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Aula 1 Crise e política econômica do governo provisório

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Crise, Revolução e Governo Provisório
Economia Brasileira Contemporânea IEconomia Brasileira Contemporânea I
Aula 1 – A crise de 1928-1932 e a política econômica do 
governo provisório.
José Paulo Guedes Pinto
jose.guedes@ufabc.edu.br
2013
Nesta aula: 
 Iremos entender um pouco do contexto político, o 
que foi a Revolução de 1930 e o populismo.
 Depois faremos uma revisão das políticas 
econômicas dos anos 30 e veremos o que foi o 
chamado deslocamento do centro dinâmico da 
acumulação brasileira.
CONTEXTO
Devido às políticas de defesa do café iniciadas em 1906 
(Convênio de Taubaté), entre 1927 e 34, as safras do café 
foram elevadíssimas (endividamento crescente, 
superprodução e acúmulo de estoques).
CONTEXTO
• Antecipação revolucionária (anos 1920) dos tenentes 
insatisfeitos com a subordinação do exército à 
oligarquia;
• Crescente custo de vida por conta das emissões para a 
compra de café que afligia a população urbana (explicar 
Padrão Ouro);
• Oligarquias em disputa;
CRISE DE 1929
Crise de 1929 e a Grande Depressão foram um marco 
para explicar a guinada político-econômica do Brasil.
• Derrubou os preços internacionais
do café;
• Arrefeceu o comércio exterior;
• E indiretamente foi responsável
por uma mudança do dinamismo
econômico e político do Brasil.
CRISE DE 1929
• A crise acelera as condições que possibilitaram o fim da 
supremacia da burguesia do café, ao produzir o desencontro 
entre a classe e seus representantes políticos;
 
• Já não é a oligarquia cafeeira que unificaria o conjunto da 
nação;
• Washington Luís abandona a defesa do café, vendendo mais 
ao exterior, não emite para financiar as perdas, nem decreta 
moratória o que suscita a ira dos fazendeiros;
• Ainda assim, a “máquina” funciona em março de 1930 e 
elege Júlio Prestes presidente.
CRISE DE 1929
• A crise alenta também os ressentimentos regionais no 
momento em que desaba o sistema político;
• Na América Latina, a ocorrência de 11 movimentos 
revolucionários (pred. Militares) entre 1930 e 1932 é 
bastante significativa. Em sua base está o desajuste 
provocado pela queda dos preços dos produtos de 
exportação;
• Mas são os tenentes e homens da classe média urbana 
que dão impulso ao movimento revolucionário 
conseguindo afastar as figuras tradicionais.
Revolução de 1930
• Revolução de 30.
• Emergem com força novos atores (classe média, 
tenentes, alguns industriais) + Oligarquias dissidentes 
(e suas milícias) v.s. Antigas oligarquias (SP e MG) + 
outros industriais;
• Sistema político extremamente excludente e arcaico 
(muitos setores não votavam e voto era aberto);
• Insatisfação entre os militares com os governos civis 
que os subordinava e cuja cúpula aceitava esse papel;
• Colapso da política de defesa do café.
Ascensão de Getúlio
Revolução de 1930 e ascensão de Getúlio ao Poder:
• Em termos gerais foi uma ruptura com o modelo oligárquico 
e descentralizado da república velha e uma centralização do 
poder e dos instrumentos de política econômica no governo 
federal.
• Fortaleceu o Estado Nacional e consolidou novas classes 
econômicas no poder (classes médias urbanas, industriais, 
etc.) o que permitiu colocar a industrialização como meta 
prioritária, como um projeto nacional de desenvolvimento.
• Getúlio foi ex-ministro de Washington Luis, mudou, porém 
não muito, e criou-se o que Boris Fausto chamou de “Estado 
de Compromisso.”
