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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS AVICULTURA DE CORTE E POSTURA Alana Soares Souza, Alvino Santana de Souza, Itamar Evodio dos Santos, Larissa Nascimento Lima e Samille Oliveira Santos. Cruz das Almas - Bahia 2021 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS AVICULTURA DE CORTE E POSTURA Trabalho apresentado ao professor José Humberto Teixeira Santos para fins avaliativos do componente curricular GCET002- Construções Rurais. Discentes: Alana Soares, Alvino de Souza, Itamar Evodio, Larissa Lima e Samille Oliveira. Cruz das Almas - Bahia 2021 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2 SELEÇÃO DA ÁREA................................................................................... 5 3 AVES DE CORTE ....................................................................................... 6 3.1 Sistema de criação ...................................................................................... 6 3.2 Orientações ................................................................................................. 9 3.3 Equipamentos ........................................................................................... 17 3.4 Instalações ................................................................................................ 18 3.5 Localização ............................................................................................... 19 3.6 Detalhes construtivos ................................................................................ 23 4 AVES DE POSTURA ................................................................................ 27 4.1 Sistemas de Criação ................................................................................. 27 4.2 Bem-estar .................................................................................................. 28 4.3 Localização ............................................................................................... 30 4.4 Gaiolas ...................................................................................................... 32 4.5 Instalações ................................................................................................ 32 4.6 Detalhes Construtivos ............................................................................... 34 4.7 Complementos .......................................................................................... 37 REFERENCIAS ................................................................................................ 41 4 1 INTRODUÇÃO A avicultura brasileira vem em uma crescente evolução nos últimos anos. Ocupando uma posição privilegiada no setor de exportação em comparação com a exportação de origem de outros animais uma boa parte da produção dessas aves e tem grande parte do seu acervo ao setor agropecuário. A ave foi introduzida no Brasil por volta de 1503, Rua Gonçalo coelho que atracou no porto do Rio de Janeiro. Mas indica-se que a produção comercial no Brasil teve início por volta de 1860 em Minas Gerais, com importações para outras regiões do país. Só a partir dos anos 50 a avicultura no Brasil ganhou impulso com o desenvolvimento de vacinas, nutrição, avanços genéticos e equipamentos específicos para criação destas aves. Hoje a avicultura é considerada para muitos como uma atividade bem dinâmica essa atividade começou a ser desenvolvido nos estados da região Sudeste, principalmente em São Paulo onde as principais matrizes foram introduzidas. A exportação de frango teve uma prioridade no setor em 2001 ultrapassando a casa dos milhões exportados em 6,500 64 milhões de tonelada. O Brasil em termos de produção hoje ocupa a terceira posição como maior produtor de aves ficando atrás dos Estados Unidos e da China. A exportação de frangos teve uma prioridade no 70/2001 ultrapassando a casa dos bilhões e importação ficando em 6,500 64 milhões de toneladas o consumidor brasileiro no mercado interno está cada vez mais mudando o seu hábito dando preferência à carne de frango, você considerado um produto mais saudável e ter um preço mais acessível que a carne bovina. No Brasil apresentaram um bom crescimento médio entre os anos de 2000 a 2012 com crescimento médio em torno de 26,83 toneladas segundo as projeções da USDA (2013) o ano de 2019 o Brasil era para ter um aumento em suas exportações de carne de frango em 24,53% com relação à exportação de 2012 que foram exportadas 4765 mil toneladas, o Brasil acabou que em 2019 exportou em toneladas mais do que o esperado pela USDA no ano 2012 nesse péctico ano o Brasil exportou 631, 4 mil toneladas de carne de frango. 5 Os principais Estados produtores de frangos são: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. A região Centro-Oeste vem crescendo em produção. Beneficiada pela variação cambial, problemas sanitários no segmento de carnes no exterior, e conquista de novos mercados, a exportação de carne de frango brasileira conseguiu um desempenho notável em 2002. O Brasil acompanhou a evolução avícola mundial a foram notáveis os resultados advindos da transferência de tecnologia gerada em outros países. No entanto, em climas tropicais a subtropicais, a intensa radiação solar a os altos valores de temperatura e de umidade relativa do ar, no verão, têm-se mostrado limitantes ao desenvolvimento de alto índice de produtividade das aves. Independente do modo pelo qual os organismos animais transformam a energia dos alimentos, tudo se passa como se houvesse a combustão das substâncias ingeridas, resultando nos produtos da oxidação e, no domínio energético, na produção de trabalho e calor. O organismo animal funciona como verdadeira fonte de calor, necessitando, para desenvolver sua atividade vital, de desnível térmico em relação ao meio externo. Tendo em vista estes aspectos, as construções destinadas à criação de aves de corte e de postura devem ser planejadas adequadamente de forma a não somente considerar o fluxograma de funcionamento da exploração em nível interno e externo, mas também os aspectos ambientais que possam interferir na produtividade animal. 2 SELEÇÃO DA ÁREA O ambiente de criação deve ser tranquilo e distante de outras criações ou plantéis avícolas e ainda se possível distante de estradas onde ocorra circulação de veículos e pedestres. Segundo recomendações da Embrapa Suínos e Aves, o aviário deve estar pelo menos 100 metros de distância da estrada vicinal e a 30 metros dos limites periféricos da propriedade. A distância entre galpões do mesmo núcleo deverá ser de pelo menos o dobro da largura do galpão e de 500 metros de outro estabelecimento de aves comerciais de corte. Quando a seleção de áreas para implantação de uma exploração da avicultura deve ser observada os seguintes aspectos. 6 Proximidade aos centros de consumo, Infraestrutura relacionada à comunicação, insumos (ração, matrizes), energia elétrica, abastecimento d'água, crédito, assistência técnica, etc. Clima no que se refere às condições adequadas de temperatura e umidade relativa do ar, ventilação, radiação, etc. A orientação é que na primeira semana de vida a temperatura fique em torno de 30° a 35°C, uma vez que eles ainda não têm penas e não conseguem controlar a temperatura corporal. A partir dos 21 dias, a temperatura já pode passar para 23 ou 24°C, o que é considerado uma temperatura de conforto térmico para as aves. O local deve apresentar boas condições de salubridade no que se refere à drenagem do solo, ventilação, insolação, espaço físico, topografia (terreno com inclinação mais suave),via de acesso apropriado para períodos chuvosos e secos, controle de trânsito. Enfim, o próprio espaçamento entre galpões do mesmo núcleo deverá ser de pelo menos o dobro da largura do galpão e de 500 m de outro estabelecimento de aves comerciais de corte. O aviário deve estar pelo menos 100 m de distância da estrada vicinal e a 30 m dos limites periféricos da propriedade. Devem atentar para o fato de que ao se planejar o aviário, devem se evitar terrenos de baixada, para se evita problemas com alta umidade, pouca movimentação de ar e falta insolação higiênica nos períodos do inverno. Deve- se estar atento também à possível obstrução do ar por outras construções próximas e barreiras naturais e artificiais próximas aos galpões avícolas, o que acarretaria na má ventilação natural, trazendo prejuízos ao conforto térmico no verão. O estudo do clima da região e/ou do local onde será implantado o aviário, determinando as mais altas e baixas temperaturas ocorridas, a média da umidade relativa do ar durante o ano, a direção e a intensidade do vento, define o tipo ideal de edificação. Assim, é possível projetar aviários com características construtivas capazes de minimizar os efeitos do clima sobre as aves. 3 AVES DE CORTE 3.1 Sistema de criação As aves podem ser criadas em três tipos de sistemas diferentes. A escolha do sistema de criação ideal depende da região onde será implantada, 7 da instalação e o objetivo da produção. Esses sistemas são: extensivo, semi- intensivo e intensivo. 3.1.1 Extensivo Sistema de criação onde as aves são criados em liberdade e alimentadas em regime de pastejo ou pelo fornecimento de verde picado. Tem como objetivo aproveitar o espaço dentro da propriedade, e obtenção de produtos de qualidade. 