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CCJ0014-WL-B-PP-Aula 09-Ciro Ferreira dos Santos

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Curso de Direito Civil II 
Prof. Ciro Ferreira dos Santos 
 
 
Aula 09 – DO ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 
 
Pagamento - Generalidades 
 
Quem deve pagar. A quem se deve pagar 
 
Objeto do pagamento 
 
Prova do pagamento 
 
Pagamento feito por terceiro: interessado e não interessado 
 
Lugar do pagamento 
 
Tempo do pagamento 
 
 
Pagamento – Generalidades 
 
O fim natural das obrigações se dá com a efetivação da prestação (denominado pagamento). No 
entanto, a extinção das obrigações pode ocorrer por outros fatores como os meios indiretos de 
pagamento, decurso de tempo, etc. 
 
Pagamento, no sentido técnico, refere-se ao cumprimento voluntário (ou adimplemento em sentido 
estrito) da prestação (“solutio”), qualquer que seja a espécie da obrigação, aplicando-se os paradigmas 
da eticidade, da socialidade e da operabilidade. Afirmam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald 
(2008, p. 270) que “o pagamento não pode ser visto apenas como uma obrigação do devedor. Trata-se, 
também, de um direito subjetivo de exoneração do débito, sendo garantido pelo ordenamento jurídico, 
através de medidas hábeis, a compelir o credor ao recebimento pontual”. 
 
A natureza jurídica do pagamento é controvertida uma vez que pode ser realizado de várias formas. 
Assim, por exemplo, Silvio Rodrigues e Carlos Roberto Gonçalves o considera ato jurídico. Karl Larenz o 
diz um ato-fato que se insere no plano de eficácia do negócio jurídico. Orlando Gomes afirma não ser 
possível qualificar uniformemente o pagamento, dependendo a análise da qualidade da prestação e de 
quem o realizou. No seu entender, quando feito por terceiro é negócio jurídico; em outras modalidades 
seria ato jurídico “stricto sensu”. Então, para evitar maiores confusões, seria interessante considerá-lo 
ato jurídico “lato sensu” variando a classificação mais específica de acordo com a modalidade de 
pagamento realizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para que o pagamento produza seu principal efeito que é extinguir a obrigação, é preciso que estejam 
presentes os seguintes elementos de validade: 
 
a) existência do vínculo obrigacional; 
 
b) intenção de solvê-lo (“animus solvendi”); 
 
c) cumprimento da prestação; 
 
d) pessoa que efetua o pagamento (“solvens”); 
 
e) pessoa que recebe o pagamento (“accipiens”). 
 
 
Condições Subjetivas do Pagamento 
 
Ensina Inácio de Carvalho Neto (2009, p. 162) que “sujeitos do cumprimento da obrigação são as partes 
que atuam no momento da execução da obrigação. Sujeito ativo é aquele que faz o pagamento, o 
solvens; sujeito passivo, o que recebe o pagamento, o accipiens”. 
 
Quem deve pagar 
 
A regra é que quem paga é o devedor obrigado, no entanto, o art. 304, CC, autoriza que qualquer 
interessado na extinção do vínculo possa fazê-lo (exceto se a obrigação for personalíssima). 
 
A lei considera que podem realizar o pagamento também: 
 
a) Terceiro interessado: quem tem interesse jurídico na extinção da dívida, como por exemplo, o 
fiador, o avalista, o sublocatário, o herdeiro... 
 
· O terceiro interessado que paga a dívida sub-roga-se nos direitos do credor. Trata-se de sub-
rogação pleno iure (art. 346, III, CC). 
 
· Opondo-se o credor a receber o pagamento de terceiro interessado, poderá este consignar em 
pagamento em nome próprio. 
 
b) Terceiro não interessado: é quem tem interesse apenas moral (ou não jurídico) na extinção da 
dívida. 
 
· O terceiro não interessado que paga a dívida em nome próprio terá direito de reembolso (art. 305, 
CC/ ação “in rem verso”, art. 884, CC); no entanto, se realizou o pagamento em nome do devedor 
perderá este direito, sendo considerado o ato mera liberalidade. 
 
