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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS CURSO: Farmácia DISCIPLINA: FARMACOGNOSIA NOME DO ALUNO: Carolina Capuci R.A: 0424252 POLO: Boqueirão – Santos II PRÁTICAS REALIZADAS: Polo Rangel / Santos - 13/05/2023 e 27/05/2023 INTRODUÇÃO: A farmacognosia, como ciência que estuda os produtos naturais de origem vegetal e suas propriedades terapêuticas, desempenha um papel importante na busca por novos medicamentos e na compreensão dos princípios ativos das plantas medicinais. "A Farmacognosia é uma disciplina que estuda os constituintes químicos das plantas medicinais e sua aplicação terapêutica" (Silva, M.L.A. et al. "Farmacognosia: da planta ao medicamento". Revista Eletrônica de Farmácia, 2009). Durante as aulas práticas, foram exploradas as características macroscópicas dos órgãos vegetais, como raízes, caules, folhas e flores. Essa análise permitiu identificar a morfologia e a estrutura desses órgãos, contribuindo para a classificação taxonômica das plantas medicinais. Além disso, foram observadas variações na cor, textura, aroma e tamanho dos órgãos vegetais, que podem indicar a presença de metabólitos secundários de interesse terapêutico. A análise microscópica revela detalhes estruturais das plantas medicinais e/ou drogas vegetais, auxiliando na identificação de características distintivas. Utilizamos técnicas de microscopia para examinar lâminas histológicas, identificando células e tecidos específicos, como tricomas, esclerênquima, colênquima e xilema. Essa abordagem microscópica permite uma avaliação mais precisa da autenticidade e qualidade dos materiais vegetais utilizados na produção de medicamentos fitoterápicos. "A análise microscópica é uma ferramenta valiosa para a caracterização histológica de plantas medicinais e a detecção de adulterações." (Oliveira, R.B., 2016). A análise de droga vegetal é uma etapa fundamental para determinar a qualidade e a padronização dos produtos derivados de plantas medicinais. Durante as aulas práticas, foram realizados testes físico-químicos, como determinação de teor de umidade, cinzas totais e solubilidade em solventes específicos. Além disso, foram identificados e quantificados os principais compostos químicos presentes nas drogas vegetais, utilizando técnicas como cromatografia em camada delgada (CCD) e espectroscopia. Esses resultados são essenciais para garantir a eficácia e a segurança dos fitoterápicos utilizados na prática clínica. "A análise físico-química e a identificação de compostos químicos são essenciais para garantir a qualidade e a segurança das drogas vegetais." (Fonte: Heinrich, M., 2014). Aula 1 – Roteiro 1: Observação e Análise Macroscópica dos Órgãos Vegetais OBJETIVO: Observar os diferentes órgãos vegetais (raiz, caule, folha, flor, fruto e semente) aprendendo suas diferenças: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se diferentes órgãos vegetais através do método direto, tato, visão e olfato, concentrou-se em analisar os tecidos, órgãos e sistemas que compõem as plantas, permitindo compreender sua organização e funcionamento. Analisamos a folha da goiabeira, vimos a sua estrutura básica, como Limbo foliar, nervuras principais, nervuras secundarias, estípulas, pecíolo, margem foliar e a epiderme, mas também vimos que a estrutura pode variar, entre diferentes espécies de goiabeira. Aula 1 – Roteiro 2 e 3: Análise Microscópica de Plantas Medicinais e/ou Drogas Vegetais Roteiro 2: OBJETIVO: Aprender os tipos de cortes histológicos, montagem de lâminas e observação ao microscópio. Temos 3 tipos de histológico: 1 Transversal: O corte transversal é útil para a análise de estruturas como glândulas, órgãos sólidos ou cortes transversais de tubos ou vasos; 2 Longitudinal: frequentemente utilizado para análise de órgãos ou estruturas tubulares; 3 Paradérmico: esse corte é utilizado para estudos comparativos entre as metades direita e esquerda de um órgão ou estrutura. