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01 Resumo Direito Empresarial - Aula 01 (19.10.2011)

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D. Empresarial 
Data: 19/10/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 
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Assuntos tratados: 
1º Horário. 
� Direito Da Empresa / Conceituação Inicial / Profissão Intelectual / Evolução da 
Teoria da Empresa / Registro ou Inscrição / Atividade Rural / Sociedades 
Empresárias vs. Sociedades Simples (tipos vs. natureza) 
2º Horário. 
� Empresário Individual / Capacidade do Empresário Individual 
 
E-mail do professor: pabloarruda@smga.com.br 
Website: www.smga.com.br (onde pode ser obtido material útil de apoio, 
principalmente de jurisprudência). 
Facebook: Pablo Arruda 
 
• Bibliografia: 
1) André Luiz Santa Cruz Ramos, Direito Empresarial Esquematizado, 
Editora Método. 
2) Fábio Ulhoa, Curso de Direito Empresarial – 3 volumes (CESGRANRIO). 
3) José Tavares Edwaldo Borba: Direito Societário de (CESGRANRIO). 
 
• Orientações de Estudo: 
Os Enunciados do CJF são de suma importância para a banca CESPE, que 
chegam a corresponder a 30% das questões de empresarial da prova da AGU. 
São poucas as Súmulas do STF, sendo elas de pouca importância para provas; a 
maioria pertence ao STJ, de relevo para provas. 
 
 
 
 
 
 
 D. Empresarial 
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1º Horário 
 
DIREITO DA EMPRESA 
 
1. Conceituação Inicial 
Empresa é a atividade econômica organizada, não é o lugar ou quem 
empreende, mas o próprio empreendimento. 
Três pessoas podem titularizar a empresa: 
a. Empresário Individual (art. 966, caput, CC) � trata-se de pessoa física. 
CC, Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
b. Sociedade Empresária (art. 982, caput, CC) � pessoa jurídica de direito 
privado. 
CC, Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade 
que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a 
registro (art. 967); e, simples, as demais. 
c. Empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) � a Lei 12.441, 
foi publicada em 11 de junho de 2011, sendo que o instituto só entra em vigor em 
janeiro de 2012. 
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por 
uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente 
integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo 
vigente no País. 
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" 
após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade 
limitada. 
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade 
limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. 
§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar 
da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, 
independentemente das razões que motivaram tal concentração. 
§ 4º ( VETADO). 
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§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada 
constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração 
decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, 
marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à 
atividade profissional. 
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, 
as regras previstas para as sociedades limitadas. 
O que determina se a atividade é ou não empresária é chamado elemento de 
empresa, que pressupõe a organização da atividade. 
Para se caracterizar o elemento de empresa exige-se a manipulação dos fatores 
de produção, quais sejam: capital, mão de obra, matéria prima e a técnica. 
Pode-se fazer a seguinte esquematização diante da presenta ou não do 
elemento de empresa: 
Elemento de 
Empresa 
Pessoa Física Pessoa Jurídica 
Com Empresário 
Individual 
Sociedade 
Empresária 
EIRELI empresária 
Sem Autônomo Sociedade Simples EIRELI simples 
Como se sabe, uma atividade pode ser desenvolvida por pessoa física ou pessoa 
jurídica. Se presente o elemento de empresa, a pessoa é caracterizada como 
empresário individual; se ausente, a pessoa é autônoma. Se a pessoa jurídica é 
formada por mais de um sócio, será sociedade empresária quando presente o 
elemento empresa ou sociedade simples quando ausente. Se a pessoa jurídica é 
formada por apenas um sócio, será EIRELI empresária quando presente o elemento 
empresa ou EIRELI simples quando ausente. 
O conceito do que representa atividade organizada não é unânime, havendo 
divergência, inclusive entre CESPE e CESGRANRIO: 
1ª Corrente – Majoritária: Tem-se como elemento essencial a mão de obra para 
que a atividade seja considerada empresária. Nesse sentido, fala-se que “empresário 
não faz, empresário manda fazer”. Trata-se de posicionamento de Ulhoa e Borba, 
também adotado pela CESPE. 
Exemplo 1: Aquele que faz pessoalmente entregas por meio de caminhão 
próprio é autônomo. Aquele que arrenda o caminhão para empresa que tem seus 
próprios motoristas ou que contrata motorista para dirigir o caminhão é empresário. 
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Exemplo 2: Sócios que, eles próprios, atuam como mecânicos em uma oficina 
compõem uma sociedade não empresária, ou seja, uma sociedade simples. Por outro 
lado, tendo empregados trabalhando para eles, tem-se sociedade empresária. 
2ª Corrente: Há adispensa da mão de obra, que não representa fator 
indispensável à caracterização. O que vai preponderar aqui é o caráter de 
impessoalidade. Isso porque, para eles, determinadas atividades são demasiadamente 
tecnológicas, podendo ser desenvolvidas sem o uso de mão de obra. Trata-se do 
pensamento de André Luiz Santa Cruz, bem como da banca CESGRANRIO. 
Exemplo 1: Pessoa que fornece “quentinhas” a um hospital é foi considerada 
empresária pela segunda ótica, pois não há pessoalidade na atividade em referência. 
Já, pela primeira ótica, pela falta de contratação de mão de obra, a atividade não seria 
empresária. 
Exemplo 2: Em caso de consultor que presta serviço de consultoria para 
empresas, nem pela primeira ótica, nem pela segunda, a atividade poderia ser tida 
como empresária, pois falta contratação de mão de obra e também a impessoalidade, 
afinal o serviço de consultoria é contratado pelos conhecimentos de profissional 
específico em determinada área. 
 
