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Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA ACÚSTICA A acústica é o ramo da física que estuda o som que é um fenômeno ondulatório causado pelos mais diversos objetos e se propaga através de ondas longitudinais nos diferentes meios materiais e estados físicos da matéria. A acústica como ciência abrange diversas disciplinas e também, é submetida por estas diversas disciplinas. A acústica está dividida entre emissores de som, meios de transmissão e propagação e os receptores. Estes meios são estudados pela acústica que os mede, e elabora instrumentos, gráficos e tabelas, fornecendo para os diversos ramos das ciências, os dados necessários para a utilização e aproveitamento dos sons, bem como seus efeitos e meios de propagação. São vários os ramos científicos que estudam as propriedades acústicas, a propagação do som e os mais diversos efeitos. Entre estes se destacam: ACÚSTICA NA MÚSICA A observação de que a altura do som produzido por uma corda vibratória varia com o seu comprimento é atribuída a Pitágoras (século VI a.C.) descoberta que o levou à da escala musical, em que ainda se baseia a música ocidental. Na música, a acústica é muito importante, pois o desenvolvimento do processo de criação artística depende muito do estudo da acústica. Sem o estudo do som e das combinações sonoras, harmonia, interações entre as notas musicais a música não existe. ACÚSTICA NA MEDICINA A medicina, sem sombra de dúvidas, é a ciência que mais estuda os efeitos da acústica sobre o ser humano. A otorrinolaringologia e a fonoaudiologia são as áreas que mais estudam os efeitos da acústica, na fisiologia humana, tanto os efeitos benéficos quanto os efeitos maléficos. O sistema auditivo humano e as pregas vocais são os focos de interesse nestas áreas. Porém a medicina ainda usa diferentes métodos acústicos para aliviar dores, destruir cálculos, e os mais diversos tratamentos e diagnóstico médicos, com uso do som e do ultrassom, utilizando instrumentos que faze uso das propriedades a da acústica, tanto de modo simples, como o estetoscópio, como de modo muito mais sofisticado, com instrumentos mais avançados tecnologicamente, que é o caso da ecografia. Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA A ecografia ou ultrassonografia é um método diagnóstico muito recorrente na medicina que utiliza o eco gerado através de ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar, em tempo real, as estruturas internas do organismo. Como vimos, a acústica na medicina é utilizada tanto como ferramenta de trabalho, bem como objeto de estudo ocasionado pelos males causados pelas ondas sonoras quando em interação com o meio ambiente. ENGENHARIA ACÚSTICA A engenharia acústica é o ramo das ciências que tem como finalidade estudar as formas de controle e de reprodução de fenômenos acústicos, nos diversos meios. A engenharia acústica está presente nas mais diversas situações práticas no que se refere à acústica como: - controle de ruído industrial, controle de ruído ambiental, cálculos e controle no âmbito de acústica arquitetônica, cálculos e controle no âmbito de eventos musicais, controle de vibrações em máquinas e equipamentos, reprodução, arualização1 e síntese de fontes sonoras, e assim por diante. Hoje no Brasil, só é oferecido um único curso de Engenharia Acústica, na Universidade Federal de Santa Maria no Rio Grande do Sul. No entanto, devido à grande importância, várias pesquisas em engenharia acústica vêm sendo conduzidas em muitas universidades brasileiras. ACÚSTICA FÍSICA A acústica física investiga a forma como a energia sonora se transmite através dos meios materiais de propagação, seus efeitos e interações com os diversos meios: sólido, líquido, gasoso e plasma. No espaço livre, a intensidade de energia da onda sonora diminui na medida em que ela se afasta da fonte sonora. A unidade de grandeza física relacionada ao som é o Bell, em homenagem a Alexander Graham Bell, porém como é um valor muito grande costuma-se usar o Decibel - dB que corresponde a um décimo do Bell. Um dos fenômenos observados pela acústica física é: se dobrada a distância entre a fonte e o receptor, a intensidade do som cai 6 dB em campo livre considerando uma fonte pontual, e 3 dB considerando uma fonte de linha sobre um plano refletor. Uma fonte sonora produz variações de pressão no ar, diminuindo sua densidade, comprimindo-o numa onda progressiva, cujo formato esférico se move à velocidade de 340 m/s. 1 Auralização é um termo utilizado para significar as técnicas que tornam um campo sonoro audível por modelagem física ou matemática da fonte sonora, do ambiente e do ouvinte. Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA Numa sala fechada, a onda sonora é refletida várias vezes pelas paredes, teto, soalho e a intensidade fica mais ou menos invariável (exceto, junto da fonte sonora, onde é maior). A acústica física constatou que o som não se propaga no vácuo e tem velocidades diferentes em meios físicos diferentes. A acústica física é base para qualquer ciência que lide com os fenômenos oriundos do estudo do som. Nesta área da acústica, diversos conceitos assim como fórmulas matemáticas são utilizados na resolução dos problemas. PSICOACÚSTICA Sendo uma subdisciplina da psicofísica a psicoacústica estuda a relação entre estímulos sonoros e as sensações auditivas produzidas pelo som audível, que o ser humano pode perceber. Devido a estes estudos, a pressão sonora ficou delimitada entre 0,00002 Pascal ou 2 ∙ 10ିହ Pa até 200 Pascal ou 2 ∙ 10ଶ Pa, se a frequência for entre 20 Hertz ou 2 ∙ 10 Hz, a 20000 Hertz ou 2 ∙ 10ସ Hz, decorrentes dos estímulos produzidos pelo som. Entre 600 Hz e 4000 Hz a sensibilidade auditiva é máxima, e vai diminuindo significativamente abaixo ou acima desses limites. A pressão de 0,00002 Pa (menor pressão sonora que produz uma sensação auditiva) corresponde a 0 dB e a maior pressão sonora audível que é de 200 Pa corresponde a 140 dB. A quantificação das sensações auditivas estabelece relações matemáticas entre os estímulos acústicos e as sensações auditivas. Para medir as sensações auditivas a psicoacústica usa métodos de medição psicológica e de medição física. Os métodos de medição psicológica quantificam as sensações auditivas a partir dos relatos ou reações psicológicas do ouvinte. ACÚSTICA AMBIENTAL Os emissores de ruídos que mais preocupam os especialistas em acústica ambiental são os ruídos aéreos, ruídos rodoviários, ferroviário e os ruídos gerados por equipamentos que afetam receptores muito sensíveis, tais como habitações, escolas, hospitais, áreas verdes protegidas, etc. As leis, em diversos países, assim como em muitos municípios, aqui no Brasil preveem limites de exposição ao ruído para estes receptores. O ruído ambiental deve ser monitorado e de modo a estar em conformidade com os limites da lei. As medidas direcionadas a reduzir as consequências. Nem sempre os parâmetros das leis são eficientes o bastante para minorar os efeitos dos ruídos. E aí alternativas, como a introdução de barreiras Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA acústicas entre as fontes e os receptores (arborização, confecção de taludes etc.) devem ser testadas. Em muitos casos as alternativas adotadas no meio ambiental físico não produzem a mitigação esperada e é o receptor (habitações, escolas, hospitais, etc.) que sofre as medidas para minoração dos efeitos do ruído com a introdução de janelas de painel duplo, criação de brises e toldos (que funcionam como refletores sonoros) ou outras soluções mais sofisticadas. ACÚSTICA ARQUITETÔNICA A acústica arquitetônica é a área que se direciona ao estudo do condicionamentoacústico de certos ambientes como: escritórios, igrejas, salas de aula, teatros, auditórios, salas de concerto ou salas de conferência, ou outros ambientem mais, como os estúdios de gravações. Para realizar o estudo acústico dos ambientes faz- se uso dos conceitos físicos da acústica Física que estuda a produção do som, bem com a sua propagação e recepção, e da Psicoacústica que estuda o modo como o homem percebe o som em seu entorno relacionando-o aos seus efeitos subjetivos, direcionados à satisfação ou insatisfação. Um mesmo som pode ser agradável para uns (musicalidade) e desagradável para outros (ruído), dependendo do estado psíquico ou preferência musical de quem ouve. O isolamento sonoro nas edificações em geral, assim como nos projetos urbanísticos, é importante para minimizar a propagação de sons indesejados e assim minimizar os efeitos psicologicamente, negativos dos mesmos sobre os ouvintes. Vimos anteriormente que o som tem níveis de percepção entre 20 Hz e 20000 Hz para os seres humanos, que são bem diferentes dos níveis de percepção para outros animais. Abaixo de 20 Hz são considerados os infrassons e acima de 20000 Hz os ultrassons e, somente entre estes limites é que se encontra a capacidade aditiva do ser humano. A maioria dos animais tem comportamento auditivo diferente da do ser humano: morcego, cão, gato etc. Intervalo de Percepção do Som Por Alguns Animais Animal Intervalo de Frequência Audível Cão 15 Hz 50000 Hz Elefante 10 Hz 10000 Hz Gato 60 Hz 65000 Hz Golfinho 10 Hz 240000 Hz Morcego 1000 Hz 120000 Hz Ser humano 20 Hz 20000 Hz FONTE: Ser Protagonista – Física – Volume 2 – Edições SM Ltda. – Vários Autores Os parâmetros que compreende a acústica de ambientes já existem e foram obtidos através de técnicas experimentais ao longo dos anos. Hoje é comum usar modelos computacionais para definição de projetos e simulações dos fenômenos da acústica. Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA Quando se tem um ambiente que já é utilizado pode-se até fazer uma avaliação subjetiva da acústica do ambiente, através de entrevistas com os usuários de tais ambientes a título de pesquisas para utilização em outros ambientes semelhantes fisicamente. É de grande importância que estas entrevistas sejam combinadas com medições locais, assim como o uso de simulações computacionais, para que se tenha um nível melhor de segurança entre os dados objetivos os dados subjetivos da acústica no local. Alguns exemplos da Acústica Arquitetônica são os estúdios de gravação, as conchas acústicas de teatro ao ar livre, a acústica em igrejas, a acústica em teatros e auditórios em geral. Os animais percebem o som através das orelhas que são portadoras de órgãos apropriados para a finalidade. O ser humano que é o motivo principal da Acústica Arquitetônica experimenta a sensação de ouvir conforme descrito na figura abaixo: SENSAÇÃO SONORA FONTE: Ser Protagonista – Física – Volume 2 – Edições SM Ltda. – Vários Autores Acústica Física no Estudo da Acústica Arquitetônica Em qualquer estudo que envolva conceitos da Acústica Física, devemos começar pelo conceito de ONDAS, que são uma sequência periódica de pulsos. Quando fixamos a extremidade de uma corda e a esticarmos e na outra extremidade promovemos movimentos para cima e para baixo com força em intervalos de tempos iguais nós temos um exemplo de pulso. Na propagação de um pulso existe o transporta energia, mas não há a transferência de matéria. A sequência de pulso gera um movimento chamado de onda que geometricamente é representado por uma senóide, conforme vemos na figura seguinte. Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA COMPONENTES DA ONDA Amplitude (A): É o deslocamento máximo ocorrido dentro de um ciclo, isto é: a distância entre a crista e o nível de equilíbrio (nível médio) ou entre este e o vale. Comprimento de onda (λ): É a distância mínima que um padrão temporal da onda, ou seja, um ciclo se repete, ou seja, a distância entre duas cristas ou dois vales consecutivos. Crista: Pontos de maior intensidade, o topo da onda. Vale: Pontos de menor intensidade da onda. Nível de Equilíbrio (Nível Médio): É linha que divide a distância entre a crista e o vale, ao meio. PERÍODO E FREQUÊNCIA O tempo decorrido entre duas oscilações consecutivas é chamado período (T), e o período é medido em segundos (s). A quantidade de oscilações ocorridas na unidade de tempo (em segundos) é chamada de frequência (݂), ݂ = ௧ , a frequência é medida em hertz (Hz). Tomando-se ݂ e ܶ temos que ݂ é o número de oscilações dadas em um segundo e ܶ é o tempo necessário para uma oscilação. Deste modo podemos armar o sistema:ቄ݂ → 1 1 → ܶ ⇒ ݂ ∙ ܶ = 1 e concluir que ܶ = ଵ , isto é, o período (ܶ), em segundos é o inverso da frequência (݂), em Hz Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA VELOCIDADE DO SOM Como a equação horária do movimento retilíneo e uniforme é: ݏ = ݏ + ݒݐ ⇒ ݏ − ݏ = ݒݐ ⇒ ∆௦= ݒݐ Como no nosso caso ∆௦= ߣ e ݐ = ܶ temos ߣ = ݒܶ: Sendo ܶ = ଵ vem ߣ = ݒ ∙ 1݂ onde ߣ = ݒ ݂ que resulta em: ࢜ = ࢌ ∙ ૃ que considerada é a relação fundamental das ondas. Os dispositivos que produzem ondas sonoras são chamados de fontes sonoras. O som não se propaga no vácuo, isto é: O som precisa de um meio material para se propagar e, quanto mais próximas, uma das outras, as partículas que compõe um meio estiverem mais rapidamente será a propagação da onda sonora neste meio. De onde podemos concluir que a velocidade do som é maior nos sólidos e menores nos gases ficando numa posição intermediária para os líquidos, outro condicionante para a velocidade do som é a TEMPERATURA. ࡿóࢊ࢙ > ࡸí࢛ࢊ࢙ > ࡳࢇ࢙ࢋ࢙ Além da concentração das partículas do meio, a velocidade do som também pode variar com a temperatura, altitude, bem como, no caso da água, com a profundidade e ou até mesmo com a salinidade. Consulte: http://www.yduka.com/sumarios-e-licoes-8/item/velocidade-som Tabela da Velocidade do Som no nível do mar na temperatura média aproximada de 20ºC Meio Material Velocidade (m/s) Borracha 54 Ar 340 Água 1500 Alumínio 5000 Aço 5900 Granito 6000 Exercício 01. Uma fonte sonora emite 10 ciclos de onda em 5 segundos. Sabendo que o comprimento de onda é igual a 30 centímetros calcule o período, a frequência e a velocidade dessa onda. Exercício 02. Uma fonte sonora emite uma onda de comprimento de onda igual 5,0 ݉ no ar, onde a velocidade de propagação é de 340 ݉/ݏ. Verificar se essas ondas são audíveis pelo ser humano. Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA Exercício 03. Na figura ao lado temos a representação de uma onda sonora que se propaga com velocidade de 25 ܿ݉/ݏ. Determine sua amplitude, seu comprimento, sua frequência, seu período. Exercício 04. Uma onda sonora é produzida por uma fonte na razão de 2,5 oscilações em cada 10 segundos. Calcule a sua frequência e o seu período. Exercício 05. Num município, pelo seu Plano Diretor Urbano, uma pedreira só poderá se estabelecer, numa distância fora de um raio de 20 km a partir da praça central onde se localiza a Prefeitura. Entretanto numa manhã em que a temperatura estava a 20ºC, uma explosão vinda de uma pedreira, recentemente inaugurada, é ouvida, nesta praça, 50 segundos após ser visto o clarão da explosão. Nestas condições podemos afirmar que a pedreira está funcionando legalmente e de acordo com o Plano Diretor Urbano do município. Exercício 06. Suponha que uma criança submersa num lago, em que a temperatura da água é de 20ºC, bata uma pedra, em outra pedra, repetidas vezes, num total de 25 batidas em 2,5 segundos. Qual o comprimento e o período, da onda emitida pelas pedras e quanto tempo se passa para queuma pessoa situada a 450 metros da criança ouça o som emitido pela primeira percussão? FENÔMENOS SONOROS No instante em que uma onda sonora encontra um obstáculo, isto quer dizer, uma superfície ou barreira (obstáculo) de separação entre dois meios físicos pode ocorrer, simultaneamente ou não, um dos fenômenos: Reflexão, Refração, Difração ou Absorção. REFLEXÃO O som retorna ao meio físico de origem após atingir o obstáculo rígido. Observando-se que o ângulo de incidência da onda sonora, em relação ao obstáculo é igual ao ângulo de reflexão da mesma. Quando o som é emitido num ambiente fechado, como uma sala. Um ouvinte pode ser atingido diretamente por parte deste som, (o som direto), ou ser atingido pela parte que é refletida pelas paredes e teto, (o som refletido). Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA O tempo de duração do pulso sonoro ao atingir um ouvido (tempo de remanescência, é igual a um décimo de segundo (0,1s). Dependendo desse tempo, a Reflexão dá origem a três outros fenômenos sonoros: Reforço do som, Reverberação e Eco. Quando o som refletido chega ao ouvinte, praticamente ou no mesmo instante que o som direto diz-se então que houve um reforço do som. Tempo muito inferior a (0,1s), quase nulo. Quando o som refletido chega ao ouvinte no instante em que o efeito do som direto está se extinguindo temos o fenômeno chamado de Reverberação, Tempo um pouco inferior a (0,1s). Já se se o som refletido atinge o ouvinte depois da extinção do som direto o fenômeno é chamado de ECO, tempo superior a (0,1s). Nota: Quando ocorre o eco, o som percorre uma distância de ida e outra igual de volta, isto é, o dobro da distância entre a fonte e o obstáculo. Sendo a velocidade do som dada pela fórmula v = ∆౩ ∆౪ . Sendo o seu valor no ar é igual a 340m/s, no tempo limite mínimo é de 0,1s para ir, igual ao tempo 0,1s para voltar, temos: 340 = 2 ∙ ∆౩ ,ଵ ⇒ 170 = ∆౩ ,ଵ ⇒ ∆ୱ= 0,1 ∙ 170. ∆ୱ= 17,0 m que é a distância mínima entre a fonte e um obstáculo para que possa acontecer um eco. REFRAÇÃO Ocorre refração quando o som passa de um meio físico inicial para um segundo meio com características físicas diferentes do meio físico inicial, havendo variação na velocidade e no comprimento da onda sonora, porém não há variação na frequência. A refração das ondas sonoras é muito dificultada pela espessura do meio físico (obstáculo) ou mesmo pela densidade do material que compõe este meio. Qualquer material retém uma parte do som na refração, porque esta vem sempre acompanhada da reflexão e da absorção. Por este fato o som refratado é mais fraco que o som emitido por uma fonte. DIFRAÇÃO É o fenômeno que permite que uma onda sonora contorne um obstáculo encontrado durante a sua propagação. Neste processo há uma mudança na direção da propagação da onda sonora devido à passagem pelo obstáculo que a mesma está transpondo. É este o fenômeno que permite ouvirmos o som de um rádio num local da casa diferente de onde está o rádio. Quanto maior a razão entre o comprimento de onda, as dimensões do obstáculo maior será a difração. Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA ABSORÇÃO O som pode ser absorvido por um obstáculo, em parte, podendo até ser totalmente extinto. Ocorre uma absorção quando uma onda atinge um obstáculo qualquer e deposita parte de sua energia sonora ali, naquele obstáculo. Deste modo, a parte refletida e a parte refratada; somadas têm intensidade menor que a intensidade inicial. Normalmente, a parcela da energia que é absorvida é transformada em calor. INTERFERÊNCIA Princípio da Superposição: - se dá no intervalo de tempo em que dois pulsos interagem entre si ficando superpostos. Se na superposição a amplitude aumenta diz-se ser uma interferência construtiva, caso contrário, dizemos ser uma interferência destrutiva. Num plano, considerando-se duas fontes sonoras F1 e F2 emitindo, em fases, ondas sonoras de mesma amplitude e mesmo comprimento de onda. Quando há a superposição de duas cristas ou de dois vales a amplitude aumenta, pelo princípio da superposição caracteriza uma interferência é construtiva. No caso de acontecer a superposição de um vale e uma crista a interferência é chamada de destrutiva. Considerando um ponto P e duas Fontes Sonoras F1 e F2 em que, como já vimos, elas devem apresentar comprimento de onda e a amplitude iguais, isto é: ߣଵ = ߣଶ e ܣଵ = ܣଶ. No ponto P, Δ݀ = ݀ଶ − ݀ଵ. Se ocorrer uma interferência construtiva, teremos: Δ݀ = ݊ ∙ ఒ ଶ , em que ݊ é par ∴ ݊ = 0, 2, 4, 6... Se ocorrer uma interferência destrutiva, teremos: Δ݀ = ݊ ∙ ఒ ଶ , em que ݊ é impar ∴ ݊ = 1, 3, 5, 7... Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA Exercício 07. Na entrada de uma caverna é dado um grito alto e 6 segundos após ouve-se o seu eco. Determine o comprimento desta caverna sabendo que a velocidade do som no ar é de 340m/s. Exercício 08. Num determinado meio B, a velocidade do som é de 720m/s, e uma onda sonora passa do meio A para o meio B. Determine a frequência e o comprimento dessa onda no meio B sabendo que no meio A, a velocidade do som é 340m/s e o comprimento da onda era de 0,680 metros. Exercício 09. A velocidade de propagação do som na água é de 1500 m/s. Qual a menor distância para que uma pessoa submersa perceba o eco de uma onda sonora, por ela mesma, emitida? Exercício 10. Duas fontes sonoras F1 e F2, emitem ondas sonoras a razão de 850 ciclos em 5 segundos, gerando ondas sonoras com velocidade de 340m/s. Sabendo que as fontes estão em concordância de fase e situadas em relação a três ouvintes P, Q e R, conforma a figura dada ao lado, verifique onde a interferência é construtiva e onde é destrutiva. Exercício 11. Dadas duas fontes sonoras (alto falantes) F1 e F2 e os pontos P e Q que são os ouvintes. Se elas estão na mesma frequência e em fase de modo que as ondas sonoras são emitidas na frequência de 850Hz e com velocidade de 340m/s vamos verificar onde o som é ouvido com intensidade máxima e onde ele é ouvido com intensidade mínima. ALTURA DO SOM Um som pode ser mais fechado e baixo (grave) ou mais aberto e alto (agudo). A altura é a característica do som que se relaciona com a frequência da onda sonora. Foi visto anteriormente, que o som tem níveis de percepção entre 20 Hz e 20000 Hz para os seres humanos. Os sons com frequência abaixo de 20 Hz são sons muito baixos e são chamados de infrassons, os sons com frequência acima de 20000 Hz são sons muito altos e são chamados de ultrassons. Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA VOLUME DO SOM O volume sonoro refere-se à sensação psicológica do som na consciência do observador humano. Portanto é subjetivo, enquanto que a intensidade é uma quantidade mensurável do som. O volume sonoro aumenta com a intensidade, mas não existe entre os dois uma relação linear simples. Na onda sonora a Amplitude está diretamente relacionada com a Intensidade do som: quanto maior for a amplitude mais forte será o som, quanto mais fraco for o som, menor será a sua amplitude, como podemos observar na figura seguinte. A quantidade de energia (potência) que uma onda sonora transmite por unidade de área é o que chamamos de Intensidade do Som, o que significa que: quanto maior a intensidade, mais forte será o som, bem como, também, será maior o seu volume. Já o som fraco terá menor intensidade e menor volume. Potência Sonora É a energia acústica total emitida por uma fonte por uma unidade de tempo, medida em watt (1 W = 1 J/s). ܫ = ቀிç Á ቁ ∙ ቀ௦௧â ் ቁ ∙ ቀ ா Á∙் ቁ = ௧ê Á . No sistema internacional a potência é dada em Watt (W) e a área em metro quadrado (m²) e I (W/m2). Quando estamos mais próximoda fonte sonora dizemos que o som é forte, caso contrário, dizemos que o som é fraco. No primeiro caso a pressão da onda sonora em nosso ouvido é maior: o som é forte. Quando o som é fraco, a pressão é menor. O ouvido do ser humano detecta sons com a intensidade variando de ܫ = 10ିଵଶܹ/݉ଶ (limiar da audibilidade) a I = 1,0ܹ/݉ଶ (limiar da dor). NÍVEL DE INTENSIDADE SONORA - O DECIBEL Lei Psicofísica de Weber - Fechner tenta descrever a relação existente entre a magnitude física de um estímulo (qualquer fator que provoca uma reação específica ‘resposta’ fisiológica), e a intensidade do estímulo que é percebida. Weber percebeu que as variações da intensidade sonoras não são proporcionais à sensação percebida pelo ser humano (relação estimulo x sensação), de modo que duplicando a intensidade sonora a sensação não é duplicada. Fechner, outro cientista alemão, propôs uma relação logarítmica entre a sensação auditiva no ser humano e os estímulos sonoros provocados pela fonte. A lei de Weber-Fechner pode ser enunciada como: "a resposta a qualquer estímulo é proporcional ao logaritmo da intensidade deste estímulo". Esta lei pode ser aplicada aos cinco sentidos humanos, porém é melhor compreendida no que se refere aos estímulos provocados pela luz e pelo som. Devido ao fenômeno, as medidas de percepção da intensidade sonora pelo ouvido humano, e luminosa pelos órgãos de visão, são feitas por grandezas logarítmicas. No caso da acústica Alexandre Graham Bell definiu o Nível de Intensidade Sonora (N) como sendo logaritmo decimal da intensidade sonora percebida (I1), menos o logaritmo decimal da intensidade sonora inicial mínima (I0). ܰ = ሼlog (ܫ) − log (ܫ)ሽ ⇒ ܰ = ݈݃ ூ ூబ , em Bell Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA Como o Bell foi considerado uma unidade muito grande convencionou-se o uso do décimo do Bell ou decibel (dB). De onde: ݀ܤ = ଵ ⇒ ே ଵ = ݈݃ ூ ூబ ⇒ ܰ = 10 ∙ ݈݃ ூ ூబ , em dB Para determinar os Níveis Sonoros da audibilidade humana em decibéis utilizando-se os valores das unidades básicas de Intensidade Sonora em W/ m2, teremos: O Nível de Intensidade Sonora (N) matematicamente é dado por: ܰ = 10 ∙ ݈݃ ூ ூబ (dB) Onde ܫ é a Intensidade sonora atual e ܫ = 10ିଵଶܹ/݉² é a Intensidade Sonora mínima percebida pelo ser humano. - Outro modo utilizado para determinar o Nível de Intensidade Sonora em decibéis é a partir dos valores da PRESSÃO SONORA em Pascal (Pa). 