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Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 1 Introdução ............................................................................................ 01 Avaliação das distorções identificadas ....................................................... 02 Relatório de auditoria ............................................................................. 08 Uso do Trabalho de Outros Profissionais .................................................... 25 Lista de questões resolvidas na aula ......................................................... 43 Bibliografia ............................................................................................ 50 Introdução Prezado Aluno, Dando continuidade ao nosso Curso de Auditoria para AFRFB – Teoria e Exercícios (pós-edital), veremos hoje os seguintes assuntos: • Avaliação das distorções identificadas, novidade em relação ao edital anterior; • Relatório de auditoria; e • Uso do Trabalho de Outros Profissionais, que engloba, além do trabalho de outro auditor independente, o uso dos trabalhos da auditoria interna e de trabalhos técnicos de especialistas. Como de costume, colocaremos as questões discutidas durante a aula no final do arquivo, caso você queira tentar resolver as questões antes de ver os comentários. Não esqueça, participe do Fórum de dúvidas, que é um dos diferenciais do Ponto. Lá você poderá tirar suas dúvidas, auxiliar outras pessoas e nos ajudar no aprimoramento dos nossos cursos. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 2 Avaliação das distorções identificadas Você deve estar lembrado que falamos na aula 02 sobre os conceitos de materialidade e relevância. Dissemos que são considerados relevantes os valores que podem influenciar decisões econômicas de usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis. Assim, uma distorção relevante pode, individualmente ou em conjunto, fazer com que um usuário das demonstrações contábeis tome erroneamente uma decisão, como comprar ou vender uma ação, dar ou negar um empréstimo, concretizar ou desistir de um negócio etc. A materialidade é, portanto, um valor de referência para o auditor (parâmetro) que ele utiliza para ter segurança de que os problemas eventualmente detectados nas demonstrações contábeis não se constituam em distorções relevantes. O auditor deve, portanto, definir dois níveis de materialidade: materialidade para as demonstrações contábeis com um todo e materialidade para execução da auditoria. No primeiro caso, estamos preocupados com os valores que podem individualmente ser relevantes. No segundo, com aqueles que em conjunto podem ser relevantes. Bom, veremos logo mais, quando discutirmos o relatório de auditoria, que o auditor é responsável por formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis para concluir se foi obtida segurança razoável de que as mesmas, como um todo, estão livres de distorções relevantes. Isso inclui os ajustes de valor, classificação, apresentação ou divulgação que, no julgamento do auditor, são necessários para que as demonstrações contábeis estejam apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes. Assim, considerando o conceito de materialidade e relevância, a conclusão do auditor deve levar em consideração a avaliação sobre a possível existência de distorções não corrigidas nas demonstrações contábeis. Esse assunto é normatizado pela NBC TA 4501, segundo a qual o objetivo do auditor é avaliar o efeito de distorções: • identificadas na auditoria; e 1 NBC TA 450 – Avaliação das Distorções Identificadas durante a Auditoria. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 3 • não corrigidas, se houver, nas demonstrações contábeis. Bom, inicialmente devemos entender o que é uma distorção: Ou seja, a distorção é a diferença entre o valor, classificação, apresentação ou divulgação de um item informado nas demonstrações contábeis e o valor, classificação, apresentação ou divulgação requerido para que o item esteja de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Normalmente, como já falamos na aula 01, as distorções decorrem de erros ou fraudes. A NBC TA 450 exemplifica algumas situações que podem provocá-las: • imprecisão na coleta ou no processamento de dados usados na elaboração das demonstrações contábeis; • omissão de valor ou divulgação; • estimativa contábil incorreta decorrente da falta de atenção aos fatos ou de interpretação errada dos fatos; e • julgamentos da administração sobre estimativas contábeis que o auditor não considera razoáveis, ou a seleção e aplicação de políticas contábeis que o auditor considera inadequadas. Quando o auditor verificar a existência de distorções, a menos que seja proibido por lei ou regulamento, ele deve comunicar tempestivamente ao nível apropriado da administração, ou seja, comunicar àqueles que têm a responsabilidade e a autoridade para avaliar as distorções e tomar as medidas necessárias. O auditor deve, ainda, requerer que a administração corrija essas distorções. Nesse caso, se, por solicitação do auditor, a administração examinou uma classe de transações, saldos contábeis ou divulgação e corrigiu as distorções que foram detectadas, o auditor deve executar procedimentos adicionais de auditoria para determinar se continua havendo distorções. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 4 A correção de todas as distorções pela administração, incluindo aquelas comunicadas pelo auditor, possibilita à administração manter livros e registros contábeis precisos e reduz os riscos de distorções relevantes de demonstrações contábeis futuras em decorrência do efeito cumulativo de distorções não corrigidas não relevantes relativas a períodos anteriores. Contudo, podem restar ao final dos trabalhos distorções não corrigidas, que são aquelas que apesar de detectadas e informadas não foram corrigidas pela entidade. Nesse sentido, se a administração recusar-se a corrigir algumas das distorções reportadas pelo auditor, este deve obter o entendimento sobre as razões pelas quais a administração decidiu por não efetuar as correções e deve considerar esse entendimento ao avaliar se as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorções relevantes. Contudo, antes de avaliar o efeito de distorções não corrigidas, o auditor deve rever a materialidade determinada para confirmar se ela continua apropriada no contexto do resultado efetivo da entidade. Veja que a determinação de materialidade pelo auditor é frequentemente baseada em estimativas dos resultados financeiros da entidade, porque os resultados efetivos podem ainda não ser conhecidos. Portanto, antes de avaliar o efeito de distorções não corrigidas, pode ser necessário revisar a materialidade determinada com base nos resultados contábeis reais. O auditor deve determinar se as distorções não corrigidas são relevantes, individualmente ou em conjunto. Ao fazer essa determinação, o auditor deve considerar: • a magnitude e a natureza das distorções, tanto em relação a classes específicas de transações,saldos contábeis ou divulgação quanto às demonstrações contábeis como um todo, e as circunstâncias específicas de sua ocorrência; e • o efeito de distorções não corrigidas relacionadas a períodos anteriores sobre as classes relevantes de transações, saldos contábeis ou divulgação, e sobre as demonstrações contábeis como um todo. O auditor deve comunicar ainda, a menos que seja proibido por lei ou regulamento, as distorções não corrigidas aos responsáveis pela governança e o efeito que elas, individualmente ou em conjunto, podem ter sobre a opinião no seu relatório de auditoria. Veja que, se as distorções não corrigidas foram comunicadas para pessoa com responsabilidades administrativas, e essa pessoa também tem Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 5 responsabilidades de governança, ela não precisa ser comunicada novamente para essa mesma pessoa no seu papel de governança. O auditor deve, não obstante, ficar satisfeito quanto ao fato de que a comunicação com a pessoa que tem responsabilidades administrativas venha a ser informada adequadamente a todos aqueles com quem o auditor de outra forma se comunicaria no seu papel de governança. No caso de haver grande número de distorções individuais não relevantes não corrigidas, o auditor pode comunicar o número e