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Avaliação antropométrica A avaliação antropométrica está relacionada com as medidas do tamanho corporal, as dimensões. Dentro desse contexto, o nutricionista avalia através das medidas do paciente os riscos para sua saúde quanto à desnutrição ou obesidade. Lembrando que as mensurações variam de acordo com idade, grau de nutrição e sexo. Esse método auxilia a avaliação do nutricionista quanto ao ganho ou perda de peso do paciente, nível de crescimento, crescimento muscular ou perda, ganho de tecido adiposo, entre outras coisas; mas não identifica o agente causador das perdas ou ganhos dos itens mencionados anteriormente. Objetivos: Estabelecer prognóstico nutricional; Encaminhar paciente para um tipo de tratamento dietético; Acompanhar sua evolução. Uma das vantagens da avaliação nutricional é ser um procedimento simples, seguro, com resultados imediatos, não invasivos e de baixo custo, mas é necessário seguir as técnicas com muita exatidão para não ter alterações nos resultados. Pela avaliação antropométrica conseguimos entender se o paciente está no peso ideal, se está desnutrido ou não e o grau de obesidade. Mas, não conseguimos identificar o tipo de desnutrição, o tipo de deficiência, qual é a alteração que o paciente está tendo. Conceitos importantes Medidas antropométricas: peso, altura, perímetros, pregas cutâneas. Índices antropométricos: são referências para a interpretação de cada dado antropométrico. IMC, peso/idade, estatura/idade, etc. Indicadores antropométricos, exemplo: um paciente com IMC > 30 indica obesidade. Referências antropométricas foram estabelecidas quando as medidas de um grupo de pessoas sadias cujas foram aferidas, tornando-se uma referência de normalidade. Percentil é uma medida estatística proveniente da divisão de uma série de observações em cem partes iguais. Estatura A estatura tem alterações ao longo da vida, como por exemplo: a cada gestação a mulher diminuí 2 cm. Outro exemplo é a diminuição de estatura durante a velhice. Compreende altura (indivíduo maior que dois anos em pé) e comprimento (crianças deitadas e menores de dois anos). Obtida diretamente através de estadiômetro (ou antropômetro) ou fita métrica. Em indivíduos impossibilitados de ficar em pé (ex: hospitalizados) obtemos esses dados indiretamente através de algumas técnicas. A estatura reflete inadequações nutricionais, como por exemplo: em uma avaliação de crianças utilizamos peso e altura. Cada criança tem uma faixa de crescimento de acordo com a idade, caso a altura não esteja dentro das faixas normais à criança pode estar com uma deficiência nutricional que está atrapalhando seu crescimento. ALTURA RECUMBENTE: é uma alternativa para pacientes confinados ao leito, consiste na medida entre o ponto máximo da altura da cabeça e da base do pé. O individuo tem que estar em posição supina e com o leito horizontal. O paciente deve estar reto. MÉTODO DA CHANFRADURA OU EXTENSÃO DE BRAÇOS: o braço tem que estar estendido em ’’posição de cristo’’, formando um ângulo de 90º com o corpo. Mede-se a distância entre os dedos médios. Valor corresponde à estimativa de altura. Em pacientes atrofiados é inviável. HEMIENVERGADURA OU SEMIENVERGADURA DO BRAÇO: a leitura é feita somente com um dos braços estendidos, duplicando-se o resultado. A medida é feita um apenas um braço, de preferência o esquerdo, do terço médio da fúrcula esternal até o dedo médio. ALTURA DO JOELHO: com joelho flexionado em um ângulo de 90º deve-se medir o comprimento entre o calcanhar e a superfície anterior da perna, na altura do paciente. Com o resultado devemos lançar na fórmula para estimarmos a altura a partir da altura do joelho. É a melhor técnica para pacientes atrofiados. Homem Mulher 64,19 – (0,04 x I) + (2,02 x AJ) 84,88 – (0,24 x I) + (1,83 XAJ) Legenda: I: idade AJ: altura do joelho Peso O peso é a soma de todos os componentes corporais é a junção de vários fatores, tais como: tecido adiposo, água, músculo, corrente sanguínea, massa óssea. Reflete o equilíbrio protéico-energético. É inadequado uma pessoa perder mais de 2 Kg por semana. A perda de peso saudável (e normal) é de no máximo 3 Kg por mês. Quando a perda de peso é > 3 Kg indica uma morbimortalidade do paciente. Morbidade é quando o estado físico do paciente está doente ocasionado por um acúmulo de patologias associadas ao mesmo organismo. Morbimortalidade é o acumulo de doenças associadas ao risco de morte. Quando a perda de peso é avançada (tem uma alteração metabólica e imunológica) o risco de morbimortalidade aumenta também. Exemplos de limitações quanto aos diferentes padrões de peso: pacientes acamados é inviável colocá-lo em uma balança, o cálculo de peso de pacientes com edemas deve ser diferente, pacientes amputados. PESO ATUAL: é o peso que o paciente chega ao consultório, obtido no ato da avaliação em uma balança calibrada. Individuo em pé, no centro da balança, descalço, com roupas leves e sem acessórios. PESO USUAL OU HABITUAL: refere-se ao peso que o paciente teve durante muito tempo. Utilizada em casos de impossibilidade de medir o peso atual e também como referência na avaliação de mudanças recente de peso, identificando se essa mudança de peso foi leve, moderada ou grave. Usamos muito com relação à perda de peso. Legenda: PU: peso usual PA: peso atual Classificação % Peso Usual Grau de desnutrição 85-95 Leve 75-84 Moderado <75 Grave PERDA DE PESO X TEMPO Podemos calcular através da regra de três