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barroco e arte indigena

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Prévia do material em texto

EA
D
3
Brasil: do Descobrimento à 
Arte Acadêmica
1. OBJETIVOS
• Conhecer o contexto histórico em que foi amalgamada a 
ideia de Brasil.
• Compreender como este contexto gerou as manifesta-
ções artísticas do período colonial até a cristalização da 
arte acadêmica brasileira.
• Identificar as manifestações artísticas no Brasil do “desco-
brimento” até o início do século 20.
2. CONTEÚDOS
• Introdução: História do Brasil e História da Arte Brasileira 
colocadas em paralelo.
• “Descobrimento” do Brasil.
• O início da colonização.
• Ciclo da cana-de-açúcar.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira196
• Chegada dos negros – a escravidão no Brasil.
• População indígena: a aculturação com o início da cristia-
nização pelos jesuítas.
• A cultura material indígena: cestaria, cerâmica, arquitetu-
ra, pintura corporal e arte plumária.
• As invasões francesas.
• As invasões holandesas.
• Missão Holandesa: Post e Eckhout.
• As bandeiras.
• Ciclo do Ouro.
• Barroco.
• Barroco no Brasil: as igrejas – arquitetura, escultura e pin-
tura.
• Antônio Francisco Lisboa – o Aleijadinho.
• A Inconfidência Mineira.
• A vinda da corte: o Brasil deixa de ser colônia.
• Missão Artística Francesa: o início do ensino institucional 
de arte no Brasil.
• Artistas: Debret e Taunay.
• Outros pintores estrangeiros: Rugendas, Spix & Martius, 
Thomas Ender.
• A independência e o império.
• Ciclo do Café.
• A República Velha.
• Arte Acadêmica no Brasil.
• Artistas: Victor Meirelles, Zeferino da Costa, Pedro Amé-
rico, Almeida Júnior, Benedito Calixto, Henrique Bernar-
delli, Pedro Alexandrino, Rodolfo Amoedo, Belmiro de 
Almeida, Oscar Pereira da Silva, João Batista da Costa, 
Eliseu Visconti, Georgina de Albuquerque, Rodolfo Cham-
belland.
Claretiano - Centro Universitário
197© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Sua formação é essencial, pois ela determinará posturas 
e escolhas no desenvolvimento da sua atividade profis-
sional. Invista em você! Faça da pesquisa e da interação 
com seus colegas de curso e tutor hábitos que poderão 
ajudá-lo a ampliar e aprofundar seus conhecimentos.
2) Para discutir e analisar os conteúdos estudados nesta 
unidade com profundidade, não se contente apenas 
com os conteúdos aqui tratados, procure consultar sites, 
ler obras, entrevistas em jornais e revistas que tratem 
do assunto.
3) Além dos conteúdos apresentados neste Caderno de 
Referência de Conteúdo, procure aprofundar seus co-
nhecimentos lendo a bibliografia básica indicada e pes-
quisando sobre o tema em sites confiáveis. A autonomia 
do aluno EaD favorece a busca de novas descobertas e 
ressignificações.
4) Para complementar o estudo desta unidade, listamos, a 
seguir, vários filmes, para que você aprofunde seu arca-
bouço teórico e cultural. 
• Desmundo (2003): filme interessantíssimo que abor-
da os primeiros anos da colonização do Brasil dirigido 
pelo brasileiro Alain Fresnot. A história trata de uma 
órfã que é importada para o Brasil para se casar com 
um dono de terras que vive por aqui, sem nunca tê-lo 
visto. A prática era muito comum na época e se devia 
a, no início, praticamente não haver mulheres bran-
cas (europeias) no Brasil, só índias. Muitos europeus 
formavam famílias com índias, mas fazia-se também 
questão de trazer mulheres brancas para povoar 
a terra. O filme é falado no português da época, o 
que torna as falas difíceis de serem compreendidas e 
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira198
obriga a utilização de legendas. 
• Amistad (1997): filme de Steven Spielberg que repre-
senta uma das facetas dos horrores da escravidão 
(no caso, o embarque de escravos negros da África 
para a América). O filme mostra escravos chegando 
aos EUA, mas a situação, especialmente dentro dos 
navios negreiros, era similar àquela sofrida pelos es-
cravos trazidos para o Brasil.
• Hans Staden (1999): filme que conta sobre o viajan-
te alemão Hans Staden (1525-1579), que foi preso 
por tupinambás antropófagos do litoral paulista em 
meados do século 16. Conseguindo escapar, Staden 
voltou à Europa e escreveu um livro de enorme su-
cesso relatando as suas experiências e os costumes 
dos índios.
• Anchieta José do Brasil (1977): relançado em DVD 
em 2007, é uma cinebiografia do Padre Anchieta, in-
terpretada por Ney Latorraca.
• O Aleijadinho (2000): cinebiografia do artista mineiro 
interpretada pelo ator Maurício Gonçalves.
• Os Inconfidentes (1972): filme do cineasta brasileiro 
Joaquim Pedro de Andrade, lançado em DVD pela Vi-
deofilmes, que trata da Inconfidência Mineira.
5) Antes de iniciar os estudos desta unidade, pode ser inte-
ressante conhecer um pouco da biografia de alguns líde-
res que serão abordados nesta unidade.
Pedro Álvares Cabral (1467 ou 1468 – c. 1520)
Foi um fi dalgo (pessoa de origem nobre) português que comandou a segunda 
viagem rumo às Índias (a primeira fora comandada por Vasco da Gama, em 
1498). Nesta viagem, “descobriu” o Brasil e anexou-o ao domínio português.
Manuel da Nóbrega (1517-1570)
Padre português, foi o líder da primeira missão jesuíta no Brasil. Ficou por aqui 
até o fi m da sua vida.
Claretiano - Centro Universitário
199© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
José de Anchieta (1527-1597)
O jesuíta espanhol chegou ao Brasil em 1553. Tornou-se um dos mais importan-
tes personagens da História do Brasil, principalmente devido à sua atuação junto 
aos índios e, entre outros fatores, por ter sido um dos fundadores da cidade de 
São Paulo, em 1554. Há pouco tempo, foi beatifi cado pelo Papa João Paulo II.
Maurício de Nassau (1604-1679)
Grande administrador, humanista e amigo das artes, o nobre holandês foi res-
ponsável por grandes melhorias urbanísticas em Recife e Olinda e pela Missão 
Artística Holandesa. 
Napoleão Bonaparte (1769-1821)
General e político habilidosíssimo, subiu ao poder na França nos últimos anos da 
Revolução Francesa, passando a comandar o país a partir de 1799 e ocupando 
a posição de “imperador” de 1804 a 1814.
Napoleão invadiu grande parte da Europa até sofrer uma grande derrota militar 
na campanha contra a Rússia Czarista, em 1812. Depois disso, seu exército e, 
consequentemente, seu poder enfraqueceram, algo que fê-lo ser exilado na Ilha 
de Elba em 1814, de onde fugiu retomando temporariamente o poder na Fran-
ça até sua grande derrota contra os chamados “aliados” (ingleses, austríacos e 
prussianos, entre outros) na famosa Batalha de Waterloo.
Dom João VI (1767-1826)
Foi Rei de Portugal de 1816 até a data de sua morte. Era fi lho de Dona Maria I 
(“a louca”), a rainha portuguesa que se celebrizou, entre diversos outros fatos, 
por reprimir com “mão de ferro” a Inconfi dência Mineira.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta terceira unidade do Caderno de Referência de Conteú-
do de História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira, vamos 
finalmente começar a abordar a arte brasileira.
Para isso, mudaremos excepcionalmente a maneira de tratar 
nosso tema: ao invés de primeiro termos um panorama histórico 
do período em questão e, depois, tratarmos só da história da arte, 
nesta unidade história e história da arte virão misturadas e inter-
caladas no texto como não acontecera até então.
Tal maneira de abordar o período que vai do “descobrimen-
to”, em 1500, até o início do século 20 (com o advento do Mo-
dernismo, que veremos na próxima unidade) pareceu-nos mais 
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira200
adequada devido à grande complexidade que há em se definir as 
fronteiras entre arte e história e entre “brasileiro” e “estrangeiro” 
no Brasil colônia.
Em primeiro lugar, pode-se dizer que até achegada do Bar-
roco por aqui, no século 17, não é possível falar em “arte brasilei-
ra”, com exceção feita à arte indígena, ou seja, àquela realizada 
pelos primeiros habitantes do Brasil, os índios. Em segundo lugar, 
a própria ideia de Brasil como nação só surgiu há pouco mais de 
duzentos anos, já que o que havia antes não era um país, mas sim 
uma colônia do Reino Português.
Isso faz que arte e história, “brasileiro” e “não brasileiro” se 
misturem a tal ponto no período tratado neste texto que se torna 
melhor abordar tudo simultaneamente, assim abarcando melhor 
a complexidade da questão.
Iremos, portanto, como já foi dito, do “descobrimento” até 
o início do século 20. Passaremos pela arte indígena, pelas mis-
sões holandesa, francesa e austríaca e pelo estabelecimento da 
arte acadêmica no Brasil, tudo isso intercalado com muita História.
“Descubramos”, então, o Brasil! Mãos à obra!
5. A “DESCOBERTA”
No dia 9 de março de 1500 partia de Lisboa uma frota de 
caravelas com cerca de 1500 homens sob o comando de Pedro 
Álvares Cabral. No dia 22 de abril, avistaram uma terra desconhe-
cida que foi batizada primeiramente de Ilha de Vera Cruz e, depois, 
quando os portugueses perceberam tratar-se de terras continen-
tais, Terra de Santa Cruz. O nome “Brasil” começou a ser usado 
como apelido, quando se percebeu haver grande abundância de 
pau-brasil por aqui e, aos poucos, foi sendo adotado oficialmente. 