o efeito monetário geral das distorções não corrigidas em vez dos detalhes de cada distorção individual não corrigida. O auditor deve, também, comunicar aos responsáveis pela governança o efeito de distorções não corrigidas relacionadas a períodos anteriores sobre as classes relevantes de transações, saldos contábeis ou divulgação, e sobre as demonstrações contábeis como um todo. Por fim, o auditor deve solicitar representação formal da administração e, quando apropriado, dos responsáveis pela governança, sobre se acreditam que os efeitos de distorções não corrigidas são não relevantes, individualmente e em conjunto, para as demonstrações contábeis como um todo. Bom, outro conceito apresentado pela NBC TA 450 é de distorção claramente trivial. Segundo a norma, o auditor deve acumular distorções identificadas durante a auditoria que não sejam claramente triviais. O auditor pode definir um valor abaixo do qual as distorções seriam consideradas claramente triviais e não precisariam ser acumuladas porque espera-se que a acumulação desses valores não teria obviamente efeito relevante sobre as demonstrações contábeis. Importante notar que “Claramente triviais” não é outra expressão para “não relevantes”. Assuntos que são claramente triviais são de magnitude totalmente diferente (menor) que a materialidade determinada, e são assuntos claramente sem consequências, sejam eles tomados individualmente ou em conjunto e julgados por qualquer critério de magnitude, natureza ou circunstância. Quando há alguma incerteza sobre se uma ou mais itens são claramente triviais, o assunto é considerado como não sendo claramente trivial. Em outras palavras, não pode existir dúvida alguma quando a trivialidade do item, se existir, o item não poderá ser classificado como trivial. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 6 As distorções podem ainda ser classificadas como distorção factual, distorção de julgamento e distorção projetada: • Distorção factual é aquela que não deixa dúvida; • Distorções de julgamento são aquelas decorrentes de julgamento da administração sobre estimativas contábeis que o auditor não considera razoáveis, ou a seleção ou aplicação de políticas contábeis que o auditor considera inadequadas; e • Distorção projetada é a melhor estimativa do auditor de distorções em populações, envolvendo a projeção de distorções identificadas em amostras de auditoria para populações inteiras de onde foram extraídas as amostras. Revisão do planejamento Já vimos na aula sobre planejamento que o auditor deve revisá-lo sempre que necessário. Com relação às distorções, cabe ao auditor determinar se a estratégia global e o plano de auditoria precisam ser revisados se: • a natureza das distorções identificadas e as circunstâncias em que elas ocorreram indicarem que podem existir outras distorções que, em conjunto com as distorções detectadas durante a auditoria, poderiam ser relevantes; ou • o conjunto das distorções detectadas durante a auditoria se aproxima da materialidade determinada. Se o conjunto de distorções detectadas durante a auditoria se aproxima da materialidade determinada, existe a possibilidade de risco maior do que o risco baixo aceitável, de que eventuais distorções não detectadas, quando consideradas no conjunto das distorções acumuladas durante a auditoria, venham exceder a materialidade. Não esqueça que podem existir distorções não detectadas devido à presença do risco de amostragem e do risco de não amostragem. Considerações sobre distorções relevantes Se uma distorção individual é julgada relevante, é improvável que ela possa ser compensada por outras distorções. Por exemplo, se a receita foi significativamente superavaliada, as demonstrações contábeis como um todo serão distorcidas de maneira relevante, mesmo se o efeito da distorção sobre o resultado for completamente compensado por uma superavaliação equivalente de despesa. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 7 Pode ser apropriado compensar distorções dentro do mesmo saldo contábil ou da mesma classe de transações; entretanto, antes de concluir que a compensação é apropriada, mesmo entre distorções não relevantes, é considerado o risco de que podem existir distorções não detectadas adicionais. A identificação de diversas distorções não relevantes no mesmo saldo contábil ou na mesma classe de transações pode requerer que o auditor reavalie o risco de distorção relevante para esse saldo contábil ou essa classe de transações. As circunstâncias relacionadas a algumas distorções podem levar o auditor a avaliá-las como relevantes, individualmente ou quando consideradas juntamente com outras distorções acumuladas durante a auditoria, mesmo se forem inferiores à materialidade para as demonstrações contábeis como um todo. A norma nos dá diversos exemplos desse tipo de ocorrência como distorções que: • referem-se à seleção ou à aplicação incorreta de política contábil que tem efeito não relevante sobre as demonstrações contábeis do período corrente, mas tem provavelmente efeito relevante sobre as demonstrações contábeis de períodos futuros; • encobrem mudança nos resultados ou outras tendências, especialmente no contexto das condições econômicas gerais e do setor; • tem o efeito de aumentar a remuneração da administração, por exemplo, possibilitando que sejam satisfeitos os requerimentos para terem direito a bônus ou outros incentivos. Documentação de auditoria Falamos na aula passada sobre a documentação de auditoria, mas devemos reforçar que com relação às distorções a norma determina que na documentação sejam incluídas informações sobre: • o valor abaixo do qual as distorções seriam consideradas claramente triviais; • todas as distorções detectadas durante a auditoria e se foram corrigidas; e • a conclusão do auditor sobre se as distorções não corrigidas são relevantes, individualmente ou em conjunto, e a base para essa conclusão. Curso On-Line: Auditoria Teoriae Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 8 Opinião do auditor e relatório de auditoria Passemos agora para um dos tópicos mais cobrados em provas de concurso – opinião ou parecer de auditoria. Portanto, pedimos que preste bastante atenção em tudo que falarmos sobre formação da opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis e sua expressão por meio de relatório de auditoria. Atenção: as normas revogadas tratavam da emissão dessa opinião por intermédio de um parecer de auditoria. O termo “parecer” era utilizado basicamente para diferenciar o produto final do trabalho do auditor independente dos relatórios emitidos por outros profissionais. Era uma forma de distinção, que com as novas normas não é mais usada. No entanto, fique atento, só mudou o nome do instrumento, de “parecer” para “relatório”, os objetivos continuam os mesmos. Cuidado! Apesar de não mais constar nas novas normas de auditoria, a utilização do termo parecer não é incorreta. O auditor com base na avaliação de suas conclusões fundamentadas nas evidências de auditoria obtidas durante seu trabalho deve formar uma opinião sobre a adequação das demonstrações contábeis, essa opinião, com a respectiva fundamentação, deve ser expressa claramente por meio do relatório de auditoria. Então, o relatório de auditoria é o produto final da auditoria que deve conter a expressão da opinião do auditor, sobre se as demonstrações contábeis (que inclui as respectivas notas explicativas) são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Desta forma, de acordo com a opinião do auditor, o relatório dirá se as demonstrações contábeis auditadas encontram-se apresentadas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com as práticas contábeis brasileiras, que compreendem a legislação societária brasileira, as Normas Brasileiras de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, os pronunciamentos, as interpretações e as orientações emitidos pelo CPC2 e homologados pelos órgãos reguladores, e práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, que atendam as normas emitidas pelo CFC e, por conseguinte, em consonância com as normas contábeis internacionais. 