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Projetos Industriais Decisões de Investimentos em Condições de Incerteza Prof. Me. Jefferson Dias • Projetos Industriais • Investimento em capital físico e capital de giro. • Os custos e as despesas industriais. • Classificação dos gastos industriais • Análise de Projetos Industriais Conteúdo • Como identificar a viabilidade de projetos de implantação industrial por meio de análises quantitativas. • Como avaliar os riscos e incertezas dos mercados. • Os índices e as variáveis econômicas de volatilidade. • As referências do investidor em relação ao risco. • A consideração do risco na análise de investimento. Conteúdo • A relação entre risco e retorno e o CAPM. • Os riscos nos projetos industriais. • Fábricas; • Instalações produtivas; • Redes logísticas; • Armazéns industriais. Projetos Industriais Fontes de preocupação: • Investimento em capital físico; • Investimento em capital de giro; • Custos e despesas industriais. Projetos Industriais • Máquinas; • Equipamentos; • Instalações; • Valor residual bem menor que o investimento inicial devido a obsolescência. Investimento em Capital Físico • Capital que irá viabilizar o projeto; • Caixa para financiar o estoque e o contas a receber. • Por ser um capital que está em constante renovação, considera-se que, ao final, seu Investimento em Capital de Giro valor retornará integralmente para o investidor. • Em projetos industriais, custos e despesas são os grandes definidores da viabilidade do projeto; • Possuem uma razoável complexidade em sua estrutura de custos, visto tratar-se de um processo de transformação no qual a alocação dos custos não é algo óbvio. Custos e Despesas Industriais • Investimentos: gastos localizados no ativo da empresa em função de usa vida útil (circulante ou não circulante/imobilizado); • Custos: gastos utilizados na produção de bens e serviços (reconhecido ao ser utilizado); Classificação dos Gastos Industriais • Despesas: gastos indiretos consumidos para a obtenção de receita (ex.: administrativas e comerciais); • Perdas não são gastos. • Custo de matéria-prima (MP); • Custos de mão de obra (MDO); • Custos indiretos de fabricação (CIF). • Trabalha-se, inicialmente, com os custos unitários e depois multiplica-se pela previsão de vendas. Classificação dos Custos Industriais Ano 1 2 3 4 5 Sacos Produzidos 50.000 50.000 50.000 60.000 60.000 Preço/saco (R$) 50 50 50 60 60 Receita (R$) 2.500.000 2.500.000 3.000.000 3.600.000 3.600.000 Custos Unitários MP (R$) 10 10 10 15 15 MDO (R$) 5 5 5 6 6 CIF (r$) 5 5 5 5 5 Total (R$) 20 20 20 26 26 C.Unit. x Sacos Produzidos 1.000.000 1.000.000 1.200.000 1.560.000 1.560.000 Tarefa: montar o fluxo de caixa Viabilidade Financeira – Fábrica de Cimento • Despesas administrativas … R$500.000 • Investimento em capital físico … R$5.000.000 • Investimento em capital de giro … R$1.000.000 • Valor residual capital físico (ano 5) … R$200.000 • Depreciação … 20% ao ano • IR sobre lucro real … 30% • TMA … 15% a.a. Viabilidade de uma Fábrica de Cimento Ano (x 1000) 1 2 3 4 5 Receita (R$) 2.500 2.500 3.000 3.600 3.600 (-) Custos -1.000 -1.000 -1.200 -1.560 -1.560 (=) Lucro Bruto 1.500 1.500 1.800 2.040 2.040 (-) Despesas -500 -500 -500 -500 -500 (-) Depreciação -1.000 -1.000 -1.000 -1.000 -1.000 (=) LAIR - - 300 540 540 (-) IRPJ (30%) - - -90 -162 -162 (=) Lucro Líq. - - 210 378 378 (-) Depreciação 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 (=) Fluxo de Caixa 1.000 1.000 1.210 1.378 1.378 Viabilidade Financeira – Fábrica de Cimento Fluxo de Caixa – Fábrica de Cimento Cap. Física + Cap. Giro R$6 milhões 1.000.000 Ano 0 Ano 1 1.000.000 Ano 2 Ano 3 1.210.000 1.378.000 Ano 4 Retornos de Caixa FC + VRCF + CG TMA = 15% a.a. 2.578.000 Ano 5 Fluxo de Caixa – Fábrica de Cimento Com TMA = 15% a.a. Rejeita-se o projeto Ano 1 2 3 4 5 Vendas em Unid. 700.000 700.000 750.000 750.000 800.000 Pr. de Venda (R$) 9,00 9,00 9,00 9,50 10,00 Receita (R$) 6.300.000 6.300.000 6.750.000 6.750.000 8.000.000 Custos Unitários MP (R$) 1,00 1,00 1,00 1,50 1,50 MDO (R$) 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 CIF (r$) 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 Total (R$) 2,00 2,00 2,00 2,50 2,50 Despesas ADM. 500.000 500.000 500.000 500.000 600.000 Depreciação 10% 600.000 600.000 650.000 650.000 600.000 Viabilidade Financeira – PLASTIK As indústrias Plastik devem investir na nova fábrica? Ano (x 1000) 1 2 3 4 5 Receita (R$) 6.300 6.300 6.750 7.125 8.000 (-) Custos -1.400 -1.400 -1.500 -1.500 -2.000 (=) Lucro Bruto 4.900 4.900 5.250 5.625 6.000 (-) Despesas -500 -500 -500 -500 -500 (-) Depreciação -600 -600 -600 -650 -650 (=) LAIR 3.800 3.800 4.150 4.475 4.750 (-) IRPJ (30%) 1.140 1.140 