Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 1. INTRODUÇÃO Galinhas poedeiras ou de postura são aquelas destinadas à produção de ovos, sendo este considerado de alto valor nutricional, podendo a sua qualidade ser influenciada por fatores como condições de manejo, instalações, nutrição e ambiente. (PRADO, 2016) O criador deve escolher o tipo de ave a ser criada, sendo que as poedeiras leves produzem ovos brancos e as semipesadas ovos vermelhos, uma boa linhagem, deve ter baixa taxa de mortalidade e postura acima de 240 ovos por ano, dentre outras características. (PRADO, 2016) A ave de postura exige do meio em que habita, condições precisas de ambiente, tais como temperatura, umidade, pressão, luminosidade, nível sonoro, conteúdo de oxigênio, anidrido carbônico e nitrogênio. (TINOCO, 1998) Um dos fatores em que afetam as aves são os fatores ambientais, como a temperatura, umidade e movimentação do ar. Pois afetam diretamente a função vital da ave. (TINOCO, 1998) As aves necessitam manter de temperatura interna do corpo em níveis relativamente constantes, em ambientes cujas condições termo higrométricas são as mais variáveis, através de mecanismos orgânicos de controle representados por severas compensações fisiológicas. Quando o ambiente está agradável, a ave está em condições de conforto e, consequentemente, de produtividade máxima, fora da zona de conforto ocorre decréscimo da performance produtiva, reprodutiva e resistência do organismo, sendo que extremos num e noutro sentido podem vir a ser letais. (TINOCO, 1998) Por este motivo que as instalações, para criação de aves de postura, devem ser de instalações abertas, com ambiente controlado. (TINOCO, 1998) 2. Fases de Criação das Aves A Criação de aves são divididas em três fases: 1ª Fase - Cria ou Inicial: de 1 dia até 6 semanas de idade 2 2ª Fase - Recria: de 7 a 17 semanas de idade 3º Fase - Produção: de 18 a 76 semanas de idade, podendo ainda se estender de 90 até 120 semanas se for realizada uma ou duas mudas forçadas. (PRADO, 2016) 2.1 1ª Fase - Cria ou Inicial - 1 dia até 6 semanas de idade Cuidados Iniciais: É de grande importância que o produtor compre os pintinhos de granjas conhecidas e respeitadas no mercado, capaz de fornecer aves de boa qualidade. (PRADO, 2016) Inicialmente é necessário preparar o galpão para a recepção das pintinhas. Para tanto se deve: Montar círculos, campânulas ou aquecedores, testando seu funcionamento. Distribuir comedouros e bebedouros, forrar o piso dos círculos com papel. Momentos antes da chegada das pintinhas, deve-se completar os bebedouros com água e os comedouros com ração ou espalhá-la sobre a forração de papel dependendo da hora e das condições de temperatura ligar as campânulas ou aquecedores. (PRADO, 2016) A primeira água de bebida deve ser preparada com uma solução de 5 quilos de açúcar para cada 200 litros de água. Nos criatórios de bateria ou gaiolas ajustar as grades dos comedouros. (PRADO, 2016) As pintinhas recém-chegadas nas caixas devem ser descarregadas no interior do galpão, distribuindo-as em torno dos círculos de proteção, ou das baterias ou gaiolas. Deve-se ainda verificar o peso de algumas aves e realizar a contagem. (PRADO, 2016) Verificar ainda, o funcionamento dos equipamentos e a temperatura do ambiente em torno das campânulas ou aquecedores. Lembrar que a temperatura do ambiente é muito importante para o bom desenvolvimento das aves. (PRADO, 2016) O círculo de confinamento utilizado para evitar que as aves se afastem muito da campânula ou aquecedor. O círculo de confinamento deve ter aproximadamente de 50 a 60 cm de altura e, estar a uma distância de 0,6 a 1 3 m da extremidade da campânula. O círculo geralmente pode ser removido após uma semana. (PRADO, 