2 Comitê de Pronunciamento Contábeis Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 9 Enfim, o relatório deverá dizer se as demonstrações financeiras tomadas em conjunto representam efetivamente a situação patrimonial, financeira e o resultado da empresa auditada. Desta forma, o relatório não pode ter data anterior à data em que o auditor independente obteve evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar a sua opinião sobre as demonstrações contábeis. O auditor deve incluir as evidências de que: * todas as demonstrações que compõem as demonstrações contábeis, incluindo as respectivas notas explicativas, foram elaboradas; e * as pessoas com autoridade reconhecida afirmam que assumem a responsabilidade sobre essas demonstrações contábeis. A emissão do relatório deve refletir o entendimento do auditor acerca dos dados em exame, de uma forma clara e objetiva, que proporcione, aos interessados, uma noção exata dos trabalhos que realizou e de suas conclusões. Caso o auditor esteja satisfeito quanto à apresentação das demonstrações contábeis, e julgue que estão elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, deverá emitir uma opinião não modificada, sem ressalvas (=antigo parecer padrão ou sem ressalvas). De outro lado, o auditor deve modificar sua opinião, ou seja, emitir uma opinião diferente da sem ressalva, quando: * concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes; ou * não conseguir obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir se as demonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes. Se, as demonstrações contábeis, apesar de elaboradas de acordo com a legislação específica aplicável, não estiverem claras o suficiente, o auditor deve discutir o assunto com a administração e, dependendo dos requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável e como o assunto é resolvido, deve determinar se é necessário modificar a opinião no seu relatório de auditoria. De acordo com a situação o auditor poderá emitir uma opinião sem ressalvas ou uma opinião com ressalva ou uma opinião adversa ou, ainda, se abster de opinar. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 10 Veremos detalhadamente cada um delas logo mais adiante, por ora, basta conhecermos uma breve definição (comparando com as normas revogadas): Normas novas (opinião) Normas revogadas (parecer) Opinião sem ressalva ��� é emitida quando as demonstrações contábeis, no julgamento do auditor, estão elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Parecer sem ressalva ��� é emitido quando as demonstrações contábeis representam adequadamente a posição patrimonial e financeira da entidade. Opinião com ressalva ��� é emitida quando o auditor: • tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou • não consegue obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para suportar sua opinião, mas ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados. Parecer com ressalva ��� é emitido quando um ou mais valores das demonstrações contábeis não refletem adequadamente a correta posição da entidade. Opinião adversa ��� O auditor deve expressar uma opinião adversa quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis. Parecer adverso ��� é emitido quando as demonstrações contábeis, de forma geral, não representam, adequadamente, a posição patrimonial e financeira da entidade. Abstenção de opinião ��� O auditor deve abster-se de expressar uma Parecer com abstenção de opinião ��� neste parecer o auditor deixa de Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 11 opinião quando não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião e ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizadas. emitir opinião sobre as demonstrações contábeis, pela falta de comprovação suficiente para justificá-la. A NBC TA 705 traz o quadro abaixo que resume a opinião do auditor sobre a natureza do assunto que gerou a modificação, e a disseminação de forma generalizada dos seus efeitos ou possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis: Natureza do assunto que gerou a modificação Julgamento doauditor sobre a disseminação de forma generalizada dos efeitos ou possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis Relevante mas não generalizado Relevante e generalizado As demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes Opinião com ressalva Opinião adversa Impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente Opinião com ressalva Abstenção de opinião A quem se destina o relatório de auditoria? O relatório do auditor independente é normalmente endereçado às pessoas para quem o relatório de auditoria é elaborado, frequentemente para os acionistas ou para os responsáveis pela governança da entidade, cujas demonstrações contábeis estão sendo auditadas. Quem assina o Relatório? No que se refere às assinaturas que constam no relatório, há dois casos de interesse de acordo com quem executa a auditoria: um auditor independente pessoa física ou uma empresa de auditoria. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 12 Auditor Independente Empresa de Auditoria Pelo contador responsável pelos trabalhos e deve conter seu número de registro no Conselho Regional de Contabilidade. Pelo contador responsável pelos trabalhos com o respectivo registro no Conselho Regional de Contabilidade; e, pelo responsável pela empresa de auditoria, contendo o nome e o número de registro cadastral da empresa no Conselho Regional de Contabilidade. Como é a estrutura de um relatório? Título � deve ser identificado claramente que se trata de um relatório de auditoria independente. Destinatário � deve ser devidamente endereçado aos interessados, conforme exigido pelas circunstâncias do trabalho. Parágrafo introdutório � nele deve ser identificada a entidade cujas demonstrações contábeis foram auditadas; afirmado que as demonstrações contábeis foram auditadas; identificado o título de cada demonstração que compõe as demonstrações contábeis; fazer referência ao resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas; e especificado a data ou o período de cada demonstração que compõe as demonstrações contábeis. Seção sobre a responsabilidade da administração sobre as demonstrações contábeis ��� Essa seção do relatório do auditor independente descreve a responsabilidade dos responsáveis na organização pela elaboração das demonstrações contábeis. A descrição deve incluir uma explicação de que a administração é responsável pela elaboração das demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável e pelos controles internos necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis que não apresentem distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro. Examinamos as demonstrações contábeis da Companhia ABC, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X1 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas.. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 13 Seção sobre a responsabilidade do auditor e extensão da auditoria ��� O relatório do auditor independente deve especificar que a responsabilidade do auditor é expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na auditoria. O relatório do auditor independente deve especificar que a auditoria foi conduzida em conformidade com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. O relatório do auditor independente deve explicar, também, que essas normas requerem que o auditor cumpra as exigências éticas, planeje e realize a auditoria para obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis não apresentem distorção relevante. Nessa seção, deve ainda ser descrita a execução da auditoria especificando que: • envolve a execução de procedimentos para obtenção de evidência de auditoria a respeito dos valores e divulgações nas demonstrações contábeis; • os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causadas por fraude ou erro; • a auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis, tomadas em conjunto. O relatório do auditor independente deve especificar se o auditor acredita que a evidência de auditoria obtida pelo auditor é suficiente e apropriada para fundamentar a sua opinião. A administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 14 Seção com a Opinião do Auditor � expressa a opinião sobre as demonstrações contábeis. Outras responsabilidades relativas à emissão do relatório de auditoria Se for requerido ao auditor tratar no seu relatório de auditoria de outras responsabilidades, legais, regulatórias etc., em relação às demonstrações contábeis, complementares à sua responsabilidade, elas devem