1 ܲܽ = 1 ܰ/݉ଶ Demonstra-se que ூ ூబ = ቀ బ ቁ ଶ , logo podemos fazer: ܰ = 10 ∙ ݈݃ ூ ூబ = 10 ∙ ݈݃ ቀ బ ቁ ଶ = 2 ∙ 10 ∙ ݈݃ బ ⇒ ܰ = 20 ∙ ݈݃ బ dB A tabela abaixo mostra alguns eventos, a intensidade sonora, a pressão sonora http://newtoncbraga.com.br/index.php/almanaque-tecnologico/209-t/542-tabela-de-niveis-sonoros-l- e-pressao-sonora-correspondente-e-intensidade-sonorae o nível sonoro para cada evento. Eventos Intensidade Sonora (I) W/m2 Pressão Sonora (P) N/m2 = Pa Nível Sonoro dB Avião à jato a 50 m 10ଶ 2 ∙ 10ଶ 140 Limite do pânico 10ଵ 63 ∙ 10 130 Limiar da dor 10 2 ∙ 10ଵ 120 Serra elétrica a 1m de distância 10ିଵ 63 ∙ 10ିଵ 110 Discoteca, 1 m do alto-falante 10ିଶ 2 ∙ 10 100 Caminhão diesel, 10 m de distância 10ିଷ 63 ∙ 10ିଶ 90 Calçada de Via movimentada, 5 m 10ିସ 2 ∙ 10ିଵ 80 Aspirador de pó, distância 1 m 10ିହ 63 ∙ 10ିଷ 70 Voz em conversa normal, 1m 10ି 2 ∙ 10ିଶ 60 Casa comum 10ି 63 ∙ 10ିସ 50 Biblioteca silenciosa 10ି଼ 2 ∙ 10ିଷ 40 Quarto silencioso à noite 10ିଽ 63 ∙ 10ିହ 30 Estúdio de TV em silêncio 10ିଵ 2 ∙ 10ିସ 20 Farfalhar de folhas ao vento 10ିଵଵ 63 ∙ 10ି 10 Limiar da audição 10ିଵଶ 2 ∙ 10ିହ 0 Fonte: Adaptação do Instituto Newton C. Braga - O Site do Hardware Livre Para uma frequência de 1000 Hz os níveis mínimo e máximo de intensidade sonora percebido pelo ser humano são definidos pelas expressões que seguem abaixo. Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA Exemplos Limite Inferior o Limiar da Audição: Neste caso ܫ = ܫ . Logo ܰ = 10 ∙ ݈݃ ଵషభ ଵషభమ = 10 ∙ ݈݃1 = 10 ∙ 0 = 0 dB Ou ܲ = ܲ = 2 ∙ 10ିହ. Logo ܰ = 20 ∙ ݈݃ ଶ∙ଵషఱ ଶ∙ଵషఱ = 20 ∙ ݈݃1 = 20 ∙ 0 = 0 dB Limite Superior o Limiar da Dor: Neste caso ܫ = 10 W/m². Logo ܰ = 10 ∙ ݈݃ ଵ బ ଵషభమ = 10 ∙ ݈݃10ଵଶ = 10 ∙ 12 = 120 dB Ou ܲ = 2 ∙ 10ଵ. Logo ܰ = 20 ∙ ݈݃ ଶ∙ଵ భ ଶ∙ଵషఱ = 20 ∙ ݈݃ ቀ ଵ భ ଵషఱ ቁ = 20 ∙ (݈݃10) ܰ = 20 ∙ (6 ∙ ݈݃10) ⇒ ܰ = 20 ∙ 6 ∙ 1 = 120 dB Exercício 12. Numa fiscalização de rotina foi medida a intensidade física do som, num salão de baile, e encontrou-se o valor 10ିସܹ/݉². Deste modo se a leitura fosse feita com o auxílio de um decibelímetro qual seria a leitura encontrada em decibéis? Exercício 13. Uma sirene produz um som cujo nível intensidade sonora é de 90 dB, no ar. Neste caso a intensidade sonora é de: a. 10ିଶܹ/݉² b. 10ିଷܹ/݉² c. 10ିଵܹ/݉² d. 10ܹ/݉² Exercício 14. A pressão sonora P nível sonoro de uma caixa de som é de 65 dB. Isto significa que a em Pa é de: a. 36 ∙ 10ିଷܲܽ b. 63,5 ∙ 10ିଷܲܽ c. 35,6 ∙ 10ିଶܲܽ d. 356 ܲܽ Exercício 15. O nível sonoro de uma caixa de som é de 85 dB. Isto significa que a pressão sonora P em Pa é de: e. 35,6 ∙ 10ିଵܲܽ f. 63,5 ∙ 10ିଷܲܽ g. 35,6 ∙ 10ିଶܲܽ h. 356 ܲܽ Exercício 16. Na figura do final do texto com os níveis sonoros em (dB) calcule a intensidade em W/m², correspondentes a cada um deles sabendo que a intensidade para o limiar da audição é de 10ିଵଶܹ/݉². Exercício 17. Na figura do final do texto com os níveis sonoros em (dB) calcule a pressão sonora em N/m², correspondentes a cada um deles sabendo que a pressão sonora para o limiar da audição é de 2 ∙ 10ିହܰ/݉². Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA EFEITO DOPPLER O efeito Doppler foi descrito como uma característica observada em ondas emitidas ou refletidas por fontes em movimento relativo ao observador e, é o fenômeno no qual uma frequência emitida por uma mesma fonte é percebida por um observador com uma frequência diferente (frequência aparente), devido à velocidade da onda em relação ao movimento do observador ou mesmo o movimento da fonte. Este fenômeno foi descrito pela primeira vez em 1842 por Johann Christian Andreas Doppler, por este motivo foi denominado de Efeito Doppler. Para calcular numericamente o valor da frequência percebida pelo observador, chamada de frequência aparente ( ݂) podemos determinar expressões matemáticas que nos levem aos resultados desejados. Consideremos: ݂ = ݂ݎ݁ݍݑê݊ܿ݅ܽ ܽܽݎ݁݊ݐ݁ (ݎ݂݁݁ݎ݁݊ݐ݁ ܽ ܾݏ݁ݎݒܽ݀ݎ) ݂ = ݂ݎ݁ݍݑê݊ܿ݅ܽ ݎ݈݁ܽ (݁݉݅ݐ݅݀ܽ ݈݁ܽ ݂݊ݐ݁) ݒ = ݒ݈݁ܿ݅݀ܽ݀݁ ݀ ܾݏ݁ݎݒܽ݀ݎ ݒ = ݒ݈݁ܿ݅݀ܽ݀݁ ݀ܽ ݂݊ݐ݁ ݒ = ݒ݈݁ܿ݅݀ܽ݀݁ ݀ܽ ݊݀ܽ (݁݉݅ݐ݅݀ܽ ݈݁ܽ ݂݊ݐ݁) Podemos observar três casos: O observador está em movimento e a Fonte em repouso; O observador em repouso e a Fonte em movimento; O observador e a Fonte, ambos em movimento. É importante salientar que o som é emitido pela fonte e com uma velocidade sempre no sentido do observador. 1. O Observador está em movimente e a Fonte em repouso: Neste caso observa-se que o observador ao se movimentar, não interfere nas ondas sonoras, logo o comprimento da onda relativamente ao observador é igual ao comprimento das ondas emitidas pela fonte: ߣ = ߣ = ௩ . Neste caso podemos observar duas situações: Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA a. O observador se aproxima da Fonte Parada. Se observador aproxima da fonte, a velocidade do observador tem sentido contrário ao da velocidade do som emitido pela fonte. Neste caso nota-se que frequência relativa, ( ݂) percebida pelo Observador, será aumentada em relação à frequência real ( ݂) emitida pela Fonte. Como o comprimento da onda não se altera, então houve um aumento na velocidade relativa à frequência percebida peloobservador: ݒ + ݒ = ߣ ∙ ݂ De onde ݒ + ݒ = ௩ ∙ ݂ ou seja: ݂ = ݂ ൬ ݒ + ݒ ݒ ൰ a. O observador se afasta da Fonte Se observador se afasta da fonte, a velocidade do observador tem sentido igual ao sentido da velocidade do som emitido pela fonte. Neste caso nota-se que frequência relativa ( ݂) percebida pelo Observador, será diminuída em relação à frequência ( ݂) emitida pela Fonte. Como o comprimento da onda não se altera, então houve uma redução na velocidade relativa à frequência percebida pelo observador: ݒ − ݒ = ߣ ∙ ݂ De onde ݒ − ݒ = ௩ ∙ ݂ ou seja: ݂ = ݂ ቀ ݒ − ݒ ݒ ቁ Ambas as equações podem ser escritas de modos diferentes: ݂ = ݂ ቀ ௩ା௩ ௩ ቁ ݑ = ቀ௩ା௩ ௩ ቁ ݑ ௩ା௩ = ௩ No caso em que o Observador se aproxima da Fonte, ݂ = ݂ ቀ ௩ି௩ ௩ ቁ ݑ = ቀ௩ି௩ ௩ ቁ ݑ ௩ି௩ = ௩ No caso em que o Observador se afasta da Fonte. 2. O observador em repouso e a Fonte em movimento: Quando a fonte se movimenta, a velocidade da fonte interfere nas ondas sonoras, devido a velocidade de deslocamento da mesma no Período (T), logo o comprimento da onda relativo ao observador sofrerá uma variação (߂ = ݒ ∙ ܶ) de onde: ߣ = ߣ − ߂ ⇒ ߣ = ߣ − ݒ ∙ ܶ = ݒ ݂ − ݒ ∙ 1 ݂ Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA a. A Fonte se aproxima do Observador Quando a fonte se aproxima do observador, a velocidade da fonte tem sentido igual ao sentido da velocidade do som emitido pela fonte, aparentemente o comprimento de onda se encurta devido a velocidade da fonte (ݒ). Continuando deduzindo a expressão anterior encontramos: ݒ ݂ = ݒ − ݒ ݂ ݑ ݂ = ݂ ∙ ቆ ݒ ݒ − ݒ ቇ a. A Fonte se afasta do Observador Quando a fonte se afasta do observador, a velocidade da fonte tem sentido contrário ao sentido da velocidade do som emitido pela fonte aparentemente o comprimento de onda aumenta devido a velocidade da fonte (ݒ). Continuando deduzindo a expressão anterior encontramos: Neste caso temos: ݒ ݂ = ݒ + ݒ ݂ ݑ ݂ = ݂ ∙ ቆ ݒ ݒ + ݒ ቇ Resumindo temos: Fonte em Repouso Observador em Repouso ࢌ = ࢌࢌ ∙ ൬ ࢜ ± ࢜ ࢜ ൰ ݂ = ݂ ∙ ቆ ݒ ݒ ± ݒ ቇ Movimento Simultâneo Se o Observador e a Fonte estão em movimento, simultaneamente, haverá variações nas posições de ambos (fonte e observador). A velocidade da fonte ou do observador se soma com velocidade do som, quando têm sentidos opostos à velocidade do som, e elas se subtrai quando têm o mesmo sentido. Expressão geral do Efeito Doppler Para movimentos simultâneos da fonte e do observador, a expressão fica generalizada do seguinte modo: ݂ = ݂ ∙ ቆ ݒ ± ݒ ݒ ± ݒ ቇ Posições relativas Gerais entre o Observador e a Fonte Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA Como veremos a seguir são oito as posições que o Observador pode ocupar em relação em relação a posição da Fonte. O observador pode se aproximar ou se afastar da fonte, com um dos dois parados ou com ambos em movimento. Posições relativas com o Observador e a Fonte em Movimento Fonte em repouso e o observador se aproxima ݂ = ݂ ൬ ݒ + ݒ ݒ ൰ Fonte em repouso e o observador se afasta ݂ = ݂ ቀ ݒ − ݒ ݒ ቁ Observador em repouso e a fonte se aproxima Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA ݂ = ݂ ∙ ቆ ݒ ݒ − ݒ ቇ Observador em repouso e a fonte se afasta ݂ = ݂ ∙ ቆ ݒ ݒ + ݒ ቇ Fonte e Observador se aproximam ݂ = ݂ ∙ ቆ ݒ + ݒ ݒ − ݒ ቇ Fonte e Observador se afastam ݂ = ݂ ∙ ቆ ݒ − ݒ ݒ + ݒ ቇ Fonte perseguida pelo Observador (observador se aproxima e a fonte se afasta) Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA ݂ = ݂ ∙ ቆ ݒ + ݒ ݒ + ݒ ቇ Fonte perseguindo o Observador (a fonte se aproxima e o observador se afasta) ݂ = ݂ ∙ ቆ ݒ − ݒ ݒ − ݒ ቇ Exercícios 1. Numa manhã, ao nível do mar à 20ºC, um operário se desloca para a fábrica onde trabalha, quando a sirene desta fábrica emite um som com a frequência de 680 Hz. Com qual velocidade o operário deve se deslocar para perceber o som da sirene com a frequência aparente de 700 Hz? 2. Uma ambulância passa por uma pessoa parda emitindo um som com a sua sirene. O som percebido pela pessoa cai de 1080 Hz para 900 Hz. Considerando a velocidade do som no ar igual a 340 m/s, calcule a velocidade da ambulância, em km/h e, a frequência real emitida pela sirene. 