3.1.2 Semi-intensivo O sistema de criação semi-intensivo, também conhecido como produção de pátio/quintal, é uma alternativa que permite o livre acesso das aves às áreas de pastejo, proporcionando que as aves expressem seu comportamento natural, resultando no bem-estar e na qualidade do produto final. Além disso, é necessário um galinheiro, para que as aves possam se abrigar. Para reduzir os custos o produtor pode usar materiais já existentes na propriedade para construir o galinheiro. O criador das aves fornece praticamente toda a comida, a água e outras necessidades. 3.1.3 Intensivo A produção intensiva requer maiores investimentos, tanto de capital como de mão de obra. O tamanho dos bandos de aves no sistema de produção intensiva normalmente situa-se nos milhares. Tal foi alcançado através dos avanços na investigação sobre incubação artificial, necessidades nutricionais e controle das doenças. Nesse sistema as aves são criadas em galpões por todo o ciclo de produção, em confinamento total desde o primeiro dia de vida até o dia do abate. Por isso, é essencial que o lote seja mantido saudável e a cama sempre em condições adequadas, sempre secas e na altura ideal e de material apropriado, e os outros equipamentos estejam adequados para suprir as necessidades do lote. Os aviários convencionais tem uma maior dificuldade em fornecer conforto térmico para as aves em todas as fases de criação, sendo necessária á implantação de estratégias para que todas as fases sejam atendidas. Já os 8 aviários mais modernos são completamente automatizados com controle total de temperatura de umidade do ar. Porém, eles possuem custos de implantação mais elevados, tornando inacessível para alguns produtores (PAULINO et al. 2019). Além disso, a avicultura de corte no Brasil adota três sistemas de produção, que atende as necessidades de cada produtor. Sendo eles: sistema de integração, sistema cooperativo e sistema independente. a. Sistema de integração Sistema Agroindustrial, esse sistema consiste em incorporar à atividade principal de uma empresa todas aquelas que se ligam a ela no ciclo de produção do frango de corte. A integração se aplica entre atividades que são complementares no processo produtivo. Isso acontece da seguinte forma: a empresa de maior porte (integradora) fornece ao criador (integrado) os pintos, a ração, a assistência técnica e se responsabiliza pelo abate e pela comercialização do frango abatido. O criador entra no negócio com as instalações, os equipamentos, o aquecimento, a água, a cama e a mão de obra. Esse sistema dura cerca de 42-45 dias, e o frango será abatido com média de 2,5Kg. b. Sistema cooperativo Esse sistema tem sido muito utilizado nos últimos anos. Consiste no criador participar da organização e das decisões, correndo os riscos de um eventual fracasso das operações. Muitas vezes, a cooperativa produz pintos e rações, que são consumidos dentro do próprio sistema. Os insumos são repassados aos cooperados pelo custo de produção; as despesas administrativas, técnicas e operacionais, junto aos insumos, são agregadas ao custo de produção e divididas proporcionalmente entre o total de frangos produzidos pelo cooperado. c. Sistema independente Nesse sistema, o avicultor é responsável por todo o processo de produção do frango. Toda e qualquer decisão é de caráter pessoal, e os riscos 9 envolvidos nas operações são de inteira responsabilidade do produtor. Por essa e outras razões, esse sistema é considerado muito pesado, pois o avicultor tem de pensar e decidir sozinho sobre tudo: como adquirir e de quem adquirir os pintos e os alimentos; averiguar sobre a qualidade dos produtos; conhecer os riscos sanitários; além de ser responsável pela comercialização dos frangos. 3.2 Orientações 3.2.1 Densidade A densidade correta de alojamento é essencial para o êxito do sistema de produção de frangos de corte, pois garante o espaço adequado ao desempenho máximo das aves. Além do desempenho e lucratividade, a densidade de alojamento adequada também implica importantes questões relacionadas ao bem-estar das aves. Para fazer a avaliação correta da densidade de alojamento, alguns fatores como o clima, o tipo de aviário, o peso de abate e a regulamentação sobre o bem-estar das aves devem ser levados em consideração. Uma densidade inadequada pode acarretar problemas de pernas, arranhões, contusões e mortalidade. Além disso, a integridade da cama também será comprometida. A retirada de uma parte do lote é um dos métodos utilizados para manter a densidade adequada. Em alguns países, um grande número de aves é alojado em um galpão, com duas metas de peso diferentes. Ao atingir a meta de peso mais baixa, 20 a 50% das aves são removidas para atender às vendas desse segmento de mercado. As aves remanescentes terão, então, mais espaço, podendo alcançar a meta de peso mais alta. Em países de clima mais quente, a densidade de 30 kg/m2 aproxima-se do ideal. 3.2.2 Camas As camas dos aviários proporciona grande conforto para as aves e influencia diretamente na qualidade e na produtividade do frango de corte. Elas têm a função de absorver a umidade, diluir uratos e fezes, fornecer isolamento térmico e proporcionar uma superfície macia para as aves, evitando o contato 10 direto das aves com o solo duro, isso evita a formação de calo no peito e de lesões no coxim plantar, no joelho e no peito dessas aves. A cama de frango varia em sua composição, e as suas características físicas divergem entre os aviários, as granjas e as diferentes regiões. Essas camas devem ser compostas por material de origem vegetal e de natureza absorvente, como exemplo, de materiais como casca de arroz, de amendoim, de café, maravalhas, palhas de milho, feno de gramíneas, areia, papel, entre outros, e devem ser manejados de forma adequada para prevenir a proliferação de insetos e para controlar o nível de umidade e amônia, a produção de poeira e a exposição a agentes transmissores de doenças, nos aviários. A variação dos tipos ocorre pelas diferenças na quantidade e no tipode material da cama, no número de lotes de frangos produzidos na cama, no sistema de bebedouros, na quantidade de detritos e no método de limpeza e de armazenamento utilizado. É necessário que esses materiais utilizados estejam em boas condições, sejam de boa qualidade e recebam as manutenções devidas de forma continua. É importante que elas estejam livres de agentes patógenos, tóxicos e materiais estranhos (de CARVALHO et al., 2011). A reutilização da cama na produção de frangos de corte é uma prática adotada para diminuir custos com a aquisição de camas novas e aumentar a quantidade de nutrientes presentes na cama, para posterior utilização como biofertilizante na agricultura. Também é uma forma de estabilizar ou diminuir o impacto ambiental, ao reduzir a quantidade de camas por ave produzida. No entanto, essa reutilização pode levar a altos níveis de amônia no interior dos galpões, de 60 a 100 ppm, um valor considerado acima do recomendado, que deve ser inferior a 20 ppm. Concentrações de amônia no ar acima de 60 ppm tornam as aves mais predispostas a doenças respiratórias, aumentam os riscos de infecções secundárias às vacinas e prejudicamos processos fisiológicos de trocas gasosas. Sendo necessário adequar a taxa de ventilação e determinar a emissão de gases poluentes nos aviários, para permitir a melhora do seu ambiente interno. (de CARVALHO et al., 2011). 3.2.3 Temperatura 11 As aves necessitam de um ambiente confortável para expressar todo o seu potencial genético. Quando as aves estão em temperaturas desconfortáveis para seu organismo, têm algumas reações fisiológicas e metabólicas para que sua temperatura corporal se mantenha adequada. Isso faz com que seu comportamento fisiológico tenha alterações para manter o corpo na zona de conforto térmico, com isso, há uma queda na produção dessas aves (PAULINO et al. 2019). As condições climáticas são os principais fatores limitantes para a criação de frangos de corte. A associação entre a temperatura, umidade do ar e velocidade do vento é o que fornece a sensação térmica dentro de um galpão. O que tornam desses os principais fatores que devem ser controlados para garantir a sensação térmica dos frangos. Entretanto, a relação entre esses fatores varia ao decorrer do período de vida da ave, por sua exigência em relação à necessidade de ganho ou perda de calor. Para os pintinhos de um dia a temperatura ambiente adequada varia de 33-35ºC, e com umidade relativa do ar de 65 a 70%, e para frangos a partir dos 15 dias de idade até a idade de abate (42 dias), quando seu sistema termorregulador já está formado, a temperatura considerada ideal é de 16 a 23ºC e uma umidade relativa do ar entre 30 a 50%. A temperatura corporal de um frango é em média 41ºC; porém, em condições ambientais extremas (de frio ou calor), as aves não conseguem manter a sua homeotermia, e isso ocorre com a alteração de em média 4ºC acima ou abaixo de sua temperatura corporal ideal pode ocasionar danos como hipertemia e hipotermia respectivamente. 