Buscar

DIREITOS POLÍTICOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITOS POLÍTICOS
O que são Direitos Políticos?
Na lição de Pedro Lenza, os Direitos Políticos “nada mais são do que os instrumentos através dos quais a Constituição Federal garante o exercício da soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja direta ou indiretamente”.
O cidadão só participa dos direcionamentos do Estado se o forem garantidas certas prerrogativas. Por isso que os Direitos Políticos podem ser resumidos como prerrogativas que permitem ao cidadão tomar parte nos comandos da coisa pública. Isso porque os Direitos Políticos são o conjunto de regras que disciplinam as formas de atuação da soberania popular “todo o poder emana do povo”.
O Sufrágio é o direito de votar e/ou de ser votado. Consiste no mais notável elemento dos Direitos Políticos. Com isso, a capacidade de votar e/ou de ser votado, por decorrência lógica, são igualmente elementos essenciais dos Direitos Políticos dos cidadãos.
Assim, podem-se classificar os Direitos Políticos em:
	1) Capacidade Eleitoral Ativa (Alistabilidade) – direito de votar, capacidade de ser eleitor;
2) Capacidade Eleitoral Passiva (Elegibilidade) – direito de ser votado.
Mas, Professor, o que mesmo é o voto?
Vamos então diferenciar rapidamente alguns conceitos indispensáveis à compreensão deste assunto.
Nacionalidade – é um vínculo jurídico e político que liga um indivíduo a um Estado. Ex.: provavelmente você é brasileiro porque preencheu as específicas regras sobre nacionalidade previstas no artigo 12 da Constituição Federal de 1988;
Cidadania – pressupõe a existência de vínculo com o Estado (Nacionalidade) e o efetivo alistamento eleitoral. Somente o Nacional alistado como eleitor é considerado cidadão.
Soberania Popular – é um postulado normativo que implica na absoluta atribuição do poder político ao povo. Ela é exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular;
Sufrágio – é o direito de votar e/ou de ser votado (capacidade de votar e/ou de ser votado); OBS.: O Sufrágio no Brasil é universal. O Sufrágio Universal quer dizer que o direito de votar no Brasil é concedido a todos os nacionais, independentemente de condições que diferenciem uns de outros nacionais. Assim, não existe em nosso País o sufrágio censitário e capacitário, que implicam em exigências mínimas de renda ou de qualificação dos nacionais;
	Voto – o voto decorre do direito de sufrágio, sendo o ato pelo qual o eleitor manifesta sua vontade. O sufrágio é o próprio direito de votar, enquanto que o voto é o ato prático do direito de votar, do direito de sufrágio.
O sufrágio (direito de votar e/ou ser votado) é também exercido pelo próprio voto!
Características do Voto:
Direto – os eleitores elegem representantes por si próprios, sem intermediários;
Igualdade – todos os eleitores (cidadãos) têm o mesmo valor; para cada cidadão, um voto correspondente – cláusula do “one man, one vote” (um homem, um voto);
Periodicidade – os mandatos políticos são temporários (cláusula pétrea constitucional), logo o voto também será periódico;
Sigilosidade – o voto do eleitor não pode ser revelado para terceiros;
Liberdade – o eleitor não pode ser constrangido a escolher determinado candidato (obrigatoriedade apenas de comparecer às urnas para votar, porém, em que ele quiser, e até mesmo votar em branco ou anular seu voto);
Personalidade – o voto não pode ser exercido por interposta pessoa (procurador); apenas pessoalmente;
Obrigatório – o exercício do voto, como regra, é obrigatório, salvo as exceções constitucionais pela facultatividade para os analfabetos, maiores de 70 anos e os menores de 18 e maiores de 16 anos; 
1. Princípio da Soberania Popular.
Conforme já visto, a Soberania Popular é um postulado normativo tido como Princípio norteador do Direito Constitucional e Eleitoral que implica na absoluta atribuição do poder político ao Povo.
Segundo José Jairo Gomes, o Poder Soberano consiste em um dos elementos que compõem o Estado. Mediante a soberania é que o Governo implementa as políticas públicas. A soberania é uma qualidade do poder, significa poder mais alto, o superpoder. O poder é soberano quando não está sujeito a nenhum outro.
Com efeito, a soberania não significa propriamente arbítrio. Isto porque o Estado Democrático de Direito é aquele que se submete às normas por ele próprio criadas. É aquele que respeita os direitos e garantias fundamentais, individuais, políticos, sociais e coletivos.
A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal e o voto direto e secreto, com valor igual para todos, e mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular. A Soberania popular revela-se no poder incontrastável de decidir. É ela que confere legitimidade ao exercício do poder estatal. Tal legitimidade só é alcançada pelo consenso expresso nas eleições.
