tubérculos, rizomas, 
estolões, etc.). Exemplos: Amaranthus retroflexus 117.400 sementes por planta; Artemisia 
biennis: 107.500 sementes por planta; Cyperus rotundus; apenas um tubérculo, em 60 dias, 
produz 126 tubérculos, e cada tubérculo possui cerca de dez gemas que, quando separadas, 
cortadas, no momento do cultivo do solo, podem gerar mais dez plantas; além de tudo isso, 
esta planta produz centenas de sementes viáveis. 
b) Manutenção da viabilidade mesmo em condições desfavorá-veis. Exemplo: Convolvulus 
arvensis, cujas sementes permanecem viáveis mesmo após 54 meses, submersas em água ou 
após passarem pelo aparelho digestivo do porco ou boi; e mantém alguma v iabilidade após 
passarem pelo aparelho digestivo de ovinos e eqüinos e só perdem o poder germinativo 
passando pelo aparelho digestivo das aves. 
c) Capacidade de germinar e emergir a grandes profundidades. Exemplos: Avena fatua (aveia-
brava) germina até a 17 cm; Ipomoea sp. (corda-de-viola), a 12 cm; e Euphorbia heterophylla 
(amendoim-bravo), a 20 cm. Esta característica, muitas vezes, é a causa do insucesso dos 
herbicidas aplicados ao solo. 
d) Grande desuniformidade no processo germinativo. Isto ocorre devido aos inúmeros e 
complexos processos de dormência, sendo uma das estratégias de sobrevivência das plantas 
daninhas. 
e) Mecanismos alternativos de reprodução. Muitas plantas daninhas apresentam mais de um 
mecanismo de reprodução. Exemplos: Sorghum halepense (capim-massambará): reproduz por 
sementes e rizomas; Cynodon dactylon (grama-seda): por sementes e estolões; e Cyperus 
rotundus (tiririca), por sementes e tubérculos. 
f) Facilidade de distribuição dos propágulos a grandes distâncias. Isto ocorre pela ação de água, 
vento, animais, homem, máquinas etc. Há duas situações distintas: 1) Disseminação auxócora 
(externa): Acanthospermum australe (carrapicho-de-carneiro) - adere à lã das ovelhas, e este 
foi o motivo de sua introdução no Brasil pela importação de animais ou lã; Echinoclhoa 
crusgali (capim-arroz) foi introduzido junto com as sementes importadas; e Bidens pilosa 
(picão-preto) é transportado a longas distâncias nos pêlos de animais ou roupas dos operadores 
de máquinas etc. 2) Disseminação zoócora (interna): as sementes ingeridas pelos animais 
passam pelo intestino e, através das fezes, são distribuídas em outras áreas. Exemplos: 
Phoradendron rubrum (erva-de-passarinho), Momordica charantia (melão-de-são-caetano) e 
Paspalum notatum (grama-batatais). 
g) Rápido desenvolvimento e crescimento inicial. Muitas plantas daninhas crescem e 
desenvolvem mais rápido que muitas culturas. Na cultura da cebola, por exemplo, as plantas 
daninhas germinam e crescem muito mais rápido, dominando facilmente a cultura, quando esta 
é conduzida por semeadura direta. Em soja, a Brachiaria plantaginea tem grande facilidade 
para dominar a área quando o controle não é efetuado no momento oportuno. 
h) Grande longevidade dos dissemínulos. Observações com 107 espécies de plantas daninhas, 
cujas sementes foram enterradas em cápsulas porosas, a 20-100 cm de profundidade, 
mostraram que 71 delas estavam viáveis um ano após, 68 após 10 anos, 57 após 20 anos, 44 
 7 
após 30 anos e 36 após 38 anos, nestas condições (Klingman et al., 1982). Observações usando 
14
C mostraram que a semente do lótus da índia pode ser viável por 1.040 anos, e a da 
ançarinha-branca, por 1.700 anos. Esta grande longevidade se deve a inúmeros e complexos 
processos de dormência. 
 
3.4. Utilidades das plantas daninhas 
As plantas daninhas podem ser importantes na cobertura do solo contra a erosão, no 
fornecimento de matéria orgânica, na reciclagem de nutrientes, na alimentação para aves e animais 
silvestres, na manutenção da estabilidade térmica e da umidade do solo, etc. Elas podem ainda 
promover o impedimento da germinação e, ou o desenvolvimento de outras espécies de plantas 
daninhas (alelopatia), favorecendo o manejo de culturas, principalmente no sistema de Plantio Direto. 
Muitas, ainda, são plantas medicinais; outras são importantes na produção de mel pelas abelhas, na 
alimentação alternativa do homem, etc. Além disso, muitas vezes as plantas daninhas podem ser úteis 
apenas em determinadas situações, como: (a) em determinado espaço de tempo, (b) em determinada 
fase de seu desenvolvimento, (c) dentro de certos limites de população e (d) dentro de certos limites do 
número de indivíduos presentes na área. 
 
4. Dormência e Alelopatia 
 
4.1 Dormência 
Qualquer estágio no ciclo da vida no qual o crescimento ativo é suspenso por um período de 
tempo. Segundo diversos autores, podem ser várias as causas da dormência: embrião imaturo; 
tegumento da semente impermeável à água e, ou, ao oxigênio; e presença de algum inibidor 
fisiológico. 
Os diversos tipos de dormência podem ser agrupados em: 
a) “Dormência primária”, também chamada de dormência inata, endógena, inerente ou natural; 
seria aquela que a semente adquire quando ainda está ligada à planta-mãe, durante o processo 
de maturação, e persiste por longo tempo depois de completada a maturação. 
b) “Dormência secundária”, também chamada de induzida; seria aquela que a semente adquire 
devido ao ambiente desfavorável. No retorno ao ambiente favorável, a semente permanece 
dormente (sementes com tegumento impermeável, por exemplo), requerendo condição especial 
para quebra da dormência. 
A dormência, nas várias formas, é um dos mais importantes mecanismos indiretos de dispersão, 
sendo um meio necessário de sobrevivência entre as plantas daninhas. Através deste mecanismo a 
espécie consegue sobreviver em estações desfavoráveis, aumentando a sua população quando as 
condições retornam à sua normalidade. Como a dormência não é a mesma em todas as sementes de 
uma planta, pode ocorrer germinação durante meses ou até anos, garantindo a perpetuação da espécie. 
O amplo conhecimento da dormência poderá, no futuro, contribuir para o desenvolvimento de métodos 
mais eficientes de controle de plantas daninhas. Como exemplos de espécies de plantas daninhas que 
apresentam mecanismos de dormência podem-se citar: a) erva-formigueira (Chenopodium album): 
produz sementescom tegumentos normal e duro. Por esta razão mesmo sob intenso controle sempre 
haverá no solo sementes desta espécie. Acredita-se que muitas outras espécies de plantas daninhas 
apresentam mecanismos semelhantes; b) língua-de-vaca (Rumex cryspus): germina melhor na presença 
de luz; e c) quinquilho (Datura stramonium): germina melhor no escuro. O leiteiro (Euphorbia 
 8 
heterophylla), por ser indiferente à luz, é capaz de germinar até a profundidade de 25 cm no solo 
(Vargas et al., 1998). 
O solo agrícola é um banco de sementes de plantas daninhas contendo entre 2.000 e 50.000 
sementes/m
2
/10 cm de profundidade. Do total destas sementes, em um dado período, apenas 2 a 5% 
germinam; as demais permanecem dormentes. Por isso, uma avaliação da composição florística de 
uma área em uma única época do ano não representa o potencial de infestação desta área. Certas 
espécies necessitam de condições especiais para germinarem. Isto pode ocorrer pela simples 
movimentação do solo, que pode expor as sementes à luz (mesmo por frações de segundos), provocar 
mudança nos teores de umidade, na temperatura e na composição atmosférica do solo ou até mesmo 
acelerar a liberação de compostos estimulantes da germinação, como os nitratos. 
A maior germinação foi observada (Quadro 1) no tratamento com (aração + enxada rotativa + 
ligeira compactação do solo), possivelmente pelo maior teor de umidade junto às sementes (maior 
contato entre as sementes e o solo). Isto pode ser observado facilmente em condições de campo, 
onde no rastro da roda do trator observa-se cerca de 10% a mais de emergência de plantas daninhas. 
Outro fator extremamente importante na germinação das sementes é a profundidade em que elas se 
encontram no solo. Espécies que produzem sementes grandes, como as dos gêneros Ipomoea e 
Euphorbia, podem germinar até a profundidades superiores a 15 e 25 cm, respectivamente (Vargas 
et al., 1998); entretanto, espécies que produzem sementes pequenas, como Eleusine indica, somente 
germinam quando estão até a profundidade de 1,0 cm, sem o revolvimento do solo. 
 
Quadro 1 - Influência do tipo do preparo do solo na germinação de sementes de plantas daninhas 
 
Tipo de Preparo do Solo N
o
 de Sementes Emergidas/m
2
 
1. Uma Aração 103 
2. Uma Aração + Uma Gradagem 134 
3. Uma Aração + Enxada Rotativa 206 
4. Uma Aração + E. Rotativa + Compactação 328 
5. Sem Cultivo 80 
 
4.2. Alelopatia 
As plantas superiores desenvolveram notável capacidade de sintetizar, acumular e secretar uma 
grande variedade de metabólitos secundários, denominados aleloquímicos, que não parecem 
relacionados diretamente com nenhuma função do metabolismo primário, mas provavelmente estão 
associados com mecanismos ou estratégias químicas de adaptação às condições ambientais. Os 
aleloquímicos, quando lançados no ambiente, promovem uma interação bioquímica entre plantas, 
incluindo microrganismos. Os efeitos podem ser deletérios ou benéficos sobre outra planta, sobre a 
própria planta ou microrganismos ou vice-versa. 
O mecanismo de ação dos aleloquímicos não está ainda bem esclarecido. Os principais processos 
vitais afetados, segundo Almeida (1988), são: assimilação de nutrientes, crescimento, fotossíntese, 
respiração, síntese de proteínas, permeabilidade da membrana celular, atividade enzimática, etc. 
A interferência que as plantas daninhas causam sobre as culturas é decorrente da competição 
pelos fatores comuns (água, nutrientes, luz, espaço físico, CO2, etc.) e dos efeitos das substâncias 
alelopáticas que estas produzem. O capim-marmelada (Brachiaria plantaginea) afeta o 
desenvolvimento da soja tanto no crescimento quanto na capacidade de nodulação (Almeida, 1988). O 
 9 
desenvolvimento do tomateiro foi afetado por extratos de várias plantas daninhas, como tiririca, 
capim-massambará, grama-seda, etc. 
O efeito alelopático das culturas sobre plantas daninhas é menos comum, e esta deficiência de 
defesa das plantas cultivadas é atribuída à seleção a que estas têm sido submetidas ao longo do tempo, 
para outras características que não as de agressividade para com outras plantas. Por exemplo, ao 
melhorar o paladar e diminuir a toxicidade, foram eliminados genótipos possuidores de substâncias 
alelopáticas, como taninos, alcalóides, etc. 
Restos culturais de algumas culturas, como nabo forrageiro, colza, aveia e centeio, apresentam 
razoável efeito alelopático, reduzindo a intensidade de infestação de algumas plantas daninhas, como 
Brachiaria plantaginea, Cenchrus echinatus e Euphorbia heterophylla, na cultura seguinte. 
 
4.2.1. Alelopatia entre culturas 
A possibilidade de se desenvolverem efeitos alelopáticos benéficos ou maléficos entre culturas 
tem interesse agronômico, especialmente no que diz respeito às técnicas de rotação e consorciação. A 
colza, por exemplo, provoca redução do estande da cultura da soja plantada imediatamente após a sua 
colheita, o que tem contribuído para que os agricultores do sul deixem de cultivar colza. Segundo 
Barbosa (1996), exudato radicular proveniente de plantas de sorgo reduziu a área foliar de plantas de 
alface em 68,4%, quando cultivadas em casa de vegetação, usando solução nutritiva circulante entre os 
vasos de sorgo e alface. 
Quanto a possíveis efeitos alelopáticos do material incorporado ao solo, sabe-se que o processo 
de decomposição do material vegetal varia com a qualidade dos tecidos, os tipos de solo e as condições 
climáticas, podendo os resíduos de plantas de mesma espécie dar origem a compostos diferentes, com 
efeitos biológicos e toxicidade diversos. Por isso, os efeitos alelopáticos provocados pela incorporação 
de resíduos vegetais no solo são muitos variáveis. 
Normalmente, o material fresco, como as adubações verdes, provoca efeitos alelopáticos pouco 
acentuados e por períodos curtos, inferiores a 25 dias. Em condições de baixas temperaturas, os 
resíduos secos podem causar fitotoxicidade mais severa. Os efeitos alelopáticos são transitórios; por 
isso, a incorporação dos resíduos deve ser feita com certa antecedência da semeadura das culturas. 
 
4.2.2. Alelopatia das coberturas mortas 
No plantio direto, a cobertura morta pode prevenir a germinação, reduzir o vigor vegetativo e 
provocar amarelecimento e clorose das folhas, redução do perfilhamento e até morte de plantas 
daninhas durante a fase inicial de desenvolvimento. Esta cobertura é essencial para o sucesso do 
plantio direto, hoje disseminado no Brasil por todos estados produtores de grãos. A cobertura morta da 
cultura do inverno, normalmente de cereais, forma-se no final desta estação ou início da primavera, 
quando começa a época chuvosa. A taxa de decomposição é alta e a liberação dos compostos 
alelopáticos é, conseqüentemente, também rápida. Se a cultura de verão for implantada com algum 
intervalo após a colheita desta cultura de inverno, possivelmente não ocorrerão problemas de 
fitotoxicidade. Nas culturas de verão, os resíduos no solo são escassos e a temperatura e umidade no 
solo é suficiente para manter a atividade microbiana alta, degradando os aleloquímicos. 
Atualmente, várias pesquisas estão sendo conduzidas visando identificar os compostos 
alelopáticos, a fim de avaliar suas atividades sobre as diferentes espécies de plantas daninhas. Estes 
estudos irão contribuir de maneira decisiva para o manejo de plantas daninhas no sistema de plantio 
direto, assim como poderá ser um ponto de partida para síntese de novos compostos com atividade 
 10 
herbicida. Outros pesquisadores avaliam e colecionam germoplasmas de plantas alelopáticas, 
objetivando o melhoramento genético. No futuro, o controle biológico de plantas daninhas também 
poderá ser uma opção no manejo integrado,e, para o sucesso deste método, o conhecimento das 
propriedades alelopáticas das plantas será fundamental. 
 
5. Interferência e período crítico de competição 
 
Para germinar, crescer e reproduzir-se, completando seu ciclo de vida, toda planta necessita de 
água, luz, temperatura, gás carbônico e oxigênio em quantidades adequadas. À medida que a planta se 
desenvolve, esses fatores do ambiente tornam-se limitados, podendo ser agravados pela presença de 
outras plantas no mesmo espaço, que também lutam pelos mesmos fatores de crescimento, gerando, 
assim, uma relação de competição entre plantas vizinhas, seja da mesma espécie ou de espécies 
diferentes. 
A competição entre plantas é diferente daquela que ocorre entre animais. Devido à falta de 
mobilidade dos vegetais, a competição entre eles é de natureza aparentemente passiva, não sendo 
visível no início do seu desenvolvimento. Sabe-se, entretanto, que as plantas cultivadas, devido ao 
refinamento genético a que foram e ainda são submetidas, não apresentam, em sua maioria, capacidade 
de competir vantajosamente com as plantas daninhas verdadeiras. 
Com base nos estudos sobre competição entre plantas daninhas e culturas, várias generalizações 
podem ser inferidas: 
a) A competição é mais séria quando a cultura está na fase jovem, isto é, nas primeiras seis a oito 
semanas após sua emergência, no caso das culturas anuais. 
b) As espécies daninhas de morfologia e desenvolvimento semelhantes ao da cultura, comumente, são 
mais competitivas se comparadas com aquelas que apresentam desenvolvimento diferente. 
c) A competição ocorre por água, luz, Co2, nutrientes e espaço, e as plantas daninhas e cultivadas 
podem, ainda, liberar aleloquímicos no solo, que podem inibir a germinação e, ou, o 
desenvolvimento de outras plantas. 
d) Uma infestação moderada de plantas daninhas em lavouras pode ser tão danosa quanto uma 
infestação pesada, dependendo da época de seu estabelecimento. 
As características que fazem com que uma espécie de planta daninha seja mais competitiva do 
que uma espécie cultivada são as seguintes: 
 Ciclo de vida semelhante ao da cultura. 
 Desenvolvimento inicial rápido das raízes e, ou, parte aérea. 
 Plasticidade fenotípica e populacional. 
 Germinação desuniforme no tempo e no espaço (presença de dormência). 
 Produção e liberação, no solo, de substâncias alelopáticas. 
 Produção de elevado número de propágulos por planta. 
 Adaptação às variadas condições ambientais. 
De acordo com Pitelli (1985), os efeitos negativos observados no crescimento, no 
desenvolvimento e na produtividade de uma cultura, devidos à presença de plantas daninhas, não 
devem ser atribuídos exclusivamente à competição imposta por estas, mas resultante das pressões 
ambientais de ação direta (competição, alelopatia, interferência na colheita e outras). A este efeito 
global denominou-se “interferência”, referindo-se, portanto, ao conjunto de ações que recebe uma 
determinada cultura em decorrência da presença da comunidade infestante num determinado local. De 
 11 
maneira geral, pode-se dizer que, quanto maior for o período de convivência múltipla (cultura-plantas 
daninhas), maior será o grau de interferência. No entanto, isto não é totalmente válido, porque 
dependerá da época e do ciclo da cultura em que este período ocorrer. O grau de interferência entre 
plantas cultivadas e comunidades infestantes depende das manifestações de fatores ligados à 
comunidade infestante (composição específica, densidade e distribuição), à própria cultura (espécie ou 
variedade, espaçamento e densidade de plantio) e à época e extensão da convivência, podendo ser 
alterado pelas condições de solo, clima e manejo. 
O manejo de plantas daninhas altera a cronologia natural dos eventos, favorecendo a utilização 
de recursos pela planta cultivada, gerando menor intensidade de interferência na produtividade 
econômica. Geralmente, quanto menor o período de convivência entre cultura e plantas daninhas, 
menor será o grau de interferência. Porém, uma infestação moderada de plantas daninhas poderá ser 
tão danosa à cultura quanto uma infestação pesada, dependendo da época de seu estabelecimento, entre 
outros fatores. Este fato justifica, portanto, o estudo da época ideal de controle de plantas daninhas em 
cada cultura, visando o mínimo possível de redução na produtividade, mas sem prejudicar também o 
ambiente. 
Pitelli e Durigan (1984) sugeriram terminologia para períodos de convivência de plantas 
daninhas em culturas: 
 
 PTPI - “Período total de prevenção da interferência” é o período, a partir do plantio ou da 
emergência, em que a cultura deve ser mantida livre da interferência de plantas daninhas, para que 
a produção não seja afetada quantitativa e, ou, qualitativamente. Na prática, este deve ser o 
período que as capinas ou o poder residual dos herbicidas devem cobrir. É importante esclarecer o 
significado deste período em termos de competição: as espécies daninhas que emergirem neste 
período, em determinada época do ciclo da cultura, terão atingido tal estádio de desenvolvimento 
que promoverão uma interferência, sobre a espécie cultivada, capaz de reduzir significativamente 
sua produtividade econômica. Após este período, a própria cultura, através, principalmente, do 
sombreamento, impede o desenvolvimento das plantas daninhas. Desse modo, toda e qualquer 
prática cultural que incremente o crescimento inicial da cultura pode contribuir para um 
decréscimo no período total de prevenção da interferência, permitindo menos cultivos ou o uso de 
herbicidas de menor poder residual. 
 PAI - “período anterior à interferência”, é aquele espaço de tempo, após a semeadura ou o plantio, 
em que a cultura pode conviver com a comunidade de plantas daninhas, antes que a interferência se 
instale de maneira definitiva e reduza significativamente a produtividade da lavoura.O limite 
superior deste período indica a época em que a interferência compromete irreversivelmente a 
produtividade econômica da cultura. A aplicação de certas práticas culturais contribui para 
diminuição deste período. Por exemplo, a fertilização incrementa o crescimento inicial da cultura e 
das plantas daninhas, permitindo que a competição por recursos outros que não a adubação se 
instale de maneira mais rápida. Teoricamente, o final do período anterior à interferência seria a 
época ideal para o primeiro controle da vegetação infestante, pois a comunidade teria acumulado 
energia e matéria orgânica que retornariam ao solo, contribuindo para o próprio desenvolvimento 
da cultura. Mas, na prática este limite não pode ser considerado, pois a cultura e, ou, as plantas 
daninhas podem ter atingido um estádio tal de desenvolvimento que inviabilize o uso de práticas 
mecânicas ou o controle químico. 
 12 
 PCPI - “período crítico de prevenção da interferência” do ponto de vista prático, a cultura deverá 
ser mantida livre das plantas daninhas no período compreendido entre o final do PAI até o 
momento em que as plantas daninhas que vierem a emergir não mais irão interferir na 
produtividade da cultura. Alguns trabalhos visando avaliar os efeitos da interferência de plantas 
daninhas em culturas estão no Quadro 2. 
 
Quadro 2 - Períodos de convivência e de controle de plantas daninhas em diversas culturas anuais e 
bianuais 
 
Culturas 
Dias Após Semeadura ou Plantio (d) 
Fonte 
PTPI PAI PCPI 
Algodão 35 d --- --- Blanco e Oliveira (1976) 
 42 d 28 d 28 - 42 d Laca Buendia et al. (1979) 
Alho 80 d --- --- Souza et al. (1981) 
 100 d 20 d 20 –100 d Mascarenhas et al. (1980) 
Arroz de sequeiro 40 d 30 d 30 - 40 d Alcântara et al. (1982) 
 60 d 45 d 45 - 60 d Oliveira e Almeida (1982)Arroz de várzea 32 d --- --- Deuber e Foster (1972) 
 45 d 15 d 15 - 45 d Ishy e Lovato (1974) 
Cana-de-açúcar 66 d 18 d 18 - 66 d Blanco et al. (1979) 
( plantio de ano ) 90 d 30 d 30 - 90 d Rolin e Cristofolleti (1982) 
Cana-de-açúcar) 90 d 60 d 60 – 90 Colleti et al. (1980) 
(plantio de ano e 
meio) 
60 d 30 d 30 - 60 d Blanco et al. (1982) 
Feijão 30 d --- --- Vieira (1970) 
 35 d 21 d 21 - 35 d Willian (1973) 
Milho 45 d 15 d 15 - 46 d Blanco et al. (1976) 
 40 d 20 d 20 - 40 d Repnnings et al. 1976) 
Soja 40 d 20 d 20 - 40 d Durigan et al. (1983) 
 30 d 20 d 20 - 30 d Garcia et al. (1981) 
Fonte: Adaptado de Pitelli (1985). 
 