3. A frequência do som emitido por uma fonte, ao nível do mar, vale 3000Hz. Se a fonte se aproxima de um observador com a velocidade de 50 m/s e este se aproxima de fonte com velocidade de 5 m/s e considerando as velocidades em relação à terra, à temperatura ambiente. Determine a frequência percebida pelo observador. 4. Um trem bala passa apitando pela plataforma de uma estação. Uma pessoa que está parada na plataforma ouve o silvo com uma frequência de 450 Hz. Após a passagem do trem, a frequência parece cair para 300 Hz. Considerando a velocidade do som no ar igual a 340 m/s, qual a velocidade do trem, em km/h e, a frequência real emitida pelo apito do trem? 5. Uma ambulância se desloca com a velocidade de 108 km/h, com a sirene ligada e emitindo ondas sonoras de frequência igual a 620 Hz. Se uma pessoa se desloca, em outro veículo, com a velocidade de 90 km/h e em direção à ambulância qual o valor da frequência aparente ouvida pela pessoa? 6. (PUC-RS) Um observador parado na calçada de uma avenida observa a passagem de um carro-ambulância com a sirene acionada. Após a passagem do carro, o observador percebe que a frequência do som da sirene diminuiu. Esse fenômeno é conhecido como: a. Doppler. b. Volta c. Joule. d. Fotoelétrico. e. De reverberação. 7. (Faap – SP) Considere que a velocidade máxima permitida nas estradas é 80 km/h. A sirene de um posto rodoviário soa com uma frequência de 700 Hz, enquanto um veículo de passeio e um policial federal rodoviário se aproximam do posto emparelhados. O policial dispõe de um medidor de frequências sonoras. Dada a velocidade do som de 350 m/s, ele deverá multar o motorista quando seu aparelho medir a frequência sonora de, no mínimo: a. 656 Hz b. 745 Hz c. 655 Hz Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA d. 740 Hz e. 860Hz. 8. O efeito Doppler pode ocorrer em diversas situações. Se uma fonte produz ondas na superfície de um lago, em um barco, em repouso no meio do lago que, ao ser atingido pelas ondas, oscila com frequência de 5 Hz. O barco passa, então, a se movimentar sobre a reta que liga o barco à fonte. Sabendo que o barco passa a oscilar com frequência 8 Hz e que a velocidade de propagação das ondas na água é de 20 m/s, podemos afirmar que: a. O barco aproxima-se da fonte com velocidade de 8 m/s; b. O barco afasta-se de fonte com velocidade de 8 m/s; c. O barco aproxima-se da fonte com velocidade de 12 m/s; d. O barco afasta-se da fonte com velocidade de 12 m/s; e. O barco aproxima-se da fonte com velocidade de 16 m/s. REVISÃO DE LOGARITMOS Como acontece com toda as operações matemáticas, a EXPONENCIAL também tem a sua operação inversa: o LOGARITMO. A soma tem a subtração, a multiplicação tem a divisão, as potencias tem as suas raízes e, assim a exponencial (uma operação com potências) tem o Logaritmo, no sentido inverso. Definição de logaritmo: Se ܽ ∈ ℝ e ܾ ∈ ℝ, com ܽ > 0 e 0 < ܾ ≠ 1 define-se: ݈݃ܽ = ݔ ⟹ ܽ = ܾ௫ Onde ( ܽ ) é chamado de logaritmando, ( ܾ ) é a base e ( ݔ ) é o logaritmo. E a expressão ݈݃ܽ = ݔ, lê - se: logaritmo de a na base b igual a x. Principais propriedades conjugadas: Exponencial e Logaritmo Pela definição temos: ݈݃ܽ = ݔ ⟹ ܽ = ܾ௫.... Emconsequência temos: a. Logaritmo de 1 (um) em qualquer base igual a 0 (zero), pois todo número elevado a 0 (zero) é igual a 1 (um); logo ݈݃1 = 0, pois ܾ = 1; ∀ܾℝା b. Se o Logaritmando é igual a Base o logaritmo é igual a 1 (um), logo ݈ܾ݃ = 1, pois ܾଵ = ܾ; ∀ܾℝା No universo das potencias se ܾହ = ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ ݁ ܾଷ = ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ temos: 1. ܾହ ∙ ܾଷ = (ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ) ∙ (ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ) = ଼ܾ Como as bases são iguais, foi conservada e os expoentes foram somados. 2. ఱ య = ∙∙∙∙ ∙∙ , ݏ݈݂݅݉݅݅ܿܽ݊݀ ఱ య = ܾ ∙ ܾ = ܾଶ Como as bases são iguais, foi conservada e os expoentes foram subtraídos. 3. (ܾହ)ଷ = (ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ) ∙ (ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ) ∙ (ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ ∙ ܾ) = ܾଵହ A base foi conservada e os expoentes foram multiplicados. Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA Estes três casos mostrados servirão de demonstração para as três propriedades que vamos mostrar na tabela seguinte. Sendo ݈݃ܽ = ݔ ⟹ ܽ = ܾ௫ e ݈݃ܿ = ݕ ⟹ ܿ = ܾ௬ Quando a base do logaritmo não está especificada significa que estamos tratando de um logaritmo na base 10 → log ܽ = ݔ, e a expressão log ܽ = ݔ, lê - se: logaritmo de a na base 10 igual a ݔ. EXEMPLOS: 1. log 8 = 0,903 ou seja logaritmo de 8 na base 10 igual a 0,903. 2. log 0,8 = log 8/10 = log 8 − ݈݃10 = 0,903 − 1,000 = −0,097. 3. log 5 = log 5 = 0,699 4. log 50 = log 5 ∙ 10 = log 5 + ݈݃10 = 0,699 + 1,000 = 1,699 5. log 0,5 = log 5/10 = log 5 − ݈݃10 = 0,699 − 1,000 = −0,301 Com base na tabela podemos compor os logaritmos na base 10 dos valores dados na tabela. Observe que o valor do logaritmo é igual ao expoente da potência de 10: A tabela abaixo mostra logaritmos inteiro de −15... −5 a 5... 15 log 0,000000000000001 = −15 ................................................................... log 0,00001 = −5 log 0,0001 = −4 log 0,001 = −3 log 0,01 = −2 log 0,1 = −1 log 1,0 = 0 log 10,0 = 1 log 100,0 = 2 log 1000,0 = 3 log 10000,0 = 4 log 100000,0 = 5 ................................................................... log 1000000000000000,0 = 15 Cálculos com Logaritmos: Conhecendo os logaritmos de 1, 2, 3, 7, 11 você pode construir muitos outros logaritmos. log 1,0 = 0 log 2,0 = 0 , 301 log 3,0 = 0 , 477 log 7,0 = 0,845 log 11,0 = 1, 0 41 Exponenciais Logaritmos ܽ ∙ ܿ = ܾ௫ ∙ ܾ௬=ܾ௫ା௬ ݈݃(ܽ ∙ ܿ) = ݈݃ܽ + ݈݃ܿ ܽ ܿ = ܾ௫ ܾ௬ = ܾ௫ି௬ ݈݃ ቀ ܽ ܿ ቁ = ݈݃ܽ − ݈݃ܿ ܽ = (ܾ௫) ݈݃ܽ = ݊ ∙ ݈݃ܽ Tabela de Algumas Potência de base 10 Expoentes Negativos Nulo Expoentes Positivos 10ିହ 10ିସ 10ିଷ 10ିଶ 10ିଵ 10 10ଵ 10ଶ 10ଷ 10ସ 10ହ 0,00001 0,0001 0,001 0,01 0,1 1,0 10,0 100,0 1000,0 10000,0 100000,0 Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA 1. Cálculo do log 5 = ? Solução: 5 = ଵ ଶ logo o ݈݃ 5 = ݈݃ ଵ ଶ . Aplicando a propriedade da divisão encontramos: ݈݃ ଵ ଶ = ݈݃10 − ݈݃2 de onde vem ݈݃ ଵ ଶ = 1,000 − 0,301 = 0,699 2. Cálculo do log 6 = ? Solução: 6 = 2 ∙ 3 logo o ݈݃ 6 = ݈݃ (2 ∙ 3). Aplicando a propriedade do produto temos: ݈݃(2 ∙ 3) = ݈݃10 − ݈݃2 de onde vem ݈݃(2 ∙ 3) = 0,301 + 0,477 = 0,778 3. Cálculo do log 4 = ? Solução: 4 = 2ଶ logo o ݈݃ 4 = ݈݃2ଶ. Aplicando a propriedade da potenciação temos: ݈݃2ଶ = 2 ∙ ݈݃2 de onde vem ݈݃4 = 2 ∙ 0,301 = 0,602 4. Cálculo do log 8 = ? Solução: o log 8 pode ser calculado de dois modos já estudados, pois 8 = 2ଷ ou 8 = 2 ∙ 4, de qualquer modo encontraremos o valor 0,903 5. Cálculo do log 9 = ? Solução: 9 = 3ଶ, do mesmo modo do log 4. Calculamos pela propriedade da potenciação e encontramos valor de 0,954 Observando os valores encontrados para os logaritmos calculados anteriormente, verificamos que de 1 a 9 encontramos um número decimal em que a parte inteira é nula: 0,xxx, mas pela tabela, para 11 encontrou-se o valor 1,041. Deste modo podemos observar que calculando o logaritmo de um número qualquer, encontraremos um número misto do tipo “c,m”. Ao valor de (c), parte inteira do logaritmo é dado o nome de característica e à parte decimal (m) é dado o nome de mantissa. Estes nomes são atribuídos a Henry Briggs quem elaborou a primeira tabela de logaritmos para valores de 1 até 1000 e com nove casas decimais. As características variam conforme as potências de 10. De 1 a 9 implica 10, a característica é 0, de 10 a 99 implica 10ଵ, a característica é 1, de 100 a 999 implica 10ଶ, a característica 2 e assim continua. No que diz respeito à mantissa os valores são os mesmos, repetidos: a mantissa de 1, 10, 100, 1000 e 10000000000 é a mesma _,000; para 2, 20, 200 etc. é a mesma _,301. No caso de 11, 110, 1100 ou 110000000000 é a mesma _,041 e assim vai acontecendo. Consulte uma tabela e complemente seus estudos. TRATAMENTO ACÚSTICO O tratamento acústico de um ambiente tem como finalidade dar condições