1.1. Profissão Intelectual 
CC, Art. 966, Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento 
de empresa. 
O legislador faz uma presunção ao não considerar empresário aquele que 
exerce profissão intelectual, pois o centro da produção, nesse caso, é a 
intelectualidade do profissional. Ainda que haja a contratação de mão de obra, o 
profissional não é considerado empresário, pois o funcionário funcionaria como mero 
ator coadjuvante na operação. 
Exemplo: Cirurgião plástico, músico, circense, pintor, escritor, etc. 
Porém, a parte final do dispositivo faz uma ressalva, em que será considerado 
empresário se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
Exemplo: Clínica que leva o nome de um médico, mas presta uma série de 
serviços por meio de diversos profissionais, o que extrapola a atividade do médico, 
consiste em uma sociedade empresária. 
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Assim, o médico é autônomo, mas o hospital é uma sociedade. O engenheiro é 
autônomo, quando reunido em grupo é sociedade simples, mas, quando se coloca 
como construtora, passa a haver uma sociedade empresária. 
Observação: Por vedação legal, a atividade da advocacia nunca é considerada 
empresária, consoante o Estatuto da OAB. 
 
1.2. Evolução da Teoria da Empresa 
À época do Código Comercial de 1850, a caracterização de empresa se dava 
com base nos atos de mercancia. No contexto, o Decreto 737 elencava as atividades 
consideradas de mercancia, sendo que, se houvesse o desenvolvimento de atividade 
ali elencada, haveria a caracterização como mercante, e, do contrário, não seria. 
Hoje, não nos importa mais qual a atividade desenvolvida, mas como ela é 
exercida, se de modo organizado ou não. Migrou-se da Teoria dos Atos do Comércio, 
de leitura objetivista (analisava-se apenas o elenco ou não na lista), para uma teoria 
subjetiva. 
 