	CF-88
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
O Código Eleitoral em seu texto inicial de 1965 previu a cláusula democrática de que o Poder Político teria como titularidade o “povo”. É também o direito de voto conferido ao povo. Mais modernamente, a Constituição de 1988 destaca o povo como única fonte de todo o poder político, destacando, desse modo, a soberania popular nos seguintes termos:
	CF-88
Art. 1º
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
	Código Eleitoral (Lei nº 4.737-1965)
Art. 2º Todo poder emana do povo e será exercido em seu nome, por mandatários escolhidos, direta e secretamente, dentre candidatos indicados por partidos políticos nacionais, ressalvada a eleição indireta nos casos previstos na Constituição e leis específicas.
Como vimos, uma das formas de se levar a efeito a soberania popular é o exercício do direito de voto. No entanto, a CF-88, em seu art. 14 acima, preleciona que a soberania popular será também exercida pelo plebiscito, referendo e iniciativa popular. Vejamos então, o que é cada um:
PLEBISCITO – é uma consulta Prévia feita aos cidadãos a respeito de matéria política que será ainda discutida pelo Congresso Nacional. Ocorre antes da manifestação do Congresso.
REFERENDO – é uma consulta posterior sobre determinado ato governamental já, para Ratificá-lo, Referendá-lo. Só se ratifica ou referenda algo a posteriori, para frente.
PLEBISCITO X REFERENDO
	Plebiscito – Prévia Consulta (PP), antes que seja apreciada pelo Congresso.
Referendo – Ratificadora (RR), Referendadora Consulta (realizada posteriormente ao ato governamental já editado).
OBS.: Segundo a boa doutrina, o que justifica o plebiscito e o referendo é exatamente a falta de precisão quanto à vontade do povo em relação a certos assuntos de interesse bastante relevante. O Congresso Nacional não se sente seguro para votar determinada matéria, pois corre o risco da decisão tomada pelo Congresso não condizer com a real vontade do povo. Então, em razão da dúvida com relação à real vontade popular, o Congresso decide por submeter a matéria ao crivo do voto direto.
INICIATIVA POPULAR – é uma das formas de por em ação a soberania popular prevista na CF-88, em seu art. 61, § 2º, por meio da qual os cidadãos poderão, por conta própria, proporem à Câmara dos Deputados que votem um projeto de lei de seus interesses. Um exemplo emblemático de Projeto de Lei de Iniciativa Popular é o Projeto “Ficha Limpa”, aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo Presidente da República (Lei Complementar n° 135/2010).
	Art. 61
§ 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menospor cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Requisitos Constitucionais para a INICIATIVA POPULAR:
	a) 1% mínimo do eleitorado nacional;
b) 5 Estados – número mínimo;
c) 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um desses Estados (3 de cada mil).
VOTO – o voto decorre do direito de sufrágio, sendo o ato pelo qual o eleitor manifesta sua vontade.
A Lei nº 9.709/98 regulamenta o art. 14, caput, da CF-88, trazendo os conceitos e os contornos legais de plebiscito, referendo e iniciativa popular:
	Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa.
§ 1º O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
§ 2º O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.
Art. 3º Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo, e no caso do § 3o do art. 18 da Constituição Federal, o plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo, por proposta de um terço, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional, de conformidade com esta Lei.
Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Princípio do Sufrágio universal
A Soberania Popular estudada acima é exercida pelo sufrágio universal.
Mas, Professor, qual é mesmo a diferença entre Sufrágio e o voto?
Vamos por partes.
Como vimos, o Sufrágio consiste no direito de votar e de ser votado (capacidade de votar e de ser votado). Em outras palavras, pode também ser conceituado como o direito do povo de ser admitido a participar da vida política da sociedade, escolhendo os governantes e/ou sendo escolhido para governar e, dessa forma, conduzir os comandos do Estado.
Por sua vez, o Voto decorre do direito de sufrágio, sendo o ato pelo qual o eleitor manifesta sua vontade. O sufrágio é o próprio direito de votar, enquanto voto é o ato prático do direto de votar, do direito de sufrágio. Assim, em resumo, o sufrágio (direito de votar e ser votado) é também exercido pelo próprio voto!
	Sufrágio – Direito; Voto – exercício do direito
No Brasil, o sufrágio é universal!
O Sufrágio Universal quer dizer que o direito de votar no Brasil é concedido a todos os nacionais (brasileiros natos ou naturalizados), independentemente de condições que diferenciem uns de outros nacionais, preenchidas as condições constitucionais e legais. Por isso, tornou-se um princípio constitucional e um direito fundamental. Assim, não existe em nosso País o sufrágio censitário e capacitário, que implicam em exigências mínimas de renda ou de qualificação dos cidadãos nacionais.