Vejamos na Figura 1 uma ilustração de caravela portuguesa.
Claretiano - Centro Universitário
201© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Figura 1 Ilustração de caravela portuguesa.
Quando alguns portugueses desembarcaram em terra firme, 
travaram os primeiros contatos com cerca de vinte índios. A popu-
lação indígena que encontraram era de Tupis. Suas tribos dividiam-
-se em aldeias, cada uma das aldeias formada por um número de 
quatro a sete malocas dispostas em torno de uma praça retangular 
(Figura 2).
Figura 2 Imagem de aldeia.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira202
No dia 26 de abril de 1500, foi celebrada a primeira missa, 
diante de uma pequena cruz de ferro que tinha sido trazida com 
a frota. No dia 1º de maio, foi realizada uma segunda missa, desta 
vez diante de uma grande cruz de madeira construída com o auxí-
lio dos índios. Calcula-se que cerca de cento e cinquenta indígenas 
assistiram à missa (Figura 3).
Figura 3 Célebre quadro de Victor Meireles representando a primeira missa no Brasil (o 
quadro parece, no entanto, ater-se à representação do que, segundo os relatos históricos, 
teria sido a segunda missa), 1860, 270 x 357 cm.
No dia seguinte, um navio foi despachado para Lisboa com 
as notícias do “descobrimento”, enquanto o resto da esquadra se-
guia viagem rumo ao oriente. Contudo, ficaram em terras brasilei-
ras dois homens degredados, que deveriam servir de contato e de 
informantes aos portugueses que chegassem no futuro. Também 
ficaram em terra mais dois marinheiros que tinham desertado da 
frota devido ao encanto da beleza das mulheres indígenas.
Claretiano - Centro Universitário
203© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Algum tempo depois, já foi oficializado o território sul-ameri-
cano a oeste do Tratado de Tordesilhas como território português, 
e logo o rei de Portugal já outorgava licenças permitindo que se 
instalassem na costa brasileira feitorias de onde o pau-brasil seria 
expedido para Portugal. A primeira feitoria foi a de Pernambuco, 
criada em 1516. 
6. A COLONIZAÇÃO
Primeira fase: 1500-1534
A primeira fase da colonização foi concentrada no reconhe-
cimento e na exploração da costa do Brasil. Em 1530, por exemplo, 
uma expedição comandada por Martim Afonso de Souza (1500-
1571) percorreu a costa brasileira e fundou a primeira vila brasilei-
ra em São Vicente (hoje contígua de Santos). 
Segunda fase: a ocupação
A segunda fase teve início com o regime de Capitanias Here-
ditárias (Figura 4). As capitanias de Pernambuco e de São Vicente 
foram as que mais prosperaram. Em Pernambuco, além da extra-
ção de pau-brasil, foi introduzida a cultura da cana-de-açúcar que, 
como veremos, seria a base da economia da colônia por um bom 
tempo. São Vicente teve na captura de índios e mais tarde na bus-
ca de metais preciosos as suas atividades mais importantes.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira204
Figura 4 Mapa das Capitanias Hereditárias.
Claretiano - Centro Universitário
205© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Terceira fase: sistema de Governo-Geral
Em 1548, a Coroa Portuguesa criou no Brasil o sistema de 
Governo-Geral, colocando o poder sob a autoridade de um go-
vernador que residiria na capital do Brasil: na ocasião, Salvador. 
Nesta época, além da cana-de-açúcar, o algodão, o gado e o fumo 
somaram-se aos recursos agrícolas aqui produzidos.
A cana-de-açúcar
A economia do Brasil colônia caracterizou-se fortemente por 
ciclos econômicos que duravam décadas, nos quais um único pro-
duto formava a base de toda a renda aqui conseguida pela metró-
pole portuguesa.
O primeiro ciclo foi o do pau-brasil, no qual quantidades gi-
gantescas da árvore eram extraídas do litoral brasileiro. O segundo 
foi o da cana-de-açúcar.
No século 16, o açúcar era um dos produtos mais valorizados 
no mercado internacional. Pensando nisso, os portugueses insta-
laram enormes plantações em diversas áreas do litoral nordestino, 
construindo também engenhos (Figura 5).
Figura 5 Engenho de cana, Henry Coster, século 19.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira206
O açúcar brasileiro “inundou” então o mercado internacio-
nal, proporcionando enormes lucros a Portugal. Tal ciclo durou até 
meados do século 17, quando os holandeses passaram a plantar 
cana em suas colônias e a representar forte concorrência aos por-
tugueses.
A população de origem africana
Cerca de cinquenta anos após o “descobrimento”, começa-
ram a ser trazidos ao Brasil em grande número escravos negros 
africanos. Por volta de 1570, a cultura de cana-de-açúcar já estava 
bem desenvolvida, e este desenvolvimento só foi possível devido 
à maciça importação de mão de obra escrava. O número de escra-
vos trazidos ao Brasil entre as décadas de 1500 e 1850 é calculado 
em mais de 3 milhões e meio, o que formou, assentada no horror 
da escravidão (Figura 6), uma das bases mais ricas e complexas da 
nossa população e cultura.
Figura 6 O horror da Escravidão: obra de Jean-Baptiste Debret mostrando 
feitor castigando escravo, século 19.
Claretiano - Centro Universitário
207© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
7. A POPULAÇÃO INDÍGENA
Na ocasião do “descobrimento” do Brasil, o primeiro contato 
entre portugueses e indígenas foi amistoso. No entanto, quando 
os portugueses começaram a se apossar da terra e escravizar os ín-
dios, a situação começou a mudar. Tendo uma cultura própria com 
ordem social e padrões religiosos estabelecidos, além de práticas 
consideradas absolutamente bárbaras e brutais pelos europeus, 
tais como o canibalismo ritual, algumas tribos rebelaram-se e ou-
tras entregaram-se ou fugiram para o interior. Observe na Figura 7 
o relato de Hans Staden sobre o canibalismo.
Figura 7 Gravura europeia do século 16 ilustrando o relato de Hans Staden 
(que aparece de barba, no topo da imagem).
Um dos meios encontrados pelos portugueses para lidar 
com os indígenas foi a catequização, realizada pelos jesuítas. Um 
dos maiores líderes deste processo foi o padre Manuel da Nóbre-
ga, que chegou ao Brasil em 1549. Há, também, outros nomes no-
táveis, como o de José de Anchieta (Figura 8). 
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira208
Reforma e Contrarreforma –––––––––––––––––––––––––––––
No século 16, ocorreu a chamada “Reforma” religiosa na Europa, lideradapor 
clérigos e teólogos oriundos da própria Igreja Católica, mas que discordavam dos 
caminhos políticos e mesmo teológicos que esta vinha tomando havia séculos. 
A Reforma gerou as religiões “protestantes”, “braços” do Cristianismo que foram 
adotados especialmente no norte da Europa.
Já a Contrarreforma foi a reação da Igreja Católica a este processo. Elaborada 
entre 1545 e 1563, tomava novas diretrizes políticas e práticas para a manuten-
ção do poderio do Papado: entre essas medidas, estavam a reorganização da 
Inquisição (que combatia os “hereges”), o estabelecimento de uma espécie de 
comissão de censura que avaliaria o que deveria ou não ser lido pelos católicos 
e a criação da Ordem dos Jesuítas.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Figura 8 Evangelho nas Selvas (Padre Anchieta), Benedito Calixto, 1893, 
58,5 x 70 cm.
Cultura material e arte dos índios
Para entendermos a arte e a cultura indígenas, que permea-
ram a formação do que hoje conhecemos como a “nossa” cultura, 
precisamos, inicialmente, saber que, para os índios, não há exata-
mente separação entre cultura material e arte, entre funcionalida-
de e estética. Assim, para um índio, não há “obra de arte” como há 
Claretiano - Centro Universitário
209© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
para nós, mas cada um de seus objetos e utensílios – por exemplo: 
flechas, cestas, cerâmicas – são vistos como sendo ao mesmo tem-
po úteis e “artísticos”. 
No que diz respeito especi-
ficamente à cestaria indígena (Fi-
gura 9), podemos defini-la como o 
conjunto de objetos, geralmente 
chamados de “cestas”, obtidos por 
meio do trançado de elementos ve-
getais, e usados para diversos fins. 
Entre estes fins, podemos citar: pe-
neirar, coar, armazenar, transportar 
e guardar coisas, entre outros. Em algumas sociedades indígenas, 
a confecção da cestaria é responsabilidade de ambos os sexos, en-
quanto em outras é exclusivamente masculina ou feminina.
Outros itens a serem destacados na cultura material indíge-
na são as peças de cerâmica. Realizadas manualmente, as peças 
são na maioria dos casos confeccionadas a partir de roletes de ar-
gila moldados com o auxílio de instrumentos rústicos. Há, em mui-
tos casos, também a pintura da superfície das peças com pincéis 
feitos de penas de aves, por exemplo.
Nas sociedades indígenas 
brasileiras, a confecção da cerâmi-
ca é geralmente atribuição das mu-
lheres. São produzidos vários tipos 
de objetos: potes, panelas, instru-
mentos musicais, objetos de ador-
no etc. Os estilos das peças mudam 
bastante de cultura para cultura 
indígena. Não se pode deixar de 
destacar, entretanto, exemplos fa-
mosos tais como o da cerâmica ma-
rajoara (Figura 10).
