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Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro EXECUÇÃO – ASPECTOS GERAIS 1. ROL DOS TÍTULO EXECUTIVOS (Art. 585) I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994) princípio da cartularidade INFORMATIVO 502, STJ. Segunda Seção EXECUÇÃO. DUPLICATA VIRTUAL. PROTESTO POR INDICAÇÃO. A Seção entendeu que as duplicatas virtuais emitidas e recebidas por meio magnético ou de gravação eletrônica podem ser protestadas por mera indicação, de modo que a exibição do título não é imprescindível para o ajuizamento da execução, conforme previsto no art. 8º, parágrafo único, da Lei n. 9.492/1997. Os boletos de cobrança bancária vinculados ao título virtual devidamente acompanhados dos instrumentos de protesto por indicação e dos comprovantes de entrega da mercadoria ou da prestação dos serviços suprem a ausência física do título cambiário eletrônico e constituem, em princípio, títulos executivos extrajudiciais. EREsp 1.024.691-PR, Rel. Min. Raul Araújo, julgados em 22/8/2012. Duplicatas virtuais podem ser protestadas por mera indicação. ASSIM, PODEM SER EXECUTADAS, BASTANDO A APRESENTAÇÃO DO BOLETO DE COBRANÇA ACOMPANHADO DO INSTRUMENTO DE PROTESTO E DO COMPROVANTE DE ENTREGA DA MERCADORIA. II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;(Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994) 4 partes: a) Escritura pública é o ato privativo do tabelião de notas. b) O documento público é o ato de qualquer outro agente público que não o tabelião de notas. para o documento público, exige-se a assinatura do devedor (na escritura pública, isso não é necessário). Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro c) No documento particular, exige-se também a assinatura de duas testemunhas. Súmula 233 O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta- corrente, não é título executivo. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. FALTA DE LIQUIDEZ E CERTEZA DO CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO ROTATIVO. O contrato de abertura de crédito rotativo, ainda que acompanhado dos extratos relativos à movimentação bancária do cliente, não constitui título executivo. O contrato de abertura de crédito rotativo; utilizado, no mais das vezes, em sua modalidade cheque especial, não consubstancia, em si, uma obrigação assumida pelo consumidor. Diferentemente disso, incorpora uma obrigação da instituição financeira de disponibilizar determinada quantia ao seu cliente, que poderá, ou não, utilizar-se desse valor. Nessa situação, faltam liquidez e certeza àquele instrumento, atributos que não podem ser alcançados mediante a complementação unilateral do credor, ou seja, com a apresentação dos extratos bancários. Com efeito, não se admite conferir ao credor o poder de criar títulos executivos à revelia do devedor. Ressalte-se que a hipótese em análise é distinta daquela referente ao contrato de abertura de crédito fixo, equivalente ao mútuo feneratício, no qual a quantia é creditada na conta do cliente, que, por sua vez, assume o dever de devolvê-la com os acréscimos pactuados, quando ocorrer a implementação do termo ajustado. Assim, no caso de contrato de abertura de crédito rotativo, diversamente do que ocorre quanto ao crédito fixo, aplica-se o entendimento consolidado na Súmula 233 do STJ, segundo a qual o “contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo”. REsp 1.022.034-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 12/3/2013. Contrato de abertura de crédito como título executivo. Problema da liquidez e exigibilidade. Crédito fixo x crédito rotativo (súm 233) Súmula 258 A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. Súmula 300 O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de crédito, constitui título executivo extrajudicial. Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). o título executivo não é o contrato de garantia, mas sim o contrato garantido pelo contrato de garantia. é dispensada a assinatura de 2 testemunhas. IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). não exige o contrato de locação, mas sim uma comprovação documental do crédito decorrente de aluguel de imóvel VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). Título judicial ou extrajudicial? VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). VIII – Demais títulos previstos em lei exemplos: a) Compromisso de ajustamento de conduta, celebrado pelo MP ou outro ente público legitimado à propositura de ação coletiva (art. 5º, §6º da Lei 7.347/85); b) Certidão emitida pelo Conselho da OAB; Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro c) Contrato escrito que estipular honorários de advogado (art. 24 da Lei 8.906/94); d) Crédito de alienação fiduciária em garantia, cédula rural, nota de crédito rural etc. e) Condenação imposta pelo Tribunal