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Ceratofitoses ou Micoses Saprofitárias

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Profª Drª Maria Ivone Lopes
Ceratofitoses ou Micoses Saprofitárias
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA
DISCIPLINA DE PARASITOLOGIA
MÓDULO DE MICOLOGIA MÉDICA
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Definição
São micoses superficiais que atingem pele e pêlo e cujos agentes são os mais variados; possuindo na grande maioria apenas valor estético, por não haver comprometimento das camadas mais profundas da pele.
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Agentes etiológicos
NÓDULOS (pêlo) Piedras
Piedraia hortai
Trichosporon beigelii	
 
BAINHA (pêlo) 
Corynebacterium tenuis 
DISCRÔMICAS (pele)
Corynebacterium minutissimum
Malassezia furfur
Phaeoannellomyces werneckii
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Doenças e agentes etiológicos
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Piedraia hortai
Doença: Piedra preta, Quirana ou Tirana, etc
Características clínicas: 
Nódulos marrom-escuros sem lesão ao longo do pêlo. 
Fortemente aderidos.
Localização mediana do pêlo
Distribuição geográfica: 
Climas tropicais e subtropicais. Amazônia.
FONTE: http://www.pgodoy.com
FONTE:http://www.micologia.com.br
*
*
Piedraia hortai
Habitat: 
Florestas úmidas e águas paradas das 
margens dos rios
Diagnóstico laboratorial micológico:
Coleta do material
Exame direto:
KOH (20 a 30%) 
Resultado: Fungo ascosporado: Nódulo ASCOSTROMAlóculoascosascosporos(8) – (escolecosporos)
Cultura
BDA ou SAB
FONTE: http://www.pgodoy.com
*
*
Colônias pequenas, cerebriformes, elevadas no centro, com periferia plana de bordos irregulares e de cor marrom-escura ou negra.
Textura inicialmente lisa, tornando-se aveludada
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ASCO
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Trichosporon beigelii
Doença: Piedra branca
Características clínicas:
Visível a olho nu.
Nódulo branco-amarelado a amarelado.
Mais frequente na extremidade do pelo. 
Couro cabeludo, face e região pubiana. 
Não forma bainha. Friável.
Distribuição geográfica:
Cosmopolita.
FONTE:http://www.micologia.com.br
FONTE: http://dermimages.med.jhmi.edu/
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Trichosporon beigelii
Mecanismo de transmissão
Contato
Diagnóstico laboratorial micológico:
Coleta do material
Exame direto:
KOH a 10% 
Resultado: Levedura blastoartrosporada – blastosporo, pseudomicélio e artrosporo.
Cultura:
Ágar-Sabouraud ou ágar-malte
Assimilação de glicose
FONTE: http://www.pgodoy.com
FONTE:http://timm.main.teikyo-u.ac.jp
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Colônias leveduriformes, cremosas, lisas, pregueadas ou cerebriformes, de textura pulverulenta ou aveludada.
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Corynebacterium tenuis
Doença: Tricomicose nodosa axilar (CC), tricomicose nodosa.
Características clínicas:
Nódulos ao longo dos pêlos axilares.
Raras vezes ocorre em pêlos pubianos.
Não acarreta prejuízo para o pêlo ou para a pele.
Forma bainha
Distribuição geográfica:
Cosmopolita
FONTE:http://www.med126.com
FONTE:http://www.med126.com
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*
Corynebacterium tenuis
Mecanismo de transmissão:
Contato direto e indireto
Diagnóstico laboratorial micológico:
Coleta do material
Exame direto:
KOH a 10% 
Resultado: Bactéria: Bacilos ou cocos alongados
Cultura:
Ágar BHI com Tween 80 após 7 dias a 37 oC. -hemólise 