Considerando a diversidade de fatores que influenciam o grau e os períodos de interferência 
apresentados, torna-se extremamente importante a pesquisa nesta área, nas diferentes condições 
envolvendo solo, clima, espécies daninhas e culturas, visando realizar com eficiência o manejo 
integrado das plantas daninhas. 
 
6. Métodos de controle de plantas daninhas 
 
A redução da interferência das plantas daninhas, considerando uma cultura, deve ser feita até um 
nível no qual as perdas pela interferência sejam iguais ao incremento no custo do controle, ou seja, que 
não interfiram na produção econômica da cultura. Um bom programa de manejo de plantas daninhas 
pode ser resumido em três situações básicas: máxima produção no menor espaço de tempo e máxima 
sustentatibilidade de produção com mínimo risco. 
Dez palavras-chave descrevem os processos recomendados, e elas são um bom guia para o 
programa de manejo: 
1. Monitorar sementes e espécies da área de produção. 
2. Identificar as espécies-problema e suas densidades. 
 13 
3. Estudar os métodos usados na propriedade. 
4. Conhecer as espécies dominantes e suas interações. 
5. Prever populações e mudanças de populações de plantas daninhas. 
6. Decidir quando o controle deve ser feito. 
7. Escolher a tecnologia de controle compatível com sistema. 
8. Considerar os recursos e as necessidades do fazendeiro. 
9. Integrar os processos com as medidas de proteção das culturas. 
10. Avaliar os impactos ambientais, sociais e econômicos em longo prazo. 
O nível de controle das plantas daninhas, obtido em uma lavoura, dependerá da espécie 
infestante, da capacidade competitiva da cultura, do período crítico de competição, dos métodos 
empregados, das condições ambientais etc. Muitas vezes faz-se necessária a associação de dois ou 
mais métodos para se atingir o nível desejado, constituindo-se, esse fato, no controle integrado. Os 
métodos de controle podem ser: preventivo, cultural, mecânico ou físico, biológico e químico. 
 
6.1. Controle preventivo 
O controle preventivo de plantas daninhas consiste no uso de práticas que visam prevenir a 
introdução, o estabelecimento e, ou, a disseminação de determinadas espécies-problema em áreas 
ainda por elas não infestadas. Estas áreas podem ser um país, um estado, um município ou uma gleba 
de terra na propriedade. 
Há legislações federais e estaduais que regulamentam a entrada de sementes no país ou estado e 
sua comercialização interna, determinando os limites toleráveis de semente de cada espécie de planta 
daninha e também a lista de sementes proibidas por cultura ou grupo de culturas. 
Algumas medidas podem evitar a introdução da espécie daninha na região: utilizar sementes de 
elevada pureza; limpar cuidadosamente máquinas, grades e colheitadeiras; inspecionar cuidadosamente 
mudas adquiridas com torrão e também toda matéria orgânica (esterco e composto) proveniente de 
outras áreas; limpar canais de irrigação; quarentena de animais introduzidos; etc. 
A falta destes cuidados tem causado ampla disseminação das mais diversas espécies. Como 
exemplo, a tiririca (Cyperus rotundus), que possui sementes muito pequenas e tubérculos que infestam 
novas áreas com grande facilidade, por meio de estercos, mudas com torrão, etc., o picão-preto (Bidens 
pilosa) e o capim-carrapicho (Cenchrus echinatus), além de outras espécies, se espalham por novas 
áreas por meio de roupas e sapatos dos operadores, pêlos de animais, etc. Já o capim-arroz 
(Echinochloa sp.) e o arroz-vermelho (Oryza sativa) são distribuídos junto com as sementes de arroz. 
 
6.2. Controle cultural 
Este método consiste no uso de práticas comuns ao bom manejo da água e do solo, como rotação 
de cultura, variação do espaçamento da cultura, uso de coberturas verdes, etc. Essas práticas 
contribuem para impedir o aumento exagerado de determinadas plantas daninhas. Consiste, então, em 
usar as próprias características ecológicas das culturas e plantas daninhas, visando beneficiar o 
estabelecimento e desenvolvimento das culturas. 
►Rotação de culturas: cada cultura agrícola geralmente é infestada por espécies daninhas que possuem 
exigências semelhantes às da cultura ou apresentam os mesmos hábitos de crescimento; exemplos: 
capim-arroz (Echinoclhoa sp.) em lavouras de arroz; apaga-fogo (Alternanthera tenella), em lavouras 
de milho; mostarda, em lavouras de trigo; e caruru-rasteiro (Amarantus deflexus), em cana-de-açúcar. 
Quando são aplicadas as mesmas técnicas culturais seguidamente, ano após ano, no mesmo solo, a 
 14 
interferência destas plantas daninhas aumenta muito. Quando o principal objetivo é o controle de 
plantas daninhas, a escolha da cultura em rotação deve recair sobre plantas com habito de crescimento 
e características culturais bem contrastantes. 
►Variação do espaçamento: a variação do espaçamento entre linhas ou da densidade de plantas na 
linha pode contribuir para a redução da interferência das plantas daninhas sobre a cultura, dependendo 
da arquitetura das plantas cultivadas e das espécies infestantes. A redução entre linhas geralmente 
proporciona vantagem competitiva à maioria das culturas sobre as plantas daninhas sensíveis ao 
sombreamento. 
►Coberturas verdes: são culturas geralmente muito competitivas com as plantas daninhas. Tremoço, 
ervilhaca, azevém anual, nabo, aveia e centeio são usadas na região Sul do Brasil. Nas regiões 
subtropicais predominam mucuna-preta, crotalárias, guandu, feijão-de-porco e lab-lab. O principal 
efeito é a melhoria das condições físico-químicas do solo. Entretanto, estas plantas possuem também 
poder inibitório sobre outras e podem reduzir as infestações de algumas daninhas após serem 
dessecadas e incorporadas ao solo, devendo ser bem escolhidas pra cada caso. A cobertura morta cria 
condições para a instalação de uma densa e diversificada microbiota no solo, principalmente na 
camada superficial com elevada quantidade de microrganismos responsáveis pela eliminação de 
sementes dormentes por meio da deterioração e perda da viabilidade. 
 
6.3. Controle mecânico 
São métodos mecânicos de controle de plantas daninhas o arranque manual, a capina manual, a 
roçada, a inundação, a queima, a cobertura morta e o cultivo mecanizado. 
O arranque manual, ou monda, é o método mais antigo de controle de plantas daninhas. Ainda 
hoje, é usado para o controle em hortas caseiras, jardins e na remoção de plantas daninhas entre as 
plantas das culturas em linha, quando o principal método de controle é o uso de enxada. 
A capina manual feita com enxada é muito eficaz e ainda muito utilizada na nossa agricultura, 
principalmente em regiões montanhosas, onde há agricultura de subsistência, e para muitas famílias, 
esta é a única fonte de trabalho. Porém, numa agricultura mais intensiva, em áreas maiores, o alto 
custo da mão-de-obra e a dificuldade de encontrar operários no momento necessário e na quantidade 
desejada fazem com que este método seja apenas complementar a outros métodos, devendo ser 
realizado quando as plantas daninhas estiverem aindajovens e o solo não estiver muito úmido. 
Em pomares e cafezais, a roçada manual ou mecânica é um método muito importante para 
controlar plantas daninhas, principalmente em terrenos declivosos, onde o controle da erosão é 
fundamental. O espaço das entrelinhas é mantido roçado e, por meio de outros métodos de controle, a 
fileira de plantas, em nível, é mantida no limpo. Também em terrenos baldios, beiras de estradas e 
pastagens a roçada é um método de controle de plantas daninhas dos mais importantes. 
O cultivo mecanizado, feito por cultivadores tracionados por animais ou tratores, é de larga 
aceitação na agricultura brasileira, sendo um dos principais métodos de controle de plantas daninhas 
em propriedades com menores áreas plantadas. As principais limitações deste método são: a) 
dificuldade de controle de plantas daninhas na linha da cultura; e b) baixa eficiência: quando realizado 
em condições de chuva (solo molhado), é ineficiente para controlar plantas daninhas que se 
reproduzem por partes vegetativas. No entanto, todas as espécies anuais, quando jovens (2-4 pares de 
folhas), são facilmente controladas em condições de calor e solo seco. O cultivo quebra a relação 
íntima que existe entre raiz e solo, suspende a absorção de água e expõe a raiz às condições ambientais 
desfavoráveis. Dependendo do tamanho relativo das plantas cultivadas e daninhas, o deslocamento do 
 15 
solo sobre a linha, através de enxadas cultivadoras especiais, pode causar o enterrio das pequenas 
plântulas e, com isso, promover o controle das plantas daninhas na linha. 
 
6.4. Controle Físico 
Em solos planos e nivelados, a inundação é um efetivo método de controle de plantas daninhas, 
como nos tabuleiros de arroz. Espécies perenes de difícil controle, como a tiririca (Cyperus rotundus), 
a grama-seda (Cynodon dactylon), o capim-kikuio (Penisetum clandestinum)), além de muitas plantas 
daninhas anuais, são totalmente erradicadas sob inundação prolongada, apenas não apresentando efeito 
sobre as plantas daninhas que se desenvolvem em solos encharcados, como o capim-arroz 
(Echinochloa sp.), bem como sobre as plantas aquáticas. A inundação mata as plantas sensíveis, em 
virtude da suspensão do fornecimento de oxigênio para suas raízes. Os fatores limitantes deste método, 
na maioria dos casos, são o custo do nivelamento do solo e a grande quantidade de água necessária 
para sua implantação. 
A cobertura do solo com restos vegetais em camada espessa ou com lâmina de polietileno é um 
meio físico-mecânico de controle das plantas daninhas. É restrito a pequenas áreas de hortaliças. No 
plantio direto, é de grande utilidade a cobertura do solo com restos vegetais da cultura anterior. Este 
sistema de plantio é usado em extensas áreas de plantio de soja, milho e trigo. A cobertura provoca 
menor amplitude nas variações e no grau de umidade e da temperatura da superfície do solo, 
estimulando a germinação das sementes das plantas daninhas da camada superficial de solo, que são 
posteriormente mortas devido à impossibilidade de emergência. A cobertura morta ainda pode 
apresentar efeitos alelopáticos úteis no controle de certas espécies daninhas, além de outros efeitos 
importantes sobre as culturas implantadas na área. 
Outra técnica é a solarização, que é um processo caro e inviável em grandes áreas. Esta deve ser 
feita 60 a 75 dias antes do plantio, nos meses mais quentes do ano, utilizando filme de polietileno 
sobre a superfície do solo. Provoca aumento de temperatura e, por isso, em solo úmido, as sementes 
das plantas daninhas germinam e morrem em seguida, devido ao calor excessivo principalmente em 
profundidade de 5 cm. 
Quanto à queima das plantas daninhas com lança-chamas, esta técnica é de uso limitado no 
Brasil, em razão do custo do combustível. Todavia, já foi utilizada em algodão, através de adaptação 
de queimadores especiais em cultivadores tratorizados, para uso dirigido nesta cultura. 
 
6.5. - Controle biológico 
O controle biológico consiste no uso de inimigos naturais (fungos, bactérias, vírus, insetos, aves, 
peixes, etc.) capazes de reduzir a população das plantas daninhas, reduzindo sua capacidade de 
competir. Isto é mantido por meio do equilíbrio populacional entre o inimigo natural e a planta 
hospedeira. Deve também ser considerada como controle biológico a inibição alelopática de plantas 
daninhas exercida por outras plantas, daninhas ou não (este assunto já foi discutido em módulo à 
parte). No Brasil, o controle biológico de plantas daninhas com inimigos naturais não tem sido, até o 
momento, praticado com fins econômicos. Para que este tipo de controle seja eficiente, o parasita deve 
ser altamente específico, ou seja, uma vez eliminado o hospedeiro, ele não deve parasitar outras 
espécies. De modo geral, a eficiência do controle biológico é duvidosa quando ele é usado 
isoladamente, porque pode controlar uma espécie e uma outra ser favorecida, o que é uma tendência 
normal em condições de campo. 
 16 
Deve também ser considerada como controle biológico a inibição alelopática de plantas 
daninhas. 
Entre os diversos exemplos de controle biológico no mundo, podem-se citar: na Austrália, o 
controle do cactus ou figo-da-índia (Opuntia spp.) com as larvas do inseto Cactoblastis cactorum; e no 
Havaí o cambará-de-espinho (Lantana camara) foi controlado pelos insetos Agromisa lantanae e 
Crocidosema lantanae. 
Nos Estados Unidos, o fungo Coletotrichum gloeosporeoides pode ser usado para controlar o 
angiquinho (Aeschynomene virginica) em soja e milho; o herbicida natural é registrado como Collego. 
E nos pomares de citros, para controlar Morrenia odorata, já foi usado o fungo Phythophthora 
palmivora, com o nome de Devine. 
No Brasil, isolados de Fusarium graminearum vêm sendo estudados como agente de controle 
biológico de Egeria densa e de Egeria najas, plantas aquáticas que causam problemas em 
reservatórios de hidrelétricas. 
Alguns produtores têm usado carneiros para controlar plantas daninhas em lavouras de café. No, 
entanto, algumas espécies não possuem boa palatabilidade, sendo recusadas durante o pastejo. 
Tilápias, carpas e outros peixes herbívoros tem sido usados também para controle de certas plantas 
aquáticas. 
 
6.6. Controle químico 
O objetivo das pesquisas em nível mundial é obter herbicidas mais eficazes com doses menores, 
mais seguros para o homem e para o ambiente. Também são áreas de interesse, dentre outras, o 
controle biológico, a alelopatia, bem como a tecnologia de aplicação de herbicidas, que tem evoluído 
muito nos últimos anos. 
O controle químico de plantas daninhas, então, é um tipo de controle no qual são usados produtos 
químicos (herbicidas) que, em concentrações convenientes, têm a finalidade de inibir o 
desenvolvimento ou provocar a morte das plantas daninhas. 
As vantagens do uso do controle químico podem ser enumeradas: menor dependência da mão-de-
obra, que é cada vez mais cara, difícil de ser encontrada no momento certo e na quantidade necessária; 
mesmo em épocas chuvosas, o controle é mais eficiente; é eficiente no controle de plantas 
daninhas na linha de plantio e não afeta o sistema radicular das culturas ; permite o cultivo 
mínimo ou plantio direto das culturas; pode controlar plantas daninhas de propagação 
vegetativa;permite o plantio a lanço e, ou, alteração no espaçamento, quando for necessário. 
Todo herbicida é uma molécula química que tem que ser manuseada com cuidado, havendo 
perigo de intoxicação do aplicador, principalmente. Pode ocorrer também poluição do ambiente: água 
(rios, lagos e água subterrânea), solo e alimentos, quando manuseados incorretamente. Há necessidade 
de mão-de-obra especializada para aplicação dos herbicidas.Isto é a causa de cerca de 80% dos 
problemas encontrados na prática. O conhecimento da fisiologia das plantas, dos grupos aos quais 
pertencem os herbicidas e da tecnologia de aplicação é fundamental para o sucesso do controle 
químico das plantas daninhas. 
O controle químico de plantas daninhas deve ser feito apenas como auxiliar. É de maior 
importância o controle cultural, uma vez que este possibilita as melhores condições de 
desenvolvimento e permanência das culturas. O controle químico como único método pode levar ao 
desequilíbrio do sistema de produção. Portanto, o herbicida é uma ferramenta muito importante no 
manejo integrado de plantas daninhas, dede que utilizado no momento adequado e de forma correta. 
 17 
6.7. Manejo integrado de plantas daninhas 
O cultivo integrado, que considera todos os fatores que podem proporcionar à planta maior e 
melhor produção permite o aproveitamento eficiente dos recursos do meio. Nesse contexto, insere-se 
também o manejo integrado das plantas daninhas (MIPD). Esse sistema de produção integrada, cada 
vez mais, vem ganhando espaço em todos os setores agrícolas. 
As estratégias para manejo integrado de diferentes espécies vegetais daninhas são de curto ou de 
longo prazo. Capina e emprego direto de herbicidas (controle químico) podem ser considerados 
medidas de curta duração, pois seu efeito é apenas temporário. Medidas consideradas de longo prazo, o 
emprego de práticas culturais e de controle por agentes biológicos tem caráter permanente e levam em 
conta mudanças mais pronunciadas nas diferentes práticas agronômicas. Disso resulta o manejo 
integrado, que une prevenção e outros métodos de controle a curto (métodos mecânicos e químicos), a 
médio e a longo prazos (métodos cultural e biológico). 
Algumas espécies, como a tiririca (Cyperus rotundus), em condições tropicais, infestam 
rapidamente grande parte dos solos agrícolas. Áreas com alta incidência dessa espécie podem se tornar 
desvalorizadas, devido ao elevado custo para o seu controle. Um exemplo de manejo da tiririca é a 
utilização do plantio direto do milho e do feijão. Estas duas culturas promovem rápida cobertura do 
solo exercendo forte sombreamento nas plantas de tiririca (possuem metabolismo “C4” e são exigentes 
em luz). No plantio direto, usando herbicidas sistêmicos como dessecantes e não revolvendo o solo, 
independente se para produzir milho em grão ou para silagem, há relatos de excelente resultados no 
manejo da tiririca. Em dois anos com esse sistema, é possível obter a redução dos níveis populacionais 
da tiririca a favor do plantio direto, em relação ao plantio convencional, tanto para cultura do milho 
quanto para o feijoeiro, da ordem de 90 a 95%. Em três anos, a redução do banco de tubérculos no solo 
pode chegar a mais de 90%. 
Os maiores benefícios do sistema de plantio direto no manejo integrado da tiririca são obtidos 
por meio do controle químico proporcionado pelo uso do herbicida sistêmico para dessecação da 
vegetação em pré-plantio; do controle cultural exercido pela falta de revolvimento do solo e 
conseqüente ausência de fragmentação das estruturas vegetativas da tiririca; e da adoção de culturas 
altamente competitivas, principalmente por luminosidade, como a cultura do milho e feijão. 
Outro exemplo de manejo integrado de plantas daninhas tem sido praticado em diversas regiões 
do Brasil quando se adota o sistema agricultura-pecuária. Nesse sistema, a forrageira cultivada em 
consórcio com a cultura principal reduz a interferência de muitas espécies de plantas daninhas, 
tornando o sistema menos dependente do controle químico e também mais estável no ambiente. 
É fundamental que se conheça a capacidade da espécie infestante, em relação à cultura, de 
competir por água, luz e nutrientes, que são os fatores responsáveis pela redução da produtividade. 
Além disso, não se pode desprezar a capacidade que determinadas espécies daninhas têm de dificultar 
ou impedir a colheita, reduzir a qualidade do produto a ser colhido e hospedar pragas e vetores de 
doenças e de inimigos naturais. Torna-se necessário também conhecer os tipos de relacionamentos 
entre plantas cultivadas e infestantes que permitem sua convivência passiva. 
É mais compreensível a idéia de manejo integrado quando as plantas daninhas são tratadas não 
como um alvo direto que deve ser “exterminado”, mas sim como parte de um ecossistema no qual está 
diretamente envolvida, entre outras funções, a ciclagem de nutrientes no solo. Essas plantas formam 
complexas interações com microrganismos e, por meio dessas associações, garantem as características 
agronômicas que conferem ao solo maior capacidade para suportar um cultivo sustentável. 
 
 18 
7. HERBICIDAS: Classificação e Mecanismo de Ação 
 
7.1. - Quanto à seletividade 
7.1.1. Herbicidas seletivos 
São aqueles que, dentro de determinadas condições, são mais tolerados por uma determinada 
espécie ou variedade de plantas do que por outras. Como exemplo, tem-se 2,4-D para a cana-de-
açúcar; atrazine, para o milho; fomesafen, para o feijão; imazethapyr, para a soja; etc. Todavia, a 
seletividade é sempre relativa, pois depende do estádio de desenvolvimento das plantas, das condições 
climáticas, do tipo de solo, da dose aplicada, etc. Para soja, por exemplo, o metribuzin é seletivo 
apenas quando aplicado em pré-emergência, e mesmo assim a dose tolerada é dependente das 
condições edafoclimáticas. 
 
7.1.2. Herbicidas Não-seletivos 
São aqueles que atuam indiscriminadamente sobre todas as espécies de plantas. Normalmente 
são recomendados para uso como dessecantes ou em aplicações dirigidas. Exemplos: diquat, paraquat, 
glyphosate, sulfosate etc. 
 
7.2. - Quanto à época de aplicação 
7.2.1. Pré-plantio 
São herbicidas aplicados antes do plantio e podem ser incorporados ou não. 
Quando o herbicidas é muito volátil, de solubilidade muito baixa em água e, ou, 
fotodegradável, ele necessita ser incorporados ao solo; por esta razão, deve ser aplicado antes do 
plantio, como é o caso do trifluralin. Quando aplicado após o preparo do solo e incorporado a este 
antes do plantio, diz-se que este herbicida é aplicado em PPI, ou seja, aplicado em pré-plantio e 
incorporado. 
No sistema de plantio direto (cultivo mínimo), alguns herbicidas devem ser aplicados antes do 
plantio. Esses herbicidas normalmente são não-seletivos, não apresentam efeito residual e quase 
sempre são utilizados como dessecantes, visando facilitar o plantio e promover cobertura morta do 
solo; exemplos: glyphosate, sulfosate e paraquat. 
 