3.2.4 Ventilação A ventilação é necessária para eliminar o excesso de umidade do ambiente e da cama, provenientes da água liberada pela respiração das aves e dos dejetos, permitir a renovação do ar e eliminar odores, e que uma das alternativas para melhorar as condições térmicas e promover a renovação do ar, é a ventilação forçada. Quando não há problemas com a saturação do ar dentro dos aviários, pode-se utilizar o sistema de resfriamento evaporativo, constituído basicamente pelo uso de nebulizadores, permitindo que o ar não 12 saturado do ambiente entre em contato com a água em temperatura mais baixa, ocorrendo então à troca de calor entre o ar e a água. Para reduzir a temperatura da telha e circunvizinhança nas horas de calor intenso, pode-se utilizar aspersão sobre a cobertura. a. Ventilação Mínima A ventilação mínima pode ser definida como a quantidade de ar por unidade de tempo, necessária para manter a qualidade do ar e atender à demanda de oxigênio das aves, ao visar seu bem-estar e sua saúde, sem interferir na temperatura e na sensação térmica das aves. Os requisitos para o funcionamento adequado de um sistema de ventilação mínima são o fornecimento de oxigênio para atender às necessidades metabólicas das aves. Permitir o controle da umidade relativa e manter a cama em boas condições. b. Pressão Negativa A maneira mais eficiente de se conseguir uma boa distribuição de ar para a ventilação mínima é por meio do sistema de ventilação por pressão negativa. Esse sistema deve direcionar o ar que entra no galpão para cima, em direção ao teto. A queda de pressão através das entradas de ar deve ser ajustada de modo a garantir que o ar, ao entrar, alcance o topo do galpão, onde o calor se acumula. A queda de pressão escolhida dependerá da largura do galpão ou da distância que o ar terá que percorrer a partir do momento em que entra no galpão. A pressão adequada é alcançada pela combinação entre a área das entradas de ar e a vazão dos exaustores. Conforme a pressão negativa aumenta, a velocidade do ar que entra no galpão se eleva no ponto de entrada, mas o aumento decorrente da pressão negativa diminui a vazão dos exaustores e reduz o volume total de ar que se desloca através do galpão. Essa queda de volume é observada especialmente quando se usam exaustores de acionamento direto. Para se gerar um sistema de pressão negativa eficiente, é preciso que o ambiente seja controlado. O ar procura o ponto de menor resistência e qualquer entrada indesejada de ar resulta no desequilíbrio na distribuição de ar. O galpão deve ser o mais hermético possível. Geralmente, as entradas 13 indesejáveis de ar se localizam na cumeeira, perto dos exaustores e/ ou do piso. A abertura em que o exaustor for instalado deve ser bem vedada para melhorar ao máximo o desempenho do aparelho. Devem-se instalar persianas anti-retorno para evitar correntes de ar e as correias dos exaustores precisam estar na tensão correta para aumentar a eficiência dos aparelhos. c. Entradas de Ar A pressão nas entradas de ar deve ser controlada para manter o ar a uma velocidade constante em todos os estágios da ventilação. Essas entradas devem direcionar o ar ao topo do galpão e devem fechar-se quando os exaustores estiverem desligados. As entradas de ar no sistema de ventilação mínima devem vedar-se completamente quando fechadas. Quando abertas, o ar deve entrar apenas pela parte superior, e não pelas laterais ou pela parte inferior das entradas de ar. As entradas de ar indesejáveis pelas laterais e pela parte inferior direcionam o ar frio para o piso, causando o resfriamento das aves e a condensação da cama. d. Ventilação com cortinas Em galpões abertos, o manejo das cortinas é fundamental para que se tenha um lote saudável durante todo o período de produção. O manejo adequado da ventilação requer o mínimo possível de flutuação de temperatura. Em diferentes partes do galpão, pode haver variações de temperatura. A ventilação é necessária em todas as faixas etárias das aves para remover o excesso de calor, vapor de água e/ou CO2 . A remoção do CO2 é importante na primeira semana de idade, quando o galpão está bem vedado. O nível de CO2 nunca deve ultrapassar 3.000 ppm. Consultar as diretrizes para a avaliação da qualidade do ar. O manejo adequado das cortinas é vital para evitar problemas respiratórios e ascite no caso de climas frios. Minimizar as flutuações de temperatura nas 24 horas, especialmente à noite. Melhor controle da temperatura resulta em melhor conversão alimentar e melhora a taxa de crescimento. Por isso, devem-se levar em consideração a direção dos ventos pela manhã, abrindo primeiro a cortina do lado contrário daquele em que sopra 14 o vento predominante. Para melhorar a troca de ar e aumentar a velocidade do ar que entrano galpão, a cortina do lado do vento predominante deve ficar com uma abertura correspondente a 25% da abertura no lado contrário ao vento. Para reduzir a troca de ar e diminuir a velocidade do ar que entra no galpão, a abertura da cortina do lado do vento predominante deve corresponder a 25% da abertura no lado contrário ao vento predominante. Para que a velocidade máxima seja obtida no nível das aves, as cortinas deverão ter a mesma abertura nos dois lados, o mais baixo possível. Até os 14 dias de idade das aves, as cortinas devem ficar abertas de modo a propiciar a troca de ar no galpão sem que haja velocidade do ar no nível das aves ou do piso. A velocidade do ar no nível das aves nos primeiros 14 dias de vida leva ao resfriamento dos pintos, redução do consumo de água e ração e maior dispêndio de energia para a produção de calor. e. Ventilação Natural O sistema de ventilação natural é comum em regiões temperadas, onde as condições climáticas são similares àquelas necessárias para a produção. Não se recomenda utilizar esse sistema em regiões que apresentem extremos de temperatura. A ventilação natural, para ser eficaz, depende da localização do galpão. A orientação do galpão deve seguir o eixo leste-oeste a fim de reduzir a intensidade da incidência de luz direta nas paredes laterais durante a parte mais quente do dia. Os ventos predominantes devem ser utilizados de forma vantajosa. Recomenda-se que o telhado disponha de uma superfície refletiva, com isolamento térmico de fator R igual a 20-25 (consultar valores de isolamento térmico, nas páginas 2-3) e beirais suficientemente largos. 3.2.5 Luminosidade A quantidade e a intensidade da luminosidade influenciam a atividade dos frangos. A estimulação correta da atividade durante os primeiros 5-7 dias de idade é necessária para que o consumo alimentar e o desenvolvimento dos sistemas digestivo e imunológico sejam os melhores possíveis. A redução da energia exigida para realizar atividades durante a porção média do período de crescimento resulta em maior eficiência de produção. A distribuição uniforme 15 da luz em todo o galpão é essencial para o sucesso de qualquer programa de luz. 3.2.6 Biossegurança O Brasil é um grande exportador de carne de frango e a necessidade da implantação de medidas de biossegurança no setor produtivo é cada vez maior. Problemas sanitários graves podem comprometer a exportação de produtos avícolas e medidas devem ser adotadas visando à obtenção de melhores resultados da produção. A biossegurança consiste no conjunto de medidas aplicadas em todos os segmentos da criação das aves com objetivo de diminuir os riscos de infecções e aumentar o controle sanitário dos plantéis. 3.2.7 Manejo Sanitário Tem o objetivo de manter as condições de higiene no sistema de criação que permitam minimizar a ocorrência de doenças, obter bom desempenho e bem-estar das aves, além de assegurar ao consumidor um produto de boa qualidade. Uma das formas de controlar as doenças no plantel é por meio da higienização das instalações, controle de vetores de doenças e remoção de carcaças de aves mortas. A boa sanitização da granja não se resume apenas à escolha do desinfetante certo. O ponto fundamental da sanitização da granja é a limpeza eficaz. Os desinfetantes são inativados na presença de material orgânico. Os seguintes itens são fundamentais para a sanitização eficaz. No entanto, eles não se aplicam no caso de reutilização da cama. Essas medidas visam a diminuir os riscos de infecções e aumentar o controle sanitário do plantel, resguardando a saúde do consumidor. 3.2.8 Vacinação A prevenção é indiscutivelmente o método mais econômico e eficaz para o controle de doenças. A melhor prevenção é obtida pela adoção de um programa eficaz de biossegurança, em conjunto com a vacinação correta. As matrizes são vacinadas contra diversas doenças, a fim de que os anticorpos maternos sejam transmitidos aos pintinhos. Esses anticorpos servem para proteger os pintos durante os primeiros estágios do período de 16 recria. Entretanto, esses anticorpos não protegem os frangos durante o período todo. Desta forma, pode ser necessário vacinar os frangos no incubatório ou em campo, para prevenir certas doenças. O calendário de vacinação deve levar em conta o nível esperado de anticorpos maternos, a enfermidade em questão e os atuais desafios em campo. 3.2.9 Água A água é um nutriente essencial que influencia praticamente todas as funções fisiológicas. A água compõe de 65% a 78% do corpo de uma ave, dependendo da idade. Fatores como temperatura, umidade relativa, composição da dieta e taxa de ganho de peso corporal influenciam a ingestão de água. A boa qualidade da água é vital para a produção eficiente de frangos de corte. A análise da qualidade da água inclui o pH, o teor mineral e o grau de contaminação microbiana. É essencial que a ingestão de água aumente com o passar do tempo. Se houver redução do consumo de água em qualquer etapa da vida da ave, a saúde, o ambiente e/ou o manejo devem ser reavaliados. 