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Apostila de Histologia Vegetal - Parte I

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BIO247 – MORFOLOGIA VEGETAL - EMBRIÓFITAS 
Profa. Dra. Cláudia Elena Carneiro 
1 
 
 
HISTOLOGIA DAS EMBRIÓFITAS 
PARTE I 
 
O termo “histologia” refere-se ao estudo dos tecidos, podendo ser aplicado para diferentes 
grupos de seres vivos. Para a Botânica, trata-se da parte da Anatomia Vegetal que estuda os tecidos 
vegetais, englobando a sua origem, organização, estrutura e função, além da sua relação dentro do 
organismo vegetal. A Histologia das Embriófitas, então, abordará não somente os tecidos vegetais, 
mas também a sua unidade, ou seja, a célula vegetal, e os agrupamentos morfológicos destas células e 
tecidos formando o corpo da planta. 
A Anatomia Vegetal é o ramo da Botânica que estuda a estrutura interna dos organismos vegetais 
(Appezzato-da-Glória et al. 2006). A depender do estudo realizado, tem-se a (a) anatomia descritiva – 
quando o estudo é pormenorizado para cada uma das partes da planta ou órgão, considerando a sua 
posição no corpo do vegetal; (b) anatomia ontogenética – quando é feito o acompanhamento do 
desenvolvimento do órgão vegetal desde o inicio da sua formação até a fase adulta; e (c) anatomia 
fisiológica – quando o estudo da estrutura leva em consideração a sua função no corpo do vegetal. 
O estudo da estrutura interna auxilia a compreensão de vários fenômenos do corpo do vegetal, 
sendo primordial para o entendimento da sua relação com o meio. 
 
1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO PRÁTICO DE ANATOMIA VEGETAL 
O estudo interno das estruturas dos vegetais é feito observando-se os cortes finos de tecido 
vegetal em microscópio óptico. Portanto, lembre-se que são necessários cuidados redobrados com 
este equipamento para sua conservação. 
Quanto ao material vegetal, normalmente utiliza-se o material coletado a fresco, com a 
possibilidade de utilização de material herborizado após sua hidratação. Para a conservação do 
material vegetal são utilizadas soluções fixadoras, que promovem a morte das células e sua 
preservação estrutural em estado próximo do material fresco. As principais substâncias fixadoras são 
formol, o álcool, iodo, bicromato de potássio e os ácidos: acético, pícrico, crômico e ósmico. A 
escolha do uso de soluções depende dos objetivos do trabalho a ser realizado. Atenção para evitar o 
contato das soluções fixadoras com a pele, pois a maioria das substâncias citadas é tóxica. 
Para que a luz possa atravessar o tecido a ser estudado, os cortes feitos devem ser 
suficientemente finos e transparentes. Utiliza-se regularmente o micrótomo para obtenção de cortes 
finos, mas para realização dos cortes neste equipamento, o material vegetal deve estar devidamente 
desidratado e incluído em um suporte (mais comum: parafina). Podemos também realizar cortes à 
mão livre, com auxilio de uma lâmina de barbear e um suporte (isopor, pecíolo de embaúba, medula 
do caule de sabugueiro). O corte deve ser imediatamente transferido para um recipiente contendo 
água destilada. Os cortes realizados devem ser mais finos o possível, possibilitando a observação das 
estruturas vegetais. 
 
Tipos de corte 
Para visualizarmos as estruturas anatômicas, devermos fazer e manipular os cortes com cuidado, 
observando sempre o plano de corte, os quais podem ser: 
a. Transversal: Perpendicular ao maior eixo do órgão. 
b. Longitudinal: Paralelo ao maior eixo do órgão. Quando o órgão for cilíndrico, o corte longitudinal 
pode ser tangencial, tangente ao raio cilindro, ou radial, passando pelo diâmetro ou raio. 
c. Paradérmico: Paralelo à superfície do órgão. Utilizado principalmente em estudos dos tecidos de 
revestimento. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Planos de corte em órgão cilíndrico 
 
Transversal 
Longitudinal 
radial Longitudinal 
tangencial 
BIO247 – MORFOLOGIA VEGETAL - EMBRIÓFITAS 
Profa. Dra. Cláudia Elena Carneiro 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Corte paradérmico em folha. 
 
Durabilidade dos cortes 
Quanto à duração os cortes, estes podem ser provisórios ou permanentes. Nos provisórios, o 
liquido de inclusão utilizado é a água, glicerina ou corante. Nas montagens permanentes utiliza-se o 
Bálsamo do Canadá ou resinas sintéticas. 
 
Clareamento dos cortes 
A célula vegetal contém inúmeras substâncias que possuem cor, dentre elas os pigmentos. Para 
facilitar a observação das estruturas, vários métodos de coloração podem ser empregados, entretanto 
para que sejam eficientes, é necessário que os tecidos estejam livres de outras cores. 
O clareamento dos cortes é feito utilizando solução de hipoclorito de sódio comercial ou cloral 
hidratado. O transporte dos cortes para a solução de hipoclorito deve ser feito com o auxílio de 
estilete e não com pincel, para não danificar suas cerdas. Transferir os cortes em seguida para outro 
recipiente com água destilada e enxaguar abundantemente. Com o objetivo de corrigir o pH para que 
não haja interferência na eficácia do corante, passar os cortes em solução de ácido acético diluído, 
enxaguando em água em seguida. 
 