Figura 9 Exemplos de cestaria indígena.
Figura 10 Peça de cerâmica Marajoara.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira210
Passando à arquitetura, não podemos deixar de dizer que pra-
ticamente a sua única função entre os indígenas brasileiros era, e é, a 
confecção de moradias e, mesmo assim, moradias em que não há a 
preocupação de grande durabilidade, podendo-se facilmente construir 
novamente quando uma moradia antiga já se encontra deteriorada.
A grande unidade arquitetural indígena é a oca (Figura 11). 
As ocas são grandes construções destinadas a abrigar várias famí-
lias, entre 300 e 400 pessoas. Sustentadas com varas, com telha-
dos de palha e folhas, duram no máximo cinco anos. No interior 
das construções não há divisões, o que reflete bem o modo co-
munal de vida dos índios. Em cada aldeia ou taba, há de quatro a 
dez ocas, construídas em torno de uma praça central chamada de 
ocara.
Figura 11 Exemplo de oca.
Não se pode deixar de citar 
também como elementos centrais 
da cultura indígena a pintura corpo-
ral e a arte plumária. A pintura cor-
poral (Figura 12), realizada por meio 
de produtos derivados de matérias-
-primas como o urucum, entre ou-
tras, tem função ritualística, além 
de ornamental, por ser parte das 
tradições relativas à caça, à pesca, à 
guerra etc. Já a arte plumária (Figu-
ra 13), nos chamados cocares, por 
exemplo, tem, além de função orna-
mental, o papel de indicar a posição 
social do indivíduo que utiliza deter-
minadas peças dentro da aldeia.
Figura 12 Exemplo de pintura corporal 
indígena.
Claretiano - Centro Universitário
211© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Figura 13 Exemplos da arte plumária indígena.
8. AS INVASÕES
Em 1555 ocorreu a invasão da Baía de Guanabara pelos fran-
ceses, que foram expulsos somente cinco anos mais tarde, em 
1560. De qualquer forma, durante os séculos 16 e 17 foi forte a 
presença francesa no Brasil. Apoiados pelos índios tupinambás, os 
franceses mantiveram vários focos de luta contra os portugueses, 
apoiados por outras nações indígenas, tais como os tupiniquins. 
Em 1580, as Coroas de Portugal e Espanha foram unidas, 
assim permanecendo durante sessenta anos. Como não houve 
centralização política nem territorial, os dois reinos mantiveram 
as suas legislações e colônias separadas. Porém, como resultado, o 
Brasil passou a ser atacado também pelos países inimigos da Espa-
nha, tais como a Inglaterra e a Holanda.
Invasões holandesas (1624-1654)
Os holandeses já frequentavam as terras brasileiras desde 
o século 16, mas foi apenas em 1624, com a intenção de fazer 
da Bahia o ponto de partida para outras terras da América, que 
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira212
realizaram ataques a esta região. Voltaram a atacar em 1627, não 
conseguindo, no entanto, conquistar a cidade. Atacaram, então, 
Olinda e Recife, que se tornaram, em 1632, domínio da Holanda. 
A chegada de Maurício de Nassau a Pernambuco, em 1637, deu 
um novo impulso à região. Nassau revelou-se hábil administrador e 
estadista. Urbanizou Recife e restaurou Olinda, que havia sido incen-
diada e destruída. Trouxe, também, uma missão política e cultural na 
qual se encontravam os pintores Frans Post e Albert Eckhout. Depois 
da partida de Maurício de Nassau, em 1644, começou a rebelião con-
tra os holandeses, que foram derrotados em 1654. 
Missão Holandesa: Post e Eckhout
Alguns dos primeiros registros de paisagens e habitantes do 
Brasil feitos com real qualidade histórica, técnica e artística encon-
tram-se nas obras realizadas por Frans Post (Figuras 14 e 15) e Al-
bert Eckhout.
Frans Post (1612-1680) foi um grande paisagista. Sua obra 
pode ser dividida em três períodos: antes, durante e depois da per-
manência no Brasil. Na sua fase brasileira, aparece o impacto que o 
artista provavelmente passou quando se defrontou com a luminosi-
dade e com a vegetação tropicais.
Figura 14 Frans Post, Fazenda de açúcar.
Claretiano - Centro Universitário
213© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Figura 15 Frans Post, Cachoeira de Paulo Afonso, 
1649, 58,5 x 46 cm.
Já Albert Eckhout (1610-1666) foi um pintor especializado 
em naturezas-mortas e representações de tipos. Ficando no Brasil 
de 1637 a 1644, foi responsável por obras de grande qualidade 
estética e fundamental importância histórica como documentação 
imagética de tipos brasileiros da época. Observe o estilo de Albert 
Eckhout nas Figuras 16 e 17.
Figura 16 Albert Eckhout, Dança Tapuia, 1641-1644, 295 x 172 cm.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira214
Figura 17 Albert Eckhout, Negra, 265 x 173 cm.
Claretiano - Centro Universitário
215© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
9. AS BANDEIRAS
Foram organizadas, do início do século 17 até o século 18, 
várias expedições ao interior do Brasil conhecidas como “Bandei-
ras”, que vieram a ser as maiores responsáveis pela expansão ter-
ritorial do país. Essas expedições tiveram vários objetivos, entre 
eles: a exploração de terras brasileiras para seu melhor conheci-mento; a captura de índios para serem usados como mão de obra 
escrava (o que colocava os bandeirantes (Figura 18) em conflito 
com os jesuítas, que defendiam a manutenção da liberdade dos 
índios, mesmo promovendo a aculturação e perda de identidades 
indígenas decorrentes da “cristianização” que realizavam); e a pro-
cura de metais e pedras preciosas.
Figura 18 Ilustração de bandeirantes em seus trajes mais costumeiros, Ivan Wasth 
Rodrigues.
A procura por metais preciosos realmente “vingou” no final 
do século 17, quando, na região que ficou conhecida como Mi-
nas Gerais, foram descobertas enormes jazidas minerais, entre as 
quais algumas das maiores jazidas de ouro vistas até então.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira216
10. O CICLO DO OURO
O Ciclo do Ouro foi um dos ciclos econômicos do Brasil colônia, 
seguindo-se à extração do Pau-brasil e ao Ciclo da Cana-de-açúcar.
No final do século 17, a cana-de-açúcar produzida no Bra-
sil começou a perder espaço no mercado internacional, devido à 
produção nas colônias holandesas e em outras partes do mundo. 
Com isso, o litoral nordestino, primeira região a se desenvolver no 
Brasil, entrou em declínio, e a Coroa Portuguesa passou a procurar 
novas fontes de renda.
Os bandeirantes começaram então a descobrir ouro no inte-
rior do Brasil, principalmente no estado que passaria a ser conheci-
do como Minas Gerais, na região de Ouro Preto. O que se viu então 
foi uma verdadeira “corrida do ouro”. Em poucos anos, as áreas das 
jazidas de ouro foram povoadas e em 1720 a cidade de Vila Rica, 
atual Ouro Preto, já era capital da província de Minas Gerais.
O centro econômico brasileiro deslocou-se então do nordes-
te para o sudeste, e este foi o motivo para a mudança da capital do 
Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763.
O Ciclo do Ouro durou até as primeiras décadas do século 19 
e foi a principal fonte de renda da Coroa Portuguesa durante sua 
vigência. É difícil realizar uma estimativa precisa de quanto ouro 
foi retirado das Minas Gerais no período, mas pode-se afirmar ter 
passado de 2 mil toneladas (2 milhões de quilos).
11. BARROCO
A partir dos desenvolvimentos promovidos pela renda oriun-
da da extração do ouro, surgiu o primeiro movimento artístico de 
real relevância na cultura da colônia: o Barroco, “importado” da 
Europa, mas que, por aqui, acabou adquirindo algumas caracte-
rísticas próprias, aparecendo especialmente na arte sacra, a única 
área artística em que se permitia o investimento de parte dos re-
cursos oriundos do ouro.
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217© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Podemos definir a estética barroca como aquela que, fruto 
de um turbulento contexto político-religioso dominado, nos países 
católicos, pela Contrarreforma, busca o movimento real, na arqui-
tetura, ou sugerido, escultura e pintura – personagens retratados 
durante ações, a representação do infinito, o teatral e o fabuloso 
como formas de, na arte sacra, fascinar e atrair as pessoas para a 
fé católica. Obseve na Figura 19 um exemplo de obra barroca.
Figura 19 Exemplo de obra barroca: A descida da cruz, Peter Paul Rubens, 
1611-1614, 420 X 31 cm, Catedral de Antuérpia, Bélgica.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira218
O Barroco chegou ao Brasil aproximadamente um século de-
pois de seu surgimento na Itália, atingindo seu auge no Nordeste 
brasileiro na segunda metade do século 17 e, em Minas Gerais, no 
século 18.
O Barroco brasileiro manifesta-se com maior riqueza na ar-
quitetura, especialmente das Igrejas, e nas esculturas, muitas ve-
zes destinadas ao interior das igrejas (Figuras 21 e 22) ou presentes 
como entalhes em altares (Figura 20) ou outras partes do interior 
dos templos.
Figura 20 Exemplo de entalhe barroco: interior da Igreja de São Bento 
(século 18), em Olinda (PE).
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219© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Figura 21 Interior da Igreja de São 
Francisco (século 18), em Salvador 
(BA).
Figura 22 Interior da Igreja de Nossa 
Senhora do Pilar (século 18), em São 
João Del Rei (MG).