· O terceiro não interessado só pode consignar em pagamento se o fizer em nome e à conta do 
devedor (trata-se de hipótese de legitimação extraordinária) e se não houver oposição deste (art. 304, 
parágrafo único, CC). Nestes casos, o terceiro será considerado representante ou gestor de negócios. 
 
· Vale ressaltar que a oposição de devedor ao pagamento não significa proibição ao credor de 
recebê-lo. A oposição apenas retira o direito deste terceiro de consignar em pagamento. 
 
· O pagamento feito por terceiro não interessado com desconhecimento ou oposição do devedor 
não obriga a reembolsar se provar que tinha meios para elidir totalmente a dívida (art. 306, CC). 
 
 
 
 
· Se o terceiro não interessado realiza o pagamento antes do vencimento da dívida, só poderá 
cobrá-la após o advento do termo ou condição (art. 305, parágrafo único, CC). 
 
· Há, no entanto, duas situações em que o terceiro não interessado sub-rogar-se-á nos direitos do 
credor: a) em caso de sub-rogação convencional (acordo com o credor, art. 347, I, CC); b) quando fizer 
o pagamento de dívida de devedor fiduciante perante o credor fiduciário (art. 1.368, CC). 
 
Pagamento feito com transmissão de propriedade 
 
O art. 307, CC, afirma que só terá eficácia o pagamento que importar transmissão de propriedade, 
quando feito por quem possa alienar o objeto. Destaca Inácio de Carvalho Neto (2009, p. 163) que se a 
coisa for imóvel, algumas regras especiais precisam ser obedecidas: 
 
1) em se tratando de menor sob poder familiar, é necessário autorização judicial para o pagamento; 
 
2) se o menos está sob tutela, não é possível o pagamento porque a alienação neste caso só pode ser 
feita em hasta pública, a não ser que tenha havido prévia autorização judicial para constituição da 
obrigação; 
 
3) o mesmo ocorre se o proprietário da coisa estiver sob curatela; 
 
4) se a pessoa for casada, tem que ter outorga conjugal; 
 
5) se for pessoa jurídica, tem que ter aprovação do órgão deliberativo, salvo previsão em contrário do 
estatuto; 
 
6) se for pessoa jurídica de direito público, tem que ter autorização legal. 
 
Se o devedor deu em pagamento coisa fungível (art. 85, CC) não se poderá mais reclamar do credor 
que, de boa-fé, a recebeu e a consumiu, ainda que o solvente não tivesse direito a aliená-la. Nestes 
casos, o verdadeiro proprietário só poderá reclamar daquele que entregou ilicitamente a coisa a outrem. 
 
Vale ainda lembrar o disposto nos arts. 1.268, §1º. 1.420, §1º., CC, que autoriza a validade do 
pagamento realizado por quem não era titular do direito real (alienação “non domino”) se o adquirente 
(credor) estiver de boa-fé e o alienante (devedor) viera a adquirir, posteriormente, o domínio. 
 
A quem se deve pagar 
 
Em regra o pagamento deve ser realizado diretamente ao credor originário (art. 308, CC), mas pode ser 
feito a quem o represente (representação legal, judicial ou convencional) ou a quem substituir o credor 
na titularidade do direito de crédito (são credores derivados: herdeiros e legatários, cessionários, sub-
rogados...). 
 
Deve o professor lembrar que: se a dívida for solidária o pagamento pode ser realizado a qualquer um 
dos credores (art. 268, CC), no entanto, se for indivisível o pagamento deve ser realizado a todos os 
credores conjuntamente ou a um deles mediante caução de ratificação (art. 260, CC). 
 
A lei ainda reconhece como eficaz o pagamento: 
 
a. Feito a terceiro quando ratificado pelo credor (art. 308, CC). A ratificação gera efeitos “ex tunc”. 
 
b. Feito a terceiro se demonstrado que reverteu em benefício do credor (art. 308, CC). O ônus de 
demonstrar que o benefício reverteu em benefício do credor é do devedor. 
 
 
c. Feito a credor putativo (art. 309, CC - aplicação da teoria da aparência) que é aquele que tem 
aparência de ser o verdadeiro credor. Exige-se a boa-fé do devedor e a escusabilidade do erro para que 
o pagamento seja válido e eficaz. 
 
