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AVICULTURA DE CORTE E POSTURA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS 
 
 
 
 
 
AVICULTURA DE CORTE E POSTURA 
 
 
Alana Soares Souza, Alvino Santana de Souza, Itamar Evodio dos Santos, 
Larissa Nascimento Lima e Samille Oliveira Santos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cruz das Almas - Bahia 
2021 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS 
 
 
 
 
 
AVICULTURA DE CORTE E POSTURA 
 
 
Trabalho apresentado ao professor José 
Humberto Teixeira Santos para fins avaliativos 
do componente curricular GCET002- 
Construções Rurais. 
 
Discentes: Alana Soares, Alvino de Souza, Itamar Evodio, Larissa Lima e 
Samille Oliveira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cruz das Almas - Bahia 
2021 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 SELEÇÃO DA ÁREA................................................................................... 5 
3 AVES DE CORTE ....................................................................................... 6 
3.1 Sistema de criação ...................................................................................... 6 
3.2 Orientações ................................................................................................. 9 
3.3 Equipamentos ........................................................................................... 17 
3.4 Instalações ................................................................................................ 18 
3.5 Localização ............................................................................................... 19 
3.6 Detalhes construtivos ................................................................................ 23 
4 AVES DE POSTURA ................................................................................ 27 
4.1 Sistemas de Criação ................................................................................. 27 
4.2 Bem-estar .................................................................................................. 28 
4.3 Localização ............................................................................................... 30 
4.4 Gaiolas ...................................................................................................... 32 
4.5 Instalações ................................................................................................ 32 
4.6 Detalhes Construtivos ............................................................................... 34 
4.7 Complementos .......................................................................................... 37 
REFERENCIAS ................................................................................................ 41 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
A avicultura brasileira vem em uma crescente evolução nos últimos 
anos. Ocupando uma posição privilegiada no setor de exportação em 
comparação com a exportação de origem de outros animais uma boa parte da 
produção dessas aves e tem grande parte do seu acervo ao setor 
agropecuário. 
 A ave foi introduzida no Brasil por volta de 1503, Rua Gonçalo coelho 
que atracou no porto do Rio de Janeiro. Mas indica-se que a produção 
comercial no Brasil teve início por volta de 1860 em Minas Gerais, com 
importações para outras regiões do país. Só a partir dos anos 50 a avicultura 
no Brasil ganhou impulso com o desenvolvimento de vacinas, nutrição, 
avanços genéticos e equipamentos específicos para criação destas aves. 
Hoje a avicultura é considerada para muitos como uma atividade bem 
dinâmica essa atividade começou a ser desenvolvido nos estados da região 
Sudeste, principalmente em São Paulo onde as principais matrizes foram 
introduzidas. A exportação de frango teve uma prioridade no setor em 2001 
ultrapassando a casa dos milhões exportados em 6,500 64 milhões de 
tonelada. O Brasil em termos de produção hoje ocupa a terceira posição como 
maior produtor de aves ficando atrás dos Estados Unidos e da China. A 
exportação de frangos teve uma prioridade no 70/2001 ultrapassando a casa 
dos bilhões e importação ficando em 6,500 64 milhões de toneladas o 
consumidor brasileiro no mercado interno está cada vez mais mudando o seu 
hábito dando preferência à carne de frango, você considerado um produto mais 
saudável e ter um preço mais acessível que a carne bovina. 
No Brasil apresentaram um bom crescimento médio entre os anos de 
2000 a 2012 com crescimento médio em torno de 26,83 toneladas segundo as 
projeções da USDA (2013) o ano de 2019 o Brasil era para ter um aumento em 
suas exportações de carne de frango em 24,53% com relação à exportação de 
2012 que foram exportadas 4765 mil toneladas, o Brasil acabou que em 2019 
exportou em toneladas mais do que o esperado pela USDA no ano 2012 nesse 
péctico ano o Brasil exportou 631, 4 mil toneladas de carne de frango. 
5 
 
Os principais Estados produtores de frangos são: Paraná, Santa 
Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. A região Centro-Oeste vem 
crescendo em produção. Beneficiada pela variação cambial, problemas 
sanitários no segmento de carnes no exterior, e conquista de novos mercados, 
a exportação de carne de frango brasileira conseguiu um desempenho notável 
em 2002. 
O Brasil acompanhou a evolução avícola mundial a foram notáveis os 
resultados advindos da transferência de tecnologia gerada em outros países. 
No entanto, em climas tropicais a subtropicais, a intensa radiação solar a os 
altos valores de temperatura e de umidade relativa do ar, no verão, têm-se 
mostrado limitantes ao desenvolvimento de alto índice de produtividade das 
aves. 
Independente do modo pelo qual os organismos animais transformam a 
energia dos alimentos, tudo se passa como se houvesse a combustão das 
substâncias ingeridas, resultando nos produtos da oxidação e, no domínio 
energético, na produção de trabalho e calor. O organismo animal funciona 
como verdadeira fonte de calor, necessitando, para desenvolver sua atividade 
vital, de desnível térmico em relação ao meio externo. Tendo em vista estes 
aspectos, as construções destinadas à criação de aves de corte e de postura 
devem ser planejadas adequadamente de forma a não somente considerar o 
fluxograma de funcionamento da exploração em nível interno e externo, mas 
também os aspectos ambientais que possam interferir na produtividade animal. 
2 SELEÇÃO DA ÁREA 
 O ambiente de criação deve ser tranquilo e distante de outras criações 
ou plantéis avícolas e ainda se possível distante de estradas onde ocorra 
circulação de veículos e pedestres. Segundo recomendações da Embrapa 
Suínos e Aves, o aviário deve estar pelo menos 100 metros de distância da 
estrada vicinal e a 30 metros dos limites periféricos da propriedade. A distância 
entre galpões do mesmo núcleo deverá ser de pelo menos o dobro da largura 
do galpão e de 500 metros de outro estabelecimento de aves comerciais de 
corte. Quando a seleção de áreas para implantação de uma exploração da 
avicultura deve ser observada os seguintes aspectos. 
6 
 
 Proximidade aos centros de consumo, Infraestrutura relacionada à 
comunicação, insumos (ração, matrizes), energia elétrica, abastecimento 
d'água, crédito, assistência técnica, etc. Clima no que se refere às condições 
adequadas de temperatura e umidade relativa do ar, ventilação, radiação, etc. 
A orientação é que na primeira semana de vida a temperatura fique em torno 
de 30° a 35°C, uma vez que eles ainda não têm penas e não conseguem 
controlar a temperatura corporal. A partir dos 21 dias, a temperatura já pode 
passar para 23 ou 24°C, o que é considerado uma temperatura de conforto 
térmico para as aves. O local deve apresentar boas condições de salubridade 
no que se refere à drenagem do solo, ventilação, insolação, espaço físico, 
topografia (terreno com inclinação mais suave),via de acesso apropriado para 
períodos chuvosos e secos, controle de trânsito. Enfim, o próprio espaçamento 
entre galpões do mesmo núcleo deverá ser de pelo menos o dobro da largura 
do galpão e de 500 m de outro estabelecimento de aves comerciais de corte. 
O aviário deve estar pelo menos 100 m de distância da estrada vicinal e a 30 m 
dos limites periféricos da propriedade. 
Devem atentar para o fato de que ao se planejar o aviário, devem se 
evitar terrenos de baixada, para se evita problemas com alta umidade, pouca 
movimentação de ar e falta insolação higiênica nos períodos do inverno. Deve-
se estar atento também à possível obstrução do ar por outras construções 
próximas e barreiras naturais e artificiais próximas aos galpões avícolas, o que 
acarretaria na má ventilação natural, trazendo prejuízos ao conforto térmico no 
verão. O estudo do clima da região e/ou do local onde será implantado o 
aviário, determinando as mais altas e baixas temperaturas ocorridas, a média 
da umidade relativa do ar durante o ano, a direção e a intensidade do vento, 
define o tipo ideal de edificação. Assim, é possível projetar aviários com 
características construtivas capazes de minimizar os efeitos do clima sobre as 
aves. 
3 AVES DE CORTE 
3.1 Sistema de criação 
As aves podem ser criadas em três tipos de sistemas diferentes. A 
escolha do sistema de criação ideal depende da região onde será implantada, 
7 
 
da instalação e o objetivo da produção. Esses sistemas são: extensivo, semi-
intensivo e intensivo. 
3.1.1 Extensivo 
Sistema de criação onde as aves são criados em liberdade e 
alimentadas em regime de pastejo ou pelo fornecimento de verde picado. Tem 
como objetivo aproveitar o espaço dentro da propriedade, e obtenção de 
produtos de qualidade. 
3.1.2 Semi-intensivo 
O sistema de criação semi-intensivo, também conhecido como produção 
de pátio/quintal, é uma alternativa que permite o livre acesso das aves às áreas 
de pastejo, proporcionando que as aves expressem seu comportamento 
natural, resultando no bem-estar e na qualidade do produto final. Além disso, é 
necessário um galinheiro, para que as aves possam se abrigar. Para reduzir os 
custos o produtor pode usar materiais já existentes na propriedade para 
construir o galinheiro. O criador das aves fornece praticamente toda a comida, 
a água e outras necessidades. 
3.1.3 Intensivo 
A produção intensiva requer maiores investimentos, tanto de capital 
como de mão de obra. O tamanho dos bandos de aves no sistema de produção 
intensiva normalmente situa-se nos milhares. Tal foi alcançado através dos 
avanços na investigação sobre incubação artificial, necessidades nutricionais e 
controle das doenças. Nesse sistema as aves são criadas em galpões por todo 
o ciclo de produção, em confinamento total desde o primeiro dia de vida até o 
dia do abate. Por isso, é essencial que o lote seja mantido saudável e a cama 
sempre em condições adequadas, sempre secas e na altura ideal e de material 
apropriado, e os outros equipamentos estejam adequados para suprir as 
necessidades do lote. 
Os aviários convencionais tem uma maior dificuldade em fornecer 
conforto térmico para as aves em todas as fases de criação, sendo necessária 
á implantação de estratégias para que todas as fases sejam atendidas. Já os 
8 
 