2. Registro ou Inscrição 
CC, Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de 
Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. 
É obrigatório o registro antes que se dê início à atividade. Porém, não é o 
registro que define se a atividade é ou não empresária; o registro apenas determina se 
atividade é regular ou irregular. 
Aquele que exerce atividade organizada empresarialmente, mas não fez o 
registro é empresário, embora seja irregular. 
Nesse sentido, como destaca o CJF, o registro é elemento de regularidade e não 
de empresariedade. Assim, quanto à empresariedade, o efeito do registro é 
meramente declaratório. 
O legislador exige que, para sujeição à Lei 11.101/05, a atividade seja 
considerada empresarial. Então, uma sociedade irregular pode falir, pode inclusive 
pedir autofalência, conforme arts. 1º, 94 e 105, IV da Lei 11.101/05. 
Lei 11.101, Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação 
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante 
referidos simplesmente como devedor. 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: 
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I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida 
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o 
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; 
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia 
à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de 
recuperação judicial: 
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso 
ou fraudulento para realizar pagamentos; 
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar 
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da 
totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de 
todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; 
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de 
burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; 
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar 
com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; 
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para 
pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu 
domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; 
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de 
recuperação judicial. 
§ 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo 
para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo. 
§ 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela 
não se possam reclamar. 
§ 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será 
instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta 
Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto 
para fim falimentar nos termos da legislação específica. 
§ 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será 
instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução. 
§ 5o Nahipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência 
descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e 
especificando-se as que serão produzidas. 
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Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos 
requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua 
falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade 
empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos: 
IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se 
não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus 
bens pessoais; 
Porém, a sociedade irregular não pode pedir a recuperação judicial, pois a lei 
exige o exercício regular por pelo menos 2 anos, consoante art. 48, caput da Lei 
11.101. 
Lei 11.101, Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no 
momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos 
e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: 
(…) 
A sociedade irregular não pode ainda pedir a falência de seus devedores, pois, 
para tanto, o credor deve provar sua regularidade, nos termos do art. 97, parágrafo 1º 
da Lei 11.101. 
Lei 11.101, Art. 97, § 1o O credor empresário apresentará certidão do Registro 
Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades. 
Assim, o registro possui três efeitos distintos: 
a. Quanto à empresariedade � meramente declaratório. 
b. Quanto à personificação � constitutivo, pois é o registro que dá início à 
personalidade jurídica. 
c. Quanto à existência de uma relação societária � efeito declaratório, 
pois a existência da sociedade não depende de registro, mas de um conluio comum, 
para desforço comum dos sócios. 
 
2.1. Atividade Rural 
A atividade rural representa uma exceção ao abordado até então quanto ao 
registro. 
CC, Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, 
pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, 
requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, 
caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao 
empresário sujeito a registro. 
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Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos 
de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer 
inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, 
depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade 
empresária. 
Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um daqueles tipos, o 
pedido de inscrição se subordinará, no que for aplicável, às normas que regem a 
transformação. 
O registro do empresário rural é facultativo, podendo-se registrar na Junta 
Comercial, hipótese em que ficará equiparado ao empresário com registro obrigatório. 
Para que a atividade rural seja considerada empresária não basta o elemento 
de empresa, exigindo-se o registro na Junta Comercial. Logo, pode-se concluir que o 
registro do empresário rural tem efeito constitutivo. 
A expressão “empresário rural” do art. 984, caput, se refere ao elemento de 
empresa, o que não significa necessariamente a sujeição ao regime empresarial. Isso 
porque, aquele empresário rural de fato não se sujeita ao regime empresarial; só se 
sujeita aquele que o seja de fato e de direito, ou seja, aquele que tenha procedido ao 
registro. 
Pode-se falar que empresário rural não está sujeito à falência, pois o fato de ser 
faticamente empresário não significa que esteja sujeito ao regime empresarial. Ele só 
está sujeito à falência se for empresário e só é empresário se estiver registrado na 
Junta Comercial. 
 