2016) Manter os bebedouros iniciais, ou pendulares sempre limpos e com água fresca no mínimo duas vezes ao dia. Conferir os bebedouros de válvula regularmente, para evitar sujeiras, entupimentos e/ou vazamentos. Deve-se regular a altura dos bebedouros e comedouros a cada semana, facilitando o acesso das aves: (PRADO, 2016) Bebedouro -> estar na altura do dorso, ou acima da cabeça em caso de válvula. Comedouros -> estar na altura do papo. (PRADO, 2016) 2.2 Debicagem A debicagem deve ser feita para manter a uniformidade do lote, além de prevenir o canibalismo e evitar o desperdício de ração. Esta deve ser realizada primeiramente entre 7 e 10 dias de idade, aproveitando o fato de que as pintinhas estão no círculo de proteção o que facilita apanhá-las. Uma segunda debicagem deve ser feita entre 10 e 12 semanas, em condições normais de criação. (PRADO, 2016) 2.3 2ª Fase - Recria – 7 semanas a 17 semanas de idade Nesta fase é medido pelo peso médio do lote, pois nos permite verificar se a ave está se desenvolvendo de acordo com a linhagem de origem. Além de garantir a uniformidade do lote. (PRADO, 2016) As pesagens devem ser feitas semanalmente em toda a fase de recria que vai desde 7 semanas até 18 semanas. Deve-se definir um dia para esta atividade e realizar sempre no mesmo horário, isto para causar o mínimo estresse. Pesar uma amostra entre 1 a 3 % do lote; - Pesar aves de diferentes locais ao longo de todo o galpão, tomando as amostras de aves a serem pesadas ao acaso. (PRADO, 2016) Realizar as pesagens individuais e estes pesos devem ser anotados em uma ficha apropriada para a análise de uniformidade. Para facilitar a pesagem, 4 manter a balança calibrada e na altura dos olhos. As aves devem ser contidas pelas duas pernas, impedindo que se debatam evitando contusões. O cálculo da uniformidade é feito pelo peso médio, adicionando 10 %, tendo assim o limite inferior e superior da amostra. Posteriormente, verifica-se o número de aves que estão dentro destes padrões. (PRADO, 2016) 2.4 3ª Fase – Produção - 18 semanas de idade até o abate Primeiro deve se transferir as frangas de 15 e 16 semanas para o galpão de postura. Durante a transferência realizar a seleção e padronização das aves, agrupando as frangas pela conformação (peso corporal) e maturidade sexual (desenvolvimento da crista). Considerado um processo extremamente estressante para as frangas, o processo de transferência deve seguir as seguintes recomendações: Colocar ração à vontade nos comedouros. Evitar práticas de manejo que causem estresse às aves, na semana que se segue a transferência. (PRADO, 2016) A criação das galinhas poedeiras pode ser realizada de três formas. Uma delas é diretamente sobre o piso em todas suas fases, dentro da gaiola e, ainda, combinando piso na fase inicial e gaiola nas outras duas fases. (PRADO, 2016) O ideal é que a construção do galpão seja realizada acima do solo e o piso sob as gaiolas precisam ser de terra para que haja maior absorção da umidade dos estercos. Sob as gaiolas que se encontram nas laterais, o piso inclinado voltado para fora é o mais adequado, pois evita o acúmulo de água das chuvas. Os locais de armazenamento, tanto de ovos quanto de alimentos, não devem dar acesso a outras aves, animais silvestres ou domésticos e insetos. (PRADO, 2016) Com a saída das aves, o galpão deve ser preparado para a recepção de novas aves, para tanto, é indispensável os seguintes cuidados: Retirar restos de ração nos comedouros e água dos bebedouros; retirar equipamentos removíveis, promovendo completa lavagem e desinfecção destes; retirar a cama ou esterco, ensacar e isolar da área da granja; varrer pisos, gaiolas, telas 5 e estrutura do telhado; passar vassoura de fogo, e posteriormentelavar com