3.2.10 Manejo Nutricional A dieta dos frangos de corte é elaborada de modo a fornecer a energia e os nutrientes essenciais à saúde e à produção eficiente. Os componentes nutricionais básicos necessários às aves são água, aminoácidos, energia, vitaminas e sais minerais. Esses componentes precisam agir em conjunto para garantir boa estrutura esquelética e desenvolvimento muscular adequado. A qualidade dos ingredientes, a forma física da ração e a higiene afetam diretamente a atuação destes nutrientes básicos. Se a matéria-prima ou o processo de fabricação estiverem comprometidos, ou se houver um desequilíbrio no perfil nutricional da ração, o desempenho dos frangos pode ser prejudicado. Uma vez que os frangos de corte são criados para atingir diferentes metas de pesos finais, composições de carcaça e estratégias de produção seriam inviáveis elaborar um único conjunto de exigências nutricionais. Portanto, os exemplos das necessidades nutricionais devem ser considerados um conjunto de diretrizes a partir das quais se pode elaborar o programa de alimentação. Estas diretrizes deverão ser adaptadas de acordo 17 com a necessidade para satisfazer situações específicas, que variam de um produtor para outro. 3.3 Equipamentos A atividade avícola requer além de área e estrutura fixa, alguns equipamentos básicos para a criação das aves. Abaixo alguns desses equipamentos. a) Bebedouros: onde é disponibilizada água limpa e de em temperatura agradável. Muitas vezes é o meio de diluição e oferta de vacinas. Devem ser de fácil limpeza, resistentes e propiciar fácil acesso das aves. Os mais utilizados são do tipo pendular, tipo pressão e nipple. b) Comedouros: utilizados para fornecimento de ração às aves e podem variar de acordo com a idade e sistema de criação. Os mais utilizados são manual tipo tubular, automático de corrente e automático tipo helicoidal. c) Ventiladores: importantes na renovação do ar e controle da temperatura. Devem estar posicionados sempre na mesma direção e respeitando a potência da marca comercial. O uso de exaustores também se obtém uma maior qualidade do ar e uma melhor temperatura, eles são utilizados em modernas instalações avícolas. d) Silos: local de armazenamento da ração na granja. Geralmente localizados ao lado da cada galpão, podem ser de madeira, metal, fibras ou alvenaria. e) Gerador de energia: como medida preventiva na falta de energia elétrica, a granja deve possuir gerador de energia para manter os sistemas de climatização em funcionamento evitando a mortalidade das aves. f) Aquecedores: utilizados nos primeiros dias de vida da ave permitindo maior conforto térmico dentro do galpão. g) Cortinas: Normalmente é plástica e acionada por carretilha, manivela e cordões em roldanas presas a estruturado telhado. Podem ser de cor amarela ou azul. É utilizada quando há incidência de ventos fortes, chuvas, insolação excessiva e em casos de mudanças bruscas de 18 temperatura, sendo recomendada a abertura de cima para baixo, visando controle da movimentação do ar dentro do galpão. h) Caixa d´água: importantes para garantir o fornecimento ininterrupto de água para as aves. Deve possuir capacidade adequada ao número de aves e ser armazenada em local fresco. i) Nebulizador: em dias quentes permite a queda da temperatura dentro do galpão. Devem estar distribuídos de forma uniforme por todo o galpão e estar associados a ventiladores. j) Balança: ferramenta útil para acompanhamento do peso das aves e pesagem da ração. k) Termo-higrômetro: aparelho para aferição de temperatura e umidade do ar. Auxiliam na conduta do uso de ventiladores, nebulizadores e cortinas. 3.4 Instalações A necessidade da identificação dos diversos tipos de instalações avícolas e que sejam ideais no combate ao estresse por calor ou frio, pois cada região climática impõe exigência própria de arranjos com vistas ao conforto térmico. Portanto, instalações adequadas e seu manejo correto em muito contribuem para a modificação das condições ambientais térmicas no local da criação, por meio do controle da temperatura, umidade relativa do ar, radiação e velocidade do vento. De acordo com NASCIMENTO et al., qualquer problema estrutural das instalações que venha proporcionar situações inadequadas de ventilação, renovação de ar, acúmulo de gases, carga térmica excedente pode ser considerado fator de risco, passando a estar a instalação deficitária quanto à sua função de proporcionar conforto térmico ao ambiente. Sendo assim, o aviário deverá amenizar as sensações de desconforto térmico para as aves, impostas por climas extremos, e garantir ambientes confortáveis, para que se alcance altos índices de produtividade. Desta forma, o ideal é que os produtores adotem tecnologias desenvolvidas que resultem em aviários climatizados, criando um ambiente confortável na produção. Os aviários Dark-House se constituem em tecnologia 19 recente no Brasil, este sistema propicia a condução de lotes em ambiente e luminosidade controlada, mantém as aves mais calmas, permite uma maior densidade de aves, reduz a incidência de dermatoses, a mortalidade e o consumo de ração e melhora a conversão alimentar, o ganho de peso diário, resultando em melhores resultados zootécnicos e econômicos para as empresas e produtores. Alguns dados têm mostrado que estes aviários apresentam índices superiores de produtividade do lote. Os resultados evidenciaram que a criação de frangos de corte em aviários que empregam o sistema Dark-House “solid wall”, resultou em índices zootécnicos superiores aos aviários convencionais (ANDREAZZI, 2018). 3.5 Localização A escolha do local adequado para implantação do aviário visa otimizar os processos construtivos, de conforto térmico e sanitários. O local deve ser escolhido de tal modo que se aproveitem as vantagens da circulação natural do ar e se evite a obstrução do ar por outras construções, barreiras naturais ou artificiais. O aviário deve ser situado em relação à principal direção do vento se este provier do sul ou do norte. Caso isso não ocorra, a localização do aviário, para diminuir os efeitos da radiação solar no interior, prevalece sobre a direção do vento dominante. A direção dos ventos dominantes e as brisas devem ser levadas em consideração para aproveitar as vantagens do efeito de resfriamento no trópico úmido. Escolher o local com declividade suave, voltada para o norte, é desejável para boa ventilação. No entanto, os ventos dominantes locais devem ser levados em conta, principalmente no período de inverno, devendo-se prever barreiras naturais. É recomendável, dentro do possível, que sejam situados em locais de topografia plana ou levemente ondulada, onde não sejam necessários serviços de terraplanagem excessiva e construções de muros de contenção. Contudo, é interessante observar o comportamento da corrente de ar, por entre vales e planícies. Nesses locais é comum o 20 vento ganhar grandes velocidades e causar danos nas construções. O afastamento entre aviários deve ser suficiente para que uns não atuem como barreira à ventilação natural dos outros. Assim, recomenda-se afastamento de 10 vezes a altura da construção entre os dois primeiros aviários a barlavento, sendo que do segundo aviário em diante o afastamento deverá ser de 20 à 25 vezes esta altura (ATIVIDADE RURAL, 2021). 3.5.1 Orientação O sol não é imprescindível à avicultura. Se possível, o melhor é evitá-lo dentro dos aviários. Assim, devem ser construídos com o seu eixo longitudinal orientado no sentido leste-oeste. Nessa posição, nas horas mais quentes do dia, a sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga calorífica recebida pelo aviário será a menor possível. Por mais que se oriente adequadamente o aviário em relação ao sol, haverá incidência direta de radiação solar em seu interior em algumas horas do dia na face norte, no período de inverno. Providenciar nesta face dispositiva para evitar este fato. O terreno deve ser permeável e seco. Evitar terrenos baixos e solos que possam acumular poças d´água e umidade nos dias chuvosos. edificação em solo de muita umidade pode significar grande prejuízo para a sanidade da produção avícola. É necessário então, que o terreno tenha ligeira inclinação, evitando a formação de água estagnada e permitindo o escoamento desta, para locais mais baixos. Em terreno muito inclinado, o custo de implantação é maior devido à grande movimentação de terra. Escolher o local com 21 declividade suave, voltada para o norte, é desejável para boa ventilação. No entanto, os ventos dominantes locais, devem ser levados em conta, principalmente no período de inverno, devendo-se prever barreiras naturais. O afastamento entre aviários deve ser suficiente para que uns não atuem como barreira à ventilação natural aos outros. Assim, recomenda-se afastamento de 10 vezes a altura (H) da construção, para os dois primeiros aviários alinhados, sendo que do segundo aviário em diante o afastamento deverá ser de 20 à 25 vezes H (ABREU; ABREU, 2012). A distância mínima para os dois primeiros aviários com altura máxima de 5 m é de 50 m. Ou seja, a distância mínima de afastamento entre os dois primeiros aviários, para não prejudicar a ventilação é de 50 m, e a distância mínima do segundo aviário em diante é de 100 m. 3.5.2 Sistema de Iluminação Artificial