adequadas de audibilidade para que o som seja ouvido sem distorções ou defeitos, a exemplo do o eco ou mesmo excesso de reverberação o que impedem a clareza da audição e causa distorção no timbre sonoro. O tratamento é um condicionamento visando proporcionar o conforto acústico ao ambiente. Deste modo o tratamento acústico, tanto pode ser para amplificar a intensidade do som (reforço), como para melhorar sua qualidade, ou mesmo para isolá-lo, parcial ou completamente, impedindo a passagem de suas ondas, no caso de isolamento acústico. REFORÇO Foi visto em Reflexão, que quando o som é emitido num ambiente fechado, como uma sala, ou um auditório, um ouvinte pode ser atingido diretamente por parte deste som, (o som direto), ou ser atingido pela parte que é refletida pelas paredes e teto, (o som refletido) que é o som de reforço no ambiente. No entanto, mesmo em ambientes externos podem ser criar situações de reforço e correção de distorções do som, colocando planos de reflexão ou de absorção, dotados de materiais apropriados, isto é, bons refletores ou absorvedores de ondas sonoras. As formas construtivas dos auditórios, teatros, conchas acústicas, etc., já são pensadas de modo a promover o reforço acústico para os ouvintes, de modo que eles não percebam o eco, nem Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA outras distorções, pois o som pode virar ruído. Os planos refletores devem se alternar com os planos absorvedores de modo que o ouvinte perceba o som com a melhor qualidade possível. Para isto. O Arquiteto deve ter a assessoria de um Engenheiro de Som qualificado. TEMPO DE REVERBERAÇÃO Num compartimento, sempre que uma fonte sonora é desligada, decorre certo período de tempo até que a energia sonora seja absorvida pelas superfícies desse compartimento. Este período é chamado de REVERBERAÇÃO, e em várias situações, a reverberação é um dos parâmetros acústicos mais importantes e medidos nas caraterísticas e, avaliação das qualidades acústicas do ambiente. O tempo de reverberação corresponde ao intervalo, medido em segundos, durante o qual a energia sonora, após múltiplas reflexões, demora para se extinguir. Segundo (NBR 12179/1992) “o tempo de reverberação é medido como o tempo necessário para que o som sofra um decréscimo de intensidade de 60 dB”. O projeto acústico deverá então corrigir e controlar a presença de ecos e reflexões indesejáveis, adequando as condições de ressonância e o tempo de reverberação ideal, para melhorar a inteligibilidade da palavra, a musicalidade dos instrumentos musicais e, a perfeita percepção do som pelo usuário. Para tanto é necessária a identificação do tempo ótimo de reverberação do ambiente, para então condicionar o ambiente de acordo com suas necessidades. O tempo ótimo estará relacionado com o volume (V) e a finalidade do local, bem como as áreas e coeficientes de absorção do material (ߙ), empregado nas superfícies. Coeficiente de absorção(ߙ): fração da energia absorvida quando as ondas sonoras incidem na superfície dos materiais. De modo que cada material pode ser mais ou menos absorvente, isto é, maior ou menor isolante acústico. Esquema Gráfico: Energia Acústica: ܧ = ݁݊݁ݎ݃݅ܽ ݅݊ܿ݅݀݁݊ݐ݁; ܧ = ݁݊݁ݎ݃݅ܽ ܾܽݏݎݒ݅݀ܽ; ܧ = ݁݊݁ݎ݃݅ܽ ݎ݂݈݁݁ݐ݅݀ܽ; ܧௗ = ݁݊݁ݎ݃݅ܽ ݀݅ݏݏ݅ܽ݀ܽ; ܧ௧ = ݁݊݁ݎ݃݅ܽ ݐݎܽ݊ݏ݂݁ݎ݅݀ܽ. ܧ = ܧ + ܧ , ܧ = ܧௗ + ܧ௧ ܧ = ܧ + ܧௗ + ܧ௧ O coeficiente de absorção (α) é igual à relação entre a energia absorvida e a energia incidente. ߙ = ܧ ܧ Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA CÁLCULO DO TEMPO DE REVERBERAÇÃO O físico Wallace Clement Sabine, considerado o pai da arquitetura acústica, desenvolveu uma equação, de forma empírica, que nos permite calcular o tempo de reverberação em função do volume do ambiente e a área total de absorção. ܶ = 0,161 ∙ ܸ ܣ Em que: T = tempo de reverberação (em segundos); V = volume do ambiente (m3); A = absorção total (sabines). Num ambiente a Absorção total é dada por: ܣ = ܵଵߙଵ + ܵଵߙଵ + ⋯ +ܵߙ + ܰ௦௦௦ߙ௦௦௦ + ܰó௩௦ߙó௩௦ + ܸߙ (sabines). Recomenda-se a fórmula de Sabine quando o coeficiente médio dos materiais de absorção for menor ou igual a 0,3. A absorção depende não só do material como da porosidade e também da frequência. Tempo Ótimo de Reverberação O gráfico extraído da NBR 12179/1992 permite encontrar o tempo ótimo de reverberação de alguns recintos, em função do seu volume, para uma frequência de 500 Hz. Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA Fator de Correção do Tempo Ótimo para valores de frequências diferentes da do gráfico. Esta tabela permite que trabalhemos com todas as frequências da tabela 2 da NBR 12179 usando a fórmula: ܶ = ݊ ∙ ܶ Exemplo: Para ܶ = 0,6 no gráfico, para 1000 Hz fica ଵܶ = 0,9 ∙ 0,6 = 0,54 e para 250 Hz fica ଶܶହ = 0,69 TRATAMENTO ACÚSTICO Em geral o tratamento acústico de ambientes é feito com o controle do tempo de reverberação e posicionando-se placas absorvente, ou refletoras, em posições adequadas nas paredes e tetos dos Frequência (Hz) Ator de Correção (n) 125 1,40 250 1,15 1000, 2000 e 4000 0,90 Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA recintos, de modo a melhorar o tempo de Reverberação e, com isso, oferecer um som puro, claro e sem a presença de eco etc. Controlando o tempo de reverberação permite-se melhor audibilidade evitando-se que os sons no recinto se misturem, distorcendo a qualidade sonora. A NBR 12179 /1992 - Tratamento Acústico em Recintos Fechados, na tabela 2 reproduz os valores de absorção acústica dos elementos, extraídos da tabela de Hans W. Bobran. Se um material tem o coeficiente de absorção = 0,03, será considerado um bom refletor, pois absorve somente 3% do energia sonora que incide sobre ele, enquanto reflete os outros 97%, já um material em que o valor de é de 0,92 será bastante absorvente, uma vez que que reflete apenas 8% do som total incidente sobre ele e absorve os 92% restantes. Na prática não existe um material 100% absorvente sonoro (0% refletor) ou 100% refletor sonoro (0% absorvente). Entretanto o próprio Hans W. Bobran, considera Uma Janela Aberta como 100% absorvente. Não cita nenhum material 100% refletor, mas na prática os materiais bastantes lisos e em geral, de grandes densidades, perto do “Espelho Plano Ideal”, assim como o vidro liso de 1000 a 2000 Hz, chagam próximos aos 100%. ISOLAMENTO ACÚSTICO O isolamento acústico de um ambiente é feito com o uso de materiais absorventes, que em geral são materiais porosos e de baixa densidade. Materiais e sistemas absorvedores sonoros podem agrupar-se em três categorias nas diferentes faixas de frequências: Valor do Isolamento Acústico de alguns Materiais de Construção Usuais Materiais Frequência em Hz 125 250 500 1000 2000 4000 Reboco áspero cal 0,03 0,03 0,03 0,03 0,04 0,07 Reboco liso 0,02 0,02 0,02 0,02 0,03 0,06 Superfície de concreto 0,02 0,03 0,03 0,03 0,04 0,07 Chapa de mármore 0,01 0,01 0,01 - 0,02 - Revestimento aderente de vidro 0,04 - 0,03 - 0,02 - Revestimento de vidro espaçado cada 5 cm da parede 0,25 0,20 0,10 0,05 0,02 0,02 Vidraça de janela - 0,04 0,03 0,02 - - Tapete de borracha 0,04 0,04 0,08 0,12 0,03 0,10 Taco colado 0,04 0,04 0,06 0,12 0,10 0,17 Tapete de veludo 0,04 0,06 0,10 0,24 0,42 0,60 Chapa de acústica macia diretamente na parede 0,03 0,13 0,39 0,71 0,82 0,73 Revestimento de amianto pulverizado, esp. +/- 12 mm - 0,30 0,35 0,50 0,60 - Chapa absorvente microporosa em chapa de base espaçada da parede de 50 mm 0,37 0,70 0,59 0,54 0,59 0,62 Folha absorvente fina, microporosa, a 50 mm da parede, espaço vazio. 