7.2.2. Pós-plantio 
São herbicidas que dependendo da atividade sobre as plantas, eles devem ser aplicados em pré 
ou em pós-emergência das culturas ou das plantas daninhas. Quando são absorvidos apenas pelas 
folhas, eles somente devem ser aplicados em pós-emergência das plantas daninhas, pois estes, muitas 
vezes, quando caem no solo, são desativados (adsorvidos). Estes produtos podem, ainda, ser não-
seletivos para a cultura e, neste caso, devem ser aplicados antes da emergência (pré-emergência) desta, 
como é o caso do glyphosate e paraquat aplicados no plantio direto de milho, trigo, feijão, etc. 
Entretanto, se o herbicida é seletivo para a cultura, ele pode ser aplicado em pós-emergência de ambas 
(plantas daninhas e culturas); exemplo: sethoxydim em tomate, feijão e soja. 
No entanto, se o herbicida é absorvido pelas folhas e raízes, a sua aplicação em pré ou pós-
emergência vai depender da tolerância da cultura e, também, das condições nas quais ele apresenta 
melhor desempenho, como é o caso do metribuzin, que pode ser usado em tomate em pré e em pós-
emergência tardia ou após o tranplante. Todavia, na cultura da soja somente pode ser usado empré-
emergência, pois em pós-emergência, até mesmo em subdoses ele é muito tóxico à soja. 
 19 
7.3. - Quanto a translocação 
Os herbicidas podem ser de contato ou sistêmicos. O simples fato de um herbicida entrar em 
contato com a planta não é suficiente para que ele exerça sua ação tóxica. Ele terá necessariamente que 
penetrar no tecido da planta, atingir a célula e posteriormente a organela, onde atuará para que seus 
efeitos possam ser observados. 
Contato: atua próximo ou no local onde ele penetra na planta; exemplos: paraquat, diquat, 
lactofen, etc. 
Sistêmicos: são aqueles que translocam a grandes distâncias na planta, como é o caso de 2,4-D, 
glyphosate, imazethapyr, flazasulfuron, nicosulfuron, etc. 
Herbicidas sistêmicos, translocados via simplasto, quando usados em doses muito elevada, 
podem apresentar ação de contato. Neste caso, a ação do produto pode ser mais rápida, porém com 
efeito final menor, porque a morte rápida do tecido condutor (floema) limita a chegada de dose letal do 
herbicida a algumas estruturas reprodutivas das plantas. 
OBS: o conhecimento acerca dos mecanismos de ação do herbicidas é fundamental para o 
estudo de plantas daninhas resistentes 
 
►Resistência: “é a capacidade herdável de uma planta sobreviver e reproduzir após à exposição a um 
herbicida, que normalmente seria letal para a população original” 
Resistência cruzada: 
 Resistência a diferentes herbicidas que têm o mesmo sítio de ação e/ou mecanismo de ação; 
 Geralmente o mecanismo de resistência é resultante de uma alteração no sítio de ação do herbicida. 
Resistência múltipla: 
 Refere-se a situações nas quais a resistência das plantas acontece em relação a dois ou mais 
mecanismos de ação distintos. 
 Geralmente o mecanismo de resistência é via metabolismo 
 
7.4. - Quanto aos mecanismos de ação 
É interessante que se faça uma distinção entre os termos usados rotineiramente, quando se 
refere a herbicidas: “modo e mecanismo de ação de herbicidas”. “Modo de ação” refere-se à seqüência 
completa de todas as reações que ocorrem desde o contato do produto com a planta até a sua morte ou 
ação final do produto; já a primeira lesão bioquímica ou biofísica que resulta na morte ou ação final do 
produto é considerada “mecanismo de ação”. É importante lembrar que um mesmo herbicida pode 
influenciar vários processos metabólicos na planta, entretanto a primeira lesão que ele causa na planta 
pode caracterizar o seu mecanismo de ação. 
Quanto ao mecanismo de ação, os herbicidas podem ser classificados em: auxínicos, inibidores 
do fotossistema II, inibidores da PROTOX, inibidores do arranjo dos microtúbulos, inibidores do 
fotossistema I, inibidores da ALS, inibidores da EPSPs, inibidores da ACCase, inibidores da síntese de 
carotenóides etc. 
 
7.4.1. - Herbicidas auxínicos ou mimetizadores de auxina 
A classe deste herbicidas é uma das mais importantes em todo o mundo, sendo alguns 
extensivamente utilizados em culturas de arroz, milho, trigo e cana-de-açúcar e em pastagens. 
Historicamente, o 2,4-D e o MCPA são os importantes, porque eles marcaram o início do 
desenvolvimento de nossa indústria química. 
 20 
Os herbicidas auxínicos, quando aplicados em plantas sensíveis, induzem mudanças 
metabólicas e bioquímicas nestas, podendo levá-las à morte. Estudos sugerem que o metabolismo de 
ácidos nucléicos e os aspectos metabólicos da plasticidade da parede celular são seriamente afetados. 
Estes herbicidas induzem intensa proliferação celular em tecidos, causando epinastia de folhas e caule, 
além de interrupção do floema, impedindo o movimento dos fotoassimilados das folhas para o sistema 
radicular. Esse alongamento celular parece estar relacionado com a diminuição do potencial osmótico 
das células, provocado pelo acúmulo de proteínas e, também, mais especificamente, pelo efeito destes 
produtos sobre o afrouxamento das paredes celulares. Essa perda da rigidez das paredes celulares é 
provocada pelo incremento na síntese da enzima celulase. Após aplicações de herbicidas auxínicos, em 
plantas sensíveis, verificam-se rapidamente aumentos significativos da enzima celulase, especialmente 
da Carboximetilcelulase (CMC), notadamente nas raízes. Por esse motivo, as espécies sensíveis têm 
seu sistema radicular rapidamente destruído. Em conseqüência dos efeitos destes herbicidas, verifica-
se crescimento desorganizado que leva estas espécies a sofrer, rapidamente, epinastia das folhas e 
retorcimento do caule, engrossamento das gemas terminais e morte da planta, em poucos dias ou 
semanas. 
 
►Seletividade 
a) Arranjamento do tecido vascular em feixes dispersos, sendo estes protegidos pelo 
esclerênquima em gramíneas (monocotiledôneas). Esta característica especial das 
monocotiledôneas pode prevenir a destruição do floema pelo crescimento desorganizado das 
células, causado pela ação de herbicidas auxínicos. 
b) Aril hidroxilação do 2,4-D para 2,5 dicloro-4 hidroxifenoxiacético e 2,3-D-4-OH, sendo esta a 
principal rota para o metabolismo do 2,4-D. É comum a aril hidroxilação resultar na perda da 
capacidade auxínica destes herbicidas, além de facilitar a sua conjugação com aminoácidos e 
outros constituintes da planta. 
c) Algumas espécies de plantas podem excretar estes herbicidas para o solo através de seu 
sistema radicular (exsudação radicular). 
d) Estádio de desenvolvimento das plantas: arroz e trigo (após o perfilhamento e antes do 
emborrachamento) e milho (4-6 folhas, em aplicação dirigida). 
 
► Grupos químicos e herbicidas 
 
Grupo químico Nome comum Nome comercial 
Ác. Benzóico Dicamba Banvel 
Ác. Carboxílico Fluoxypir-MHE, triclopyr 
Picloram, 
Starane, Garlon, Padron 
Ác. Fenoxicarboxílico 2,4-D Amino, Capri, Deferon, DMA-
806, Esteron, Herbi-D, Tento 
867 
Àc. Quinolino carboxílico quinclorac 
 
 
 
 
 21 
► Medidas para reduzir problemas com a utilização destes herbicidas: 
 
a) Evitar o uso de formulações voláteis, principalmente em aplicações aéreas. 
b) Usar maior tamanho de gotas, se praticável. 
c) Usar baixa pressão para aplicação. 
d) Evitar a aplicação quando o vento estiver em direção às culturas. 
e) Tomar cuidado especial com a lavagem do pulverizador após as aplicações. Usar, além de 
detergente, amoníaco ou carvão ativado. 
 
►Caracterização de alguns herbicidas auxínicos 
 
 
 
 
Ester e ácida: facilmente absorvidas pelas folhas, são mais voláteis e pouca movimentação no solo; 
Sal: rapidamente absorvido pelo sistema radicular, são menos voláteis e mais solúveis podendo lixiviar 
mais facilmente; 
O (2,4-D) foi o primeiro herbicida seletivo descoberto para o controle de plantas daninhas 
latifoliadas anuais e perenes, incluindo arbustos. É recomendado para pastagens, gramados e culturas 
gramíneas (arroz, cana-de-açúcar, milho, trigo etc.). As formulações ésteres e ácidas são prontamente 
absorvidas pelas folhas, e aquelas à base de sal são rapidamente absorvidas pelo sistema radicular das 
plantas. Apresenta persistência curta a média nos solos. Em doses normais, a atividade residual não 
excede a quatro semanas em solos argilosos e clima quente. Em solos secos e frios, a decomposição é 
consideravelmente reduzida. Movimenta-se pelo floema e, ou, xilema, acumulando-se nas regiões 
meristemáticas dos pontos de crescimento. Transloca-se com grande eficiência em plantas com 
elevada atividade metabólica, sendo esta a condição para ótima atividade do produto. Em geral, plantas 
ganham maior tolerância com a idade; entretanto, durante o florescimento, a resistência a estes 
herbicidas hormonais é reduzida. É muito utilizado em misturas com inibidores da fotossíntese na 
culturada cana-de-açúcar, e com glyphosate e sulfosate, para uso no plantio direto e em aplicações 
dirigidas, em lavouras frutíferas e de café. 
 
 Dicamba 
É facilmente translocado pelas plantas via floema e, ou, xilema. Apresenta maior efeito sobre 
dicotiledôneas, sendo recomendado de modo semelhante ao 2,4-D para o controle de plantas em 
culturas de cana-de-açúcar, de milho e trigo e em pastagens. É muito utilizado 
para controlar algumas espécies de dicotiledôneas tolerantes ao 2,4-D, como o 
cipó-de-veado (Polygonum convolvulus L.), comuns em lavouras de trigo, na 
região Sul do Brasil. 
 
 Picloram 
É um produto extremamente ativo sobre dicotiledôneas, sendo muito utilizado em misturas com 
o 2,4-D, formando o Tordon 101 ou Tordon 2,4-D, e também com outros compostos, para controlar 
arbustos e árvores. É fracamente adsorvido pela matéria orgânica ou argila. Apresenta longa 
 2,4-D  Sal ou éster 
 
 
 22 
persistência e fácil mobilidade no solo, podendo se acumular no lençol freático raso, em solos de 
textura arenosa. Também, em razão de sua longa persistência no solo (dois a três anos), pode 
permanecer ativo na matéria orgânica proveniente de pastagens tratadas com este produto (Rodrigues e 
Almeida, 1998). Deve ser observado o período residual para o cultivo de espécies altamente sensíveis 
(videira, fumo, tomate, pimentão, algodão, etc.), que podem apresentar severos 
sintomas de toxicidade, até mesmo quando cultivadas em solos adubados com 
esterco proveniente de pastagens tratadas com picloram e pastoreadas logo após. 
 
7.4.2. - Herbicidas inibidores do fotossistema II 
São de grande importância na agricultura brasileira e mundial, sendo largamente utilizados nas 
culturas de grande interesse econômico, como milho, cana-de-açúcar, soja, fruteiras, hortaliças, entre 
outras. 
o Controlam muitas folhas espécies de folhas largas e algumas gramíneas; 
o São largamente utilizados na cultura do milho, cana-de-açúcar, soja, fruteiras, hortaliças, entre 
outras; 
o Taxa de CO2 declina poucas horas após o tratamento; 
o Podem ser absorvidos via radicular; 
o A velocidade de absorção foliar é diferente para cada produto deste grupo; 
o Apresentam difícil penetração foliar e não são sistêmicos; 
o Translocam basicamente via xilema; 
o Quando utilizados em pós-emergência, necessitam de boa cobertura foliar da planta e, ainda, de 
adição de adjuvantes; 
o O movimento no solo vai de baixo a moderado. A persistência é extremamente variável, podendo 
variar de alguns dias até mais de um ano. 
o O herbicida pode perder seletividade quando misturados com outros herbicidas, inseticidas ou 
fungicidas inibidores da colinesterase. 
 
► Mecanismo de ação 
Os pigmentos, as proteínas, e as outras substâncias químicas envolvidas na reação da 
fotossíntese estão localizados nos cloroplastos. Nas condições normais, sem a interferência de 
inibidores do fotossistemoa II, durante a fase luminosa da fotossíntese, a energia luminosa capturada 
pelos pigmentos (clorofila e carotenóides) é transferida para um “centro de reação” especial (P680), 
gerando um elétron “excitado”. Este elétron é transferido para uma molécula de plastoquinona presa a 
uma membrana do cloroplasto (Qa). A molécula da plastoquinona “Qa” transfere o elétron, por sua 
vez, para uma outra molécula de plastoquinona, chamada “Qb”, também presa na proteína. Quando um 
segundo elétron é transferido para a plastoquinona “Qb”, a quinona reduzida torna-se protonada (dois 
íons de hidrogênio são adicionados), formando uma plastohidroquinona (QbH2), com baixa afinidade 
para se prender na proteína. 
Muitos herbicidas inibidores do fotossistema II (derivados das triazinas, das uréias substituídas, 
dos fenóis, etc.) causam essa inibição prendendo-se na proteína, no sítio onde se prende a 
plastoquinona “Qb”. Essa proteína é chamada D-1, sendo conhecida também como proteína 32 
kilodaltons. Estes herbicidas competem com a plastoquinona “Qb” parcialmente reduzida (QbH) pelo 
sítio na proteína D-1, ocasionando a saída da plastoquinona e interrompendo o fluxo de elétrons entre 
os fotossistemas. 
 
 23 
 
 
 
 
 
► Mecanismo de seletividade 
 Alguns herbicidas deste grupo apresentam seletividade “toponômica” ou seletividade por 
posição. Como exemplo, tem-se a seletividade do diuron para a cultura do algodão. Na realidade, o 
diuron não causa toxicidade à cultura do algodão, porque este produto é muito pouco móvel no perfil 
do solo, não atingindo o local de sua absorção pela planta (sistema radicular). Todavia, se o diuron 
for incorporado mecanicamente ao solo, ou se for aplicado em solo de textura arenosa e com baixo 
teor de matéria orgânica, ele poderá causar severa toxicidade à cultura do algodão, podendo levá-la à 
morte. 
 Absorção diferencial por folhas e raízes - este fato pode ser devido à anatomia e, ou, morfologia 
das folhas e raízes e, também, ao tipo de formulação utilizado, podendo garantir a seletividade de 
determinadas espécies. 
 Translocação diferencial das raízes para as folhas - isto ocorre devido à presença de glândulas 
localizadas nas raízes e ao longo do xilema, que adsorvem estes produtos, impedindo que sejam 
translocados até seus sítios de ação, localizados nos cloroplastos. 
 Metabolismo diferencial - algumas espécies de plantas, em suas raízes ou em outras partes, 
metabolizam as moléculas destes herbicidas, transformando-os rapidamente em produtos não-tóxicos 
para as plantas. Como exemplo, pode-se citar o milho (Zea mays), que apresenta em suas raízes 
elevado teor de benzoxazinona, a qual promove rápida hidroxilação da molécula de atrazine, tornando 
esta cultura tolerante a este herbicida. 
 
►Caracterização de alguns herbicidas inibidores do fotossistema II 
 
♦ Atrazine (triazinas) – Gesaprim, Atrasine Nortox 
o É adsorvido pelos colóides de argila e da matéria orgânica, portanto 
M.º, CTC, pH e textura vão influenciar na dose do produto; 
o Persistência no solo varia de 5 a 12 meses; 
o recomendado principalmente para Milho e Sorgo; 
o pincipalmente dicotiledôneas; 
o Muito usado em pré-emergência com Metolachor formando o 
Primestra; 
o Muito usado em pós-emergência precoce com óleos minerais formando o Primóleo; 
 
♦ Ametryne (triazinas) – Gesapax, Metrimex 
o Recomendado para cana-de-açúcar, banana, café, abacaxi, citros, milho e videira; 
o sua adsorção é muito influenciada pelo pH; 
o controla mono e dicotiledônea; 
o pouco móvel no solo; 
o usado em mistura com 2,4-D (muito bom). 
 
 
 
 
 24 
♦ Prometryne (triazinas) – Gesagard 
o Recomendado para quiabo, aipo, cenoura, alho, salsa, cebola, ervilha . 
o cebola apresenta maior tolerância quando este é aplicado antes do 
transplante; 
o não apresenta seletividade para cebola em semeadura direta. 
 
♦ Metribuisin (triazianas) – Sencor 
o Muito dependente das condições edafoclimáticas para bom funcionamento; 
o quando aplicado em superfície do solo seco e persistir por 7 dias o 
produto é desativado por fotodegradação; 
o não deve ser aplicado em solo arenoso (muito lixiviado); 
o usado em pré-emergência (batata, tomate e soja); 
o pode ser usado em pós-emergência para tomate até 10 dias após 
transplantio das mudas; 
o muito usado em misturas com trifluralin e metalachlor em soja; 
o controla bem dicotiledôneas e algumas gramíneas; 
 
♦ Diuron (uréias) – Diuron 
o Muito adsorvido pelos colóides orgânicos e minerais, sendo sua atividade altamente influenciada 
pelas características físico-químicas do solo; 
o pouco móvel no perfil do solo; 
o Seletividade “toponômica” para algodão; 
o textura arenosa pode atingir o sistema radiculardas culturas 
sensíveis; 
o recomendado para algodão, cana-de-açúcar, citros, abacaxi, mandioca, seringueira, pimenta-do-
reino, cacau, etc; 
o muito usado em misturas com paraquat, 2,4-D, Atrazine, etc; 
o controla gramíneas e dicotiledôneas. 
 
♦ Tebuthiuron (uréias) – Perflan, Combine 
 Grande persistência no solo; 
 usado para cana-de-açúcar, pastagens e áreas não cultivadas; 
 largo espectro de ação em dicotiledôneas e monocotiledôneas anuais e perenes. 
 
♦ Bentazon (Benzotiadiaziana) – Basagran 
o Rápido processo de degradação no solo; 
o baixa lixiviação; 
o usado exclusivamente em pós-emergência, devido a baixa 
absorção radicular; 
o maior eficácia a temperaturas elevadas, portanto no inverno o uso de óleo mineral torna-se mais 
necessário; 
o registrado para feijão, soja, milho e arroz; 
o controla diversas espécies de folhas largas anuais, entre elas Acanthospermum australe, Bidens 
pilosa, Ipomoea grandifolia, Rhaphanus raphanistrum, Commelina benghalensis; 
 
 
 
 
 
 25 
o não atua sobre gramíneas. 
 
♦ Propanil (Propanil) 
o Persistência de mais ou menos 3 dias no solo; 
o misturas com fungicidas, inseticidas e fertilizantes foliares 
quebram a seletividade do produto para o arroz; 
o não usar em lavouras cujas sementes foram tratadas com 
carbofuran; 
o muito usado para a cultura do arroz; 
o controla gramíneas, dicotiledôneas e ciperáceas; 
o deve-se evitar períodos de estiagem, horas de calor, UR inferior a 70% e excesso de chuva; 
o requer 6 horas sem chuva para ação do produto. 
 
7.4.3 - Herbicidas inibidores da Protox 
Podem ser absorvidos pelas raízes, caule ou pelas folhas de plantas novas. Apresentam pouca ou 
nenhuma translocação nas plantas tratadas. As necroses foliares têm o formato e a intensidade das 
gotículas de pulverização. É preciso que haja boa cobertura da planta, para que ela seja efetivamente 
controlada. A atividade herbicida acontece na presença da luz. As partes tratadas da planta que são 
expostas à luz morrem rapidamente (dentro de um a dois dias). São fortemente adsorvidos pela matéria 
orgânica do solo e são muito pouco lixiviados. Por causa da baixa lixiviação, os herbicidas oxyfluorfen 
e sulfentrazone, quando aplicados em pré-emergência, a ação destes herbicidas se dá próximo da 
superfície do solo, durante a emergência das plântulas. A incorporação ao solo diminui grandemente a 
ação destes herbicidas, em razão da maior adsorção destes. A persistência no solo varia 
consideravelmente entre os herbicidas deste grupo. Todavia, os danos causados em culturas 
sucedâneas não têm sido significativos a ponto de reduzir a produção.A toxicidade para pássaros e 
mamíferos é baixa, enquanto para peixes ela varia de baixa a moderada. 
 
► Mecanismo de ação 
São herbicidas cujo mecanismo de ação inibe a atuação da enzima protoporfirinogênio oxidase. 
A atividade destes herbicidas é expressa por necrose foliar da planta tratada em pós-emergência, após 
4-6 horas de luz solar. Os primeiros sintomas são de manchas verde-escuras nas folhas, dando a 
impressão de que estão encharcadas pelo rompimento da membrana celular e derramamento de líquido 
citoplasmático nos intervalos celulares. A estes sintomas iniciais segue-se a necrose. Quando estes 
herbicidas são usados em pré-emergência, o tecido é danificado por contato com o herbicida, no 
momento em que a plântula emerge. Similarmente à aplicação pós-emergência, o sintoma 
característico é a necrose do tecido que entrou em contato com o herbicida. 
O protoporfirinogênio IX, precursor da protoporfirina IX, sai do centro de reação do 
cloroplasto quando a protox é inibida e se acumula no citoplasma. A oxidação enzimática ocorre então 
no citoplasma, e o produto formado não serve de substrato para
 
a
 
enzima
 
Mg-quelatase,
 
responsável
 
pela
 
formação
 
da
 
Mg-protoporfirina IX. A protoporfirina IX formada no citoplasma, sem Mg, interage 
com o oxigênio e a luz para formar o oxigênio singleto („O2) e iniciar o processo de peroxidação dos 
lipídios da plasmalema. 
Uma explicação final deve ser dada sobre o fato de que a protoporfirina IX se acumula muito 
rapidamente em células de plantas tratadas com um difeniléter ou oxadiazon, daí o aparecimento de 
 
 26 
necroses de forma tão rápida (4-6 horas). A acumulação rápida da protoporfirina IX sugere um 
descontrole na rota metabólica de síntese desta. A explicação mais plausível é a inibição da síntese do 
grupo heme, precursor na planta dos citocromos, que é sintetizado a partir da protoporfirina IX com a 
interferência da Fe quelatase. O grupo heme é conhecido pela ação de controle na síntese do ácido 
aminolevulínico (ALA), a partir do glutamato. Com a inibição da protox no cloroplasto, a síntese de 
heme é também inibida, deixando de haver o controle sobre a síntese de ALA. As conseqüências do 
descontrole são o aumento rápido do protoporfirinogênio IX, a saída para o citoplasma, a oxidação 
pela protox no citoplasma, a formação da protoporfirina IX, o aparecimento do oxigênio singleto 
(formas reativas do oxigênnio) e a peroxidação dos ácidos graxos insaturados da plasmalema (Warren 
e Hess, 1995). 
Vale a pena salientar que a enzima protoporfirinogênio oxidase (protox) ocorre também nos 
mitocôndrios de células animais e que a enzima encontrada nos mitocôndrios é mais sensível aos 
herbicidas difeniléteres do que a enzima encontrada nos cloroplastos. A acumulação de protoporfirina 
em células humanas é conhecida por estar associada com algumas doenças, como a protoporfiria. 
Oxadiazon, por exemplo, quando adicionado na dieta de ratos, provoca níveis elevados de porfirina. O 
padrão de acumulação é o mesmo observado na doença Porfiria variegata. Esse fato sugere um 
manuseio bem cuidadoso desses herbicidas. 
 
► Alguns Herbicidas inibidores da protox 
 
♦ Fomesafen – Flex 
Grande persistência no solo, observar intervalo de 150 dias para plantio de milho e sorgo. 
Registrado para soja e feijão.Controla folhas largas anuais Amaranthus 
hybridus, Euphorbia heterophylla, Bidens pilosa, Ipomoea grandifolia, 
etc.;É recomendado para uso em pós-emergência das invasoras, no 
estádio de 2 a 4 folhas; na aplicação deve-se evitar períodos de 
estiagem, horas de muito calor e UR inferior a 60%; requer uma hora 
sem chuva após a aplicação. Adcionar à calda o adjuvante recomendado pelo fabricante. 
 