Desse modo, o Princípio do Sufrágio Universal pode ser conceituado como o direito do maior número possível de nacionais (natos ou naturalizados) de votar e ser votado nas eleições.
Observo que a atribuição do sufrágio universal não implica necessariamente na concessão genérica e indistinta da cidadania a todas as pessoas. Implica apenas na impossibilidade de distinção ou restrição dos direitos políticos por motivos étnicos, de riqueza, de nascimento etc. Fica claro que as restrições aos direitos políticos (incapacidade civil absoluta, analfabetos, estrangeiros) previstas constitucionalmente e em lei complementar são plenamente compatíveis com o sufrágio universal.
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA (ALISTABILIDADE)
Princípio da Obrigatoriedade do Alistamento e do Voto.
A Capacidade Eleitoral Ativa ou Alistabilidade, como visto, é a capacidade de ser eleitor, que institui o direito de votar.
Por outro lado, a capacidade eleitoral passiva é a possibilidade de concorrer a um mandato eletivo, de eleger-se (é o direito de ser votado).
Com efeito, para que se adquira o direito de votar, é preciso que o indivíduo realize seu ALISTAMENTO ELEITORAL, nos termos do art. 14, §1°, da CF-88, que regulou com detalhes a obrigatoriedade do alistamento da seguinte maneira:
	CF-88
Art. 14
§ 1° - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
O art. 14, §1°, da CF-88 dispõe, portanto, sobre a obrigatoriedade do alistamento e do voto. Abaixo um quadro esquemático para memorização:
ALISTAMENTO ELEITORAL e VOTO
	
OBRIGATÓRIOS
	Apenas para os de idade igual ou maior de 18 anos e menores de 70 anos.
18 anos ≤ x ≤ 70 anos
	
FACULTATIVOS
	Analfabetos;
Idade igual ou maior de 16 anos e menores de 18 anos;
Maiores de 70 anos.
16 anos ≤ x < 18 anos; x > 70 anos.
Observação: é preciso comprovar a idade 16 ANOS completos na data do pleito, e não necessariamente na data do alistamento eleitoral. Assim, desde já assiná-lo que é possível alistar-se como eleitor com 15 anos de idade, desde que se prove possuir 16 anos completos quando da eleição.
ATENÇÃO!
IMPEDITIVOS PARA O ALISTAMENTO!
Você sabia que os “conscritos” não podem ser eleitores? E, igualmente, os estrangeiros?
Como é professor? O que é mesmo “conscrito”?
Vamos lá!
O art. 14, § 2º, determina que não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
Estrangeiro é fácil! Por exclusão, é aquele que não é brasileiro nato ou naturalizado. Se o estrangeiro quiser votar, é preciso que, primeiro, faça a devida naturalização, segundo as regras constitucionais.
Observação 1: A especial condição dos Portugueses no Brasil.
A CF/88, no seu art. 12, §1º, assegura aos portugueses com residência no país os direitos inerentes ao brasileiro se houver reciprocidade em favor dos brasileiros em Portugal. Isso assegura, de fato, aos portugueses, uma espécie de quase naturalização. Desse modo, poderão alistar-se da mesma maneira que um brasileiro naturalizado o poderá. Veremos logo à frente que os Portugueses sofrem limitações apenas quanto à eIegibilidade.
De outro lado, os Conscritos, segundo Alexandre de Moraes, são aqueles médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam serviço militar obrigatório na forma da Lei nº 5.292. OBS.: Pela citada Lei, as mulheres só são obrigadas a prestar o serviço militar obrigatório, em tempo de guerra; mas é preciso entender que mulher não é absolutamente dispensada do serviço militar.
Segundo a Res.-TSE nº 15.850/89: a palavra “conscritos” alcança também aqueles matriculados nos órgãos de formação de reserva e os mencionados médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam serviço militar obrigatório.
Este conceito é apenas para entendermos o que são os conscritos.
De todo modo, o que importa é lembrarmos que, segundo a CF-88:
	NÃO PODEM ALISTAR-SE COMO ELEITORES os Estrangeiros e os Conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório.
Vale frisar novamente que é vedado o alistamento apenas aos conscritos, durante o serviço militar!
Com isso, os militares não estão isentos do alistamento eleitoral. É um equívoco pensar que os militares são inalistáveis. Pelo contrário, como regra, os militares são alistáveis.
Resumo abaixo os requisitos para possuir a Capacidade Eleitoral Ativa (Alistabilidade):
Alistamento Eleitoral – é preciso que o indivíduo se aliste perante a Justiça Eleitoral. Lógico! Como poderá votar se sequer se cadastrou como eleitor?