0,04 0,15 0,52 0,95 0,93 0,58 Uma pessoa com cadeira 0,33 - 0,44 - 0,46 - Cortina grossa, drapeada (ondulada) 0,25 - 0,40 - 0,60 - Tela cinematográfica 0,10 - 0,20 - 0,50 - Público em ambientes muito grandes, por pessoa 0,13 0,31 0,45 0,51 0,51 0,43 *Janela aberta 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 Madeira compensada de 3 mm a 50 mm da parede, espaço vazio 0,25 0,34 0,18 0,10 0,10 0,06 Madeira compensada de 3 mm a 50 mm da parede, espaço vazio, amortecido nas bordas 0,46 0,47 0,23 0,12 0,10 0,06 Madeira compensada de 3 mm a 50 mm da parede, espaço enchidos com lã mineral 0,67 0,65 0,24 0,12 0,10 0,06 Valores extraídos da tabela 2 da NBR 12179/1992 Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA a. Porosos e fibrosos (mais eficazes nas altas frequências) b. Ressoadores (mais eficazes nas médias frequências) c. Membranas (mais eficazes nas baixas frequências) Aplicação de materiais Isolantes acústicos sobre paredes; Camada Porosa Sobre Parede Camada porosa com revestimento perfurado Placas acústicas perfuradas Placas acústicas estriadas Membrana vibrante sobre estrutura de madeira Placas de ressonância de Helmholz Isopor O nome Isopor é sinônimo de poliestireno expandido, que é um elemento com alta resistência à compressão e à vibração mecânica, tem baixa condutibilidade térmica, absorve pouca água e umidade, é um bom isolante acústico. Além de ser resistente à difusão do vapor, o poliestireno expandido também não propaga chamas. Placas de ressonância com fendas Lã de Vidro A lã de vidro é um dos melhores materiais para o tratamento acústico, podendo ser usada como isolante acústico, - evitando a transferência de ondas sonora de um ambiente para o outro, ou na absorção acústica, no tratamento acústico de um ambiente. Com as mesmas propriedades acústicas existem outros tipos de lãs, como: lã de pedra, lã de madeira etc. Exercícios 1. Um salão para concertos tem 11,00 metros de largura, 15,00 metros de comprimento por uma altura média de 10,00 metros. O acesso do público é feito pelo fundo a plateia que é protegido por uma cortina grossa drapeada, em toda sua extensão, a parede do fundo Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA do palco é em chapa leve de lã de madeira, de 50 mm diretamente em parede rígida. O piso é tapete de 5 mm sobre base de feltro de 5 mm, as paredes laterais são revestidas com reboco liso e o teto revestido com concreto. O público é de 60 pessoas sentadas. Não considere os músicos nem abertura: portas e janelas. Calcule: a. O tempo ótimo de reverberação para 250 Hz, 2000 e 4000 Hz; b. A absorção total da sala; c. O tempo de reverberação não corrigido; d. A absorção para atender o tempo ótimo para a frequência de 500 Hz 2. Calcule o tempo de reverberação nas frequências de 500 e 2000 Hz, para um recinto destinado à opera que tem forma retangular de 12,00 metros de comprimento por 10,00 metros de largura e pé direito médio de 5,00 metros. O teto é revestido em concreto, as paredes com reboco liso, sendo que a parede do fundo da plateia é totalmenteprotegida por uma cortina grossa drapeada e no fundo do palco tem uma tela cinematográfica de 7,00 por 3,00 metros. Na plateia existem 20 cadeiras estofadas com couro sintético, vazias e as outras 64, estão ocupadas. Não considere portas ou janelas - (Se a tabela acima não tiver o coeficiente de absorção procure na NBR). 3. Determine os planos de reflexão sonora no ambiente abaixo, de modo a contemplar todos os ouvintes, usando os planos A e B do teto e C e D das paredes, na figura abaixo, evite reflexão na parede do fundo. Determinado os planos de reflexão os outros são absorventes. LUMINOTÉCNICA A luminotécnica estuda de modo eficiente a aplicação dos conceitos e técnicas de iluminação artificial em ambientes, sejam eles internos ou externos. É importante lembrar que Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA devido a sustentabilidade os projetos, na atualidade, visam utilizar ao máximo os recursos naturais renováveis como elementos de iluminação: a Luminotécnica é uma arte que concilia conhecimento técnico, gosto pessoal, bem como aspetos emocionais. LUZ As pessoas não vêm a luz, elas apenas a sentem, pois, a luz é um elemento subjetivo. Os objetos quando estão iluminados dão uma sensação de claro ou escuro. A sensação de claro e escuro depende muito das cores e estado de conservação da pintura do ambiente, paredes e teto. Ao se falar na luz nos vem em mente o Sol maior emissor natural de luz através de ondas eletromagnéticas. Deste modo podemos definir Luz com sendo uma onda eletromagnética, que além de produzir claridade e cores (efeitos visuais), emite radiações ultravioletas as quais são responsáveis pelo desbotamento de diversos materiais com tecidos, madeiras e outros objetos quando expostos à luz por um longo tempo. A luz do Sol emite a radiação infravermelha responsável pela produção de calor. Todos os efeitos radiativos causados pelo Sol, numa escala bem menor, são também causados pelas lâmpadas. COR E TEMPERATURA As lâmpadas emitem luz com uma determinada cor, baseada na classificação das cores da luz emitida pelo sol (luz natural): a luz de tonalidade branca é vista ao meio-dia, enquanto que as luzes de tonalidade amarelada e alaranjada são vistas ao entardecer. A cada cor é associada uma determinada temperatura, medida através da temperatura Kelvin e variando de 2.000 a 6.100 K. Deste modo, cada modelo de lâmpada emite uma luz com determinada cor e consequentemente uma determinada temperatura. TIPOS DE LÂMPADAS e SUA FAIXA DE TEMPERATURA INTENSIDADE LUMINOSA (I) É a potência da radiação luminosa numa dada direção. A intensidade luminosa é a grandeza de base do sistema internacional para iluminação, e a unidade é a candela (cd). COR DA LUZ E TEMPERATURA Cor Situação Temperatura Luz Amarela Luz Quente Menor ou igual a 3.000 K Luz Branca Luz Branca Natural De 3.000 K a 6.000 K Luz Azul-Violeta Luz Fria Igual ou maior que 6.000 K Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA FLUXO LUMINOSO (F) É a potência de radiação total emitida por uma fonte de luz, em todas as direções do espaço e capaz de produzir uma sensação de luminosidade através do estímulo da retina ocular, é a potência de energia luminosa de uma fonte percebida pelo olho. Seu símbolo é a letra grega “fi” maiúscula – Φ e, sua unidade é o lúmen. LÚMEN (lm) É a energia luminosa irradiada por uma candela sobre uma superfície esférica de 1 m2 e cujo raio mede 1 m, de intensidade invariável em todas as direções. Considerando que a área de uma esfera 4 ∙ ߨ ∙ ݎଶ, temos um fluxo luminoso Φ igual a: Φ = 4 ∙ ߨ ∙ 1ଶ ⇒ Φ = 12,56 lm As lâmpadas conforme seu tipo e potência apresentam fluxos luminosos diversos: Lâmpada incandescente de 100 W: 1000 lm; Lâmpada fluorescente de 40 W: 1700 a 3250 lm; Lâmpada de led de 40 W: 3600 lm; Lâmpada vapor de mercúrio 250 W: 12.700 lm; Lâmpada multi vapor metálico de 250 W: 17.000 lm ILUMINÂNCIA OU ILUMINAMENTO (E) É a relação entre o fluxo luminoso incidente numa superfície e a superfície sobre a qual este incide; ou seja, é a densidade de fluxo luminoso na superfície sobre a qual este incide. A unidade é o LUX, definido como o iluminamento de uma superfície de 1 m² recebendo de uma fonte puntiforme a 1m de distância, na direção normal, um fluxo luminoso de 1 lúmen, uniformemente distribuído. EXEMPLOS DE ILUMINÂNCIA Dia ensolarado de verão em local aberto - 100.000 luxes Dia encoberto de verão - 20.000 luxes Dia escuro de inverno - 3.000 luxes Boa iluminação de rua - 20 a 40 luxes Noite de lua cheia - 0,25 luxes Luz de estrelas - 0,01 lux. EFICIÊNCIA LUMINOSA É a relação entre o fluxo luminoso emitido, quantidade de Lúmens irradiados por uma lâmpada, e a potência elétrica consumida por esta lâmpada. Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA ߝ = ݈݉ ܹ Lâmpada incandescente de 100 W: 10 lm/W; Lâmpada fluorescente de 40 W: 42,5 lm/W a 81,5 lm/W; Lâmpada de led de 40 W: 90 lm/W; Lâmpada vapor de mercúrio de 250 W: 50 lm/W; Lâmpada multi vapor metálico de 250 W: 68 lm/W. CÁLCULO LUMINOTÉCNICO Basicamente existem dois métodos para cálculo luminotécnico: Método dos Lumens ou Método do Fluxo Luminoso; Método Ponto por Ponto. O Processo das Cavidades Zonais é uma variação do método dos lúmens. O método mais utilizado para sistemas de iluminação em edificações é o método dos Lumens, ou método do Fluxo Luminoso, que consiste em determinar a quantidade de fluxo luminoso (lumens) necessário para determinado recinto baseado no tipo de atividade desenvolvida, cores das paredes e teto, piso e do tipo de lâmpada-luminária escolhidos. LUMINÂNCIA Indica a quantidade de luz (fluxo luminoso) que é refletida por uma superfície. A quantidade de iluminância tem como unidade de medida o Lux, que representa 1 (um) Lúmen por metro quadrado. TIPOS DE LUMINÁRIAS As luminárias são componentes acessórios elétricos, constituídas do invólucro que é a própria luminária conetores, reatores e as lâmpadas. As luminárias têm função de proteger as lâmpadas, orientar ou concentrar o fluxo luminoso, difundir a luz, reduzir o ofuscamento e proporcionar um bom efeito decorativo. As luminárias podem oferecer mais ou menos Fluxo luminoso em relação ao plano horizontal, conforma tabela abaixo. Classificação da luminária Fluxo luminoso em relação ao plano horizontal (%) Para o teto Para o plano de trabalho Direta 0-10 90-100 Semidireta 10-40 60-90 Indireta 90-100 0-10 Semi indireta 60-90 10-40 Difusa 40-60 60-40 Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA MÉTODO