Coloração dos cortes 
O uso de corantes é necessário para evidenciar as estruturas celulares, resultando em maior 
facilidade para observação. Alguns reagentes são empregados para a definição do tipo de substância 
encontrada em alguns tipos de células. 
O corante que será mais utilizado em nossas aulas é o safrablau. Trata-se de uma solução 
composta por dois tipos de corantes: o azul de astra, que cora paredes celulósicas em azul, e a 
safranina, que cora paredes lignificadas, suberificadas e cutinizadas em vermelho. 
 
Roteiro para preparo das lâminas 
1. Coloque os cortes em vidro de relógio contendo a solução de hipoclorito de sódio até perderem 
completamente sua coloração; 
2. Enxágüe os cortes em água durante 1 minuto e repita este procedimento 2 vezes, trocando a água 
de enxágüe; 
3. Transfira os cortes para um vidro de relógio contendo ácido acético diluído; 
4. Enxágüe novamente durante 1 minuto; 
5. Transfira os cortes para um vidro de relógio contendo algumas gotas de safrablau durante 20-30 
segundos; 
6. Enxágüe abundantemente em água; 
7. Transfira os cortes com o pincel para uma lâmina contendo uma gota de glicerina ou água; 
8. Cubra com lamínula, evitando a formação de bolhas. 
 
Desenhos 
As práticas de Anatomia Vegetal são realizadas mediante a observação de várias estruturas 
vegetais em diversos grupos, portanto é necessária a documentação das observações através da 
confecção de desenhos. Os esquemas feitos durante a aula refletem se o aluno compreendeu a 
organização das estruturas de maneira consistente. 
Os desenhos devem ser simples e levar em consideração a forma do objeto e as proporções dos 
componentes dos cortes. Outro aspecto importante é a inclusão de legendas, para que se possa 
reconhecer as estruturas desenhadas. 
Dois tipos de desenho podem ser empregados nas aulas práticas: 
BIO247 – MORFOLOGIA VEGETAL - EMBRIÓFITAS 
Profa. Dra. Cláudia Elena Carneiro 
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a) Desenho detalhado: Tem o objetivo de representar a estrutura da maneira mais próxima ao 
material observado. Deve ser incluído o maior número possível de detalhes. 
b) Desenho esquemático: Fornece uma idéia global de forma simplificada do material em estudo. 
Leva em consideração a forma e a proporção dos diferentes componentes. Para este tipo de desenho, 
emprega-se usualmente a convenção de Metcalfe & Chalk para a representação de tecidos da seguinte 
maneira: 
 
 
 
 
 
 
2. VAMOS PRATICAR? 
A seguir são apresentadas as técnicas de corte, clarificação e coloração mais utilizadas em 
estudos de anatomia vegetal. Então, mãos a obra e pratique um pouco. 
 
1. Tipos de cortes anatômicos à mão livre. 
a) Em um vidro de relógio grande ou médio, coloque água destilada e reserve. 
b) Faça no mínimo 20 cortes transversais do material fresco indicado, utilizando uma lâmina de 
barbear nova e coloque-os no vidrode relógio preparado anteriormente; 
c) Com o auxílio de um pincel ou estilete, selecione os cortes mais finos e transfira-os para outro vidro 
de relógio com água destilada e reserve; 
d) Pegue outra amostra do material fresco e faça cortes longitudinais, colocando-os em outro vidro 
de relógio médio ou grande com água destilada (mínimo de 20 cortes); 
e) Repita o passo c para este material; 
f) Mais uma vez, pegue outra amostra do material fresco e faça cortes paradérmicos, colocando-os 
em vidro de relógio médio ou grande com água destilada; 
g) Repita o passo c novamente; 
h) Os cortes, devidamente separados, serão utilizados nos procedimentos seguintes. 
i) Faça um esquema de cada tipo de corte. 
 
2. Clarificação. 
a) Em um vidro de relógio médio, coloque Hipoclorito de sódio a 10% (água sanitária); 
b) Selecione os cortes transversais mais finos e coloque-os no vidro de relógio com Hipoclorito de 
sódio; 
c) Deixe clarificar por aproximadamente 10 minutos. 
d) Repita os mesmo passos para os cortes longitudinais e paradérmicos. 
e) Lave os cortes colocando-os em vidro de relógio com água destilada por três vezes e reserve. 
f) Anote as observações realizadas no decorrer do processo de clarificação. 
 