de Contas a administradores públicos (art. 71, §3º da CF), independentemente da inscrição em dívida pública. execução normal ou execução fiscal? DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE DECISÃO DO TCU. A execução de decisão condenatória proferida pelo TCU, quando não houver inscrição em dívida ativa, rege-se pelo CPC. De fato, nessa situação, não se aplica a Lei 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais). Essas decisões já são títulos executivos extrajudiciais, de modo que prescindem da emissão de Certidão de Dívida Ativa. Precedentes citados: REsp 1.112.617-PR, Primeira Turma, DJe de 3/6/2009; e REsp 1.149.390-DF, Segunda Turma, DJe de 6/8/2010. REsp 1.390.993-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/9/2013. DIREITO EMPRESARIAL E PROCESSUAL CIVIL. EXEQUIBILIDADE DE CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ). A Cédula de Crédito Bancário – título executivo extrajudicial, representativo de operações de crédito de qualquer natureza –, quando acompanhada de claro demonstrativo dos valores utilizados pelo cliente, é meio apto a documentar a abertura de crédito em conta-corrente nas modalidades de crédito rotativo ou cheque especial. Com efeito, a partir da Lei 10.931/2004, em superaçãoà jurisprudência firmada pelo STJ, a Cédula de Crédito Bancário passou a ser título executivo extrajudicial representativo de operações de crédito de qualquer natureza, podendo, assim, ser emitida para documentar a abertura de crédito em conta-corrente. Ressalte-se, contudo, que, para ostentar exequibilidade, o título deve atender às exigências taxativamente elencadas nos incisos do § 2º do art. 28 do mencionado diploma legal. Tese firmada para fins do art. 543-C do CPC: "A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial, representativo de operações de crédito de qualquer natureza, circunstância que autoriza sua emissão para documentar a abertura de crédito em conta corrente, nas modalidades de crédito rotativo ou cheque especial. O título de crédito deve vir acompanhado de claro demonstrativo acerca dos valores utilizados pelo cliente, trazendo o diploma legal, de maneira taxativa, a relação de exigências que o credor deverá cumprir, de modo a conferir liquidez e exequibilidade à Cédula (art. 28, § 2º, incisos I e II, da Lei n. 10.931/2004)". Precedentes citados: REsp 1.283.621-MS, Segunda Seção, DJe Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro 18/6/2012; AgRg no AREsp 248.784-SP, Quarta Turma, DJe 28/5/2013. REsp 1.291.575-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 14/8/2013. - Outros julgados DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. COMPROVAÇÃO DA OCORRÊNCIA DA CONDIÇÃO. Em execução de título executivo extrajudicial, o implemento da condição deve ser comprovado no momento da propositura da ação. Conforme art. 614, III, do CPC, cumpre ao credor, ao requerer a execução, pedir a citação do devedor e instruir a petição inicial com a prova de que se verificou a condição, ou ocorreu o termo. Tal prova deve acompanhar a exordial, porque inerente à própria exigibilidade da obrigação. Precedentes citados: REsp 187.932-ES, DJ 22/5/2000. REsp 986.972-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/10/2012. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CONTRATO DE DESCONTO BANCÁRIO (BORDERÔ). NÃO CARACTERIZAÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. O contrato de desconto bancário (borderô) não constitui, por si só, título executivo extrajudicial, dependendo a execução de sua vinculação a um título de crédito dado em garantia ou à assinatura do devedor e de duas testemunhas, nos termos do art. 585 do CPC. Precedentes citados: AgRg no REsp 683.918-PR, DJe 13/4/2011; AgRg no REsp 916.737-SC, DJ 14/12/2007, e AgRg no Ag 460.436-SC, DJ 23/6/2003. REsp 986.972-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/10/2012. Segunda Turma DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. CUMPRIMENTO DE PORTARIA QUE RECONHECE A CONDIÇÃO DE ANISTIADO POLÍTICO. O procedimento de execução contra a Fazenda Pública (art. 730 do CPC) não é adequado ao cumprimento de portaria ministerial que tenha reconhecido condição de anistiado político. Isso porque não se trata apenas do recebimento de prestação pecuniária, mas sim do integral cumprimento de ato administrativo que reconhece a condição de anistiado político. Ademais, essa espécie de portaria não pode ser considerada título executivo extrajudicial nos termos do art. 585, II, do CPC, pois o referido dispositivo deve ser interpretado de forma restritiva. Ressalte-se, ainda, que não estão presentes, nesse tipo de portaria, os requisitos da certeza e da exigibilidade que caracterizam os títulos executivos extrajudiciais ;, devendo o interessado, primeiramente, ingressar com processo de conhecimento para que a dívida seja reconhecida, obtendo, assim, o título executivo hábil ao manejo de uma execução contra a Fazenda Pública. Precedente citado: AgRg no REsp 1.303.419-PE, Segunda Turma, DJe 20/8/2012. AgRg no REsp 1.362.644-PE, Rel. Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro Min. Humberto Martins, julgado em 23/4/2013. 2. EXECUCAO: PRESSUPOSTO LÓGICO E PRESSUPOSTO PRÁTICO ? O inadimplemento é elemento necessário? Art. 580 “devedor que não satisfaça obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo. 3. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL denomina-se responsável patrimonial primário o sujeito que reúne, concomitantemente, as condições de responsável patrimonial e devedor. exceções o Devedor não-responsável: dívida de jogo o Responsável não-devedor: sucessores do de cujus (responsável secundário) ? e o fiador? Súmula 268/STJ: “o fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela execução do julgado”. 3.1 Bens sujeitos à execução - Bens do devedor (responsabilidade primária) - Responsabilidade secundária (art. 592 do CPC) I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). Direitos reais Direitos pessoais (ação reipersecutória > posse fundada em comodato, por exemplo) o Consequência: art. 626 > expedição de mandado contra terceiro, que só será ouvido após depositar a coisa. Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro II - do sócio, nos termos da lei; desconsideração da personalidade jurídica (art. 50 do CC; art. 28 do CDC e; art. 2º da CLT, CTN art. 135) o Teoria menor: exige apenas a insolvência da pessoa jurídica. Aplicável para direito ambiental e consumidor - REsp 970.635- SP (3ªT). o Teoria maior: não basta a insolvência da pessoa jurídica, exigindo-se a prática de atos fraudulentos (CTN, Art. 135). ? desconsideração inversa? III - do devedor, quando em poder de terceiros; o bem será atingido, estando nas mãos do devedor ou não. (na verdade, a responsabilidade patrimonial aqui é primária). ? terceiro possuidor x terceiro detentor? ? O terceiro pode propor embargos de terceiro contra ato de constrição judicial? SIM. Ex.: locatário que tem o imóvel penhorado. §2º Equipara-se a terceiro a parte que, posto figure no processo, defende bens que, pelo título de sua aquisição ou pela qualidade em que os possuir, não podem ser atingidos pela apreensão judicial. IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação respondem pela dívida; Cabe à legislação cível definir os casos. o dois cônjuges devedores (isso é possível e, neste caso, os dois devedores têm responsabilidade patrimonial primária). o apenas um cônjuge é devedor de dívida relacionada com dívida doméstica. Neste caso, há solidariedade legal. (responsabilidade primária) Arts. 1.643 e 1.644 do CC: dívidas referentes à economia doméstica (dívidas necessárias à manutenção do lar). Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro: I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica; II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir. Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os cônjuges. o apenas um cônjuge é devedor de dívida para atender aos encargos da família (Responsabilidade secundária): Art. 1.664. Os bens da comunhão respondem pelas obrigações contraídas pelo marido ou pela mulher para atender aos encargos da família, às despesas deadministração e às decorrentes de imposição legal. ? qual a consequência prática de os três primeiros casos serem definidos como de responsabilidade primária? o um cônjuge é não devedor e a dívida não é relacionada à economia doméstica (ou seja: apenas um dos cônjuges deve). Se não houve benefício da família/casal (presunção relativa), aquele que não contraiu a dívida não é devedor, nem responsável> importa discernir qual é o regime de casamento, Nesta situação, art. 655, §2º do CPC, exige a “intimação” do cônjuge não devedor. Nos casos de responsabilidade secundária, o cônjuge que não contraiu a dívida não precisa ser parte no processo para responder com seu patrimônio! Súmula 134/STJ: “embora intimado da penhora em imóvel do casal, o cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro para defesa de sua meação”. a) Nos embargos à execução, ele deve discutir a dívida b) Já nos embargos de terceiro, o cônjuge tentará proteger a sua meação (o objeto de discussão desses embargos é saber se a dívida beneficiou a família/casal ou não). ? Ele pode discutir ambas as teses? Aplica-se a norma da eventualidade? Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro ? Os bens indivisíveis do casal são penhoráveis por dívida de apenas um dos cônjuges? O art. 655-B responde. CPC. Art. 655-B. Tratando-se de penhora em bem indivisível, a meação do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução. 3.2. Fraudes do devedor A proteção da boa-fé na execução possui instrumentos típicos para a sua efetivação. A. Fraude contra credores (arts. 158-165 do CPC > o ato praticado em fraude contra credores é anulável; ou seja: ele existe, é eficaz, mas inválido (o CC situa o vício no plano da validade). requisitos natureza jurídica do vício: o anulável (literalidade do CC. Greco, Nery, Marinoni) o Válido e ineficaz perante o credor (Teori, Dinamarco, STJ) o É VÍCIO DE DIREITO MATERIAL Remédio: ação autônoma (pauliana): eventos damni + consilium fraudis o Tutela: para quem entende pela anulabilidade: desconstitutiva para quem entende pela ineficácia: declaratória. (salvo Dinamarco, para quem a sentença constitui a situação jurídica de tornar o bem passível de expropriação na execução) Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro B. Fraude à execução (art. 593 do CPC) Art. 593. Considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens: I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real II - quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência; III - nos demais casos expressos em lei. requisitos natureza jurídica do vício (ineficácia > pacífico) o por quê é vício de direito processual o logo é ato atentatório à dignidade da Justiça (multa art. 600, I) Remédio: alegação nos próprios autos o Má-fé preumida? Problema da súm 375: exigência de registro da penhora ou da prova da má-fé do terceiro adquierente adotada a teoria da ineficácia para ambos + a súmula 375, como diferença temos: o desnecessidade de ação autônoma (não para Grecco) o Possibilidade de o terceiro ajuizar embargos de terceiro ? é possível que haja fraude à execução antes da citação? Art. 615-A. O exeqüente poderá, no ato da distribuição, obter certidão comprobatória do ajuizamento da execução, com identificação das partes e valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, registro de veículos ou registro de outros bens sujeitos à penhora ou arresto. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). § 3º Presume-se em fraude à execução a alienação ou oneração de bens efetuada após a averbação (art. 593). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). C. Fraude do bem constrito judicialmente (DINAMARCO) aqui a fraude é potencializada (o desrespeito ao judiciário é absoluto). é dispensado tanto o consilium fraudis quanto o eventus damni, nem mesmo a insolvência do devedor, já que o bem está vinculado à execução. Mas, para o STJ, VALE A SÚMULA 375 Para nós, o ato configura atentado Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro Art. 879. Comete atentado a parte que no curso do processo: I - viola penhora, arresto, seqüestro ou imissão na posse; II - prossegue em obra embargada; III - pratica outra qualquer inovação ilegal no estado de fato. Art. 881. A sentença, que julgar procedente a ação, ordenará o restabelecimento do estado anterior, a suspensão da causa principal e a proibição de o réu falar nos autos até a purgação do atentado. Parágrafo único. A sentença poderá condenar o réu a ressarcir à parte lesada as perdas e danos que sofreu em conseqüência do atentado. 4. Partes na execução 4.1. Legitimação ativa na execução a. Regra básica Art. 566. Podem promover a execução forçada: I - o credor a quem a lei confere título executivo; II - o Ministério Público, nos casos prescritos em lei. [> Exceção, a lei pode atribuir legitimação a sujeito que não figura no título executivo, exemplos: O art. 23 do Estatuto da OAB (Lei 8.906/94) que prevê que o credor dos honorários fixados em sentença é o advogado; Execução proposta pelo substituído, fundada em sentença proferida em processo conduzido por um substituto processual (art. 97, CDC); Endosso em branco de título de crédito (Min. Teori Zavascki). MP? Principalmente na tutela coletiva (dever de executar) b. Outros legitimados Art. 567. Podem também promover a execução, ou nela prosseguir: I - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, Ihes for transmitido o direito resultante do título executivo; Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro II - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo Ihe foi transferido por ato entre vivos; III - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. espólio: só até a partilha. Daí em diante só sucessores e herdeiros na medida do seu quinhão. Sucessores: o Execução não iniciada: prova documental do falecimento e de sua qualidade (ex: herdeiro) o Execução em curso: ação de habilitação incidente (1055-1062). Para outros, mero incidente processual (Carmona) ? herança jacente e a herança vacante? quando não houver herdeiros conhecidos ou testamento (1.819 do CC). 