♦ Lactofen – Cobra 
É fortemente adsorvido pelos colóides orgânicos e minerais, apresentando baixa lixiviação no 
perfil no solo. É dissipado no solo em menos de 7 dias e perde sua atividade em menos de 3 semanas, 
não afetando as culturas em sucessão.Controla folhas largas incluindo 
Euphorbia heterophila, Commelina benghalensis. É no Brasil para a 
cultura da soja , arroz, amendoim. É recomendado para uso em pós-
emergência das plantas daninhas, no estádio de 2 a 4 folhas. Pode 
causar toxidade na soja, com clorose e necrose foliar e redução de 
crescimento no entanto a cultura se recupera; É usado em misturas com 
outros herbicidas. 
 
♦ Oxyfluorfen (éter bifenílico) – Goal 
É Fortemente adsorvido pelos colóides orgânicos e minerais; resistentes a lixiviação no perfil 
do solo; Sua degradação no solo é essencialmente por fotólise e insignificante por microorganismo 
Apresenta persistência média no solo e meia-vida de 30 a 40 dias. Sua atividade residual faz-se sentir 
 
 
 27 
até seis meses depois da aplicação, sendo ainda maior em viveiros, 
devido às condições de umidade e sombreamento. Este produto é 
registrado no Brasil para as culturas de algodão, café, arroz, cana-
de-açúcar, citros, eucalipto e pinho, sendo utilizado em outros 
países, também, nas culturasde nogueira, videira, milho e 
amendoim. É utilizado em pré e pós-emergência precoce, dependendo da exigência da cultura. 
Controla as gramíneas e algumas espécies de dicotiledôneas, ambas anuais. Em razão da alta 
sensibilidade à fotodecomposição, exige umidade no solo para penetrar neste, quando usado em pré-
emergência, evitando a ação dos raios solares. Quando utilizado em pós-emergência, recomenda-se 
usar adjuvantes na calda. Em algodão, é usado quando a cultura atinge desenvolvimento superior a 50 
cm de altura, em jato dirigido, de forma a não atingir o algodoeiro. Usar, se necessário, protetores de 
bicos. Atua unicamente na parte aérea da PD. 
 
♦ Oxadiazon - Ronstar 
 
É fortemente adsorvido pelos colóides orgânicos e 
minerais do solo; Possui baixa solubilidade em água, apresenta 
baixa lixiviação. Sua persistência no solo é de dois a seis meses, 
dependendo da dose aplicada, do tipo de solo e das condições 
climáticas. É recomendado seu uso para as culturas de arroz, 
alho, cebola, tabaco, algodão, cana-de-açúcar, café e citros. Na cultura do arroz, preferencialmente, é 
utilizado em pré-emergência das ervas. Em algodão e cenoura, deve ser aplicado logo após a 
semeadura, antes da emergência das ervas, em solo úmido. O alho e a cebola e, de maneira geral, as 
culturas que se reproduzem por bulbo são bastante tolerantes ao oxadiazon. Em tabaco, é utilizado em 
área total, em pré-emergência das ervas, imediatamente antes do transplantio, em cana-de-açúcar, 
aplica-se logo após o plantio, com as ervas ainda não germinadas, na cana soca, logo após o corte, 
também em pré-emergência das infestantes; Em plantações de café e de citros, dever ser utilizado 
também em pré-emergência das ervas, depois da esparramação ou arruação, no caso do café e de 
cultivos em citros; É comum aplicar o oxadiazon em misturas com herbicidas residuais (diuron, 
ametryne, simazine, etc.) nas culturas de cana-de-açúcar, café e citros. 
 
7.4.4 - Herbicidas inibidores do arranjo dos microtúbulos 
 
 Estes herbicidas interruptores da mitose pertencem ao grupo das dinitroanilinas (trifluralin, 
pendimethalin e oryzalin); 
 Paralisam o crescimento das raízes; 
 possuem pouca ou nenhuma atividade foliar; 
 apresentam de moderada a muito baixa movimentação no solo; 
 repetidas aplicações não resultam na maior degradação microbiológica, e sim permitem o 
aparecimento de biótipos de plantas daninhas resistentes a estes herbicidas; 
 todos os herbicidas deste grupo apresentam de moderada a baixa toxicidade para mamíferos; 
 apresentam ótima ação no controle de gramíneas. 
 
 
 
 28 
►Mecanismo de ação 
Estes herbicidas interruptores da mitose pertencem ao grupo das dinitroanilinas (trifluralin, 
pendimethalin e oryzalin). Interferem em uma das fases da mitose, que corresponde à migração dos 
cromossomas da parte equatorial para os pólos das células. Todos estes compostos (grupo das 
dinitroanilinas) interferem no movimento normal dos cromossomas durante a seqüência mitótica. O 
fuso cromático é formado por proteínas microtubulares denominadas tubulinas. Estas proteínas são 
contráteis, semelhantemente à actimiosina encontrada nos músculos dos animais, e responsáveis pela 
movimentação dos cromossomas nas várias fases da mitose. As dinitroanilinas inibem a polimerização 
destas proteínas e, conseqüentemente, a formação do fuso cromático e movimentação dos 
cromossomas nas fases da mitose. 
O efeito direto é sobre a divisão celular, tendo como conseqüência o aparecimento de células 
multinucleadas (aberrações). Estes herbicidas inibem o crescimento da radícula e a formação das raízes 
secundárias. São eficientes apenas quando usados em pré-emergência, porque a sua ação principal se 
manifesta pelo impedimento da formação do sistema radicular das plantas. Estes herbicidas provocam 
a ruptura da seqüência mitótica (prófase > metáfase > anáfase > telófase) já iniciada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mitose interrompida pela ação de herbicidas derivados das dininito-anilinas. 
 
► Alguns Herbicidas inibidores dos microtúbulos (Inibidores de crescimento de raízes) 
 
♦ Trifluralin --- (Novolate) 
É um herbicida que apresenta excelente ação sobre as gramíneas 
anuais e perenes oriundas de sementes. Este produto é recomendado 
para as culturas de soja, algodão, feijão, ervilha, alfafa, quiabo, 
cucurbitáceas, brássicas, tomate, pimentão, alho, cebola, beterraba, e 
outras. Por ser um produto volátil, sensível a luz e solubilidade em água muito baixa, necessita ser 
 
 29 
incorporado mecanicamente ao solo logo após a sua aplicação. É fortemente adsorvido pelos colóides 
da matéria orgânica; em solos ricos em matéria orgânica, a forte adsorção pode impedir a absorção de 
trifluralin pelas raízes das plantas, motivo pelo qual não é aconselhável seu uso nestas condições. A 
dose varia com as condições físico-químicas do solo; apresenta degradação lenta no entanto deve-se ter 
o cuidado em rotação com culturas de feijão/milho pois podem provocar inibição do crescimento 
radicular do milho. 
 
♦ Pendimethalin ---- (Herbadox 500 CE) 
É registrado no Brasil para controle de gramíneas nas 
seguintes culturas: algodão, alho, amendoim, arroz, café, 
cana-de-açúcar, cebola, feijão, milho, soja, tabaco e trigo. É 
recomendado para uso em pré-emergência da planta daninha 
e da cultura ou em PPI. É um herbicida de média 
volatilidade, sensível à luz e pouco móvel no solo. Sua lixiviação é muito baixa e as doses 
recomendadas se dão em função das características físico-químicas do solo. Sua persistência no solo 
varia de 3 a 6 meses. 
 
7.4.5. Herbicidas inibidores da síntese de ácidos graxos de cadeias muito longas 
As cloroacetanilidas têm sido um dos grupos de herbicidas mais usados no mundo. Desde o 
lançamento do primeiro herbicida desse grupo, em 1954 (CDAA), o uso de cloroacetanilidas está 
sempre aumentando. Nos Estados Unidos da América do Norte, é hoje o grupo de herbicidas mais 
utilizado, por causa do uso extensivo em soja e milho. Apesar do uso contínuo por tantos anos, não 
existem ainda relatos do aparecimento de gramíneas que tenham adquirido resistência a esses 
herbicidas. Não há relatórios também sobre aumento de biodegradação no solo. 
 Controlam plântulas de muitas gramíneas anuais e algumas dicotiledôneas antes da emergência 
ou mesmo plantinhas, logo após a emergência. Em áreas tratadas com cloroacetanilidas, as sementes 
iniciam o processo de germinação, mas não chegam a emergir, e, quando o fazem, exibem crescimento 
anormal. Em combinação com outros herbicidas, as cloroacetanilidas podem auxiliar no controle de 
dicotiledôneas, porém, isoladamente, o controle não é consistente. O maior uso das cloroacetanilidas 
está ligado ao controle, em pré-emergência, de plantas daninhas gramíneas e comelináceas. 
 Gramíneas mostram inibição da emergência da primeira folha do coleóptilo; ciperáceas mostram 
inibição da parte aérea; em dicotiledôneas (por exemplo, o algodoeiro), o efeito inibitório causado pelo 
alachlor é maior sobre as raízes. 
 A mobilidade no solo varia entre os herbicidas deste grupo e depende das condições de umidade 
e do teor de matéria orgânica do solo. 
 A toxicidade das cloroacetanilidas a peixes, pássaros e mamíferos é muito baixa. 
 
► Mecanismo de ação das cloroacetanilidas 
Apesar de ter sido estudado extensivamente, o mecanismo bioquímico primário de ação das 
cloroacetanilidas ainda não é bem conhecido. A hipótese mais aceita atualmente é a inibição de ácidos 
graxos de cadeias muito longas. Muitos efeitos diferentes sobre váriosprocessos bioquímicos já foram 
mostrados. As cloroacetanilidas estão relacionadas com a inibição da síntese de lipídios, ácidos graxos, 
terpenos, ceras da camada cuticular de folhas, flavonóides e proteínas. Há relatórios que as relacionam 
com a inibição da divisão celular e interferência com controle hormonal (Slife, 1995). 
 
 30 
► Alguns Herbicidas inibidores da síntese de ácidos graxos de cadeias muito longas ( Inibidor de 
crescimento do caule) 
 
♦ Alachlor ---- (Alachlor Nortox, Laço CE) 
É recomendado para controle de diversas espécies de gramíneas e comelináceas, sendo usado em 
pré-emergência, logo após a semeadura da cultura, estando o solo com boas 
condições de umidade. Em solo seco a eficácia do produto reduz se não chover 
em 5 dias; usado em café, algodão, girassol, amendoim. Em café aplicar após 
arruação ou esparramação, antes da emergência das PD; 
 
♦ Metolachlor --- (Dual 960 CE) 
É registrado no Brasil para cana-de-açúcar, feijão, milho e soja, sendo usado em outros países, 
também, para culturas de amendoim, batata, girassol, sorgo e plantas ornamentais. Controla, 
essencialmente, gramíneas anuais e algumas perenes de reprodução seminal, as comelíneas e um 
número reduzido de latifoliadas. Para aumentar o espectro de ação sobre estas espécies, é comum 
misturá-lo com latifolicidas, como atrazine, cyanazine, metribuzin, etc. Em razão de sua absorção 
foliar ser quase nula, é utilizado apenas em pré-emergência das plantas 
daninhas. Pelo fato de sua absorção ser quase total pelo coleóptilo das 
gramíneas e pelo epicótilo das dicotiledôneas, é essencial que sua aplicação seja 
feita antes da completa emergência das plantas. 
♦ Acetochlor --- (Kadett) 
É recomendado para uso em pré-emergência das plantas daninhas, devendo ser aplicado em 
seguida à semeadura, mas no prazo máximo de três dias após a ultima gradagem. A terra deve estar 
bem preparada, livre de torrões, restos de culturas e em boas condições de umidade. Utilizado em 
café, milho, soja, cana-de-açúcar. 
Em cana-de-açúcar (cana-planta) -- usa-se logo depois do plantio, antes da emergência das 
plantas daninhas e da cultura. Em soja aplica-se logo após a semeadura antes da emergência das PD e 
da cultura. Apresenta persistência de 8 a 12 semanas, dependendo da dose 
utilizada, das condições climáticas e do tipo de solo. Em milho recomenda-se 
sua aplicação logo após a semeadura, podendo ser misturado com atrazine ou 
cyanazine. Em café aplica-se após a arruação e, ou, esparramação. 
 
7.4.6. Herbicidas inibidores do fotossistema I 
 
São herbicidas derivados da amônia quaternária (paraquat e diquat), sendo largamente utilizados 
como dessecantes no “plantio direto”, em aplicações dirigidas em diversas culturas, em várias partes 
do mundo e, também, como dessecantes, em pré-colheita para diversas culturas. 
o São solúveis em água e, por isso, formulados em solução aquosa. 
o São cátions fortes. 
o São rapidamente adsorvidos e inativados pelos colóides do solo. 
o São rapidamente absorvidos pelas folhas; chuvas após 30 minutos de sua aplicação não mais 
influenciam a eficiência de controle das plantas daninhas. 
o A ação destes herbicidas é muito mais rápida na presença da luz do que no escuro. 
o Usualmente, a morte das plantas devido à ação destes herbicidas é tão rápida na presença da luz 
 
 
 
 31 
que não dá tempo de eles se translocarem na planta. 
o A toxicidade do diquat é alta e a do paraquat é muito alta, para mamíferos. 
 
►Mecanismo de ação 
Verifica-se, poucas horas após a aplicação destes herbicidas, na presença de luz, severa injúria 
nas folhas das plantas tratadas (necrose do limbo foliar). Estes compostos possuem a capacidade de 
captar elétrons provenientes da fotossíntese (no fotossistema I) e formar radicais altamente tóxicos. O 
sítio de ação do paraquat e do diquat (captura dos elétrons) está próximo ao da ferredoxina. Vale 
ressaltar que este não é o único sítio de ação destes herbicidas, porque pequena fitotoxicidade destes 
produtos é observada, também, no escuro. Nesta condição, estes herbicidas capturam os elétrons 
provenientes da respiração, para formarem os radicais tóxicos. Os radicais livres do paraquat e do 
diquat não são os agentes responsáveis pelos sintomas de fitotoxicidade observados. Estes radicais são 
instáveis e rapidamente sofrem a auto-oxidação. Durante o processo de auto-oxidação são produzidos 
radicais de superóxidos. Estes superóxidos sofrem o processo de dismutação, para formarem o 
peróxido de hidrogênio. Este composto e os superóxidos, na presença de Mg, reagem, produzindo 
radicais hidroxil. Esta substância promovem a degradação rápida das membranas (peroxidação de 
lipídios), ocasionando o vazamento do conteúdo celular e a morte do tecido (Weller e Warren, 1995a). 
 
►Principal Herbicida inibidor do FS I ----------- formador de radical livre 
 
♦ Paraquat (bipirídios) Gramoxone 
 
Herbicida totalmente solúvel em água; Inativado ao entrar em 
contato com a terra, por completa adsorção do cátion à argila;usado como 
dessecante em plantio direto; muito usado em misturas com diuron formando o gramocil; usado em 
pré-emergência de cultura e pós-emergência das plantas daninhas; realizado aplicações dirigidas em 
milho, algodão, café e fruteiras; dessecante em pré-colheita para diversas culturas; usado para limpeza 
de áreas não cultivadas; atua próximo ao local de penetração (contato); quando usado com inibidores 
da fotossíntese tem maior efeito de profundidade. 
 
7.4.7. Herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase – ALS 
 Derivados da sulfoniluréias e Imidazolinonas 
 
Os herbicidas derivados das sulfoniluréias, comercializados pela primeira vez em 1982, 
apresentam alto nível de atividade em doses muito pequenas. Atualmente, há vários herbicidas deste 
grupo no mercado. Através de pequenas modificações na estrutura química, a seletividade pode ser 
alterada de uma cultura para outra. Exemplos de culturas que são tolerantes a um ou mais herbicidas 
desse grupo químico são trigo, pequenos cereais, soja, arroz, milho, batata, beterraba, algodão, 
coníferas, etc. As sulfoniluréias inibem a síntese dos chamados aminoácidos ramificados (leucina, 
isoleucina e valina), através da inibição da enzima Aceto Lactato Sintase (ALS); esta inibição 
interrompe a síntese protéica, que, por sua vez, interfere na síntese do DNA e no crescimento celular. 
As plantas sensíveis tornam-se cloróticas, definham e morrem, no prazo de 7 a 14 dias após o 
tratamento. Essa enzima é inibida, também, pelos herbicidas dos grupos químicos imidazolinonas, 
triazolopyrimidines ou sulfonamidas e pyrimidinyl-oxybenzoatos (Thill, 1995). Apesar do pouco 
 
 32 
tempo de uso, a literatura já registra diversas espécies de plantas daninhas que desenvolveram 
resistência aos inibidores da ALS. As principais características das sulfoniluréias são: 
 Alguns são ativos em doses extremamente baixas. O metsulfuron apresenta atividade na dose de 2 
g/ha do i.a. 
 Apresentam bom controle de muitas espécies de folhas largas (dicotiledôneas), e alguns, mais 
recentes, possuem boa atividade contra gramíneas. 
 As sulfoniluréias são ativas tanto em aplicações foliares quanto em aplicações no solo. 
 Apesar de quimicamente diferentes, as imidazolinonas têm o mesmo mecanismo de ação das 
sulfoniluréias, ou seja, inibem a enzima AHAS ou ALS. 
 As principais características das imidazolinonas são: 
 recomendadas para controle em pré-emergência e em pós-emergência de muitas folhas largas e 
gramíneas em cereais, soja e em áreas não-agrícolas. 
 potentes inibidores do crescimento vegetal. Plantas tratadas param de crescerquase que 
imediatamente após a aplicação. De dois a quatro dias, o ponto de crescimento (meristema apical) 
torna-se clorótico e, depois, necrótico. A morte começa pela gema apical e depois se espalha pela 
planta toda. De sete a dez dias após o tratamento, toda a planta se torna clorótica e morre. Plantas 
de maior porte podem levar mais tempo para morrer, mas a paralisação do crescimento é imediata. 
 Todos estes herbicidas são sistêmicos, ou seja, translocam pelo floema. Uma vez dentro do floema, 
por causa do pH alcalino, estes herbicidas, que são ácidos fracos,
 
se
 
dissociam
 
e
 
os ânions têm 
dificuldade para deixar o floema. 
 apresentam persistência de moderada a longa no solo. Maior adsorção e, conseqüentemente, maior 
persistência ocorre quando decrescem a umidade do solo, o pH e a temperatura e, também, quando 
o teor de matéria orgânica aumenta. 
 A dissipação no solo é, via de regra, por meio da degradação microbiana. Em condições de solo 
mais seco, mais herbicida é preso nos colóides do solo e menos produto é disponível para biodegra-
dação ou absorção pelas plantas, o que implica maior persistência. 
 As imidazolinonas são sensíveis à fotólise, mas esse processo de dissipação não é importante no 
solo. A fotólise é mais importante no meio aquático. 
 Pouca lixiviação tem sido reportada em condições de campo, apesar de os estudos de laboratório 
indicarem mobilidade moderada destes herbicidas no solo. 
 As imidazolinonas apresentam muito baixa ou nenhuma toxicidade para mamíferos. Esta 
toxicidade baixa pode ser explicada pela enzima-alvo, que não ocorre em animais, e também pelo 
fato de a excreção desses herbicidas ser muito rápida em animais-teste. 
Além das sulfoniluréias e das imidazolinonas, outros herbicidas, de grupos químicos diferentes, 
apresentam o mesmo mecanismo de ação, ou seja, inibem a enzima ALS ou AHAS e, com isso, 
paralisam o crescimento das plantas (Hess, 1995c). Entre esses grupos químicos pode-se destacar as 
triazolopirimidinas, ou sulfonamidas, e os piridinil-oxibenzoatos. 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
►Alguns herbicidas inibidores da Acetolactato Sintase - ALS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Flumetsulan Diclosulan 
 
 
 
 
 
 Ação pré-emergente --- amplo espectro sobre folhas largas; 
 As gramíneas --- são resistentes devido ao metabolismo mais rápido; 
 Entre as culturas de folhas largas, a soja é tolerante; 
 Absorção radicular, mas a translocação é sistêmica ---- tanto pelo floema quanto pelo xilema; 
 A adsorção no solo e a persistência aumentam quando o pH decresce e quando a matéria orgânica 
aumenta; 
 A dissipação no solo é devida ao ataque de microrganismos; 
 Possuem mobilidade no solo moderada, não se antevendo problemas de contaminação de depósitos 
subterrâneos de água. 
 
Nicosulfuron 
Quanto à sua persistência em condições de Brasil, sabe-se que culturas como a de soja, girassol, 
algodão e feijão poderão ser semeados 30 dias após a aplicação do nicosulfuron; trigo, arroz e batata, 
45 dias após a aplicação; e tomate, 60 dias (Rodrigues e Almeida, 1998). No Brasil, está registrado 
IMIDAZOLINONAS
imazapyr - Arsenal
imazaquin - Scepter
imazethapyr - Pivot
imazamox - Sweeper
TRIAZOLOPIRIMIDINAS
flumetsulam - Scorpion
diclosulam - Spider
cloransulam - Pacto
SULFONILURÉIAS
chlorimuron - Classic
hlosulfuron - Oust
metsulfuron - Ally
nicosulfuron - Sanson
pirazosulfuron – Sirius
oxasulfuron – Chart
flazasulfuron - Katana
PYRIMIDINYLBENZOATES
pyrithiobac - Staple
bispyribac - Nominee 
 
 
 
Glicose
(2) Piruvato
Acetolactato
Valina Leucina
Mecanismo de ação
← Acetolactato Sintase (ALS) →
Glicólise
Treonina
Piruvato + Cetobutirato
Isoleucina
 34 
para a cultura do milho, sendo utilizado em pós-emergência em área total. Controla gramíneas, 
inclusive o capim-massambará (Sorghum halepense), e diversas espécies de dicotiledôneas. No 
momento da aplicação, as plantas de milho devem estar com duas a seis folhas; as plantas daninhas 
dicotiledôneas, com duas a seis folhas; e as gramíneas, com até dois perfilhos. A aplicação deve ser 
feita estando o solo úmido e com as plantas daninhas em pleno vigor vegetativo. A ocorrência de 
chuvas uma hora após a aplicação não afeta a eficiência deste 
herbicida. Este produto quando misturado no tanque com atrazine 
aumenta significativamente o espectro de controle de plantas daninhas. 
 
Imazaquin - Scepter 
É fracamente adsorvido em solo com pH alto, porém esta adsorção aumenta em pH baixo. Sua 
persistência no solo é alta (meia-vida de sete meses), podendo afetar culturas de inverno que seguem à 
soja tratada com o produto (Silva et al., 1998). O milho é muito sensível a resíduos de imazaquin no 
solo, exigindo intervalo de segurança acima de 180 dias após sua aplicação, não sendo recomendável 
cultivá-lo na modalidade de “milho safrinha” no mesmo ano agrícola da soja, 
em alguns tipos de solo. É registrado no Brasil para a cultura da soja, sendo 
utilizado em pré-plantio incorporado ou em pré-emergência das plantas 
daninhas. Controla essencialmente plantas daninhas dicotiledôneas, entre as 
quais Euphorbia heterophylla, Ipomoea grandifolia, Sida rhombifolia, além de 
outras. 
 