1.245 1.342 1.425 (=) Lucro Líq. 2.660 2.660 2.905 3.132 3.325 (-) Depreciação 600 600 600 650 650 (=) Fluxo de Caixa 3.260 3.260 3.505 3.782 3.975 Viabilidade Financeira – PLASTIK Viabilidade Financeira – PLASTIK VPL e TIR TMA=20%aa Período FC Total Ano 0 (7.500.000) Ano 1 3.260.000 Ano 2 3.060.000 Ano 3 2.605.000 Ano 4 3.482.500 Ano 5 3.275.000 Ano 6 4.403.000 Ano 7 8.506.000 VPL ? TIR ? Viabilidade Financeira – PLASTIK VPL e TIR TMA=20%aa Período FC Total Ano 0 (7.500.000) Ano 1 3.260.000 Ano 2 3.060.000 Ano 3 2.605.000 Ano 4 3.482.500 Ano 5 3.275.000 Ano 6 4.403.000 Ano 7 8.506.000 VPL 5.693.210 TIR 41,5% Projeto aprovado! • Os instrumentos apresentados até agora simplificam as análises e funcionam como uma aproximação bastante válida para projetos com fluxos de caixa razoavelmente conhecidos; • Mesmo que sejam cometidos erros, eles não influenciarão demasiadamente o resultado final; Risco e Incerteza • No entanto, há projetos de investimento que possuem uma grande dose de incerteza. • Investidores costumam tomar decisões em situações de incerteza; • No mundo empresarial: incertezas econômicas, da concorrência, da dinâmica de mercado, preferência dos consumidores, etc.; Risco e Incerteza • Risco: possibilidade de prejuízo; está associado à incerteza e à variabilidade do retorno de um ativo. Ano Retorno da Caderneta de Poupança Retorno de uma Aplicação em Dólares Janeiro +0,61% +3,07% Fevereiro +0,65% +2,95% Março +0,68% -5,89% Abril +0,70% +0,67% Comparação de Investimentos Qual destes investimentos é mais previsível? • Volatilidade é a variação em relação a uma média, normalmente calculada utilizando o conceito estatístico de desvio padrão. • Se uma ação tem um preço de R$100 com volatilidade de 20% ao ano, espera-se que seu valor varie entre R$80 e R$120. Volatilidade • Variabilidade de dados (retornos) passados; • Calculada pela média e pelo desvio padrão; • Média = ∑ Retornos / n • Desvio padrão = √ ∑ (retornos – média)2 / n • n = número de retornos (períodos) avaliados. Volatilidade Histórica Mês Retorno Poupança n (média – retorno)2 Retorno Dólar n (média – retorno)2 1 +0,61% (0,61-0,66)2 +3,07% (3,07-0,20)2 2 +0,65% (0,65-0,66)2 +2,95% (2,95-0,20)2 3 +0,68% (0,68-0,66)2 -5,89% (-5,89-0,20)2 4 +0,70% (0,70-0,66)2 +0,67% (0,67-0,20)2 Média 0,66% 0,20% Desvio Padrão 0,034% 3,64% Variabilidade dos Investimentos Poupança (0,034%) < Aplicação em dólares (3,64%). Variabilidade dos Investimentos O investimento em dólares é muito mais arriscado que o investimento na poupança. • Indiferença ao risco: nenhuma mudança no retorno será exigida em vista do aumento no risco. • Tendência ao risco: uma diminuição no retorno pode ser aceita em vista do aumento no risco. O Investidor em Relação ao Risco • Aversão ao Risco: incremento no retornoé exigido em função de um aumento no risco. O Risco na Análise de Investimento Data Projeto A Projeto A Ano 0 -150.000 -300.000 Ano 1 50.000 150.000 Ano 2 50.000 150.000 Ano 3 120.000 300.000 Ano 4 150.000 350.000 VPL +95.950,38 +246.931,93 TIR 37,8% 55,1% TMAs: 15% e 22% O Risco na Análise de Investimento Projeto A: 22,8% acima da TMA Projeto B: 33,1% acima da TMA • Relação entre risco do projeto e o retorno, ou seja, a TMA definida pelo investidor. • Modelo mais utilizado é o CAPM – Modelo de precificação de ativos. • Propõe medir o risco de um ativo em relação ao mercado de capitais. Relação entre Risco e Retorno e o CAPM William Sharpe estabeleceu duas vantagens ao se relacionar investimentos ao mercado de capitais: • Simplicidade do cálculo; • Permite supor que o mercado de capitais representa o grau de risco da economia como um todo. Relação entre Risco e Retorno e o CAPM • O modelo permite identificar o retorno “justo” para determinado nível de risco. FMFe RRRK eK FR MR Returno mínimo para se aceitar o investimento (TMA) Taxa de retorno de ativos livres de risco (título públicos) Medida do risco proporcional ao risco de mercado (beta) Rentabilidade esperada do mercado de capitais Modelo de Precificação de Ativos (CAPM) • Se ᵦ=0,5 => quando o Ibovespa subir 10%, a ação subirá 5%; • Se ᵦ=2,0 => quando o Ibovespa subir 10%, a ação subirá 20%; • Se ᵦ=0,6 => quando o Ibovespa subir 10%, a ação cairá 6% Modelo de Precificação de Ativos (CAPM) A Embraer tem um projeto de avião com ᵦ=2,0 (2 vezes o Ibovespa). Supondo a Selic a 12% ao ano e o Ibovespa projetado a 20% ao ano, qual a TMA do projeto? K = Rf + ᵦ x (Rm – Rf) K = 12% + 2,0 x (20% - 12%) K = 28% ao ano = TMA Para se justificar o alto risco, exige-se uma TMA de 28%aa. Modelo de Precificação de Ativos (CAPM) Risco (beta) TMA (K) Ret < TMA SML Método Gráfico 12% Ret > TMA 0 1,0 20% 28% 2,0
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