aviários mais modernos são completamente automatizados com controle total 
de temperatura de umidade do ar. Porém, eles possuem custos de implantação 
mais elevados, tornando inacessível para alguns produtores (PAULINO et al. 
2019). 
Além disso, a avicultura de corte no Brasil adota três sistemas de 
produção, que atende as necessidades de cada produtor. Sendo eles: sistema 
de integração, sistema cooperativo e sistema independente. 
a. Sistema de integração 
Sistema Agroindustrial, esse sistema consiste em incorporar à atividade 
principal de uma empresa todas aquelas que se ligam a ela no ciclo de 
produção do frango de corte. A integração se aplica entre atividades que são 
complementares no processo produtivo. Isso acontece da seguinte forma: a 
empresa de maior porte (integradora) fornece ao criador (integrado) os pintos, 
a ração, a assistência técnica e se responsabiliza pelo abate e pela 
comercialização do frango abatido. O criador entra no negócio com as 
instalações, os equipamentos, o aquecimento, a água, a cama e a mão de 
obra. Esse sistema dura cerca de 42-45 dias, e o frango será abatido com 
média de 2,5Kg. 
b. Sistema cooperativo 
Esse sistema tem sido muito utilizado nos últimos anos. Consiste no 
criador participar da organização e das decisões, correndo os riscos de um 
eventual fracasso das operações. Muitas vezes, a cooperativa produz pintos e 
rações, que são consumidos dentro do próprio sistema. Os insumos são 
repassados aos cooperados pelo custo de produção; as despesas 
administrativas, técnicas e operacionais, junto aos insumos, são agregadas ao 
custo de produção e divididas proporcionalmente entre o total 
de frangos produzidos pelo cooperado. 
c. Sistema independente 
Nesse sistema, o avicultor é responsável por todo o processo de 
produção do frango. Toda e qualquer decisão é de caráter pessoal, e os riscos 
9 
 
envolvidos nas operações são de inteira responsabilidade do produtor. Por 
essa e outras razões, esse sistema é considerado muito pesado, pois o 
avicultor tem de pensar e decidir sozinho sobre tudo: como adquirir e de quem 
adquirir os pintos e os alimentos; averiguar sobre a qualidade dos produtos; 
conhecer os riscos sanitários; além de ser responsável pela comercialização 
dos frangos. 
3.2 Orientações 
3.2.1 Densidade 
A densidade correta de alojamento é essencial para o êxito do sistema 
de produção de frangos de corte, pois garante o espaço adequado ao 
desempenho máximo das aves. Além do desempenho e lucratividade, a 
densidade de alojamento adequada também implica importantes questões 
relacionadas ao bem-estar das aves. Para fazer a avaliação correta da 
densidade de alojamento, alguns fatores como o clima, o tipo de aviário, o peso 
de abate e a regulamentação sobre o bem-estar das aves devem ser levados 
em consideração. Uma densidade inadequada pode acarretar problemas de 
pernas, arranhões, contusões e mortalidade. Além disso, a integridade da 
cama também será comprometida. A retirada de uma parte do lote é um dos 
métodos utilizados para manter a densidade adequada. Em alguns países, um 
grande número de aves é alojado em um galpão, com duas metas de peso 
diferentes. Ao atingir a meta de peso mais baixa, 20 a 50% das aves são 
removidas para atender às vendas desse segmento de mercado. As aves 
remanescentes terão, então, mais espaço, podendo alcançar a meta de peso 
mais alta. Em países de clima mais quente, a densidade de 30 kg/m2 
aproxima-se do ideal. 
3.2.2 Camas 
As camas dos aviários proporciona grande conforto para as aves e 
influencia diretamente na qualidade e na produtividade do frango de corte. Elas 
têm a função de absorver a umidade, diluir uratos e fezes, fornecer isolamento 
térmico e proporcionar uma superfície macia para as aves, evitando o contato 
10 
 
direto das aves com o solo duro, isso evita a formação de calo no peito e de 
lesões no coxim plantar, no joelho e no peito dessas aves. 
A cama de frango varia em sua composição, e as suas características 
físicas divergem entre os aviários, as granjas e as diferentes regiões. Essas 
camas devem ser compostas por material de origem vegetal e de natureza 
absorvente, como exemplo, de materiais como casca de arroz, de amendoim, 
de café, maravalhas, palhas de milho, feno de gramíneas, areia, papel, entre 
outros, e devem ser manejados de forma adequada para prevenir a 
proliferação de insetos e para controlar o nível de umidade e amônia, a 
produção de poeira e a exposição a agentes transmissores de doenças, nos 
aviários. A variação dos tipos ocorre pelas diferenças na quantidade e no tipode material da cama, no número de lotes de frangos produzidos na cama, no 
sistema de bebedouros, na quantidade de detritos e no método de limpeza e de 
armazenamento utilizado. É necessário que esses materiais utilizados estejam 
em boas condições, sejam de boa qualidade e recebam as manutenções 
devidas de forma continua. É importante que elas estejam livres de agentes 
patógenos, tóxicos e materiais estranhos (de CARVALHO et al., 2011). 
A reutilização da cama na produção de frangos de corte é uma prática 
adotada para diminuir custos com a aquisição de camas novas e aumentar a 
quantidade de nutrientes presentes na cama, para posterior utilização como 
biofertilizante na agricultura. Também é uma forma de estabilizar ou diminuir o 
impacto ambiental, ao reduzir a quantidade de camas por ave produzida. No 
entanto, essa reutilização pode levar a altos níveis de amônia no interior dos 
galpões, de 60 a 100 ppm, um valor considerado acima do recomendado, que 
deve ser inferior a 20 ppm. Concentrações de amônia no ar acima de 60 ppm 
tornam as aves mais predispostas a doenças respiratórias, aumentam os riscos 
de infecções secundárias às vacinas e prejudicamos processos fisiológicos de 
trocas gasosas. Sendo necessário adequar a taxa de ventilação e determinar a 
emissão de gases poluentes nos aviários, para permitir a melhora do seu 
ambiente interno. (de CARVALHO et al., 2011). 
3.2.3 Temperatura 
11 
 
As aves necessitam de um ambiente confortável para expressar todo o 
seu potencial genético. Quando as aves estão em temperaturas 
desconfortáveis para seu organismo, têm algumas reações fisiológicas e 
metabólicas para que sua temperatura corporal se mantenha adequada. Isso 
faz com que seu comportamento fisiológico tenha alterações para manter o 
corpo na zona de conforto térmico, com isso, há uma queda na produção 
dessas aves (PAULINO et al. 2019). 
As condições climáticas são os principais fatores limitantes para a 
criação de frangos de corte. A associação entre a temperatura, umidade do ar 
e velocidade do vento é o que fornece a sensação térmica dentro de um 
galpão. O que tornam desses os principais fatores que devem ser controlados 
para garantir a sensação térmica dos frangos. Entretanto, a relação entre esses 
fatores varia ao decorrer do período de vida da ave, por sua exigência em 
relação à necessidade de ganho ou perda de calor. 
Para os pintinhos de um dia a temperatura ambiente adequada varia de 
33-35ºC, e com umidade relativa do ar de 65 a 70%, e para frangos a partir dos 
15 dias de idade até a idade de abate (42 dias), quando seu sistema 
termorregulador já está formado, a temperatura considerada ideal é de 16 a 
23ºC e uma umidade relativa do ar entre 30 a 50%. A temperatura corporal de 
um frango é em média 41ºC; porém, em condições ambientais extremas (de 
frio ou calor), as aves não conseguem manter a sua homeotermia, e isso 
ocorre com a alteração de em média 4ºC acima ou abaixo de sua temperatura 
corporal ideal pode ocasionar danos como hipertemia e hipotermia 
respectivamente. 
3.2.4 Ventilação 
A ventilação é necessária para eliminar o excesso de umidade do 
ambiente e da cama, provenientes da água liberada pela respiração das aves e 
dos dejetos, permitir a renovação do ar e eliminar odores, e que uma das 
alternativas para melhorar as condições térmicas e promover a renovação do 
ar, é a ventilação forçada. Quando não há problemas com a saturação do ar 
dentro dos aviários, pode-se utilizar o sistema de resfriamento evaporativo, 
constituído basicamente pelo uso de nebulizadores, permitindo que o ar não 
12 
 