Imazethapyr - Pivot 
É fracamente adsorvido em solo com pH alto, mas esta adsorção aumenta em pH baixo, sendo, 
também, pouco lixiviado (Rodrigues e Almeida, 1998). Apresenta lenta degradação no solo (meia-vida 
de 60 dias), podendo causar toxicidade a algumas culturas de inverno que forem cultivadas em 
sucessão à soja tratada com este herbicida (Silva et al., 1999). O milho e o sorgo são muito sensíveis a 
resíduos de imazethapyr no solo. É registrado no Brasil para uso exclusivo na cultura da soja. 
Recomenda-se a aplicação em pós-emergência precoce, estando as dicotiledôneas, no estádio 
cotiledonar, com até quatro folhas, e as monocotiledôneas, entre uma e 
quatro folhas, o que geralmente acontece entre 5 e 15 dias após a semeadura 
da soja. Controla com eficiência diversas espécies de plantas daninhas: 
Euphorbia heterophylla, Bidens pilosa, Hyptis suaveolens, Ipomoea 
grandifolia, além de outras. 
 
7.4.8. Herbicidas inibidores da EPSPs – (glyphosate e sulfosate) 
 Apresentam espectro de controle muito amplo; praticamente não há seletividade; 
 A morte da planta ocorre lentamente: de 7 a 14 dias após a aplicação, em plantas anuais; 
 Baixa vazão e menores gotículas são mais eficientes do que alta vazão e gotículas grandes. 
 A translocação é facilitada em condições de alta intensidade luminosa; 
 Não apresentam atividade no solo; 
 Através da engenharia genética, já foram obtidas culturas resistentes a glyphosate, como a soja e o 
algodão; 
 Como a enzima afetada é exclusiva de plantas, apresentam, de maneira geral, muito pouca 
toxicidade para animais; 
 
 
 
 35 
 Formulações usadas no meio aquático não contêm surfactantes, para não causar problemas de 
toxicidade para peixes; 
 A ocorrência de chuva em intervalo de tempo menor que 4-6 horas pode reduzir a eficiência destes 
herbicidas; 
 São recomendadas: 
o para controle de plantas daninhas em áreas não-cultivadas; 
o Como dessecante no plantio direto, para diversas culturas; 
o Para aplicações dirigidas em culturas perenes (café, fruteiras, reflorestamento e outras); 
o O glyphosate tem sido utilizado, também, para o controle de plantas daninhas aquáticas e 
como regulador de florescimento em cana-de-açúcar. 
 
►Mecanismo de açãoLogo após a aplicação, plantas tratadas com estes herbicidas param de crescer. Há redução 
acentuada, nas plantas tratadas, nos níveis desses aminoácidos aromáticos (fenilalanina, tirosina e 
triptofano). Por outro lado, foi observado aumento acentuado na concentração de shikimato, precursor 
comum na rota metabólica dos três aminoácidos aromáticos. Verificou-se, então, que o ponto de ação 
era a enzima EPSP sintase (5 enolpiruvilshikimato-3-fosfato sintase). Glyphosate inibe a EPSP sintase 
por competição com o substrato PEP (fosfoenolpiruvato), evitando a transformação do shikimato em 
corismato. A enzima EPSP sintase é sintetizada no citoplasma e transportada para dentro do 
cloroplasto onde atua. Alguns autores acreditam que a desregulação da rota do ácido shikímico resulta 
na perda de carbonos disponíveis para outras reações celulares na planta, uma vez que 20% do carbono 
das plantas é utilizado nesta rota metabólica, pois Fenilalanina, Tirosina e Tryptofano são precursores 
da maioria dos compostos aromáticos nas plantas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fotossíntese
Fosfoenolpiruvato Eritrose 4-P
Shiquimato
Shiqumato 3-P
5 enolpiruvilshiquimato 3-P
Corismato
Arogenato
Triptofano Fenilalanina Tirosina
Mecanismo de ação
Herbicida
Enol piruvil
shiquimato fosfato
sintase (EPSPs)
 36 
►Principais Herbicidas inibidores da EPSPs 
 
 
 
 
 
 
7.4.9. Herbicidas inibidores da Acetil CoA Carboxilase (ACCase) 
 São utilizados exclusivamente em pós-emergência, para controle de gramíneas anuais e perenes; 
 As espécies não-gramíneas são todas tolerantes; 
 São prontamente absorvidos pela folhagem das plantas; 
 A morte das gramíneas suscetíveis é lenta, requerendo uma semana ou mais para a morte completa; 
 Os sintomas incluem rápida parada do crescimento das raízes e da parte aérea e troca de pigmento 
nas folhas dentro de dois a quatro dias, seguida de necrose, a qual começa nas regiões 
meristemáticas e se espalha pela planta toda; 
 Misturas no tanque desses graminicidas específicos com latifolicidas têm trazido uma série de 
problemas de antagonismo; 
 Sem atividade no solo; 
 Apesar do pouco tempo de uso, já existem plantas daninhas que adquiriram resistência aos 
inibidores da biossíntese de lipídios; 
 A enzima afetada por estes herbicidas ocorre também nas células animais; por isso, de maneira 
geral, eles são tóxicos para mamíferos (classe toxicológica de I a III, predominância da classe II) e, 
também, para peixes. 
 A inibição da ACCase explica perfeitamente a redução no crescimento, o aumento na 
permeabilidade de membrana e os efeitos ultra-estruturais observados nas células; 
 
►Mecanismo de ação da Acetil CoA Carboxilase (ACCase) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A inibição da ACCase explica perfeitamente a redução no crescimento, o aumento na 
permeabilidade de membrana e os efeitos ultra-estruturais observados nas células. Foi descoberto, em 
1987, que a ação dos graminicidas específicos era sobre a enzima Acetil Coenzima-A Carboxilase 
(ACCase). Esta enzima, encontrada no estroma de plastídios, converte o Acetil Coenzima A (Acetil-
 
 
Sulfosate Glyphosate 
Acetil-CoA + CO2
Malonil-CoA
Lipídios
Membranas
Celulares
Mecanismo de ação
Acetil CoA Carboxilase (ACCase)
A falta de lipídios provoca 
despolarização da membrana celular
• A inibição da ACCase explica perfeitamente a 
redução no crescimento
 37 
CoA) em Malonil Coenzima A (Malonil-CoA) pela adição de uma molécula de CO2 ao Acetil-CoA. 
Esta é uma reação-chave no início da biossíntese de lipídios, e muitos autores julgam ser esta reação a 
que dosa o ritmo da biossíntese de lipídios. 
 
► Alguns herbicidas inibidores da Acetil CoA Carboxilase (ACCase) 
 
 ♦ Fluazifop-p-butil 
 O produto não apresenta mobilidade no solo, e tem uma uma 
persistência média de 30 dias (Rodrigues e Almeida, 1998). Ele é 
registrado no Brasil para as culturas de alface, algodão, cebola, 
cenoura, soja, tabaco, tomate, café, eucalipto, citros, pinho e roseira. Controla grande número de 
espécies de gramíneas anuais no estádio de até 4 perfilhos e algumas perenes. Também é recomendado 
para uso em pós-emergência, devendo ser aplicado no início do desenvolvimento das plantas daninhas. 
Este produto deve ser aplicado com as plantas em bom estado de vigor vegetativo, evitando os 
períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 70%. Ele não deve ser 
misturado com herbicidas os que controlam as dicotiledôneas, a não ser o fomesafen, por 
incompatibilidade fisiológica, devendo ser utilizado seqüencialmente, com intervalo superior a cinco 
dias. 
 
♦ Sethoxydim 
Tem uma meia-vida no solo de 4 a 11 dias, dependendo das 
condições climáticas e do tipo de solo. Não prejudica as culturas 
suscetíveis que sejam instaladas no terreno 30 dias após o tratamento. 
É um herbicida registrado no Brasil para algodão, eucalipto, feijão, 
girassol, gladíolo, soja e tabaco; encontra-se em fase de registro para abacaxi, cenoura, linho e 
mandioca. Em outros países, é recomendado, também, para as culturas de alfafa, amendoim, colza, 
gergelim, café, banana, citros, macieira e em hortícolas (batata, melancia, melão e morango). Supõe-se 
que seja seletivo para todas as culturas que não são gramíneas. Controla as gramíneas anuais e algumas 
perenes, como Cynodon dactylon. Deve ser aplicado em pós-emergência das plantas daninhas, por ser 
a foliar a principal via de absorção do produto. É necessário adicioná-lo à calda adjuvante, o que 
acelera sua absorção, não sendo prejudicada a ação do sethoxydim por uma chuva que ocorra uma hora 
depois de sua aplicação. Apresenta curta persistência no solo, não prejudicando culturas sensíveis que 
sejam instaladas no terreno um mês após o tratamento. 
 
7.4.10. Herbicidas inibidores da carotenóides 
 
Os grupos químicos izoxazolidinona e piridazinonas compõem a classe de herbicidas chamados 
inibidores de carotenoides. 
As plantas suscetíveis a estes herbicidas perdem a cor verde após o tratamento com estes 
herbicidas. O sintoma evidenciado pelas plantas tratadas com herbicidas inibidores de pigmentos é a 
produção de tecidos novos totalmente brancos (albinos), algumas vezes rosados ou violáceos. Estes 
tecidos são normais, exceto pela falta de pigmentos verdes (clorofila) e amarelos (Ross e Childs, 
1998). 
 
 
 38 
Os herbicidas inibidores destes pigmentos agem na rota de biossíntese de carotenóides, 
resultando no acúmulo de phytoeno e phytoflueno, com predomínio do phytoeno, que são dois 
precursores, sem cor, do caroteno (Moreland, 1980). A produção dos novos tecidos albinos, pelas 
plantas tratadas, não implica que estes herbicidas inibam diretamente a síntese de clorofila. A perda da 
clorofila é resultado da sua oxidação pela luz (foto-oxidação), devido à falta de carotenóides que a 
protegem da foto-oxidação. 
Após a síntese da clorofila, esta se torna funcional e absorve energia, passando do estado singlet 
para o estado triplet, mais reativo. Em condições normais, a energia oriunda da forma triplet é 
dissipada através dos carotenóides. Assim, quando os caratenóides não estão presentes, a clorofila que 
está no estado triplet não dissipa energia e inicia reações de degradação, nas quais ela é destruída. A 
inibição da síntese de carotenóides leva à decomposição da clorofila pela luz, como resultado da perda 
da fotoproteção fornecida pelos carotenóides à clorofila. Devido a este processo, a clorofila não se 
mantém sem a presença dos carotenóides, quea protegem, dissipando o excesso de energia. 
O crescimento da planta continua por um certo tempo; contudo, devido à falta de clorofila, ela 
não consegue se manter. Assim, o crescimento cessa e começam a surgir manchas necróticas. É 
importante salientar que estes herbicidas não têm efeito sobre carotenóides sintetizados antes da sua 
aplicação. Desse modo, tecidos formados antes da aplicação do herbicida não se mostram brancos 
imediatamente, porém, devido à necessidade de renovação dos carotenóides, eles desenvolvem 
manchas cloróticas que progridem para necrose. 
Os herbicidas inibidores de pigmento são usados para controle seletivo de plantas daninhas 
gramíneas, anuais e perenes, e de folhas largas nas culturas de algodão, arroz, cana-de-açúcar, fumo e 
soja. Também são empregados em plantas daninhas aquáticas e no controle total da vegetação. No 
Brasil, são mais comercializados: o clomazone (Gamit) e o norflurazon (Zorial). 
 O clomazone apresenta alta solubilidade; assim, quando aplicado sobre a superfície do solo, 
pode lixiviar e atingir camadas profundas, chegando às raízes das culturas, causando danos naquelas 
sensíveis. Dessa forma, a dose recomendada varia com o tipo de solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esta classe herbicida apresenta baixa toxicidade para animais, e não existem casos registrados de 
plantas daninhas resistentes (Abernathy, 1994). 
A seletividade às culturas se dá pela translocação reduzida e a destoxificação das moléculas 
herbicidas. A seletividade do clomazone ao algodão pode ser aumentada com adição de um inseticida 
organofosforado. 
 
 
 
 
 Clomazone Norflurazon 
 
 39 
8. HERBICIDAS: ABSORÇÃO E TRANSLOCAÇÃO 
 
8.1. Absorção de herbicidas 
 
O simples fato de um herbicida atingir as folhas da planta e, ou, ser aplicado no solo onde se 
desenvolve esta planta não é suficiente para que ele exerça a sua ação. Há necessidade de que ele 
penetre na planta, transloque e atinja a organela onde irá atuar. A atrazina, por exemplo, quando 
aplicada ao solo, penetra pelas raízes, transloca até as folhas e, aí, atinge e penetra nos cloroplastos, 
onde atua, destruindo-os. Por outro lado, o 2,4 DB precisa ser absorvido, translocado e, ainda, 
metabolizado para exercer sua ação herbicida. 
Os herbicidas podem penetrar nas plantas através das suas estruturas aéreas (folhas, caules, flores 
e frutos) e subterrâneas (raízes, rizomas, estolões, tubérculos, etc.), de estruturas jovens como radículas 
e caulículo e, também, pelas sementes. A principal via de penetração dos herbicidas na planta é função 
de uma série de fatores intrínsecos e extrínsecos (ambientais). 
Quando os herbicidas são aplicados diretamente na parte aérea da planta (pós-emergência), as 
folhas são a principal via de penetração. Por outro lado, as raízes, as estruturas jovens das plântulas 
(radícula e caulículo) e as sementes são as vias de penetração mais importantes para os herbicidas 
aplicados e, ou, incorporados ao solo. O caule (casca) de árvores ou arbustos pode também ser uma via 
de penetração de herbicidas, principalmente quando se deseja controlar apenas algumas plantas, dentro 
de uma população mista, ou quando, em um reflorestamento, se deseja que as cepas não rebrotem após 
a derrubada das árvores. 
A absorção de herbicidas pelas raízes ou pelas folhas é influenciada pela disponibilidade dos 
produtos nos locais de absorção e com fatores ambientais (temperatura, luz, umidade relativa do ar e 
umidade do solo), que influenciam também a translocação destes até o sítio de ação. 
 
8.1.1. Absorção pela folha 
A absorção foliar de um herbicida requer que o produto seja depositado sobre a folha e 
permaneça ali por um período de tempo suficiente, até ser absorvido. A interceptação da gota 
pulverizada é função do método de aplicação e da distância entre o alvo e o bico do pulverizador, que 
serão discutidos no item referente à tecnologia de aplicação. Também a morfologia da planta e as 
condições ambientais exercem grande influência. 
A morfologia da planta influencia a quantidade de herbicida interceptada e retida. Dentre os 
aspectos relacionados com a morfologia da planta destacam-se o estádio de desenvolvimento (idade da 
planta), a forma e a área do limbo foliar, o ângulo ou a orientação das folhas em relação ao jato de 
pulverização e as estruturas especializadas, como tricomas (pêlos). Também o número e a abertura dos 
estômatos exercem pequena influência sobre a penetração dos herbicidas. 
Após a interceptação, para cada herbicida, deve haver um período crítico de sem ocorrência de 
chuvas até que ocorra absorção de quantidade suficiente deste. A perda do herbicida ou de sua 
atividade depende da ocorrência de chuva (intensidade e duração) neste intervalo, do método e da 
tecnologia de aplicação e das espécies de plantas envolvidas. A influência da chuva sobre a eficiência 
dos herbicidas está também relacionada à formulação. Por exemplo, 2,4-D amina requer um período 
muito mais longo sem chuva do que o 2,4-D ester para causar a mesma toxicidade em várias espécies 
sensíveis (Behrens e Elakkad, 1981). A chuva pode causar perdas consideráveis de herbicidas das 
folhas das plantas. Sais aniônicos (cargas negativas), por exemplo sais de sódio, não penetram 
 40 
rapidamente, não são absorvidos pela superfície da cultícula e são solúveis em água e podem ser 
lavados caso ocorra chuva até mais de 24 horas após. Sais catiônicos (carregados positivamente), como 
o paraquat, são solúveis em água, mas são rapidamente absorvidos e, por isso, menos sujeitos a 
lavagem pela chuva. Herbicidas lipofílicos (usualmente formulados como CE ou flowable) são pouco 
solúveis em água, porém são rapidamente absorvidos nos lipídios da cutícula e são pouco lavados pela 
chuva. 
As folhas, como todas as estruturas aéreas das plantas, são recobertas por uma camada morta 
(não-celular), lipofílica, denominada cutícula. Embora em menor proporção, esta existe também nas 
raízes, razão pela qual muitos fatores influenciam, igualmente, tanto a penetração dos herbicidas pelas 
folhas quanto pelas raízes. 
 Existe uma interação bastante complexa entre a natureza química do produto aplicado e a 
superfície foliar. Existem dois tipos principais de superfícies: uma facilmente molhável (rica em 
álcoois) e outra de molhagem mais difícil (rica em alcanos). As características da solução aplicada, a 
polaridade do composto, a tensão superficial da calda, etc. são importantes nessa interação. 
As folhas das plantas apresentam muitas barreiras à penetração dos herbicidas, tanto aos polares 
quanto aos não-polares. Apesar das barreiras existentes (como a camada cuticular), tanto os herbicidas 
polares quanto os não-polares penetram nas folhas das plantas. 
A camada cuticular funciona como uma barreira à perda de água e também como uma barreira à 
entrada de pesticidas e microrganismos na planta. O processo de absorção de um herbicida é 
complicado em razão da espessura, composição química e permeabilidade da cutícula, que variam em 
função da espécie, da idade da folha e do ambiente sob o qual a folha se desenvolve. Todos esses 
fatores podem influenciar a absorção de herbicidas. 
A passagem de uma molécula de herbicida através da camada cuticular é um processo físico que 
pode ser influenciado por uma série de fatores, como: potencial hidrogeniônico (pH), fatores 
ambientais (luz, temperatura, umidade relativa), tamanho da partícula e concentração do herbicida, 
espessura da cutícula, cerosidade e pilosidade da folha, uso de agentes ativadores de superfícies 
(surfactantes) e outros. 
Para os herbicidas orgânicos, derivados de ácidos fracos, o pH mais baixo aumenta a absorção do 
herbicida, porquereduz sua polaridade. Para os herbicidas não dissociáveis (amidas, ésteres, etc.), o 
pH da solução tem pouco ou nenhum efeito sobre a penetração. 
Os fatores ambientais, em conjunto, como temperatura do ar, umidade relativa, luz e teores de 
umidade no solo e na planta influenciam a atividade dos herbicidas nos aspectos de absorção, 
translocação e grau de detoxificação. É difícil ou mesmo impossível afirmar qual dos processos é mais 
influenciado pelas mudanças nas condições do ambiente. 
Condições de alta temperatura e luminosidade, ou baixa umidade relativa do ar e umidade do 
solo, geralmente promovem a formação de cutículas mais impermeáveis. O grau de impermeabilidade 
pode ser atribuído ao incremento da espessura da cutícula, à alteração na composição das ceras ou ao 
aumento na formação de ceras epicuticulares (Hull et al., 1975). 
 A umidade relativa do ar tem efeito mais consistente sobre absorção de herbicidas, havendo 
maior absorção dos produtos polares com aumento da umidade (Hess, 1995). A elevação da umidade 
relativa aumenta o tempo de evaporação da gotícula pulverizada, aumenta a hidratação da cutícula, 
favorece a abertura dos estômatos e pode aumentar o transporte de solutos na planta. 
A temperatura pode melhorar a absorção, por provocar maior fluidez dos lipídios da camada 
cuticular e da membrana celular e, consequentemente mais rápida absorção do herbicida. Pode, porém, 
 41 
apresentar efeitos negativos devido à maior rapidez do secamento da gota pulverizada, provocando a 
cristalização do herbicida na superfície foliar. 
Os estômatos podem potencialmente estar envolvidos, de duas formas, com a penetração de 
herbicidas nas folhas. Primeiro, a cutícula sobre as células-guarda parece mais fina e mais permeável a 
substâncias do que a cutícula sobre outras células epidérmicas. Em segundo lugar, a solução 
pulverizada poderia, em tese, mover-se através do poro de um estômato aberto para dentro da câmara 
subestomática, e daí para o citoplasma das células do parênquima foliar. 
Finalmente, a absorção de um herbicida pode ser influenciada pela presença de outro herbicida 
misturado na calda. A estimulação da absorção pode ser causada pelo surfactante adicional ou por 
outros aditivos presentes nas duas formulações misturadas. Também podem ocorrer interações 
negativas entre os dois herbicidas. 
 
8.1.2. Penetração pelo caule 
Os herbicidas podem ser absorvidos pelo caule das plantas jovens (durante emergência) e das 
adultas. Nas plantas jovens, é um sítio de entrada importante para muitos herbicidas aplicados ao solo 
que são ativos em sementes e durante a germinação e na emergência das plântulas . A parte aérea 
(caule), durante a emergência, tem uma cutícula muito pouco desenvolvida, desprovida da camada de 
cera, tornando-a mais permeável aos herbicidas, sendo esta uma rota de entrada de herbicidas em 
muitas espécies de gramíneas. Além do mais, a barreira que a estria de Gaspary representa na raiz não 
está presente nestes tecidos. 
 
8.1.3. Penetração pelas raízes 
Vários herbicidas aplicados no solo são absorvidos pelas raízes. A entrada dos herbicidas pelas 
raízes não é tão limitada quanto pelas folhas, uma vez que nenhuma camada significativa de cera ou 
cutícula está presente nos locais onde a maior parte de absorção ocorre. A rota mais importante de 
entrada é a passagem do herbicida junto com a água através dos pêlos radiculares nas extremidades das 
raízes. Os pêlos radiculares são responsáveis por aumento significativo da área disponível para a 
absorção de água e de herbicidas. 
A disponibilidade dos herbicidas para as raízes é função das propriedades físico-químicas dos 
herbicidas e do solo e da distribuição espacial dos herbicidas e das raízes no solo. 
Os herbicidas têm que entrar em contato com a raiz, o que pode ocorrer pelo crescimento desta 
ou pela difusão do herbicida no estado gasoso e, ou, em solução com a água, até a zona de absorção 
das raízes. Muitos herbicidas com diversas estruturas moleculares, tamanho e solubilidade são 
prontamente absorvidos pelas raízes. 
 