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No laboratório foi realizado análise em microscópio, onde cortamos três amostras de folha de goiabeira, cortamos em lâmina bem fina, colocamos em um vidro de relógio com água destilada, pingou-se três gotas de glicerina 50º em cima da amostra, após tirou-se o excesso de glicerina e colocou-se uma lamínula em um ângulo de 45º ao limarmos a lâmina para o microscópio e visualizamos no equipamento em 40X. Foto 1: corte transversal Foto 2: corte paradérmico Foto 3: corte longitudinal Conclusão: Cada tipo de corte tem suas aplicações específicas, dependendo dos objetivos da pesquisa ou do diagnóstico. Roteiro 3: OBJETIVO: Reconhecer tecidos vegetais e aprender técnicas de coloração. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Separamos os cortes escolhidos, feitos na aula anterior, descolorimos em hipoclorito de sódio. Após o descoloramento, lavamos os cortes em água destilada. Colocamos os cortes descoloridos em corante azul de astra por aproximadamente 30 segundos e lavamos os cortes com água destilada. Foto 4: cortes descoloridos em corante azul de astra Conclusão: O emprego e a escolha de corantes, nesta técnica é de extrema importância, uma vez que permitem corar regiões distintas da célula, bem como diferentes grupos celulares, para posterior identificação no microscópio. Usamos o hipoclorito, importante para descoloração e o corante azul de astra. Aula 2 – Roteiro 1, 2 e 3: Análise Microscópica de Plantas Medicinais e/ou Drogas Vegetais Roteiro 1: Objetivo: Reconhecer tecidos permanente simples. Os tecidos permanentes simples são tecidos vegetais especializados que desempenham funções específicas dentro das plantas, alguns exemplos comuns incluem: Tecido de parênquima: É o tecido mais comum nas plantas e é composto por células vivas com paredes celulares finas. Tecido de colênquima: Composto por células vivas com paredes celulares espessas e irregulares. Tecido de esclerênquima: É composto por células mortas com paredes celulares espessas e lignificadas, conferindo rigidez e resistência. Roteiro 2: Objetivo: Reconhecer tecidos permanentes complexos: São tecidos vegetais especializados que desempenham funções específicas nas plantas superiores. Esses tecidos são compostos por diferentes tipos de células organizadas em arranjos específicos, permitindo a execução de diversas funções vitais para a planta. Epiderme: São encontradas estruturas conhecidas por estômatos responsáveis pelas trocas gasosas e pela transpiração no vegetal; Floema: É um vaso condutor responsável por conduzir os nutrientes (seiva elaborada); Xilema: É também um vaso condutor, só que responsável por conduzir água e sais minerais (seiva bruta). Roteiro 3: Objetivo: Reconhecer inclusões vegetais (orgânicas e inorgânicas). Inclusões vegetais podem ser definidas como materiais presentes dentro das células vegetais que não fazem parte das estruturas celulares normais. São classificadas em: Orgânica: Grãos de amido e gotículas de óleo; Inorgânica: Cristais e Minerais. Resultados e Discussão: As aulas dos roteiros 1, 2 e 3 foram descritas juntas devido à sua similaridade de procedimento e uso da mesma planta, sendo a única alteração entre elas o corante utilizado. Inicialmente, foi repetido o mesmo procedimento de corte da folha da goiabeira, descrito na aula anterior. Após selecionarmos os melhores cortes, colocou-se em solução de hipoclorito de sódio para descoloramento; Ao sumir a coloração verde, lavou-se os cortes em água destilada, e o colocamos em contato com o corante apropriado por aproximadamente 30 segundos. Decorrido esse tempo, lavou-se em água destiladapara a montagem de lâmina (com exceção do corante Sudam III, que não passava pela lavagem); A montagem da lâmina segui a ordem: lâmina, corte, glicerina 50%, lamínula. Segue abaixo as imagens feitas da lente do microscópio, dos cortes da folha de goiabeira em cada corante: Foto 5: Sudam III Foto 