saturado do ambiente entre em contato com a água em temperatura mais 
baixa, ocorrendo então à troca de calor entre o ar e a água. Para reduzir a 
temperatura da telha e circunvizinhança nas horas de calor intenso, pode-se 
utilizar aspersão sobre a cobertura. 
a. Ventilação Mínima 
A ventilação mínima pode ser definida como a quantidade de ar por 
unidade de tempo, necessária para manter a qualidade do ar e atender à 
demanda de oxigênio das aves, ao visar seu bem-estar e sua saúde, sem 
interferir na temperatura e na sensação térmica das aves. Os requisitos para o 
funcionamento adequado de um sistema de ventilação mínima são o 
fornecimento de oxigênio para atender às necessidades metabólicas das aves. 
Permitir o controle da umidade relativa e manter a cama em boas condições. 
b. Pressão Negativa 
A maneira mais eficiente de se conseguir uma boa distribuição de ar 
para a ventilação mínima é por meio do sistema de ventilação por pressão 
negativa. Esse sistema deve direcionar o ar que entra no galpão para cima, em 
direção ao teto. A queda de pressão através das entradas de ar deve ser 
ajustada de modo a garantir que o ar, ao entrar, alcance o topo do galpão, 
onde o calor se acumula. A queda de pressão escolhida dependerá da largura 
do galpão ou da distância que o ar terá que percorrer a partir do momento em 
que entra no galpão. A pressão adequada é alcançada pela combinação entre 
a área das entradas de ar e a vazão dos exaustores. 
Conforme a pressão negativa aumenta, a velocidade do ar que entra no 
galpão se eleva no ponto de entrada, mas o aumento decorrente da pressão 
negativa diminui a vazão dos exaustores e reduz o volume total de ar que se 
desloca através do galpão. Essa queda de volume é observada especialmente 
quando se usam exaustores de acionamento direto. 
Para se gerar um sistema de pressão negativa eficiente, é preciso que o 
ambiente seja controlado. O ar procura o ponto de menor resistência e 
qualquer entrada indesejada de ar resulta no desequilíbrio na distribuição de ar. 
O galpão deve ser o mais hermético possível. Geralmente, as entradas 
13 
 
indesejáveis de ar se localizam na cumeeira, perto dos exaustores e/ ou do 
piso. A abertura em que o exaustor for instalado deve ser bem vedada para 
melhorar ao máximo o desempenho do aparelho. Devem-se instalar persianas 
anti-retorno para evitar correntes de ar e as correias dos exaustores precisam 
estar na tensão correta para aumentar a eficiência dos aparelhos. 
c. Entradas de Ar 
A pressão nas entradas de ar deve ser controlada para manter o ar a 
uma velocidade constante em todos os estágios da ventilação. Essas entradas 
devem direcionar o ar ao topo do galpão e devem fechar-se quando os 
exaustores estiverem desligados. As entradas de ar no sistema de ventilação 
mínima devem vedar-se completamente quando fechadas. Quando abertas, o 
ar deve entrar apenas pela parte superior, e não pelas laterais ou pela parte 
inferior das entradas de ar. As entradas de ar indesejáveis pelas laterais e pela 
parte inferior direcionam o ar frio para o piso, causando o resfriamento das 
aves e a condensação da cama. 
d. Ventilação com cortinas 
Em galpões abertos, o manejo das cortinas é fundamental para que se 
tenha um lote saudável durante todo o período de produção. O manejo 
adequado da ventilação requer o mínimo possível de flutuação de temperatura. 
Em diferentes partes do galpão, pode haver variações de temperatura. A 
ventilação é necessária em todas as faixas etárias das aves para remover o 
excesso de calor, vapor de água e/ou CO2 . A remoção do CO2 é importante 
na primeira semana de idade, quando o galpão está bem vedado. O nível de 
CO2 nunca deve ultrapassar 3.000 ppm. Consultar as diretrizes para a 
avaliação da qualidade do ar. 
O manejo adequado das cortinas é vital para evitar problemas 
respiratórios e ascite no caso de climas frios. Minimizar as flutuações de 
temperatura nas 24 horas, especialmente à noite. Melhor controle da 
temperatura resulta em melhor conversão alimentar e melhora a taxa de 
crescimento. Por isso, devem-se levar em consideração a direção dos ventos 
pela manhã, abrindo primeiro a cortina do lado contrário daquele em que sopra 
14 
 
o vento predominante. Para melhorar a troca de ar e aumentar a velocidade do 
ar que entrano galpão, a cortina do lado do vento predominante deve ficar com 
uma abertura correspondente a 25% da abertura no lado contrário ao vento. 
Para reduzir a troca de ar e diminuir a velocidade do ar que entra no galpão, a 
abertura da cortina do lado do vento predominante deve corresponder a 25% 
da abertura no lado contrário ao vento predominante. Para que a velocidade 
máxima seja obtida no nível das aves, as cortinas deverão ter a mesma 
abertura nos dois lados, o mais baixo possível. Até os 14 dias de idade das 
aves, as cortinas devem ficar abertas de modo a propiciar a troca de ar no 
galpão sem que haja velocidade do ar no nível das aves ou do piso. A 
velocidade do ar no nível das aves nos primeiros 14 dias de vida leva ao 
resfriamento dos pintos, redução do consumo de água e ração e maior 
dispêndio de energia para a produção de calor. 
e. Ventilação Natural 
O sistema de ventilação natural é comum em regiões temperadas, onde 
as condições climáticas são similares àquelas necessárias para a produção. 
Não se recomenda utilizar esse sistema em regiões que apresentem extremos 
de temperatura. A ventilação natural, para ser eficaz, depende da localização 
do galpão. A orientação do galpão deve seguir o eixo leste-oeste a fim de 
reduzir a intensidade da incidência de luz direta nas paredes laterais durante a 
parte mais quente do dia. Os ventos predominantes devem ser utilizados de 
forma vantajosa. Recomenda-se que o telhado disponha de uma superfície 
refletiva, com isolamento térmico de fator R igual a 20-25 (consultar valores de 
isolamento térmico, nas páginas 2-3) e beirais suficientemente largos. 
3.2.5 Luminosidade 
A quantidade e a intensidade da luminosidade influenciam a atividade 
dos frangos. A estimulação correta da atividade durante os primeiros 5-7 dias 
de idade é necessária para que o consumo alimentar e o desenvolvimento dos 
sistemas digestivo e imunológico sejam os melhores possíveis. A redução da 
energia exigida para realizar atividades durante a porção média do período de 
crescimento resulta em maior eficiência de produção. A distribuição uniforme 
15 
 
da luz em todo o galpão é essencial para o sucesso de qualquer programa de 
luz. 
3.2.6 Biossegurança 
O Brasil é um grande exportador de carne de frango e a necessidade da 
implantação de medidas de biossegurança no setor produtivo é cada vez 
maior. Problemas sanitários graves podem comprometer a exportação de 
produtos avícolas e medidas devem ser adotadas visando à obtenção de 
melhores resultados da produção. A biossegurança consiste no conjunto de 
medidas aplicadas em todos os segmentos da criação das aves com objetivo 
de diminuir os riscos de infecções e aumentar o controle sanitário dos plantéis. 
3.2.7 Manejo Sanitário 
Tem o objetivo de manter as condições de higiene no sistema de criação 
que permitam minimizar a ocorrência de doenças, obter bom desempenho e 
bem-estar das aves, além de assegurar ao consumidor um produto de boa 
qualidade. Uma das formas de controlar as doenças no plantel é por meio da 
higienização das instalações, controle de vetores de doenças e remoção de 
carcaças de aves mortas. A boa sanitização da granja não se resume apenas à 
escolha do desinfetante certo. O ponto fundamental da sanitização da granja é 
a limpeza eficaz. Os desinfetantes são inativados na presença de material 
orgânico. Os seguintes itens são fundamentais para a sanitização eficaz. No 
entanto, eles não se aplicam no caso de reutilização da cama. Essas medidas 
visam a diminuir os riscos de infecções e aumentar o controle sanitário do 
plantel, resguardando a saúde do consumidor. 
3.2.8 Vacinação 
A prevenção é indiscutivelmente o método mais econômico e eficaz para 
o controle de doenças. A melhor prevenção é obtida pela adoção de um 
programa eficaz de biossegurança, em conjunto com a vacinação correta. 
As matrizes são vacinadas contra diversas doenças, a fim de que os 
anticorpos maternos sejam transmitidos aos pintinhos. Esses anticorpos 
servem para proteger os pintos durante os primeiros estágios do período de 
16 
 
recria. Entretanto, esses anticorpos não protegem os frangos durante o período 
todo. Desta forma, pode ser necessário vacinar os frangos no incubatório ou 
em campo, para prevenir certas doenças. O calendário de vacinação deve 
levar em conta o nível esperado de anticorpos maternos, a enfermidade em 
questão e os atuais desafios em campo. 
3.2.9 Água 
A água é um nutriente essencial que influencia praticamente todas as 
funções fisiológicas. A água compõe de 65% a 78% do corpo de uma ave, 
dependendo da idade. Fatores como temperatura, umidade relativa, 
composição da dieta e taxa de ganho de peso corporal influenciam a ingestão 
de água. A boa qualidade da água é vital para a produção eficiente de frangos 
de corte. A análise da qualidade da água inclui o pH, o teor mineral e o grau de 
contaminação microbiana. É essencial que a ingestão de água aumente com o 
passar do tempo. Se houver redução do consumo de água em qualquer etapa 
da vida da ave, a saúde, o ambiente e/ou o manejo devem ser reavaliados. 
3.2.10 Manejo Nutricional 
A dieta dos frangos de corte é elaborada de modo a fornecer a energia e 
os nutrientes essenciais à saúde e à produção eficiente. Os componentes 
nutricionais básicos necessários às aves são água, aminoácidos, energia, 
vitaminas e sais minerais. Esses componentes precisam agir em conjunto para 
garantir boa estrutura esquelética e desenvolvimento muscular adequado. A 
qualidade dos ingredientes, a forma física da ração e a higiene afetam 
diretamente a atuação destes nutrientes básicos. Se a matéria-prima ou o 
processo de fabricação estiverem comprometidos, ou se houver um 
desequilíbrio no perfil nutricional da ração, o desempenho dos frangos pode ser 
prejudicado. Uma vez que os frangos de corte são criados para atingir 
diferentes metas de pesos finais, composições de carcaça e estratégias de 
produção seriam inviáveis elaborar um único conjunto de exigências 
nutricionais. Portanto, os exemplos das necessidades nutricionais devem ser 
considerados um conjunto de diretrizes a partir das quais se pode elaborar o 
programa de alimentação. Estas diretrizes deverão ser adaptadas de acordo 
17 
 