A iluminação artificial é utilizada para aumentar o período diário de luz natural (fotoperíodo) e dessa forma induzir a ingestão de alimentos resultando em maior ganho de peso das aves. Pode ser utilizado o tipo incandescente ou o tipo fluorescente, sendo que este último fornece maior número de lumens (intensidade de iluminação), consome menos energia, é mais durável além de tudo, o primeiro é de custo inicial mais elevado. Recomenda-se utilizar de 10 a 12 lumens por metro quadrado de galpão. De forma mais simples, a fiação e as lâmpadas podem ser sustentadas por um sarrafo fixado à altura desejada ao longo do galpão. Para galpões maiores, formam-se várias fileiras de lâmpadas acompanhando o comprimento do galpão. O programa de luz varia de empresa para empresa. TABELA 2 - Número de lúmens fornecidos por cada tipo de iluminação. FLUORESCENTE INCANDESCENTE WATT LÚMENS WATT LÚMENS 15 500 – 700 15 125 20 800-1.000 25 225 40 2.000 – 2.500 40 430 22 75 4.000 – 5.000 50 655 200 10.000- 12.000 60 810 3.5.3 Ventilação É um meio eficiente de reduçãoda temperatura dentro das instalações avícolas por aumentar as trocas térmicas por convecção, conduzindo a um aumento da produção. Desvios das situações ideais de conforto caracterizam no surgimento de desempenho baixo do lote, em consequência de estresses, e necessita-se, portanto de artifícios estruturais para manter o equilíbrio térmico entre a ave e o meio. A ventilação adequada se faz necessária também para eliminação do excesso de umidade do ambiente e da cama, proveniente da água liberada pela respiração das aves e da água contida nas fezes, e para permitir a renovação do ar regulando o nível de oxigênio necessário às aves, eliminando gás carbônico e gases de fermentação. 3.5.4 Circunvizinhança A qualidade das vizinhanças afeta a radiosidade (quantidade de energia radiante levada pela superfície por unidade de tempo e por unidade de área - emitida, refletida, transmitida e combinada). É comum instalar gramados em toda a área delimitada aos aviários, pois reduz a quantidade de luz refletida e o calor que penetra nos mesmos. O gramado deverá ser de crescimento rápido, que feche bem o solo não permitindo a propagação de plantas invasoras. Deverá ser constantemente aparado para evitar a proliferação de insetos. São necessários 5m de largura para trânsito de veículos no abastecimento de ração e carregamento de aves, na lateral das edificações e, portanto, no planejamento e terraplanagem essa largura deve ser adicionada. 3.5.5 Sombreio O emprego de árvores altas produz micro clima ameno nas instalações, devido à projeção de sombra sobre o telhado. Para as regiões onde o inverno é mais intenso as árvores devem ser caducifólias. Assim, durante o inverno as 23 folhas caem permitindo o aquecimento da cobertura e no verão a copa das árvores tornasse compacta, sombreando a cobertura e diminuindo a carga térmica radiante para o interior do aviário. Para regiões onde a amplitude térmica entre as estações do ano não é acentuada e a radiação solar constitui em elevado incremento de calor para o interior do galpão o ano todas as árvores não precisam ser necessariamente caducifólias. Devem ser plantadas nas faces norte e oeste dos aviários e mantidas desgalhadas na região do tronco, preservando a copa superior. Desta forma a ventilação natural não fica prejudicada. Fazer verificação constante das calhas para evitar entupimento com folhas (ATIVIDADE RURAL, 2021). 3.5.6 Cálculos do número de galpões (N) Necessários N = Período de uso do galpão/Período de comercialização Período de uso: 56 dias (contando até 42 dias para criação das aves e 14 dias para desinfecção e limpeza). Normalmente considera-se: N = 3 (venda mensal); N = 5 (venda quinzenal); N = 10 (venda semanal). A saída por ano em cada galpão pode ser determinada, em alguns casos, da seguinte forma: 365/56 = 6lotes/galpão/ano. 3.6 Detalhes construtivos Considerando-se a criação em densidade normal e aproveitamento das condições naturais de acondicionamento e ainda as produções rurais em menor escala, a largura a ser considerada para o galpão pode ser definida da seguinte maneira: 8,00 a 10,00 m - clima úmido; 10,00 a 14,00 m - clima quente e seco. 24 Da mesma forma, o pé direito do galpão pode ser estabelecido em função da largura adotada, de forma que os dois parâmetros em conjunto favoreçam a ventilação no interior do galpão. TABELA 1 - Relação entre Largura a Pé-direito do Galpão. * Largura (m) * Pé direito (m) Até 8,00 2,80 8,00 a 9,00 3,15 9,00 a 10,00 3,50 10,00 a 12,00 4,20 12,00 a 14,00 4,90 Comprimento: O comprimento do aviário deve ser estabelecido para se evitar problemas com terraplanagem, comedouros e bebedouros automáticos. Não deve ultrapassar 200m. Na prática os comprimentos de 100 à 125m têm- se mostrados satisfatórios ao manejo das aves, porém é aconselhado divisórias internas ao longo do aviário em lotes de até 2.000 aves para diminuir a competição e facilitar o manejo das aves. Estas divisórias devem ser removíveis, e de tela, para não impedir a ventilação e com altura de 50cm, para facilitar o deslocamento do avicultor. Existe, porém, uma tendência mundial, no caso das produções em grande escala, de se construir galpões com 12,0 m de largura por 100,0 a 140,0 m (em média 125,0 m) de comprimento, com objetivo de otimização do uso de equipamentos, mão-de-obra, etc. Nesse caso, para a largura de 12,0 m, nas regiões mais quentes do país o pé-direito ideal é de 4,20 m, e nas mais frias, como o sul, é de 3,50 m. Pilares: Podem ser de concreto armado traço 1:2,5:4 ou em madeira tratada (roliça, preferencialmente). Atualmente, quase totalidade dos galpões para frangos de corte em construção empregam estruturas pré-moldadas de concreto, estruturas metálicas ou mistura de ambos, compondo praticamente todo o arcabouço da construção (pilares e estrutura do telhado). Os pilares geralmente são afastados de 5,0 m, sustentando tesouras ou pórticos com apenas dois apoios de tal forma a manter o vão do galpão totalmente livre. Fundação: Direta descontínua em concreto ciclópico no traço 1:4:8 com profundidade variando de 0,50 à 1,00 m sobre leito bem compactado, para o 25 caso dos galpões menores. Nos grandes galpões, a fundação descontínua é formada por sapatas armadas. Para apoiar as alvenarias das faces leste e oeste do galpão, podem ser feitos alicerces contínuos e para apoiar as muretas das faces norte e sul, alicerces contínuos rasos (de pequena profundidade). Piso: Concreto simples 1:4:8 revestido com argamassa 1:4 de forma que a espessura fique em tomo de 0,05 à 0,06 m. Em alguns casos, pode-se utilizar piso de terra batida, mas deve ser evitado sempre que possível. Deve ser considerada uma declividade de 2% no sentido de uma canaleta central ou de duas canaletas internas ao galpão e paralelas ao seu eixo longitudinal. Tais canaletas a "céu aberto" deverão possibilitar um escoamento de 1% para o exterior dos galpões de forma a facilitar a retirada das águas de limpeza e drenagem da umidade da cama. Alvenarias : Faces leste e oeste fechadas com tijolos maciços e dotadas de portal grandes e faces norte a sul com mureta até a altura de 20-40 cm, sendo o restante fechado com tela metálica 1" (2,5 cm) + cortina plástica ou de sacos de aniagem, usada em casos de chuva e de incidência de raios solares. Cobertura: Estrutura composta por tesouras ou pórticos, com telhas de cerâmica (melhores), dotada de lanternim (Figuras 1 e 2), para o caso de largura do galpão maior que 8 m e beiral amplo variando de 1,0 a 2,5 m de largura nas faces norte e sul do telhado, de acordo com o pé-direito e com a latitude. A cumeeira deve ser orientada no sentido leste-oeste. Figura: Esquemas para desenho do lanternim. 26 O lanternim, abertura na parte superior do telhado, é indispensável para se conseguir adequada ventilação, pois permite a renovação contínua do ar pelo processo de termossifão resultando em ambiente confortável. Deve ser duas águas, disposto longitudinalmente na cobertura. Este deve permitir abertura mínima de 10% da largura do aviário, com sobreposição de telhados com afastamento de 5% da largura do aviário ou 40cm no mínimo. Deve ser equipado com sistema que permita fácil fechamento e com tela de arame nas aberturas para evitar a entrada de pássaros. A inclinação do telhado afeta o condicionamento térmico ambiental no interior do aviário através da mudança do coeficiente de forma correspondente as trocas de calor por radiação entre o animal e o telhado, e modificando a altura entre as aberturas de entrada e saída de ar (lanternim). Quanto maior a inclinação do telhado maior será a ventilação natural devido ao termossifão. Inclinações entre 20º e 30º têm sido consideradas adequadas para atender as condições estruturais e térmicas. O telhado recebe a radiação do sol emitindo-a, tantopara cima como para o interior do aviário. Nas regiões tropicais a intensidade de radiação é alta em quase todo o ano e é comum verificar desconforto das aves mesmo durante épocas mais frescas do ano, devido à grande emissão de radiação do telhado para o interior do aviário. O mais recomendável é escolher para o telhado material com grande resistência térmica, como o sapé ou a telha cerâmica. Contudo, por comodidade e economia, é, comum o emprego de telhas de cimento amianto, que é material de baixo conforto para as aves. O telhado pode ser de telhas de cimento amianto, que são de fácil colocação e necessitam de menor madeiramento, desde que recebam material para melhorar a sua eficiência térmica, como isolantes, pinturas refletoras, e aspersão no telhado. Para regiões quentes utilizar telhas com isolamento térmico, como o poliuretano, telhas cerâmicas ou telhas de fibrocimento pintadas com tinta acrílica branca. Em termos de conforto térmico a telha de cerâmica ainda é a mais indicada. Devem ser evitadas as telhas de alumínio ou zinco, devido ao barulho provocado durante o período chuvoso. Também se deve evitar as telhas de cimento amianto com 4mm de espessura, pois 27 fornecem menor conforto para as aves. O material ideal para a cobertura deve ter alta refletividade solar e alta emissividade térmica na superfície superior e baixa refletividade solar e emissividade térmica na superfície inferior. Figura: Corte transversal do Galpão mostrando detalhe do lanternim (PEREIRA, 1986). 