Nacionalidade Brasileira – precisa ser brasileiro, nato ou naturalizado, de qualquersexo, porque os estrangeiros e apátridas estão impedidos de se alistar;
Idade mínima de 16 anos;
Não ser conscrito ou estrangeiros.
 
CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA - ELEGIBILIDADE
Continuando nosso estudo sobre direitos políticos, agora, veremos o outro lado, a capacidade de ser votado (elegibilidade).
A capacidade eleitoral passiva é a possibilidade de concorrer a um mandato eletivo, de eleger-se (é o direito de ser votado).
Para adquirir o direito de participar de uma eleição para um determinado cargo político, é preciso o preenchimento das chamadas CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADES e que estejam ausentes as CAUSAS DE INEGIBILIDADES.
Por seu turno, aquele cidadão que não preenche as condições de elegibilidade é considerado também inelegível pela Justiça Eleitoral.
	Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo eletivo, respeitadas as condições constitucionais e legais de elegibilidade e incompatibilidade.
Vejamos no quadro a seguir as condições de Elegibilidade.
	São condições de elegibilidade:
1) a nacionalidade brasileira;
2) o pleno exercício dos direitos políticos;
3) o alistamento eleitoral;
4) o domicílio eleitoral na circunscrição;
5) a filiação partidária; 
6) a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
Vamos por partes!
Para concorrer a algum mandato eletivo (para ser votado), o cidadão precisa preencher as seguintes CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE:
a) Nacionalidade brasileira – se para ser eleitor é necessário que se tenha nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado), tanto o mais para ser candidato a algum posto político. Desse modo, mais uma vez os estrangeiros e apátridas ficam fora do processo democrático no nosso País; não podem ser eleitores e muito menos concorrerem a qualquer pleito;
Observação 1: Para concorrer aos cargos eletivos de Presidente e Vice-Presidente da República é necessário que seja brasileiro nato.
_ Professor, existem outros cargos que são privativos de brasileiro nato?
_ Sim. No Brasil para ocupar alguns cargos, exige-se a nacionalidade originária (ser brasileiro nato). Desse modo, são privativos de brasileiro nato os cargos de: DICA! MP3.COM
a) Ministro do Supremo Tribunal Federal;
b) Presidente e Vice-Presidente da República;
c) Presidente da Câmara dos Deputados;
d) Presidente do Senado Federal;
e) Carreira diplomática;
f) Oficial das Forças Armadas.
g) Ministro de Estado da Defesa
Lembre-se que o brasileiro naturalizado pode ser Deputado Federal e Senador da República, não podendo, apenas, ocupar a presidência de qualquer das casas do Congresso Nacional.
Observação 2: A especial condição dos Portugueses no Brasil.
A nossa atual Constituição Federal, assegura aos portugueses com residência no país os direitos inerentes ao brasileiro, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros em Portugal.
Beleza! Veja você que a nossa CF exige reciprocidade em favor de brasileiros em Portugal. Então, o primeiro passo é ir até a Constituição de Portugal verificar o que o seu texto garante aos brasileiros.
A Constituição de Portugal através de seu artigo 15, inciso 3, preceitua que:
Art. 15
(...)
3. Aos cidadãos dos Estados de língua portuguesa com residência permanente em Portugal são reconhecidos, nos termos da lei e em condições de reciprocidade, direitos não conferidos a estrangeiros, salvo o acesso aos cargos de Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, Primeiro-Ministro, Presidentes dos tribunais supremos e o serviço nas Forças Armadas e na carreira diplomática.
Em uma ligeira análise, verifica-se que ressalvado o cargo eletivo de presidente da república (lá não tem a figura do vice-presidente), podem os brasileiros ocupar os demais cargos eletivos em Portugal, a exemplo dos cargos do Poder Legislativo, desde que não ocupe a presidência da casa legislativa.
Na verdade, a doutrina majoritária é no sentido de que os Portugueses podem ocupar os mesmos cargos que os brasileiros naturalizados aqui no Brasil. Isso assegura, de fato, aos portugueses, uma espécie de quase naturalização. Desse modo, poderão alistar-se da mesma maneira que um brasileiro naturalizado o poderá, e exercer a capacidade eleitoral passiva do mesmo modo que um brasileiro naturalizado.
Os portugueses residentes no Brasil, além de eleitor, podem ser Governador de Estado, Senador ou Deputado Federal (mas não Presidente de quaisquer das Casas do Congresso, já que, como dito anteriormente, estas funções são reservadas aos brasileiros natos) e, preenchidos os requisitos constitucionais e legais, podem também ser Deputado Estadual, Prefeito e Vereador.