3. Sociedades Empresárias vs. Sociedades Simples (tipos vs. natureza) 
CC, Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos 
regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de 
conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que 
lhe são próprias. 
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta 
de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis especiais que, 
para o exercício de certas atividades, imponham a constituição da sociedade 
segundo determinado tipo 
Art. 982, Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se 
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. 
As sociedades empresárias, organizadas, são tipos societários mais complexos, 
enquanto as sociedades simples, não organizadas, são tipos menos complexos. 
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Pela leitura dos dispositivos, pode-se fazer a seguinte esquematização: 
Sociedades Empresárias Sociedades Simples 
Sociedade em nome coletivo (arts. 1.039 a 1.044, CC) 
Sociedade em comandita simples (arts. 1.045 a 1.051, CC) 
Sociedade limitada (arts. 1.052 a 1.087, CC) 
Sociedade Anônima (arts. 1.088 a 
1.089, CC) 
Cooperativa (arts. 1.093 a 1.096, 
CC) 
Comandita por Ações (arts. 1.090 a 
1.091, CC) 
Simples Pura (arts. 997 a 1.038) 
Não obstante a previsão do art. 983 de que os tipos de sociedade previstos nos 
arts. 1.039 a 1.092 podem se constituir sob a forma de sociedade simples, deve-se ater 
para a disposição do art. 982, parágrafo único, do CC. 
O dispositivo em referência determina que, havendo ou não elemento de 
empresa, consideram-se empresárias as sociedades por ações. Assim, uma sociedade 
que a princípio seria simples, como aquela composta por médicos, se se der sob a 
forma de ações, será considerada empresária. Então, não se podem considerar 
empresárias as sociedades anônimas (arts. 1.088 e 1.089), nem as comanditas por 
ações (arts. 1.090 a 1.092).Em sequência, o mesmo dispositivo ressalta que a cooperativa, 
independentemente do objeto, será simples. O CJF diz que as cooperativas podem ter 
objeto empresarial, mas, ainda assim, conservarão sua natureza simples. Um bom 
exemplo é a Unimed, constituída sob a forma de cooperativa. 
Observação: A Lei 11.101 não se aplica às cooperativas que sejam instituições 
financeiras. Mas, a Lei 6.024 se aplica, por tratar da intervenção, liquidação e falências 
de instituições financeiras. 
É cediço que a Teoria da Empresa é subjetiva, mas é considerada objetiva nos 
seguintes casos: sociedade anônima, comandita por ações e cooperativas. Afinal, aqui, 
o critério analítico não é o elemento de empresa, mas o tipo societário. Nos casos das 
sociedades por ações, há presunção absoluta de empresariedade, enquanto que, nas 
cooperativas, há uma presunção absoluta de não empresariedade. 
 
 
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2
o
 Horário 
 
A parte final do art. 983 determina que, não adotando nenhum tipo especial, as 
sociedades simples serão rígidas pelas normas que lhe são próprias. Não se deve 
confundir a natureza simples (ausência de elemento de empresa) com o tipo simples. 
Por isso, essa espécie pode ser chamada de Simples Simples ou Simples Pura. 
Como se vê, as sociedades sob nome coletivo, comandita simples e limitadas 
pode ser simples ou empresárias, de modo que a sociedade simples que adota uma 
das formas empresárias não deixa de ser simples, como salientado pelo CJF. A exceção 
está nas sociedades por ações. 
Vale-se ater que, se uma sociedade limitada for empresária, pode falir e pedir 
recuperação judicial; se for simples, não pode. 
Importante observar o art. 1.150 do CC: 
CC, Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro 
Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade 
simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas 
fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de 
sociedade empresária. 
a. Empresário individual e sociedade empresária � vinculam-se ao 
Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM), devendo se registrar nas Juntas 
Comerciais. 
b. Sociedade simples � devem se registrar no Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas (RCPJ). 
Assim, sociedade anônima e comandita por ações devem sempre se registrar 
na Junta Comercial. 
Na prática, as cooperativas podem se registrar na Junta Comercial ou no RCPJ. 
Já, para fins de prova, existe divergência: 
1ª Corrente (Waldo Fazzio Júnior, CJF e CESPE): as cooperativas devem se 
registrar na Junta Comercial, pelo princípio da especialidade. As cooperativas são 
regidas pela Lei 5.764/71, onde houve a expressa previsão de que o registro deve se dá 
na Junta Comercial. 
2ª Corrente (Ulhoa, Borba e Ronald Sharp, FGV e provavelmente CESGRANRIO): 
o registro deve ser feito no RCPJ, pois, excepcionalmente, há possibilidade de nova lei 
geral posterior derrogar lei especial anterior, quando a mens legis anterior não mais se 
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justificar. A fragilidade registral do RCPJ não se verifica mais, como se dava à época da 
edição da lei, não havendo mais razão para essa distinção. 
 