Não se pode “definir” com 
exatidão um ou alguns estilos 
muito separados e estanques na 
arquitetura barroca brasileira, 
já que, por muitos motivos, es-
pecialmente econômicos, várias 
das nossas igrejas barrocas (Figu-
ra 23) demoraram décadas para 
serem concluídas, apresentando 
características de vários “subesti-
los”. Assim, passando pelas mãos 
de vários arquitetos e por “mo-
das” estilísticas que se sucediam, 
muitas das nossas igrejas podem 
ter seus estilos verdadeiramente 
chamados de “ecléticos”, dentro 
de uma esfera barroca, é claro.
Figura 23 Igreja do Rosário dos Pretos 
(início do século 18), em Salvador (BA). 
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira220
Devemos, entretanto, ressal-
tar que enquanto nas cidades lito-
râneas, tais como Salvador e Rio de 
Janeiro, a proximidade do mar per-
mitia a construção de igrejas em 
estilo mais próximo do europeu e, 
principalmente, com materiais tra-
zidos da Europa, em Minas Gerais, 
o relativo isolamento geográfico 
permitiu não apenas a utilização 
de matérias-primas locais, como 
também o surgimento de um estilo 
mais original. Vejamos na Figura 24 
a Igreja de São Francisco de Assis, 
construída no século 18, uma das 
igrejas mais exuberantes de Ouro 
Preto, Minas Gerais.
A escultura barroca brasileira, que como vimos na definição 
de Barroco, apresentava figuras em movimentos “congelados”, 
ações ou mesmo expressões dramáticas, foi fortemente influen-
ciada pela escultura barroca portuguesa, e peças importadas da 
Europa ocupavam os altares e as casas de famílias ricas ao lado de 
peças produzidas no Brasil. Aqui, até certa altura, foram produ-
zidas peças, especialmente em madeira, com um acabamento e 
refinamento piores do que os das peças europeias. Com a prospe-
ridade oriunda do ouro, porém, este cenário foi mudando.
Na pintura, obras mais ligadas ao que hoje se chamaria de 
naïf também conviviam com outras realizadas segundo técnicas e 
erudição maiores. Houve, entretanto, nomes de grande destaque, 
como o de Manuel da Costa Ataíde (1762-1830), responsável por 
belíssimas pinturas em várias das mais importantes igrejas barro-
cas mineiras (Figura 25).
Figura 24 Igreja de São Francisco de 
Assis, (século 18), em Ouro Preto (MG), 
com projeto de Antônio Francisco Lisboa 
(o Aleijadinho).
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221© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Figura 25 Pintura no teto da Igreja de São Francisco de Assis, (século 18), em Ouro Preto 
(MG), Manuel da Costa Ataíde.
De qualquer forma, não se pode deixar de dizer que o gran-
de nome do Barroco brasileiro foi, sem dúvida, Antônio Francisco 
Lisboa, o “Aleijadinho”. Isto, tanto na arquitetura quanto na escul-
tura. Passemos, então, a ele.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira222
Aleijadinho
Antônio Francisco Lisboa (1738-1814) era filho bastardo de 
Manoel Francisco Lisboa, um dos artistas mais requisitados de Mi-
nas Gerais no século 18, especialmente para obras arquiteturais, 
com uma mulher negra, ou seja, ele era mulato. Apesar disso, re-
cebeu o nome do pai e cresceu a seu lado aprendendo seus ofí-
cios. O apelido de “Aleijadinho” deveu-se a uma doença degenera-
tiva que, no decorrer da vida do artista, foi lhe limitando os 
movimentos até obrigá-lo a trabalhar em condições absurdamente 
adversas, por exemplo, com as ferramentas amarradas aos braços 
(já que os movimentos das mãos foram se perdendo, assim como 
os das pernas). 
A primeira obra de Aleijadi-
nho foi um busto que ornamenta 
um chafariz em Ouro Preto, reali-
zado em 1761. A partir de então, 
o artista teve intensa participação 
em obras encomendadasa seu pai. 
Após a morte deste, continuou sen-
do muito requisitado para o proje-
to de igrejas, oratórios, chafarizes, 
retábulos, ornamentação de facha-
das, sacristias e imagens. Boa parte 
de seus trabalhos foi executado em 
pedra-sabão (introduzida por ele na 
arquitetura). Possuía um estilo mar-
cante que o diferenciava dos de ou-
tros mestres do seu tempo. Observe 
o estilo de Aleijadinho na Figura 26.
Todos os trabalhos desse artista e, em particular, as escultu-
ras são de uma grande força expressiva. Podemos destacar, entre 
muitas de suas obras, o genial conjunto escultórico de Congonhas 
do Campo (Figura 27), composto pelas esculturas dos profetas bí-
blicos na escadaria em frente à Igreja do Santuário de Bom Jesus 
Figura 26 Nossa Senhora das Dores, 
Aleijadinho.
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223© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
de Matosinhos (Figura 28) e por sessenta e quatro esculturas de 
madeira que se encontram em cinco capelas que marcam os pas-
sos da Paixão de Cristo. 
Figura 27 Dois profetas de Aleijadinho 
no Santuário de Congonhas do Campo, 
1795-1805.
Figura 28 Cristo carregando a cruz, 
escultura de Aleijadinho em uma 
das capelas dos Passos da Paixão no 
Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, 
em Congonhas do Campo, 1796-1799.
A Inconfidência Mineira
O Ciclo do Ouro permitiu pela primeira vez o surgimento no 
Brasil de uma elite urbana, relativamente “esclarecida” em assuntos 
econômicos, políticos e culturais, e que não necessariamente tinha 
interesses coincidentes com os dos colonizadores portugueses. Tal 
elite pôde, devido à sua prosperidade, “ilustrar-se” (com bibliotecas, 
filhos indo estudar nas melhores universidades da Europa etc.) e ter 
contato com o que de mais moderno havia no mundo em termos de 
pensamentos e ideologias, absorvendo, por exemplo, ideias como 
as do Iluminismo, que desembocariam na Europa em movimentos 
como a Revolução Francesa, por exemplo.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira224
E foi exatamente no seio desta elite que surgiu o primeiro 
movimento que defendia a independência em relação a Portugal: 
a Inconfidência Mineira. Liderada por alguns dos mais célebres 
membros da elite mineira do final do século 18, a Inconfidência 
teve como seu principal motivo deflagrador a enorme quantidade 
de ouro levado para Portugal do Brasil na forma de impostos.
Tal cenário ia evidentemente contra os interesses da “recém-
-nascida” elite mineira. Esta colocou, então, em prática algumas 
das ideias recém-adquiridas oriundas da Europa e organizou um 
movimento de revolta contra Portugal. Tal movimento, entretan-
to, em muitos aspectos era revolucionário apenas na aparência, 
pretendendo a independência do Brasil enquanto nação, mas de-
fendendo a manutenção de um status quo social de grande desi-
gualdade entre as classes e, inclusive, a manutenção de horrores 
tais como a escravatura.
A revolta foi esmagada por Portugal e seus líderes punidos 
na maioria dos casos com o exílio. Destacou-se neste episódio his-
tórico, entretanto, um personagem que para muitos historiadores 
foi apenas um “bode expiatório” usado pela elite mineira e pela 
Coroa Portuguesa como exemplo de punição, mas que acabou se 
tornando um dos grandes heróis da História do Brasil: o alferes 
Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), o “Tiradentes”. 
Militar e dentista que, por ser o inconfidente de pior condi-
ção social, foi o único condenado à morte por enforcamento. Ti-
radentes cumpriu o papel de mártir da Inconfidência, tendo seu 
corpo sido esquartejado e espalhado pelos caminhos que levavam 
a Vila Rica para “servir de exemplo” a possíveis revoltosos. 
Tiradentes esquartejado ––––––––––––––––––––––––––––––
A obra Tiradentes esquartejado (Figuras 29 e 30), do artista acadêmico brasileiro 
Pedro Américo, que abordaremos mais adiante, é um ótimo exemplo de como 
uma composição pictórica tradicional é construída segundo um geometrismo 
muito bem defi nido que pode, ainda, conter símbolos ou “mensagens sublimina-
res”. Repare como na obra os pedaços do corpo de Tiradentes, o primeiro herói 
a defender a ideia de um Brasil independente, formam o mapa do país – o que 
sintetiza em imagem todo um conceito de “nação”.
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225© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Figura 29 Tiradentes esquartejado, 
Pedro Américo, 1893.
Figura 30 Esquema mostrando a 
“mensagem subliminar” da obra 
Tiradentes esquartejado.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
12. A VINDA DA CORTE
No início do século 19, a Europa vivia a efervescência das 
guerras promovidas por Napoleão Bonaparte. Neste contexto, os 
exércitos de Napoleão invadiram Portugal em 1807. O então futu-
ro rei de Portugal Dom João decidiu partir para o Rio de Janeiro 
com sua corte, grande parte do funcionalismo de alto escalão e 
uma comitiva de cerca de 15 mil pessoas, em cerca de 20 navios. 
Ou seja: já que Napoleão invadia Portugal, ele simplesmente “mu-
dou de Portugal” para o Brasil (Figura 31). Isto, evidentemente, 
só não disse respeito ao povo português, que teve, este sim, que 
enfrentar o domínio francês nos anos que se seguiram.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira226
Depois de uma escala em Salvador, a Família Real chegou ao 
Rio de Janeiro em 7 de março de 1808. Isto fez que o Brasil, até 
então uma colônia, passasse por um revolucionário e rapidíssimo 
processo de modernização política, econômica e cultural.
Figura 31 A chegada de Dom João VI à Bahia, Cândido Portinari, 1952, 381 x 580 cm.