RESUMO:
	• Os Portugueses podem alistar-se como eleitores - não têm limitação quanto à alistabilidade;
• Os Portugueses podem concorrer a determinados cargos eletivos no Brasil – exceto aqueles privativos de brasileiros natos.
• Ou seja, a situação dos Portugueses é a mesma dos brasileiros naturalizados.
b) Pleno exercício dos direitos políticos – os direitos políticos devem estar vigentes. Caso ocorra alguma das hipóteses de perda ou suspensão dos direitos políticos, não terá o cidadão condições de elegibilidade, capacidade para ser eleito. 
	A PERDA ou SUSPENSÃO dos direitos políticos ocorrerão nos seguintes casos:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (Perda);
II - incapacidade civil absoluta (Suspensão);
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos (Suspensão);
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa (Suspensão);
V - improbidade administrativa (Suspensão).
Hipótese de PERDA dos Direitos Políticos:
• CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO – com o cancelamento da naturalização por meio do Poder Judiciário, o indivíduo voltará ao status de estrangeiro que, implica, em automático, na perda dos seus direitos políticos. O indivíduo deixa de ser nacional, logo também perderá sua alistabilidade e elegibilidade;
Hipóteses de SUSPENSÃO dos Direitos Políticos:
• INCACIDADE CIVIL ABSOLUTA – os considerados incapazes civilmente também serão incapazes politicamente. Ocorrendo a incapacitação absoluta, a cidadania ficará suspensa enquanto esta permanecer. O Código Civil Brasileiro, em seu art. 3º dispõe que “são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos”.
 
• CONDENAÇAO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO ENQUANDO DURAREM SEUS EFETOS – enquanto pender sobre o cidadão os efeitos de sentença penal condenatória não mais passível de recurso (isto é, enquanto cumprir a pena imposta em sentença criminal), os seus direitos políticos ficam suspensos.
É importante atentar que a sentença penal tem que já estar transitada em julgado, da qual não caiba mais reforma (não mais passível de recursos que possam modificá-la).
Somente com o transito em julgado é que a decisão judicial se torna definitiva e, por conseqüência, podem os direitos políticos serem suspensos. OBS.: A suspensão dos direitos políticos cessará automaticamente, tão logo a pena seja cumprida.
Lembrando, que no caso de pessoas que se encontram presas, mas ainda aguardando julgamento, ou se julgadas e condenadas, ainda possam recorrer da decisão, permanecem com os direitos políticos resguardados, podendo votar e ser votado, se preenchidos os demais requisitos normativos.
• RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA – A CF-88 prevê que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestaçãoalternativa.
Nesse caso, para sofrer, como sanção, a declaração de suspensão dos direitos políticos, será preciso que o cidadão inicialmente descumpra obrigação a todos imposta e, depois, recuse a prestação alternativa.
• IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – todo e qualquer ato que vá de encontro com os princípios constitucionais da Administração Pública, entre eles, o princípio da moralidade. Por exemplo, mau uso do dinheiro público. Uma vez o indivíduo seja condenado por ato de improbidade administrativa, terá seus direitos políticos suspensos de 3 a 10 anos.
Com a suspensão dos direitos políticos, o cidadão tem por paralisado o seu direito de alistar-se e de eleger-se. Contudo, poderá, a qualquer tempo, reaver sua posição política com a interrupção dos motivos que geraram a suspensão. Ex.: cumprimento total da pena imposta no juízo criminal; cumprimento da obrigação a todos imposta ou prestação alternativa.
Por outro lado, segundo doutrina majoritária, com a perda dos direitos políticos, o cidadão ficará definitivamente privado da alistabilidade e da elegibilidade e, desse modo, não terá como readquiri-los, salvo com renaturalização.
OBSERVAÇÃO: É Proibida a Cassação dos Direitos Políticos – Princípio da Cidadania. O Termo “cassação” de direitos políticos significa anular a possibilidade de se adquirir os direitos políticos; isso não é possível. O que pode haver é a perda ou suspensão de direitos políticos. E perda e suspensão de direitos políticos pressupõem a existência de direitos políticos; só se perde ou se suspende aquilo que já se possui.
c) Alistamento Eleitoral – deve-se adquirir a cidadania, com o alistamento eleitoral, para concorrer à eleição. Precisa-se da comprovação da inscrição eleitoral no juízo eleitoral do domicílio do alistando. Evidentemente, é condição básica ao candidato que seja pelo menos eleitor, não é verdade? 
d) Domicílio Eleitoral na circunscrição – para se candidatar a um determinado cargo político, precisa-se possuir inscrição eleitoral na circunscrição (município ou Estado) há pelo menos um ano antes das eleições. Lembre-se que domicílio eleitoral não é a mesma coisa que domicílio civil – residência. Domicílio eleitoral é o local onde você encontra-se inscrito como eleitor.
e) Filiação Partidária – para se candidatar a um determinado cargo político, precisa-se estar filiado a um Partido Político há pelo menos 06 (seis) meses antes da data das eleições.
f) Idade mínima – é estabelecido critério de idades mínimas, a depender do cargo eletivo pretendido, como condições de elegibilidades, a saber:
	• Presidente e Vice-Presidente da República;
• SENADOR!!!