8.1.3.1. fatores que influenciam a absorção através das raízes 
A absorção de herbicidas pelas raízes é caracterizada por uma fase inicial de elevada taxa de 
absorção durante os 30 primeiros minutos até 2 horas, seguida por uma fase de absorção mais lenta. 
Por exemplo, para o 2,4-D, a taxa de absorção aumenta rapidamente logo após a aplicação e, depois, 
ocorre um decréscimo nesta taxa até ela se tornar nula, passando em seguida a negativa (perda por 
exsudação). 
Tem sido observado decréscimo na taxa de absorção de herbicidas devido ao abaixamento da 
temperatura. Este fenômeno pode, em grande parte, estar relacionado com a viscosidade da água (sob 
condições de baixa temperatura) e com reações químicas (absorção ativa). 
 42 
Também a concentração hidrogeniônica, próxima à zona de absorção radicular, pode influenciar 
a absorção de herbicidas pelas raízes, principalmente quando o composto é sujeito à ionização. Se o 
herbicida for absorvido em solução com a água, o pH que aumenta a sua polaridade beneficia também 
a sua absorção e penetração pelas raízes. 
Quanto à concentração do herbicida, dentro de determinados limites, existe uma relação linear 
entre a concentração do produto disponível e a sua penetração pela raiz. A linearidade é perdida 
quando o herbicida exerce efeito tóxico sobre a planta. 
Embora alguns trabalhos demonstrem uma estreita relação entre transpiração e absorção, há 
evidências contrárias. A absorção de herbicidas pela raiz também pode ser limitada por ligações ou 
adsorção do herbicida nos componentes celulares. Atrazine e uréias, por exemplo, podem ser 
adsorvidos, em parte, pelas raízes (Grover e Hance, 1969). A correlação entre transpiração e absorção 
é válida para os herbicidas polares, entretanto, existem herbicidas não-polares que são, também, 
prontamente absorvidos pelas raízes. Para os herbicidas polares, translocados via xilema, a corrente 
transpiratória correlaciona-se com o transporte destes para a parte aérea da planta, estabelecendo um 
gradiente de concentração entre a parte externa da raiz (solução do solo) e a interna da planta (corrente 
de assimilados). Alta temperatura e irradiância, baixa umidade relativa do ar, alta temperatura do solo 
e alto potencial de água no solo são condições que favorecem a transpiração e, conseqüentemente, a 
absorção de herbicidas. 
 
8.2. Translocação de herbicidas 
 
Há várias razões pelas quais é importante o estudo de translocação de herbicidas. Plantas jovens 
que não são capazes de se regenerar através de seus órgãos subterrâneos, podem ser mortas por 
herbicidas de contato, quando ocorre uma completa cobertura da parte aérea pela calda herbicida 
pulverizada. Entretanto, aquelas plantas que são capazes de se regenerar através de bulbos, rizomas, 
estolons, tubérculos etc, necessitam que uma determinada quantidade do produto seja capaz de 
translocar e atingir estes órgãos de recuperação, para que produza um controle eficiente. Por outro 
lado, considerando que não é fácil atingir toda a superfície foliar de uma planta, principalmente de 
arbustos e árvores, e tendo em vista que há diferença de penetração de herbicida nas diferentes 
posições da parte aérea da planta, o aumento na translocação de um produto aumentará a sua 
eficiência. Para a maioria dos herbicidas aplicados ao solo, a translocação é também de grande 
importância. Muitos herbicidas são absorvidos pelas raízes ou pelas partes subterrâneas do caule e são 
translocados para outras áreas, como ponto de crescimento, cloroplastos, etc., para exercerem a sua 
efetiva ação herbicida. Se a translocação de um herbicida pode ser aumentada, entãoas doses aplicadas 
deste produto podem ser reduzidas; conseqüentemente, menores serão os custos de aplicação e os 
riscos de causar prejuízos ao meio ambiente. 
 
8.2.1. Movimento simplástico e apoplático 
Simplástico - Íons e moléculas podem movimentar-se de célula para célula, através de estruturas 
(plasmodesmos), até atingirem as células companheiras, de onde são transpostos para o floema, sem 
atravessar as barreiras à permeabilidade, que são as membranas citoplasmáticas. O floema é o principal 
componente do simplasto. 
 43 
Apoplástico - contrariamente ao simplasto, é formado pelo conjunto de células mortas, incluindo 
as paredes celulares, os espaços intercelulares e o xilema, os quais formam um sistema contínuo no 
qual a água e os solutos se movimentam livremente. 
O movimento de solutos e assimilados no interior das plantas superiores pode ser definido, 
basicamente, em dois sentidos, como visto a seguir. 
 
8.2.2. Translocação de alguns herbicidas 
Dicamba - é altamente móvel na planta. Aplicado nas raízes ou nas folhas, ele se acumula nos 
pontos de crescimento. Pequena acumulação ocorre nas raízes, apesar de ser bastante móvel no sentido 
basípeto da planta. Exsuda-se, em grande proporção, pelas raízes, podendo causar danos às plantas 
adjacentes às tratadas. A presença de folhas jovens na planta aumenta a translocação do produto para 
as raízes. A morte ou injúria das raízes reduz a sua exsudação, indicando ser este um processo que 
requer energia. A adição do ácido 2-cloroetil-fosfônico (ethrel) ao dicamba aumenta a sua 
translocação, no sentido descendente. 
Derivados do ácido fenóxico - os representantes deste grupo translocam-se pelo floema e, ou, 
xilema e acumulam-se nos pontos de crescimento (tecido meristemático). Apesar de se translocarem 
no sentido descendente, não se acumulam na raiz por causa do fenômeno da exsudação. O 2,4-D 
move-se do floema para o xilema e retorna à folha tratada espalhando-se rapidamente por toda a 
planta. A elevação da umidade relativa pode aumentar o movimento descendente do 2,4-D, talvez por 
inibir o movimento junto à corrente transpiratória. 
Picloram - quando aplicado em solução nutritiva, é rapidamente absorvido e translocado para 
todas as partes da planta. Ele transloca-se, principalmente, para folhas e pontos de crescimento da 
planta. Se a planta é retirada da solução com herbicida e colocada numa solução sem herbicida, a 
concentração do produto diminui nas raízes e nas folhas fotossintetizadoras e se concentra nas regiões 
meristemáticas desta. Se o produto é aplicado nas folhas, também ocorre acumulação nas folhas 
jovens, nos pontos de crescimento e nas raízes. A sua pequena acumulação nas raízes está, até certo 
ponto, relacionada com sua exsudação por elas. Apesar de apresentar pequena acumulação na raiz, 
semelhante ao 2,4-D, o picloram é, aproximadamente, 10 vezes mais tóxico às raízes que o 2,4-D. O 
uso deste herbicida no raleamento de floresta, visando reduzir o sombreamento de culturas como o 
cacau, pode danificar a cultura quando ele for injetado em algumas espécies que são capazes de 
excretá-lo através de suas raízes. 
Triazinas - a maioria das triazinas são mais facilmente absorvidas pelas raízes, sendo todas elas 
translocadas exclusivamente via xilema. Algumas, como metribuzin, prometrina, ametrina e atrazina, 
são também absorvidas pelas folhas, porém se translocam apenas do ponto de aplicação para as 
extremidades da parte da planta onde foram aplicadas. Quando aplicadas às raízes das plantas, em 
solução nutritiva, dentro de 30 minutos elas podem ser detectadas no topo da planta. A taxa de 
absorção decresce algum tempo após a aplicação, por causa do fechamento dos estômatos (redução na 
taxa de transpiração). Os estômatos fecham-se porque o herbicida, ao inibir a fotossíntese, promove o 
acúmulo de CO2 na câmara subestomática. As triazinas também se acumulam em glândulas ricas em 
óleos, em plantas de algodão, atingindo, em menor proporção, os cloroplastos. 
Imidazolinonas - estes herbicidas são absorvidos por folhas, caules e raízes e se translocam via 
floema ou xilema até os pontos de crescimento, onde inibem a síntese de aminoácidos. O sítio de ação 
dos herbicidas deste grupo é a enzima AHAS (ácido aceto hidroxi sintase), que é concentrada nos 
tecidos meristemáticos. A translocação das raízes para os caules parece estar relacionada com a 
 44 
lipofilicidade das imidazolinonas. Assim, quanto mais lipofílica for a imidazolinona, mais rápida é 
absorvida pelas raízes e mais rápida é a translocação para o caule. Entretanto, a translocação da folha 
para o caule parece não estar relacionada com a lipofilicidade. 
A diferença de translocação do imazaquin pode ser a causa das diferenças na susceptibilidade 
entre as espécies. Imazaquin é muito ativo no milho, mas pouco ativo em Avena fatua. Ocorre 
paralisação da translocação em aveia uma hora após o tratamento, enquanto a translocação no milho 
continua por muito tempo. 
 
8.3. Fatores relacionados à planta, ao clima, ao solo e ao herbicida que podem afetar a eficiência 
de um herbicida aplicado em pós-emergência das plantas daninhas. 
 
 Planta: saber se esta permite ser controlada com eficiência em pós-emergência, o estádio de 
desenvolvimento da planta e se está ou não em condições de estresse. Se estiver a eficiência do 
produto será reduzida. 
 Clima: Verificar umidade relativa (UR), temperatura (T), vento (V) e chuvas (C); UR baixa e T 
alta favorecem o secamento mais rápido do herbicida e diminuem a sua eficiência, V muito forte 
além de gerar deriva seca mais rapidamente o herbicida e não permite atingir o alvo e C que 
ocorrem logo depois da aplicação podem lavar o produto. 
 Solo: solo muito úmido pode permitir dificuldade de tráfego na área a ser aplicada e reduzir a 
eficiência do produto. 
 Herbicida: verificar se o herbicida controla tais plantas daninhas presentes em pós-emergência, a 
dosagem correta a ser aplicada, a maneira correta de aplicar o herbicida. 
 
9. COMPORTAMENTO DOS HERBICIDAS NO SOLO 
 
 Quando os herbicidas atingem o solo, inicia-se o processo de redistribuição e degradação, que 
pode ser extremamente curto, como o que ocorre com algumas moléculas simples e não-persistentes, 
ou perdurar por meses ou anos com compostos altamente persistentes. O seu tempo de permanência no 
ambiente depende, entre outros fatores, da capacidade de sorção do solo, da dinâmica do fluxo hídrico 
e do transporte de solutos, além da sua taxa de degradação. 
O estudo do comportamento de herbicidas no solo e no ambiente é importante para se atingir 
pelo menos dois objetivos principais: primeiro, descobrir todos os fatores do ambiente, além do 
próprio herbicida, que afetam direta ou indiretamente a eficiência no controle de uma planta daninha; 
segundo, uma vez que o herbicida é uma substância exógena ao meio, procura-se descobrir as 
interações do herbicida com os componentes do solo, de modo a minimizar os eventuais efeitos 
negativos que a sua presença possa causar ao ambiente. Em virtude do exposto, o herbicida ideal seria 
aquele que efetuasse o controle de plantas daninhas com a maior eficiência possível e logo depois se 
dissipasse sem deixar vestígios e sem ocasionar nenhum dano ao ambiente, cumprindo assim, também, 
o segundo objetivo. 
Atualmente, o estudo do comportamento de herbicidas no ambiente tem sido realizado através 
de estimativas das tendências a que estes estão sujeitos em função de três processos principais: 
retenção, transporte e transformação (Figura 1). 
 
 
 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Representação esquemáticada interação entre processos de retenção, transporte e transformação de um 
herbicida aplicado ao solo 
 
9.1. Processos de retenção 
 
A retenção refere-se à habilidade do solo de reter um pesticida ou outra molécula orgânica, 
evitando que ela se mova tanto dentro como para fora da matriz do solo. Dessa forma, retenção refere-
se principalmente ao processo de sorção, mas também inclui absorção na matriz e na fração biológica 
do solo, de plantas e microrganismos. A retenção controla, e por sua vez é controlada, os processos de 
transformação química e biológica e influencia de maneira pronunciada o transporte de pesticidas para 
a atmosfera e para o meio aquático, tanto superficial quanto subterrâneo. Obviamente, a retenção 
também é o fator primário que influencia a eficácia de herbicidas aplicados ao solo. 
Adsorção é geralmente o termo usado em referência a um processo reversível, envolvendo a 
atração e retenção de uma substância química à superfície de uma partícula de solo por um período de 
tempo que depende da afinidade entre ambas. A distinção entre adsorção verdadeira (na qual camadas 
moleculares se formam na superfície de uma partícula de solo), precipitação (na qual tanto uma fase 
sólida separada se forma nas superfícies sólidas como ligações covalentes com a superfície da partícula 
de solo acontecem) e absorção nas partículas de solo e organismos é difícil. Na prática, a adsorção é 
usualmente determinada apenas através do desaparecimento da substância química da solução do solo; 
em razão disso, o termo adsorção é normalmente substituído por um outro mais geral, sorção 
(Koskinen e Harper, 1990). 
Sorção: refere-se, a um processo geral, sem distinção entre os processos específicos de adsorção, 
absorção e precipitação. O processo individual de sorção é profundamente complexo, em virtude da 
heterogeneidade do solo e da sua continuidade com sistemas biológicos, atmosféricos e aquáticos. 
A avaliação da sorção é realizada normalmente por meio da estimativa de coeficientes, 
denominados coeficientes de partição, coeficientes de partição solo-água, coeficientes de sorção ou 
constantes de adsorção. 
 
 46 
De um modo geral, a sorção de herbicidas ao solo aumenta com o incremento da CTC 
(capacidade de troca catiônica), da superfície total disponível para o processo nas partículas da fração 
argila e, principalmente, dos teores de carbono orgânico do solo. No entanto, em certos casos, o pH 
exerce também efeito de grande importância na sorção, assim como a mineralogia do solo em questão. 
 
A. - Matéria orgânica 
O teor de matéria orgânica do solo é o fator isolado mais importante na determinação da sorção 
de herbicidas não-iônicos. Entretanto, na maioria dos estudos realizados, o comportamento dos 
herbicidas no solo tem sido relacionado aos teores de carbono orgânico, sendo esse parâmetro usado 
como referencial dos teores de matéria orgânica do solo. 
No caso dos solos brasileiros, as propriedades do solo que mais se correlacionam com a sorção 
de herbicidas básicos e não-iônicos são a CTC e o teor de carbono orgânico (Oliveira JR. et al., 1999). 
Uma vez que a maior parte da CTC nos nossos solos está relacionada à matéria orgânica, na verdade 
essa característica isoladamente é a mais importante para esses herbicidas. 
 
B. - Textura e mineralogia 
Atualmente, a recomendação de doses de herbicidas aplicados em pré-emergência ou pré-plantio 
incorporado é feita basicamente em função da textura do solo. Esse conceito parece estar relacionado à 
correlação existente entre teores de argila e de carbono orgânico. Em certos casos, no entanto, a 
recomendação de doses com base na textura parece ser incoerente, uma vez que não se observa 
correlação entre o comportamento de herbicidas no solo e os teores de argila, como no caso de 
herbicidas ácidos ou de solos com teores elevados de carbono orgânico (Oliveira Jr., 1998). 
Com relação à natureza das argilas, sabe-se que aquelas de maior expansividade, como a 
montmorilonita e a vermiculita, apresentam maior capacidade de troca catiônica e maior área 
específica; essas propriedades originam forças de atração de grande intensidade, contribuindo 
significativamente para o aumento da capacidade de sorção. 
 
C. - Óxidos de ferro e alumínio 
Os óxidos de ferro e alumínio são os sítios primários de ligação de herbicidas aniônicos, como as 
imidazolinonas, no solo. Sabe-se que esses hidróxidos podem sorver uma considerável quantidade de 
imidazolinonas e que os hidróxidos de ferro sorvem mais herbicidas que os hidróxidos de alumínio. 
Nos solos tropicais, esses óxidos apresentam contribuição maior em relação à capacidade sortiva, em 
função da limitada área específica dos minerais de argila constituintes do solo. 
 
D. pH 
O pH influencia especialmente o comportamento dos herbicidas que se ionizam quando em 
solução. A forma iônica que predomina em determinada faixa de pH depende basicamente da estrutura 
química do composto. A princípio, os herbicidas podem ser divididos em três grupos: os que se 
comportam como ácidos fracos, aqueles que se comportam como bases fracas e os que não se ionizam. 
Herbicidas com características de ácidos fracos: com relação aos herbicidas ácidos, o pH é o 
fator determinante no comportamento desses produtos no solo, uma vez que determina a forma iônica 
predominante na solução do solo. Quando o pH do solo tende à neutralidade, a sorção diminui, e, 
então, outros fatores como o teor de matéria orgânica e a textura podem se tornar relativamente mais 
importantes. 
 47 
 Quadro 1 - Sorção de imazaquin sob diferentes pHs de dois solos 
 
Tipo de solo pH Sorção (%) 
Franco-arenoso 5,6 53 
 6,3 53 
 6,6 0 
Franco-siltoso 4,7 62 
 5,2 40 
 5,5 25 
Fonte: Goetz (1986). 
 
Herbicidas com características de bases fracas: os herbicidas, como o atrazine, podem atrair íons 
hidrogênio em uma solução ácida, passando a apresentar uma carga líquida positiva. Alguns herbicidas 
reagem como atrazine são simazine, cyanazine (Pires et al., 1995) e hexazinone. Existe ainda um outro 
grupo de herbicidas tão básicos que possuir cargas positivas em virtualmente todos os valores de pH 
do solo (Leavitt, 1980). O paraquat e o diquat estão nessa categoria. 
Herbicidas não iônicos: os herbicidas não-iônicos não reagem com a água e não carregam uma 
carga elétrica líquida. Entre esses herbicidas estão incluídos trifluralin, alachlor, metolachlor, EPTC e 
diuron. Embora sejam não-iônicos, muitos deles podem ser polares e, em função dessa condição, 
serem afetados pelo pH do solo; porém estes efeitos são geralmente de menor intensidade, 
comparativamente aos herbicidas iônicos. 
O pH pode influenciar diversos outros processos envolvidos na degradação dos herbicidas no 
solo: a lixiviação de chlorsulfuron, por exemplo, é maior em solos com pH alto e baixo teor de matéria 
orgânica. Já a degradação do referido produto no solo é mais rápida em solos ácidos (Gomez De 
Barreda et al., 1993). 
 
9.2. Processos de transporte 
 
9.2.1. Escorrimento superficial 
O movimento dos herbicidas na superfície do solo de áreas tratadas para áreas não-tratadas, junto 
com partículas de solo após chuvas pesadas, é chamado de escorrimento superficial ou “runoff”. O 
escorrimento superficial pode ser influenciado por práticas culturais, natureza e dose das aplicações e 
declividade do local de aplicação, além, é claro, do tipo de solo em questão. 
O maior potencial de movimento de herbicidas por escorrimento superficial ocorre logo após a 
aplicação, especialmente no caso de herbicidas aplicados em pré-emergência. A intensidade de perdas 
depende muito do sistema de plantio adotado. Em certas situações, as perdaspodem ser altas, como no 
caso do metolachlor (Buttle, 1990); neste trabalho, foi encontrada uma perda de herbicida aderida aos 
sedimentos carregados pela água variando entre 9 e 58% do total aplicado ao solo. 
 
 9.2.2. Volatilização 
É o processo pelo qual o herbicida presente na solução do solo passa para a forma de vapor, 
podendo se perder para a atmosfera por evaporação. 
 48 
O potencial de volatilização de um herbicida geralmente pode ser estimado indiretamente por 
meio de suas propriedades químicas, como a estrutura, o peso molecular e, principalmente, a pressão 
de vapor (PV). 
Perdas por volatilização são muito variáveis, podendo ser de 10 a 90%, comparada com uma 
perda típica de 0 a 4% por lixiviação e 0-10% por escorrimento superficial (Graveel e Turco, 1994). 
 
9.2.2.1. Fatores que influenciam a volatilização 
Vários fatores influenciam diretamente a volatilização de pesticidas presentes no solo, mas, de 
modo geral, a volatilização é aumentada por: 
a) Elevação da temperatura: a temperatura do solo afeta a volatilização de produtos 
em função da alteração da pressão de vapor. É por isso que, para efeito de 
comparação da PV de dois produtos distintos, os valores devem ser determinados à 
mesma temperatura. 
b) Aumento da umidade do solo: o aumento da disponibilidade de água no solo facilita 
a perda de vapor; solos úmidos volatilizarão mais herbicida que um solo seco, já 
que a água funciona como uma interfase entre a molécula e as partículas de solo. 
Em solos secos, existe maior probabilidade de o herbicida ser sorvido diretamente 
às partículas de solo. 
A volatilização pode ser tão significativa para alguns produtos que, depois de sua aplicação, eles 
precisam ser incorporados imediatamente ao solo para que não haja redução substancial de sua 
eficiência, o que, sem dúvida, é a conseqüência de maior importância imediata da volatilização no que 
diz respeito às atividades agrícolas. 
Existem, no entanto, algumas alternativas que podem reduzir a volatilização e manter a eficiência 
desses herbicidas: 
a) Incorporação de herbicidas ao solo: a incorporação pode ser feita tanto com 
implementos quanto pelo uso de irrigação após a aplicação do herbicida. A escolha 
da forma de incorporação depende, neste caso, principalmente da solubilidade do 
composto em questão. Herbicidas mais solúveis, podem ser incorporados com uma 
irrigação adequada, ao passo que os herbicidas menos solúveis, necessitam ser 
mecanicamente incorporados ao solo. 
b) Formulação do produto: para muitos herbicidas com maior potencial de volatilização têm sido 
desenvolvidas novas formulações com adjuvantes, com a função de reduzir a evaporação. Além 
disso, o uso de formulações granuladas em vez de formulações líquidas pode contribuir para 
diminuir as perdas por volatilização. 
 
 9.2.3. Solubilidade 
A solubilidade (S) de um herbicida em água é, por definição, a quantidade máxima de herbicida 
que se dissolve em água pura a uma determinada temperatura. Acima desta concentração, duas fases 
distintas existirão, dependendo de o herbicida ser um sólido ou um líquido na temperatura do sistema: 
uma fase saturada de solução aquosa e uma fase líquida ou sólida do herbicida (Lavorenti, 1996). 
A solubilidade em água é um reflexo da polaridade da substância química. Quanto mais polar, 
mais solúvel em água. De modo geral, a solubilidade de um pesticida e sua sorção no solo estão 
inversamente correlacionadas, isto é, maior solubilidade resulta em menor sorção. Em geral, quanto 
 49 
mais iônico, mais provável que o composto em questão seja solúvel. Por outro lado, o aumento no peso 
molecular diminui a solubilidade; moléculas orgânicas grandes, sem carga, são, portanto, pouco ou não 
solúveis. 
 
 9.2.4. Absorção pelas plantas 
A porcentagem de herbicida que a planta absorve do solo é difícil de ser medida. Experimentos 
em vaso demonstraram que as plantas podem absorver de 1 a 10% do total de herbicida disponível, 
dependendo da densidade de plantas, do volume de solo, etc. Trabalhos feitos com outros herbicidas 
no campo mostram que as plantas podem remover de 2 a 5% do total de herbicida no solo (Shaner, 
1989). Portanto, a absorção pelas plantas participa com uma pequena porcentagem na remoção do total 
das imidazolinonas presentes no solo. 
 
 9.2.5. Lixiviação 
O destino de herbicidas aplicados ao solo depende muito das propriedades químicas da 
substância em questão. As duas propriedades mais importantes no que diz respeito ao processo de 
lixiviação são a sorção e a persistência do produto. A sorção regula o potencial de um herbicida ser 
perdido com sedimentos ou por lixiviação. A solubilidade é de importância secundária, embora 
solubilidades muito baixas possam limitar o transporte com a água. 
 