6: Azul de Astra Foto 7: Safranina Foto 8: Lugol Foto 9: Hematoxilina Foto10: Cloreto de Zinco Conclusão: A análise microscópica tem o objetivo de qualificar a droga vegetal, para então iniciar o processo de extração de medicamentos fitoterápico desta droga. O hipoclorito é essencial ao processo, pois descolore o verde da planta, permitindo que os corantes penetrem e permitam melhor visualização. Aula 3 – Roteiro 1: Análise de Droga Vegetal Objetivo: Verificar a pureza de Droga Vegetal. O objetivo desta aula é a análise do percentual de impurezas em uma amostra de droga vegetal, sabendo que o limite máximo utilizado como parâmetro é de 5%. Resultados e Discussão: Utilizamos folhas de jaborandi para realizar esta análise. Pesamos 10g na sequência, espalhamos o conteúdo pesado em papel branco e, com auxílio de pinça, procuramos por qualquer substância que pudesse parecer estranha à droga analisada; Após a catação das partes estranhas, levamos o papel contendo essas substâncias a uma lupa para analisar e realizamos a pesagem. Na lupa, a aparência era de pequenos galhos, sendo que o ideal seria conter somente folhas. Aula 3 – Roteiro 2: Cromatografia em Camada Delgada de Óleos Essenciais Objetivo: Separação e identificação das principais substâncias presentes em óleos essenciais. Resultados e Discussão: Fez-se a marcação da placa cromato placa para obter o resultado do procedimento. Em uma balança de precisão com um papel de pesagem, pesou- se 1,0g de jaborandi. Colou-se em um almofariz e com ajuda do pistilo, macerou e foi acrescentado aos poucos 9mL de etanol, continuou-se com a maceração para melhor extração. Com um pilar coletou-se uma amostra da solução extrativa feita no procedimento acima, e foi feita a primeira marcação na placa, chamando-a assim de ponto A. Em seguida. fez-se o segundo ponto com amostra de óleo de canela, seria o padrão P. E a terceira marcação com amostra de cravo puro O. Colocou-se em uma cuba cromatográfica com acetato de etila tolueno7:93, e deixado para secagem e após leitura do cromato placa. Fator de retenção – Afinidade Ponto inicial: Foi revelado por reagente químico A marcação da distância para percorrer foi de 1,0cm. Foi percorrido do ponto de partida até o ponto onde houve reação: A ponto: 5,0 cm P ponto: 7,0 cm O não teve reação CÁLCULO: 1º PONTO 5,0:10 = 0,5 cm 2º PONTO 7,0: 10 = 0,7cm Aula 3 – Roteiro 3: Preparo de Tinturas Objetivo: obtenção de tinturas a partir de drogas vegetais pelo método de maceração. Resultados e Discussão: PREPARO DE TINTURASPROCEDIMENTO: Em um béquer de 250 ml pesou-se 10g de Hamamelis, transferimos para o almofariz e com ajuda do pistilo triturou-se. Colocou-se o líquido extrator propileno glicol 50%, na amostra de jaborandi e agitou-se bem por 10 minutos. Após acrescentou-se 10mL de água destilada e continuamos a agitação. Após acrescentou-se 30ml de álcool 70%, e reservou-se. Montou-se o suporte universal com funil de vidro com de algodão para ser feita a filtração, transferiu- se a amostra para o funil e com um béquer foi aguardado a extração. Após colocou-se em banho maria para redução do volume e obtenção da tintura. Conclusão: Após banho maria, foi extraído a quantia de 28mL de tintura de Hamamelis. Foto 11: tintura de Hamamelis Aula 4 – Roteiro 1: Preparo de Extrato Objetivo: obtenção de extrato fluido a partir de drogas vegetais pelo método da percolação. Resultados e Discussão: Pesamos 10g de barbatimão para 10mL de extrato de (1:1) e adicionamos o líquido extrator aos poucos (álcool 70%) deixamos em repouso. Preparamos o funil de separação (como um percolador) da seguinte maneira: uma camada de algodão e a droga previamente umedecida, colocamos papel de filtro e bolinhas de gude; adicionamos o líquido extrator, aos poucos, com a torneira do “percolador” aberta. Quando caiu a 1ª gota do percolado, fechamos a torneira do aparelho (funil de separação) e adicionamos o restante do solvente, de modo que ficou uns 2cm acima