FONTE:http://derma.med.osaka-u.ac.jp/
FONTE:http://derma.med.osaka-u.ac.jp/
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*
Corynebacterium minutissimum
Doença: Eritrasma
Características clínicas:
Regiões axilares, inguinais e submamárias
Não se disseminam. 
Limites definidos, contornos regulares e nítidos
Prurido pouco intenso.
Homens adultos são mais atingidos.
Distribuição geográfica:
Cosmopolita
FONTE: http://www.listaippocrate.it/
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Corynebacterium minutissimum
Mecanismo de transmissão: 
Contato direto
Diagnóstico laboratorial micológico:
Coleta do material:Raspagem
Exame direto:
KOH a 10% 
Resultado: Bactéria (bacilo gram +)
Azul de algodão
Cultura:
Soro fetal bovino a 20%, ágar a 18% e meio para cultura de tecido a 78%
Lâmpada de Wood (avermelhada – porfirinas)
FONTE: http://www.usc.edu
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Malassezia furfur
Doença:
 Pitiríase versicolor, micose de praia ou pano-branco
Características clínicas:
Atinge somente a camada córnea da epiderme
Lesões redondas com descamação furfurácea
Acomete o tórax, o pescoço, membros superiories e inferiores, o abdômen, e o couro cabeludo.
Formas localizadas e formas disseminadas. 
Distribuição geográfica:
Cosmopolita
FONTE:http://images.fabulously40.com
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Malassezia furfur
Habitat: 
Ser humano
Mecanismo de transmissão:
Direto ou indireto
Diagnóstico laboratorial micológico:
Coleta do material: Raspagem pele
Exame direto: 
KOH a 10 e 20% 
Técnica de Porto
Lampada de Wood (amarelo-dourado)
Resultado:blastosporos em cachos e artículos micelianos
Cultura: não é utilizada na rotina
FONTE:http://www.micologia.com.br
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Colônias de crescimento lento, lisas ou levemente pregueadas de coloração crème-brilhante ou opaca
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Phaeoannellomyces werneckii
Doença: Tinea nigra (palmar, plantar e axilar), Ceratofitose negra
Características clínicas:
Manchas castanhas a negras
Lisas ou pouco escamosas, fuliginosas 
Confluem  placas com contornos geográficos;
Face palmar dos dedos e das mãos;
Distribuição geográfica:
Cosmopolita com prevalência em climas úmidos
FONTE: http://www.anaisdedermatologia.org.br
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Colônia inicialmente leveduriforme, mucóide, de cor preto-esverdeada ou olivácea. Com o tempo, desenvolve abundante micélio aéreo de cor negro-acinzentado.
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Elementos hifálicos septados com anelídios intercalares ou laterais, ou células leveduriformes com anelídios, ambos produzindo numerosos conídios unicelulares ou bicelulares com septo central escuro, ovalados, hialinos ou marrom-claro.
Sépto
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Fungo (hifas)
Pigmentos produzidos pelo fungo
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Phaeoannellomyces werneckii
Habitat: 
Solos, gravetos (fitofílico)
Mecanismo de transmissão:
Traumatismo – contato direto
Diagnóstico laboratorial micológico:
Coleta do material: Raspagem pele
Exame direto: KOH de 10 a 20% 
Resultado: (Fungo Dematiáceo) hifas pigmentadas tortuosas com formações gemulantes.
Cultura: ágar Sabouraud ou BDA
FONTE: http://www.mycology.adelaide.edu.au/
Piedra negra, quirana
Piedra branca
Tricomicose nodular, C.C.
Eritrasma
Pityriasis versicolor
Tinha nigra
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 PIEDRA PRETA
 