	
35 ANOS
	
Governador e Vice-Governador de Estado e do DF
	
30 ANOS
	• Deputado Federal, Estadual ou Distrital;
• Prefeito e Vice-Prefeito!!!
• Juiz de Paz (para realizar casamento precisa ter pelo menos 21 anos);
	
21 ANOS
	
Vereador
	
18 ANOS
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em dezoito anos (vereador), hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro de candidatura.
Ou seja, o candidato ao cargo de vereador deve possuir 18 anos até o dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições. Já os pretendentes aos demais cargos eletivos, basta comprovarem possuir a idade necessária na data da posse no cargo eletivo para o qual concorreram (primeiro de janeiro do ano subsequente ao das eleições).
Pergunta do aluno: Professor, por que o candidato a vereador precisa ter 18 anos na data-limite para o pedido de registro de candidatura e os candidatos aos demais cargos só precisam ter a idade mínima na data da posse no cargo?
Condições de Elegibilidades Específicas dos Militares:
O militar alistável é elegível, se atendidas as seguintes condições:
• se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
• se contar com mais de 10 anos de serviço será agregado pela autoridade superior e, se eleito passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade (Aposenta-se).
INELEGIBILIDADES
Como já informado anteriormente, para que o cidadão possua o direito de ser votado (capacidade eleitoral passiva – elegibilidade), é preciso que preencha todas as condições de elegibilidades acima comentadas e, também, não incorra nas chamadas CAUSAS DE INELEGIBILIDADES.
Mas, Professor, o que são essas causas de inelegibilidades?
É simples. As inelegibilidades são circunstâncias previstas na Constituição Federal e em Lei Complementar, que impedem o cidadão de exercitar sua capacidade de eleger-se. São circunstâncias que restringem a elegibilidade do cidadão, limitam a sua possibilidade de candidatar-se em uma eleição.
Antes de particularizarmos o tema das inelegibilidades, cabe aqui fazer uma pequena diferenciação terminológica, que evitará possíveis dúvidas aos alunos:
	1. INELEGIBILIDADE – obsta a elegibilidade do cidadão eleitor (a capacidade eleitoral passiva).
2. INALISTABILIDADE – impede o exercício do direito de ser eleitor (a capacidade eleitoral ativa).
As causas de inelegibilidades podem ser absolutas ou relativas:
a) INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS – constituem impedimento para assunção de qualquer cargo eletivo. O cidadão impedido absolutamente não poderá concorrer em nenhuma eleição, não poderá pleitear nenhum mandato eletivo. São os seguintes, conforme o (art. 14, § 4°, da CF-88):
	CF-88
Art. 14
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
• INALISTÁVEIS – A elegibilidade tem como pressuposto inicial a alistabilidade. Se não pode sequer ser eleitor, não poderá também, por óbvio, ser candidato.
Segundo a CF-88, são Inalistáveis os Estrangeiros e os Conscritos, durante o serviço militar obrigatório, conforme já estudado anteriormente.
No entanto, o Código Eleitoral afirma que são também inalistáveis os que não saibam exprimir na língua nacional e os que estejam privados temporária ou definitivamente dos direitos políticos.
Desse modo, caso na questão seja afirmado que são inalistáveis os estrangeiros e os conscritos, estará correta, pois remonta ao texto constitucional. Caso afirme: “segundo o Código Eleitoral, são inalistáveis os estrangeiros e os conscritos” a questão estará errada. Até porque o Código Eleitoral nem trata destes inalistáveis, apenas a CF-88.
Por outro lado, se a questão listar estas 2 hipóteses previstas no Código Eleitoral (não saibam exprimir-se na língua nacional e os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos), com certeza estará cobrando o conhecimento do art. 5º da Lei Eleitoral.
Resumo:
	São INALISTÁVEIS:
1) os Estrangeiros e os Conscritos! (segundo a CF-88);
2) os que não saibam exprimir-se na língua nacional e os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos (segundo o Código Eleitoral).
• ANALFABETOS – apesar de ter direito a ser eleitor (por ser facultativo o seu alistamento e voto), o analfabeto não pode ser eleito. Por disposição constitucional expressa no art. 14, § 4º, da CF-88, o analfabeto não tem capacidade eleitoral passiva.