ser tratadas em uma seção separada com o subtítulo “Relatório do auditor independente sobre outros requisitos legais e regulatórios”, ou outro título apropriado e, nesse caso, o parágrafo introdutório, as seções sobre as responsabilidades do auditor e da administração e a opinião do auditor devem ser incluídos no subtítulo “Relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis”. A seção do relatório sobre outros requisitos legais e regulatórios deve ser apresentada após a seção que cobre as demonstrações contábeis. Por fim, no final do documento devem ser apostos o local, a data e as assinaturas: Local e Data Nome do auditor-responsável técnico Contador nº de registro no CRC Nome da empresa de auditoria � (se for o caso) Nº de registro cadastral no CRC Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequadaapresentação das demonstrações contábeis da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Entidade ABC em 31 de dezembro de 20X1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 15 Veja o esquema de um relatório padrão (sem ressalvas), de acordo com as novas normas de auditoria: Para efeito de comparação, veja como era a estrutura do parecer de auditoria de acordo com as normas revogadas: Veja que as novas normas desmembraram a definição das responsabilidades, tirando do parágrafo de identificação e criando duas seções, uma para a responsabilidade da entidade e outra do auditor, nesta última, também se encontra a extensão dos trabalhos, que antes era um parágrafo separado. Relatório com Opinião de Modificada Já sabemos, também, que a decisão sobre que tipo de opinião modificada é apropriada depende de dois fatores: Título Destinatário Parágrafo Introdutório Seção sobre a responsabilidade da administração Seção sobre a responsabilidade do auditor e a extensão da auditoria Seção sobre a opinião do auditor Local, data e assinaturas Parecer sem ressalva 1º parágrafo: identificação das demonstrações contábeis e à definição das responsabilidades 2º parágrafo: extensão dos trabalhos 3º parágrafo: opinião Local, data e assinaturas Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 16 Da natureza do assunto que deu origem à modificação, ou seja, se as demonstrações contábeis apresentam distorção relevante ou, no caso de impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, podem apresentar distorção relevante. Da opinião do auditor sobre a disseminação dos efeitos ou possíveis efeitos do assunto sobre as demonstrações contábeis. Assim, relembrando, o auditor deve expressar claramente uma opinião modificada de forma apropriada sobre as demonstrações contábeis, quando: • conclui, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis como um todo apresentam distorções relevantes; ou • não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para concluir que as demonstrações contábeis como um todo não apresentam distorções relevantes. Um caso particular é o da limitação ao alcance da auditoria, nesse caso: • o auditor deve solicitar que a administração retire a limitação; • se a administração se recusar a retirar essa limitação, o auditor deve comunicar o assunto aos responsáveis pela governança (a menos que todos aqueles responsáveis pela governança estejam envolvidos na administração da entidade); • determinar se é possível executar procedimentos alternativos para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente; • se o auditor não conseguir obter evidência apropriada e suficiente de auditoria: o o auditor deve emitir opinião modificada: � Se os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados: Opinião com Ressalva. � Se os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizados: Abstenção de Opinião. o ou renunciar ao trabalho de auditoria, quando praticável e possível de acordo com as leis ou regulamentos aplicáveis, nesse caso, Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 17 deve, antes da renúncia, comunicar aos responsáveis pela governança quaisquer assuntos relativos a distorções identificadas durante a auditoria que dariam origem a uma opinião modificada. Como é a estrutura de um relatório com opinião modificada? Deve ser acrescentado ao modelo padrão um parágrafo contendo a descrição do assunto que deu origem à modificação, seja relacionada a valores específicos, seja relacionada com as divulgações nas notas explicativas. O auditor deve colocar esse parágrafo imediatamente antes do parágrafo da opinião, utilizando o título “Base para opinião com ressalva,” “Base para opinião adversa” ou “Base para abstenção de opinião”, conforme apropriado. Se houver uma distorção relevante das demonstrações contábeis, relacionada com a não divulgação de informações que devem ser divulgadas, o auditor deve: (a) discutir a não divulgação com os responsáveis pela governança; (b) descrever a natureza da informação omitida no parágrafo contendo a base para a modificação; e (c) a menos que proibido por lei ou regulamento, incluir as divulgações omitidas, desde que praticável e que o auditor tenha obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre a informação omitida. Atenção: Mesmo que o auditor tenha emitido uma opinião adversa ou se abstenha de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, ele deve descrever no parágrafo contendo a base para a modificação as razões Título Destinatário Parágrafo Introdutório Seção sobre a responsabilidade da administração Seção sobre a responsabilidade do auditor e a extensão da auditoria Base para opinião modificada Seção sobre a opinião do auditor Local, data e assinaturas Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 18 para quaisquer outros assuntos dos quais ele está ciente que teriam requerido uma modificação da opinião, assim como os respectivos efeitos. Opinião com ressalva Quando o auditor expressa uma opinião com ressalva devido a uma distorção relevante nas demonstrações contábeis, ele deve especificar no parágrafo da opinião que, em sua opinião, exceto pelos efeitos do(s) assunto (s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para opinião com ressalva, as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes. Quando a modificação é decorrente da impossibilidade de obter evidência apropriada e suficiente de auditoria, o auditor deve usar a correspondente frase “exceto pelos possíveis efeitos do(s) assunto(s) ...” para a opinião modificada. Opinião adversa Quando o auditor expressa uma opinião adversa, ele deve especificar no parágrafo da opinião que devido à relevância do(s) assunto (s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para opinião adversa as demonstrações contábeis não estão apresentadas adequadamente. Abstenção de opinião Quando o auditor se abstém de expressar uma opinião devido à impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada esuficiente, ele deve especificar no parágrafo da opinião que: (a) devido à relevância do(s) assunto(s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para abstenção de opinião, o auditor não conseguiu obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar sua opinião de auditoria; e, consequentemente, (b) o auditor não expressa opinião sobre as demonstrações contábeis. Descrição da responsabilidade do auditor quando expressa uma opinião com ressalva ou adversa Quando o auditor expressa uma opinião com ressalva ou adversa, ele deve alterar a descrição de sua responsabilidade para especificar que ele acredita que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar sua opinião modificada. Descrição da responsabilidade do auditor quando se abstém de expressar uma opinião Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 19 Quando o auditor se abstém de expressar uma opinião ele deve alterar o parágrafo introdutório para especificar que foi contratado para examinar as demonstrações contábeis, porém não conseguiu obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar uma opinião de auditoria. Comunicação com os responsáveis pela governança Quando o auditor prevê modificar a opinião no seu relatório, ele deve comunicar aos responsáveis pela governança as circunstâncias que levaram à modificação prevista e o texto proposto da modificação. Parágrafos de ênfase no relatório do auditor independente O parágrafo de ênfase serve para o auditor chamar a atenção para um assunto apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis que, segundo seu julgamento, é fundamental para o entendimento pelos usuários das demonstrações contábeis. O parágrafo de ênfase só poderá ser incluído no relatório se o auditor tenha obtido evidência de auditoria suficiente e apropriada de que não houve distorção relevante do assunto nas demonstrações contábeis. Pois, se houvesse, seria o caso de ressalva, não de ênfase. Tal parágrafo deve referir-se apenas a informações apresentadas ou divulgadas nas demonstrações contábeis. Quando o auditor incluir um parágrafo de ênfase no relatório, ele deve: 1 incluí-lo imediatamente após o parágrafo de opinião no relatório do auditor; 2 usar o título “Ênfase” ou outro título apropriado; 3 incluir no parágrafo uma referência clara ao assunto enfatizado e à nota explicativa que descreva de forma completa o assunto nas demonstrações contábeis; e 4 indicar que a opinião do auditor não se modifica no que diz respeito ao assunto enfatizado. Preste atenção ao item 4: a opinião do auditor não se modifica no que diz respeito ao assunto enfatizado. São exemplos de circunstâncias em que o auditor pode considerar necessário incluir um parágrafo de ênfase: • existência de incerteza relativa ao desfecho futuro de litígio excepcional ou ação regulatória; Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 20 • aplicação antecipada (quando permitido) de nova norma contábil (por exemplo, nova prática contábil introduzida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC)) com efeito disseminado de forma generalizada nas demonstrações contábeis, antes da sua data de vigência; e • grande catástrofe que tenha tido, ou continue a ter, efeito significativo sobre a posição patrimonial e financeira da entidade. São exemplos de situações que exigem a inclusão do parágrafo de ênfase: • Para chamar a atenção dos usuários para as divulgações adicionais: nos casos em que a estrutura do relatório financeiro prevista em lei ou regulamento específico não é aceitável, a administração deve fazer divulgações adicionais nas demonstrações contábeis necessárias para evitar que as demonstrações contábeis sejam enganosas. • No caso de eventos subsequentes: o auditor independente deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, parágrafo de ênfase com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente e do relatório anterior fornecido pelo auditor independente. • No caso de dúvida quanto à continuidade operacional da entidade: se for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis, o auditor deve expressar uma opinião sem ressalvas e incluir um parágrafo de ênfase em seu relatório destacando a existência de incerteza significativa e chamando a atenção para as respectivas notas explicativas às demonstrações contábeis. Parágrafos de outros assuntos no relatório do auditor independente Se o auditor considera necessário comunicar outro assunto, não apresentado nem divulgado nas demonstrações contábeis, e que de acordo com seu julgamento é relevante para o entendimento, pelos usuários, da auditoria, da responsabilidade do auditor ou do relatório de auditoria, e não for proibido por lei ou regulamento, ele deve fazê-lo em um parágrafo no relatório de auditoria, com o título “Outros assuntos” ou outro título apropriado. O auditor deve incluir esse parágrafo imediatamente após o parágrafo de opinião e de qualquer parágrafo de ênfase, ou em outra parte do relatório, se o conteúdo do parágrafo de outros assuntos for relevante para a seção Outras Responsabilidades de Relatório. Situações Específicas Relacionadas ao Relatório de Auditoria Vamos aproveitar a oportunidade para falar um pouquinho sobre algumas situações específicas envolvendo a emissão de um relatório de auditoria. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 21 O auditor na emissão de sua opinião pode enfrentar diversas situações específicas, por exemplo, pode ter que se pronunciar sobre demonstrações contábeis comparativas; se deparar com uma primeira auditoria da entidade; ter que utilizar o parecer de outros auditores; não poder utilizar o trabalho de outros auditores etc. Nesses casos, como veremos a seguir, é muito importante destacar a divisão das responsabilidades. Assim, de uma forma geral, em todos os casos em que o nome do auditor esteja associado às demonstrações, o relatório deve conter indicação clara da natureza do trabalho do auditor e do grau de responsabilidade que ele está assumindo. Da mesma forma, sempre que o nome do auditor estiver associado com demonstrações ou informações contábeis que ele não auditou, estas devem ser claramente identificadas como “não-auditadas”, em cada folha do conjunto. Vamos ver as situações específicas mais importantes: Demonstrações comparativas Demonstrações comparativas são aquelas que trazem, lado a lado, o resultado de dois períodos: o do exercício anterior e o atual (=exercício auditado). O auditor deve determinar se as demonstrações contábeis incluem as informações comparativas requeridas pela estrutura de relatório financeiro aplicável e se essas informações estão classificadas adequadamente e, para tanto, o auditor deve avaliar se: 1. as informações comparativas compreendem os valores e outras divulgações apresentados no período anterior ou, quando apropriado, se foram retificadas; e 2. as políticas contábeis refletidas nas informações comparativas são consistentes com as aplicadas no período corrente ou, se houve mudanças nas políticas contábeis, se essas mudanças foram registradas de maneira apropriada e adequadamente apresentadas e divulgadas. Demonstrações contábeis comparativas quando as do exercícioanterior foram examinadas por outros auditores Outra hipótese possível é quando as demonstrações contábeis são divulgadas de forma comparativa e há mudança de auditores, ou seja, o exercício passado foi auditado por um auditor e o exercício atual por outro. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 22 Se as demonstrações contábeis do período anterior foram examinadas por auditor independente antecessor, e o auditor atual não está proibido por lei ou regulamento de mencionar o relatório do auditor independente antecessor sobre os valores correspondentes e decide fazer isso, ele deve especificar em um parágrafo de “Outros Assuntos” no seu relatório de auditoria independente: � que as demonstrações contábeis do período anterior foram examinadas por um auditor independente antecessor; � o tipo de opinião expressa pelo auditor independente antecessor e, se essa opinião conteve modificação, as razões para a modificação; e � a data desse relatório. Se o relatório do auditor independente no período anterior incluiu uma opinião com ressalva, adversa ou abstenção de opinião e o assunto que gerou a modificação não está resolvido, o auditor deve incluir modificação na sua opinião, conforme apropriado, sobre as demonstrações contábeis do período corrente. No parágrafo sobre a base para a modificação no relatório do auditor independente, o auditor deve: (a) mencionar os valores do período corrente e os valores correspondentes na descrição do assunto que gerou a modificação, se relevantes; ou (b) em outros casos, explicar que a opinião da auditoria contém modificação em decorrência dos efeitos ou possíveis efeitos do assunto não resolvido sobre a comparabilidade dos valores do período corrente e dos valores correspondentes. Demonstrações contábeis do período anterior não auditadas Se as demonstrações contábeis do período anterior não foram auditadas, o auditor deve especificar em um parágrafo de “Outros Assuntos” no relatório que os valores correspondentes não foram auditados. Essa declaração, contudo, não isenta o auditor do requisito de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre se os saldos iniciais contêm distorções que afetam de forma relevante as demonstrações contábeis do período corrente. Primeira auditoria de uma entidade (Trabalho de auditoria inicial) Podem ocorrer casos em que a entidade esta sendo submetida pela primeira vez a uma auditoria. Se nessa primeira auditoria a entidade divulgar Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 23 comparativamente os valores relativos ao exercício anterior, ou seja, as demonstrações do exercício anterior não foram auditadas, como o auditor deve proceder? O auditor deve obter evidência de auditoria apropriada e suficiente com relação aos saldos iniciais, se não conseguir, deve expressar a opinião com ressalva ou abstenção de opinião sobre as demonstrações contábeis, conforme apropriado. Se o auditor concluir, por meio de evidências, que os saldos iniciais contêm distorção que afeta de forma relevante as demonstrações contábeis do período corrente e, se o efeito da distorção não é devidamente registrado ou adequadamente apresentado ou divulgado, o auditor deve expressar a opinião com ressalva ou opinião adversa, conforme apropriado. Reflexos quando houver aceitação do trabalho de outros auditores Ainda falando de responsabilidade, deve-se destacar as situações em que um auditor emite uma opinião utilizando-se de relatórios de outros auditores. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando as demonstrações contábeis de entidades controladas e/ou coligadas, correspondentes a investimentos relevantes, foram auditadas por outro auditor, que tenha emitido relatório com opinião sem ressalva sobre elas. Importante ��� Quando o auditor aceita o relatório de outros auditores ele deve destacar no seu relatório a divisão de responsabilidades. A referência ao relatório dos outros auditores, mesmo sem a indicação do conteúdo de sua opinião, significa que: (a) o relatórios dos outros auditores não teve ressalvas ou teve ressalvas que não afetam a posição patrimonial e financeira e os resultados da investidora; e (b) não há nenhuma restrição aos seus trabalhos e conclusões. Quando, todavia, o outro auditor emitiu opinião modificada, o auditor deve analisar se o motivo é de tal relevância que afete a sua própria opinião, em relação às demonstrações contábeis da investidora. Atenção ��� Quando os efeitos não forem relevantes, não é necessário mencioná-los no relatório do auditor da investidora. Reflexo quando o auditor não puder utilizar o trabalho dos outros auditores Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 24 Quando o auditor concluir, baseado nos procedimentos recomendados, que o trabalho dos outros auditores não pode ser utilizado e que não tem condições de aplicar procedimentos adicionais suficientes com relação às demonstrações contábeis da controlada e/ou coligada, ou ao item sobre o qual os outros auditores emitiram opinião, ele deve emitir opinião com ressalva ou se abster de opinar. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 25 Uso do Trabalho de Outros Profissionais. Sabemos que o auditor é responsável pela condução dos trabalhos de sua equipe dentro das normas técnicas e profissionais de auditoria, de forma a promover a qualidade dos trabalhos executados. Entretanto, o auditor, além da sua equipe de trabalho, muitas vezes utiliza-se do trabalho de outros profissionais que fornecem evidências importantes para emissão de sua opinião. Assim, vamos agora falar sobre a utilização do trabalho de outros profissionais, outro auditor independente, auditores internos e especialistas de outras áreas, nos trabalhos de auditor independente. Utilização do trabalho de outro auditor independente Nesse caso, apesar de não tratar especificamente desse assunto, é aplicável a normatização prevista na NBC TA 600 que trata de auditorias de demonstrações contábeis de grupos, incluindo o trabalho dos auditores dos componentes. Segundo a referida norma, pode ser útil o envolvimento de outros auditores na auditoria de demonstrações contábeis, mesmo que não envolva demonstrações contábeis de grupos. Por exemplo, o auditor pode envolver outro auditor para observar a contagem de estoques ou fazer a inspeção física de ativos fixos em local remoto. Nesses casos, o envolvimento de outro auditor não altera a responsabilidade do auditor de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para conseguir uma base razoável para suportar sua opinião. Além disso, é responsabilidade do auditor se certificar de que os que executam o trabalho de auditoria, inclusive outros auditores, possuem coletivamente habilidade e competência apropriadas para tanto. O sócio encarregado do trabalho (auditor que chefia a equipe de auditoria) também é responsável pela direção, supervisão e desempenho do trabalho da equipe. Como resultado, o relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis não deve se referir ao trabalho do outroauditor. Se tal referência for requerida por lei ou regulamento, o relatório do auditor deve indicar que a referência não diminui a responsabilidade do sócio encarregado ou da firma encarregada do trabalho pela opinião de auditoria. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 26 Quando o relatório de auditoria é ressalvado, porque a equipe encarregada do trabalho não conseguiu obter evidência de auditoria apropriada e suficiente em relação às informações contábeis, o parágrafo base para opinião com ressalva deve descrever as razões para essa inabilidade sem se referir ao trabalho do outro auditor, a menos que tal referência seja necessária para uma explicação apropriada das circunstâncias. Utilização do trabalho de auditoria interna Você deve estar lembrado que na aula 00 falamos sobre a distinção entre a auditoria interna e a auditoria independente. Vimos que a auditoria interna é executada pela própria organização, com o objetivo de garantir o atendimento de seus objetivos institucionais, por meio da avaliação contínua de seus procedimentos e controles internos. A utilização do trabalho de auditoria interna é normatizada pela NBC TA 610. Segundo referido normativo, a utilização do trabalho do auditor interno pode dar celeridade aos trabalhos de auditoria, pois, embora os objetivos da função de auditoria interna e os do auditor independente sejam diferentes, os meios utilizados pela auditoria interna e pelo auditor independente para alcançar seus respectivos objetivos podem ser semelhantes. Cabe ao auditor independente avaliar e executar os procedimentos de auditoria nos trabalhos realizados pela auditoria interna para determinar a sua adequação para atender aos objetivos da auditoria independente. Deve-se destacar que a responsabilidade do auditor independente pela opinião de auditoria não é reduzida pela utilização do trabalho feito pelos auditores internos. Utilização do trabalho de especialista A utilização do trabalho de especialistas é disciplinada pela Resolução CFC nº 1.023/05 (alterada pela resolução nº 1.042/05), ainda em vigor, que aprovou a NBC P 1.8. Por sua vez, as novas normas de auditoria tratam desse assunto na NBC TA 620, que trata da utilização do trabalho de especialistas quando contratados pelo auditor ou pela firma de auditoria, e na NBC TA 500 (especialista da administração). Segundo a NBC TA 620, o auditor é o único responsável por expressar opinião de auditoria e essa responsabilidade não é reduzida pela utilização do trabalho de especialista contratado por ele. O auditor deve avaliar se o especialista por ele contratado possui competência, habilidades e objetividade necessárias para fins da auditoria. No caso de especialista externo (que não faça parte da empresa de auditoria), a avaliação Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 27 da objetividade deve incluir a indagação sobre interesses e relações que podem criar uma ameaça à objetividade desse especialista. O especialista pode ainda ser contratado ou funcionário da empresa auditada (nesse caso chamado de especialista da administração), pois a elaboração das demonstrações contábeis pode exigir conhecimento especializado em outro campo que não os da contabilidade ou auditoria. Exemplo bastante comum no Brasil é a utilização de atuário pela administração de uma seguradora ou de um fundo de pensão para estimar certas provisões. Quando as informações a serem utilizadas como evidência de auditoria foram elaboradas com o uso do trabalho do especialista da administração, o auditor deve, na medida necessária, levando em conta a importância do trabalho desse especialista para seus propósitos: (a) Avaliar a competência, habilidades e objetividade do especialista; (b) Obter entendimento do trabalho do especialista (obter um mínimo de conhecimento na área em questão, para poder entender as conclusões do trabalho do especialista); e (c) Avaliar a adequação do trabalho desse especialista como evidência de auditoria para a afirmação relevante (verificar a relevância e a razoabilidade das constatações do especialista). Cabe ressaltar que, apesar do auditor ter total responsabilidade pela sua opinião, segundo a NBC P 1.8, a responsabilidade quanto à qualidade e propriedade das premissas e métodos utilizados é do especialista (na respectiva área de atuação). A responsabilidade do auditor fica restrita à sua competência profissional. Isso ocorre porque o auditor independente não tem a mesma capacitação que o especialista e assim, nem sempre estará em posição para questioná-lo quanto ao trabalho efetuado. Entretanto, o auditor independente deve compreender as premissas e métodos utilizados para poder avaliar se, baseado no seu conhecimento da entidade auditada e nos resultados de outros procedimentos de auditoria, são adequados às circunstâncias. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 28 Segundo a NBC P 1.8, quando o especialista legalmente habilitado for contratado pela entidade auditada (especialista da administração3), sem vínculo empregatício, para executar serviços que tenham efeitos relevantes nas demonstrações contábeis, este fato deve ser divulgado nas demonstrações contábeis e o auditor, ao emitir opinião modificada (a norma fala em parecer diferente do sem ressalva), pode fazer referência ao trabalho do especialista. Falaremos com detalhes sobre a opinião do auditor independente e do relatório de auditoria na última aula do curso, mas por enquanto grave que o auditor não deve fazer referência ao trabalho do especialista em seu relatório que contenha opinião não modificada (opinião padrão). Se o auditor fizer referência ao trabalho de especialista em seu relatório porque essa referência é relevante para o entendimento de ressalva ou outra modificação na sua opinião, deve indicar no relatório que essa referência não reduz a sua responsabilidade quanto à opinião. A seguir, apresentamos um quadro-resumo para facilitar o seu aprendizado: 3 A NBC TA 620 também prevê a possibilidade de citar especialistas do auditor no relatório de auditoria, contudo, somente quando houver obrigações legais ou regulamentares que o obriguem a fazê-lo (note que essa não é a regra eral). Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 29 Questões Comentadas 01. (FCC/TRT4R-Anal.Jud.Contabilidade/2011) O processo de auditoria e a emissão de relatório de auditoria sem ressalva (A) não isenta o administrador e os agentes de governança das responsabilidades legais e normativas. (B) divide a responsabilidade pelas demonstrações contábeis com os administradores e transfere a responsabilidade de eventuais fraudes não constatadas, para a firma de auditoria. (C) exime da responsabilidade os administradores e a diretoria executiva da empresa, dividindo as responsabilidades com os agentes de governança. (D) não elimina a possibilidade de erros materiais e de distorções relevantes nas demonstrações contábeis. (E) elimina a responsabilidade dos agentes de governança das responsabilidades legais e normativas. Resolução: Vimosque a responsabilidade do auditor é expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na auditoria, por sua vez, a administração é responsável pela elaboração das demonstrações contábeis de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável e pelos controles internos necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis que não apresentem distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro. Portanto, a emissão do relatório de auditoria não isenta o administrador e os agentes de governança das responsabilidades legais e normativas, letra A. 02. (FGV/Sefaz – RJ – Analista de Controle Interno/2011) O auditor, durante a aplicação dos testes, identificou a existência de fraudes envolvendo montante significativo, situação que, se não fosse ajustada, demandaria a emissão de parecer adverso. Após reunião com os gestores, recebeu as demonstrações contábeis devidamente ajustadas, tendo sido acatadas todas as recomendações que havia feito. Nesse caso, o parecer a ser emitido é (A) sem ressalva. (B) com ressalva ou com parágrafo de ênfase. (C) adverso ou com ressalva. (D) com abstenção de opinião ou com ressalva. (E) com limitação de opinião ou adverso. Resolução: Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 30 No caso em comento, tendo em vista que os problemas foram todos sanados, e as demonstrações contábeis não apresentam mais distorções relevantes, e também não é o caso de impossibilidade do auditor de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, o parecer deve ser sem ressalvas. Lembre-se que o parecer sem ressalvas é dado quando o auditor fica convencido, em todos os aspectos relevantes, de que as demonstrações contábeis foram elaboradas segundo princípios e normas de contabilidade aceitáveis, e com as exigências legais e regulamentares pertinentes. Logo, o gabarito é a letra A. 03. (FGV/Sefaz – RJ – Analista de Controle Interno/2011) Qual das situações abaixo impede que o auditor emita um parecer sem ressalva? (A) O auditado efetuar os ajustes recomendados pelo auditor. (B) Chance remota de determinado ativo não ser realizado. (C) Incapacidade de a entidade auditada continuar suas operações. (D) Discordância junto à administração quanto a procedimentos contábeis de efeitos relevantes nas demonstrações. (E) Ausência de limitação da extensão do seu trabalho. Resolução: Como vimos, o parecer sem ressalvas é dado quando o auditor fica convencido, em todos os aspectos relevantes, de que as demonstrações contábeis foram elaboradas segundo princípios e normas de contabilidade aceitáveis, e com as exigências legais e regulamentares pertinentes. Já, a opinião modificada ocorre quando as demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes ou na impossibilidade do auditor obter evidência de auditoria apropriada e suficiente. Portanto: Se (A) o auditado efetuar os ajustes recomendados pelo auditor, não há que se falar em modificação da opinião; a (B) chance remota de determinado ativo não ser realizado também não justifica a modificação da opinião; por sua vez, a (C) incapacidade de a entidade auditada continuar suas operações, não modifica a opinião do auditor e, como vimos, deve ser objeto de parágrafo de ênfase; já, a (D) Discordância junto à administração quanto a procedimentos contábeis de efeitos relevantes nas demonstrações, impede a emissão de parecer sem ressalva; por fim, a (E) ausência de limitação da extensão do seu trabalho, por óbvio, não impede a emissão de parecer sem ressalva. Gabarito, letra D. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 31 04. (ESAF/Analista de Normas Contábeis e Auditoria - CVM/2010) No parecer sobre as demonstrações contábeis, o auditor deve emitir sua opinião afirmando se estas representam adequadamente ou não a situação patrimonial da entidade. Nesse parecer, devem ser observados os seguintes aspectos relevantes, exceto: a) as obrigações para o período seguinte. b) a origem e a aplicação dos recursos para o período a que correspondem. c) as mutações do patrimônio líquido. d) a posição patrimonial e financeira. e) o resultado das operações no período. Resolução: De acordo com as normas do CFC, o auditor deve formar sua opinião sobre se as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Faz parte dessa estrutura, entre outros demonstrativos, a origem e a aplicação dos recursos (DOAR), as mutações do patrimônio líquido (DMPL), a posição patrimonial (BP) e financeira (DFC), bem como, o resultado das operações no período (DRE). O objetivo de auditor independente é emitir uma opinião (=parecer) sobre as demonstrações contábeis do período em análise e não do período seguinte, portanto, não é relevante a análise das obrigações para o período seguinte. Portanto, gabarito letra A. 05. (ESAF/AFRFB/2009) - adaptada - Na emissão de opinião com abstenção de opinião para as demonstrações contábeis de uma entidade, pode-se afirmar que: (A) elimina a responsabilidade do auditor de emitir qualquer opinião devendo este comunicar à administração da empresa da suspensão dos trabalhos. (B) não suprime a responsabilidade do auditor de mencionar, no relatório, qualquer desvio, independente da relevância ou materialidade, que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. (C) exclui a responsabilidade do auditor de se manifestar sob qualquer aspecto das demonstrações. (D) não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no