com a necessidade para satisfazer situações específicas, que variam de um 
produtor para outro. 
3.3 Equipamentos 
A atividade avícola requer além de área e estrutura fixa, alguns 
equipamentos básicos para a criação das aves. Abaixo alguns desses 
equipamentos. 
a) Bebedouros: onde é disponibilizada água limpa e de em temperatura 
agradável. Muitas vezes é o meio de diluição e oferta de vacinas. Devem 
ser de fácil limpeza, resistentes e propiciar fácil acesso das aves. Os 
mais utilizados são do tipo pendular, tipo pressão e nipple. 
b) Comedouros: utilizados para fornecimento de ração às aves e podem 
variar de acordo com a idade e sistema de criação. Os mais utilizados 
são manual tipo tubular, automático de corrente e automático tipo 
helicoidal. 
c) Ventiladores: importantes na renovação do ar e controle da temperatura. 
Devem estar posicionados sempre na mesma direção e respeitando a 
potência da marca comercial. O uso de exaustores também se obtém 
uma maior qualidade do ar e uma melhor temperatura, eles são 
utilizados em modernas instalações avícolas. 
d) Silos: local de armazenamento da ração na granja. Geralmente 
localizados ao lado da cada galpão, podem ser de madeira, metal, fibras 
ou alvenaria. 
e) Gerador de energia: como medida preventiva na falta de energia 
elétrica, a granja deve possuir gerador de energia para manter os 
sistemas de climatização em funcionamento evitando a mortalidade das 
aves. 
f) Aquecedores: utilizados nos primeiros dias de vida da ave permitindo 
maior conforto térmico dentro do galpão. 
g) Cortinas: Normalmente é plástica e acionada por carretilha, manivela e 
cordões em roldanas presas a estruturado telhado. Podem ser de cor 
amarela ou azul. É utilizada quando há incidência de ventos fortes, 
chuvas, insolação excessiva e em casos de mudanças bruscas de 
18 
 
temperatura, sendo recomendada a abertura de cima para baixo, visando 
controle da movimentação do ar dentro do galpão. 
h) Caixa d´água: importantes para garantir o fornecimento ininterrupto de 
água para as aves. Deve possuir capacidade adequada ao número de 
aves e ser armazenada em local fresco. 
i) Nebulizador: em dias quentes permite a queda da temperatura dentro do 
galpão. Devem estar distribuídos de forma uniforme por todo o galpão e 
estar associados a ventiladores. 
j) Balança: ferramenta útil para acompanhamento do peso das aves e 
pesagem da ração. 
k) Termo-higrômetro: aparelho para aferição de temperatura e umidade do 
ar. Auxiliam na conduta do uso de ventiladores, nebulizadores e 
cortinas. 
3.4 Instalações 
A necessidade da identificação dos diversos tipos de instalações 
avícolas e que sejam ideais no combate ao estresse por calor ou frio, pois cada 
região climática impõe exigência própria de arranjos com vistas ao conforto 
térmico. Portanto, instalações adequadas e seu manejo correto em muito 
contribuem para a modificação das condições ambientais térmicas no local da 
criação, por meio do controle da temperatura, umidade relativa do ar, radiação 
e velocidade do vento. 
De acordo com NASCIMENTO et al., qualquer problema estrutural das 
instalações que venha proporcionar situações inadequadas de ventilação, 
renovação de ar, acúmulo de gases, carga térmica excedente pode ser 
considerado fator de risco, passando a estar a instalação deficitária quanto à 
sua função de proporcionar conforto térmico ao ambiente. Sendo assim, o 
aviário deverá amenizar as sensações de desconforto térmico para as aves, 
impostas por climas extremos, e garantir ambientes confortáveis, para que se 
alcance altos índices de produtividade. 
Desta forma, o ideal é que os produtores adotem tecnologias 
desenvolvidas que resultem em aviários climatizados, criando um ambiente 
confortável na produção. Os aviários Dark-House se constituem em tecnologia 
19 
 
recente no Brasil, este sistema propicia a condução de lotes em ambiente e 
luminosidade controlada, mantém as aves mais calmas, permite uma maior 
densidade de aves, reduz a incidência de dermatoses, a mortalidade e o 
consumo de ração e melhora a conversão alimentar, o ganho de peso diário, 
resultando em melhores resultados zootécnicos e econômicos para as 
empresas e produtores. 
Alguns dados têm mostrado que estes aviários apresentam índices 
superiores de produtividade do lote. Os resultados evidenciaram que a criação 
de frangos de corte em aviários que empregam o sistema Dark-House “solid 
wall”, resultou em índices zootécnicos superiores aos aviários convencionais 
(ANDREAZZI, 2018). 
3.5 Localização 
A escolha do local adequado para implantação do aviário visa otimizar 
os processos construtivos, de conforto térmico e sanitários. O local deve ser 
escolhido de tal modo que se aproveitem as vantagens da circulação natural do 
ar e se evite a obstrução do ar por outras construções, barreiras naturais ou 
artificiais. O aviário deve ser situado em relação à principal direção do vento se 
este provier do sul ou do norte. 
Caso isso não ocorra, a localização do aviário, para diminuir os efeitos 
da radiação solar no interior, prevalece sobre a direção do vento dominante. A 
direção dos ventos dominantes e as brisas devem ser levadas em 
consideração para aproveitar as vantagens do efeito de resfriamento no trópico 
úmido. Escolher o local com declividade suave, voltada para o norte, é 
desejável para boa ventilação. No entanto, os ventos dominantes locais devem 
ser levados em conta, principalmente no período de inverno, devendo-se 
prever barreiras naturais. 
É recomendável, dentro do possível, que sejam situados em locais 
de topografia plana ou levemente ondulada, onde não sejam necessários 
serviços de terraplanagem excessiva e construções de muros de 
contenção. Contudo, é interessante observar o comportamento da 
corrente de ar, por entre vales e planícies. Nesses locais é comum o 
20 
 
vento ganhar grandes velocidades e causar danos nas construções. O 
afastamento entre aviários deve ser suficiente para que uns não atuem 
como barreira à ventilação natural dos outros. Assim, recomenda-se 
afastamento de 10 vezes a altura da construção entre os dois primeiros 
aviários a barlavento, sendo que do segundo aviário em diante o 
afastamento deverá ser de 20 à 25 vezes esta altura (ATIVIDADE 
RURAL, 2021). 
3.5.1 Orientação 
O sol não é imprescindível à avicultura. Se possível, o melhor é evitá-lo 
dentro dos aviários. Assim, devem ser construídos com o seu eixo longitudinal 
orientado no sentido leste-oeste. Nessa posição, nas horas mais quentes do 
dia, a sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga calorífica recebida 
pelo aviário será a menor possível. Por mais que se oriente adequadamente o 
aviário em relação ao sol, haverá incidência direta de radiação solar em seu 
interior em algumas horas do dia na face norte, no período de inverno. 
Providenciar nesta face dispositiva para evitar este fato. 
 
O terreno deve ser permeável e seco. Evitar terrenos baixos e solos que 
possam acumular poças d´água e umidade nos dias chuvosos. edificação em 
solo de muita umidade pode significar grande prejuízo para a sanidade da 
produção avícola. É necessário então, que o terreno tenha ligeira inclinação, 
evitando a formação de água estagnada e permitindo o escoamento desta, 
para locais mais baixos. Em terreno muito inclinado, o custo de implantação é 
maior devido à grande movimentação de terra. Escolher o local com 
21 
 
declividade suave, voltada para o norte, é desejável para boa ventilação. No 
entanto, os ventos dominantes locais, devem ser levados em conta, 
principalmente no período de inverno, devendo-se prever barreiras naturais. O 
afastamento entre aviários deve ser suficiente para que uns não atuem como 
barreira à ventilação natural aos outros. Assim, recomenda-se afastamento de 
10 vezes a altura (H) da construção, para os dois primeiros aviários alinhados, 
sendo que do segundo aviário em diante o afastamento deverá ser de 20 à 25 
vezes H (ABREU; ABREU, 2012). 
A distância mínima para os dois primeiros aviários com altura máxima de 
5 m é de 50 m. Ou seja, a distância mínima de afastamento entre os dois 
primeiros aviários, para não prejudicar a ventilação é de 50 m, e a distância 
mínima do segundo aviário em diante é de 100 m. 
3.5.2 Sistema de Iluminação Artificial 
A iluminação artificial é utilizada para aumentar o período diário de luz 
natural (fotoperíodo) e dessa forma induzir a ingestão de alimentos resultando 
em maior ganho de peso das aves. Pode ser utilizado o tipo incandescente ou o 
tipo fluorescente, sendo que este último fornece maior número de lumens 
(intensidade de iluminação), consome menos energia, é mais durável além de 
tudo, o primeiro é de custo inicial mais elevado. Recomenda-se utilizar de 10 a 
12 lumens por metro quadrado de galpão. De forma mais simples, a fiação e as 
lâmpadas podem ser sustentadas por um sarrafo fixado à altura desejada ao 
longo do galpão. Para galpões maiores, formam-se várias fileiras de lâmpadas 
acompanhando o comprimento do galpão. O programa de luz varia de empresa 
para empresa. 
 TABELA 2 - Número de lúmens fornecidos por cada tipo de iluminação. 
FLUORESCENTE INCANDESCENTE 
WATT LÚMENS WATT LÚMENS 
 15 500 – 700 15 125 
 20 800-1.000 25 225 
 40 2.000 – 
2.500 
 40 430 
22 
 
