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FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN 6. FARMACOTERAPIA DA DPOC Doença pulmonar obstrutiva crônica: Bronquite crônica e enfisema pulmonar. Etiologia: Fumaça cigarro, poluição ambiental, pós e gases nocivos. Sintomas: tosse, expectoração e dispneia. Fatores de risco: condições socioeconômicas, nutrição deficiente, infecções e envelhecimento. Base do tratamento das DPOCs: uso de agonistas β2 de ação curta nas crises e de ação prolongada + anticolinérgicos na manutenção. Os corticosteroides só são utilizados na manutenção à partir do grau III. Objetivos da terapia: prevenir a progressão da doença (não tem cura), aliviar os sintomas (tosse, dispneia), melhorar a tolerância a atividades físicas, melhorar o estado de saúde, reduzir a frequência e severidade das exacerbações. Condutas: além dos fármacos, evitar a exposição de fatores de risco (fumaças, tabagismo,...) e vacinar contra a gripe (infecções descompensam o quadro do paciente). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DPOC ASMA Geralmente inicia em adultos Início precoce Sintomas progridem lentamente Sintomas variam de acordo com a intensidade da crise, ocorrem mais pela manhã e durante a noite Geralmente associada a longa história de tabagismo Associada a alergias, rinites, eczemas, inclusive história famíliar de asma Limitação do fluxo aéreo irreversível Limitação do fluxo aéreo reversível ** RESPONDE MAL AOS CORTICOSTERÓIDES INALATÓRIOS. ** RESPONDE BEM AOS CORTICOSTERÓIDES INALATÓRIOS. ** VEF1 APÓS BRONCODILATADOR <70% ** VEF1 APÓS BRONCODILATADOR >70% *O estadiamento da DPOC é feito de acordo com o VEF1 após administração de broncodilatador e é dividida em: Grau I (Leve, os sintomas podem estar ausentes), Grau II (Moderada, sintomas leves), Grau III (Grave, sintomas frequentes) e Grau IV (Muito grave, sintomas limitantes). • BRONCODILATADORES: 1) AGONISTAS β2 SELETIVOS - Preferir via inalatória. - Broncodilatador. - Ação curta: SALBUTAMOL, FENOTEROL, nas exacerbações. - Ação prolongada: SALMETEROL, FORMOTEROL, na manutenção. - Reações adversas: taquicardia, tremores, arritmia, hipopotassemia. 2) ANTICOLINÉRGICOS - Preferir via inalatória. FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN - Bloqueia a broncoconstrição realizada pelo SNA parassimpático, auxiliando na broncodilatação. - IPRATRÓPIO (Atrovent®): líquido, bloqueador muscarínico inespecífico (bloqueia M1, M2, M3, M4 – mais efeitos colaterais), possui curta ação, necessitando várias inalações ao dia. - TIOTRÓPIO (Spiriva®): pó seco, bloqueia o receptor M3 (menos efeitos colaterais) e possui longa ação (administrado 1x ao dia). - Reações adversas: boca seca, constipação, glaucoma (risco maior em inalações – Ipratrópio – pois grande quantidade atinge os olhos), em relação ao Tiotrópio, pode causar gosto metálico na boca. 3) METILXANTINAS - Promovem broncodilatação, possuem atividade anti-inflamatória, diminuem a fadiga do músculo diafragma. - Ação: inibe a enzima FDE (↑AMPc) e aumenta as catecolaminas circulantes. - Preferir de ação prolongada (TEOFILINA, BAMIFILINA). - Reações adversas: arritmias, cafaléias, convulsões, náusea, diarreia, vômito. • CORTICOSTERÓIDES: 4) INALATÓRIOS - Utilizados em associação com broncodilatadores no tratamento de manutenção dos estágios III e IV da DPOC, possuem eficácia menor que na asma, pois o padrão inflamatório é diferente. - Reduz a frequência das exacerbações, porém, devido à imunossupressão, aumenta o risco para pneumonias. - Reações adversas: tosse, candidíase oral, disfonia. Efeitos sistêmicos em doses altas. 5) ORAIS - PREDNISONA. Pouco utilizado e quando necessário, deve-se administrar em curto prazo para evitar os efeitos sistêmicos. • OUTRAS DROGAS: 6) N-ACETILCISTEÍNA (Fluimicil®) - Ação mucolítica-fluidificante, auxilia na expectoração. - Possui também ação antioxidante, muito importante na DPOC, pois nesta doença ocorre um grande estresse oxidativo nas vias aéreas. Assim, diminui as exacerbações. 7) VACINAS - Vacina anti-influenza e antipneumocócica, reduzem morbidade e mortalidade. 8) MUCOLÍTICOS - AMBROXOL - CARBOCISTEÍNA - Facilitam a expectoração, reduzindo infecções e exacerbações. * Como a N-ACETILCISTEÍNA já possui esta ação, somada a ação antioxidante, o emprego destes mucolíticos diminuiu. • EXACERBAÇÃO: - BRONCODILATADORES: Agonista β2 de ação curta + anticolinérgico (Ipratrópio). Pode associar metilxantina de ação rápida (Aminofilina). - CORTICOSTERÓIDES: diminuem leucotrienos e a reação inflamatória. PREDNISONA via oral; HIDROCORTISONA ou MITILPREDNISOLONA endovendosa por curto período (até melhorar a deglutição). FARMACOLOGIA FERNANDO SALA MARIN - ANTIBIÓTICOS: quando houver sinal clínico de infecção (p. ex.: febre, aumento da secreção ou coloração esverdeada). Ex: BETA LACTÂMICOS, QUINOLONAS. - OXIGENIOTERAPIA: manutenção de casos mais graves e em exacerbação (inclusive pode ser necessária ventilação mecânica). TRATAMENTO GRAU I, II, III e IV Redução de fatores de risco + Broncodilatadores de ação rápida quando necessário. GRAU II, III e IV Adicionar uso regular de um ou mais broncodilatadores de ação prolongada + reabilitação pulmonar. GRAU III e IV Adicionar corticosteroide inalatório se exacerbações repetidas. GRAU IV Adicionar oxigenioterapia, considerar cirurgia
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