4. Empresário Individual 
O empresário individual tem natureza jurídica de pessoa física, porém, é ele 
equiparado à pessoa jurídica. Assim, ele ao mesmo tempo possui um CNPJ e um CPF. 
Além do mais, o empresário individual possui patrimônio único, sendo que 
alguns bens são destinados ao uso pessoal e outros destinado ao uso empresarial. Tal 
se difere da sociedade, que possui patrimônio distinto daquele dos seus sócios. 
Por se ter um patrimônio único, a responsabilidade do empresário individual é 
ilimitada. 
Vale observar que, o empresário individual não precisa da autorização de seu 
cônjuge para alienar bem móvel ou imóvel que se destinem à atividade, ainda que tal 
se dê na constância de casamento com regime de comunhão de bens. 
CC, Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, 
qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio 
da empresa ou gravá-los de ônus real. 
Porém, insta destacar que, para que o bem seja considerado como destinado à 
atividade empresarial, é necessária a vênia conjugal. Para se fazer uma diferenciação 
do patrimônio, há uma presunção de que os bens registrados sob o CPF sejam da 
pessoa, enquanto os registrados sob o CNPJ sejam destinados à atividade. 
O empresário individual deve proceder ao registro na Junta Comercial, mas, 
ainda assim não adquire personalidade jurídica, justamente por se tratar de pessoa 
física. O empresário individual é apenas equiparado à pessoa jurídica para fins 
contábeis e tributários. 
Diante disso, não se pode falar em desconsideração de personalidade jurídico 
de empresa individual, por lhe faltar justamente o “véu”. Ademais, não há sentido 
nesse pensamento, até porque sua responsabilidade é ilimitada. 
 