 75 4.000 – 
5.000 
 50 655 
 200 10.000-
12.000 
 60 810 
 
3.5.3 Ventilação 
É um meio eficiente de reduçãoda temperatura dentro das instalações 
avícolas por aumentar as trocas térmicas por convecção, conduzindo a um 
aumento da produção. Desvios das situações ideais de conforto caracterizam 
no surgimento de desempenho baixo do lote, em consequência de estresses, e 
necessita-se, portanto de artifícios estruturais para manter o equilíbrio térmico 
entre a ave e o meio. A ventilação adequada se faz necessária também para 
eliminação do excesso de umidade do ambiente e da cama, proveniente da 
água liberada pela respiração das aves e da água contida nas fezes, e para 
permitir a renovação do ar regulando o nível de oxigênio necessário às aves, 
eliminando gás carbônico e gases de fermentação. 
3.5.4 Circunvizinhança 
A qualidade das vizinhanças afeta a radiosidade (quantidade de energia 
radiante levada pela superfície por unidade de tempo e por unidade de área - 
emitida, refletida, transmitida e combinada). É comum instalar gramados em 
toda a área delimitada aos aviários, pois reduz a quantidade de luz refletida e o 
calor que penetra nos mesmos. O gramado deverá ser de crescimento rápido, 
que feche bem o solo não permitindo a propagação de plantas invasoras. 
Deverá ser constantemente aparado para evitar a proliferação de insetos. São 
necessários 5m de largura para trânsito de veículos no abastecimento de ração 
e carregamento de aves, na lateral das edificações e, portanto, no 
planejamento e terraplanagem essa largura deve ser adicionada. 
3.5.5 Sombreio 
O emprego de árvores altas produz micro clima ameno nas instalações, 
devido à projeção de sombra sobre o telhado. Para as regiões onde o inverno é 
mais intenso as árvores devem ser caducifólias. Assim, durante o inverno as 
23 
 
folhas caem permitindo o aquecimento da cobertura e no verão a copa das 
árvores tornasse compacta, sombreando a cobertura e diminuindo a carga 
térmica radiante para o interior do aviário. Para regiões onde a amplitude 
térmica entre as estações do ano não é acentuada e a radiação solar constitui 
em elevado incremento de calor para o interior do galpão o ano todas as 
árvores não precisam ser necessariamente caducifólias. Devem ser plantadas 
nas faces norte e oeste dos aviários e mantidas desgalhadas na região do 
tronco, preservando a copa superior. Desta forma a ventilação natural não fica 
prejudicada. Fazer verificação constante das calhas para evitar entupimento 
com folhas (ATIVIDADE RURAL, 2021). 
3.5.6 Cálculos do número de galpões (N) Necessários 
N = Período de uso do galpão/Período de comercialização 
Período de uso: 56 dias (contando até 42 dias para criação das aves e 14 dias 
para desinfecção e limpeza). Normalmente considera-se: 
N = 3 (venda mensal); 
N = 5 (venda quinzenal); 
N = 10 (venda semanal). 
A saída por ano em cada galpão pode ser determinada, em alguns casos, da 
seguinte forma: 365/56 
= 6lotes/galpão/ano. 
3.6 Detalhes construtivos 
Considerando-se a criação em densidade normal e aproveitamento das 
condições naturais de acondicionamento e ainda as produções rurais em menor 
escala, a largura a ser considerada para o galpão pode ser definida da seguinte 
maneira: 
8,00 a 10,00 m - clima úmido; 
10,00 a 14,00 m - clima quente e seco. 
24 
 
Da mesma forma, o pé direito do galpão pode ser estabelecido em 
função da largura adotada, de forma que os dois parâmetros em conjunto 
favoreçam a ventilação no interior do galpão. 
TABELA 1 - Relação entre Largura a Pé-direito do Galpão. 
 
* Largura (m) * Pé direito (m) 
Até 8,00 2,80 
8,00 a 9,00 3,15 
9,00 a 10,00 3,50 
10,00 a 12,00 4,20 
12,00 a 14,00 4,90 
 
Comprimento: O comprimento do aviário deve ser estabelecido para se 
evitar problemas com terraplanagem, comedouros e bebedouros automáticos. 
Não deve ultrapassar 200m. Na prática os comprimentos de 100 à 125m têm-
se mostrados satisfatórios ao manejo das aves, porém é aconselhado 
divisórias internas ao longo do aviário em lotes de até 2.000 aves para diminuir 
a competição e facilitar o manejo das aves. Estas divisórias devem ser 
removíveis, e de tela, para não impedir a ventilação e com altura de 50cm, para 
facilitar o deslocamento do avicultor. 
Existe, porém, uma tendência mundial, no caso das produções em 
grande escala, de se construir galpões com 12,0 m de largura por 100,0 a 
140,0 m (em média 125,0 m) de comprimento, com objetivo de otimização do 
uso de equipamentos, mão-de-obra, etc. Nesse caso, para a largura de 12,0 
m, nas regiões mais quentes do país o pé-direito ideal é de 4,20 m, e nas mais 
frias, como o sul, é de 3,50 m. 
Pilares: Podem ser de concreto armado traço 1:2,5:4 ou em madeira 
tratada (roliça, preferencialmente). Atualmente, quase totalidade dos galpões 
para frangos de corte em construção empregam estruturas pré-moldadas de 
concreto, estruturas metálicas ou mistura de ambos, compondo praticamente 
todo o arcabouço da construção (pilares e estrutura do telhado). Os pilares 
geralmente são afastados de 5,0 m, sustentando tesouras ou pórticos com 
apenas dois apoios de tal forma a manter o vão do galpão totalmente livre. 
Fundação: Direta descontínua em concreto ciclópico no traço 1:4:8 com 
profundidade variando de 0,50 à 1,00 m sobre leito bem compactado, para o 
25 
 
caso dos galpões menores. Nos grandes galpões, a fundação descontínua é 
formada por sapatas armadas. Para apoiar as alvenarias das faces leste e 
oeste do galpão, podem ser feitos alicerces contínuos e para apoiar as muretas 
das faces norte e sul, alicerces contínuos rasos (de pequena profundidade). 
Piso: Concreto simples 1:4:8 revestido com argamassa 1:4 de forma que 
a espessura fique em tomo de 0,05 à 0,06 m. Em alguns casos, pode-se 
utilizar piso de terra batida, mas deve ser evitado sempre que possível. Deve 
ser considerada uma declividade de 2% no sentido de uma canaleta central ou 
de duas canaletas internas ao galpão e paralelas ao seu eixo longitudinal. Tais 
canaletas a "céu aberto" deverão possibilitar um escoamento de 1% para o 
exterior dos galpões de forma a facilitar a retirada das águas de limpeza e 
drenagem da umidade da cama. 
Alvenarias : Faces leste e oeste fechadas com tijolos maciços e 
dotadas de portal grandes e faces norte a sul com mureta até a altura de 20-40 
cm, sendo o restante fechado com tela metálica 1" (2,5 cm) + cortina plástica 
ou de sacos de aniagem, usada em casos de chuva e de incidência de raios 
solares. 
Cobertura: Estrutura composta por tesouras ou pórticos, com telhas de 
cerâmica (melhores), dotada de lanternim (Figuras 1 e 2), para o caso de 
largura do galpão maior que 8 m e beiral amplo variando de 1,0 a 2,5 m de 
largura nas faces norte e sul do telhado, de acordo com o pé-direito e com a 
latitude. A cumeeira deve ser orientada no sentido leste-oeste. 
 
Figura: Esquemas para desenho do lanternim. 
26 
 
O lanternim, abertura na parte superior do telhado, é indispensável para 
se conseguir adequada ventilação, pois permite a renovação contínua do ar 
pelo processo de termossifão resultando em ambiente confortável. Deve ser 
duas águas, disposto longitudinalmente na cobertura. Este deve permitir 
abertura mínima de 10% da largura do aviário, com sobreposição de telhados 
com afastamento de 5% da largura do aviário ou 40cm no mínimo. Deve ser 
equipado com sistema que permita fácil fechamento e com tela de arame nas 
aberturas para evitar a entrada de pássaros. 
A inclinação do telhado afeta o condicionamento térmico ambiental no 
interior do aviário através da mudança do coeficiente de forma correspondente 
as trocas de calor por radiação entre o animal e o telhado, e modificando a 
altura entre as aberturas de entrada e saída de ar (lanternim). Quanto maior a 
inclinação do telhado maior será a ventilação natural devido ao termossifão. 
Inclinações entre 20º e 30º têm sido consideradas adequadas para atender as 
condições estruturais e térmicas. 
O telhado recebe a radiação do sol emitindo-a, tantopara cima como 
para o interior do aviário. Nas regiões tropicais a intensidade de radiação é alta 
em quase todo o ano e é comum verificar desconforto das aves mesmo durante 
épocas mais frescas do ano, devido à grande emissão de radiação do telhado 
para o interior do aviário. O mais recomendável é escolher para o telhado 
material com grande resistência térmica, como o sapé ou a telha cerâmica. 
Contudo, por comodidade e economia, é, comum o emprego de telhas de 
cimento amianto, que é material de baixo conforto para as aves. 
O telhado pode ser de telhas de cimento amianto, que são de fácil 
colocação e necessitam de menor madeiramento, desde que recebam material 
para melhorar a sua eficiência térmica, como isolantes, pinturas refletoras, e 
aspersão no telhado. Para regiões quentes utilizar telhas com isolamento 
térmico, como o poliuretano, telhas cerâmicas ou telhas de fibrocimento 
pintadas com tinta acrílica branca. Em termos de conforto térmico a telha de 
cerâmica ainda é a mais indicada. Devem ser evitadas as telhas de alumínio ou 
zinco, devido ao barulho provocado durante o período chuvoso. Também se 
deve evitar as telhas de cimento amianto com 4mm de espessura, pois 
27 
 
fornecem menor conforto para as aves. O material ideal para a cobertura deve 
ter alta refletividade solar e alta emissividade térmica na superfície superior e 
baixa refletividade solar e emissividade térmica na superfície inferior. 
 