O Estado de Compromisso
Nenhum dos grupos participantes pode oferecer as 
bases da legitimidade do novo arranjo de poder, assim 
se instala um compromisso entre as várias facções:
● Classes dominante;
● Burguesia;
● Parte das classes média (favorecidas pelo 
crescimento do aparelho do Estado);
● De fora: classe operáriaDe fora: classe operária
O Estado de Compromisso
● Ao longo dos sete primeiros anos do governo vargas as 
classes dominantes de São paulo vão reuniciando à 
instância política;
● A diversificação da produção tampouco garante uma 
identificação políticas destas classes com o governo 
(crescente poder central);
● A instituição que garante a existência do Estado de 
compromisso é o Exército (liame unificador das classes 
dominantes);
O Estado de Compromisso
Em suma é uma nva forma de Estado que:
● Tem uma maior centralização;
● Intervém de forma ampliada e não restrita apenas ao 
café.
● Racionaliza o uso de algumas fontes fundamentais de 
riqueza (Minas, Água) 
● Oligarquias “intocadas” (relações sociais no campo) 
agora se subordinam ao poder central (perde poder dos 
Estados - interventores);
● Liberalismo vai sendo abandonado e em seu lugar ganha 
força idéias do fascismo nacionalista.
Irradiação do setor cafeeiro e início 
da industrialização brasileira:
 A urbanização e industrialização do país tiveram parte de sua 
origem na irradiação do setor cafeeiro, principalmente depois 
da transição para o trabalho assalariado, que elevou a 
demanda agregada e o efeito multiplicador na economia.
 Esse setor, pelo seus tamanhos, porém, nào eram capazes de 
”puxar” a dinâmica econômica, até pelo menos a decada de 
1930.
 O Brasil porém, entre os países latino-americanos, teve um 
desempenho sui generis, o setor industrial as vezes chegou a 
crescer com taxas superiores ao setor agrícola exportador.
As duas explicações do origem da indústria:
Antes de 1930 as indústrias surgiram nas franjas da economia 
cafeeira, par atender um mercado consumidor incipiente, 
surgido com a imigração e o trabalho assalariado.
Na historiografia existem duas correntes para explicar a origem 
da indústria:
1- Teoria dos Choques Adversos;
2- Industrialização induzida por exportações.
Teoria dos choques adversos:
Indústria surge como resposta às dificuldades de se 
importar produtos,
Como exemplos pode se citar a I Guerra Mundial e a 
Depressão dos anos 30.
Nesses momentos a diminuição do valor das exportações 
trazia dificuldades ao BP, o que levava o governo a adotar 
medidas protecionistas (elevação das tarifas e 
desvolarização cambial).
Resultado: Produção interna maior para suprir falta de M.
Teoria dos choques adversos:
Dinâmica.
Na crise se desenvolvia o setor industrial.
Nos momentos de expansão as condições de produção eram 
dificultadas em função da facilidade para se importar dada a 
abundância de divisas
Industrialização induzida por exportações:
Ao contrário da interpretação anterior, industrialização 
cresce nos momentos de expansão.
Lógica: Expansão do café - elevação da renda (da massa 
salarial) – expansão do mercado consumidor – expansão da 
demanda por produtos industriais.
As divisas geradas no boom serviam para a importação de 
equipamentos e máquinas, fundamentais para o I no setor.
Na crise a ampliação da capacidade produtiva diminuia.
Quem estava certo?
As duas!
O investimento só poderia ocorrer quando houvesse divisas 
para se importar máquinas.
Já a ocupação da capacidade instalada, o aumento da 
produção, dava-se em parte nos momentos de crise, quando 
se dificultava a importação dos bens de consumo 
importados.
Dinâmica do crescimento industrial era: ora ampliação da 
capacidade produtiva, ora utilizando essa capacidade.
Conclusão:
Origens da indústria está diretamente ligada ao capital 
cafeeiro, era um vazamento dele por conta tanto das 
necessidades básicas de uma economia com base no 
assalariamento quanto da necessidade de se diversificar 
investimentos.