9.3. processos de transformação 
 
9.3.1. Persistência 
De forma prática, considera-se que resíduos de herbicidas no solo sejam quaisquer substâncias 
resultantes da sua aplicação. Estas substâncias podem incluir produtos de degradação (metabólitos), 
além da própria molécula do herbicida. A persistência é normalmente medida pela meia-vida (t1/2) do 
composto, a qual pode ser definida como o período de tempo necessário para que 50% da concentração 
inicial presente no solo desapareça. A persistência de um herbicida depende basicamente de quatro 
tipos de fatores: solo (teor de carbono orgânico, pH e textura), população de microrganismos 
presentes, ambiente (temperatura e precipitação) e práticas culturais (sistema de plantio e doses 
aplicadas). 
No entanto, a classificação de um herbicida como “persistente” ou “não-persistente” varia de 
acordo com o propósito da classificação. Na Quadro 2 encontram-se exemplos de classificações 
adotadas na Inglaterra e no Brasil. 
 
Quadro 2 - Exemplos de classificações de herbicidas quanto à persistência 
 
Inglaterra Brasil (IBAMA) 
Classe t1/2 (dias) Classe t1/2 (dias) 
Não-persistente <5 Não persistente <30 
Levemente persistente 5-21 Medianamente persistente 30-180 
Moderadamente persistente 22-60 Persistente 180-360 
Muito persistente >60 Altamente persistente >360 
 Fonte: Adaptado de Roberts (1996) e Foloni (1997). 
 50 
9.3.2. Fotodecomposição ou fotólise 
A radiação solar na faixa do ultravioleta (290-450 nm) contém energia suficiente para causar 
transformações químicas dos herbicidas, as quais podem levar à sua inativação. Apenas aqueles 
herbicidas na ou próximos à superfície do solo serão passíveis de sofrerem fotodecomposição, uma vez 
que a penetração de luz UV no solo é bastante limitada. Exemplos de herbicidas que sofrem 
fotodecomposição incluem o trifluralin, paraquat, diquat, clethodim, bentazon e atrazine em solução 
aquosa. 
O processo de fotodecomposição, ou decomposição pela luz, começa quando a molécula do 
herbicida absorve a energia luminosa; isto causa a excitação de elétrons e pode resultar na quebra ou 
na formação de ligações químicas. 
 
9.3.3. Dissipação 
9.3.3.1. Degradação química 
Com relação à hidrólise química, as imidazolinonas são extremamente estáveis nas faixas de 
pH normalmente encontradas no solo. A meia-vida desses compostos é normalmente maior do que seis 
meses. A estabilidade desses herbicidas sugere que a hidrólise química não é um mecanismo 
importante na degradação desses herbicidas no solo (Shaner, 1989). De fato, para a grande maioria dos 
herbicidas aplicados ao solo, os processos de degradação mediados por microrganismos do solo são os 
mais importantes. 
 
9.3.3.2. Degradação biológica 
O termo biodegradação refere-se à transformação biológica de um composto químico orgânico 
para outra forma. Esta transformação pode ser primária, envolvendomudanças estruturais na molécula, 
como uma oxidação, redução ou perda de um grupo funcional. A transformação pode ser mais 
complexa, envolvendo várias reações seqüenciais, implicando a perda ou alteração da toxidez da 
molécula. Processos de biodegradação podem ocorrer em função da atuação de um ou, mais 
comumente, de várias espécies de microrganismos do solo. Estes microrganismos podem tanto utilizar 
os herbicidas como substratos, fornecendo nutrientes, ou como fonte de energia, ou, ainda, a ação 
microbiana pode modificar a estrutura química do produto, sem fornecimento de energia para o 
crescimento (Monteiro, 1996). 
Bactérias e fungos são considerados os principais responsáveis pela transformação dos 
herbicidas no solo. A contribuição da microfauna e de microalgas do solo é incerta e tem recebido 
pouca atenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 51 
10. TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE HERBICIDAS 
 
É o emprego de todos os conhecimentos científicos que proporcionem a colocação correta do 
produto biologicamente ativo no alvo, em quantidade necessária, de forma econômica, com o mínimo 
de contaminação ambiental. 
A utilização incorreta de defensivos agrícolas – seja pela super ou subdosagem, época 
inadequada, condições adversas – e o desconhecimento dos recursos do equipamento aplicador e suas 
limitações são fatores que contribuem para a redução da eficiência dos produtos, além de aumentar a 
intoxicação humana e contaminação ambiental. 
O crescente aumento do custo de mão-de-obra e de energia e a preocupação cada vez maior em 
relação à poluição ambiental têm realçado a necessidade de tecnologia mais acurada para aplicação do 
produto químico no alvo mais correto. Para isso, são necessários procedimentos e equipamentos mais 
adequados à maior proteção ao trabalhador e ao ambiente. 
 
10.1. Alvo Biológico 
 
O defensivo agrícola deve exercer a sua ação sobre determinado organismo que se deseja 
controlar. Portanto, o alvo a ser atingido é esse organismo, seja ele planta daninha, fungo ou bactéria 
Qualquer quantidade de produto aplicado, que não atinge o alvo, não terá qualquer eficácia e estará 
representando uma forma de perda. 
No caso específico da disciplina “Biologia e Controle das Plantas Daninhas” os defensivos 
agrícolas a serem aplicados serão os herbicidas e os alvos a serem atingidos serão são as plantas 
daninhas. Considerando os herbicidas aplicados em pós-emergência, o alvo será as folhas das plantas 
daninhas ou os caules. Para os produtos aplicados em pré-emergência o alvo passa ser as sementes, as 
raízes ou os caulículos. Percebe-se que, tanto na aplicação em pós quanto em pré-emergência, boa 
parte dos herbicidas aplicados não atingem o alvo correto. Segundo Himel (1974), em média, 30% do 
produto aplicado visando a folha atinge o solo no momento da aplicação. 
O alvo é um local eleito para ser atingido, direta ou indiretamente, pelo processo de aplicação. 
Diretamente, quando se coloca o produto em contato com o alvo no momento da aplicação e 
indiretamente pelo processo de redistribuição. Essa redistribuição poderá se dar por meio da 
translocação sistêmica ou pelo deslocamento superficial do depósito inicial do produto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DMV= 200µm DMV= 300µm DMV= 400µm
QUAL O TAMANHO 
DE GOTA IDEAL DA
PULVERIZAÇÃO
?
Pequena o suficiente para
produzir boa cobertura.
Grande o necessário para
provocar menor perda por
deriva e evaporação.
Volume 2X
258 gotas/cm2
Volume 2X
76 gotas/cm2
Volume 2X
32 gotas/cm2
 52 
10.2 - Tamanho das gotas 
Uma ponta de pulverização não produz um único tamanho de gota. Dessa forma, o tamanho 
utilizado na classificação da pulverização (fina, média ou grossa), será o diâmetro da gota que divide o 
volume pulverizado em duas partes iguais, denominado de Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV). 
Numa aplicação correta, o tamanho das gotas é muito importante para se atingir o alvo desejado. 
a) Gotas grandes (> 400 µm): são menos arrastadas pela deriva e apresentam menores problemas com 
a evaporação no trajeto da ponta ao alvo. Por outro lado, proporcionam menor cobertura da superfície 
a ser tratada e concentração de gotas por cm², possuem baixa capacidade de penetração na cultura e 
elevam a possibilidade de escorrimento do produto nas folhas. 
b) Gotas médias (200-400 µm): possuem características intermediárias entre as grandes e as 
pequenas. Se não houver qualquer indicação na bula do produto fitossanitário, deve-se utilizar gotas de 
tamanho médio, com o objetivo de reduzir a probabilidade de erros na aplicação. 
c) Gotas pequenas (<200 µm): são mais arrastadas pela deriva e apresentam grandes problemas com 
evaporação durante a aplicação. Porém, proporcionam cobertura do alvo e quantidade de gotas por cm² 
normalmente altas (sob condições climáticas adequadas), possuem também alta capacidade de 
penetração na cultura e reduzem a possibilidade de escorrimento do produto nas folhas. 
Importante: Em toda pulverização, seja ela classificada como fina, média ou grossa, existirão 
gotas pequenas, médias e grandes, variando-se apenas a proporção entre elas. 
 
10.2.1. Classificação do tamanho de gotas segundo norma da ASAE (Associação dos engenheiros 
Agrícolas Americanos) 
 
Categoria Cor DMV (m) 
aproximado 
Risco de 
Deriva/evaporação 
Aplicações Agrícolas 
Muito fina Vermelho < 100 Muito alto Não recomendado 
Fina Laranja 100 --- 175 Muito alto Fungicida de contato 
Média Amarelo 175 --- 250 Alto Inseticidas e herbicidas de 
contato 
Grossa Azul 250 --- 375 Médio Herbicidas sistêmico e pré-
emergentes 
Muito grossa Verde 375 --- 450 Baixo Herbicidas sistêmico e pré-
emergentes 
Extr. grossa Branco > 450 Baixo Herbicidas sistêmico e pré-
emergentes 
 DMV = diâmetro mediano volumétrico 
 
10.3. Formulação de Defensivos Agrícolas 
 Formular um herbicida consiste em preparar seu ingrediente ativo na concentração adequada, 
adicionando substâncias coadjuvantes, tendo em vista que o produto final deve ser usado em 
determinadas condições técnicas de aplicação, para poder cumprir eficazmente sua finalidade 
biológica, mantendo essas condições durante o armazenamento e transporte. 
 Sobre os produtos fitossanitários na legislação federal no Brasil, ingrediente ativo é o composto 
com atividade biológica, e os ingredientes inertes são os outros compostos adicionados na formulação. 
 53 
No entanto, qualquer substância ou composto sem propriedade fitossanitária, exceto água, que é 
acrescido na preparação de defensivos para facilitar a aplicação, aumentar a eficiência ou diminuir os 
riscos é classificado como adjuvante. 
 Entre as classes de adjuvantes, podem-se citar: emulsificantes (compatibilizam frações polares 
e apolares); dispersantes (impedem a aglomeração de partículas); espessantes (aumentam a 
viscosidade); solventes (dissolvem o ingrediente ativo); molhantes (permitem rápida umectação do 
produto em contato com a água); quelatizantes (tiram reatividade de moléculas e íons); tamponantes 
(deixam o pH dentro de uma faixa desejada); corantes (dão coloração ao produto formulado); adesivos 
(melhoram a aderência do produto com a superfície tratada); e surfactantes (agentes ativadores de 
superfície). 
 Os óleos não-fitotóxicos também têm grande uso como adjuvante, seja como molhantes, 
espalhantes, penetrantes, antievaporantes e, ou, adesivos, e podem ser minerais ou vegetais. 
 A escolha da formulação a ser utilizada baseia-se nas características físicase biológicas da 
planta daninha – alvo, equipamento de aplicação disponível, perigo de deriva e lixiviação, possível 
injúria na cultura, custo, necessidadede armazenagem e tipo de ambiente em que a aplicação é feita. 
 Considera-se uma formulação de herbicida de boa qualidade se for letal à planta daninha ou, no 
mínimo, danosa a ela, e não afetar os microrganismos benéficos e nem a cultura. Além disso, deve-se 
espalhar bem, ter boa retenção na superfície da folha e penetração foliar eficiente. 
 
 Formulações sólidas 
 
 Pó molhável (PM) 
É uma formulação sólida de pó, para aplicação, sob a forma de suspensão, após dispersão em 
água e posteriormente aplicação. Muito utilizada para fungicidas (esmagadora maioria), herbicidas e 
inseticidas. Está sendo substituída gradualmente pela formulação suspensão concentrada; é obtida pela 
moagem do ingrediente ativo absorvido em material inerte (sílica, vermiculita, etc); adiciona-se 
geralmente uma substância dispersante, para evitar floculação e aumentar a establilidade da suspensão. 
Durante a aplicação, precisa-se de uma agitação contínua no tanque. Geralmente, possui 50 a 
80% de ingrediente ativo (ex. Sencor BR, 700 g de metribuzim por quilo). 
 
 Pó solúvel (PS) 
É uma formulação sólida destinada à diluição em água e posterior aplicação via liquida, sem 
necessidade de agitação no tanque do pulverizador; 
 
 Grânulos dispersíveis em água (GRDA) 
São formulações granuladas para serem diluídas em água. Essa formulação em contato com a 
água se dissolve prontamente formando solução, estável. É formulação de desenvolvimento recente e 
está se popularizando bastante. Algumas podem ser embaladas em saquinhos solúveis e, assim, podem 
ser colocadas no tanque do pulverizador sem oferecer risco ao operador. Por outro lado, o pacote fica 
praticamente livre de contaminação, facilitando o seu descarte. Entretanto, nem todos os ingredientes 
ativos podem ser embalados em filmes solúveis, pois existem problemas de incompatibilidade entre os 
compostos. 
 
 
 54 
 Granulados (GR) 
É formulação de pronto uso, para aplicação via sólida, predomina os inseticidas sistêmicos, 
sendo mais raros os fungicidas e herbicidas; os grânulos são constituídos de veículos minerais, como a 
vermiculita, e de princípio ativo, cuja concentração varia de 2 a 20%. 
Em geral, dispensam o uso da água, têm maior custo e dependem de equipamentos adequados 
para aplicação e de umidade no solo para liberar o ingrediente ativo (ex.: Ordran 200 GR, 200 g de 
molinate por quilo). 
 
 Pellets ou pastilhas 
Possuem ampla similaridade com os granulados, diferindo-se por possuírem partículas de maior 
tamanho. 
 
 Formulações líquidas 
 
 Soluções (S) 
Esta mistura é de natureza homogênea, composta do soluto, que é o ingrediente ativo, e do 
solvente, que pode ser água, álcool, acetona, etc; 
Devido à sua pouca penetração foliar, adiciona-se geralmente um surfactante (ex.: DMA 806 
BR, 670 g de 2, 4-D por litro). 
 
 Concentrado emulsionável (CE) 
É uma formulação liquida destinada à aplicação via liquida, quando em mistura com a água 
forma uma emulsão de aspecto leitoso, cuja estabilidade da calda é muito melhor que a da suspensão, 
portanto a necessidade de agitação não é tão crítica. É bastante comum para inseticidas e herbicidas; 
Possui maior penetração foliar, permanece por longos períodos em suspensão (mistura mais 
homogênea) e provoca menos desgaste nos bicos (ex.: Dual 960 CE, 960 g de metolachlor por litro). 
 
 Suspensão concentrada (SC ou “flowable”) 
 Formulação constituída por uma suspensão estável de ingrediente ativo num veículo líquido, 
que pode conter outro ingrediente ativo dissolvido, para aplicação após diluição em água. 
Neste tipo de formulação, o princípio ativo sólido (micropartículas) é mantido suspenso em 
água. Como vantagens, estão a ausência do pó, a baixa toxicidade e o fácil manuseio (ex.: Karmex 500 
SC, 500 g de diuron por litro). 
 
 Emulsões concentradas 
Esta formulação é uma emulsão de ingrediente ativo de baixo ponto de fusão ou líquido, sendo 
uma alternativa ao concentrado emulsionável (ex.: Podium, 110 g de fenoxaprop-p-ethyl por litro). 
 
 Microemulsão 
É um caso específico de emulsão; contém as fases „oleosa‟ (contendo o ingrediente ativo e o 
solvente orgânico surfactante) e „aquosa‟ (que também pode conter ingrediente ativo solúvel em água, 
além de surfactante); a aparência é de um líquido transparente, homogêneo (ex.: Robust: 200 g de 
fluazifop-p-butil + 250 g de fomesafen por litro). 
 
 55 
10.4. Métodos de Aplicação de Defensivos 
 
Os métodos de aplicação atualmente em uso podem ser basicamente agrupados em aplicações 
via sólida, via líquida ou via gasosa, em função do estado físico do material a ser aplicado. Dentre 
esses, a aplicação via líquida, com o emprego de água como diluente, é, de longe, o método 
predominante. Entretanto, em algumas condições, as dificuldades na obtenção e no transporte de água 
podem conduzir à adoção de alternativas, tais como a aplicação via líquida sem o uso de água ou 
aplicação via sólida. A aplicação via gasosa é bastante restrita devido às dificuldades associadas ao 
processo. 
 
10.4.1. Aplicação via líquida 
 O veículo mais importante para diluir formulações de produtos fitossanitários a serem aplicados 
por pulverização ou imersão é a água, que deve ser de boa qualidade. Argilas e compostos orgânicos 
em suspensão na água podem absorver alguns tipos de ingredientes ativos, tornando-os indisponíveis. 
Um exemplo claro disso ocorre com os compostos catiônicos (paraquat e diquat), que são inativados 
parcial ou totalmente. 
 A água quase sempre apresenta sais em dissolução, especialmente os de Ca
+2
 e Mg
+2
, que são 
os principais causadores de sua dureza. Deve-se salientar que essa dureza é calculada em função do 
teor de CaCO3 de acordo com o quadro 1. 
 
Quadro 1. Classe de dureza da água 
 
 
 
 
 
 
 
Apesar da água ser o principal diluente ou veículo de aplicação para a via líquida por ser de 
fácil obtenção, de baixo custo e por contar com ampla opção de formulações compatíveis, apresenta 
algumas limitações como: alta tensão superficial (gotas depositadas permanecem na forma esférica 
diminuindo a superfície de contato e alta pressão de vapor (alta capacidade e evaporação). A aplicação 
é na forma de gotas (pulverização); filetes líquidos (rega ou injeção) e de gotas diminutas, formando 
neblina (nebulização). 
 
Segundo Matthews (1979), existem cinco categorias de volume de aplicação para culturas de 
campo: 
Designação Volume (L/ha) 
Volume Alto > 600 
Volume Médio 200 – 600 
Volume Baixo 50 – 200 
Volume muito baixo 5 – 50 
Volume ultra baixo <5 
OBS: No caso da aplicação a alto volume, a dose é dada por concentração do produto na calda (gramas/100L). 
Para os demais casos, a dose é recomendada em L ou kg/ha. 
Classe ppm de CaCO3 
Água muito branda 71,2 
Água branda 71,2 – 142,4 
Água semidura 142,4 – 320,4 
Água dura 320,4 – 534,0 
Água muito dura > 534,0 
 56 
10.5. Qualidade de distribuição da pulverização 
 
 Para apresentar boa eficiência, um defensivo agrícola, deve ser depositado no alvo na 
quantidade correta, com o tamanho de gota que produza menores perdas por deriva e evaporação, 
desde que a eficiência biológica seja mantida. Além disso, deve-se distribuir o produto o mais 
uniformemente na faixa tratada. 
 Um dos fatores mais dominantes que podem influenciar drasticamente a eficiência de um 
herbicida ou qualquer outro defensivo agrícola é a distribuição da pulverização. A uniformidade de 
distribuição da pulverização, ao longo da barra ou faixa de aplicação, é um componente essencial para 
atingir a máxima eficiência do produto com um mínimo de custo e de contaminação fora do alvo. Osprincipais fatores que afetam a distribuição da calda pulverizada são: 
a) Bicos – Tipo, pressão, espaçamento, ângulo de pulverização, ângulo de desvio, desgaste, 
entupimento e vazão. 
b) - Barra - altura (barra acima da altura recomendada propicia deriva e abaixo não permite 
uniformidade no padrão de deposição, ficando pontos com excesso de gotas e outros com falta); 
estabilidade da barra movimento vertical (inclinação) e movimento lateral (guinada); 
c) - Perdas de pressão; 
d) - Filtros obstruídos; 
e) – Problemas de tubulação influenciando a turbulência do líquido; 
f) – Condições ambientais – velocidade e direção do vento; 
g) - Velocidade do pulverizador e a turbulência resultante. 
 
10.6. Deriva 
 
O controle da deriva é dever de todo agricultor visto que, além de representar uma fonte 
considerável de prejuízos, é a responsável pela contaminação do trabalhador e do ambiente. 
 Na aplicação de defensivos agrícolas a deriva de pulverização é o termo usado para aquelas 
gotas que não foram depositadas na área alvo. Estas gotas provavelmente são gotas muito pequenas, 
com diâmetro menor que 150 μm e facilmente movidas para fora do alvo pela ação do vento associado 
a outras condições climáticas. 
Para se fazer um controle efetivo, no entanto, é necessário conhecer pelo menos alguns dos 
princípios básicos da Tecnologia de Aplicação de Produtos Fitossanitários. Vários são os fatores não 
controláveis nesse processo, mas também vários são aqueles passíveis de serem adequados, para que as 
perdas se situem dentro de um mínimo aceitável, não interferindo na eficiência dos produtos utilizados. 
 A deriva pode causar a deposição de produtos químicos em áreas não desejadas com sérias 
conseqüências tais como: 
 
a) Danos nos cultivos sensíveis que ficam em áreas adjacentes; 
b) Contaminação de reservatórios e cursos de água; 
c) Riscos à saúde de animais e pessoas. 
 
 As causas da deriva são muitas e estão relacionadas com os equipamentos de aplicação, 
formulações e com as condições meteorológicas. As principais são: 
 
 57 
a) Tamanho da gota – Quanto menor a abertura do orifício do bico e maior pressão, menores serão as 
gotas produzidas e, portanto, maior o número delas serão derivadas. Gotas menores que 150 μm são 
facilmente derivadas; 
 
b) Altura da ponta de pulverização – À medida que aumenta a distância entre a ponta de pulverização e 
área alvo, maior será a influência da velocidade do vento sobre a deriva; 
 
c) Velocidade de operação – Velocidade mais alta contribui para que as gotas sejam arrastadas para 
trás e levadas pela corrente de vento ascendente, formando um turbilhão sobre o pulverizador, 
arrastando as gotas pequenas aumentando a deriva; 
 
d) Velocidade do vento – é o fator de maior impacto entre os fatores meteorológicos. O aumento da 
velocidade do vento aumenta a deriva, portanto as pulverizações devem ser preferencialmente, 
realizadas em horários de menores ventos, geralmente no início da manhã e início da noite; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
e) Temperatura e umidade do ar – Temperaturas ambientes acima de 25 oC, com baixa umidade 
relativa às gotas pequenas são especialmente propensas a deriva devido ao efeito da volatilização. Em 
determinadas situações (temperatura muito alta) deve-se aumentar o tamanho da gota ou suspender a 
aplicação, para evitar grandes perdas por deriva; 
 
f) Volume de aplicação – Quando se utiliza volume de aplicação muito pequeno, geralmente utilizam-
se gotas pequenas, facilitando a deriva; 
 
 g) Formulação utilizada – Se esta apresentar alta pressão de vapor, deve tomar todas as medidas 
possíveis para minimizar a volatilização (ex: menor temperatura e maior umidade relativa do ar 
diminuem a evaporação). 
 
 
 
 
 58 
10.7. Influência das condições climáticas 
Fatores climáticos podem determinar a interrupção da pulverização. 
 Correntes de vento podem arrastar as gotas numa maior ou menor distância em função de seu 
tamanho ou peso. 
 A temperatura e, principalmente, a umidade relativa do ar contribuem para a evaporação rápida das 
gotas. 
o As condições limites para uma pulverização são: 
 - umidade relativa do ar: mínima de 55%; 
 - velocidade do vento: 3 a 10 km/h; 
 - temperatura: abaixo de 30º C. 
 