Figura: Corte transversal do Galpão mostrando detalhe do lanternim (PEREIRA, 
1986). 
 
4 AVES DE POSTURA 
A maior parte dos ovos comercializados são oriundos de galinhas 
poedeiras criadas em sistema de confinamento intensivo, modelo no qual as 
aves são alojadas em gaiolas dentro dos galpões durante toda a sua vida 
produtiva. Conhecendo as exigências das diversas linhagens das aves, 
oferecendo uma alimentação balanceada, ambiência controlada, programas de 
vacinações para garantir a saúde e diversos manejos atendendo as boas 
práticas de produção e tendo biosseguridade na granja, obtém-se uma ótima 
produção, aproveitando o máximo do potencial genético das aves. 
4.1 Sistemas de Criação 
Os sistemas de criação e manejo de galinhas poedeiras podem ser 
classificados em: intensivos (em gaiolas ou sobre o piso, em galpões abertos 
ou fechados), sendo o convencional, ou de granja, o mais comum; e extensivo 
sou alternativos (free range, orgânico, colonial ou tipo caipira). 
No sistema convencional, a criação é feita com o uso de gaiolas 
convencionais de 350 cm2 a 450 cm2 por ave, podendo-se empilhar até sete 
gaiolas sobrepostas. Esse sistema tem sido alvo de críticas relacionadas ao 
28 
 
bem-estar animal, especialmente por oferecer espaço reduzido à ave, limitando 
a expressão de seus comportamentos naturais. 
Além dos sistemas que usam gaiolas, há o sistema barn, que prevê a 
criação em galpões, mas sem gaiolas (cage free). Na Europa, esse sistema 
deve cumprir com todos os requisitos previstos para as gaiolas enriquecidas, 
como garantir o acesso igualitário à alimentação por todas as aves e outros 
requisitos específicos. 
O sistema free range se diferencia do sistema barn por ser extensivo, já 
que nesse sistema as aves ficam livres em parte do dia ou em tempo integral, 
no pastoreio. Na UE, a criação nesse sistema prevê pelo menos um ninho para 
cada sete aves, ao menos 15 cm de poleiro por ave, camas de área mínima de 
250 cm2 por ave e uma densidade populacional máxima de nove aves por 
metro quadrado, entre outras especificações. Esse sistema oferece maior bem-
estar às aves, contudo é desvantajoso do ponto de vista econômico e sanitário 
em relação ao sistema de gaiolas. 
No sistema orgânico, a preservação do bem-estar do animal é mais 
importante do que no sistema de criação extensivo: o manejo deve ser 
realizado de forma calma, sem agitações, e é vedada qualquer prática que 
possa causar medo ou sofrimento aos animais, por exemplo, a muda forçada e 
a alimentação forçada. Além disso, a ração é estritamente orgânica, sendo esta 
a principal diferença entre esse sistema e o sistema de criação extensivo. 
A legislação brasileira prevê também o sistema de produção colonial. 
Nesse sistema, são empregadas as linhagens rústicas que são adaptadas à 
criação colonial (totalmente extensiva), em que as aves ficam livres ao 
pastoreio, com pelo menos 3 m2 de pasto por ave. Assim, há a preservação do 
bem-estar das aves, que se reflete em menor uso de medicamentos 
quimioterápicos, pois essa prática fortalece o sistema imunológico. 
4.2 Bem-estar 
O bem-estar é um tema amplamente discutido na cadeia produtiva 
animal nos dias atuais. Em relação à avicultura, muitas críticas estão voltadas 
para as práticas envolvidas na produção de ovos comerciais. Há muitas provas 
29 
 
científicas demonstrando que os animais confinados em sistemas intensivos 
podem apresentar frustração e angustia, e que podem e vem sofrendo sob os 
regimes da produção moderna. Essas provas apontam conclusivamente que as 
gaiolas em bateria para galinhas poedeiras, como sendo simplesmente 
ambientes não adequados. 
No Brasil, milhões de galinhas poedeiras são criadas em pequenas 
gaiolas de arames tão restritivas que as aves não podem sequer abrir suas 
asas. Sem qualquer oportunidade de exercer e de se envolver em muitos 
outros comportamentos naturais, estas aves enjauladas acabam sofrendo 
muito. Nesse sentido, a aplicação de boas práticas de produção e em especial 
as que visam à preservação do meio ambiente, bem como o bem-estar animal 
e dos trabalhadores, devem ser consideradas para o progresso da atividade 
avícola e para a inserção definitiva do setor no mercado mundial de ovos e 
produtos à base de ovos. 
Alta produtividade não necessariamente implica em bem-estar. É 
importante que os animais possam expressar seu máximo potencial genético. 
Assim, uma das questões, em foco atualmente, é o bem-estar dos animais de 
produção com relação às instalações que o cercam. 
Para que as aves possam expressar o seu potencial para a produção, o 
avicultor deve garantir que os aviários estejam com as condições térmicas 
ambientais dentro da faixa de conforto, que, para as aves de postura, encontra-
se entre 21 a 23C° de temperatura ambiente e 60 a 80% para umidade relativa 
do ar. 
O condicionamento térmico do aviário de postura com ventiladores é 
influenciado pelas condições ambientais externas e pela orientação da 
instalação resultando em estratificação da temperatura, umidade relativa, 
velocidade do ar e iluminância. É comum o produtor comprar um ventilador 
com a intenção de resolver os problemas com temperatura elevada no interior 
dos aviários. No entanto, o máximo que o ventilador é capaz de realizar é 
igualar a temperatura interna com a temperatura externa do aviário. Se esse 
gradiente for grande, os ventiladores serão eficientes. Porém, ele não 
conseguirá reduzir a temperatura interna do aviário mais que o valor de 
30 
 
temperatura externa somente com o uso de ventiladores, e o avicultor terá que 
dispor de outro sistema de climatização mais eficiente. 
O uso de sistemas de resfriamentos como nebulizadores tem sido a 
solução que se enquadra melhor na realidade do avicultor. Estes são sistemas 
de resfriamentos evaporativos, que na criação de aves de postura são 
utilizados com o objetivo de reduzir a temperatura interna do aviário 
minimizando os efeitos indesejáveis do estresse calórico sobre as aves. O 
sistema de nebulização é constituído de bicos nebulizadores que fragmentam a 
água, em minúsculas gotas, distribuindo-a no interior do aviário na forma de 
jato d’água. Esse sistema pode ser operado em alta e baixa pressão. Quanto 
maior a pressão do sistema maior será a quebra da gota d’água. Quando a 
quebra do diâmetro da gota d’água é grande forma-se uma névoa, sendo 
assim, considerado como nebulização. Quanto ao planejamento da granja 
devem ser seguidasas boas práticas de produção procurando aproveitar as 
condições naturais da região como a ventilação, para proporcionar um 
condicionamento ambiental satisfatório. Após essas medidas estando às 
condições térmicas ambientais insatisfatórias para o conforto e o bem-estar das 
aves, devemos utilizar meios artificiais mais eficientes e acompanhar o 
desempenho desses sistemas verificando se há necessidade de ajustes. 
4.3 Localização 
A localização das granjas é de suma importância para a obtenção de 
resultados satisfatórios no desenvolvimento da atividade. Em qualquer 
circunstância, para a instalação de novos complexos avícolas, sempre é 
preciso um estudo prévio ou planejamento das condições mínimas necessárias 
ao bom funcionamento das instalações. A localização das instalações deve ter 
em vista a redução da carga térmica de radiação, assim como concepção 
arquitetônica no desenho dos volumes. 
Convém atentar para o fato de que ao se planejar uma obra, devem se 
evitar terrenos de baixada, evitando problemas com alta umidade, baixa 
movimentação de ar e insuficiente insolação higiênica no inverno. Deve-se 
estar atento também à possível obstrução do ar por outras construções e 
31 
 