Entre os desdobramentos desta modernização, estiveram 
enormes melhorias urbanísticas em algumas importantes cidades, 
principalmente na capital, o Rio de Janeiro, e outros, tais como a 
criação do Banco do Brasil; permissão à imprensa, até então proi-
bida por aqui; e a criação de importantes instituições educacio-
nais. Outro dos grandes desdobramentos foi a vinda da Missão 
Artística Francesa, que “refundaria” as bases da arte brasileira a 
partir de então.
13. MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA
A Missão Artística Francesa foi uma comitiva de artistas, pro-
fessores e especialistas franceses que, chefiada pelo museólogo, 
crítico e estudioso Joaquim Le Breton (1760-1815), trouxe para o 
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227© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Brasil a mando de Dom João VI o sistema francês de ensino aca-
dêmico de artes. Uma das consequências disso foi a criação, em 
1816, da Escola Real de Ciências e Ofícios, e em 1820, da Academia 
e Escola Real de Artes, hoje Escola Nacional de Belas Artes.
Assim, foi por meio da Missão Francesa que o Brasil teve 
pela primeira vez acesso ao ensino institucionalizado de arte, aces-
so que, por conseguinte, se estendeu também às regras, normas e 
cânones artísticos que configuravam o que era chamado de “Aca-
demicismo”, que finalmente chegava ao Brasil.
Entre os artistas que vieram com a Missão Francesa estavam 
Nicolas-Antoine Taunay e Jean- Baptiste Debret. A seguir, vejamos 
sobre cada um deles.
Jean- Baptiste Debret
Jean-Baptiste Debret (1768-1848) chegou ao Brasil em 1816, 
como um artista já relativamente reconhecido no meio acadêmico 
francês. Aqui, foi o principal nome da Missão Francesa. 
Durante sua permanência no Brasil, entre 1816 e 1831, De-
bret elaborou obras que apresentam uma forte narrativa. Com 
grande qualidade artística e noção da arte como documento his-
tórico, procurava utilizar nas cenas que representava um ponto 
de vista que faz imaginar a presença do artista no momento da 
ocorrência da cena, o que confere veracidade à obra. Observe nas 
Figuras 32 e 33 duas obras de Debret.
Não se pode também deixar de salientar o papel de Debret 
no estabelecimento do ensino de arte e na criação de uma ativi-
dade artísticaregular no Brasil. Por exemplo, deve-se a ele a rea-
lização das duas primeiras exposições de Belas Artes no país, em 
1829 e 1830, nas quais foram reunidas trabalhos dos professores 
e alunos da Academia.
O artista retornou à Europa em 1831. Ali publicou entre 1834 
e 1839, reunindo as observações e os desenhos que fez durante 
sua estada no Brasil, a sua Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, 
em três volumes.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira228
Figura 32 Chefe Camacan se preparando para uma festa, Debret, 1820-30, 18,6 x 29,3 cm.
Figura 33 Índios atravessando um riacho (o caçador de escravos), Debret, 1820-1830, 80 
x 112 cm.
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229© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Nicolas-Antoine Taunay
Nicolas-Antoine Taunay (1755-1830) foi outro importante ar-
tista da Missão Francesa. Tendo ocupado um papel de certo desta-
que no meio acadêmico francês e na corte de Napoleão, no Brasil 
especializou-se na pintura de paisagens, fascinado com a exube-
rância tropical. São famosas as suas vistas do Rio de Janeiro (Figura 
34).
Figura 34 Largo da Carioca, Nicolas-Antoine Taunay, 1816, 45 x 56 cm.
Taunay ficou bem menos tempo do que Debret no Brasil, 
retornando à Europa em 1821. Isto se deveu a discordâncias do 
artista em relação ao modo de organização da Academia de Belas 
Artes no Rio de Janeiro. Ficou por aqui, para assumir a cadeira de 
“Pintura de Paisagens” na academia, seu filho, Felix Taunay (1795-
1881). Vejamos o estilo de Taunay na Figura 35.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira230
Figura 35 Rua Direita – Rio de Janeiro, Félix-Emile Taunay, 1823.
14. OUTROS PINTORES ESTRANGEIROS
No século 19, o Brasil atraiu, devido principalmente à sua 
exuberância natural, um número grande de pintores estrangei-
ros, especializados principalmente na pintura de paisagens. Estes 
foram trazidos para cá não apenas com o auxílio governamental, 
como no caso da Missão Francesa, mas também por recursos pró-
prios. A seguir, vejamos alguns desses artistas de maior destaque. 
Acompanhe.
Rugendas
O pintor alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1858) che-
gou ao Brasil em 1821, fazendo parte da Expedição Langsdorff, que 
buscava retratar os costumes e a natureza do Brasil (Figuras 36 
e 37). Trabalhou na Expedição até 1824, quando, abandonando a 
empreitada, continuou a registrar sozinho as paisagens e os tipos 
brasileiros. Desses registros, a maioria são desenhos, às vezes co-
loridos à aquarela.
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231© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Figura 36 Índio Puri, Rugendas.
Figura 37 Habitação de negros, Rugendas, 1822-24.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira232
Voltando a morar na Europa no final da década de 1820, 
Rugendas esteve de novo no Brasil em 1845, quando retratou os 
membros da família imperial e foi convidado a participar da Expo-
sição Geral de Belas Artes. 
Spix & Martius
Karl Friedrich Philip von Martius (1794-1868) e Johann Bap-
tiste von Spix (1781-1826) fizeram parte da chamada Missão Aus-
tríaca, em que, assim como na Missão Francesa, pintores acadê-
micos foram trazidos para o Brasil para pintar paisagens, cenas e 
costumes locais e para incrementar o ensino de artes por aqui. 
Observe nas Figuras 38 e 39 o estilo de Spix e Martius.
Figura 38 Mameluca e cafusa, Spix e Martius.
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233© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Figura 39 Lagoa das Aves, no Rio São Francisco, Karl Friedrich Phillip von 
Martius, 30,5 x 46,5 cm.
Thomas Ender
Thomas Ender (1793-1875) foi outro dos integrantes da Mis-
são Austríaca, tendo sido incumbido de viajar pelo país registrando 
paisagens (Figura 40). Ender, porém, acabou tornando-se na poste-
ridade menos célebre do que outros artistas estrangeiros que pas-
saram pelo Brasil no início do século 19, como Debret e Rugendas.
Figura 40 Vista do Rio, 1817, Thomas Ender, 104 x 188 cm.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira234
15. INDEPENDÊNCIA, IMPÉRIO, CICLO DO CAFÉ E REͳ
PÚBLICA VELHA
Em 1822, após nomear seu filho Dom Pedro (1798-1834) 
como regente, Dom João VI retornou a Portugal. Caminhou-se en-
tão para a inevitável independência do Brasil.
Nos poucos anos em que a Corte Portuguesa esteve por 
aqui, o Brasil “desaprendeu” a ser colônia. A rápida modernização 
a que foi submetido para abrigar uma corte europeia, além dos 
movimentos emancipatórios que ocorriam nas colônias de toda 
a América, fizeram crescer nos brasileiros o desejo de autonomia, 
até que, em 1822, a situação se tornasse irreversível.
A independência ocorreu, entretanto, em moldes bem inu-
sitados. Apesar de ter sido apoiada por movimentos populares, 
foi construída politicamente no seio da própria Corte Portuguesa. 
Porque, como sabemos, foi o próprio Dom Pedro, filho do Rei de 
Portugal e herdeiro do trono português, quem declarou a nossa 
independência (Figura 41), autonomeando-se Dom Pedro I, Impe-
rador do Brasil.
Figura 41 Independência ou morte, 1888, Pedro Américo, 104 x 188 cm.
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235© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Dom Pedro I governou o Bra-
sil até 1831, quando as pressões 
internas (devido, entre outros fa-
tores, a seu autoritarismo) fizeram-
-no abdicar do trono brasileiro em 
favor de seu filho, Dom Pedro II 
(1825-1891), na época com apenas 
cinco anos de idade (Figura 42). O 
Brasil passou então por um perío-
do regencial, em que foi governado 
por diversos administradores e em 
que foram enfrentadas pelo país 
algumas importantes rebeliões 
contra o poder central, tais como a 
Guerra dos Farrapos.
Em 1840, ocorreu o chamado “Golpe da Maioridade”, quan-
do adaptações nas leis do país permitiram que, então com apenas 
quinze anos de idade, Dom Pedro II assumisse o trono imperial, 
que deveria assumir apenas com dezoito anos.
Dom Pedro II foi um político hábil, além de um homem extre-
mamente inteligente, culto e amante das artes. Sob seu reinado, 
o Brasil consolidou sua unidade territorial, assim como começou 
a difícil caminhada rumo à modernização de uma ex-colônia de 
exploração com tamanho, possibilidades e dificuldades absoluta-
mente imensos. 
Houve no reinado de Dom Pedro II episódios marcantes na 
história brasileira, tais como a Guerra do Paraguai, e foi também 
em seu governo que o país iniciou mais um de seus ciclos econô-
micos, o do Café.
Figura 42 Dom Pedro II com cinco anos 
de idade.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira236
Figura 43 A Batalha do Avaí, 1872-77, Pedro Américo. 
Batalha do Avaí ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A Batalha do Avaí, representada na Figura 43 no quadro de Pedro Américo, ocor-
rida em 1868, foi uma das mais sangrentas da Guerra do Paraguai e terminou 
com uma retumbante vitória das forças da Tríplice Aliança sobre os paraguaios.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
De qualquer forma, o período imperial foi também triste-
mente marcado por questões como a da escravidão que, abolida 
apenas em 1888, teve em sua abolição um dos estopins da discor-
dância entre o governo e a elite brasileira, o que levaria à Procla-
mação da República em 1889. 