 Há necessidade de um mínimo de vento = turbulência → correntes de ar → desvio das folhas 
superiores. 
o Gotas maiores (+energia cinética) nas folhas superiores; 
o Gotas menores, pela turbulência desviam das superiores 
 
10.8. Equipamentos e técnicas para aplicação via líquida 
 
 Os Equipamentos para aplicação de líquidos podem ser divididos em injetores, pulverizadores 
e nebulizadores. Os injetores aplicam um filete líquido (sem fragmentação em gotas); os 
pulverizadores, gotas; e os nebulizadores, neblina. A aplicação de herbicidas, na sua grande maioria, é 
feita através da pulverização. 
 
10.8.1. Tipos de pulverizadores 
 
 A classificação mais comum de pulverizadores leva em consideração o tipo de energia utilizado 
no processo de produção de gotas. Eles podem ser: 
a) Energia hidráulica ou de pressão: são os mais utilizados, devido à grande facilidade de adaptação 
dos bicos de pulverização, proporcionando grande faixa de vazão, tamanhos de gotas e formas de jato 
para diversos tipos de aplicação. 
b) Energia centrífuga: são os pulverizadores portáteis de disco e os aviões agrícolas quando operando 
com bicos rotativos de tela ou de disco tipo aeroturbo. 
 
c) Energia pneumática 
d) Energia térmica 
e) Energia elétrica 
 
 Outra maneira de classificar os pulverizadores é quanto à pressão e quanto a forma de 
direcionar as gotas (quanto ao jato): 
 
1 - Quanto a Pressão : 
 Baixa pressão - até 4 bar 
 Média Pressão - 4 a 20 bar 
 Alta Pressão - até 70 bar 
 59 
2 – Quanto ao Jato : 
a) Pulverizador de Jato Lançado: Quando as gotas atingem o alvo levadas pela energia cinética gerada 
na formação da pulverização, como é o caso dos pulverizadores costais manual e o pulverizador de 
barras comuns e adaptações destes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Pulverizador de Jato Arrastado ou Assistido: Quando as gotas são levadas até o alvo por uma 
corrente de ar gerada pela própria máquina. Como exemplos podem ser citados os turbos 
pulverizadores utilizados em cafeicultura e fruticultura e os equipamentos com barra do tipo Vortex. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.9 - Calibração do pulverizador costal (manual) 
 
a) Demarque uma área de 10 m x 10 m (100 m2 ) na cultura. 
 
 
Baixa Pressão Baixa e Média Pressão 
Turbo - atomizadores 
Média e Alta Pressão 
Turbo - pulverizadores 
Média e Alta Pressão 
 
 60 
b) Abasteça o pulverizador somente com água e marque o nível no tanque. 
c) Coloque o pulverizador nas costas e ajuste as alças. 
d) Pulverize a área marcada a uma velocidade confortável e que seja sustentável nas condições 
normais da área que será pulverizada (subida, descida, evitando obstáculos etc.) no período de trabalho 
normal. 
e) Retire o pulverizador das costas. 
f) Meça a quantidade de água necessária para reabastecer o tanque do pulverizador até a marca feita 
anteriormente, com recipiente graduado. 
g) Repita essa operação por mais duas vezes e calcule a média do gasto de água. 
h) Para determinar o volume de aplicação em 1 hectare, multiplique por 100 o volume aplicado em 100 
m
2
. 
i) Leia a bula do produto para verificar se este volume está dentro dos limitesrecomendados. Se o 
volume obtido for superior ou inferior a 10% do volume recomendado na bula, mude a ponta para uma 
de vazão maior ou menor, conforme o caso. Caso haja necessidade da troca das pontas, o 
procedimento de calibração deve ser repetido. 
 Nos casos onde a dosagem do produto é recomendada em concentração (ex: 150 mL/100 L de 
água), o volume adequado pode ser visualizado através do início do escorrimento da calda, no 
caso de folhagens, ou da obtenção da concentração de gotas desejada. 
j) Calcule o número de tanques que serão gastos em um hectare, dividindo a quantidade de água gasta 
por hectare pelo volume do tanque do pulverizador. 
k) Leia a bula do produto para identificar a dosagem recomendada. 
 Se a dosagem estiver recomendada por hectare (ex: 2,0 L/ha), calcule a quantidade de produto 
a ser colocada no tanque a cada reabastecimento em função do número de tanques por hectare. 
Por exemplo, se a capacidade do tanque é de 20 L e a taxa de aplicação de 200 L/ha, a 
quantidade de produto a ser colocada a cada reabastecimento será (20 ÷ 200) x 2,0 = 0,2 litros 
de produto por tanque. 
 Se a dosagem estiver recomendada em concentração (ex: 150 mL/100 L de água), calcule a 
quantidade de produto a ser colocada no tanque a cada reabastecimento em função da 
capacidade do tanque. Por exemplo, se a capacidade do tanque é de 20 L, a quantidade de 
produto a ser colocada a cada reabastecimento será (20 ÷ 100) x 150 = 30 mL de produto por 
tanque. 
 
10.10. Componentes básicos dos pulverizadores hidráulicos 
 
Existe grande variedade de pulverizadores. A seguir serão apresentados os pulverizadores 
tratorizados que são os que apresentam o circuito hidráulico mais complexo. Porém se comparados, o 
pulverizador costal e os equipamentos mais sofisticados, como autopropelidos ou aviões, não existem 
diferenças nos princípios de funcionamento dos mesmos. 
Entre as principais partes dos pulverizadores podem ser citadas: depósito, agitadores de tanque, 
registros, filtros, bomba, câmara de compressão, regulador de pressão, manômetro, registro ou válvulas 
direcionais, barra, bicos ou pontas de pulverização. 
 
 
 
 61 
a) Tanque ou depósito do pulverizador 
Não pode conter vazamentos, ter boa capacidade de agitação da calda (mecânico ou 
hidráulico), permitir total esvaziamento da calda. 
 
b) Agitadores de tanque 
Devem permitir boa agitação para que a calda seja pulverizada em concentração homogênea até 
o final. 
 
c) Registros 
Não devem apresentar vazamentos para se evitar perdas e contaminação ambiental no 
momento da limpeza de filtros ou na manutenção de outras partes do sistema, quando o tanque estiver 
carregado. 
 
d) Filtros 
Devem ser colocados na boca do tanque, antes da bomba, na linha de pulverização e nos bicos, 
totalizando de 3 a 6 filtros por pulverizador, apresentam 4 funções muito importantes: 
 Garantir maior uniformidade nas aplicações, não permitindo que entupimento das pontas de 
pulverizações venha causar a distribuição desuniforme da calda; 
 Garantir maior capacidade operacional dos pulverizadores, diminuindo o tempo parado para 
desentupir as pontas de pulverização, tratando assim maior área por dia; 
 Garantir segurança ao trabalhador, não o expondo ao trabalho de desentupir os bicos, evitando-se 
assim o contato direto com a calda, ficando o trabalhador com a função de apenas conduzir o 
conjunto pulverizador; 
 Garantir maior durabilidade às pontas pulverizadoras, diminuindo as impurezas e, assim, a abrasão 
nos bicos, além de evitar o uso de material não recomendado, como arame para desentupir os 
bicos. 
As malhas dos filtros devem ser escolhidas em função da formulação do herbicida e do modelo 
e tamanho das pontas de pulverização. 
 
e) Bomba 
Tem a função de pressionar a calda, colocando no sistema energia que será usada para fazer a 
pulverização. Existem vários tipos de bombas como de pistão, de diafragma, de roletes, de 
engrenagens e centrífuga. 
 
f) Câmara de Compensação 
Tem a função de eliminar as pulsações de pressão nas bombas de pistão. É instalada no circuito 
após a bomba. Bombas centrífugas ou bombas com mais de três pistões não necessitam da câmara de 
compressão. 
 
g) Regulador de Pressão 
Basicamente é um divisor de volume no qual uma parte da calda vai para os bicos e a outra 
parte retorna ao tanque. Essa peça contém uma entrada que recebe a calda (líquido) que vem do tanque 
e duas saídas, uma que comunica com os bicos e a outra que leva o excesso de calda ao tanque. Para 
variar a proporção do liquido que vai para os bicos e a que retorna ao tanque, basta girar um parafuso 
 62 
que comprime uma mola que comanda a passagem para o retorno. Quanto mais se comprime essa 
mola, mais difícil será o retorno e mais líquido será enviado aos bicos. Como a saída dos bicos é 
pequena, a pressão nessa parte do circuito se elevará até que os bicos permitam a vazão desejada, por 
isso é chamado de regulador de pressão. 
 
h) Manômetro 
Tem a função de medir a energia do sistema para pulverizar (lb/pol2 ou kg/cm2). Os 
manômetros com banho de glicerina têm durabilidade maior, entretanto não suportam as árduas 
condições de trabalho no campo. Os manômetros devem ser usados apenas no momento da calibração, 
depois devem ser desligados ou retirados dos circuitos. 
 
i) Registros ou Válvulas Direcionais 
Depois do regulador de pressão e manômetro é necessário registros para que o operador possa 
comandar (abrir ou fechar) a passagem da calda para os bicos. O número de registros varia de acordo 
com o número de seções da barra. Ao fechar uma das seções da barra, nos comandos mais simples a 
pressão do sistema aumenta, aumentando a vazão dos bicos em funcionamento. 
 
j) Barra 
O comprimento da barra varia conforme o modelo do pulverizador. Quanto mais comprida 
maior a capacidade operacional, embora também aumente a oscilação e a heterogeneidade da 
aplicação. Tanto as oscilações verticais, quanto horizontais, influenciam na uniformidade de deposição 
da calda pulverizada. O sistema de barra auto-estáveis, tornando a barra independente da estrutura do 
trator, com molas e amortecedores para absorver os impactos provenientes das irregularidades do 
terreno, possibilitou a construção de barras bastante longas (27 m), sem grandes problemas de 
oscilações, com sistema de nivelamento individualizado para cada barra, mantendo a altura (0,50 a 
1,80 m). 
 
k) Bicos 
É todo o conjunto e suas estruturas de fixação na barra (corpo, capa, ponta, filtro, adaptador, 
etc). A ponta de pulverização é o componente responsável pela formação e distribuição adequada das 
gotas na pulverização. Segundo Matthews (1979) as pontas podem ser classificadas de acordo com a 
forma de energia utilizada na formação das gotas em: energia gasosa, centrífuga, cinética, térmica, 
elétrica, hidráulica ou combinada. Dentre esses diferentes tipos de pontas de pulverização as de energia 
hidráulica ainda são a esmagadora maioria para a aplicação dos produtos fitossanitários entre eles os 
herbicidas, por isso apenas essas serão discutidas a seguir. 
As pontas de energia hidráulica de pulverização na agricultura têm três funções muito 
importantes e suas relações são: 
 
 Determinar a vazão = função (tamanho do orifício, pressão e característica do líquido); 
 Distribuição = função (modelo da ponta, pressão e característica do líquido); 
 Tamanho da gota = função (modelo da ponta, pressão e característica do líquido). 
É importante observar que todas as funções da ponta de pulverização dependem da pressão, que 
é a fonte de energia para formação da gota. A unidade internacionalmente usadaé o bar, porém a mais 
comum é “libras” (lb/pol2). 
 63 
 Veja a seguir outras unidades e as relações entre as mesmas: 
 
 1 bar = 14,22 lb/pol2 ; 1 kg/cm2 =14,56 lb/pol2 ; 1 bar = 100 kPa 
 
A vazão de uma ponta de pulverização depende do tamanho do orifício de saída, da pressão de 
trabalho e da densidade e viscosidade do líquido. Para cada um desses fatores, é possível utilizar 
fórmulas e tabelas de correção, para determinar a vazão correta dos mesmos. Entretanto as variáveis 
mais importantes são a pressão e densidade. 
 
10.10.1. Estudo de um bico de pulverização 
 
PP aa rr tt ee ss :: 
 
11 -- AAbbrraaççaaddeeiirraa 
 
22 -- CCoorrppoo 
 
33 -- FFiillttrroo 
 
44 -- PPoonnttaa 
 
 
 
55 –– CCaappaa 
 
 
 
 
 
 
 
 
1100..1100..22.. CCllaassssiiffiiccaaççããoo ddooss bbiiccooss 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Cônico cheio – normalmente produzem as maiores gostas, seguidos pelos bicos de jato plano. 
ClassificaClassificaçção quantoão quanto
a forma do jatoa forma do jato
Cônicos
Cone cheioCone cheio
Flooding ou 
deflector (TK)
Flooding ou 
deflector (TK)
Jato PlanoJato Plano
Cônico vazioCônico vazio
Leques
••DDeetteerrmmiinnaa aa VVaazzããoo 
••PPrroodduuzz aass GGoottaass 
••DDiissttrriibbuuii aa PPuullvveerriizzaaççããoo 
Múltiplo 
Antigotejamento 
 64 
 
 
 
 
 Características: 
• Gotas finas com melhor cobertura; 
• Ângulo do jato 80º; 
• Disponível em Aço inox e Cerâmica. 
Aplicação: 
• Produtos de contato - Pós emergência; 
• Aplicações em faixas; 
• Aplicações em Culturas Perenes onde se necessita boa cobertura. 
 
 
 
 
 
 
Características: 
• Jato duplo - ângulo de ataque; 
• Melhor penetração ; 
• Gotas menores com melhor cobertura; 
• Melhor distribuição na barra; 
• Angulo 80º ou 110º. 
Aplicações: 
• Situações que necessitam de boa cobertura 
• Contato 
• Áreas com alta densidade de plantas daninhas 
 
 
 XR Teejet - XR 
 
 
 
 
Características: 
• Excelente distribuição tanto em alta como baixa pressão; 
• Baixa deriva a baixas pressões; 
• Polímero, aço inox e cerâmica. 
Aplicações: 
• Herbicidas pré e pós-emergentes; 
• Sistêmicos e de Contato; 
• Fungicidas e Inseticidas. 
 
Conejet - TX
Ponta de Jato Cônico Vazio
Conejet - TX
Ponta de Jato Cônico Vazio
Twinjet - TJ 60
Ponta Jato Plano Duplo
Twinjet - TJ 60
Ponta Jato Plano Duplo
Ponta Jato plano Uso AmpliadoPonta Jato plano Uso AmpliadoPonta Jato plano Uso Ampliado
Ponta Jato plano Uso AmpliadoPonta Jato plano Uso AmpliadoPonta Jato plano Uso Ampliado
 65 
 
 
 
 
 
 
Características: 
• Tem um pré-orifício que ajuda na redução da deriva; 
• As gotas são maiores; 
• Grande Uniformidade de Distribuição. 
Aplicações: 
• Herbicidas Pré-emergentes; 
• Herbicidas pós-emergentes sistêmicos. 
 
 
 
 
 
 
Características: 
• Jato Plano de Grande ângulo; 
• Tem menos problema com entupimento; 
• Excelente vida útil; 
• Gotas maiores - menor deriva; 
• Maior faixa de Pressão (1 a 6 bar); 
 
 
 
 
 
 
Características: 
• Produção de gotas grandes - inclusão de ar 
• Gotas grandes - menor deriva 
• Perfil de deposição normal - bicos de jato plano 
• Altura ótima de Pulverização - 50 cm 
• Inserto de saída em aço inox 
• Código de cores 
• Adaptável em qualquer porta-bico padrão 
• Faixa de pressão de trabalho 3 a 8 bar 
Aplicações: 
• Herbicidas pós-emergentes sistêmicos 
• Herbicidas pré-emergentes 
DG Teejet® 
Drift Guard -Ponta de Jato Plano de deriva reduzidaDrift Guard -Ponta de Jato Plano de deriva reduzida
Ponta Turbo Teejet® - TT 
Air Induction - AI Teejet® 
• Ponta de Indução de Ar Anti-Deriva 
• Tipo Venturi ou “Bico Espuma” 
 66 
Quadro 5 - Guia de seleção de pontas para pulverização com herbicida, em área total, em função do 
tipo de aplicação. 
Ponta de pulverização Incorporado ao 
solo 
Pré-emergência Pós-emergência 
 Contato Sistêmico 
XR Teejet excelente excelente Excelente excelente 
Teejet Boa Boa Boa boa 
DG Teejet excelente excelente Boa excelente 
Turbo Teejet excelente excelente Boa Excelente 
AI Teejet excelente excelente Boa excelente 
Twinjet - - excelente - 
Turbo Floodjet excelente excelente - excelente 
Fulljet excelente excelente - excelente 
 Fonte: Spraying Systems CO. (1999) 
 
Figura 1. Faixa de deposição do volume pulverizado – pulverizador de barra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.11. Etapas para uma boa regulagem do pulverizador 
 
1 - Definição do tipo de ponta de pulverização a ser usado; 
2 - Definição da pressão de trabalho; 
3 – Verificação do funcionamento do pulverizador; 
4 - Verificação do espaçamento entre bicos; 
5 - Definição da velocidade de trabalho; 
6 - Determinação do volume de calda; 
7 - Determinação da quantidade de produto a ser colocado no tanque. 
Boa distribuição 
 
 Boa relação 
espaçamento e altura; 
 Pontas novas; 
 Pouca oscilação da 
barra. 
Distribuição Irregular 
 
 Barra muito alta; 
 Espaçamento entre bicos 
variados; 
 Pontas desgastadas. 
 
 
Distribuição muito irregular 
 
 Pontas diferentes; 
 Pontas danificadas; 
 Grandes oscilações na altura 
da barra. 
 
 
 67 
11. Exercícios 
 
1. Determinar a quantidade de produto a ser colocado no tanque de pulverizador de 20 L, sendo que o 
volume de calda recomendado é 80 L/ha, e o produto comercial utilizado é o Roundup a 4,0 L/ha. 
 
2. Qual a quantidade do produto comercial Scepter a ser colocado no tanque de 200 litros, sabendo 
que o volume de calda gasto é de 400 L/ha, e a recomendação para a cultura é de 150 g/ha de 
Imazaquin. Scepeter tem 15% de imazaquin. 
 
3. Deseja-se aplicar um herbicida na cultura do milho em área total cuja dose recomendada do 
produto comercial é de 1,5 l/ha. Será utilizado um pulverizador costal de 20 L cuja barra tem um 
bico. Para medir a vazão do mesmo mediu-se uma área de 100 m
2
, encheu-se o depósito do 
pulverizador e no final desta aplicação restaram12 litros. 
 
a) Qual será o volume de calda para fazer a aplicação de 3 ha de milho? 
b) Qual a quantidade de produto comercial a ser colocada no depósito do pulverizador? 
 
4. O produtor Cláudio Cunha quer aplicar um herbicida na cultura do feijão cuja dose recomendada é 
de 1,2 L/ha. O pulverizador tem um tanque de 400 litros com uma barra com 18 bicos espaçados 
entre si de 50 cm com faixa de aplicação de 9 metros. A média de cada bico é de 0,7 L/minuto. O 
trator gasta 1 minuto para caminhar 60 metros. 
 
a) Qual será o volume de calda para fazer uma aplicação de 20 ha. ? 
b) Indique a quantidade de herbicida a ser colocado no tanque de 400 litros. 
 
5. Analise a situação: um agricultor está aplicando 2,4-D em cana-de-açúcar próxima a uma área de 
algodão, com equipamentos nas seguintes condições: barra de 10 metros de largura com 20 bicos 
110.01 e a uma altura do alvo de 80 cm. A pressão de trabalho registrada no manômetro é de 90 lb 
pol 
-2
; a velocidade do trator é de 8km/h, a do vento de 10 km/h; e a temperatura, de 35º C. Dê sua 
opinião técnica sobre essa aplicação. 
 
6. Em uma lavoura de café com 80.000 plantas, no espaçamento de 2 x 4 m, deseja-serealizar 
aplicação em pós-emergência de Roundup (360g L
-1
 de glyphosate) na dose de 720 g equivalente 
ácido (e.a.) ha 
-1
. Sabendo-se que o diâmetro médio das plantas é de 1,6 m e que o consumo de 
água na calibração foi de 10 litros na área-teste (fora do cafezal) de 400 m
2
. Calcular: 
 
a) Quantidade do produto comercial a ser colocado no depósito de 20 litros do pulverizador 
costal. 
b) Tempo gasto na aplicação total, sabendo-se que cada carga e aplicação (20 L) leva 30 minutos 
c) A quantidade de Roundup a ser comprada. 
 
7. Em uma lavoura de citrus com 2.000 plantas, no espaçamento de 5 x 3 m, deseja-se fazer aplicação 
em pós emergência de Glyphosate na dose de 720 g equivalente ácido (a.a) ha
-1
. Sabendo que o 
diâmetro médio das plantas é de 1,8 m e que o consumo de água na calibração foi de 12 litros (teste 
branco) em 400 m
2
. OBS: Roundup tem 360 g L
-1
 de Glyphosate. Calcular: 
 
 68 
a) Quantidade do produto comercial a ser colocado no depósito de 20 litros do pulverizador costal. 
b) Tempo gasto em horas na aplicação total, sabendo-se que cada carga e aplicação (pulverizador 
de 20 L) leva 30 minutos. 
c) A quantidade de Roundup a ser comprada para aplicar em toda lavoura. 
 
8. Descreva a importância da altura da barra de pulverização para aplicações de herbicidas. 
 
9. Quais os fatores (relacionados à planta, ao clima, ao solo e ao herbicida) que podem afetar a 
eficiência de um herbicida aplicado em pós-emergência das plantas daninhas? Discutir 
resumidamente cada um deles. 
 
10. Na cultura do milho os herbicidas Gesaprim 500 (50% de i.a. atrasine) e Sanson 40 SC (4% do i.a. 
nicosulfuron) são bastante utilizados em mistura para o controle de plantas daninhas 
decotiledôneas e gramíneas. As doses recomendadas são de 2,0 kg/ha de atrasine e 40 g/ha de 
nicosulfuron. Considerando uma aplicação em área total, qual será a quantidade de cada produto 
comercial necessário para pulverizar 10 ha. de milho? 
 
11. Explique que fatores podem afetar a absorção do herbicida pela folhas. 
 
12. Explique que fatores podem afetar a absorção do herbicida pela raiz. 
 
13. Estudando o comportamento do herbicida no solo, explique qual pode ser o seu destino após 
aplicação. 
 
14. Quais fatores podem influenciar na persistência de um herbicida no solo? 
 
15. Explique quais podem ser as causas e as conseqüências da deriva. 
 
16. Explique a via líquida de aplicação de defensivos. 
 
17. Uma maneira de classificar os pulverizadores é quanto a forma de direcionar as gotas (quanto ao 
jato). Explique como são os pulverizadores de jato lançado e jato arrastado. Dê um exemplo de 
cada um. 
 
18. Cite as etapas para uma boa regulagem do pulverizador. 
 
19. Explique quais são as funções das pontas hidráulicas de pulverização para a agricultura. 
 
20. Faça uma explanação sobre pontas de bico jato plano e pontas de jato cônico.

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