também. PA ___ 100% PU ___ X O resultado deve ser analisado de acordo com a tabela abaixo, onde o nutricionista vai verificar se a perda de peso foi grave ou dentro da normalidade de acordo com o tempo. Tempo PP Importante PP Grave 1 semana 1-2 Kg > 2 1 mês 5 Kg > 5 3 meses 7,5 Kg > 7,5 6 meses 10 Kg > 10 Índice de massa corporal (IMC) O índice de massa corporal refere-se aos tecidos distribuídos por metro quadrado. Indicador simples e um dos mais importantes indicadores de diagnóstico do estado nutricional. Boa relação saúde/doença. O IMC sozinho não mostra o que realmente o paciente tem, além de não distinguir peso de gordura e de músculo. Usamos o IMC associado a outras avaliações. Ou, divide o peso pela altura pega o resultado e divide pela altura novamente. O resultado deve ser analisado e classificado de acordo com a tabela abaixo: ADULTOS IDOSOS (> 60 anos) O IMC de idosos é diferente por conta de uma reversão de tecido adiposo. IMC Classificação < 22 Magreza 22-27 Eutrofia > 27 Excesso de peso PESO IDEAL OU DESEJÁVEL: é o peso que o paciente sonha em ter, utilizado como meta em tratamento dietoterápico. O modo mais prático utiliza o IMC. O nutricionista não deve de início, colocar como meta de peso ideal logo na faixa de eutrofia. Devemos calcular o IMC do paciente e de acordo com o resultado enquadrá-lo dentro da faixa de IMC anterior ao dele. Ou seja, IMC do maior para o menor. PESO TEÓRICO: utilizamos o IMC médio e não necessariamente quer dizer que o paciente tem atingir. Adulto equivale a 21,7 e idosos 24,5. ADEQUAÇÃO DE PESO Legenda: PA: peso atual PI: peso ideal ou PD: peso desejável PESO AJUSTADO: utilizado em pacientes obesos e desnutridos para calcular o gasto energético (VET). Com o valor do gasto energético determinamos a quantidade de nutrientes. Legenda: PA: peso atual PI: peso ideal PESO ESTIMADO PELA ALTURA DO JOELHO: quando o paciente está impossibilitado de levantar-se e subir em uma balança existe um cálculo para estimarmos seu peso. Essa técnica não é exata, é uma estimativa. Legenda: CP – circunferência da Panturrilha; AJ – altura do joelho; CB – circunferência do braço; PCSE – prega cutânea subescapular. PESO IDEAL PARA AMPUTADOS De forma mais simples para avaliarmos um paciente amputado,deve-se somar ao peso a porcentagem que equivale ao membro amputado, conforme a tabela acima. PESO ESTIMADO PARA PACIENTES COM EDEMA: quando o paciente está edemaciado devemos calcular o peso seco, ou seja, descontar do peso atual o valor da água acumulada. Circunferências Podem indicar o estado nutricional e o padrão de gordura corporal. As circunferências devem ser medidas em regiões específicas do corpo. Às vezes o paciente não chega a mudar o peso, mas diminuí a circunferência e/ou ganha massa muscular. A vantagem desse método é que basta saber ler a fita métrica é um parâmetro muito útil durante todos os atendimentos. Porém ela não informa o que é gordura e o que é tecido adiposo. Precauções: Uso de fita métrica inelástica; Realização de medidas seriadas pelo mesmo observador (triplicata); Evitar a compressão do tecido adiposo; Alinhamento e posicionamento correto da fita. Circunferência da cintura A circunferência da cintura é muito utilizada como indicativo de doença cardiovascular. Para medirmos é sempre abaixo da última costela. Circunferência abdominal Quanto maior for à circunferência abdominal é pior, pois reflete maior conteúdo de gordura visceral que implica nas principais artérias abdominais. Associado com doenças crônicas não transmissíveis. Circunferência do quadril Deve-se posicionar a fita métrica no ponto mais alto do glúteo. Distribuição de gordura Existe a obesidade andróide (região abdominal) que causa um maior risco de doenças cardiovasculares e alterações metabólicas (exemplo: complicações no fígado e pâncreas). A obesidade ginóide representa um acúmulo de gordura em glúteos, quadril e coxas. A mulher tende a desenvolver uma obesidade ginóide por conta que tende a armazenar gordura na região do quadril. Relação cintura-quadril Como possuímos dois tipos de tecido adiposo (com células e funções diferenciadas) relacionamos a circunferência da cintura com a circunferência do quadril. RCQ diferencia obesidade ginóide de andróide Circunferência do braço A circunferência do braço é muito importante porque pode ser utilizada como indicador de magreza ou adiposidade quando utiliza o percentil. Recomendada pela OMS para estimativa de proteína muscular esquelética total. Para medirmos o braço deve formar um ângulo de 90º graus, localizar e marcar o ponto médio, solicitar que o braço fique estendido ao longo do corpo, contornar o braço com a fita no ponto marcado. TABELA DE PERCENTIL Circunferência muscular do braço Avalia reserva de tecido muscular sem correção da área óssea. Obtida através da circunferência do braço e prega cutânea tricipital (PCT). Pregas cutâneas A partir das pregas cutâneas é possível estimarmos a gordura corporal. Reflete a espessura da pele e do tecido adiposo subcutâneo em locais específicos do corpo. Mede a quantidade de tecido adiposo através do adipômetro. Prega cutânea tricipital Medida aferida na parte posterior do braço no ponto médio entre o acrômio e olecrano. PERCENTIL Percentual de gordura corporal É possível estimar % de gordura corporal total a partir do somatório das pregas cutâneas. As taxas de percentual de gordura dentro da normalidade são: Homens: até 25% Mulheres: até 30%
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