DOS LUMENS OU MÉTODO DO FLUXO LUMINOSO A maneira de efetivar este método, é utilizando a fórmula abaixo: ܨ = ܧ ∙ ܵ ݉ ∙ ݀ Onde: ܨ: fluxo luminoso em lumens; ܧ: iluminância ou nível de iluminamento em lux; ܵ: área do recinto em m²; ݉: coeficiente de utilização; ݀: fator ou coeficiente de depreciação. A partir do fluxo luminoso total necessário, determina-se o número de lâmpadas da seguinte forma: ܰ = ܨ ܮ N: Número de lâmpadas; F: Fluxo luminoso em lumens; L: Fluxo luminoso de cada lâmpada. Um projeto luminotécnico pode ser resumido em: ‰ Escolha da lâmpada e da luminária mais adequada ‰ Cálculo da quantidade de luminárias ‰ Disposição das luminárias no recinto ‰ Cálculo de viabilidade econômica ROTEIRO DE CÁLCULOS Para o cálculo de iluminação neste caso de Luminotécnica vai ser utilizada a NBR 5413/1992 1. Determinação da iluminância (E) a. Fatores determinantes da iluminação adequado Na tabela Abaixo Fatores de iluminação adequada, segundo a NBR 5413/1992), selecionamos a faixa de iluminância de um ambiente em função da idadedo usuário, velocidade e precisão com que serão realizadas as tarefas e por fim o índice de refletância do fundo da tarefa. Característica da tarefa e do observador Peso − 1 0 +1 Idade Inferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos Velocidade e precisão Sem importância Importante Critica Refletância do fundo da tarefa Superior a 70% ܦ݁ 30 ܽ 70% Inferior a 30% Os três valores encontrados serão somados algebricamente e para os resultados encontrados serão escolhidas as faixas de iluminamento adequado. Se a soma for igual a −2 ݑ − 3 usa-se a faixa Superior; Se a soma for igual a −1 ݑ 0 ݑ + 1 usa-se a faixa Média; Se a soma for igual a +2 ݑ + 3 usa-se a faixa Inferior. Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA b. Com os valores Superior, Médio ou Baixo acessamos o tópico 5.3 Iluminância em lux, por tipo de atividade (valores médios em serviço) do NBR 5413/1992. Exemplo: Se a atividade for desenho de arquitetura, a idade entre 40 e 55 anos, a velocidade e precisão crítica e a refletância do fundo da tarefa superior a 70%. A soma é: (0) + (+1) + (−1) = 0. Este resultado indica faixa Média. Na NBR 5413/1992, você vai ao tópico 5.3.14 Escritórios e daí até a linha: Desenho, engenharia mecânica e arquitetura........750 – 1000 – 1500. Você escolhe o valor 1000 lux que é a faixa média, logo: ܧ = 1000 ݈ݑݔ. 2. Cálculo do Índice Local (K) Índice Local é a relação entre as dimensões do recinto (comprimento “c” e largura “l”) e a altura da luminária em relação ao piso. ܭ = ܿ ∙ ݈ ℎ ∙ (ܿ + ݈) Onde: c = comprimento do recinto; l = largura do recinto; h = altura útil (da mesa de trabalho até a luminária). Exemplo: Se no exemplo anterior o recinto tem dimensões ܿ = 10,00 ݉ e ݈ = 7,20 ݉ com o pé direito de 4,00 ݉, e a luminária pendura 0,60 ݉ e a mesa de trabalho com 1,00 ݉ temos: ℎ = 4,00 − (1,00 + 0,60) = 2,40. Daí vem ܭ = ଵ,∙,ଶ ଶ,ସ∙(ଵା,ଶ) = ଶ, ଶ,ସ∙ଵ,ଶ = ଶ, ସଵ,ଶ଼ = 1,744 ܭ = 1,74 3. Determinação do Fatora de depreciação e manutenção (d) Tem relação com o fluxo luminoso emitido no fim do período de manutenção e o fluxo luminoso emitido no início do período. Com o uso da tabela abaixo fornece estes valores em função de tipo do ambiente e os períodos de manutenção. Tipo do Ambiente Período de Manutenção 2.500 horas 5.000 horas 7.500 horas Limpo 0,95 0,91 0,88 Normal 0,91 0,85 0,80 Sujo 0,80 0,66 0,57 Exemplo: Se no problema que estamos resolvendo o ambiente é Limpo e o período de manutenção de 5.000 horas. No cruzamento da primeira linha com a segunda coluna da tabela encontramos ݀ = 0,91. 4. Determinação do Índice de Reflexão (Teto, Paredes e Piso) O índice de refletância do teto, paredes e do piso, devem ser calculados, pois eles vão compor a referência (índice) para o cálculo do Fator de Utilização. Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA Tabela dos índices de Reflexão Índice Reflexão Significado 1 10% Superfície Escura 3 30% Superfície Média 5 50% Superfície Clara 7 70% Superfície Branca Exemplo: Supondo que no exemplo acima, o Teto seja branco, as Paredes claras e o Piso escuro, encontramos nesta ordem: Teto-Parede-Piso, os valores: 7-5-1 ou 751. 5. Determinação do coeficiente de utilização (u) Entrando com o índice local (K) calculado anteriormente e a refletância calculada no item anterior, fazendo uso do tipo da luminária/lâmpada nas Tabelas do Coeficiente de Utilização (de A ao R). Exemplo: Se o tipo de luminária/lâmpada TCW 502-2TL 40 W direta com duas lâmpadas por luminária. Entrando na Tabelas dos Coeficientes de Utilização (de A ao R) em P, o nosso ܭ = 1,74 está entre 1,50 ݁ 2,00, logo vamos usar os valores de 2,00 e no cruzamento da linha 2,00 com a coluna de 751, encontramos o valor ݑ = 0,45. 6. Cálculo do Fluxo total de Lumens (Φ). Φ = ܵ ∙ ܧ ݀ ∙ ݑ Onde: S = Área (ܿ ∙ ݈) E = Iluminamento em lumens d = Fator de Depreciação u = Coeficiente de utilização Exemplo: Agora que já temos todos os valores desejados: Dados Cálculos ܵ = ܿ ∙ ݈ = 72,00 ݉ଶ ܧ = 1000 ݈ݑݔ ݀ = 0,91 ݑ = 0,45 Φ = 72 ∙ 1000 0,91 ∙ 0,45 = 72000 0,4095 = 175.824 ݈݉ 7. Cálculo do Número de Luminárias (݊). ݊ = Φ ߮′ Onde: ݊ = Número de Luminárias ߮′ = (݊ú݉݁ݎ ݀݁ ݈â݉ܽ݀ܽݏ ݎ ݈ݑ݉݅݊áݎ݅ܽ) ∙ ( ݂݈ݑݔ ݈ݑ݉݅݊ݏ ݀ܽ ݈ã݉ܽ݀ܽ ߮) Valor Típico de Fluxo Luminoso de Lâmpadas (߮) - (Tabela 5.3 Luminotécnica professor Hélio Creder) Incandescente Fluorescente Vapor de Mercúrio Potência watts Fluxo Luminoso lumens Potência watts Fluxo Luminoso lumens Potência watts Fluxo Luminoso lumens 25 230 20 1100 80 3600 40 450 32 2950* 125 6300 Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA 60 800 40 3000 250 12700 3500* 100 1500 110 7800 400 22000 Exemplo: Como são duas lâmpadas de 40 W, por cada luminária, então ߮′ = 2 ∙ 3000 = 6000 ݈݉. De onde ݊ = ଵହ଼ଶସ = 29,34 ou seja 30 luminárias que é um número par, e 60 lâmpadas. 8. Cálculo do espaçamento entre as luminárias. ݁ = ݂ ∙ ℎᇱ Onde: ݁= Espaçamento ℎᇱ=Altura útil Os valores de ݂ são dados abaixo conforme o tipo de iluminação, logo: ݁ = 0,9 ∙ 2,40 = 2,16 ݉ Fonte: Instalações Elétricas – Hélio Creder 15ª Edição - LTC O espaçamento de 2,16 m, como opinião, é um muito grande, por isso é melhor fazer a distribuição das lâmpadas manualmente, no desenho diretamente, e mais direcionada, não sobram nem faltam luminárias. Tabelas dos Coeficientes de Utilização (de A ao R) 1) Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA 2) 3) Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA 4) 5) Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA 6) 7) Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA 8) 9) Alfredo Coelho ARQUITETO e URBANISTA 1. Calcule o número de luminárias e, lâmpadas para iluminar uma sala de inspeção e remoção de manchas de uma tinturaria, medindo 7,00 metros de comprimento por 5,00 metros de largura e 3,70 metros de pé direito, com teto branco, paredes média e piso escuro. Sabendo que neste setor, a faixa etária é acima de 55 anos, a velocidade e precisão são consideradas crítica e refletância do fundo da tarefa é inferior a 30%. A altura do plano de trabalho é 80 centímetros. Utilize iluminação direta com lâmpadas fluorescentes em luminárias do Tipo TCH – 2TL40W, com 2 lâmpadas por luminária no teto, e um tempo de manutenção previsto em 7500 horas em ambiente limpo. 2. Calcule o número de luminárias e, lâmpadas para iluminar uma sala de estar de uma residência, medindo 7,00 metros de comprimento por 5,00 metros de largura e 2,90 metros de pé direito, com teto branco, paredes clara e piso escuro. Para uma faixa etária entre 40 e 55 anos, a velocidade e precisão são consideradas sem importância e refletância do fundo da tarefa é inferior a 30%. Utilize iluminação direta com lâmpadas fluorescentes em luminárias do Tipo TMS 500 – 2TLD 32W, com uma lâmpada por luminária e um tempo de manutenção previsto em 2500 horas em ambiente limpo. 3. Calcule o número de luminárias e, lâmpadas para iluminar uma sala de montagem e revisão de computadores, medindo 17,00 metros de comprimento por 12,00 metros de largura e 4,90 metros de pé direito, com teto branco, paredes claras e piso escuro. Sabendo que neste setor, a faixa etária é inferior 40 anos, a velocidade e precisão são consideradas crítica e refletância do fundo da tarefa é superior a 70%. Utilize iluminação direta com lâmpadas fluorescentesem luminárias do Tipo TCH – 4TL40W, com 4 lâmpadas por luminária, pendurada a 1,50 metro do teto. O tempo de manutenção previsto é de 2500 horas em ambiente limpo.
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