Observação 1: A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral tem apontado que a inelegibilidade do analfabeto, quando não apresentado pelo candidato documento de escolaridade mínima, deve ser aferida por submissão à prova elementar de alfabetização perante o Juiz Eleitoral. Poderá, desse modo, ser realizado teste simples, na presença do Juiz, para aferição se o candidato é ou não analfabeto.
Observação 2: o semi-analfabeto, aquele que demonstra mínimos atributos de alfabetização, é considerado pela Jurisprudência como elegível.
RESUMO DE INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS:
	Não poderão concorrer para qualquer cargo, estão absolutamente impedidos de elegerem-se, os INALISTÁVEIS e os ANALFABETOS!
Gente, não confundir alguns conceitos!
Considerações:1) O Inalistável é ≠ de Inelegível: o inalistável não poderá sequer se alistar (fazer inscrição) como eleitor; o inelegível apenas não poderá eleger-se para determinados cargos (inelegibilidade relativa) ou para todos os cargos (inelegibilidade absoluta);
Todo inalistável é inelegível! Mas nem todo inelegível é inalistável; os analfabetos são inelegíveis e nem por isso são inalistáveis (ao contrário, tem como facultativa sua alistabilidade); se fossem inalistáveis, os analfabetos seriam considerados “não-cidadãos”, pois não teriam participação democrática em nosso país.
b) INELEGIBILIDADES RELATIVAS - são inelegibilidades não vinculadas diretamente com a pessoa do candidato (se é inalistável ou analfabeto), mas referentes apenas a determinados cargos ou mandatos.
Em linguagem simples, o cidadão inelegível relativamente ficará apenas impedido de concorrer a algum ou alguns cargos eletivos específicos, o que não o impedirá de eventualmente concorrer a outros que não esteja inelegível.
A doutrina costuma dividir as inelegibilidades relativas em:
por Motivos Funcionais;
por Motivos de Parentesco;
Legais.
1. Inelegibilidades por Motivos Funcionais.
Por sua vez, divide-se em:
a) para o MESMO CARGO – é simples! O Presidente da República, os Governadores de Estado e do DF, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído (Chefe do Poder Executivo) no curso dos mandatos não poderão ser reeleitos para um TERCEIRO MANDATO!
Em suma: os Chefes do Poder Executivo (Presidente da República, os Governadores de Estado e do DF, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído) somente poderão ser reeleitos uma única vez consecutiva!
Esta norma está prevista no art. 14, § 5°, da CF-88:
	CF-88
Art. 14
§ 5° O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. (Redação da EC 16/97).
Este dispositivo foi inserido pela Emenda Constitucional nº 16/1997, que trouxe o instituto da REELEIÇÃO no Brasil. Antes não existia reeleição no Brasil. No Governo de Fernando Henrique Cardoso é que foi instituída tal possibilidade.
Friso que a CF-88 veio a permitir apenas uma única reeleição consecutiva.
_ Professor, após 2 mandatos, eles poderão se candidatar novamente? Ou estarão sempre impedidos de se candidatarem para o mesmo cargo?
_ O impedimento é para uma 2ª reeleição consecutiva no mesmo cargo! Isto é, o impedimento é para reeleições logo após o termino da primeira reeleição!
Com isso, poderão os Chefes do Poder Executivo, passado pelo menos 1 pleito (4 anos) podem voltar a se candidatar em uma nova eleição para o mesmo cargo que ocuparem por pelo menos 2 mandatos. O Lula, que foi Presidente da República por dois mandatos consecutivos, poderá se candidatar a Presidente na próxima eleição presidencial (isso se ele não ficar inelegível daqui prá lá). Já a Dilma não poderá se candidatar na próxima eleição para o cargo de Presidente em razão da vedação em comento.
Destaco que o impedimento de REELEIÇÃO é somente para os Chefes do Poder Executivo, não abrangendo os ocupantes dos cargos do Poder Legislativo (Deputados Federais e Estaduais, Senadores, Vereadores)!
Atenção que o impedimento a sucessivas reeleições é aplicável a quem tenha “sucedido ou substituído no curso dos mandatos”! Assim, se o Vice sucedeu ou substituiu o titular, terá ele a mesma limitação a uma única reeleição consecutiva.
A sucessão dar-se-á ocorrendo a vacância do cargo (ex.: morte ou cassação do mandato) e a substituição em hipóteses de caráter temporário (ex.: viagem, licença para tratamento de saúde, etc.).