Isso verifica pois os primeiros industriais do país de mais 
peso eram pessoas ligadas ao café. Exemplo: Família Prado 
origem do comércio (vidrarias e curtumes), família 
Matarazzo, antes importadora de trigo passou a produzir o 
trigo e os sacos para embalagem.
Produção em termos setoriais:
Grandemaioria (mais do 80%): bens de consumo leve.
Porém existiam setor chamados acessórios:
Oficinas (peças de reposição)
Instrumentos de trabalho (enxadas, arados, etc.)
Peças de reposição para estradas de ferro.
Etc.
Ver gráfico pg. 361.
PRIMEIRO GETÚLIOPRIMEIRO GETÚLIO
● De 1930 a 1934 a política de defesa do café sustenta a demanda agregada; 
diminui o impacto da Grande Depressão, PIB cai 5,3% em 1931 e sobe 3,2% 
já em 1932 e 9% a.a em 33 e 34.
● Política cambial aparentemente liberal, mas na prática restritiva, em 
setembro de 1931 suspende-se o pagamento da divida externa (pega-se 
empréstimo do exterior) e obriga-se a vender as cambiais de exportação ao 
Banco do Brasil;
● A distribuição do câmbio deveria atender os seguintes critérios de prioridade: 
compras oficiais e pagamentos do serviço da dívida pública, importações 
essenciais, outras remessas (lucros e dividendos) e atrasados comerciais. Mas 
a política ainda se dava sem promoção imediata da indústria;
● Após suspender o pagamento da dívida externa em 1935, adota controle 
cambial principalmente sobre as exportações (retém 35% das cambiais de 
exportação a taxa oficial do BB e 65% taxa livre), consegue elevar as 
reservas, as exportações e liberaliza a remessa de lucro; relaxa o controle do 
câmbio para tentar atrair o capital estrangeiro.
PRIMEIRO GETÚLIO
● Resultado: enquanto o produto agrícola cresceu pouco 
mais de 2% a.a. entre 1934-37, o produto industrial 
cresceu mais de 11% a.a.
● Os setores produtores de gêneros tradicionais cresceram 
muito (borracha, papel, cimento, metalurgia, química) e 
também a indústria têxtil, que possuíam pouca 
participação no valor agregado industrial.
● A principal hipótese para tal resultado é que se elevou a 
utilização da capacidade instalada. O pode comprovar 
isto é o fato de que o nível de importação de 
equipamentos para a indústria foi menor que a média 
entre 1925-1929.
PRIMEIRO GETÚLIO (transição 
para o Estado Novo)
● Em 1937, dada recessão nos EUA, G.V. rompe, dá um 
auto-golpe (Estado Novo) e aumenta o poder central, e 
cria novas agências governamentais, há um maior 
controle e planejamento da economia;
● Ao final de 1937, fruto da escassez de divisas, força a 
volta do controle do câmbio com base na taxa única e 
desvalorizada (similar ao vigente entre 31 e 34);
● Em 1939 eclode a II Guerra Mundial, limita as 
importações, principalmente de bens de capital, o que 
limitava o crescimento industrial;
● mesmo assim a indústria cresceu à taxa média de 9,9% ao 
ano, entre 1942 e 1945. 
Deslocamento do Centro Dinâmico de 
Acumulação
Segundo Celso Furtado:
● Política de defesa do café foi a principal responsável 
pelo relativamente pequeno impacto da Grande 
Depressão no Brasil pois:
● Sustentou a demanda Interna e contribuiu para uma 
mudança estrutural que teria ocorrido na década de 
1930;
● Desvalorização do câmbio deslocou o centro dinâmico. 
Da demanda externa passa ser a atividade voltada ao 
mercado interno (C e I).