4.2. Legitimação passiva Art. 568 do CPC: são sujeitos passivos na execução: I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor: espólio só até a partilha Atença: regra do “benefício do inventário (art. 1.792 do CC) – legitimidade com limitação de responsabilidade patrimonial III - o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo: cessão de débito ( art. 299 do CC) : IV - o fiador judicial Controvérsia: legitimação extraordinária? ? quem é ele? É aquele que presta uma garantia no processo em favor de uma das partes (art. 601 p. único > releva multa de 20% se executadoapresentar fiador idôneo). Outro exemplo (caução fidejussória para concessão de tutela de urgência) não se aplica ao fiador convencional. Salvo se figurar do título Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro o contrato de garantia (segundo o art. 585, III, é título extrajudicial) celebrado com o fiador; o título executivo judicial resultante de sentença proferida em processo de conhecimento. Daí a sum 268 do STJ que não permitir a execução do contrato de locação contra o fiador que não integrou a relação jurídica. qualquer fiador pode se valer do benefício de ordem do art. 595 do CPC: para o fiador exercer o benefício de ordem, o devedor principal deve constar no título executivo (chamamento ao processo) ? a transação entre credor e devedor, sem anuência do fiador, mantém a fiança? V - o responsável tributário, assim definido na legislação própria CTN, art. 135. 4.3. Intervenção de terceiros (típicas) São incabíveis na execução: Oposição; Nomeação à autoria; Denunciação da lide e o; Chamamento ao processo. Assistência (polêmico) o 1ª corrente: Não. (HUMBERTO THEODORO JR. e OVÍDIO BAPTISTA), o 2a. Corrente: Sim, excepcionalmente (Majoritário. Dinamarco e Araken de Assis) Art. 834. Quando o credor, sem justa causa, demorar a execução iniciada contra o devedor, poderá o fiador promover- lhe o andamento. adquirente da coisa penhorada pode assistir ao executado- alienante na defesa da higidez do negócio, eventualmente considerado como fraude à execução o mesmo dá-se com o cessionário de crédito, quando o executado não consente com a sucessão (art. 47 CPC) caso de terceiro, que deveria ter sido litisconsorte necessário unitário passivo na fase de conhecimento, vir a juízo para impugnar a sentença exeqüenda, que foi proferida em processo sem a sua citação; o terceiro, nesse caso, seria assistente litisconsorcial do executado, ambos co-titulares do direito potestativo de invalidar a sentença nula. Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro EM RESUMO: SEMPRE QUE HAJA INCIDENTE COGNITIVO NO PROCESSO DE EXECUÇÃO. 4.4. Intervenções atípicas a) Terceiros que interveem por conta da alienação do bem penhorado a. Arrematante (que pode inclusive ser demandado – preço vil, impedimentos, etc) b. Adjudicante (art. 685-A) b) Protesto pela preferência: O credor com título legal de preferência – com privilégio ou direito real de garantia – pode intervir na execução e protestar pelo recebimento do crédito, resultante da expropriação do bem penhorado, de acordo com a ordem de preferência (art. 711, CPC). Art. 711. Concorrendo vários credores, o dinheiro ser-lhes-á distribuído e entregue consoante a ordem das respectivas prelações; não havendo título legal à preferência, receberá em primeiro lugar o credor que promoveu a execução, cabendo aos demais concorrentes direito sobre a importância restante, observada a anterioridade de cada penhora. Trata-se da invenção de terceiros que possibilita o chamado concurso de credores ordem de preferência: Preferências de direito material O credor hipotecário ou pignoratício intervém na execução com petição simples, informando a provando o seu crédito garantido, pedindo para ser informado sobre o andamento da execução Súmula 270/STJ: “o protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal”. a intimação do credor hipotecário só se faz necessária quando o direito real for constituído antes da penhora do bem. Se posterior a oneração do bem, ela é ineficaz ao terceiro quirografário (Shimura) Preferências de direito processual (créditos da mesma natureza, importa a primeira penhora. Ou seja: o credor que realizar a primeira penhora terá preferência sobre os demais). o o registro da penhora é irrelevante para fins de preferência. Etapa de Execução Civil e Tutela Coletiva 2014 Modo de Processo Civil Professor Erik Navarro o o arresto executivo do art. 653 do CPC conta para fins de preferência (o arresto cautelar não). Art. 653. O oficial de justiça, não encontrando o devedor, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução. Parágrafo único. Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o devedor três vezes em dias distintos; não o encontrando, certificará o ocorrido. c) Exercício do benefício de ordem pelo fiador Como se sabe, “o fiador, quando executado, poderá nomear à penhora bens livres e desembargados do devedor” (art. 595 do CPC). Trata-se do benefício de ordem, direito potestativo do fiador. ? seria esse um caso de intervenção provocada?
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