4 AVES DE POSTURA A maior parte dos ovos comercializados são oriundos de galinhas poedeiras criadas em sistema de confinamento intensivo, modelo no qual as aves são alojadas em gaiolas dentro dos galpões durante toda a sua vida produtiva. Conhecendo as exigências das diversas linhagens das aves, oferecendo uma alimentação balanceada, ambiência controlada, programas de vacinações para garantir a saúde e diversos manejos atendendo as boas práticas de produção e tendo biosseguridade na granja, obtém-se uma ótima produção, aproveitando o máximo do potencial genético das aves. 4.1 Sistemas de Criação Os sistemas de criação e manejo de galinhas poedeiras podem ser classificados em: intensivos (em gaiolas ou sobre o piso, em galpões abertos ou fechados), sendo o convencional, ou de granja, o mais comum; e extensivo sou alternativos (free range, orgânico, colonial ou tipo caipira). No sistema convencional, a criação é feita com o uso de gaiolas convencionais de 350 cm2 a 450 cm2 por ave, podendo-se empilhar até sete gaiolas sobrepostas. Esse sistema tem sido alvo de críticas relacionadas ao 28 bem-estar animal, especialmente por oferecer espaço reduzido à ave, limitando a expressão de seus comportamentos naturais. Além dos sistemas que usam gaiolas, há o sistema barn, que prevê a criação em galpões, mas sem gaiolas (cage free). Na Europa, esse sistema deve cumprir com todos os requisitos previstos para as gaiolas enriquecidas, como garantir o acesso igualitário à alimentação por todas as aves e outros requisitos específicos. O sistema free range se diferencia do sistema barn por ser extensivo, já que nesse sistema as aves ficam livres em parte do dia ou em tempo integral, no pastoreio. Na UE, a criação nesse sistema prevê pelo menos um ninho para cada sete aves, ao menos 15 cm de poleiro por ave, camas de área mínima de 250 cm2 por ave e uma densidade populacional máxima de nove aves por metro quadrado, entre outras especificações. Esse sistema oferece maior bem- estar às aves, contudo é desvantajoso do ponto de vista econômico e sanitário em relação ao sistema de gaiolas. No sistema orgânico, a preservação do bem-estar do animal é mais importante do que no sistema de criação extensivo: o manejo deve ser realizado de forma calma, sem agitações, e é vedada qualquer prática que possa causar medo ou sofrimento aos animais, por exemplo, a muda forçada e a alimentação forçada. Além disso, a ração é estritamente orgânica, sendo esta a principal diferença entre esse sistema e o sistema de criação extensivo. A legislação brasileira prevê também o sistema de produção colonial. Nesse sistema, são empregadas as linhagens rústicas que são adaptadas à criação colonial (totalmente extensiva), em que as aves ficam livres ao pastoreio, com pelo menos 3 m2 de pasto por ave. Assim, há a preservação do bem-estar das aves, que se reflete em menor uso de medicamentos quimioterápicos, pois essa prática fortalece o sistema imunológico. 4.2 Bem-estar O bem-estar é um tema amplamente discutido na cadeia produtiva animal nos dias atuais. Em relação à avicultura, muitas críticas estão voltadas para as práticas envolvidas na produção de ovos comerciais. Há muitas provas 29 científicas demonstrando que os animais confinados em sistemas intensivos podem apresentar frustração e angustia, e que podem e vem sofrendo sob os regimes da produção moderna. Essas provas apontam conclusivamente que as gaiolas em bateria para galinhas poedeiras, como sendo simplesmente ambientes não adequados. No Brasil, milhões de galinhas poedeiras são criadas em pequenas gaiolas de arames tão restritivas que as aves não podem sequer abrir suas asas. Sem qualquer oportunidade de exercer e de se envolver em muitos outros comportamentos naturais, estas aves enjauladas acabam sofrendo muito. Nesse sentido, a aplicação de boas práticas de produção e em especial as que visam à preservação do meio ambiente, bem como o bem-estar animal e dos trabalhadores, devem ser consideradas para o progresso da atividade avícola e para a inserção definitiva do setor no mercado mundial de ovos e produtos à base de ovos. Alta produtividade não necessariamente implica em bem-estar. É importante que os animais possam expressar seu máximo potencial genético. Assim, uma das questões, em foco atualmente, é o bem-estar dos animais de produção com relação às instalações que o cercam. Para que as aves possam expressar o seu potencial para a produção, o avicultor deve garantir que os aviários estejam com as condições térmicas ambientais dentro da faixa de conforto, que, para as aves de postura, encontra- se entre 21 a 23C° de temperatura ambiente e 60 a 80% para umidade relativa do ar. O condicionamento térmico do aviário de postura com ventiladores é influenciado pelas condições ambientais externas e pela orientação da instalação resultando em estratificação da temperatura, umidade relativa, velocidade do ar e iluminância. É comum o produtor comprar um ventilador com a intenção de resolver os problemas com temperatura elevada no interior dos aviários. No entanto, o máximo que o ventilador é capaz de realizar é igualar a temperatura interna com a temperatura externa do aviário. Se esse gradiente for grande, os ventiladores serão eficientes. Porém, ele não conseguirá reduzir a temperatura interna do aviário mais que o valor de 30 temperatura externa somente com o uso de ventiladores, e o avicultor terá que dispor de outro sistema de climatização mais eficiente. O uso de sistemas de resfriamentos como nebulizadores tem sido a solução que se enquadra melhor na realidade do avicultor. Estes são sistemas de resfriamentos evaporativos, que na criação de aves de postura são utilizados com o objetivo de reduzir a temperatura interna do aviário minimizando os efeitos indesejáveis do estresse calórico sobre as aves. O sistema de nebulização é constituído de bicos nebulizadores que fragmentam a água, em minúsculas gotas, distribuindo-a no interior do aviário na forma de jato d’água. Esse sistema pode ser operado em alta e baixa pressão. Quanto maior a pressão do sistema maior será a quebra da gota d’água. Quando a quebra do diâmetro da gota d’água é grande forma-se uma névoa, sendo assim, considerado como nebulização. Quanto ao planejamento da granja devem ser seguidasas boas práticas de produção procurando aproveitar as condições naturais da região como a ventilação, para proporcionar um condicionamento ambiental satisfatório. Após essas medidas estando às condições térmicas ambientais insatisfatórias para o conforto e o bem-estar das aves, devemos utilizar meios artificiais mais eficientes e acompanhar o desempenho desses sistemas verificando se há necessidade de ajustes. 4.3 Localização A localização das granjas é de suma importância para a obtenção de resultados satisfatórios no desenvolvimento da atividade. Em qualquer circunstância, para a instalação de novos complexos avícolas, sempre é preciso um estudo prévio ou planejamento das condições mínimas necessárias ao bom funcionamento das instalações. A localização das instalações deve ter em vista a redução da carga térmica de radiação, assim como concepção arquitetônica no desenho dos volumes. Convém atentar para o fato de que ao se planejar uma obra, devem se evitar terrenos de baixada, evitando problemas com alta umidade, baixa movimentação de ar e insuficiente insolação higiênica no inverno. Deve-se estar atento também à possível obstrução do ar por outras construções e 31 barreiras naturais e artificiais próximas aos galpões avícolas, o que dificultaria a ventilação natural, trazendo prejuízos ao conforto térmico no verão. Construir e adequar instalações ao clima que permitam a manutenção da temperatura, umidade relativa e velocidade do ar, em limites que proporcionem ambiente ideal no interior do aviário e às exigências das aves, sem aumento dos custos de produção, têm sido um grande desafio. O estudo do clima da região e/ou do local onde será implantada a exploração, determinando as mais altas e baixas temperaturas ocorridas, a média da umidade relativa do ar durante o ano, a direção e a intensidade do vento, define o tipo ideal de edificação. Assim, é possível projetar aviários com características construtivas capazes de minimizar os efeitos do clima sobre as aves. A distância entre galpões é um fator que deve ser levado em consideração, pois ela pode diminuir a possibilidade