4.1. Capacidade do Empresário Individual 
Vamos tratar agora da capacidade para ser empresário individual, que não se 
confunde com a capacidade para ser sócio. Porém, faremos algumas observações 
quando a referência for à pessoa do sócio. 
 D. Empresarial 
Data: 19/10/2011 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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CC, Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno 
gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. 
São dois os pressupostos para a capacidade do empresário individual: 
a. Capacidade civil plena; 
b. Não ser legalmente impedido. 
O clássico exemplo de sujeito impedido é do falido, que não pode ser 
empresário enquanto não forem declaradas extintas suas obrigações na falência, 
consoante arts. 102 e 158 da Lei 11.101. 
Lei 11.101, Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade 
empresarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas 
obrigações, respeitadoo disposto no § 1o do art. 181 desta Lei. 
Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz 
da falência que proceda à respectiva anotação em seu registro. 
Art. 158. Extingue as obrigações do falido: 
I – o pagamento de todos os créditos; 
II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinqüenta por 
cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia 
necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral 
liquidação do ativo; 
III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se 
o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei; 
IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se 
o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei. 
Para saber se o sócio sofre os efeitos da falência, deve-se verificar o tipo 
societário e do tipo de responsabilidade do sócio: 
a. Se o sócio tem responsabilidade ilimitada: declarada a falência da 
sociedade, será também decretada a sua falência, conforme art. 81 e 190 da Lei 
11.101. Exemplos: Sociedade em nome coletivo (art. 1.039 do CC) e comanditado de 
comandita simples (art. 1.045) 
Lei 11.101, Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios 
ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes, que ficam 
sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, 
por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o desejarem. 
§ 1o O disposto no caput deste artigo aplica-se ao sócio que tenha se retirado 
voluntariamente ou que tenha sido excluído da sociedade, há menos de 2 (dois) 
 D. Empresarial 
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anos, quanto às dívidas existentes na data do arquivamento da alteração do 
contrato, no caso de não terem sido solvidas até a data da decretação da falência. 
§ 2o As sociedades falidas serão representadas na falência por seus 
administradores ou liquidantes, os quais terão os mesmos direitos e, sob as 
mesmas penas, ficarão sujeitos às obrigações que cabem ao falido. 
Art. 190. Todas as vezes que esta Lei se referir a devedor ou falido, compreender-
se-á que a disposição também se aplica aos sócios ilimitadamente responsáveis. 
b. Se o sócio tem responsabilidade limitada: o decreto de quebra da 
sociedade não importa na falência do sócio, conforme art. 82 da Lei 11.101. Exemplos: 
Limitada (art. 1052), Sociedade Anônima (art. 1º da Lei 6.404), comanditário da 
comandita simples (art. 1.045). 
Lei 11.101, Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade 
limitada, dos controladores e dos administradores da sociedade falida, 
estabelecida nas respectivas leis, será apurada no próprio juízo da falência, 
independentemente da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para 
cobrir o passivo, observado o procedimento ordinário previsto no Código de 
Processo Civil. 
§ 1o Prescreverá em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da sentença de 
encerramento da falência, a ação de responsabilização prevista no caput deste 
artigo. 
§ 2o O juiz poderá, de ofício ou mediante requerimento das partes interessadas, 
ordenar a indisponibilidade de bens particulares dos réus, em quantidade 
compatível com o dano provocado, até o julgamento da ação de 
responsabilização. 
CC, Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita 
ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização 
do capital social. 
Lei 6.404, Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em 
ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de 
emissão das ações subscritas ou adquiridas. 
CC, Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas 
categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente 
pelo valor de sua quota. 
Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários. 
Por isso, o termo “falido” do art. 102 deve ser lido no sentido de englobar tanto 
a sociedade falida como o sócio de responsabilidade ilimitada. 
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Servidor público e funcionário público não podem exercer atividade 
empresária, afinal seus esforços devem ser direcionados ao desenvolvimento da 
atividade estatal. Além do mais, a máquina pública não pode ser destinada ao 
interesse particular. 
Observação: Servidor público e funcionário público podem ser sócios, mas não 
podem exercer cargo de administrador. Porém, há uma exceção: podem funcionar 
como membro de Conselho de Administração (CAD) de empresa pública ou sociedade 
de economia mista, afinal seu esforço estará sendo direcionado em parte para o Poder 
Público. 
O incapaz não pode ser empresário individual, pois o risco patrimonial a que 
estaria sujeito é incompatível com a responsabilidade ilimitada imposta, e o 
patrimônio do incapaz deve se destinar apenas à sua subsistência e à administração de 
seus próprios bens. Observe que tal não se dá por conta da falta de discernimento 
mental, pois do contrário, o incapaz poderia ser assistido ou representado. 
A lei não exige maioridade, mas apenas a capacidade para que a pessoa seja 
empresário individual. Assim, nada impede que o emancipado seja empresário, 
conforme art. 5º, parágrafo único, I a V do CC. 
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por 
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de 
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos 
tenha economia própria. 
Existem, entretanto, duas hipóteses excepcionais em que o incapaz pode ser 