Abolição da Escravatura –––––––––––––––––––––––––––––––
A Abolição da Escravatura ocorreu no Brasil com a promulgação da Lei Áurea, 
em 8 de maio de 1888. A escravidão, porém, já vinha há décadas sofrendo duros 
golpes que apenas culminariam com seu fi m ofi cial em 1888.
Na década de 1850, fora proibido o tráfi co de escravos para o Brasil, que con-
tinuou clandestinamente, porém bastante enfraquecido. Vinte anos depois, em 
1871, foi promulgada de Lei do Ventre Livre, que tornava livres os fi lhos de es-
cravos nascidos a partir de então,o que em pouco tempo diminuiu drasticamente 
a quantidade de escravos e diminuiu a capacidade de produção dos escravos 
restantes, que foram envelhecendo ou morrendo.
O que ocorreu em 1888 foi, portanto, o “fi m ofi cial”. Mas não foi o fi m dos proble-
mas para os negros brasileiros. Estes ganharam a liberdade, mas junto com ela 
veio o completo abandono a que foram relegados pelo Estado.
Sem educação, trabalho ou qualquer espécie de apoio institucional, a população 
negra foi abandonada à própria sorte, indo em grande parte para as cidades, 
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237© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
formando bolsões de pobreza (dando origem a formação das primeiras favelas) 
e sendo obrigada a lidar com uma “dívida histórica” que em grande parte até hoje 
não foi paga.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Foi também durante o reinado de Dom Pedro II, especial-
mente no período imediatamente anterior à abolição da escrava-
tura (em que a mão de obra não supria mais a demanda da lavou-
ra) e após esta, que teve início a chegada de um grande número 
de imigrantes (portugueses, italianos, espanhóis, alemães, polo-
neses, libaneses, sírios, japoneses, entre outros), que seriam im-
portantíssimos na formação da identidade nacional.
O Ciclo do Café
O café começou a ser cultivado no Brasil no século 18, mas 
apenas nas últimas décadas do século 19 é que se tornou uma das 
principais fontes de renda do país. Isto ocorreu quando o plan-
tio veio para as terras do sudeste brasileiro, mais especificamente 
para os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, que têm o 
solo – chamado de “terra roxa” – mais propício para o cultivo.
Concentrando-se principalmente no interior de São Paulo, a 
produção logo tornou o estado o mais rico do país. Multiplican-
do as riquezas dos fazendeiros, formou uma riquíssima elite eco-
nômica agrícola que passou a ser conhecida como a dos “barões 
do café”. Estes comandavam a produção no campo (com mão de 
obra escrava e de imigrantes, já desde antes da abolição da escra-
vatura), mas passavam parte de seu tempo – e, principalmente, 
gastavam e investiam – nas cidades. Com isso houve um grande 
desenvolvimento urbano nas cidades do interior de São Paulo e, 
principalmente, na capital.
São famosos na cidade de São Paulo os “palacetes” dos ba-
rões do café, concentrados principalmente na região central e na 
região da Avenida Paulista (Figura 44), que antes de se tornar o 
centro financeiro da cidade era repleta de mansões erguidas com 
a renda da economia cafeeira.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira238
Avenida Paulista –––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A Avenida Paulista foi inaugurada em 1891, e ocupada por verdadeiras mansões 
construídas pelos “barões do café”. Já no século 20, as moradias foram dando 
lugar a prédios como bancos, galerias, shoppings, cinemas e centros de cultura. 
Hoje a Paulista é um dos grandes “cartões-postais” da cidade e o principal centro 
fi nanceiro do país.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Figura 44 A Avenida Paulista, com os casarões dos "barões do café", em 1902.
Entretanto, não foram apenas mansões as construções er-
guidas com o dinheiro do café. Muitas das primeiras indústrias do 
país também surgiram por causa dele, e foi exatamente a econo-
mia cafeeira que proporcionou os primeiros movimentos na indus-
trialização do país, que ganharia força definitivamente a partir da 
década de 1930. Este é um dos motivos pelos quais a cidade de 
São Paulo, centro da economia cafeeira, tornou-se também o pri-
meiro grande centro industrial do Brasil, o que explica não apenas 
o crescimento gigantesco da cidade a partir do final do século 19, 
como também a manutenção de São Paulo como o principal cen-
tro econômico do país até os dias atuais.
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239© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
A República Velha
Com a Proclamação da República, o que se buscava era, 
como aconteceu muitas vezes na História do Brasil, “mudar para 
manter tudo igual” (dito popular). Ou seja, já que a monarquia não 
agradava mais à elite agrária brasileira, o regime republicano mos-
trou-se um meio mais eficiente para que esta pudesse governar os 
rumos da nação. 
O país era comandado especialmente pelas elites paulista 
e mineira, responsáveis pelo que ficou conhecido como “Política 
do Café com Leite”. Segundo esta política, alternavam-se na pre-
sidência da república políticos paulistas (cujo símbolo era, devido 
à grande produção cafeeira, o café) e mineiros (simbolizados pelo 
leite, devido à produção mineira de leite, mas, principalmente, 
porque o “café com leite” é uma combinação bem brasileira).
Este status quo se manteve relativamente inalterado até 
1930, quando a revolução liderada por Getúlio Vargas acabou 
transferindo o poder para outras parcelas da elite. Isto, no entan-
to, veremos apenas na próxima unidade.
Passemos, agora, mais uma vez à arte, falando do estabele-
cimento da arte acadêmica no Brasil.
16. ARTE ACADÊMICA NO BRASIL
Durante o século 19, após a instituição do ensino de arte 
no Brasil, foram se formando pouco a pouco gerações de pintores 
acadêmicos (tanto no que diz respeito à sua verdadeira origem, a 
“academia”, quanto no que diz respeito ao seu estilo).
Neste cenário, o grande centro artístico nacional era, eviden-
temente, a Academia Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro, 
que, como vimos, após a Proclamação da República, se tornaria a 
Escola Nacional de Belas Artes.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira240
A Academia foi responsável pela formação não apenas de 
artistas, como também de professores de arte. Para isso, atuava 
não apenas no ensino, mas também estimulava a produção com 
Salões Oficiais que, evidentemente, ocorriam nos moldes dos sa-
lões europeus, especialmente os franceses, e premiações que pro-
porcionavam aos nomes de maior destaque viagens de estudo à 
Europa, já que não havia por aqui o nível de ensino europeu e, 
muito menos, o acervo de arte dos museus europeus.
Salões Ofi ciais –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Os Salões Ofi ciais, chamados no Brasil de Exposições Gerais de Belas Artes, 
eram as mostras periódicas promovidas pela Escola Nacional de Belas Artes a 
partir de 1840. Havia um júri que era responsável por premiar artistas com via-
gens de estudo nacionais e internacionais e com a aquisição de obras.
No que concerne à curadoria das exposições, esta se guiava sempre por grande 
conservadorismo e academicismo, como acontecia na maioria dos salões ofi ciais 
de arte europeus no século 19. Tal tendência só começou a mudar na década de 
1930, quando a arte moderna já se consolidava no Brasil.
Em todo o mundo, os Salões Ofi ciais eram inspirados pelo Salão Ofi cial francês. 
Também conhecido como “Salão de Paris”, foi fundado em 1667 para exibir obras 
da famosa Academia Francesa de Pintura e Escultura. A exposição foi chamada 
de salão pelo fato de ter sido organizada inicialmente no Salon d’Apollon, do 
Museu do Louvre.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Vejamos então, individualmente, alguns dos nomes mais re-
presentativos da arte acadêmica brasileira do século 19 e início do 
século 20, lembrando que o academicismo só começaria a perder 
força por aqui com o advento do Modernismo, no início da década 
de 1920. 
Victor Meirelles
O catarinense Victor Meirelles de Lima (1832-1903) foi um 
dos mais importantes pintores acadêmicos brasileiros. Dono de 
uma técnica apurada e especializado na pintura histórica, também 
atuou lecionando na Academia Imperial de Belas Artes, como pro-
fessor de Belmiro de Almeida, Zeferino da Costa, Eliseu Visconti e 
outros nomes que abordaremos adiante. Uma das obras de Victor 
Meirelles é A Batalha dos Guararapes,que ocorreu em Pernambu-
co em 1654, vejamos sua representação na Figura 45. 
Claretiano - Centro Universitário
241© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Figura 45 A Batalha dos Guararapes, 1879, Victor Meirelles.
Zeferino da Costa
João Zeferino da Costa 
(1840-1916), que, como vimos an-
teriormente, foi aluno de Victor 
Meirelles, depois de uma estadia 
na Europa, tornou-se também 
professor da Academia Imperial de 
Belas Artes. Teve como alunos no-
mes como João Batista da Costa, 
Oscar Pereira da Silva, Henrique 
Bernardelli, Belmiro de Almeida e 
Rodolfo Chambelland. Observe na 
Figura 46 o estilo de Zeferino da 
Costa.
Pedro Américo
Pedro Américo (1843-1905) talvez tenha sido o mais célebre 
pintor histórico brasileiro. Tendo estudado na Academia Imperial 
de Belas Artes e, posteriormente, na Academia Francesa, retratou 
Figura 46 Moisés recebendo as tábuas 
da lei, Zeferino da Costa, 1868, 117,5 x 
90,5 cm.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira242
figuras como os dois imperadores e outros ilustres de sua época, 
sendo responsável também por algumas das pinturas históricas 
mais fortemente presentes no imaginário dos brasileiros, como, 
por exemplo, O Grito do Ipiranga e Tiradentes Esquartejado, já 
apresentadas anteriormente.