relatório, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. (E) extingue a responsabilidade do auditor de mencionar, no relatório, qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 32 Resolução: Segundo o item 27 da NBC TA 706, quando o auditor se abstém de expressar uma opinião devido à impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, ele deve alterar a descrição da sua responsabilidade e a descrição do alcance da auditoria para especificar somente o seguinte: “Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na condução da auditoria de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Em decorrência do(s) assunto (s) descrito(s) no parágrafo sobre a base para abstenção de opinião, não conseguimos obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar uma opinião de auditoria.” Além disso, quando o auditor prevê modificar a opinião no seu relatório, ele deve comunicar aos responsáveis pela governança as circunstâncias que levaram à modificação prevista e o texto proposto da modificação. Ou seja, o auditor deve mencionar no relatório os motivos que o levaram a se abster de opinar. Portanto, gabarito letra D. 06. (ESAF/AFRFB/2009) - adaptada - A empresa de Transportes S.A. é uma empresa que tem seus registros contábeis e procedimentos estabelecidos por agência de fiscalização. A agência estabeleceu procedimento para registro das concessões que diverge significativamente, do procedimento estabelecido pelo Conselho Federal de Contabilidade. Nessa situação, deve o auditor emitir opinião: (A) sem abstenção de opinião. (B)adverso. (C) com ressalva. (D) sem ressalva, mas evidenciando em nota explicativa a divergência. (E) com abstenção de opinião. Resolução: A opinião do auditor pode ser modificada, ou seja, o relatório será diferente do “limpo”, de três maneiras: opinião com ressalva, opinião adversa e abstenção de opinião. A decisão sobre que tipo de opinião modificada é apropriada depende da: (a) natureza do assunto que deu origem à modificação, ou seja, se as demonstrações contábeis apresentam distorção relevante ou, no Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 33 caso de impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, podem apresentar distorção relevante; e, (b) opinião do auditor sobre a disseminação dos efeitos ou possíveis efeitos do assunto sobre as demonstrações contábeis. Assim, a opinião com ressalva ocorre quando o auditor tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis. A opinião adversa deve ser expressa quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, o auditor conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis. Por sua vez, a abstenção de opinião ocorre quando o auditor não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião e ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizadas. Portanto, no caso em questão, não se trata de distorção não detectada, assim, podemos descartar a abstenção de opinião, e como a distorção é relevante, no entanto, não é generalizada, uma vez que é específica no procedimento para registro das concessões, a opinião deverá ser com ressalva. Gabarito da questão: Letra C. 07. (ESAF/AFC - Área Controle Interno/CGU/2008) De acordo com a NBC-T-11, o Parecer do Auditor Independente, segundo a natureza da opinião que contém, pode ser classificado das seguintes formas, exceto: a) parecer sem ressalva. b) parecer com ressalva. c) parecer irregular. d) parecer adverso. e) parecer com abstenção de opinião. Resolução: A opinião do auditor (=parecer) pode ser sem ressalvas (=limpa ou sem modificação), com ressalva, adversa e com abstenção de opinião. Gabarito: C. 08. (ESAF – CGU – AFC/Auditoria e Fiscalização – 2006) – Adaptada - O Relatório de Auditoria é o instrumento por meio do qual o auditor Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 34 independente comunica sua conclusão acerca das demonstrações contábeis de uma entidade, tendo caráter comparativo às demonstrações contábeis referentes ao exercício anterior. Sobre o relatório em comento, assinale a opção incorreta. (A) A responsabilidade sobre a preparação e o conteúdo das demonstrações contábeis é do auditor independente. (B) A opinião expressada pelo auditor independente deve ser obrigatoriamente clara e objetiva. (C) De maneira geral, o relatório é destinado à diretoria da entidade, seu conselho de administração e/ou a seus acionistas. (D) A data do relatório deve corresponder à data da conclusão dos trabalhos na entidade auditada. (E) O relatório deve ser assinado por profissional com registro cadastral no Conselho Regional de Contabilidade. Resolução: Mais uma vez, a questão pede o item incorreto. Vamos analisar cada um dos itens... a) A responsabilidade sobre a preparação e o conteúdo das demonstrações contábeis é do auditor independente. Aprendemos que a responsabilidade pela preparação das demonstrações contábeis é da administração e não do auditor independente, portanto, essa assertiva é o gabarito da questão. b) A opinião expressada pelo auditor independente deve ser obrigatoriamente clara e objetiva. A opinião expressa pelo auditor deve ser clara, objetiva e fundamentada. c) De maneira geral, o relatório é destinado à diretoria da entidade, seu conselho de administração e/ou a seus acionistas. O relatório é normalmente destinado aos acionistas ou para os responsáveis pela governança da entidade, cujas demonstrações contábeis estão sendo auditadas. d) A data do relatório deve corresponder à data da conclusão dos trabalhos na entidade auditada. O relatório não pode ter data anterior à data em que o auditor independente obteve evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar a sua opinião sobre as demonstrações contábeis, ou seja, à data da conclusão dos trabalhos na entidade auditada. Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 35 e) O Relatório deve ser assinado por profissional com registro cadastral no Conselho Regional de Contabilidade. O relatório sempre deve ser assinado pelo auditor independente responsável (Contador (bacharel em contabilidade) com registro no CRC). 09. (ESAF – SEFAZ/SP – Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas – 2009) – Adaptada - Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas da seguinte frase: “O auditor deve emitir opinião ______(1)______ quando verificar que as demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes e generalizadas, e quando forem relevantes e não generalizadas devem emitir opinião ______ (2)______.” (A) (1) adversa // (2) com ressalva (B) (1) com ressalva // (2) adversa (C) (1) com abstenção de opinião // (2) com ressalva (D) (1) com abstenção de opinião // (2) adversa (E) (1) adversa // (2) com abstenção de opinião Resolução: Bom… depois de tudo que vimos, essa ficou bem fácil, não? Quando as demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes o auditor deve emitir uma opinião adversa ou com ressalva; no primeiro caso, quando as distorções forem relevantes e generalizadas; no segundo caso, quando forem relevantes e não-generalizadas. Não esqueça: Tenha sempre em mente o quadro que relaciona a natureza do assunto que gerou a opinião modificada com a relevância e generalização dos seus efeitos. Natureza do assunto que gerou a modificação Julgamento do auditor sobre a disseminação de forma generalizada dos efeitos ou possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis Relevante mas não generalizado Relevante e generalizado As demonstrações contábeis apresentam distorções relevantes Opinião com ressalva Opinião adversa Impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente Opinião com ressalva Abstenção de opinião Curso On-Line: Auditoria Teoria e Exercícios para a RFB Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 05 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 36 Gabarito, letra A. 10. (ESAF/Analista Técnico: Controle e Fiscalização – SUSEP/2010) O auditor externo, ao avaliar as demonstrações contábeis da empresa Evolution S.A., identificou que a empresa está discutindo a similaridade de seus produtos com produtos de concorrentes que possuem isenção de tributação. A empresa não vem recolhendo o referido tributo há mais de 5 anos e o valor relativo a essa contingência é significativo. Caso a decisão vier a ser contrária à empresa, a mesma entrará em processo de descontinuidade. A decisão deve ter seu mérito