barreiras naturais e artificiais próximas aos galpões avícolas, o que dificultaria a 
ventilação natural, trazendo prejuízos ao conforto térmico no verão. 
Construir e adequar instalações ao clima que permitam a manutenção 
da temperatura, umidade relativa e velocidade do ar, em limites que 
proporcionem ambiente ideal no interior do aviário e às exigências das aves, 
sem aumento dos custos de produção, têm sido um grande desafio. O estudo 
do clima da região e/ou do local onde será implantada a exploração, 
determinando as mais altas e baixas temperaturas ocorridas, a média da 
umidade relativa do ar durante o ano, a direção e a intensidade do vento, 
define o tipo ideal de edificação. Assim, é possível projetar aviários com 
características construtivas capazes de minimizar os efeitos do clima sobre as 
aves. 
A distância entre galpões é um fator que deve ser levado em 
consideração, pois ela pode diminuir a possibilidade de disseminação de 
doenças. Segundo Albanez (2000), a distância mínima entre os galpões deve 
ser de 30 metros, e em casos de lotes com aves de diferentes idades por 
galpão, essa distância deve ser, no mínimo, de 50 metros. Para o clima tropical 
e subtropical, o eixo longitudinal dos pavilhões avícolas deve estar orientado no 
sentido leste-oeste, evitando-se o aquecimento pela forte insolação nas longas 
tardes de verão, e que o sol de inverno, que sobe pouco no horizonte, penetre 
até o interior do edifício em decorrência do deslocamento paralelo ao plano da 
trajetória aparente do sol para o norte, o que é desejável, enquanto no verão o 
próprio beiral atuará como guarda-sol; que tendo duas fachadas, uma 
permanentemente quente e a outra fria. A orientação leste-oeste em galpões 
para animais é recomendada universalmente, a fim de minimizar a incidência 
direta do sol sobre os animais através das laterais da instalação, já que nesse 
caso o sol transita o dia todo sobre a cumeeira da instalação. Porém, em certos 
locais, este tipo de orientação pode prejudicar a ventilação natural, podendo 
ser a orientação norte-sul mais recomendável, quando se faz o cálculo do 
balanço térmico total do abrigo. Nestes casos, sugere-se que a radiação 
incidente nas laterais do abrigo seja amenizada através do uso de beirais 
maiores, além do plantio de árvores e arbustos ao redor das instalações para 
sombreamento. 
32 
 
4.4 Gaiolas 
A criação das aves em gaiolas permitiu aumentar a densidade de 
alojamento das poedeiras e reduzir os investimentos em equipamentos e os 
custos com a mão-de-obra. As gaiolas dispensam o uso da cama, 
proporcionando benefícios para as aves e os funcionários, pois eliminam o 
contato com as fezes, e melhoram o ambiente de trabalho, com a diminuição 
dos níveis de poeira e amônia internas do galpão, permite reduzir o grupo de 
aves alojadas, minimizando assim o canibalismo (comportamento agressivo 
que piora com o aumento do tamanho do grupo) e previne o consumo dos ovos 
pelas galinhas, já que estes rolam para o aparador após a postura, ficando 
longe do alcance das mesmas (EMBRAPA, 2000). 
A recomendação de espaço nas gaiolas é de 375 cm²ave-¹ (brancas) e 
450 cm²ave-¹ (vermelhas). Baseando-se em uma gaiola com as seguintes 
medidas 45X50 = 2250 cm². A proporção recomendada de comedouros tipo 
calhas é superior a 10 cm ave-¹ e bebedouros tipo nipple de 1 para 6 aves 
(todas as aves devem ter acesso a no mínimo 2 pontos de bebedouro). De 
maneira geral, as pesquisas demonstram que o aumento na densidade de 
criação reduz a produção de ovos, o peso do ovo e o consumo de ração e 
causam um aumento na mortalidade (ANDERSON et al., 2006). 
Algumas empresas procuram reduzir custos diminuindo a quantidade de 
equipamentos e gaiolas, porem a redução da área da gaiola por ave, assim 
como da área de comedouro e bebedouro, se praticada em excesso, pode 
causar efeito negativo no crescimento e desempenho da poedeira, visto que 
pode ocorrer declínio no consumo de ração, como consequente redução no 
peso vivo e nos desenvolvimentos muscular e esquelético da ave. 
A densidade animal no alojamento deve permitir o movimento das aves, 
assim como espaço para que todas possam se deitar em simultâneo, sem 
haver o amontoamento de uma sobre a outra. Além disso, deve permitir o livre 
acesso a comedouros e bebedouros. 
4.5 Instalações 
33 
 
O local para instalação do galpão das aves deve ser seco, ligeiramente 
inclinado, de preferência com pouca ventilação na face sul e moderadamente 
ventilado na face nordeste. Locais onde ocorrem ventos fortes com frequência 
não são indicados para instalação de aviários, pois isto dificulta o manejo da 
ventilação dentro do galpão em altas temperaturas, além de exigir instalações 
mais sólidas e resistentes (MALAVAZZI, 1999). 
Na produção de poedeiras, o meio ambiente é de extrema importância e 
três fatores se destacam em sua composição: temperatura, umidade relativa e 
ventilação. Na fase de postura observa-se uma correlação inversa entre a 
temperatura e a produtividade, pois a ocorrência de altas temperaturas 
ambientais irá provocar queda no consumo de ração, pois a ave tenta reduzir 
metabolismo para diminuir o calor metabólico, resultando em menor produção, 
menor peso dos ovos e pior qualidade de casca e clara, aumento do consumo 
de água e também aumentos da temperatura corpórea e da respiração 
ofegante. A ave tem que procurar dissipar calor e quanto mais à temperatura 
ambiente aproxima-se da corporal, maior a dificuldade do sistema orgânico em 
manter o seu funcionamento (ALBUQUERQUE, 2004). 
Segundo Pavan (2005), as aves devem ser criadas sob proteção e 
conforto adequados. O ambiente no qual as galinhas poedeiras são mantidas 
deve ser projetado para atender às suas necessidades de bem-estar, assim 
como protegê-las de desconforto físico e térmico, medo e aflição. Além disso, 
deve permitir que elas mantenham o seu comportamento natural. As condições 
de alojamento devem ser apropriadas para proteger as aves de condições 
adversas e ações de animais predadores e domésticos que possam causar 
estresse ou riscos às aves, conforme legislação vigente. É obrigatória a 
realização de um programa de biossegurança por um profissional. 
Os aviários devem ser versáteis, com elevado poder de adaptação para 
responder a solicitações opostas: eliminar a radiação solar e ter ventilação 
abundante no verão; utilizar a radiação solar e controlar severamente a 
circulação do ar no inverno. Para atender às condições de frio e de calor as 
instalações devem possuir dispositivos flexíveis que possam controlar o 
ambiente interno do aviário (ABREU e ABREU, 2001). 
34 
 
4.6 Detalhes Construtivos 
Para que seja possível fazer a seleçãodos detalhes construtivos para 
galpões de criação animal é necessário considerar a densidade de criação 
(volume animal), bem como as condições climáticas as quais os animais serão 
submetidos. 
A fundação é direta e continua em concreto ciclópico no traço 1:4:8 com 
profundidade variando de 0,50 até 1,00 m sobre leito bem compactado em 
galpões menores. Já em galpões maiores a fundação é descontinua e formada 
por sapatas armadas. Para apoiar as alvenarias das faces leste e oeste do 
galpão são indicados alicerces contínuos e rasos de apoio as muretas das 
faces norte e sul. 
O melhor critério para a escolha da largura do galpão é considerando a 
relação métrica x clima: 
● 8,00 m a 10,00 m para ambientes de clima úmido; 
● 10,00 m a 14,00 m para ambientes de clima quente e seco. 
Já para definição do pé direito do galpão a relação estabelecida é entre 
largura x ventilação: 
Largura (m) Pé direito (m) 
De 8,00 até 10,00 Entre 2,80 e 3,50 
De 10,00 até 14,00 Entre 4,20 e 4,90 
Fonte: Adaptado de Embrapa (2003). 
À medida que se aumenta o pé-direito de uma cobertura, não se altera o 
tamanho da sombra, mas diminui a temperatura do solo, porque a sombra se 
move mais rapidamente. Está se tornando comum, nas construções atuais dos 
35 
 
aviários o uso de pré-moldados de concreto com ganho na vida útil dos galpões 
pela resistência dos materiais. 
O telhado é o elemento construtivo mais significativo em uma instalação 
avícola, quanto ao controle da radiação solar incidente, sendo que o uso de 
materiais que transmitem menor calor para dentro do aviário, deve estar 
relacionado com o custo deste material, não são indicadas materiais como 
telhas de zinco ou metálicas, além de transmitirem muito calor, geram muito 
barulho quando chove gerando as aves muito estresse. 
A cobertura do galpão deve realizada em duas águas, devido à 
facilidade de execução e por proporcionar melhor acondicionamento térmico. 
Quanto ao tipo de telha, recomenda-se a utilização de telha de barro cerâmica 
apresenta melhores valores de acondicionamento térmico para a criação de 
aves quando comparadas com telhas de outros materiais, tais como a telha de 
cimento-amianto. 
Os pilares podem ser executados em concreto armado de traço 1:2,5:4 
ou em madeira roliça tratada, dependendo das condições climáticas do 
ambiente. Atualmente a maneira mais usual em galpões para frangos de corte 
é com estruturas de concreto pré-moldadas, estruturas metálicas ou a mistura 
de ambos os materiais, compondo todo o arcabouço da construção (pilares e 
estruturas de telhado). Os pilares são geralmente dispostos com espaçamento 
entre 4 e 5 m para manter o vão do galpão livre. Nos pilares são fixas 
estruturas de apoio a gaiolas a altura de 0,70 m do piso. 
Para alvenarias das faces leste e oeste há a recomendação de que 
sejam fechadas com tijolos maciços e dotadas de portais grandes. Já as faces 
norte e sul recomenda-se que sejam fechadas com muretas de 20-40 cm de 
altura, e o restante seja fechada com tela metálica e cortina plástica, para fazer 
a proteção térmica das incidências solares, ação dos ventos e de chuvas. As 
cortinas de proteção são instaladas por carretilhas de manivela em roldanas 
presas a estrutura do telhado. 
Os galpões com vãos maiores ou iguais a 8,00 m devem dispor de 
lanternim e ter corredores centrais de cerca de 1,00 m de largura entre as 
36 
 
fileiras de gaiolas, feitos em concreto. As coberturas compostas pelas tesouras 
utilizam telhas cerâmicas dotadas de lanternim, porem sempre considerando a 
largura, clima, direção das faces e altura dos fechamentos. 
 