	A piedra preta (Quirana ou Tirana), causada pela Piedraia hortai, fungo ascosporado, caracteriza-se pela formação de nodosidades de cor escura ao longo do fio de cabelo. Não há ação acentuada contra o pêlo, sendo o problema de natureza estética. No Brasil, a Amazônia é uma região com alta incidência.
 
ETIOLOGIA
 
Piedraia hortai (Brumpt) Fonseca & Área Leão, 1928.
Sinonímia: Trichosporon sp Horta, 1911: Trichosporon hortai Brumpt, 1923: Trichosporon guaio Delamare & Gatti, 1928. Piedraia surinamensís Dodge, 1935.
 
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 
 
	Climas Tropicais e Subtropicais (quentes e úmidos). Endêmico na Região Amazônica.
 
RESERVATÓRIOS 
 
	Florestas úmidas e águas paradas das margens dos rios.
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 
	Ao longo do pêlo a Piedraia hortai origina um ou mais nódulos escuros de coloração marrom-escuros a negros e duros, fortemente aderidos, sem causar nenhuma lesão.
 
*
MICOLOGIA
 
 Os nódulos consistem de um emaranhado de hifas. Estes formam um estroma composto de pseudotecido (ascostroma), que protege os ascos situados no meio do nódulo em locus. Dentro dos ascos estão de 2 a 8 ascósporos longos, afilados nas duas extremidades, sendo que em uma delas existe um filamento em espiral de 10 m. Os ascósporos têm formato de S, isto é, são sigmóides.
	A cultura de Piedraia hortai é de crescimento lento, de coloração negra passando para acinzentado-escuro com o tempo, rente a superfície do ágar, com discreta elevação central, levemente penungenta, com pequenas franjas nas bordas, limites definidos, contorno circular.
 
EXAMES MICOLÓGICOSA observação do nódulo é feita à vista desarmada ou percebida com a passagem do pente ou mão.
	Examinando o nódulo ao microscópio observa-se que sua superfície parece um tecido em mosaico. Esmagando o nódulo e com o uso de KOH (20 a 30%) descobre-se o emaranhado de hifas, bem grudadas entre si, com ascósporos dentro dos ascos. Os ascósporos são sigmóides, afilados nas pontas.
	O cultivo é feito em BDA ou SAB
*
PIEDRA BRANCA
 
 
	A Piedra Branca se caracteriza pela formação de nódulos moles nos cabelos, na barba ou no bigode, produzidos pela levedura Trichosporon beigelii que é uma levedura artrosporada. Não há prejuízos para os pêlos, a não ser problemas de ordem estética, pois os nódulos são bem visíveis a olho nu, dando impressão de sujeira.
 
ETIOLOGIA
 
Trichosporon beigelii (Rabenhorst) Vuillemin, 1902. Sinonímia: Pleurococcus beigeli, Rabenhorst,1867; Trichosporon ovóides, Behrend, 1890; Trichosporon giganteum, Unna, 1895; Trichosporon cutaneum (Beurmann, Gougerot & Vaucher) Ota, 1926.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA - Cosmopolita
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 
	O nódulo da Piedra Branca, pelas suas dimensões, é visível a olho nú. Sua coloração vai do branco-amarelado a amarelado, ocorrendo com maior freqüência na extremidade e mais raramente ao longo do pêlo. É encontrada aderida aos pêlos do couro cabeludo, face e região pubiana. Coloração bege, amarelo; não forma bainha ao longo do pêlo.
 
*
MICOLOGIA
 
	A cultura cresce rapidamente, adquirindo coloração creme e amarelo-acinzentada, superfície enrugada, cerebriforme ou radiada, consistência membranosa.
	Examinado microscopicamente observam-se hifas, artrósporos de 2 a 4 m por 3,5 a 9 m e blastósporos.
O Trichosporon beigelii é capaz de fermentar carboidratos.
 
EXAMES MICOLÓGICOS
 
	Examinando o nódulo ao microscópio verifica-se uma superfície uniforme compacta. Tratando-o com solução aquosa de KOH a 10% verifica-se a massa de leveduras retangulares, ovóides e elípticas.
	Semeando o nódulo em meio de ágar Sabouraud ou ágar-malte, cresce a colônia de levedura com hifas, artrósporos e blastósporos.
	Para a identificação usa-se auxanograma de fontes de C, pois o Trichosporon beigelii assimila glicose. Não assimila o nitrato e decompõe a arbutina. Devido à semelhança dos nódulos, o diagnóstico diferencial deve ser realizado com lêndeas de piolho e com a tricomicose nodular.
 
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TRICOMICOSE NODULAR AXILAR ( CC)
 ETIOLOGIA
 
Corynebacterium tenuis (Castellani) Crissey et al., 1952. Sinonímia: Nocardia tenuis, Castellani, 1912.
 