Como estilo, Pedro Américo jamais abandonou o gênero 
clássico, caracterizado pela imponência e luxo em seus detalhes. 
No entanto, era displicente quanto à veracidade das cenas de ba-
talha, que eram ligeiramente artificiais. 
Além disso, o artista mostrou-se indiferente às inovações ar-
tísticas vindas da Europa no final do século 19, mantendo-se fiel 
aos cânones da Missão Artística Francesa.
Almeida Júnior
José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899) foi um paulista de 
Itú que, em 1869, foi para o Rio de Janeiro estudar na Academia 
de Belas Artes. Em viagem a São Paulo, D. Pedro II viu sua obra 
e ofereceu-lhe uma bolsa para estudar em Paris, e o artista per-
maneceu seis anos na Europa. Quando regressou, trouxe consigo 
obras nas quais já se encontrava presente a figura que mais apre-
ciava, o “personagem brasileiro”.
A crítica analisa a obra de Almeida Jr. como tendo dois mo-
mentos: antes e depois de 1882. O primeiro momento é o da mo-
numentalidade (Figura 47), com cores acentuadas pelos recursos 
de luminosidade; e, no segundo momento, os temas brasileiros 
se tornaram definitivamente seus assuntos preferidos (Figura 48).
Claretiano - Centro Universitário
243© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Figura 47 Exemplo de obra de 
Almeida Júnior em seu momento de 
"monumentalidade": Apóstolo São 
Paulo, 1869, 97 x 77 cm.
Figura 48 Exemplo de obra de Almeida 
Júnior em sua fase "brasileira": Caipira 
picando fumo, 1893, 202 x 141 cm.
Benedito Calixto
O paulista de Itanhaém Benedito Calixto (1853-1927) é um 
dos mais conhecidos artistas acadêmicos brasileiros da virada do 
século 19 para o 20. Tendo frequentado entre 1883 e 1885 a Aca-
demia Julian, em Paris, especializou-se em temas e personagens 
históricos e nas paisagens marinhas (Figura 49). 
Figura 49 Baía de São Vicente, Benedito Calixto, 42 x 72 cm.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira244
Henrique Bernardelli
Nascido no Chile, Henrique Bernardelli (1858-1936) mudou-
-se para o Rio de Janeiro em 1867. Em 1870, ingressou na Aca-
demia Imperial de Belas Artes, vindo a ser aluno de Zeferino da 
Costa e Victor Meirelles e recebendo, em concursos da Academia, 
diversos prêmios por seus desenhos e pinturas (Figura 50) e, mais 
tarde, tornou-se professor da academia.
Figura 50 Maternidade, Henrique Bernardelli.
Pedro Alexandrino
Pedro Alexandrino (1856-1942) teve como sua grande espe-
cialidade as naturezas-mortas (Figura 51). Discípulo de Almeida Jr., 
teve também importante papel no ensino das artes, tendo entre 
seus alunos nomes como Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, artis-
tas que abordaremos na próxima unidade.
Claretiano - Centro Universitário
245© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Figura 51 Natureza-morta, Pedro Alexandrino, 80 x 100 cm.
Rodolfo Amoedo
Rodolfo Amoedo (1857-1941) começou a se destacar no ce-
nário da pintura brasileira na década de 1880, depois de ter estu-
dado na Academia Imperial de Belas Artes e, em Paris, na Acade-
mia Julian e na Escola Nacional Superior de Belas Artes, a famosa 
Academia Francesa. Voltando ao Brasil, especializou-se na pintura 
histórica e começou a lecionar, tendo como alunos nomes como 
Eliseu Visconti, Rodolfo Chambelland e Cândido Portinari. Vejamos 
na Figura 52 uma das obras de Amoedo.
Figura 52 O último tamoio, Rodolfo Amoedo, 1883.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira246
Belmiro de Almeida
Belmiro de Almeida (1858-1935) foi outro dos mais impor-
tantes artistas brasileiros da virada do século 19 para o século 20. 
De formação acadêmica, não deixou, porém, entre muitas viagens 
à Europa, de incorporar à sua arte algumas inovações em voga ha-
via algum tempo no velho continente, como o Pontilhismo (Figura 
53) que algumas de suas obras do começo do século 20 deixam 
transparecer.
Figura 53 Exemplo de obra de Belmiro de Almeida de influência 
pontilhista: Efeito do sol.
Claretiano - Centro Universitário
247© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Oscar Pereira da Silva
O fluminense de São Fidélis, Oscar Pereira da Silva (1867-
1939), estudou na Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Ja-
neiro entre 1882 e 1887, ao mesmo tempo em que trabalhava como 
assistente do seu professor João Zeferino da Costa na execução dos 
painéis decorativos para a nave central da Igreja da Candelária.
Figura 54 A escrava romana, Oscar 
Pereira da Silva.
Quando terminou o curso, obteve o prêmio de viagem à Eu-
ropa, partindo em 1889 para Paris e permanecendo até 1896. Ao 
regressar ao Brasil, fixou residência em São Paulo, onde passou a le-
cionar no Liceu de Artes e Ofícios e a realizar obras sob encomenda 
governamental, como os painéis decorativos do Teatro Municipal de 
São Paulo (Figura 55). Vejamos na Figura 54 mais uma das obras de 
Oscar Pereira da Silva.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira248
Figura 55 O painel de Oscar Pereira da Silva no Teatro Municipal de São Paulo: Uma comédia 
ambulante nas ruas de Atenas, 1911, 3,7 x 10,9 m.
João Batista da Costa
João Batista da Costa (1865-1926), assim como Oscar Pereira 
da Silva, foi discípulo de Zeferino da Costa e Rodolfo Amoedo na 
Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Ganhando 
um prêmio de viagem em 1884, foi estudar na Academia Julian em 
Paris e, ao retornar ao Rio, tornou-se professor e posteriormente 
diretor da Academia. 
Na pintura do artista, destacam-se as paisagens (Figura 56). 
Estas são, segundo os estudiosos, mais do que meras representa-
ções acadêmicas de cenários naturais, conseguindo transmitir com 
pungência a emoção do artista por meio de cores e formas. 
Claretiano - Centro Universitário
249© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Figura 56 Porto Feliz, João Batista da Costa, 95,7 x 151 cm.
Eliseu Visconti
Eliseu D'Angelo Visconti 
(1866-1944) nasceu Itália, mas 
chegou ao Brasil com menos de 
um ano de idade, fixando-se no Rio 
de Janeiro. Nesta cidade estudou 
na Academia Imperial de Belas 
Artes e teve como mestres Victor 
Meirelles, Rodolfo Amoedo e 
Henrique Bernardelli, entre outros.
Contemplado pela Academia 
com uma viagem à Europa, Visconti 
visitou a Itália e apaixonou-se pela 
arte renascentista. Este estilo de-
terminaria a mudança visual em 
suas obras entre 1898 e 1908, com 
composições criativas e idealizações 
poéticas com expressões faciais ex-
tremamente delicadas (Figura 57).
Figura 57 Gioventú, Eliseu Visconti, 
1898, 65 x 49 cm.© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira250
Em 1900, Visconti regressou ao Brasil consagrado e com ex-
posições de destaque nacional para ele preparadas, além de enco-
mendas oficiais. Durante as duas primeiras décadas do século 20, 
manteve residência entre a Europa e o Brasil, trabalhando princi-
palmente em obras de caráter decorativo, como, por exemplo, o 
Teatro Municipal do Rio de Janeiro (Figura 58).
Figura 58 Teto do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com pinturas de Eliseu Visconti.
Georgina de Albuquerque
Pode-se dizer que Georgina de Albuquerque (1885-1962) foi 
uma representante da chegada tardia da influência impressionista 
e pós-impressionista ao Brasil. Iniciando seu aprendizado em 1904, 
quando já era permitida a entrada de moças na Escola Nacional de 
Belas Artes, a artista pouco depois se casou com o também pintor 
Lucílio de Albuquerque (1877-1939), casamento que lhe propor-
cionou cursar a Academia Julian e a Academia de Belas Artes em 
Paris. De volta ao Brasil, Georgina dedicou-se também a lecionar, 
Claretiano - Centro Universitário
251© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
chegando a exercer o cargo de diretora da Escola Nacional de Belas 
Artes até alguns anos antes da sua morte. Observe na Figura 59 o 
estilo desta artista.
Figura 59 Conselho de Estado com a princesa Leopoldina e ministros, Georgina de 
Albuquerque, 1922.
Rodolfo Chambelland
O carioca Rodolfo Chambelland (1879-1967) foi um pintor 
acadêmico de sucesso especialmente nas duas primeiras décadas 
do século 20. Tendo estudado na Escola Nacional de Belas Artes, 
ganhou um prêmio de viagem ao exterior na Exposição Nacional 
de Belas Artes de 1905. Estudou então na Academia Julian em Pa-
ris e, de volta ao Brasil, conseguiu importantes encomendas pú-
blicas, passando também a lecionar na Escola Nacional de Belas 
Artes. Observe na Figura 60 uma das obras de Chambelland.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira252
Figura 60 Baile à fantasia, Rodolfo Chambelland, 1913, 149 x 209 cm.
17. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Terminando esta unidade, reflita sobre as seguintes questões:
1) Quando os portugueses "descobriram" o Brasil, "inventaram" um país como 
se começassem a preencher uma página em branco? Ou a "ideia de Brasil" 
surgiu a partir das relações (às vezes conflituosas) entre portugueses, índios 
(que aqui já estavam), negros e outros povos que vieram para cá?