 
Figura 1: estruturas do lanternim (EMBRAPA, 2000) 
 
Figura 2: corte transversal do galpão mostrando detalhes do lanternim (pereira, 
1986). 
O sistema de iluminação é basicamente artificial ao longo da instalação, 
ela é utilizada para aumentar o período diário de luz “natural” e dessa forma 
induz a ingestão de alimentos com maior frequência, resultando no maior 
ganho de peso das árvores. Para esse tipo de iluminação pode ser utilizado o 
tipo de lâmpada incandescente ou fluorescente, porem a fluorescente é um 
material de custo mais elevado, em compensação é a que oferece a maior 
intensidade de iluminação, além de consumir menos energia e durar muito 
mais. Para otimização da instalação e de custos, as lâmpadas e fiações podem 
ser sustentadas por sarrafos fixados a altura desejada ao longo de todo o 
galpão, tomando sempre cuidado com a quantidade necessária de lumens por 
metro quadrado. 
Além do galpão principal de criação outros compartimentos podem ser 
feitos nas acomodações, como, por exemplo, a instalação de depósito de 
rações, laboratório e enfermagem, reservatórios de água, paios, crematórios e 
fossas de putrefação, e depósito de maquinários e equipamentos. 
37 
 
O piso dessas instalações geralmente é de concreto simples 1:4:8 revestido cm 
argamassa 1:4 de forma que não ultrapasse a espessura recomendada, de 
forma que a espessura fique em tomo de 0,05 à 0,06 m para aviários de 
postura em gaiolas como de cama, sempre respeitando a declividade no 
sentido da canaleta central ou laterais, garantindo assim um escoamento 
eficiente. 
O piso dos alojamentos das galinhas poedeiras deve permitir limpeza e 
desinfecção eficazes, evitando o acúmulo significativo de parasitas e outros 
agentes patogênicos. Na avicultura de postura que faz o uso gaiolas são 
dispensadas as muretas de proteção, pois os excrementos tem o contato direto 
com o exterior dos galpões, pois as gaiolas estão suspensas e montadas sobre 
cavaletes de madeiras. Mas quando o sistema de produção de ovos as 
galinhas são criadas sobre cama o uso de muretas são necessárias como no 
sistema de criação de frangos de corte (EMBRAPA, 2000). 
As muretas de proteção podem ser construídas de qualquer material 
como madeiras, mas o ideal que sejam em alvenaria de tijolos, isto pelo custo e 
da facilidade de construção. Na face superior, deixam-se, espaçadas de 0,50 
m, pontas salientes de arame grosso que servirão, após dobradas, para a 
fixação da tela. A mureta deve ter a menor altura possível, aproximadamente 
0,20 m, permitindo a entrada do ar no nível das aves, evitando a entrada de 
água de chuva e que a cama seja arremessada para fora do aviário (ABREU, 
2003). 
Entre a borda da mureta e o telhado, deve ser colocada uma tela de 
arame à prova de pássaros e insetos, como também a instalação de cortinas 
para evitar penetração de sol e chuva e controlar a ventilação no interior do 
aviário (TEIXEIRA, 1997). 
4.7 Complementos 
O conforto térmico dentro do aviário se torna preocupante com o 
adensamento das aves, pois se sabe que cada ave gera calor em uma 
equivalência de potência de 20W (watts), portanto um lote de 20 galinhas por 
metro quadrado equivale a 400W (watts). 
38 
 
O aquecimento é necessário para instalação de pintinhos, já que seu 
sistema de termorregulação ainda é bem desenvolvido, eles precisam ser 
aquecidos de forma externa ate os 15 dias de vida. Para isso os pintinhos são 
colocados em lotes de 500 a 700 dentro de círculos de proteção feitos de 
chapas de Eucatex ou chapas galvanizadas. Esses círculos tem uma altura 
padrão de 0,40 m e com diâmetro de 3,00 m e para sua cobertura é aplicada a 
campanula, elétrica ou a gás para realizar o aquecimento. 
A temperatura e o nível de ventilação dentro do aviário devem ser 
apropriados ao sistema de criação, idade, peso e estado fisiológico das aves, 
permitindo que estas mantenham sua temperatura corporal normal sem 
dificuldades, pois essas interferências são fatores restritivos ao 
desenvolvimento, à produção e à reprodução dos animais. 
Considerando-se que a temperatura interna das aves oscila entre 40-41 
°C, a temperatura ambiente indicada para frango de corte, poedeiras e 
matrizes, segundo Ferreira (2005), poderá oscilar entre 15 e 28 °C, sendo que 
nos primeiros diasde vida a temperatura deve ficar entre 33 a 34 °C, 
dependendo da umidade relativa do ar, que pode variar de 40 a 80%. 
O conforto térmico dentro do aviário se torna preocupante com o 
adensamento das aves, pois se sabe que cada ave gera calor em uma 
equivalência de potência de 20W (watts), portanto um lote de 20 galinhas por 
metro quadrado equivale a 400W (watts). As condições climáticas ideais para o 
crescimento normal das aves e para o melhor aproveitamento produtivo devem 
estar entre 15 °C e 25 °C (ENGLERT, 1982). 
Indica-se sempre instalar a granja em regiões onde as temperaturas 
oscilem dentro desta faixa no maior número possível de dias no ano e também 
que a umidade relativa do ar ultrapasse os 70% evitando problemas 
respiratórios nas aves. As altas temperaturas, além de provocar redução no 
desempenho das aves, induzem a uma hiper-ventilação dos pulmões durante a 
respiração, com perda excessiva de dióxido de carbono do sangue, fator 
importante na formação do carbonato de cálcio para a casca. 
39 
 
Os comedouros são geralmente bandejas de 40x60x6 cm feitas de 
Eucatex e pinho (ou cedro) utilizado por 100 pintinhos na primeira semana de 
vida. Na segunda semana de vida, devido ao crescimento reduz-se a 
quantidade para 50 pintinhos, bem como na terceira semana que se reduz para 
25 aves até o período de abate. Já os bebedouros são copos de pressão com 
capacidade para cerca de 4 litros de água, seguindo a mesma logica de divisão 
dos comedouros até a segunda semana. A partir da terceira semana 1 
bebedouro pendular é o suficiente para cada 50 aves. 
Coleta de água 
A captação e o armazenamento da água de chuva é uma ótima 
alternativa para minimizar o problema de estiagens severas em algumas 
épocas do ano, bem como facilitar a utilização em grandes quantidades em 
galpões animais, a coleta reduz o consumo de água potável na propriedade, e 
o custo de fornecimento da mesma. Para o consumo animal, ela deve ser 
analisada e receber tratamento adequado que garanta sua qualidade. 
A captação da água da chuva pode ser realizada em telhados de 
construções da propriedade, utilizando-se calhas e encanamentos condutores 
e, logo após, armazenando essa água em cisternas ou outro tipo de 
reservatório. Para isso, os telhados devem ser limpos e bem cuidados, 
impermeabilizados, estarem livres de rachaduras ou de vegetações, e serem 
construídos de material não tóxico. 
Nas bordas dos telhados há um conjunto de calhas instaladas para o 
recolhimento da água da chuva. As calhas de coleta podem ser em PVC, 
metálica ou mista. No caso de calhas usadas em edificações para a produção 
de suínos e aves, é aconselhável que o material usado na sua construção seja 
em PVC, para uma maior durabilidade, quando comparado com calhas 
metálicas, pois não são atacados pelos gases gerados no local de produção 
animal, principalmente o H₂S, que podem causar a corrosão das calhas 
construídas com materiais metálicos. 
Os encanamentos condutores são normalmente feitos por um conjunto 
de tubos, em geral, com diâmetro de 100 mm, que conduzem a água da chuva 
40 
 
a um pré-filtro para a limpeza dos materiais grosseiros em suspensão na água. 
É recomendável que somente a água de chuva captada em telhados e 
coberturas, e após passagem por um sistema de filtragem, venha a ser 
encaminhada para a cisterna. 
O pré-filtro é uma estrutura que pode ser construída em concreto, PVC, 
fibra de vidro ou alvenaria durante a construção do galpão, bem como as 
cisternas ou reservatórios podem ser construídos com diferentes materiais, tais 
como lonas de PVC ou PEAD, fibra de vidro, alvenaria, ferrocimento ou 
concreto armado. As cisternas podem ser enterradas ou ao nível do solo, onde 
sofrem a ação dos raios solares, resultando em uma tendência ao aumento da 
temperatura da água armazenada. 
O volume desses reservatórios deve ser calculado em função da 
demanda de água na propriedade. As cisternas e reservatórios devem receber 
os mesmos cuidados exigidos para as caixas d’água, no que se refere a 
materiais apropriados, limpeza e tratamento periódico. 
 
41 
 
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