jato de água, inclusive as cortinas; repor os equipamentos após a secagem do galpão, levantar as cortinas e proceder a sua total desinfecção; lavar os reservatórios de água, passar uma solução com desinfetante pela tubulação, seguida de água limpa; promover uma limpeza dos arredores do galpão eliminando penas, entulhos e matos; programar um vazio sanitário por um período mínimo de 15 dias. (PRADO, 2016) 3. Sistemas de Criação São 2 os sistemas de criação mais utilizados na avicultura de postura: pinteiro ou bateria (KUPSCH, 1981) 3.1 Pinteiro As aves permanecem até os 42 dias de vida (6 semanas) em locais denominados "pinteiros" com densidade de até 20 cabeças/m2 em sistema cama (MAZZUCO, 2006; ABREU, 2006) Em seguida, as aves são direcionadas à fase de recria, aonde permanecem entre as 6a e 17a semana de vida em gaiolas metálicas de 0,50 x 0,50 x 0,30 m (8 aves/gaiola), de 1,20 x 0,60 x 0,40 m (20 aves/gaiola), de 1,00 x 0,60 x 0,40 m (16 aves/gaiola) ou de outras dimensões encontradas no mercado (MAZZUCO, 2006; ABREU,2006) A duração desta fase é de 11 semanas aproximadamente. A próxima fase é a de postura, na qual os animais devem estar entre 17 e 72-74 semanas de vida. São utilizadas gaiolas de 0,25 x 0,40 x 0,40 m (2 aves/gaiola), 0,30 x 0,40 x 0,40 m (3 aves/gaiola), 0,25 x 0,45 x 0,40 m (3 aves/gaiola), 0,25 x 0,50 x 0,38 m (3 aves/gaiola), havendo outras dimensões de gaiolas no mercado. A duração desta fase é de aproximadamente 55 a 57 semanas (MAZZUCO, 2006; ABREU,2006) 3.2 Batedeira 6 Os pintos de até 4 semanas de vida são criados em baterias de 800 cabeças ocupando uma área de 3 m2 (3,00 x 1,00 m). As baterias consistem de um sistema de grandes gaiolas acondicionadas em 2 a 3 andares, sendo o afastamento de uma bateria para outra e destas para as paredes cerca de 1,00 m. As baterias podem ser dispostas em filas paralelas tendo um corredor de serviço de 2,00 m. O galpão usado nesta fase deve ser fechado nas laterais a nas áreas frontais, dispondo de aberturas controladas (venezianas ou similares) com peitoris acima de 1,60 m (MAZZUCO, 2006; ABREU,2006). A segunda fase é a recria (da 4ª a 17ª semana de vida), na qual as frangas serão mantidas em gaiolas similares às da fase de recria usadas no sistema de pinteiro, sendo a duração desta fase de aproximadamente 13 semanas (MAZZUCO, 2006; ABREU,2006) 4. Bebedouros 4.1 Calha Pode ser com válvula ou bóia, automático, confeccionado em metal com custo relativamente baixo, porém com maior possibilidade de contaminação da água. Há também o tipo calha com água corrente, que oferece água mais fresca, porém exige maior fluxo de água no sistema (KLOSOWSKI, 2004). Consiste de um sistema aberto que exige manutenção freqüente, pois molha muito a área das camas. O ideal é deixar 2,5 cm de espaço por ave. No caso da utilização destes bebedouros, valas de infiltração deverão ser providenciadas para que não ocorra excesso de água acumulada (KLOSOWSKI, 2004) 4.2 Pendura É o mais tradicional. A água desce pela base, cai direto na bacia, ficando armazenada e à disposição das aves com volume constante, sendo liberada à medida do seu consumo e exposta às condições ambientais em contato com poeira, restos de ração e elevadas temperaturas (ABREU, 1999). 4.3 Niplle 7 O sistema do tipo “chupeta” foi introduzido recentemente. São menores e a água encanada é liberada com o toque dos bicos na água, o que reduz o risco de contaminação. É indicado um bico para dez a quinze aves (ABREU, 1999). 5. Comedouros Bandejas tubulares ou automáticas. A quantidade de comedouros no sistema de criação de aves de postura é maior que no de corte, e devem estar em maior altura a fim de fortalecer a musculatura das pernas e aumentar a capacidade copulatória do galo (ABREU, 1999). 