do pó. Deixamos em repouso até a próxima aula, colocando um béquer embaixo da torneira do percolador; Abrimos a torneira e deixamos escoar os primeiros 8,5mL do percolado numa proveta; reservamos a proveta com o percolado e colocamos um béquer sob o percolador para escoar o restante do percolado; Adicionamos mais líquido extrator no aparelho e recolhemos o percolado até saiu mais claro (esgotamento). Evaporamos a 2ª parte do percolado em chapa aquecedora até obter os 1,5mL restantes e misturamos as duas partes do percolado e acondicionamos em frasco. Conclusão: Extrato é a preparação de consistência líquida, sólida ou intermediária, obtida a partir dos insumos farmacêuticos ativos vegetais, ou Ifav. O extrato é preparado por percolação; maceração ou método adequado e validado, utilizando como solvente álcool etílico, água ou outo solvente adequado. Aula 4 – Roteiro 2: Hidrólise de Amido Objetivo: Verificar a hidrólise do amido. Resultados e Discussão: Em um Erlenmeyer, preparamos 200 mL de uma suspensão de 1% de amido; Adicionamos 10mL de uma solução aquosa de ácido clorídrico a 20%. Levamos à ebulição e mantivemos a fervura branda durante todo o procedimento, anotamos com tempo zero o início da fervura. Antes de levar a ebulição, retiramos uma amostra de 2,0mL da suspensão e pingamos 2 gotas da solução de Lugol a 50% em água, retiramos alíquotas de 2,0mL e colocamos em tubos de ensaio enumerados a cada 5 minutos após a ebulição, adicionamos 1 ou 2 gotas de solução de Lugol 50%. Conclusão: O amido foi perdendo a coloração conforme aquecimento, pois é constituído por moléculas de glicose, em uma mistura de polissacarídeos estruturalmente diferentes, tendo amilose, que é um polímero altamente ramificado. Com o resfriamento, o amido modifica sua estrutura tridimensional e forma o amido resistente, que passa inalterado pelo intestino delgado. Aula 4 – Roteiro 3: Identificação Química de Taninos Objetivo: Identificar a presença de taninos em drogas de origem vegetal. Resultados e Discussão: Pesamos 1g de barbatimão em um béquer, adicionamos 30mL de água destilada e fervemos por 1 minuto; Filtramos por algodão para um béquer, deixando o resíduo inicial; Colocamos 2mL do filtrado em 6 tubos de ensaio e executamos as reações de identificação: Tubo 1: 4 gotas de solução de gelatina a 2% Tubo 2: 4 gotas de solução de sulfato de quina a 1% Tubo 3: 2 gotas de solução de acetato básico de chumbo a 10% Tubo 4: 2 gotas de solução de acetato de cobre 5% Tubo 5: 2 gotas de cloreto férrico a 2% Tubo 6: branco Conclusão: As propriedades dos taninos dependem do tipo e da dose utilizada, visto que esses metais são cofatores enzimáticos, e a sua atividade antimicrobiana pode se dar pela sua capacidade em precipitar com metais, impedindo rotas metabólicas. REFERÊNCIAS Silva, M.L.A. et al. "Farmacognosia: da planta ao medicamento". Revista Eletrônica de Farmácia, 2009. Silva, A.M., et al. "Macroscopic evaluation of medicinal plants: a comparative analysis of different organs." Journal of Ethnopharmacology, vol. 176, 2015, pp. 412-426. Oliveira, R.B., et al. "Microscopic analysis as a tool for quality control of herbal medicines." Química Nova, vol. 39, no. 8, 2016, pp. 1003-1012.Heinrich, M., et al. "Quality and safety of herbal medical products: regulation and the need for quality assurance." Expert Review of Clinical Pharmacology, vol. 7, no. 3, 2014, pp. 357-366. Esau, K. (1977). Anatomy of Seed Plants. John Wiley & Sons. Raven, P. H., Evert, R. F., & Eichhorn, S. E. (2005). Biology of Plants. W. H. Freeman and Company Taiz, L., Zeiger, E., Møller, I. M., & Murphy, A. (2018). Fisiologia e Desenvolvimento Vegetal ABREU MATOS, F.J.; SOUSA, M. P. et al. Constituintes Químicos Ativos de Plantas Medicinais Brasileiras. E.U.F.C., 1991. OLIVEIRA, F.; AKISSUE, G. Fundamentos de Farmacobotânica. Livraria Atheneu Editora, Rio de Janeiro – São Paulo, última edição.
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