 
Uma vez que a quitação exige capacidade, o pagamento diretamente feito a credor incapaz será 
ineficaz, salvo: 
 
a) Se o devedor demonstrar que o pagamento reverteuem benefício do incapaz (art. 310, CC). 
 
b) Se o devedor desconhecia a incapacidade (erro escusável). 
 
c) Se o relativamente incapaz em razão da idade dolosamente ocultou sua idade ou se declarou maior 
(art. 180, CC). 
 
 
Também não é válido o pagamento feito pelo devedor a credor de crédito hipotecado se tinha sido 
intimado da penhora feita (art. 312, CC). Nestes casos, o pagamento não pode ser oposto aos terceiros 
que poderão constranger o devedor a pagar novamente. 
 
Por fim, vale lembrar que o devedor estando em dúvida a quem deve realizar o pagamento, sugere-se 
que realize a consignação em pagamento para que evite pagar mal e pagar duas vezes. 
 
 
Condições Objetivas do Pagamento 
 
As regras a serem lembradas pelo professor são: 
 
1) o credor não é obrigado a receber prestação diversa da devida, ainda que mais valiosa (art. 313, CC - 
vetor qualitativo da obrigação); 
 
2) ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, 
nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou (art. 314, CC - princípio da indivisibilidade); 
 
3) as despesas de entrega, quitação e qualquer outra decorrente do fato pagamento correm por conta 
do devedor, salvo disposição expressa em contrário (art. 325, CC). 
 
Quanto ao princípio da identidade ou correspondência do pagamento vale lembrar que a incidência do 
princípio da boa-fé objetiva (art. 113, CC) e as hipóteses de onerosidade excessiva relativizam sua 
incidência. 
 
Prova do Pagamento 
 
A quitação é uma declaração unilateral, escrita e revogável, emitida pelo credor, de que a prestação foi 
efetuada e o devedor está liberado (Carlos Roberto Gonçalves, 2010, p. 260). 
 
A quitação regular é um direito do devedor que poderá, inclusive, reter o pagamento ou consigná-lo 
caso o credor se negue a dá-la (arts. 319 e 335, I, CC), constituindo-se este último em mora (art. 394, 
CC). 
 
 
 
 
 
 
 
A quitação pode ser total ou parcial. Ensina Inácio de Carvalho Neto (2009, p. 185-186) que se o 
pagamento extingue, definitivamente, a relação jurídica obrigacional, a quitação libera completamente o 
devedor, denominando-se plena ou total. Há quitação parcial: 
 
1º.) quando o credor admite receber parceladamente dívida que pode exigir por inteiro; 
 
2º.) quando o pagamento deve ser efetuado em quotas periódicas. Na primeira hipótese, o recebimento 
por conta dá lugar ao recibo de quitação parcial. 
 
O devedor permanece vinculado, sendo liberado apenas da parcela quitada. 
 
Quando a obrigação deve ser cumprida em quotas periódicas, como o aluguel, o credor fornece, em 
cada recebimento, um recibo de quitação parcial. 
 
A dívida vai diminuindo à medida que os pagamentos são efetuados, e o devedor é quitado à medida 
que paga as quotas periódicas. 
 
O credor dá a quitação parcial relativa ao período imediatamente vencido. 
 
São requisitos de validade da quitação: 
 
a) valor e espécie da dívida quitada; 
 
b) nome do devedor ou quem por este pagou; 
 
c) tempo do pagamento; lugar do pagamento; 
 
d) assinatura do credor ou seu representante (art. 320, CC). 
 
No entanto, faltando qualquer destes requisitos e atendendo ao princípio da boa-fé objetiva não se 
invalida se de seus termos ou circunstâncias resultar haver sido paga a dívida, o que leva a doutrina a 
questionar se a quitação é negócio jurídico solene como se depreende do “caput” ou se é negócio 
jurídico de forma livre como se pode deduzir do parágrafo único do art. 320, CC. 
 