de disseminação de doenças. Segundo Albanez (2000), a distância mínima entre os galpões deve ser de 30 metros, e em casos de lotes com aves de diferentes idades por galpão, essa distância deve ser, no mínimo, de 50 metros. Para o clima tropical e subtropical, o eixo longitudinal dos pavilhões avícolas deve estar orientado no sentido leste-oeste, evitando-se o aquecimento pela forte insolação nas longas tardes de verão, e que o sol de inverno, que sobe pouco no horizonte, penetre até o interior do edifício em decorrência do deslocamento paralelo ao plano da trajetória aparente do sol para o norte, o que é desejável, enquanto no verão o próprio beiral atuará como guarda-sol; que tendo duas fachadas, uma permanentemente quente e a outra fria. A orientação leste-oeste em galpões para animais é recomendada universalmente, a fim de minimizar a incidência direta do sol sobre os animais através das laterais da instalação, já que nesse caso o sol transita o dia todo sobre a cumeeira da instalação. Porém, em certos locais, este tipo de orientação pode prejudicar a ventilação natural, podendo ser a orientação norte-sul mais recomendável, quando se faz o cálculo do balanço térmico total do abrigo. Nestes casos, sugere-se que a radiação incidente nas laterais do abrigo seja amenizada através do uso de beirais maiores, além do plantio de árvores e arbustos ao redor das instalações para sombreamento. 32 4.4 Gaiolas A criação das aves em gaiolas permitiu aumentar a densidade de alojamento das poedeiras e reduzir os investimentos em equipamentos e os custos com a mão-de-obra. As gaiolas dispensam o uso da cama, proporcionando benefícios para as aves e os funcionários, pois eliminam o contato com as fezes, e melhoram o ambiente de trabalho, com a diminuição dos níveis de poeira e amônia internas do galpão, permite reduzir o grupo de aves alojadas, minimizando assim o canibalismo (comportamento agressivo que piora com o aumento do tamanho do grupo) e previne o consumo dos ovos pelas galinhas, já que estes rolam para o aparador após a postura, ficando longe do alcance das mesmas (EMBRAPA, 2000). A recomendação de espaço nas gaiolas é de 375 cm²ave-¹ (brancas) e 450 cm²ave-¹ (vermelhas). Baseando-se em uma gaiola com as seguintes medidas 45X50 = 2250 cm². A proporção recomendada de comedouros tipo calhas é superior a 10 cm ave-¹ e bebedouros tipo nipple de 1 para 6 aves (todas as aves devem ter acesso a no mínimo 2 pontos de bebedouro). De maneira geral, as pesquisas demonstram que o aumento na densidade de criação reduz a produção de ovos, o peso do ovo e o consumo de ração e causam um aumento na mortalidade (ANDERSON et al., 2006). Algumas empresas procuram reduzir custos diminuindo a quantidade de equipamentos e gaiolas, porem a redução da área da gaiola por ave, assim como da área de comedouro e bebedouro, se praticada em excesso, pode causar efeito negativo no crescimento e desempenho da poedeira, visto que pode ocorrer declínio no consumo de ração, como consequente redução no peso vivo e nos desenvolvimentos muscular e esquelético da ave. A densidade animal no alojamento deve permitir o movimento das aves, assim como espaço para que todas possam se deitar em simultâneo, sem haver o amontoamento de uma sobre a outra. Além disso, deve permitir o livre acesso a comedouros e bebedouros. 4.5 Instalações 33 O local para instalação do galpão das aves deve ser seco, ligeiramente inclinado, de preferência com pouca ventilação na face sul e moderadamente ventilado na face nordeste. Locais onde ocorrem ventos fortes com frequência não são indicados para instalação de aviários, pois isto dificulta o manejo da ventilação dentro do galpão em altas temperaturas, além de exigir instalações mais sólidas e resistentes (MALAVAZZI, 1999). Na produção de poedeiras, o meio ambiente é de extrema importância e três fatores se destacam em sua composição: temperatura, umidade relativa e ventilação. Na fase de postura observa-se uma correlação inversa entre a temperatura e a produtividade, pois a ocorrência de altas temperaturas ambientais irá provocar queda no consumo de ração, pois a ave tenta reduzir metabolismo para diminuir o calor metabólico, resultando em menor produção, menor peso dos ovos e pior qualidade de casca e clara, aumento do consumo de água e também aumentos da temperatura corpórea e da respiração ofegante. A ave tem que procurar dissipar calor e quanto mais à temperatura ambiente aproxima-se da corporal, maior a dificuldade do sistema orgânico em manter o seu funcionamento (ALBUQUERQUE, 2004). Segundo Pavan (2005), as aves devem ser criadas sob proteção e conforto adequados. O ambiente no qual as galinhas poedeiras são mantidas deve ser projetado para atender às suas necessidades de bem-estar, assim como protegê-las de desconforto físico e térmico, medo e aflição. Além disso, deve permitir que elas mantenham o seu comportamento natural. As condições de alojamento devem ser apropriadas para proteger as aves de condições adversas e ações de animais predadores e domésticos que possam causar estresse ou riscos às aves, conforme legislação vigente. É obrigatória a realização de um programa de biossegurança por um profissional. Os aviários devem ser versáteis, com elevado poder de adaptação para responder a solicitações opostas: eliminar a radiação solar e ter ventilação abundante no verão; utilizar a radiação solar e controlar severamente a circulação do ar no inverno. Para atender às condições de frio e de calor as instalações devem possuir dispositivos flexíveis que possam controlar o ambiente interno do aviário (ABREU e ABREU, 2001). 34 4.6 Detalhes Construtivos Para que seja possível fazer a seleçãodos detalhes construtivos para galpões de criação animal é necessário considerar a densidade de criação (volume animal), bem como as condições climáticas as quais os animais serão submetidos. A fundação é direta e continua em concreto ciclópico no traço 1:4:8 com profundidade variando de 0,50 até 1,00 m sobre leito bem compactado em galpões menores. Já em galpões maiores a fundação é descontinua e formada por sapatas armadas. Para apoiar as alvenarias das faces leste e oeste do galpão são indicados alicerces contínuos e rasos de apoio as muretas das faces norte e sul. O melhor critério para a escolha da largura do galpão é considerando a relação métrica x clima: ● 8,00 m a 10,00 m para ambientes de clima úmido; ● 10,00 m a 14,00 m para ambientes de clima quente e seco. Já para definição do pé direito do galpão a relação estabelecida é entre largura x ventilação: Largura (m) Pé direito (m) De 8,00 até 10,00 Entre 2,80 e 3,50 De 10,00 até 14,00 Entre 4,20 e 4,90 Fonte: Adaptado de Embrapa (2003). À medida que se aumenta o pé-direito de uma cobertura, não se altera o tamanho da sombra, mas diminui a temperatura do solo, porque a sombra se move mais rapidamente. Está se tornando comum, nas construções atuais dos 35 aviários o uso de pré-moldados de concreto com ganho na vida útil dos galpões pela resistência dos materiais. O telhado é o elemento construtivo mais significativo em uma instalação avícola, quanto ao controle da radiação solar incidente, sendo que o uso de materiais que transmitem menor calor para dentro do aviário, deve estar relacionado com o custo deste material, não são indicadas materiais como telhas de zinco ou metálicas, além de transmitirem muito calor, geram muito barulho quando chove gerando as aves muito estresse. A cobertura do galpão deve realizada em duas águas, devido à facilidade de execução e por proporcionar melhor acondicionamento térmico. Quanto ao tipo de telha, recomenda-se a utilização de telha de barro cerâmica apresenta melhores valores de acondicionamento térmico para a criação de aves quando comparadas com telhas de outros materiais, tais como a telha de cimento-amianto. Os pilares podem ser executados em concreto armado de traço 1:2,5:4 ou em madeira roliça tratada, dependendo das condições climáticas do ambiente. Atualmente a maneira mais usual em galpões para frangos de corte é com estruturas de concreto pré-moldadas, estruturas metálicas ou a mistura de ambos os materiais, compondo todo o arcabouço da construção (pilares e estruturas de telhado). Os pilares são geralmente dispostos com espaçamento entre 4 e 5 m para manter o vão do galpão livre. Nos pilares são fixas estruturas de apoio a gaiolas a altura de 0,70 m do piso. Para alvenarias das faces leste e oeste há a recomendação de que sejam fechadas com tijolos maciços e dotadas de portais grandes. Já as faces norte e sul recomenda-se que sejam fechadas com muretas de 20-40 cm de altura, e o restante seja fechada com tela metálica e cortina plástica, para fazer a proteção térmica das incidências solares, ação dos ventos e de chuvas. As cortinas de proteção são instaladas por carretilhas de manivela em roldanas presas a estrutura do telhado. Os galpões com vãos maiores ou iguais a 8,00 m devem dispor de lanternim e ter corredores centrais de cerca de 1,00 m de largura entre as 36 fileiras de gaiolas, feitos em concreto. As coberturas compostas pelas tesouras utilizam telhas cerâmicas dotadas de lanternim, porem sempre considerando a largura, clima, direção das faces e altura dos fechamentos. Figura 1: estruturas do lanternim (EMBRAPA, 2000) Figura 2: corte transversal do galpão mostrando detalhes do lanternim (pereira, 1986). O sistema de iluminação é basicamente artificial ao longo da instalação, ela é utilizada para aumentar o período diário de luz “natural” e dessa forma induz a ingestão de alimentos com maior frequência, resultando no maior ganho de peso das árvores. Para esse tipo de iluminação pode ser utilizado o tipo de lâmpada incandescente ou fluorescente, porem a fluorescente é um material de custo mais elevado, em compensação é a que oferece a maior intensidade de iluminação, além de consumir menos energia e durar muito mais. Para otimização da instalação e de custos, as lâmpadas e fiações podem ser sustentadas por sarrafos fixados a altura desejada ao longo de todo o galpão, tomando sempre cuidado com a quantidade necessária de lumens por metro quadrado. Além do galpão principal de criação outros compartimentos podem ser feitos nas acomodações, como, por exemplo, a instalação de depósito de rações, laboratório e enfermagem, reservatórios de água, paios, crematórios e fossas de putrefação, e depósito de maquinários e equipamentos. 