3. Coloração. 
a) Selecione alguns cortes transversais e longitudinais e coloque-os em água destilada; 
b) Em um vidro de relógio pequeno, coloque Azul de Toluidina a 1% e transfira os cortes com o auxílio 
de um pincel ou estilete, deixando-os nesta solução por 1 minuto; 
c) Retire os cortes do corante e lave-os três vezes com água destilada; 
d) Monte-os entre lâmina e lamínula em água, glicerina a 50% ou gelatina glicerinada. 
e) Observe ao microscópio, veja as diferentes cores presentes e relacione-as com os diferentes tipos 
de células. 
f) Repita os procedimentos b até e, utilizando o Safrablau. 
g) Selecione alguns cortes paradérmicos e coloque-os em água destilada; 
h) Em um vidro de relógio pequeno, coloque Safranina e transfira os cortes com o auxílio de um pincel 
ou estilete, deixando-os nesta solução por 1 minuto; 
i) Retire os cortes do corante e lave-os três vezes com água destilada; 
j) Monte-os entre lâmina e lamínula em água, glicerina a 50% ou gelatina glicerinada. 
k) Observe ao microscópio óptico e faça anotações. 
Parênquima 
Colênquima 
Esclerênquima 
Xilema 
Floema Epiderme 
Felema ou súber 
BIO247 – MORFOLOGIA VEGETAL - EMBRIÓFITAS 
Profa. Dra. Cláudia Elena Carneiro 
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3. QUESTÕES REVISIVAS EXTRACLASSE 
As questões abaixo estão relacionadas ao conteúdo Histologia Vegetal, abordado durante a aula, 
visando orientar o seu estudo extraclasse. Para respondê-las você poderá utilizar as seguintes 
bibliografias: Appezzato-da-Glória & Carmello-Guerreiro (2003; 2006), Cutter (1986) – volume 1, Esaú 
(1974), Kraus & Arduin (1997), Macedo (1997), Pique (1997), Souza (2003), além de outras fontes como 
a Internet. 
 
1. Por que se deve proceder a fixação logo após a coleta de um material para estudos anatômicos? 
2. Cite três requisitos de uma boa preparação microscópica. 
3. Quais as características que uma boa lâmina deve apresentar para se fazer uma boa observação? 
4. Como é projetada a imagem na ocular do microscópio? Relacione a posição do material presente 
na lâmina com a imagem obtida através das oculares. 
5. Por que devemos utilizar mais de um tipo de corte nos estudos anatômicos? 
6. Por que se faz a desidratação do material para a confecção de lâminas permanentes? 
7. Qual a diferença entre reagente e corante? Explique. 
8. Qual a finalidade da coloração de cortes anatômicos antes da observação? 
9. Diferencie corante monocromático e corante metacromático, exemplificando. 
10. Empregando o reagente cloreto de zinco iodado, seria possível reconhecer as paredes primária e 
secundária de células vegetais? 
11. Pesquise sobre as substâncias utilizadas em histologia vegetal, indicando a função e 
periculosidade/toxicidade. 
12. Pesquise sobre a importância e a aplicação da morfologia e da anatomia vegetal no nosso 
cotidiano e para as outras áreas de conhecimento. 
BIO247 – MORFOLOGIA VEGETAL - EMBRIÓFITAS 
Profa. Dra. Cláudia Elena Carneiro 
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GUIA DE ESTUDO PARA HISTOLOGIA VEGETAL 
 
Meristemas 
Origem. 
Características citológicas. 
Classificação quanto à localização: apical (sub-apical), lateral, axilar. 
Classificação quanto ao aparecimento: primário e secundário. 
Teoria para explicar a organização apical da raiz (Hanstein) e do caule (Schmidt). 
 
Parênquima 
Origem. 
Ocorrência e localização. 
Características citológicas. 
Parênquima de reserva. 
Parênquima clorofiliano: tecido paliçádico e tecido lacunoso. 
Aerênquima. 
Parênquima aquífero. 
 
Colênquima 
Origem. 
Função. 
Ocorrência e localização. 
Características citológicas. 
Classificação quanto ao espessamento da parede celular. 
 
Esclerênquima 
Origem. 
Função 
Ocorrência e localização. 
Características citológicas. 
Esclereídes: tipos. 
Fibras. 
 
Epiderme 
Origem. 
Função 
Ocorrência e localização. 
Características citológicas. 
Estratificação da epiderme 
Cutícula: ultraestrutura, função e significado adaptativo. 
Estômatos 
Composição do aparelho estomático. 
Tipos de estômatos. 
Função dos estômatos. 
Tricomas: tipos e função. 
Glândulas. 
 
Xilema 
Origem. 
Função. 
Ocorrência e localização. 
Características citológicas. 
Elementos traqueais: elementos de vasos (traquéias) e traqueídes. 
Características da parede celular. 
Protoxilema e metaxilema. 
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Profa. Dra. Cláudia Elena Carneiro 
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Floema 
Origem. 
Função. 
Ocorrência e localização. 
Características citológicas. 
Elementos de tubo crivado, células crivadas, células companheiras, células albuminosas. 
Protofloema e metafloema. 
 
(O estudo deve ser direcionado também no sentido de identificar em quais grupos taxonômicos cada tecido 
ocorre e como ocorre. Sugere-se também o estudo de ilustrações que são apresentadas no diversos livros 
indicados na bibliografia.)

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