empresário, casos em que se tem por objetivo preservar a atividade econômica, 
consoante art. 974 do CC. 
CC, Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente 
assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz,por seus 
pais ou pelo autor de herança. 
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São eles quais sejam: 
a. Sucessão; 
b. Incapacidade superveniente. 
Tal se refere ao empresário individual e não ao sócio, pois, nesse último caso, 
com a morte ou incapacidade, a sociedade continuaria. 
Para tanto, é necessária autorização judicial, o Judiciário deve analisar se a 
atividade desenvolvida pela empresa justifica o risco em que se coloca o incapaz. Essa 
autorização é precária, não fazendo coisa julgada, de modo que pode ser revertida a 
qualquer tempo. 
CC, Art. 974, § 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após 
exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em 
continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores 
ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos 
adquiridos por terceiros. 
Por óbvio, o incapaz deve ser assistindo ou representado. Mas, não se pode 
falar que será o representante legal quem irá continuar a empresa, pois quem o faz é o 
incapaz. 
Se o representante ou assistente é servidor público, deve-se nomear gerente 
para exercer os atos, nos termos do art. 975 do CC. Vale observar que a nomenclatura 
é inadequada, pois, de fato, a figura corresponde a de um administrador. 
CC, Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por 
disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a 
aprovação do juiz, um ou mais gerentes. 
§ 1o Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz 
entender ser conveniente. 
§ 2o A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do menor ou do 
interdito da responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados. 
Observação: Consoante atr. 974, parágrafo 3º do CC, com redação nova dada 
pela Lei 12.399/11, o incapaz pode ser sócio, desde que: 
CC, Art. 974, § 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas 
Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que 
envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes 
pressupostos: (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) 
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; (Incluído pela 
Lei nº 12.399, de 2011) 
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II – o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei nº 12.399, 
de 2011) 
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz 
deve ser representado por seus representantes legais. (Incluído pela Lei nº 12.399, 
de 2011) 
a. Tenha responsabilidade limitada; 
b. O capital esteja totalmente integralizado (tecnicamente, essa exigência 
só existe na sociedade do tipo limitada, por conta do art. 1.052 do CC, entretanto a 
CESPE a aplica indistintamente, inclusive na sociedade anônima e na comandita por 
ações, vide Prova da AGU 2010). 
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao 
valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do 
capital social. 
Na sociedade limitada, enquanto o capital social não estiver todo integralizado, 
todos os sócios ficam solidariamente responsáveis. Frisa-se que a responsabilidade dos 
sócios não é ilimitada; ela continua limitada, pois se restringe ao montante ainda não 
integralizado. 
Não há como concordar com a CESPE ao estender o dispositivo às sociedades 
por ações. Como se sabe, o tipo S.A. tende a ser adotado por grandes grupos, sendo 
que seus sócios não costumam se conhecer, tampouco confiar uns nos outros. Ao 
exigir-se a integralização do capital para afastar a responsabilidade ilimitada, estar-se-
ia desprestigiando a adoção desse tipo societário. 
c. Seja assistido ou representado; 
d. Não exerça a administração, pois esta se dá em caráter intuito personae, 
conforme art. 1.018 do CC. Apenas a sociedade pode outorgar poderes a outrem para 
exercer a administração, não podendo os sócios fazê-lo. Como o incapaz não poderia 
administrar por suas mãos, teria que ser assistido ou representado, o que não é 
permitido. 
CC, Art. 1.018. Ao administrador é vedado fazer-se substituir no exercício de suas 
funções, sendo-lhe facultado, nos limites de seus poderes, constituir mandatários 
da sociedade, especificados no instrumento os atos e operações que poderão 
praticar. 
Observação Final: O CPC/73 conservou dispositivos do CPC/39, sendo que essas 
ressalvas estão no seu art. 1.218. Um dos dispositivos mantidos é a dissolução de 
sociedade, regida pelas normas do CPC/39, a qual é aplicável tanto para a dissolução 
total como parcial. Porém, a exclusão do sócio deve seguir o rito ordinário, por não 
estar inclusa na lista. 
 D. Empresarial 
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CPC, Art. 1.218. Continuam em vigor até serem incorporados nas leis especiais os 
procedimentos regulados pelo Decreto-lei no 1.608, de 18 de setembro de 1939, 
concernentes: 
I - ao loteamento e venda de imóveis a prestações (arts. 345 a 349); 
II - ao despejo (arts. 350 a 353); 
III - à renovação de contrato de locação de imóveis destinados a fins comerciais 
(arts. 354 a 365); 
IV - ao Registro Torrens (arts. 457 a 464); 
V - às averbações ou retificações do registro civil (arts. 595 a 599); 
Vl - ao bem de família (arts. 647 a 651); 
Vll - à dissolução e liquidação das sociedades (arts. 655 a 674); 
Vlll - aos protestos formados a bordo (arts. 725 a 729); (Incluído pela Lei nº 6.780, 
de 12.5.1980) 
IX - à habilitação para casamento (arts. 742 a 745); (Inciso VIII renumerado pela 
Lei nº 6.780, de 12.5.1980) 
X - ao dinheiro a risco (arts. 754 e 755); (Inciso IX renumerado pela Lei nº 6.780, 
de 12.5.1980) 
Xl - à vistoria de fazendas avariadas (art. 756); (Inciso X renumerado pela Lei nº 
6.780, de 12.5.1980) 
XII - à apreensão de embarcações (arts. 757 a 761); (Inciso XI renumerado pela Lei 
nº 6.780, de 12.5.1980)XIII - à avaria a cargo do segurador (arts. 762 a 764); (Inciso XII renumerado pela 
Lei nº 6.780, de 12.5.1980) 
XIV - às avarias (arts. 765 a 768);(Inciso XIII renumerado pela Lei nº 6.780, de 
12.5.1980) 
XV - (Revogado pela Lei no 7.542, de 26.9.1986) 
XVI - às arribadas forçadas (arts. 772 a 775). (Inciso XV renumerado pela Lei nº 
6.780, de 12.5.1980)

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