6. Aquecedores Podem ser à lenha, a gás ou elétricos (ABREU, 1999 7. Galpões para Poedeiras Abriga matrizes desde o início da 17ª semana de idade até o fim da 72ª- 74 semanas conforme ainda seja econômica ou não a produção de ovos (FERREIRA, 2008). Galinhas: idade de reprodução a partir da 17 a semana (FERREIRA, 2008). 7.1 Detalhes construtivos do galpão - Pilares de concreto armado, metálico ou de madeira roliça. - Piso de concreto revestido de argamassa de cimento e areia. - Corredor central de 1,0 m de largura entre as fileiras de gaiolas. - Sob as gaiolas o piso pode ser de terra, devendo, porém, à volta do galpão, ser - Construído um passeio em concreto com 0,8 m de largura. - O beiral pode atingir até 2,0 m de largura. - As gaiolas são fixadas nos pilares do galpão a 0,7 m de altura em relação ao -piso afastamento entre galpões: 30 a 40 m, para criações de mesma idade. 200 m ou mais, para criações de diferentes idades (FERREIRA, 2008) 8 7.2 Afastamento entre galpões - 30 a 40 m, para criações de mesma idade (FERREIRA, 2008) - 200 m ou mais, para criações de diferentes idades (FERREIRA, 2008) (FERREIRA, 2008) Foto 1. - Detalhes construtivos de um galpão para poedeiras (FERREIRA, 2008). Foto 2. - Visão geral de galpão para aves de postura 9 Disponível em < http://www.ebah.com.br/content/ABAAABZOsAD/planejamento-nstalacoes- zootecnicas-agricolas?part=2> Foto 3. - Vista interna de galpão para aves de postura Disponível em http://www.agenciaminas.noticiasantigas.mg.gov.br/noticias/granjas-do-sul-de- minas-recebem-certificado-do-governo-federal/ 10 Foto 4. - Vista interna de galpão para aves de postura Disponível em http://www.agro.ufg.br/up/68/o/Aula_Instalacoes_Aves.pdf Foto 5. - Vista interna de galpão de postura com gaiolas automatizadas 8. Gaiolas São formadas por um conjunto de 4 repartições de 25 x 40 x 40 cm, sendo cada repartição destinada a 2 aves • Disposição em fileira simples ou duplas (FERREIRA, 2008) (FERREIRA, 2008) Foto. 6 - Perspectiva de uma gaiola (1,0 x 40 x 40m) (8 aves por gaiola) 11 (FERREIRA, 2008) Foto 7. - Gaiola para aves de postura (1,0 x 4 0 x 4 0 m) (FERREIRA, 2008) 12 Foto. 8 - Gaiolas sem fileira simples: 2 fileiras duplas de gaiolas separas por um corredor de serviço (FERREIRA, 2008) Foto 9. - Fileiras duplas: $ fileiras duplas de gaiolas, dispostas escalonadamente 8.1 Exemplo de dimensionamento (galpão postura) Dimensionar galpão para 4000 aves de postura Dados: utilizar gaiola de 0,40 x 0,40 x 1,00 m (alt x larg x compr) com capacidade de 8 aves / gaiola (FERREIRA, 2008) Resolução: 1 metro de gaiola _____ 8 aves x _____ 4000 aves 13 X = 500 metros de gaiolas Utilizando- se 4 fileiras de gaiolas galpão com 125 metros de comprimento e 3 metros de largura (vão interno) 9. Conclusão Conclui-se que é necessário uma adequada instalação para melhor acomodar as aves, resultando em melhorias na produção. A medida do galpão devem ser de acordo com o número de aves. 10. Referências Bibliográficas TINÔCO I F F; Critérios para o planejamento de instalações avícolas para aves de postura. Simpósio Internacional sobre Ambiência e Sistemas de Produção Avícola; Concórdia, SC, 1998. PRADO, G A F; Criação e manejo de aves poedeiras. Bigsal Nutrição Animal, UBERABA, 2016. ABREU, P. G. Período frio exige manejo adequado. Sociedade Nacional de Agricultura, v. 102, n. 630, set. 1999. MAZZUCO, H. Boas práticas de produção na postura comercial. Embrapa. Circular Técnica, dez. 2006 FERREIRA, R. C. Universidade Federal de Goiás Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos. Setor de Engenharia RuralInstalações para aves, 2008. KUPSCH. Construção e uso prático de aviários e gaiolas para pintos, frangas e poedeiras. São Paulo. Nobel, 1981. Pg. 231 2
Compartilhar