37 O piso dessas instalações geralmente é de concreto simples 1:4:8 revestido cm argamassa 1:4 de forma que não ultrapasse a espessura recomendada, de forma que a espessura fique em tomo de 0,05 à 0,06 m para aviários de postura em gaiolas como de cama, sempre respeitando a declividade no sentido da canaleta central ou laterais, garantindo assim um escoamento eficiente. O piso dos alojamentos das galinhas poedeiras deve permitir limpeza e desinfecção eficazes, evitando o acúmulo significativo de parasitas e outros agentes patogênicos. Na avicultura de postura que faz o uso gaiolas são dispensadas as muretas de proteção, pois os excrementos tem o contato direto com o exterior dos galpões, pois as gaiolas estão suspensas e montadas sobre cavaletes de madeiras. Mas quando o sistema de produção de ovos as galinhas são criadas sobre cama o uso de muretas são necessárias como no sistema de criação de frangos de corte (EMBRAPA, 2000). As muretas de proteção podem ser construídas de qualquer material como madeiras, mas o ideal que sejam em alvenaria de tijolos, isto pelo custo e da facilidade de construção. Na face superior, deixam-se, espaçadas de 0,50 m, pontas salientes de arame grosso que servirão, após dobradas, para a fixação da tela. A mureta deve ter a menor altura possível, aproximadamente 0,20 m, permitindo a entrada do ar no nível das aves, evitando a entrada de água de chuva e que a cama seja arremessada para fora do aviário (ABREU, 2003). Entre a borda da mureta e o telhado, deve ser colocada uma tela de arame à prova de pássaros e insetos, como também a instalação de cortinas para evitar penetração de sol e chuva e controlar a ventilação no interior do aviário (TEIXEIRA, 1997). 4.7 Complementos O conforto térmico dentro do aviário se torna preocupante com o adensamento das aves, pois se sabe que cada ave gera calor em uma equivalência de potência de 20W (watts), portanto um lote de 20 galinhas por metro quadrado equivale a 400W (watts). 38 O aquecimento é necessário para instalação de pintinhos, já que seu sistema de termorregulação ainda é bem desenvolvido, eles precisam ser aquecidos de forma externa ate os 15 dias de vida. Para isso os pintinhos são colocados em lotes de 500 a 700 dentro de círculos de proteção feitos de chapas de Eucatex ou chapas galvanizadas. Esses círculos tem uma altura padrão de 0,40 m e com diâmetro de 3,00 m e para sua cobertura é aplicada a campanula, elétrica ou a gás para realizar o aquecimento. A temperatura e o nível de ventilação dentro do aviário devem ser apropriados ao sistema de criação, idade, peso e estado fisiológico das aves, permitindo que estas mantenham sua temperatura corporal normal sem dificuldades, pois essas interferências são fatores restritivos ao desenvolvimento, à produção e à reprodução dos animais. Considerando-se que a temperatura interna das aves oscila entre 40-41 °C, a temperatura ambiente indicada para frango de corte, poedeiras e matrizes, segundo Ferreira (2005), poderá oscilar entre 15 e 28 °C, sendo que nos primeiros diasde vida a temperatura deve ficar entre 33 a 34 °C, dependendo da umidade relativa do ar, que pode variar de 40 a 80%. O conforto térmico dentro do aviário se torna preocupante com o adensamento das aves, pois se sabe que cada ave gera calor em uma equivalência de potência de 20W (watts), portanto um lote de 20 galinhas por metro quadrado equivale a 400W (watts). As condições climáticas ideais para o crescimento normal das aves e para o melhor aproveitamento produtivo devem estar entre 15 °C e 25 °C (ENGLERT, 1982). Indica-se sempre instalar a granja em regiões onde as temperaturas oscilem dentro desta faixa no maior número possível de dias no ano e também que a umidade relativa do ar ultrapasse os 70% evitando problemas respiratórios nas aves. As altas temperaturas, além de provocar redução no desempenho das aves, induzem a uma hiper-ventilação dos pulmões durante a respiração, com perda excessiva de dióxido de carbono do sangue, fator importante na formação do carbonato de cálcio para a casca. 39 Os comedouros são geralmente bandejas de 40x60x6 cm feitas de Eucatex e pinho (ou cedro) utilizado por 100 pintinhos na primeira semana de vida. Na segunda semana de vida, devido ao crescimento reduz-se a quantidade para 50 pintinhos, bem como na terceira semana que se reduz para 25 aves até o período de abate. Já os bebedouros são copos de pressão com capacidade para cerca de 4 litros de água, seguindo a mesma logica de divisão dos comedouros até a segunda semana. A partir da terceira semana 1 bebedouro pendular é o suficiente para cada 50 aves. Coleta de água A captação e o armazenamento da água de chuva é uma ótima alternativa para minimizar o problema de estiagens severas em algumas épocas do ano, bem como facilitar a utilização em grandes quantidades em galpões animais, a coleta reduz o consumo de água potável na propriedade, e o custo de fornecimento da mesma. Para o consumo animal, ela deve ser analisada e receber tratamento adequado que garanta sua qualidade. A captação da água da chuva pode ser realizada em telhados de construções da propriedade, utilizando-se calhas e encanamentos condutores e, logo após, armazenando essa água em cisternas ou outro tipo de reservatório. Para isso, os telhados devem ser limpos e bem cuidados, impermeabilizados, estarem livres de rachaduras ou de vegetações, e serem construídos de material não tóxico. Nas bordas dos telhados há um conjunto de calhas instaladas para o recolhimento da água da chuva. As calhas de coleta podem ser em PVC, metálica ou mista. No caso de calhas usadas em edificações para a produção de suínos e aves, é aconselhável que o material usado na sua construção seja em PVC, para uma maior durabilidade, quando comparado com calhas metálicas, pois não são atacados pelos gases gerados no local de produção animal, principalmente o H₂S, que podem causar a corrosão das calhas construídas com materiais metálicos. Os encanamentos condutores são normalmente feitos por um conjunto de tubos, em geral, com diâmetro de 100 mm, que conduzem a água da chuva 40 a um pré-filtro para a limpeza dos materiais grosseiros em suspensão na água. É recomendável que somente a água de chuva captada em telhados e coberturas, e após passagem por um sistema de filtragem, venha a ser encaminhada para a cisterna. O pré-filtro é uma estrutura que pode ser construída em concreto, PVC, fibra de vidro ou alvenaria durante a construção do galpão, bem como as cisternas ou reservatórios podem ser construídos com diferentes materiais, tais como lonas de PVC ou PEAD, fibra de vidro, alvenaria, ferrocimento ou concreto armado. As cisternas podem ser enterradas ou ao nível do solo, onde sofrem a ação dos raios solares, resultando em uma tendência ao aumento da temperatura da água armazenada. O volume desses reservatórios deve ser calculado em função da demanda de água na propriedade. As cisternas e reservatórios devem receber os mesmos cuidados exigidos para as caixas d’água, no que se refere a materiais apropriados, limpeza e tratamento periódico. 41 REFERENCIAS ABREU, P. G.; ABREU, V. M. N. Escolha do local para construção de aviários. 2012. Disponível em: https://pt.engormix.com/avicultura/artigos/construcao-de-aviarios- t37554.htm. Acesso em: 04 Ago 2021. ABREU, P. G. Período frio exige manejo adequado. 1999. Disponível em:. Acesso em: 20/09/2011. ABREU, P.G. Sistemas de Produção de Frangos de corte. EMBRAPA - Suínos e Aves. Boletim técnico. 2003. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Ave/ProducaodeFra ngodeCorte/In stalacoes.html. Acesso em: 10/08/2011. ANDREAZZI, M. A. et al. Desempenho de Frangos de Corte Criados em Aviários Convencionais e Dark-House. Revista da Universidade Vale do Rio Verde ISSN: 1517-0276 / EISSN: 2236-5362 Vol. 16 | n. 1 | Ano 2018 ATIVIDADE RURAL. Instalações para frango de corte. 2021. Disponível em: http://atividaderural.com.br/artigos/4e598d1c0d3ce.pdf. Acesso em: 02 Ago. 2021. AZEVEDO, S. de G. et al. Produção de aves em sistema orgânico. PUBVET v.10, n.4, p.327-333, Abr., 2016. COBB-Vantress. Manual de Manejo de Frangos de Corte. Cobb-Vantress Abril 01, 2009. Disponível em: aviculturainteligente.com.br. Acesso em: 01 Ago 2021. EMBRAPA. Lanternim: Função e construção, 2000. 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