Deslocamento do Centro Dinâmico de 
Acumulação
● De fato, entre 1933-39, taxa média anual de 
rescimento dos preços de bens importados = 9,0%, e 
dos bens domésticos = 5,7%. Isso 
implicadesvalorização da moeda nacional, pois Ereal 
=Enom*Pint/Pdom. 
● entre 1930 e 1938, houve desvalorização de 90% por 
conta da mudança nos preços relativos (crescimento 
do Pint > Pdom) (Malan et al.) Com o aumento de 
Enom, aumento de Pint e baixo crescimento relativo 
de Pdom, o efeito seria de aumento de Ereal.
Deslocamento do Centro Dinâmico de 
Acumulação
● Contexto pós grande depressão, economia voltada para 
dentro, auto-suficiente;
● Industrialização fechada: voltada ao atendimento do 
mercado interno e e depende de medidas que protejam a 
indústria nacional dos concorrentes externos;
● Sequência do processo:
● Estrangulamento externo;
● Proteção da indústria nacional;
● Aumento dos investimentos em industrias subst.
● Novo estrangulamento externo 
Deslocamento do Centro Dinâmico de 
Acumulação
Deslocamento do Centro Dinâmico de 
Acumulação
Deslocamento do Centro Dinâmico de 
Acumulação
Deslocamento do Centro Dinâmico de 
Acumulação
Deslocamento do Centro Dinâmico de 
Acumulação
Deslocamento do Centro Dinâmico de 
Acumulação
Um porém:
● dadas as M limitadas, Fishlow sugere sua (conhecida) 
interpretação: foi uma industrialização “escassa em 
capital e absorvedora de grandes insumos de 
trabalho”. A curto prazo, a industrialização neste 
período foi lucrativa e dinâmica; 
● porém, a longo prazo foi problemática: “ao perpetuar 
uma tecnologia antiquada” na indústria de bens de 
consumo, “cujo crescimento da produtividade já 
havia sido mínimo na década de 1920”.
Deslocamento do Centro Dinâmico de 
Acumulação
Um porém:
● Com isso, a base da industrialização ficaria 
comprometida no futuro: ou seja, obsoleta 
tecnologicamente.
● Indústria de bens de consumo apresentaria baixo 
crescimento e eliminação de postos de trabalho nos 
anos 1950 em diante,incapaz de renovar-se. 
● Tal seria o legado da industrialização dos anos 1930 – 
com implicações de longo prazo.
Deslocamento do Centro Dinâmico de 
Acumulação
Outro porém: intencional ou não intencional?
● Fonseca (1997, p. 271) “consciência pŕo industrialização não 
estava presente na formação da chapa opsicoinista da Aliança 
Liberal, em 1929, mas foi sendo construída ao longo da 
década de 1930”;
● Mesmo em meados de 1930 (mais exato, 1935) Brasil fez 
acordo com EUA se reafirmando como agrário exportador, 
reduzindo a tarifa de 34 produtos manufaturados de origem 
dos EUA e pagando a dívida externa e se preocupando 
excessivamente com as divisas num contexto de 
estancamento dos fluxos internaiconais;
Deslocamento do Centro Dinâmico de 
Acumulação
Intencional ou não intencional?
● Mesmo assim se cria o Conselho Federal de Comércio 
Exterior em 1934 e se busca readequar os pagamentos ao 
exterior;
● No início, porém, o importante era a diversificação:
– Valor médio do café cai de 48% entre 1925-29 para 29,5% 
entre 1932-36 e para 16,15% entre 1939-45;
– Arroz, cacau, cana, mandioca e algodão se elevam;
– Algodão passa de 5,9% entre 1925-29 para 21,6% entre 
1939-43 (Alemanha e Japão).
Deslocamento do Centro Dinâmico de 
Acumulação
Ver gráficos e tabelas:
● pg. 361 Vasconcelos;
● pg. 366 Vasconcelos;
● pg. 71 Pires;
● pg. 72 Pires.
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