O recibo (instrumento de quitação) é um dos meios de prova do pagamento, mas inexistindo este, 
outros meios poderão ser admitidos como, por exemplo, a menção em livros do credor e o cheque 
nominal, entre outros (arts. 212 e 225, CC). Além disso, a lei estabelece as seguintes presunções “iuris 
tantum” de pagamento: 
 
Quando a dívida é representada por título de crédito que se encontra na posse do devedor (art. 324, 
CC). O credor pode provar em até sessenta dias a falta do pagamento; 
 
· Se o título foi perdido poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que 
inutilize o título desaparecido. Esta declaração não será oponível a terceiro detentor de boa-fé (art. 321, 
CC). 
 
Quando o pagamento é feito em quotas sucessivas (mensais, semanais...), existindo quitação de 
qualquer delas ou da última (art. 322, CC). 
 
Quando há quitação do capital sem reserva dos juros, que se presumem pagos (arts. 323 e 354, CC). 
Vale informar que há controvérsia na doutrina se esta presunção é “iuris tantum” (ex. Caio Mário da 
Silva Pereira) ou “iuris et de iure” (ex. Carvalho Santos), tendo prevalecido a primeira posição. 
 
Outras presunções: inutilização do título da dívida quitável com sua devolução; entrega do bem. 
 
 
 
Lugar do Pagamento 
 
Não havendo previsão convencional ou legal em contrário, presume-se como local do cumprimento da 
obrigação o domicílio do devedor (dívida queráble), conforme determina o art. 327, CC (princípio do 
favor debitoris). 
 
Havendo mudança no domicílio do devedor o credor pode manter o local originariamente fixado e, se 
isso não for possível, deverá o devedor arcar com as despesas decorrentes da alteração de seu 
domicílio. 
 
Designados dois ou mais lugares para o cumprimento da obrigação o credor pode escolher qualquer 
deles, desde que cientifique o devedor em tempo hábil para providenciar o pagamento. Caso o credor 
não realize a notificação, poderá o devedor realizar validamente o pagamento em qualquer dos lugares 
(art. 327, parágrafo único, CC). 
 
Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor 
fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor (art. 329, CC - aplicação evidente do princípio da função 
social). No entanto, se o fato constituir caso fortuito ou força maior não gerará dever de indenizar se 
não houver mora ou se o devedor por estes fatos não se tiver responsabilizado (arts. 393 e 399, CC). 
 
O costume pode alterar o lugar do pagamento convencionalmente estabelecido, tornando uma dívida 
portável (quando o pagamento é realizado no domicílio do credor) em quesível e vice-versa. O art. 330, 
CC, afirma que o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor ao 
previsto contratualmente (aplicação do princípio “venire contra factum próprio”). 
 
Se o pagamento constituir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a um imóvel (como por 
exemplo, execução de serviços, recuperação, obras...), far-se-á no lugar onde situado o bem (art. 328, 
CC). 
 
Deve o professor destacar que nem sempre há coincidência entre o foro para dirimir litígios e o local de 
cumprimento das obrigações. Mas, se no caso concreto houver tal sintonia, a estipulação de cláusula de 
foro de eleição gera efeitos processuais. 
 
Vale dizer, se o local do pagamento também for o local em que o inadimplente será eventualmente 
acionado, acarretará a prorrogação voluntária da competência relativa, ex vi do art. 111 do Código de 
Processo Civil. 
 
Com efeito, sendo a competência territorial de natureza relativa, em atenção ao princípio dispositivo, 
poderá ser objeto de convenção das partes pela forma de cláusula contratual, no interesse privado. [...]. 
 
Nada obstante, tratando-se de competência funcional, portanto absoluta, não se admite prorrogação 
nem derrogação por vontade das partes? (Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald, 2008, p. 294). 
 
Tempo do Pagamento 
 
O devedor além de ter que saber onde deve cumprir a obrigação, precisa conhecer quando deve ser 
cumprida. 
 
As obrigações em que não se ajustou prazo (obrigações puras e simples) para o vencimento são 
exigíveis imediatamente (arts. 134 e 331, CC - princípio da satisfação imediata). 
 