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA - Cosmopolita
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MECANISMO DE TRANSMISSÃO
 
Contato direto e indireto
 
BACTERIOLOGIA
 
	O agente da tricomicose nodular é uma bactéria que forma nódulos duros na raiz e ao longo dos pêlos, de superfície homogênea, de cor branco-amarelada, envolvendo a bainha dos pêlos, que se torna esverdeada ou avermelhada se houver associação com Pseudomonas ou Serratia. Possui odor característico promovido pela bactéria 
 
EXAME LABORATORIAL 
 
	A luz ultravioleta os pêlos apresentam fluorescência amarelo-pálida. É observável a olho nu. Ao microscópio é uma massa uniforme. Tratando-se com KOH a 10% mostra aglomeração de bactérias bacilares com diâmetro não superior a 1 m, ou cocos aglomerados em forma bacilares. Cresce em ágar BHI com Tween 80 após 7 dias a 37 oC. -hemólise
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ERITRASMA
 
	Processo de origem bacteriana, causada pelo Corynebacterium minutissimum , de evolução crônica, que acomete a camada córnea da pele.
 
ETIOLOGIA
 
Corynebacterium minutissimum (Buchardt) Sarkany, Taplin & Blank.
Sinonímia: Nocardia minutíssima (Burchardt), Verdun; Actinomyces minutissimus Brumpt; Microsporon minutissimum Buchardt.
 
 
MECANISMO DE TRANSMISSÃO – contato direto 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 
	. As lesões localizam-se, prefencialmente, nas regiões axilares, inguinais e submamárias, não se disseminando. São pouco descamativas, eritematosas, com cor de ferrugem ou violácea, de limites definidos, contornos regulares e nítidos, pouco elevados, apresentando prurido pouco intenso, secas. Confunde-se, freqüentemente, com candidíase ou tinha da região crural. Localizam-se na parte superior da face interna das coxas, junto ao escroto, sendo uni ou bilaterais. Homens adultos são mais freqüentemente atingidos.
 
 
*
 
BACTERIOLOGIA
 
	O Corynebacterium minutissimum não é isolado com facilidade.
	Usa-se meio com soro fetal bovino a 20%, ágar a 18% e meio para cultura de tecido a 78%, crescendo pequenas colônias cremosas, úmidas, convexas, vermelho-coral, com bacilos Gram-positivos.
 
 
EXAME LABORATORIAL
 
	Raspar a lesão e examinar as escamas clareadas com KOH a 10%, aquecendo levemente. Fazer o desengorduramento com éter, que é evaporado. Sobre o material coloca-se gotas de azul-de-metileno ou lactofenol azul-algodão.
 
	A microscopia deve ser feita com lente de grande aumento ou com objetiva de imersão, podendo-se verificar o aparecimento de hifas com filamentos curtos, ramificados, delicados entre as escamas. Essas hifas se fragmentam em formas bacilares, difteróides e cocóides. A procura deve ser intensa, pois podem aparecer em pequena quantidade. A coloração pelo Gram pode ser empregada para evidenciar o agente.
 
	LÂMPADA DE WOOD – luminescência vermelho (coral) ligada à presença de uma porfirina.
*
PITYRÍASE VERSICOLOR
 
	A Pityriase versicolor caracteriza-se por atingir somente a camada córnea da epiderme, com descamação furfurácea causada pela levedura Malassezia furfur. No norte do Brasil é popularmente chamada pano branco, e nas áreas litorâneas, micose da praia, apesar de não haver nenhuma comprovação de que a areia seja a forte de infecção dessa micose.
	A localização mais freqüente da Pityriase versícolor é a região do tórax e do pescoço, podendo ser atingidos os membros superiores, os inferiores, o abdômen, e especialmente o couro cabeludo. Além das formas localizadas, algumas pessoas apresentam formas disseminadas. O couro cabeludo é um importante foco que permanece ativo pelo fato de, geralmente, não ser tratado, permitindo a recidiva.
	
ETIOLOGIA
 
	Presença do P. ovale no couro cabeludo que caindo no tronco promove o aparecimento das manchas. Este fungo possui afinidade por gordura e queratina, umidade; crescendo e promovendo na região afetada discromia tecidual.
 
Malassezia furfur (Robin) Bailon, 1889.
Sinonímia:Pityrosporum ovale; Pityrosporum orbicular; Microsporum furfur (Robin).
 