2) Existe apenas um Brasil? Ou o que temos são múltiplas "ideias de Brasil"? 
Por quê?
3) A cultura brasileira (e de qualquer outro país) pode ser considerada algo 
estático? Ou está em constante mutação devido à sua relação com as outras 
culturas e com o próprio tempo?
4) O que eu penso a respeito das obras barrocas do Aleijadinho? Elas me emo-
cionam? Remetem simplesmente à minha religiosidade? Ou atuam sobre a 
minha sensibilidade, o que independe da minha religião?
5) Os artistas estrangeiros que aqui estiveram (Post, Eckhout, Debret, Rugen-
das, entre vários outros) conseguiram captar a "essência" da cultura brasi-
leira se formando? Por quê?
Claretiano - Centro Universitário
253© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
6) A arte acadêmica brasileira me agrada? Por quê?
7) Quais artistas dos vistos nesta unidade eu poderia citar como os mais "brasi-
leiros" entre os acadêmicos brasileiros em termos de temática? E em termos 
de estilo? Pode-se falar de um "estilo brasileiro" de pintar na nossa arte 
acadêmica?
18. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, demos início à abordagem da arte brasileira 
e chegamos até a cristalização da arte acadêmica no Brasil. Vimos, 
também, como se passou, na virada do século 19 para o 20, a po-
der falar de “arte brasileira”. No entanto, isto não significa que já 
tínhamos uma arte produzida no Brasil que realmente falasse das 
peculiaridades e profundezas da cultura de nosso país. 
Na próxima unidade, veremos como, com o advento do Mo-
dernismo Brasileiro, nossos artistas não apenas passaram a se sin-
tonizar com as vanguardas internacionais como, principalmente, a 
olhar e a representar o próprio Brasil em suas obras, isto com uma 
força e uma originalidade não vistas por aqui até aquele momento.
Então, até o Modernismo!
19. EͳREFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 - Ilustração de caravela portuguesa: disponível em: <http://www.areamilitar.
net/DIRECTORIO/IM_mar/CaravelaGuerra_001.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 2 - Imagem de aldeia: disponível em: <http://www.chilebras.achetudoeregiao.
com.br/MT/querencia/querencia.gif/aldeia04.jpg>. Acesso em: 15 abr. 2009. 
Figura 3 - Célebre quadro de Victor Meirelles representando a primeira missa no Brasil 
(o quadro parece, no entanto, ater-se à representação do que, segundo os relatos 
históricos, teria sido a segunda missa), 1860, 270 x 357 cm: disponível em: <http://
mundomaior.files.wordpress.com/2009/01/meirelles_primeira_missa.jpg>. Acesso em: 
18 out. 2010.
Figura 4 - Mapa das Capitanias Hereditárias: disponível em: <http://www.juserve.de/
rodrigo/atlas%20historico/Capitanias%20Heredit%E1rias.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
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Figura 5 - Engenho de cana, Henry Coster, século 19: disponível em: <http://www.
terrabrasileira.net/folclore/origens/africana/engenho.jpg>. Acesso em: 16 abr. 2009. 
Figura 6 - O horror da Escravidão: obra de Jean-Baptiste Debret mostrando feitor 
castigando escravo, século 19: disponível em: <http://www.terrabrasileira.net/folclore/
origens/africana/escravo.html>. Acesso em: 16 abr. 2009. 
Figura 7 - Gravura europeia do século XVI ilustrando o relato de Hans Staden (que 
aparece de barba, no topo da imagem): disponível em: <http://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/f/f7/Cannibals.23232.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 8 - Evangelho nas Selvas (Padre Anchieta), Benedito Calixto, 1893, 58,5 x 70 
cm: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8d/Benedito_
Calixto_-_Evangelho_nas_Selvas%2C_1893_(ost%2C_58%2C5_x_70_cm_-_Padre_
Anchieta).jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 9 - Exemplos de cestaria indígena: disponível em: <http://modovestir.blogspot.
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Figura 10 - Peça de cerâmica Marajoara: disponível em: <http://www.usp.br/jorusp/
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Figura 12 - Exemplo de pintura corporal indígena: disponível em: <http://g1.globo.com/
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Figura 27 - Dois profetas de Aleijadinho no Santuário de Congonhas do Campo, 1795-
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Figura 28 - Cristo carregando a cruz, escultura de Aleijadinho em uma das capelas dos 
Passos da Paixão no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, 
1796-1799: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/58/
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Figura 29 - Tiradentes esquartejado, Pedro Américo, 1893: disponível em: <http://
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Figura 30 - Esquema mostrando a “mensagem subliminar” da obra Tiradentes 
esquartejado: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/
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abr. 2009. 
Figura 31 - A chegada de Dom João VI à Bahia, Cândido Portinari, 1952, 381 x 580 cm: 
disponível em: <http://www.portinari.org.br/ppsite/ppacervo/obrasCompl.asp?notacao
=2404&ind=8&NomeRS=rsObras&Modo=C>. Acesso em: 17 abr. 2009. 
Figura 32 - Chefe Camacan se preparando para uma festa, Debret, 1820-30, 18,6 x 29,3 
cm: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/29/Debret37.
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80 x 112 cm: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/
Jean_baptiste_debret_-_ca%C3%A7ador_escravos.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
© História da Arte: Arte Internacional e Arte Brasileira256
Figura 34 - Largo da Carioca, Nicolas-Antoine Taunay, 1816, 45 x 56 cm: disponível em: 
<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8c/Nicolas-Antoine_Taunay_02.
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Figura 35 - Rua Direita – Rio de Janeiro, Félix-Emile Taunay, 1823: disponível em: <http://
www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/img/joao2.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
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pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Habita%C3%A7%C3%A3o_de_Negros._Rugendas.jpg>. 
Acesso em: 18 out. 2010.
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x 46,5 cm: disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/
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Figura 40 - Vista do Rio, 1817, Thomas Ender, 104 x 188 cm: disponível em: <http://
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Figura 41 - Independência ou Morte, 1888, Pedro Américo, 104 x 188 cm: disponível 
em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/ce/Independ%C3%AAncia_
ou_Morte.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 42 - Dom Pedro II com cinco anos de idade: disponível em: <http://blogdolele.
blog.uol.com.br/arch2007-11-01_2007-11-30.html>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 43 - A Batalha do Avaí, 1872-77, Pedro Américo: disponível em: <http://upload.
wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3e/Americo-ava%C3%AD.jpg>. Acesso em: 18 
out. 2010.
Figura 44 - A Avenida Paulista, com os casarões dos "Barões do Café", em 1902: 
disponível em: <http://sempla.prefeitura.sp.gov.br/historico/img/1900/av-paulista-
casaroes-1902_grande.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 45 - A Batalha de Guararapes, 1879, Victor Meireles: disponível em: <http://
upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a5/Meirelles-guararapes.jpg>. Acesso em: 
18 out. 2010.
Figura 46 - Moisés recebendo as tábuas da lei, Zeferino da Costa, 1868, 117,5 x 90,5 
cm: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a5/Meirelles-
guararapes.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 47 - Exemplo de obra de Almeida Júnior em seu momento de "monumentalidade": 
Apóstolo São Paulo, 1869, 97 x 77 cm: disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:Almeida_J%C3%BAnior_-_Ap%C3%B3stolo_S%C3%A3o_Paulo,_1869.jpg>. 
Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 48 - Exemplo de obra de Almeida Júnior em sua fase "brasileira": Caipira picando 
fumo, 1893, 202 x 141 cm: disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/c/cd/Caipira_picando_fumo.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Claretiano - Centro Universitário
257© U3 - Brasil: do Descobrimento à Arte Acadêmica
Figura 49 - Baía de São Vicente, Benedito Calixto, 42 x 72 cm: disponível em: <http://
upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/77/10.1.beneditocalixto.jpg>. Acesso em: 
18 out. 2010.
Figura 50 - Maternidade, Henrique Bernardelli: disponível em: <http://upload.
wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f8/Bernardelli-mater-mnba.jpg>. Acesso em: 18 
out. 2010.
Figura 51 - Natureza-morta, Pedro Alexandrino, 80 x 100 cm: disponível em: <http://
www.faap.br/museu/acervo/pedro_alexandrino.htm>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 52 - O Último Tamoio, Rodolfo Amoedo, 1883: disponível em: <http://upload.
wikimedia.org/wikipedia/commons/2/22/Ultimo_tamoio_1883.jpg>. Acesso em: 18 out. 
2010.
Figura 53 - O exemplo de obra de Belmiro de Almeida de influência pontilhista: Efeito 
do Sol: disponível em: <http://mosaicosdobrasil.tripod.com/id36.html>. Acesso em: 8 
fev. 2011.
Figura 54 - A escrava romana, Oscar Pereira da Silva: disponível em: <http://www.
coresprimarias.com.br/ed_4/imagens/oscar9.jpg>. Acesso em: 18 out. 2010.
Figura 55 - O painel de Oscar Pereira da Silva no Municipal de São Paulo: Uma comédia 
ambulante nas ruas de Atenas, 1911, 3,7 x 10,9 m: disponível em: <http://www.
dezenovevinte.net/bios/bio_ops_arquivos/ops_1911c_decoracao.jpg>. Acesso em: 18 
out. 2010.
Figura 56 - Porto Feliz, João Batista da Costa, 95,7 x 151 cm: disponível em: <http://
upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e3/Jo%C3%A3o_Batista_da_Costa_-_
Porto_Feliz%2C_s.d..jpg>.

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