As obrigações com termo certo devem ser cumpridas nesta ocasião independente de notificação(“dies 
interpellat pro homine”). O implemento do termo, por si, já equivale a uma interpelação. 
 
 
 
Tendo sido estipulada condição suspensiva é preciso notificar o devedor sobre o seu implemento para 
que seja exigível o seu cumprimento (art. 332, CC). O ônus da prova da ciência é imputado ao credor. 
 
O art. 333, CC, prevê situações em que pode ocorrer a antecipação do vencimento: a) no caso de 
falência do devedor, ou de concursos de credores; b) se os bens, hipotecados ou empenhados, forem 
penhorados em execução por outro credor; c) se cessarem, ou se tornarem insuficientes, as garantias 
do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. Ressalte-se que 
havendo solidariedade passiva a antecipação do vencimento não abrangerá os devedores solventes. 
 
Junte-se a estas, as hipóteses do art. 1.425, CC, que serão estudadas em Direito Civil IV. 
 
Ao final da aula o professor deve perguntar se ainda existem dúvidas com relação aos tópicos 
abordados. Após, deve realizar breve síntese dos principais aspectos abordados nesta semana dando 
ênfase especial aos exemplos trabalhados, preparando o aluno para o próximo tópico: dação em 
pagamento, sub-rogação, pagamento em consignação e remissão. 
 
 
 
 
Caso Concreto 1 
 
 
Cristiane deve a Suzana o equivalente a R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Avençaram que o pagamento 
deva ser realizado em 24 de julho deste ano. Próximo à data de vencimento da dívida, João, pai de 
Cristiane, descobre a dívida da filha e sabendo que esta não terá condições de pagar, dirige-se à 
credora, sua amiga há anos e oferece os vinte mil reais. Suzana, embora amiga de João informa não 
poder receber o pagamento uma vez que ele não faz parte da relação jurídica e, por isso, não poderia 
lhe dar a quitação, bem como a dívida ainda não está vencida. Suzana tem razão? Justifique sua 
resposta. 
 
Gabarito: Suzana tem parcialmente razão. Realmente João não é parte na relação jurídica, mas o 
ordenamento brasileiro admite que terceiro não interessado realize o pagamento e obtenha a quitação 
em nome próprio ou em nome do devedor. Pagando em nome próprio terá depois direito a reembolsar-
se, pagando em nome da filha o ato aproxima-se de uma doação, retirando-lhe o direito de reembolso 
(art. 305, CC). Quanto ao vencimento da dívida não há impedimento para que Suzana receba o 
pagamento se oferecido antes do prazo. No entanto, o direito de reembolso só poderá ser exercido após 
o vencimento. 
 
 
 
 
Caso Concreto 2 
 
 
 
 
(CESPE – TRT RJ – 2010) A proibição de comportamento contraditório não tem o poder de alterar o 
local do pagamento expressamente estabelecido no contrato. Certo ou errado? Justifique sua resposta. 
 
Gabarito: Errado. O art. 330, CC, permite a alteração do local do pagamento avençado em contrato. A 
prática reiterada importa renúncia do credor, fenômeno conhecido como ‘supressio’ (perda de um direito 
pela prática reiterada). 
 
 
 
 
 
 
Questão Objetiva 
 
(Defensoria Pública/MA - 2003) Salvo disposição legal ou contratual em contrário ou diferente, ou em 
razão da natureza da obrigação, o pagamento efetuar-se-á: 
 
a) em se tratando de prestações periódicas alternadamente no domicílio do devedor e do credor. 
 
b) no domicílio do credor, ainda que reiteradamente feito em outro local, não fazendo isto presumir 
renúncia a disposição contratual. 
 
c) indistintamente no domicílio do credor ou do devedor, a critério deste. 
 
d) no domicílio do devedor, mas se reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor 
relativamente ao previsto no contrato. 
 
e) no domicílio do credor, podendo porém o devedor fazê-lo noutro local, desde que não haja prejuízo 
para aquele. 
 
Gabarito: Letra “D” conforme art. 327 e 330, CC.

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