A doutrina é discordante a respeito da simples substituição do titular, pelo caráter temporário, ser um impeditivo para reeleições sucessivas do Vice. Entende-se que a simples substituição, apesar da CF-88 assim prevê, não gera a assunção do cargo do titular, fato que não impossibilita a reeleição do Vice por 2 mandatos sucessivos.
b) para OUTROS CARGOS – serão considerados inelegíveis para outros cargos eletivos o Presidente da República, os Governadores dos Estados e do DF e os Prefeitos, que não renunciarem aos respectivos mandatos até 6 (seis) meses antes do pleito.
Esta limitação está disposta no art. 14, § 6°, da CF-88: 
	CF-88
Art. 14
§ 6° - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
Esta renúncia prevista na CF-88 é o chamado instituto da DESINCOMPATIBILIZAÇÃO.
Mas, o que significa desincompatibilidade, Professor?
A desincompatibilidade é o ato pelo qual o candidato é obrigado a se afastar do cargo eletivo ocupado com vistas à disputa eleitoral a outro cargo político. Isso só vale para os cargos de chefe do Poder Executivo.
A CF-88 reza que a desincompatibilização dos Chefes do Poder Executivo que queiram concorrer a outros cargos deve dar-se até 6 meses antes do pleito. Caso não se afaste, será considerado inelegível para concorrer a outros cargos. O afastamento antes dos 6 meses, portanto, elimina a inelegibilidade e, também, a incompatibilidade para o exercício do mandato.
Assim, os Chefes do Poder Executivo que queiram se candidatar a outros cargos (ex.: um Prefeito Municipal que queira concorrer à eleição do cargo de Deputado Federal, Governador, etc.) deverão se afastar definitivamente do cargo, através da renúncia, em até 6 meses da eleição.
Porém, importa considerar que a desincompatibilização só é aplicável quando o Chefe do Poder Executivo for concorrer a outros cargos diversos do que atualmente ocupa. Para concorrer à reeleição ao mesmo cargo que ocupa, não há que se falar em renúncia.
Por conclusão, os titulares de cargos do Poder Legislativo não precisam renunciar a seus mandatos para concorrerem a outros cargos. Basta que eles se licenciem de seus mandatos eletivos, que poderão concorrer a outros cargos políticos. No caso da renúncia, a volta ao exercício do Poder Político só ocorrerá por meio de nova eleição; já o candidato licenciado, se não for eleito, poderá retornar ao cargo político que antes ocupava. 
2. Inelegibilidade por Motivos de Parentesco.
Regra prevista no art. 14, § 7º, da CF-88, que impõe a inelegibilidade, no território da circunscrição do titular, do cônjuge e dos parentes consangüíneos e afins, até 2° grau ou por adoção dos Chefes do Poder Executivo (Presidente da República, Governadores dos Estados e do DF e Prefeitos), ou de quem os haja substituído dentro dos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Esta é a inelegibilidade chamada de reflexa pela doutrina, pois é uma inelegibilidade decorrente da titularidade de um mandato eletivo que reflete diretamente nos parentes do titular.
Texto constitucional:
	Art. 14
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Esta regra proibitiva tem fundamento para existir: evitar a perpetuação de famílias no Poder!
Cabe aqui algumas considerações:
A inelegibilidade é no território da circunscrição do titular do mandato. Assim, na esfera Municipal, o cônjuge, e parentes até o 2° grau do Prefeito não poderão candidatar-se aos cargos de Prefeito e Vereador; por sua vez, na esfera Estadual, o cônjuge e referidos parentes do Governador não poderão candidatar-se a qualquer cargo eletivo em todo o Estado (Governador, Deputado Federal, Senador, Deputado Estadual, Prefeito e Vereador de qualquer Município pertencente ao Estado); por fim, quantoao Presidente da República, estão impedidos de pleitearem qualquer cargo eletivo no país inteiro!
Parentes envolvidos: cônjuge (por casamento), parentes consangüíneos ou afins até o 2° grau ou por adoção. Atenção! É pacífico o entendimento de que a União Estável enseja também a inelegibilidade.
Os parentes dos substitutos do titular nos últimos 6 meses anteriores ao pleito também são alcançados pela inelegibilidade!
Os parentes que já possuem mandato eletivo poderão normalmente concorrem à reeleição ao mesmo cargo Ex: filho do Presidente da República que já é Deputado Federal, poderá se candidatar a sua reeleição sem incidir a inelegibilidade; no entanto, caso queira candidatar-se a Governador de Estado, será considerado inelegível porque a faculdade é apenas para concorrer à reeleição no mesmo cargo que já ocupa, não havendo autorização para pleitear outro cargo.
3. LEI COMPLEMENTAR poderá estabelecer outros casos de inelegibilidades.

Continue navegando