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
 
Cosmopolita
 
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MECANISMO DE TRANSMISSÃO 
 
Direto ou indireto (vestuário, poeira, solo)
ASPECTO CLÍNICO
 
	Clinicamente a Pityriase versicolor se apresenta como pequenas lesões redondas, bem delimitadas hipo ou hipercrômicas descamativas, que podem aparecer isoladas ou se aglutinar formando grandes placas finas e escamosas (furfuráceas); de dimensões variadas indo de menos 1mm a cm de diâmetro. A sua cor varia entre o amarelo e o castanho. Localizadas em geral no tórax e raiz dos membros superiores; além de pescoço, nuca, face, abdômen, região púbica, nádegas e partes distais dos membros inferiores e até mesmo entre os dedos dos pés.
	
MICOLOGIA
	
	A Malassezia furfur é uma levedura imperfeita que não é facilmente cultivável nos meios usáveis como o Ágar Sabouraud. Têm sido proposto meios com óleo de oliva, no qual cresce uma levedura, o Pityrosporum orbiculare, muitos autores consideram ser o mesmo agente que a Malassezia furfur.
	.
	O hábitat natural da Malassezia furfur é o ser humano, não tendo sido ainda detectado em animais.
 
EXAMES MICOLÓGICOS
 
	Raspar a lesão com bisturi, lâmina de vidro ou barbear, colocando as descamações sobre uma lâmina de microscopia. Juntar as descamações no centro e pingar solução de KOH entre 10 e 20%. Aquecer levemente e examinar os aglomerados de esporos.
Em vida parasitária a Malassezia furfur se desenvolve em forma de hifas grossas, curtas, bem ramificadas (flexuosas), com aglomerados de esporos arredondados ou hexagonais, formandoum mosaico com aspecto de cacho de uva, com parasitismo intenso
	Pode-se examinar o material usando-se fita adesiva transparente (TÉCNICA DE PORTO), colocada sobre a pele lesada e depois sobre uma lâmina de vidro. A morfologia à microscopia é semelhante a anterior, porém, os esporos em mosaico são mais facilmente visíveis.
 
LÂMPADA DE WOOD - fluorescência verde – amarelada ≠ Vitiligo, Hanseníase, Pano.
	A cultura não é utilizada na rotina.
*
 TINEA NIGRA PALMAR
 
	A tinea nigra é uma micose superficial, que atinge apenas a camada córnea da pele e se caracteriza por manchas escuras, principalmente nas palmas da mão. É causada por um fungo Dematiáceo.
 
ETIOLOGIA
 
Phaeonnelomyces werneckii
Cladosporium werneckii Horta,1921. Sinonímia: Dematium werneckii, Exophiala werneckii.
 
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
 
Cosmopolita, com prevalência na América do Sul, Central, do Norte e Austrália (clima úmido). Atinge os dois sexos, todas as idades, sendo mais freqüentes em jovens de 20 anos e mulheres.
 
HABITAT - solos, gravetos ( fitofílico)
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 
	Manchas castanhas a negras, lisas ou discretamente escamosas, fuliginosas que tendem a confluir para formar placas com contornos geográficos; localizam-se na face palmar dos dedos e das mãos; rara nos punhos e planta dos pés, podem aparecer no pescoço e tórax. 
	
 
*
MECANISMO DE TRANSMISSÃO - contato direto
 
MICOLOGIA
 
O Cladosporium werneckii, em descamações de pele forma hifas escuras, longas, sinuosas, septadas, ramificadas ou isoladas com artróporos em formações gemulantes, conídios bi-septados.
	Microscopicamente observam-se formações em levedura com gemulação e hifas rodeadas de leveduras blastosporadas.
A cultura é inicialmente leveduriforme, de cor branca e negro-acinzentada, chegando ao verde enegrecido. Úmida. Glabra lanosa após envelhecimento
 
EXAMES MICOLÓGICOS
 
	Raspar a pele com bisturi, lâmina de vidro ou de barbear. Recolher as descamações sobre uma placa ou uma lâmina de microscopia.
	As descamações devem ser misturadas com KOH de 10 a 20%, cobertas com lamínula e aquecidas levemente, sem fervura. Examinar ao microscópio e pesquisar as hifas escuras grossas e ramificadas.
	Cultivar em ágar Sabouraud ou BDA à temperatura ambiente, tem crescimento lento 15 a 30d.
*

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